Buscar

AULAS - DIREITO DO CONSUMIDOR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DO CONSUMIDOR – PROF ADILSON 
 
 
03 MARÇO DE 2020 – TERÇA-FEIRA 
 
Art. 3 CF – Justa (envolve relações de consumo); 
Cadastro positivo / Lei da ação civil pública / Estatuto do torcedor / lei geral de proteção de 
dados 
Teoria do diálogo das normas: utilizar todas as regras que abordam o tema específico que no 
caso é o CONSUMIDOR; 
 
Ministério público promova uma ação coletiva em favor de um grupo de pessoas; 
 
10 MARÇO DE 2020 – TERÇA-FEIRA 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
• ELEMENTOS SUBJETIVOS: 
o CONSUMIDOR = art. 2° § único (fático econômico); 
▪ consumidores por equiparação 
o FORNECEDOR – é um sentido muito amplo; (art. 3°CDC) 
 
• ELEMENTOS OBJETIVOS: 
o PRODUTOS 
o SERVIÇOS 
 
• ELEMENTO FINALÍSTICO: 
o DESTINAÇÃO FINAL 
 
❖ Vulnerável = vulnerabilidade (lei material) ≠ hipossuficiência (direito processual) 
❖ PJ = teoria finalista e STJ ampliou entendimento sobre a vulnerabilidade 
❖ PRODUTO – ART. 3° §1° / SERVIÇO – ART. 3° §2° 
 
 
 
AULA 31/03/20 – VÍCIO E DEFEITO NO CDC 
 
O Código de Defesa do Consumidor (CDC-lei 8.078/90), em termos conceituais, estabeleceu uma confusão 
ao pretender, como fez, utilizar dois termos distintos: "defeito" e "vício". 
Os vícios são tratados nos arts. 18 a 20 do CDC 
Os defeitos são tratados nos arts. 12 a 14 do CDC 
Para entender "defeito" no CDC é necessário antes conhecer o sentido de "vício". 
 
►Vício 
O termo "vício" lembra vício redibitório, instituto do direito civil que tem com ele alguma semelhança na 
condição de vício oculto, mas com ele não se confunde. Até porque é regra própria do sistema do CDC. 
São considerados vícios as características de qualidade ou quantidade que tornem os produtos ou serviços 
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminuam o valor. 
Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações 
constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária. 
Os vícios, portanto, são os problemas que, por exemplo: 
a) fazem com que o produto não funcione adequadamente, como um liquidificador que não gira; 
b) fazem com que o produto funcione mal, como a televisão sem som, o automóvel que “morre” toda 
hora etc.; 
c) diminuam o valor do produto, como riscos na lataria do automóvel, mancha num vestido ou num 
terno etc.; 
d) não estejam de acordo com informações, como o vidro de mel de 500 ml que só tem 400 ml; o saco 
de 5 kg de açúcar que só tem 4,8 kg; o caderno de 200 páginas que só tem 180 etc.; 
e) façam os serviços apresentarem características com funcionamento insuficiente ou inadequado, 
como o serviço de desentupimento que no dia seguinte faz com que o banheiro alague; o carpete 
que descola rapidamente; a parede mal pintada; o extravio de bagagem no transporte aéreo etc. 
Os vícios podem ser aparentes ou ocultos. 
Os aparentes ou de fácil constatação, como o próprio nome diz, são aqueles que aparecem no singelo uso 
e consumo do produto (ou serviço). 
Ocultos são aqueles que só aparecem algum ou muito tempo após o uso e/ou que, por estarem 
inacessíveis ao consumidor, não podem ser detectados na utilização ordinária. 
 
Vejamos as previsões legais: 
 Vejamos as previsões legais: 
 Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao 
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da 
disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem 
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
 § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; 
 III - o abatimento proporcional do preço. 
 § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo 
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, 
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do 
consumidor. 
 § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em 
razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou 
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. 
 § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo 
possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo 
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do 
disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo. 
 § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o 
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. 
 § 6° São impróprios ao uso e consumo: 
 I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; 
 II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, 
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas 
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; 
 III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. 
 Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre 
que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às 
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, 
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
 I - o abatimento proporcional do preço; 
 II - complementação do peso ou medida; 
 III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos 
vícios; 
 IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos. 
 § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior. 
 § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o 
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. 
 Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao 
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as 
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
 I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; 
 III - o abatimento proporcional do preço. 
 § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por 
conta e risco do fornecedor. 
 § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles 
se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. 
 
 
►Defeito 
O defeito, por sua vez, pressupõe o vício. Há vício sem defeito, mas não há defeito sem vício. O vício é uma 
característica inerente, intrínseca do produto ou serviço em si. 
O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que 
causaum dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade 
errada, a perda do valor pago — já que o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam. 
O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou 
moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor. 
●Logo, o defeito tem ligação com o vício, mas, em termos de dano causado ao consumidor, é mais 
devastador. 
●Temos, então, que o vício pertence ao próprio produto ou serviço, jamais atingindo a pessoa do 
consumidor ou outros bens seus. 
 
●O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico mais 
amplo (seja moral, material, estético ou da imagem). 
 
●Por isso, somente se fala propriamente em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de 
defeito, pois é aí que o consumidor é atingido. 
 
Vejamos as previsões legais: 
 Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, 
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
 I - sua apresentação; 
 II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
 III - a época em que foi colocado em circulação. 
 § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido 
colocado no mercado. 
 § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando 
provar: 
 I - que não colocou o produto no mercado; 
 II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
 III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
 Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: 
 I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; 
 II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou 
importador; 
 III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
 Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de 
regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. 
 
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem 
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
 § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, 
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
 I - o modo de seu fornecimento; 
 II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
 III - a época em que foi fornecido. 
 § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 
 § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
 I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
 II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de 
culpa. 
 
