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Medicina legal aula 9

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Livro Eletrônico
Aula 09
Noções de Medicina Legal p/ PC-PA (Investigador) Com videoaulas -
2020
Alexandre Herculano
91835975810 - Thaís Cardoso
1 
 
Sumário 
1 – Lesão Corporal ........................................................................................................................................ 2 
1.1 - Lesão Corporal .................................................................................................................................. 2 
1.1.1 Lesões corporais leves................................................................................................................... 3 
1.1.2 Lesões corporais graves ............................................................................................................... 5 
1.1.3 Lesões corporais gravíssimas ...................................................................................................... 10 
1.1.4 Lesões corporais seguidas de morte ........................................................................................... 13 
Lista de Questões ....................................................................................................................................... 16 
Questões Comentadas ............................................................................................................................... 21 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano
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Noções de Medicina Legal p/ PC-PA (Investigador) Com videoaulas - 2020
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2 
 
1 – LESÃO CORPORAL 
Nesta parte, vamos estudar os conhecimentos jurídicos para os crimes de lesões corporais e, também, a 
parte médico-legal. 
Vamos lá! 
1.1 - Lesão Corporal 
O crime de lesão corporal (tipificada no artigo 129 do Código Penal) é definido como ofensa à integridade 
corporal ou à saúde de outrem, isto é, pela existência de dano somático, funcional ou psíquico. Desta 
forma, a autolesão não é crime, desde que não ofenda outro bem jurídico, pois, além de perturbar a 
normalidade do corpo humano, a lesão precisa ser juridicamente relevante. 
Segundo a doutrina, o crime de lesão corporal leve e lesão corporal culposa são de ação penal 
condicionada à representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nos termos do 
artigo 88 da Lei n.9.099/95. Nas demais espécies do crime de lesão corporal a ação penal será pública. 
Segundo a quantidade do dano, as lesões corporais classificam-se em: 
 Leves — são as que não determinam as consequências previstas nos §§ 1.º, 2.º e 3.º do art. 
129 do Código Penal; 
 Graves — incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; perigo de vida; 
debilidade permanente de membro, sentido ou função; aceleração de parto; 
 Gravíssimas — incapacidade permanente para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou 
inutilização de membro, sentido ou função; deformidade permanente; aborto. 
 
Fiquem atentos, pois não vai ser o legista quem vai determinar em qual lesão se enquadrará, o papel dele é 
buscar a constatação do crime ou delito, buscar o agente de infração, apreciar o grau de responsabilidade. 
Estabelecer o nexo causal entre a pessoa e o fato, verificando se as lesões encontradas na vitima são 
coincidentes com as alegadas pelo autor. 
 
 
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(2018 – CESPE – Polícia Federal - Perito Criminal) No que se refere à medicina legal, julgue o item que 
segue. 
Em caso de lesão corporal dolosa não seguida de morte, a classificação jurídica da lesão em leve, grave ou 
gravíssima não será de competência do perito médico-legista. 
Comentários: A assertiva está CORRETA. 
 
1.1.1 Lesões corporais leves 
As lesões corporais leves são representadas frequentemente por danos superficiais, interessando apenas 
a pele, tela subcutânea, músculos superficiais, vasos arteriais e venosos de pequeno calibre. São as 
escoriações, equimoses, hematomas, feridas contusas, alguns entorses, os torcicolos traumáticos, edemas 
e a maioria das luxações. Muitas dessas lesões permanecem por alguns dias, mesmo assim são 
classificadas como leves, salvo, se houver incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 
dias, o que será lesão corporal grave. 
É de grande importância saber que a rubefação, simples e fugaz rubor da pele provocado por maior 
movimento de um fluido de sangue, que não compromete a normalidade anatômica, funcional ou 
mental do corpo humano, não constitui lesão corporal leve. É leve rubor que pode ser causado até por 
simples emoção. 
As lesões corporais leves integram, frequentemente, o corpo de delito indireto pela natureza fugaz dos 
vestígios deixados pela infração, ou em consequência da demora na realização da perícia, o que pode 
constituir dificuldade intransponível para o experto. Nesse caso, a despeito da ofensa real à integridade 
corporal ou à saúde de outrem, núbio de vestígios por desaparecimento material do crime, e só nessa 
hipótese, o exame de corpo de delito indireto, feito a partir de outros elementos ou através de 
testemunhas idôneas, poderá suprir o exame de corpo de delito direto decorrente da exigência legal. 
Segundo especialistas, o choque neurogênico, que pode ser de origem emocional, a crise convulsiva, em 
seus diversos tipos, e a sincope, caracterizada por alteração objetiva dos parâmetros cardiovasculares e 
respiratórios consequentes à disfunção do sistema nervoso autônomo, podem caracterizar lesão leve, se 
devidamente comprovados e quando não geram consequências mais graves. 
 
 
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(2017 – FCC – POLITEC-AP - Perito Médico Legista) Durante tentativa de assalto na rua de sua 
residência, P.H.Y., 21 anos, sofreu ferimento por faca de cozinha na região inframamária à direita. 
Procurou por atendimento médico no mesmo dia da ocorrência, tendo sido submetida à tomografia 
computadorizada de tórax e sutura da lesão, recebendo alta hospitalar após quatro horas do 
atendimento inicial. Retornou ao trabalho após três dias. O Perito Médico Legista realizou exame de 
lesão corporal após cinco dias dos fatos, tendo constatado ferida suturada de 3 cm em região 
inframamária à direita, sem outros comemorativos. Desse modo, o Perito Médico Legista deve 
concluir que ocorreu lesão corporal 
a) grave por perigo de vida. 
b) gravíssima por ter ocorrido intenção de matar. 
c) leve. 
d) grave por incapacidade para ocupações habituais. 
e) gravíssima por deformidade permanente. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. Perceba que houve o suturamento da lesão, em 5 
dias, sem outros comemorativos. 
 
(2019 – AOCP – PC ES – Médico Legista) De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, 
assinale a alternativa correta. 
A) Perigo de vida não é considerado lesão corporal. 
B) Aborto é lesão corporal de natureza grave. 
C) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as ocupações habituais por 20 dias se 
enquadra nesse art. 129 do CPB. 
D) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave. 
E) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. por eliminação dá para chegar a resposta, mas já 
adianto que o caput do art. 129 é lesão corporal leve. Se a incapacidade é inferior a 30 dias temos uma 
lesão corporal leve. 
 
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1.1.2 Lesões corporais graves 
Essas são representadas pelos quatro tipos mencionados no § 1.º do art. 129 do nosso diploma legal 
(incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; perigo de vida; debilidade permanente de 
membro, sentido ou função; aceleração de parto). 
Quanto à incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, a lei não exige falta de 
capacidade absoluta, bastando apenas que a lesão caracterize não impossibilidade, mas perigo ou 
imprudência no exercício das ocupações habituais, por mais de 30 dias. As ocupações habituais a que se 
refere o art. 129, § 1.º, I, do Código Penal, não têm o sentido de trabalho diário, nem são aquelas de 
natureza lucrativa. São todas e quaisquer atividades corporais comuns. Dessa forma, são verdadeiramente 
genéricas as ocupações habituais da lei. Para avaliar o tempo de duração da incapacidade, os peritos 
reexaminarão a vítima, se não for revel, “logo que decorra o prazo de 30 trinta dias, contado da data do 
crime”, conforme estatui o art. 168, § 2.º, do Código de Processo Penal. 
É o exame complementar a que se submete uma segunda vez a vítima, um mês após, contado da data do 
fato delituoso e não do correspondente auto de corpo de delito, objetivando verificar se a incapacidade 
excede o trintídio. A realização do exame complementar poucos dias depois dos 30 dias não invalida o 
laudo. 
Por ocupações habituais entende-se não apenas as de natureza laborativa ou lucrativa, mas toda e 
qualquer atividade. A não realização das tarefas por questões emocionais, como a vergonha, a auto-
imagem física ou mesmo simples indisposição, não caracteriza a qualificadora. 
 
 
(2017 – POLITEC-AP – FCC – Médico Legista) De acordo com o artigo 129 do Código Penal brasileiro, 
lesão corporal é a ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em 
leve, grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas abaixo. 
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias serão 
consideradas graves. 
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão consideradas graves. 
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas. 
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves. 
Está correto o que se afirma em 
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A) I, II, III e IV. 
B) I, apenas. 
C) IV, apenas. 
D) III, apenas. 
E) I e III, apenas. 
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão. será grave quando a lesão resultar em 
incapacidade para as ocupações habitacionais por mais de 30 dias; perigo de vida; debilidade permanente 
de membro, sentido ou função; e aceleração de parto. 
 
Quanto ao perigo de vida, trata-se da probabilidade concreta e objetiva de êxito letal próximo. O perigo 
de vida é uma situação atual, ou surgida no curso de processo patológico, consequente à ofensa, em que, 
pelo estado do ofendido, há o perigo de morte, se não for socorrido adequadamente em tempo hábil. 
O perigo de vida pode apresentar-se no momento da lesão ou depois de horas ou dias, em qualquer fase 
da evolução clínica, antes dos 30 dias. Por isso, não pode ser suposto, virtual ou potencial, remoto ou 
presumido, mas real, sério, efetivo, clinicamente confirmado, não importa se atual ou passado. 
São inúmeras as situações que configuram perigo de vida: 
 esões penetrantes ou transfixantes de vísceras torácicas ou abdominais, levando a 
hemorragias ou infecções graves (peritonite bacteriana); 
 derramamento de sangue em cavidade pleural (hemotórax); 
 ruptura de grandes vasos sanguíneos com hemorragia grave e estado de choque 
hipovolêmico; 
 estados de choque não hipovolêmicos (anafilático, neurogênico, cardiogênico, séptico); 
 colapso pulmonar com insuficiência respiratória grave; 
 septicemias ou infecções graves (tétano, meningites); 
 traumatismos cranioencefálicos graves; 
 estado de coma grave; 
 raumatismos raquimedulares com alterações cardiorrespiratórias; 
 arritmias ou insuficiência cardíaca aguda graves; 
 grandes queimados, etc. 
 