◙ Vejamos agora dois exemplos que elucidam a diferença entre vício e defeito. 
 
►Exemplo 1 
Dois consumidores vão à concessionária receber seu automóvel zero-quilômetro. Ambos saem dirigindo seu 
veículo alegremente. Os consumidores não sabem, mas o sistema de freios veio com problema de fábrica. 
Aquele que sai na frente passa a primeira esquina e segue viagem. No meio do quarteirão seguinte, pisa no 
freio e este não funciona. Vai, então, reduzindo as marchas e com sorte consegue parar o carro 
encostando-o numa guia. 
O segundo, com menos sorte, ao atingir a primeira esquina, depara com o semáforo no vermelho. Pisa no 
freio, mas este não funciona. O carro passa e se choca com outro veículo, causando danos em ambos os 
carros. 
O primeiro caso, como o problema está só no freio do veículo, é de vício. No segundo, como foi além do 
freio do veículo, causando danos não só em outras áreas do próprio automóvel como no veículo de 
terceiros, trata-se de defeito. 
►Exemplo 2 
Um consumidor compra uma caixinha longa-vida de creme de leite. Ao chegar em casa, abre-a e vê que 
o produto está embolorado. É vício, pura e simplesmente. 
Outro compra o mesmo creme de leite. Abre a caixa em casa, mas o faz com um corte lateral. Prepara um 
delicioso strogonoff e serve para a família. Todos têm de ser hospitalizados, com infecção estomacal e 
intestinal. É caso de defeito. 
É, portanto, pelo efeito e pelo resultado extrínseco causado pelo problema que se poderá detectar o 
defeito. 
 
►DIFERENÇAS QUANTO AS CONSEQUÊNCIAS 
No caso de vício de um produto ou serviço, o consumidor terá até 30 dias para ter o seu vício sanado, caso 
contrário, poderá optar pela substituição do produto da mesma espécie, restituição da quantia paga, 
corrigido monetariamente ou abatimento proporcional do preço. 
 
Já no defeito do produto, o consumidor não tem a possibilidade de trocar ou substituir o produto, mas sim 
de ser indenizado por danos materiais ou morais que vier a sofrer. 
 
 
►CASOS PRÁTICOS 
 
=► Decisões recentes do TJPr que se baseiam no vício do produto (características de qualidade ou 
quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam 
e também que lhes diminuam o valor): 
 
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALOR PAGO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. VÍCIO DO PRODUTO. SOM AUTOMOTIVO. AUSÊNCIA DE SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA NO PRAZO 
DE 30 (TRINTA) DIAS. DIREITO DO CONSUMIDOR EM OPTAR PELA RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO. ART. 18, 
§ 1º, DO CDC. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EVIDENCIADA. DANO MORAL (...) SENTENÇA 
PARCIALMENTE REFORMADA. Recurso conhecido e parcialmente provido. 
(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0000897-41.2017.8.16.0186 - Ampére - Rel.: Juiz Nestario da Silva Queiroz - J. 
16.03.2020) 
 
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. VÍCIO DO 
PRODUTO. APARELHO CELULAR COM MAU FUNCIONAMENTO. (...) ASSISTÊNCIA TÉCNICA QUE NÃO 
SANOU O VÍCIO. AUSÊNCIA DE RESTITUIÇÃO DO APARELHO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
CONFIGURADA. ENTREGA DO BEM DEVIDA. DANO MORAL CONFIGURADO. (...) SENTENÇA 
PARCIALMENTE REFORMADA. 
(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0001383-24.2018.8.16.0143 - Reserva - Rel.: Juiz Nestario da Silva Queiroz - J. 
16.03.2020) 
 
Vejam que em ambos os casos de VÍCIO DO PRODUTO, havia apenas mau funcionamento do produto. 
 
 
=► Decisões recentes do TJPr que se baseiam no defeito do produto (problemas que geram danos ao 
patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor - um dano maior que 
simplesmente o mau funcionamento) 
 
RECURSOS INOMINADOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUEIMADURA CAUSADA POR 
APARELHO CELULAR. DEFEITO NO PRODUTO. INCIDÊNCIA DO ART. 12, § 1º, INCISO II, DO CDC. DANO 
MORAL CONFIGURADO. FIXADO EM R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) QUEQUANTUM COMPORTA 
MINORAÇÃO PARA R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS). VALOR QUE ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE, BEM COMO AOS PARÂMETROS ADOTADOS POR ESTA TURMA 
RECURSAL. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 
(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0007532-35.2017.8.16.0090 - Ibiporã - Rel.: Juiz Nestario da Silva Queiroz - J. 
27.03.2020)RECURSOS INOMINADOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ACIDENTE DE CONSUMO. (...) 
DEFEITO NA CHAPA DE FAZER LANCHES. CONSUMIDORA QUE TEVE LESÕES EM SEU DEDO DA MÃO 
DIREITA AO UTILIZAR O PRODUTO FABRICADO PELA RÉ. RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DO CONSUMIDOR. 
QUANTUM INDENIZATÓRIO ARBITRADO EM R$ 7.000,00 (SETE MIL REAIS) (...) SENTENÇA PARCIALMENTE 
REFORMADA. 
(TJPR - 1ª Turma Recursal - 0030782-76.2018.8.16.0021 - Cascavel - Rel.: Juiz Nestario da Silva Queiroz - 
J. 16.03.2020) 
 
 
Vejam que em ambos os casos de DEFEITO NO PRODUTO, além do mau funcionamento do produto, houve 
outras e graves consequências para os consumidores. 
 