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(2018 – CESPE – PC-MA - Médico Legista) Em uma emboscada, Jonas foi esfaqueado e, em 
consequência, sofreu um hemotórax do lado esquerdo. No hospital, ele foi tratado com colocação de 
dreno e subsequente drenagem torácica do lado atingido, tendo de ficar internado por seis dias, após 
os quais recebeu alta e um atestado com recomendação de licença médica por dez dias. No entanto, 
Jonas ficou com sequelas, como perda parcial e temporária da função do pulmão esquerdo e 
debilidade residual permanente da função respiratória devido a cicatriz pulmonar. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o art. 129 do Código Penal, a lesão sofrida por Jonas é 
caracterizada como 
a) grave, pois houve perda parcial e temporária da função de um dos pulmões. 
b) gravíssima, pois houve debilidade residual permanente da função respiratória devido à cicatriz 
pulmonar. 
c) gravíssima, pois a emboscada qualifica a tentativa de homicídio. 
d) leve, pois não o incapacitou por mais de trinta dias das ocupações habituais. 
e) grave, pois a lesão do hemotórax esquerdo ofereceu perigo à vida da vítima. 
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão. o perigo de vida, trata-se da probabilidade 
concreta e objetiva de êxito letal próximo. O perigo de vida é uma situação atual, ou surgida no curso de 
processo patológico, consequente à ofensa, em que, pelo estado do ofendido, há o perigo de morte, se 
não for socorrido adequadamente em tempo hábil. 
 
Já na debilidade permanente de membro, sentido ou função, a debilidade a que se refere a lei é 
fraqueza, diminuição de forças, enfraquecimento, embotamento, debilitação. A debilidade pode ser 
consequência de dano anatômico (amputação de dedo, por exemplo), ou funcional (paralisia). 
Segundo a doutrina, a caracterização da figura jurídica prevista no § 1.º, III, do art. 129 do Código Penal 
considera-se debilidade permanente a debilitação de membro, sentido ou função consecutiva a um dano 
traumático, limitadora duradouramente, mas não do uso da energia, do vigor físico ou da plenitude do 
poder de ação, sem comprometimento do bem-estar do organismo. 
Debilidade significa redução parcial da força, fraqueza, enfraquecimento, diminuição da capacidade 
funcional. Deve ser diferenciada da perda ou inutilização, que tem caráter de redução total, ausência e 
que não pertence a esta classe de lesões, mas de natureza gravíssima. 
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A debilidade pode ser funcional ou anatômica, conforme seja, a alteração para menor, de natureza 
predominantemente fisiológica ou morfológica, respectivamente. 
Pode ter caráter estático ou dinâmico. Será dinâmica a debilidade que surgir na execução de algum tipo 
de movimento, não sendo percebida no repouso. Exemplos são as alterações da marcha como a marcha 
claudicante, somente percebida durante a deambulação, ou da fala. A primeira (marcha claudicante), se 
muito intensa, poderá, ainda, constituir lesão gravíssima por deformidade permanente. 
A debilidade deve ser permanente. Isso afasta as lesões transitórias, como as contusões ou hematomas, 
que podem gerar redução funcional pela dor que acarretam, mas não constituem debilidade permanente. 
Porém, a permanêncianão significa caráter perpétuo, bastando que seja duradoura, muito longa ou de 
difícil resolução. 
A debilidade permanente de membros não exige que seja de todo o membro, podendo ela atingir 
apenas um dos segmentos do mesmo. Muito comuns na prática são as lesões de feixes nervosos causando 
fraqueza nos movimentos dos membros ou em parte deles. 
O órgão genital masculino, o pênis, não deve ser considerado membro. Na verdade, ele pertence ao 
aparelho reprodutor, e sua lesão pode causar debilidade de função (sexual e/ou reprodutora). Os sentidos 
referidos na lei são os cinco mecanismos: visão, audição, paladar e tato e olfato. 
Traumatismos que levam à surdez parcial, a dificuldades visuais ou ainda a alterações da sensibilidade tátil 
da pele são alguns exemplos encontrados na perícia médico-legal, sendo mais raras as perturbações do 
paladar ou do olfato. 
Função é a atividade de um órgão ou aparelho. Assim, temos a função respiratória, a função do fígado, 
do coração, das gônadas, etc. Ela pode manifestar-se através de movimentos, como a marcha, a fala, a 
mastigação e os movimentos oculares, ou através da homeostase do meio interno, como o metabolismo 
controlado pelo fígado, as funções endócrinas pelas glândulas de secreção interna, a função de defesa 
imunológica dos linfonodos, baço, etc. 
 
 
(2018 - PC MA – CESPE – Médico Legista) Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou Júlio. 
Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza grave se tiver 
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A) causado a morte de Júlio em circunstâncias que evidenciem que Mário assumiu o risco de produzir o 
resultado. 
B) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o trabalho e o 
estudo, por quinze dias. 
C) provocado em Júlio debilidade permanente de função, como, por exemplo, a redução da capacidade 
mastigatória pela perda dentária. 
D) ofendido a integridade corporal de Júlio, causando-lhe diversas escoriações no corpo. 
E) causado a morte de Júlio, ainda que em circunstâncias que evidenciem que Mário não queria matá-lo. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. a função pode manifestar-se através de 
movimentos, como a mastigação que é o caso da questão. 
 
Na lesão que atinge órgão duplo (pulmões, rins, olhos, orelhas, testículos, ovários), sendo unilateral o 
comprometimento, e estando normal o órgão contralateral, caracteriza-se, a priori, debilidade 
permanente de função. Mas, se há previamente lesão de um e o outro é agredido, configurar-se-á lesão 
gravíssima, equivalente à perda ou inutilização. 
Nos casos de órgão único, em que sua função pode ser assumida, ainda que parcialmente, por outro (baço, 
por exemplo), teremos apenas debilidade, e não perda de função. 
A possibilidade de reparação ou atenuação das consequências danosas da lesão, através de tratamentos 
cirúrgicos ou uso de orteses ou prótese, não exclui a natureza grave da lesão. 
A perda de elementos dentários ou de dedos das mãos ou pés, embora gere ausência de elementos 
anatômicos, pode configurar apenas debilidade e não perda ou inutilização, desde que a gravidade da 
lesão não prejudique de forma severa as funções deles dependentes. Assim, perda do dedo mínimo da 
mão ou do pé configuraria debilidade, enquanto a do polegar (dedo de oposição), caracterizaria lesão 
gravíssima. Da mesma forma, a perda de um único elemento dentário posterior caracteriza apenas 
debilidade. 
Quanto à aceleração de parto, significa antecipar o nascimento da criança antes do prazo normal previsto 
pela medicina. Nesse caso, é indispensável o conhecimento da gravidez pelo agente. Se, em virtude da 
lesão corporal praticada contra a mãe, a criança nascer morta, terá havido lesão corporal gravíssima (art. 
129, § 2.º, V). Há possibilidade de haver o nascimento com vida, mas, em razão da lesão corporal sofrida 
pela mãe, que tenha atingido o feto, venha a morrer a criança. 
Segundo a doutrina, as seguintes duas hipóteses podem ocorrer: a primeira é que se houve aceleração de 
parto e o feto nasceu com vida, morrendo, em face das lesões sofridas, dias, semanas ou meses depois, 
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não há como falar em lesão corporal gravíssima, ou seja, cujo resultado mais grave é o aborto, pois este é 
um termo específico, que significa a morte do feto antes do nascimento. Trata-se, pois, de lesão corporal 
grave (aceleração de parto); a segunda, se a lesão corporal atingiu a mãe e também o feto, mas não 
provocou a aceleração de parto nem o aborto, vindo a criança a morrer, depois do nascimento com vida, 
em virtude da lesão sofrida, não há como imputar-se ao agente lesão grave ou gravíssima, pois sua 
conduta, nesse prisma, não se amolda aos tipos penais do art. 129, §§ 1.º, IV, e 2.º, V. Neste último caso, 
quanto à lesão corporal, deverá ela ser tipificada como simples. 
 
1.1.3 Lesões corporais gravíssimas 
Essas são as ofensas à integridade corporal ou à saúde de outrem explícitas no § 2.º do art. 129 do Código 
Penal (incapacidade permanente para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou inutilização de 
membro, sentido ou função; deformidade permanente; aborto). 
Quanto à Incapacidade permanente para o trabalho, trata-se da inaptidão duradoura para exercer 
qualquer atividade laborativa lícita. Nesse contexto, diferentemente da incapacidade para as ocupações 
habituais, exige-se atividade remunerada, que implique sustento, portanto, acarrete prejuízo financeiro 
para o ofendido. 
A doutrina advoga que significa qualquer modalidade de trabalho e não especificamente o trabalho a que 
a vítima se dedicava. Contudo, há necessidade de serem estabelecidas certas restrições, visto que não se 
pode exigir de um intelectual ou de um artista que se inicie na atividade de pedreiro. Fixa-se no campo do 
factualmente possível e não no teoricamente imaginável. Portanto, incapacidade permanente é uma 
diminuição efetiva da capacidade física comparada à que possuía a vítima antes do fato punível. 
Reforçando, a incapacidade permanente é a perda da possibilidade de execução de uma tarefa por tempo 
indeterminado, ainda que não perpétuo. A lei refere-se ao trabalho genérico. Um cirurgião que sofre lesão 
nas mãos e não pode mais operar, mas pode executar inúmeras outras tarefas, não caracteriza o inciso. 
Não se especifica aqui a intensidade, o tipo, a natureza do dano, mas apenas sua consequência. São 
exemplos: 
 Perda funcional de ambos os membros superiores ou inferiores; 
 Perda de um braço e uma perna; 
 Cegueira; 
 Alienação mental. 
 