 
Vícios e defeitos no CDC – conteúdo meu tirado vídeo aula 
 
• O CDC trata com bastante distinção o defeito e o vício, pois cada um trata-se de um sentido 
diferente perante o CDC; 
• Na grande maioria das vezes o que se pleiteia no CDC por um produto é um vício; 
• Os vícios estão tratados nos arts. 18, 19, 20 do CDC = podemos definir vício sendo qualquer 
problema na qualidade ou características que torne o produto ou serviço adquirido impróprio ou 
inadequado; também é tratado como vício o que diz respeito a conter no recipiente, no invólucro; 
podemos definir como problemas mais simples a serem tratados; os vícios podem ser aparentes ou ocultos; 
• Os defeitos estão tratados nos arts. 12, 13,14 do CDC = o defeito pressupõe o vício, é o vício e algo a 
mais, ou seja, se o vício é um problema, o defeito é um problema agravado; 
• O VÍCIO ele é exclusivo do produto, já o DEFEITO ele está no produto, porém ele gera consequência 
para o consumidor ou a terceiros; 
• ACIDENTE DE CONSUMO, normalmente está se falando de defeito; 
ATIVIDADE: 
 
Com base na aula, cite 03 hipóteses (exemplos) de VÍCIOS de produtos ou serviços e 03 hipóteses 
(exemplos) de DEFEITOS de produtos ou serviços 
 
Vícios: 
➢ 
 
 
AULA 07/04/20 – PRÁTICAS ABUSIVAS NO CDC 
Para se compreender o significado de prática abusiva, é necessário que antes pensemos na questão do 
abuso do direito. 
►O abuso do direito 
Com efeito, a ideia da abusividade tem relação com a doutrina do abuso do direito. A constatação de que 
o titular de um direito subjetivo pode dele abusar no seu exercício acabou levando o legislador a tipificar 
certas ações como abusivas1. 
A prática real do exercício dos vários direitos subjetivos acabou demonstrando que, em alguns casos, não 
havia ato ilícito, mas era o próprio exercício do direito em si que se caracterizava como abusivo. A teoria do 
abuso do direito, então, ganhou força e acabou preponderando. 
Pode-se definir o abuso do direito como o resultado do excesso de exercício de um direito, capaz de causar 
dano a outrem. Ou, em outras palavras, o abuso do direito se caracteriza pelo uso irregular e desviante do 
direito em seu exercício, por parte do titular2. 
Assim, por exemplo, abusa do direito o patrão que ameaça mandar embora o empregado sem justa causa 
caso ele não se comporte de certa forma3. 
A legislação brasileira, adotando a doutrina do abuso do direito, acabou regulando uma série de ações e 
condutas que outrora eram tidas como práticas abusivas. 
E o exemplo próprio disso são as normas do CDC, que proíbem o abuso e nulificam cláusulas contratuais 
abusivas. 
A abusividade do exercício do direito, transformada pela lei 8.078 em norma tipificada com conduta ilícita 
aparece em várias seções. 
 
►Práticas abusivas em geral 
A lei 8.078 tratou especificamente de regular as práticas abusivas em três artigos: 39, 40 e 41. Mas apenas no 
art. 39 as práticas que se pretendem coibir, e que lá são elencadas exemplificativamente, são mesmo 
abusivas. O art. 40 regula o orçamento e o art. 41 trata de preços tabelados. 
É claro que a não entrega do orçamento e a violação do sistema de preços controlados são também 
consideradas práticas abusivas. Porém, a organização do texto não foi muito boa. 
A rigor, as chamadas práticas abusivas previstas no art. 39 têm apenas um elenco mínimo ali estampado. Há 
outras espalhadas pelo CDC. 
Por exemplo: 
= a desconsideração da personalidade jurídica em caso de abuso do direito (art. 28), 
= a cobrança constrangedora (que é regulada no art. 42, c/c o art. 71), 
= a “negativação” nos serviços de proteção ao crédito de maneira indevida (que o art. 43 regulamenta), 
= o anúncio abusivo e enganoso, previsto nos parágrafos do art. 37 etc. 
►Práticas abusivas objetivamente consideradas 
As chamadas "práticas abusivas" são ações e/ou condutas que, uma vez existentes, caracterizam-se como 
ilícitas, independentemente de se encontrar ou não algum consumidor lesado ou que se sinta lesado. 
São ilícitas em si, apenas por existirem de fato no mundo fenomênico. 
Práticas comerciais abusivas são comportamentos desleais realizadas pelos fornecedores e prestadores de 
serviços, consideradas como violadoras do CDC, de forma que tais atos lesionam efetivamente os 
consumidores finais. 
https://www.migalhas.com.br/depeso/250123/praticas-comerciais-abusivas
Assim, para utilizarmos um exemplo bastante conhecido, se um consumidor qualquer ficar satisfeito por ter 
recebido em casa um cartão de crédito sem ter pedido, essa concreta aceitação sua não elide a 
abusividade da prática (que está expressamente prevista no inciso III do art. 39). 
A lei tacha a prática de abusiva, portanto, sem que, necessariamente, seja preciso constatar-se algum dano 
real. 
Outra prática abusiva é a denominada de "venda casada". 
Conceitualmente, venda casada ocorre quando o consumidor só consegue adquirir um produto ou 
serviço condicionado a aquisição conjunta de outro produto e/ou serviço. 
Como exemplo, é patente a venda casada quando instituições de ensino, no momento da matrícula do 
aluno, exigem que o material escolar seja obrigatoriamente adquirido no seu estabelecimento comercial. 
Ou, quando as instituições financeiras subordinam ("exigem") a liberação de um empréstimo solicitado pelo 
correntista, à realização de um seguro de vida (óbvio no mesmo banco ou grupo econômico) 
 
►Práticas abusivas pré, pós e contratuais 
As chamadas práticas abusivas podem ser classificadas em: 
 