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Já na enfermidade incurável, entende a doutrina como a falta de uma ou mais funções, quer por ausência 
congênita, quer por alteração ou abolição definitiva das mesmas, e compatível com um relativo bom 
estado de saúde. 
Não configura a qualificadora a simples debilidade enfrentada pelo organismo da pessoa ofendida, 
necessitando existir uma séria alteração na saúde. Embora a vítima não seja obrigada a submeter-se a 
qualquer tipo de tratamento ou cirurgia de risco para curar-se, também não se deve admitir a recusa 
imotivada do ofendido para tratar-se. 
Quanto à perda ou inutilização de membro, sentido ou função, é preciso saber que a perda é a 
amputação posterior à agressão, consequente à intervenção cirúrgica, objetivando salvar a vida ou evitar 
consequências gravíssimas para a saúde do ofendido, ou mutilação, quando ocorre no momento do delito.Inutilização é a falta de habilitação do órgão à sua função específica; é a perda funcional em membro que 
subsiste anatomicamente. A perda poderá ser total ou parcial, desde que equivalha à inutilização. 
 
 
(2019 – AOCP – PCES – Médico Legista) Um indivíduo sofreu uma lesão e teve a capacidade de 
movimentar a perna direita reduzida em 95%. De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, 
em qual classificação o caso se encaixa mais especificamente? 
A) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
B) Deformidade permanente. 
C) Perigo de vida. 
D) Lesão corporal grave. 
E) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão. trata-se de uma lesão corporal gravíssima. 
 
Na deformidade permanente, deformar significa alterar a forma original. Assim, configura-se a lesão 
gravíssima quando ocorre a modificação duradoura de uma parte do corpo humano da vítima. Salienta a 
doutrina, no entanto, estar essa qualificadora ligada à estética. Por isso, é posição majoritária a exigência 
de ser a lesão visível, causadora de constrangimento ou vexame à vítima, e irreparável. Citam-se como 
exemplos as cicatrizes de larga extensão em regiões visíveis do corpo humano, que possam provocar 
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reações de desagrado ou piedade, tais como as causadas pela vitriolagem (lançamento de ácido no 
ofendido), ou a perda de orelhas, mutilação grave do nariz, entre outros. 
 
 
(2018 – FUMARC – PC MG – Delegado de Polícia) De acordo com o Artigo 129 do Código Penal 
Brasileiro, trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima: 
A) Aceleração de parto. 
B) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
C) Deformidade permanente. 
D) Perigo de vida. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. a doutrina menciona que qualificadora está ligada 
à estética. Por isso, é posição majoritária a exigência de ser a lesão visível, causadora de constrangimento 
ou vexame à vítima, e irreparável. 
 
E no aborto, há interrupção da gravidez normal e não patológica, em qualquer fase do período gestatório, 
haja ou não a expulsão do concepto morto, ou, se vivo, que morra logo após pela inaptidão para a vida 
extrauterina, resultante de ofensa corporal ou violência psíquica, constitui lesão gravíssima. 
A espécie difere da aceleração de parto porque nesta, resultante da agressão corporal, a criança nasce 
antes do tempo previsto para a délivrance, em graus variáveis de prematuridade, porém viva e em 
condições de sobreviver, caracterizando o evento lesão grave. 
 
 
(Delegado de Polícia – MA - FCC) Em face da Medicina Legal é correto afirmar que 
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A) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza gravíssima, a constatação 
pericial de: Incapacidade permanente para o trabalho; Perda de membro, sentido ou função; Enfermidade 
incurável; Deformidade permanente; Aborto. 
B) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza grave, a constatação pericial de: 
Incapacidade para o trabalho por mais de trinta dias; Perigo de Vida; Debilidade temporária de membro, 
sentido ou função; Aceleração do Parto. 
C) de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, as Lesões Corporais são classificadas, quanto aos 
seus graus, em Levíssima, Leve, Grave, Gravíssima e Lesão Corporal Seguida de Morte. 
D) o dano estético é classificado, de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, em leve, grave e 
gravíssima. 
E) o aborto pode ser enquadrado como lesão corporal de natureza grave ou como de natureza gravíssima, 
na dependência de ter ou não havido concordância da vítima na sua perpetração. 
Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão. vejamos quando uma lesão corporal será 
gravíssima: 
" Art. 129 (...) § 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos." 
 
1.1.4 Lesões corporais seguidas de morte 
O art. 129, após descrever no caput o crime de lesão corporal, acrescenta no § 3.º um resultado agravador 
previsível — a morte da vítima. 
De acordo com o § 3.º do art. 129, o dolo só se estende à lesão corporal, sendo a morte punida a título de 
culpa, pois subentende que o agressor não quer matar a vítima, e não assume o risco de produzir a morte 
previsível. Assim, Trata-se da única forma autenticamente preterdolosa prevista no Código Penal (§ 3.º), 
pois o legislador deixou nítida a exigência de dolo no antecedente (lesão corporal) e somente a forma 
culposa no evento subsequente (morte da vítima). 
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Ao mencionar que a morte não pode ter sido desejada pelo agente, nem tampouco pode ele ter assumido 
o risco de produzi-la, está-se fixando a culpa como único elemento subjetivo possível para o resultado 
qualificador. Justamente por isso, neste caso, havendo dolo eventual quanto à morte da vítima, deve o 
agente ser punido por homicídio doloso. 
Seguindo, como forma de agravar o tratamento penal nos casos da chamada violência doméstica, tal Lei 
acrescentou o § 9.º ao art. 129 do Código Penal. “Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, 
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o 
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 
3 (três) anos”. 
Outro detalhe importante, no art. 129 do Código Penal, é o § 12. A norma menciona que caso a lesão seja 
praticada contra autoridade ou agente policiai, militares, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena será 
aumentada de um a dois terços. 
 
 
(VUNESP – PC SP – Papiloscopista Policial) O crime de lesão corporal seguida de morte caracteriza-se 
quando 
A) da ação culposa de lesão advém o resultado morte. 
B) da conduta resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem 
assumiu o risco de produzi-lo. 
C) a vítima ou seu precário estado de saúde contribuem para o resultado morte, que era desejado pelo 
agente. 
D) o agente assumiu o risco de produzir o resultado mais grave, embora não o desejasse. 
E) o agente, num primeiro momento, deseja lesionar, mas num segundo momento passa a agir para obter 
o resultado morte. 
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão. se da lesão corporal resultar morte e as 
circunstâncias evidenciarem que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo, 
responderá por lesão corporal qualificada pelo resultado morte. 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
 
1. (2018 – CESPE – Polícia Federal - Perito Criminal) No que se refere à medicina legal, julgue o item 
que segue. 
Em caso de lesão corporal dolosa não seguidade morte, a classificação jurídica da lesão em leve, 
grave ou gravíssima não será de competência do perito médico-legista. 
 
2. (2017 – FCC – POLITEC-AP - Perito Médico Legista) Durante tentativa de assalto na rua de sua 
residência, P.H.Y., 21 anos, sofreu ferimento por faca de cozinha na região inframamária à direita. 
Procurou por atendimento médico no mesmo dia da ocorrência, tendo sido submetida à 
tomografia computadorizada de tórax e sutura da lesão, recebendo alta hospitalar após quatro 
horas do atendimento inicial. Retornou ao trabalho após três dias. O Perito Médico Legista 
realizou exame de lesão corporal após cinco dias dos fatos, tendo constatado ferida suturada de 3 
cm em região inframamária à direita, sem outros comemorativos. Desse modo, o Perito Médico 
Legista deve concluir que ocorreu lesão corporal 
a) grave por perigo de vida. 
b) gravíssima por ter ocorrido intenção de matar. 
c) leve. 
d) grave por incapacidade para ocupações habituais. 
e) gravíssima por deformidade permanente. 
 
3. (2019 – AOCP – PC ES – Médico Legista) De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, 
assinale a alternativa correta. 
A) Perigo de vida não é considerado lesão corporal. 
B) Aborto é lesão corporal de natureza grave. 
C) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as ocupações habituais por 20 dias se 
enquadra nesse art. 129 do CPB. 
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D) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave. 
E) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo. 
 
4. (2017 – POLITEC-AP – FCC – Médico Legista) De acordo com o artigo 129 do Código Penal 
brasileiro, lesão corporal é a ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser 
classificada em leve, grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas 
abaixo. 
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias serão 
consideradas graves. 
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão consideradas graves. 
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas. 
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves. 
Está correto o que se afirma em 
A) I, II, III e IV. 
B) I, apenas. 
C) IV, apenas. 
D) III, apenas. 
E) I e III, apenas. 
 
5. (2018 – CESPE – PC-MA - Médico Legista) Em uma emboscada, Jonas foi esfaqueado e, em 
consequência, sofreu um hemotórax do lado esquerdo. No hospital, ele foi tratado com colocação 
de dreno e subsequente drenagem torácica do lado atingido, tendo de ficar internado por seis 
dias, após os quais recebeu alta e um atestado com recomendação de licença médica por dez dias. 
No entanto, Jonas ficou com sequelas, como perda parcial e temporária da função do pulmão 
esquerdo e debilidade residual permanente da função respiratória devido a cicatriz pulmonar. 
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Nessa situação hipotética, de acordo com o art. 129 do Código Penal, a lesão sofrida por Jonas é 
caracterizada como 
a) grave, pois houve perda parcial e temporária da função de um dos pulmões. 
b) gravíssima, pois houve debilidade residual permanente da função respiratória devido à cicatriz pulmonar. 
c) gravíssima, pois a emboscada qualifica a tentativa de homicídio. 
d) leve, pois não o incapacitou por mais de trinta dias das ocupações habituais. 
e) grave, pois a lesão do hemotórax esquerdo ofereceu perigo à vida da vítima. 
 
6. (2018 - PC MA – CESPE – Médico Legista) Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou Júlio. 
Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza grave se tiver 
A) causado a morte de Júlio em circunstâncias que evidenciem que Mário assumiu o risco de produzir o 
resultado. 
B) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o trabalho e o estudo, 
por quinze dias. 
C) provocado em Júlio debilidade permanente de função, como, por exemplo, a redução da capacidade 
mastigatória pela perda dentária. 
D) ofendido a integridade corporal de Júlio, causando-lhe diversas escoriações no corpo. 
E) causado a morte de Júlio, ainda que em circunstâncias que evidenciem que Mário não queria matá-lo. 
 