= "pré-contratuais", que, como o próprio nome diz, surgem antes de firmar-se o contrato de consumo, 
como aquelas que compõem a oferta ou a ação do fornecedor que pretende vincular o consumidor. 
No primeiro caso estão, por exemplo, a prática ilícita de condicionar o fornecimento de algum produto 
ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço, conhecida como operação casada4. 
Na segunda hipótese está, por exemplo, o envio do cartão de crédito sem que o consumidor tenha 
pedido, acima comentado. 
= A prática "pós-contratual" surge como ato do fornecedor por conta de um contrato de consumo 
preexistente. Como exemplo, tome-se a "negativação" indevida nos serviços de proteção ao crédito. 
= E a "contratual" é aquela ligada ao conteúdo expresso ou implícito das cláusulas estabelecidas no 
contrato de consumo. Tomem-se como exemplo todas as hipóteses de nulidade previstas no art. 51 e a 
do inciso IX do art. 39, que dispõe como abusiva a não estipulação de prazo para o cumprimento da 
obrigação pelo fornecedor. 
__________ 
1 No CDC isso vai refletir-se também no contrato, pois a lei tacha de nulas as cláusulas contratuais abusivas. 
2 O conceito de abuso do direito permitiu-me classificá-lo ao lado dos atos ilícitos no meu Manual de 
introdução ao estudo do direito (São Paulo: Saraiva, 16ª. Edição, 2019) nos seguintes termos: "De qualquer 
forma, preferimos situar o 'abuso do direito' numa posição ao lado do ato ilícito, mas com ele não se 
confundindo, porque o ato ilícito é figura típica, reconhecida pelo ordenamento jurídico, como tal. Já o 
'abuso' não é propriamente caracterizado pelo ordenamento jurídico, mas sim pelo exercício irregular de 
fato, concreto, de um direito, este reconhecido pelo ordenamento como direito. É, portanto, o exercício 
irregularque pode caracterizar o abuso do direito, que no ordenamento é regular. No caso do ato ilícito, 
a ilicitude já estava antes prevista como proibida e condenável". 
3 Claro que a hipótese pode ser capaz de gerar "despedida indireta". Mas o abuso nasce daí, do fato de 
o empregado não querer perder o emprego e por isso não se utilizar do recurso da despedida indireta. 
4 E prevista no inciso I do art. 39. 
 
Texto elaborado com base no artigo denominado O conceito de prática abusiva no Código de Defesa do 
Consumidor, publicado em 4 de abril de 2019, de autoria do Prof. Desembargador Rizzatto Nunes 
 
PREVISÕES NO CDC 
CDC - Das Práticas Abusivas 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro 
produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; 
 II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; 
 III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço; 
 IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, 
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; 
 V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
 VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do 
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; 
 VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no 
exercício de seus direitos; 
 VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com 
as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não 
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo 
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); 
 IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha 
a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados 
em leis especiais; 
 X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
 XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, 
quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 
 XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação 
de seu termo inicial a seu exclusivo critério. 
 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido. 
 XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número 
maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. 
 Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao 
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo 
obrigação de pagamento. 
 Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento 
prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem 
empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos 
serviços. 
 § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, 
contado de seu recebimento pelo consumidor. 
 § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente 
pode ser alterado mediante livre negociação das partes. 
 § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da 
contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio. 
 Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de 
controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais 
sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, 
monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do 
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 
 
JURISPRUDÊNCIAS RECENTES SOBRE O TEMA 
 
RECURSO INOMINADO. ENVIO DE CARTÃO BANCÁRIO SEM PRÉVIA SOLICITAÇÃO DO 
CONSUMIDOR. PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO NEGATIVA. DANO 
MORAL NÃO CARACTERIZADO. MANUTENÇÃO DO ARBITRADO NA SENTENÇA EM OBSERVÂNCIA 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas/1890-67.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9870.htm#art39xiii
AO QUANTUM PRINCÍPIO DO . SENTENÇA MANTIDANON REFORMATIO IN PEJUS POR SEUS PRÓPRIOS 
FUNDAMENTOS. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0060248-39.2018.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Juíza Fernanda Bernert 
Michelin - J. 10.12.2019) 
 
 
RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ENVIO DE CARTÃO BANCÁRIO SEM 
PRÉVIA SOLICITAÇÃO DO CONSUMIDOR. PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA. DANO MORAL 
CARACTERIZADO. INSCRIÇÃO INDEVIDA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. RECURSO DESPROVIDO. 1. Trata-
se de ação de repetição de indébito cumulada com pedido de indenização por danos morais, 
proposta em decorrência de envio de cartão de crédito sem solicitação expressa do consumidor 
e cobrança de tarifa de anuidade. O pedido inicial foi julgado procedente, condenando o réu 
a restituição em dobro do valor cobrado a título de anuidade e ao pagamento de indenização 
por danos morais no valor de R$1.000,00 pelo envio do cartão não solicitado. O réu manifesta 
contrariedade com a sentença. 
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0007554-40.2019.8.16.0182 - Curitiba - Rel.: Juiz Helder Luis Henrique 
Taguchi - J. 29.10.2019) 
 
 
AGRAVO INTERNO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO DE RECURSO INOMINADO. SUSPENSÃO POR 
AFETAÇÃO DA MATÉRIA. ARTIGO 1.040, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APLICAÇÃO 
DAS TESES FIRMADAS PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. 
REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. TARIFA DE AVALIAÇÃO DO BEM E REGISTRO DO 
CONTRATO. SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA. COBRANÇA ABUSIVA. DECISÃO AGRAVADA 
MANTIDA.1. A cobrança da tarifa de avaliação do bem e de registro do contrato revelam-se 
abusivas quando não demonstrada a efetiva prestação do serviço, implicando em 
enriquecimento sem causa da instituição financeira.2. É abusiva e ilegal a contratação de seguro 
de proteção financeira quando não respeitado o direito de opção do consumidor, configurando-
se venda casada, prática vedada pelo código de defesa do consumidor. AGRAVO CONHECIDO 
E DESPROVIDO 
(TJPR - 2ª Turma Recursal - 0001452-25.2013.8.16.0113 - Marialva - Rel.: Juiz Irineu Stein Júnior - J. 
03.04.2020) 
 