7. (2019 – AOCP – PCES – Médico Legista) Um indivíduo sofreu uma lesão e teve a capacidade de 
movimentar a perna direita reduzida em 95%. De acordo com o art. n° 129 do Código Penal 
Brasileiro, em qual classificação o caso se encaixa mais especificamente? 
A) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
B) Deformidade permanente. 
C) Perigo de vida. 
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D) Lesão corporal grave. 
E) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
 
8. (2018 – FUMARC – PC MG – Delegado de Polícia) De acordo com o Artigo 129 do Código Penal 
Brasileiro, trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima: 
A) Aceleração de parto. 
B) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
C) Deformidade permanente. 
D) Perigo de vida. 
 
9. (Delegado de Polícia – MA - FCC) Em face da Medicina Legal é correto afirmar que 
A) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza gravíssima, a constatação pericial 
de: Incapacidade permanente para o trabalho; Perda de membro, sentido ou função; Enfermidade incurável; 
Deformidade permanente; Aborto. 
B) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza grave, a constatação pericial de: 
Incapacidade para o trabalho por mais de trinta dias; Perigo de Vida; Debilidade temporária de membro, 
sentido ou função; Aceleração do Parto. 
C) de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, as Lesões Corporais são classificadas, quanto aos seus 
graus, em Levíssima, Leve, Grave, Gravíssima e Lesão Corporal Seguida de Morte. 
D) o dano estético é classificado, de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, em leve, grave e 
gravíssima. 
E) o aborto pode ser enquadrado como lesão corporal de natureza grave ou como de natureza gravíssima, na 
dependência de ter ou não havido concordância da vítima na sua perpetração. 
 
10. (VUNESP – PC SP – Papiloscopista Policial) O crime de lesão corporal seguida de morte 
caracteriza-se quando 
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A) da ação culposa de lesão advém o resultado morte. 
B) da conduta resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo. 
C) a vítima ou seu precário estado de saúde contribuem para o resultado morte, que era desejado pelo agente. 
D) o agente assumiu o risco de produzir o resultado mais grave, embora não o desejasse. 
E) o agente, num primeiro momento, deseja lesionar, mas num segundo momento passa a agir para obter o 
resultado morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (2018 – CESPE – Polícia Federal - Perito Criminal) No que se refere à medicina legal, julgue o item 
que segue. 
Em caso de lesão corporal dolosa não seguida de morte, a classificação jurídica da lesão em leve, 
grave ou gravíssima não será de competência do perito médico-legista.Comentários: A assertiva está CORRETA. 
 
2. (2017 – FCC – POLITEC-AP - Perito Médico Legista) Durante tentativa de assalto na rua de sua 
residência, P.H.Y., 21 anos, sofreu ferimento por faca de cozinha na região inframamária à direita. 
Procurou por atendimento médico no mesmo dia da ocorrência, tendo sido submetida à 
tomografia computadorizada de tórax e sutura da lesão, recebendo alta hospitalar após quatro 
horas do atendimento inicial. Retornou ao trabalho após três dias. O Perito Médico Legista 
realizou exame de lesão corporal após cinco dias dos fatos, tendo constatado ferida suturada de 3 
cm em região inframamária à direita, sem outros comemorativos. Desse modo, o Perito Médico 
Legista deve concluir que ocorreu lesão corporal 
a) grave por perigo de vida. 
b) gravíssima por ter ocorrido intenção de matar. 
c) leve. 
d) grave por incapacidade para ocupações habituais. 
e) gravíssima por deformidade permanente. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. Perceba que houve o suturamento da lesão, em 5 
dias, sem outros comemorativos. 
 
3. (2019 – AOCP – PC ES – Médico Legista) De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, 
assinale a alternativa correta. 
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A) Perigo de vida não é considerado lesão corporal. 
B) Aborto é lesão corporal de natureza grave. 
C) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as ocupações habituais por 20 dias se 
enquadra nesse art. 129 do CPB. 
D) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave. 
E) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. por eliminação dá para chegar a resposta, mas já 
adianto que o caput do art. 129 é lesão corporal leve. Se a incapacidade é inferior a 30 dias temos uma lesão 
corporal leve. 
 
4. (2017 – POLITEC-AP – FCC – Médico Legista) De acordo com o artigo 129 do Código Penal 
brasileiro, lesão corporal é a ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser 
classificada em leve, grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas 
abaixo. 
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias serão 
consideradas graves. 
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão consideradas graves. 
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas. 
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves. 
Está correto o que se afirma em 
A) I, II, III e IV. 
B) I, apenas. 
C) IV, apenas. 
D) III, apenas. 
E) I e III, apenas. 
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Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão. Será grave quando a lesão resultar em incapacidade 
para as ocupações habitacionais por mais de 30 dias; perigo de vida; debilidade permanente de membro, 
sentido ou função; e aceleração de parto. 
 
5. (2018 – CESPE – PC-MA - Médico Legista) Em uma emboscada, Jonas foi esfaqueado e, em 
consequência, sofreu um hemotórax do lado esquerdo. No hospital, ele foi tratado com colocação 
de dreno e subsequente drenagem torácica do lado atingido, tendo de ficar internado por seis 
dias, após os quais recebeu alta e um atestado com recomendação de licença médica por dez dias. 
No entanto, Jonas ficou com sequelas, como perda parcial e temporária da função do pulmão 
esquerdo e debilidade residual permanente da função respiratória devido a cicatriz pulmonar. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o art. 129 do Código Penal, a lesão sofrida por Jonas é 
caracterizada como 
a) grave, pois houve perda parcial e temporária da função de um dos pulmões. 
b) gravíssima, pois houve debilidade residual permanente da função respiratória devido à cicatriz pulmonar. 
c) gravíssima, pois a emboscada qualifica a tentativa de homicídio. 
d) leve, pois não o incapacitou por mais de trinta dias das ocupações habituais. 
e) grave, pois a lesão do hemotórax esquerdo ofereceu perigo à vida da vítima. 
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão. O perigo de vida, trata-se da probabilidade concreta 
e objetiva de êxito letal próximo. O perigo de vida é uma situação atual, ou surgida no curso de processo 
patológico, consequente à ofensa, em que, pelo estado do ofendido, há o perigo de morte, se não for socorrido 
adequadamente em tempo hábil. 
 
6. (2018 - PC MA – CESPE – Médico Legista) Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou Júlio. 
Nessa situação hipotética, Mário responderá por lesão corporal de natureza grave se tiver 
A) causado a morte de Júlio em circunstâncias que evidenciem que Mário assumiu o risco de produzir o 
resultado. 
B) provocado a incapacitação de Júlio para ocupações habituais, como, por exemplo, o trabalho e o estudo, 
por quinze dias. 
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C) provocado em Júlio debilidade permanente de função, como, por exemplo, a redução da capacidade 
mastigatória pela perda dentária. 
D) ofendido a integridade corporal de Júlio, causando-lhe diversas escoriações no corpo. 
E) causado a morte de Júlio, ainda que em circunstâncias que evidenciem que Mário não queria matá-lo. 
Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. A função pode manifestar-se através de 
movimentos, como a mastigação que é o caso da questão. 
 
7. (2019 – AOCP – PCES – Médico Legista) Um indivíduo sofreu uma lesão e teve a capacidade de 
movimentar a perna direita reduzida em 95%. De acordo com o art. n° 129 do Código Penal 
Brasileiro, em qual classificação o caso se encaixa mais especificamente? 
A) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
B) Deformidade permanente. 
C) Perigo de vida. 
D) Lesão corporal grave. 
E) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
Comentários: A alternativa E é o gabarito da questão. Trata-se de uma lesão corporal gravíssima. 
 
8. (2018 – FUMARC – PC MG – Delegado de Polícia) De acordo com o Artigo 129 do Código Penal 
Brasileiro, trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima: 
A) Aceleração de parto. 
B) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
C) Deformidade permanente. 
D) Perigo de vida. 
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Comentários: A alternativa C é o gabarito da questão. A doutrina menciona que qualificadora está ligada à 
estética. Por isso, é posição majoritária a exigência de ser a lesão visível, causadora de constrangimento ou 
vexame à vítima, e irreparável. 
 
9. (Delegado de Polícia – MA - FCC) Em face da Medicina Legal é correto afirmar que 
A) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza gravíssima, a constatação pericial 
de: Incapacidade permanente para o trabalho; Perda de membro, sentido ou função; Enfermidade incurável; 
Deformidade permanente; Aborto. 
B) são elementos para se classificar uma lesão corporal como de natureza grave, a constatação pericial de: 
Incapacidade para o trabalho por mais de trinta dias; Perigo de Vida; Debilidade temporária de membro, 
sentido ou função; Aceleração do Parto. 
C) de acordo com a Doutrina Médico-Legal brasileira, as Lesões Corporais são classificadas, quanto aos seus 
graus, em Levíssima, Leve, Grave, Gravíssima e Lesão Corporal Seguida de Morte. 
D) o dano estético é classificado, de acordo com a Doutrina Médico-Legalbrasileira, em leve, grave e 
gravíssima. 
E) o aborto pode ser enquadrado como lesão corporal de natureza grave ou como de natureza gravíssima, na 
dependência de ter ou não havido concordância da vítima na sua perpetração. 
Comentários: A alternativa A é o gabarito da questão. Vejamos quando uma lesão corporal será 
gravíssima: 
" Art. 129 (...) § 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
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10. (VUNESP – PC SP – Papiloscopista Policial) O crime de lesão corporal seguida de morte 
caracteriza-se quando 
A) da ação culposa de lesão advém o resultado morte. 
B) da conduta resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo. 
C) a vítima ou seu precário estado de saúde contribuem para o resultado morte, que era desejado pelo agente. 
D) o agente assumiu o risco de produzir o resultado mais grave, embora não o desejasse. 
E) o agente, num primeiro momento, deseja lesionar, mas num segundo momento passa a agir para obter o 
resultado morte. 
Comentários: A alternativa B é o gabarito da questão. Se da lesão corporal resultar morte e as 
circunstâncias evidenciarem que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo, responderá 
por lesão corporal qualificada pelo resultado morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
1. C 
2. C 
3. C 
4. B 
5. E 
6. C 
7. E 
8. C 
9. A 
10. B 
 
 
 
 
 
 
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