 
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. VENDA DE PRODUTO COM SEGURO. AUSÊNCIA DE 
INFORMAÇÕES CLARAS AO CONSUMIDOR. CONFIGURAÇÃO DE VENDA CASADA. ABUSIVIDADE. 
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 39, INCISO I, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDO. RESTITUIÇÃO 
REALIZADA ADMINISTRATIVAMENTE. MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO. 
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
(TJPR - 3ª Turma Recursal - 0001462-73.2019.8.16.0173 - Umuarama - Rel.: Juíza Denise 
Hammerschmidt - Rel.Desig. p/ o Acórdão: Fernanda Karam de Chueiri Sanches - J. 27.03.2020) 
 
 
APELAÇÃO CÍVEL. (...) PARTE QUE PRETENDIA CONTRATAR EMPRÉSTIMO CONSIGNADO E OBTEVE O 
NUMERÁRIO POR MEIO DE SAQUE EM CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. FALHA NO DEVER DE 
INFORMAÇÃO. MODALIDADE CONTRATADA QUE COLOCA O CONSUMIDOR EM DESVANTAGEM 
EXAGERADA. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 39, IV, V, E 51, IV E § 1º, DO CDC. NULIDADE DO 
CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. AUSÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE CARTÃO CRÉDITO. RETORNO 
DAS PARTES AO STATUS QUO ANTE. DEVER DA ADERENTE DE DEVOLVER OUCOMPENSAR OS 
VALORES RECEBIDOS PELO CONTRATO NULIFICADO, CORRIGIDOS MONETARIAMENTE. 
DEVOLUÇÃO SIMPLES DO INDÉBITO POR PARTE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ATÉ O LIMITE DOS 
SAQUES EFETUADOS, CORRIGIDOS MONETARIAMENTE. (...) DANOS MORAIS DECORRENTES DA 
CONDUTA DO BANCO. VERIFICAÇÃO. ATITUDE ALTAMENTE REPROVÁVEL DA INSTITUIÇÃO 
FINANCEIRA. OFERTA DE CONTRATO EXTREMAMENTE DESVANTAJOSO, EM DETRIMENTO DE 
CONTRATO SOLICITADO. QUANTUM FIXADO COM A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO BIFÁSICO. ÔNUS DA 
SUCUMBÊNCIA A SER INTEGRALMENTE SUPORTADOS PELO BANCO.APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA 
E PARCIALMENTE PROVIDA. 
(TJPR - 13ª C.Cível - 0035262-21.2018.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Desembargadora Rosana 
Andriguetto de Carvalho - J. 27.03.2020) 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nGwlcSmynvo&feature=emb_logo 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tcsP9iurLYE&feature=emb_logo 
 
 
• Prática abusiva não necessariamente é algo ilegal, ou seja, o abuso no exercício do direito; fere os 
princípios relativos à relação de consumo; ele ofende a vulnerabilidade e a boa fé do consumidor; 
• Estas práticas abusivas podem ser pré, pró ou pós contratuais; a prática abusiva pode ser praticada 
antes mesmo de se fechar um contrato; 
• Estas práticas abusivas estão elencadas no art. 39 e ali elenca de maneira não taxativa, as práticas 
desses 13 incisos, mas não só essas, ou seja, existe mais práticas além desses 13 incisos; 
• Art. 40 se refere da obrigatoriedade de se fazer o orçamento prévio; 
• Art. 41 que trata de tabelamento de preço; 
• Art. 28 desconsideração da personalidade jurídica, também é considerado prática abusiva; 
• Art. 42 e 71 – cobrança de dívida; 
• Art. 51 o contrato em si não pode ser abusivo, ele precisa estabelecer regras; 
 
 
ARTIGO 39 DO CDC: 
• Inciso I = este inciso trata da famosa venda casada, ou seja, a pessoa vende algo condicionado a 
adquirir outro no mesmo estabelecimento; outro assunto que trata este inciso é que o estabelecimento não 
pode limitar quantidade sem justo motivo; 
• Inciso II = neste caso se a pessoa tem condições financeiras de levar todo o estoque de um único 
produto deve então a loja atender o pedido do cliente; exemplo o taxista que se recusa a fazer uma viagem 
curta; 
• Inciso III = este inciso o exemplo típico é o caso do banco que te envia o cartão de crédito sem você 
ter solicitado; ou te envia um produto sem que você tenha solicitado, este tipo de caso não é venda é 
amostra grátis; 
• Inciso IV = neste caso é a situação clara que o consumidor é vulnerável, ou seja, o consumidor que 
não detém de conhecimento algum diante da negociação; 
• Inciso V = neste caso são aqueles contratos que possuem cláusulas abusivas, multas excessivas; 
• Inciso VI = em vez do prestador de serviço fazer o orçamento, ele já faz o serviço sem qualquer aviso 
prévio; 
• Inciso VII = é empresa que repassa informações depreciativa do cliente para outra empresa; 
• Inciso VIII = este inciso trata de uma clara proteção a saúde, segurança, e até a vida do consumidor; 
• Inciso IX = é quando o cliente quer efetuar o pagamento de forma a vista e o vendedor impõe o 
pagamento a prazo; para assim receber juros; 
• Inciso X = este inciso é o mais recorrente, extrema má fé; 
• Inciso XII = é aquele fornecedor que não informa quando será a data da entrega do produto; ou 
quando o serviço será realizado; 
• Inciso XIII = prevê juros ou multas não definidas em contrato ou em desacordo com a legislação 
vigente; 
• Inciso XIV = ele inciso foi acrescido depois de eventos catastróficos como o a boate Kiss; que trata de 
aglomeração de pessoas; regra de proteção a segurança do consumidor; 
 
 
AULA 14/04/20 – PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR 
https://www.youtube.com/watch?v=w6ElvrxQgC4&feature=emb_logo 
https://www.youtube.com/watch?v=0D6sXogCfnI&feature=emb_logo 
https://www.youtube.com/watch?v=_9EqRyXFrig&feature=emb_logo 
 
Proteção Contratual do Consumidor e Cláusulas Abusivas 
https://www.youtube.com/watch?v=nGwlcSmynvo&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=tcsP9iurLYE&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=w6ElvrxQgC4&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=0D6sXogCfnI&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=_9EqRyXFrig&feature=emb_logo
 
►INTRODUÇÃO AO TEMA 
O contrato é a principal expressão negocial do Direito, ou seja: o mais importante negócio jurídico, tendo 
em vista que pode ser a mola propulsora de inúmeras relações interpessoais, permitindo a troca de riquezas 
entre pessoas física e jurídicas, de direito público ou privado, de uma mesma área geográfica, ou de áreas 
geográficas totalmente diversas e distantes. 
Contudo, numa relação de consumo, o consumidor que é vulnerável acaba por ficar em situação de 
desvantagem diante de um fornecedor fortalecido técnica e economicamente. 
Desta forma, é justificada, a existência de regras e princípios contratuais específicos do direito consumerista, 
destinados a regular as trocas econômicas massificadas, buscando proteger a parte vulnerável, qual seja, 
aquela que adquire produtos ou utiliza serviços 
A proteção contratual do consumidor visa erigir a igualdade material ao seu mais alto grau, garantindo os 
direitos mínimos e básicos daquele que consome. 
 
►PRINCÍPIOS APLICÁVEIS 
A) Princípio da Transparência Máxima (boa-fé objetiva) =► os contratos devem ser redigidos de forma clara, 
facilitando a sua compreensão pelo consumidor, sendo obrigatório que seja dada a este consumidor a 
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo 
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se 
não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os 
respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e 
alcance 
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão 
de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia 
e adequadamente sobre: 
 I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
 II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
 III - acréscimos legalmente previstos; 
 IV - número e periodicidade das prestações; 
 V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não 
poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação. 
 § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, 
mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
 § 3º (Vetado). 
 Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno 
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor 
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto 
alienado. 
 § 1° (Vetado). 
 § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a 
restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem 
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao 
grupo. 
 § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente 
nacional. 
B) Princípio da Interpretação Mais Favorável ao Consumidor =► as cláusulas contratuais sempre serão 
interpretadas a em favor do consumidor em face da sua vulnerabilidade 
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
C) Princípio da Vinculação Obrigatória do que foi Pactuado =► As declarações de vontade vinculam o 
fornecedor, mesmo que não constem do contrato, mas apenas em escritos particulares(anotações, 
mensagens de whats, e-mails, recibos ou pré-contratos) relativos às relações de consumo 
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos 
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução 
específica, nos termos do art. 84 e parágrafos 
D) Princípio da Nulidade das previsões abusivas, desproporcionais ou leoninas =► As cláusulas contratuais 
relativas ao fornecimento de produtos e serviços serão nulas de pleno direito se forem abusivas ou se 
impuserem ao consumidor obrigações desproporcionais 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento 
de produtos e serviços que: 
 I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de 
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas 
relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá 
ser limitada, em situações justificáveis; 
 II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos 
neste código; 
 III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
 IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor 
em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; 
 V - (Vetado); 
 VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
 VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
 VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo 
consumidor; 
 IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o 
consumidor; 
 X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira 
unilateral; 
 XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja 
conferido ao consumidor; 
 XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que 
igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 
 XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do 
contrato, após sua celebração; 
 XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
 XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 
 XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
 § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 
 I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; 
 II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal 
modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
 III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
 § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando 
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das 
partes. 
 § 3° (Vetado). 
 § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério 
Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual 
que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre 
direitos e obrigações das partes. 
 
Obs.: a decretação de nulidade de uma cláusula não significa a nulidade de todo o contrato! 
►DIREITO DE ARREPENDIMENTO =►nas compras realizadas fora do estabelecimento comercial, o consumidor 
poderá, em até 07 dias, desistir do contrato 
 Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura 
ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento 
de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone 
ou a domicílio. 
 Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, 
os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, 
de imediato, monetariamente atualizados. 
 ►CONTRATOS DE ADESÃO =►Nos contratos de adesão o CDC exige uma redação clara e com 
caracteres legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo 12 (doze), de modo a facilitar sua 
compreensão pelo consumidor, sendo que as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor 
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela 
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou 
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
 § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
 § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, 
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. 
 § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres 
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar 
sua compreensão pelo consumidor. 
 § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas 
com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 § 5° (Vetado) 
 ►CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No estado democrático de direito, no qual se busca cada vez mais a correção das desigualdades fáticas 
e legais permeadas nas relações jurídicas da sociedade, torna-se relevante a necessidade de criação de 
mecanismos eficientes, pelos quais se possam melhorar a convivência. 
A relação de consumo, com clara desigualdade entre os polos, caracteriza-se como exemplo cotidiano da 
necessidade de adequar as forças relacionadas. 
O legislador pátrio, ao constatar a vulnerabilidade do consumidor na relação de consumo, buscou 
acertadamente, a criação de estruturas que permitam a proteção contratual do consumidor. 
As previsões constantes do CDC relativamente à proteção contratual, amparam, indiscutivelmente, o 
consumidor, equilibrando as relações de consumo, evitando um capitalismo selvagem e de relações 
predatórias. 
 
►SÚMULAS SOBRE O TEMA: 
SÚMULA N. 130 do STJ:. A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo 
ocorridos em seu estacionamento. 
SÚMULA 302 do STJ:. É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação 
hospitalar do segurado 
Súmula nº 381 do STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade 
das cláusulas.” 
 
Proteção Contratual e as Previsões no CDC 
 
CDC = CAPÍTULO VI 
Da Proteção Contratual 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
 Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes 
for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos 
forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
 Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
 Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos 
às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 
84 e parágrafos. 
 Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contrataçãode fornecimento de produtos e serviços 
ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
 Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, 
monetariamente atualizados. 
 Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. 
 Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira 
adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser 
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo 
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto 
em linguagem didática, com ilustrações. 
 
CDC = SEÇÃO II 
Das Cláusulas Abusivas 
 Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de 
produtos e serviços que: 
 I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer 
natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo 
entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações 
justificáveis; 
 II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste 
código; 
 III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
 IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; 
 V - (Vetado); 
 VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
 VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
 VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; 
 IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; 
 X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; 
 XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido 
ao consumidor; 
 XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito 
lhe seja conferido contra o fornecedor; 
 XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após 
sua celebração; 
 XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
 XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 
 XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
 § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 
 I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; 
 II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a 
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
 III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do 
contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
 § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua 
ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 
 § 3° (Vetado). 
 § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que 
ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto 
neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. 
 Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de 
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e 
adequadamente sobre: 
 I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
 II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
 III - acréscimos legalmente previstos; 
 IV - número e periodicidade das prestações; 
 V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser 
superiores a dois por cento do valor da prestação. 
 § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante 
redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
 § 3º (Vetado). 
 Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, 
bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que 
estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, 
pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado. 
 § 1° (Vetado). 
 § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das 
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a 
fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. 
 § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional. 
CDC = SEÇÃO III 
Dos Contratos de Adesão 
 Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade 
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o 
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
 § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. 
 § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a 
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. 
 § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e 
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo 
consumidor. 
 § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com 
destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. 
 § 5° (Vetado) 
 
 
AULA 28/04/20 – QUESTÕES PARA REVISÃO RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
https://www.youtube.com/watch?v=2mbonExZia4&feature=emb_logo 
https://www.youtube.com/watch?v=9ipkaEGuu7Q&feature=emb_logo 
https://www.youtube.com/watch?v=kQ4j3fOKLBY&feature=emb_logo 
https://www.youtube.com/watch?v=pul4JZz-gec&feature=emb_logo 
 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
1) Por que se diz que o Código de Defesa do Consumidor integra um microssistema normativo, e o 
que significa isto? 
= Esta expressão se refere ao fato de que o Código de Defesa do Consumidor integra um conjunto de normas de proteção das 
Relações de \consumo. 
= Entre elas estão: 
- o próprio CDC 
- a Lei 8.137/90 - Lei dos crimes contra a ordem econômica e contra as relações de consumo. 
https://www.youtube.com/watch?v=2mbonExZia4&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=9ipkaEGuu7Q&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=kQ4j3fOKLBY&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=pul4JZz-gec&feature=emb_logo
- Lei 10.671/2003 - Estatuto de Defesa do Torcedor 
- Lei 12.414/2011 - Cadastro Positivo 
- Lei 7.347/85 - Lei da Ação Civil Pública 
- Lei nº 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, 
- outras 
 
Obs.: são característica deste microssistema: 
a) Normas próprias 
b) Princípiospróprios 
c) Regras interpretativas próprias 
 
entendimento meu tirado da vídeo aula: 
• O CDC é a principal norma do Direito do Consumidor, mas ela não é única, é um conjunto de regras; é um micro 
sistema inteiro de proteção; normas próprias e regras de interpretação própria, isso significa que quando nós utilizando de uma 
relação de consumo sempre interpretaremos de maneira favorável ao consumidor; 
 
2) O que significa a expressão "RELAÇÃO DE CONSUMO" e qual a importância disto??? 
Relação de consumo é aquela relação que se forma tendo como PARTES o consumidor (como destinatário final) e o 
fornecedor, e como OBJETO um produto ou serviço 
- Elementos subjetivos da relação de consumo - consumidor e fornecedor 
- Elementos objetivos da relação de consumo - produtos ou serviços 
- Elemento Finalístico - destinação final 
 
Importância: para que seja possível aplicar as regras previstas no CDC, é essencial a caracterização de uma relação de 
consumo; 
 
entendimento meu tirado da vídeo aula: 
• A primeira análise que um juiz faz quando ele esta diante daquilo que parece ser uma relação protegida pelo micro 
sistema do consumidor, ele analisa se há um consumidor e um fornecedor, há um produto ou serviço que foi transacionado, e 
se este consumidor adquiriu este bem como destinatário final; se todos estes elementos estiverem caracterizados tem ai a 
RELAÇÃO DE CONSUMO, daí então se aplica as normas do conjunto normativo do consumidor. 
 
3) O que significa e o que representa a TEORIA FINALISTA? 
adota-se a TEORIA FINALISTA para definir "consumidor", ou seja, o consumidor deve ser o destinatário final fático e econômico 
do bem. 
CDC Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
 
➔ Obs.: Em relação às pessoas jurídicas, adota-se a teoria finalista temperada (ou teoria finalista mitigada, ou, teoria 
finalista mista), sendo necessário a análise de cada caso concreto, avaliando se há ou não relação direta com a atividade da 
empresa, e para saber se a empresa é vulnerável ou não em relação à empresa fornecedora. 
 
entendimento meu tirado da vídeo aula: 
• A ideia de Teoria finalista adotada no Brasil trás consigo por ser o consumidor como destinatário final, para que se 
caracterize a relação de consumo, há esta necessidade do consumidor ser o destinatário final. 
• No Brasil entende-se que pessoa jurídica também pode ser consumidor final, diferente de muitos países que não 
interpretam desta forma; desde que esta pessoa jurídica se enquadre no conceito vulnerável na relação de consumo; 
• A pessoa física sempre é considerado vulnerável; já a pessoa jurídica precisa provar que é vulnerável; 
 
4) A expressão "CONSUMIDOR" tem mais de um conceito??? 
Existem 04 (quatro) conceitos de consumidor: um conceito fundamental (padrão), e 03 (três) conceitos de consumidor por 
equiparação 
Vejamos: 
a) Consumidor em sentido próprio / estrito (conceito padrão/fundamental) 
Previsão no art. 2º, caput, do CDC – Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
➔ O CDC aceita a PJ consumidora (diversos países não aceitam). 
 
 
b) Consumidor em sentido coletivo 
Art. 2º, parágrafo único – é consumidor por equiparação a coletividade, determinável ou indeterminável, que atue em relação 
de consumo. 
- O ponto de partida da extensão do campo de aplicação do CDC é a observação de que muitas pessoas, mesmo não sendo 
consumidores stricto sensu, podem ser atingidas ou prejudicadas pelas atividades dos fornecedores no mercado. 
- Apesar de não se caracterizar como consumidor stricto sensu, a criança, filha do adquirente, que ingere produto defeituoso e 
vem a adoecer por fato do produto, é consumidor-equiparado e se beneficia de todas as normas protetivas do CDC aplicáveis 
ao caso 
➔ Quem defende a coletividade de consumidores, em regra, são os legitimados das ações civis públicas (art. 82). Se a 
coletividade for determinável, o interesse é coletivo, se for indeterminável, o interesse será difuso. 
➔ É plenamente possível que cada um dos consumidores lesados ingresse em juízo individualmente (consumidor em 
sentido próprio – art. 2º caput). 
 
 
c) Consumidor by stander 
Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento (art. 17), quando houver fato do produto ou do serviço. 
- Basta ser vítima de um produto ou serviço para ser privilegiado com a posição de consumidor legalmente protegido pelas 
normas sobre responsabilidade objetiva pelo fato do produto presentes no CDC. 
- Não é necessário ser destinatário final, ser consumidor concreto, basta o acidente de consumo oriundo deste defeito do produto 
e do serviço que causa o dano. 
 
➔ Trata-se, portanto, da vítima do acidente de consumo (embora não tenha sido aquele que adquiriu ou utilizou o serviço, 
é um terceiro à relação de consumo). Ex.: pessoa que trabalhava em local atingido por acidente aéreo (aqueles que viajavam 
no avião são os consumidores padrões). 
 
 
d) Consumidor em sentido amplo / exposto / abstrato 
Art. 29, caput – equipara-se a consumidor aqueles pessoas, determinadas ou não, expostas às práticas comerciais. 
- Aqueles expostos às práticas abusivas, mesmo não sendo consumidores stricto sensu, poderão utilizar as normas especiais do 
CDC, seus princípios, sua ética de responsabilidade social no mercado, sua nova ordem pública, para combater as práticas 
comerciais abusivas. 
➔ Protege-se a pessoa como consumidora desde o momento em que há exposição a uma abusividade, ainda que não 
tenha relação direta com ela. 
➔ Novamente, trata-se de direito de consumidor que somente poder ser defendido pelos legitimados da ACP. 
➔ Ex: Promotor entra com ACP em relação a um Banco. Requer obrigação de não fazer (deixar de inserir nos contratos 
futuros as cláusulas abusivas). Nesse momento, tutela-se o consumidor em sentido amplo, ou seja, as pessoas expostas à 
abusividade (art. 29) 
 
entendimento meu tirado da vídeo aula: 
• Art. 29 = pessoas expostas às práticas comerciais; (ação civil pública); 
• Art. 17 = vítimas do evento; 
• Art. 2º § único = por equiparação a coletividade; 
 
5) Para o CDC o que é FORNECEDOR??? 
- O conceito de fornecedor está previsto no art. 3º, caput, do CDC: 
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
→ Percebe-se que o conceito de fornecedor é bastante amplo. 
→ Deste modo, não apenas o fabricante ou o produtor originário são fornecedores, mas, também, todos os intermediários e 
ainda, o comerciante. Desde que façam disso as suas atividades principais ou profissões, serão tratados pela lei como 
fornecedores. 
 
6) Cite e explique 03 princípios ligados às relações de Consumo. 
 
1) Princípio da Vulnerabilidade - Art. 4º, I, CDC 
Diz respeito ao reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor diante do fornecedor. Esta vulnerabilidade se manifesta de 
forma tríplice: vulnerabilidade técnica, vulnerabilidade econômica e vulnerabilidade fática. 
Lembrando: Vulnerabilidade é diferente de hipossuficiência! A vulnerabilidade reconhece que o consumidor é frágil e fraco; e 
é presumida por lei. 
A hipossuficiência é o plus: envolve o desconhecimento sobre o produto, fator econômico e outros quesitos mais complexos da 
alçada do fornecedor, no âmbito processual. 
 
2) Princípio do Dever Estatal de Proteção ao Consumidor - Art. 4º, II, CDC 
Não basta ao Estado, uma vez reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor perante o fornecedor, apenas editar leis. 
Ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: 
a) Por iniciativa direta e a presença do Estado no mercado de consumo (PROCONs, por exemplo);b) Por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas (ABDC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR, OU, o RECLAME AQUI, por exemplo); 
c) Pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e 
desempenho (INMETRO, por exemplo). 
d) Pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e 
desempenho. 
Este princípio garante ao consumidor uma garantia de proteção em relação ao mercado de consumo, ou seja, dá 
poderes ao Estado para desenvolver e promover padrões de qualidade e de segurança adequados, garantindo a 
durabilidade e desempenho do produto ou serviço. 
Uma relação no sistema tradicional poderia causar ao consumidor frustações e prejuízos, posto que o fornecedor é 
quem elabora o contrato unilateralmente, podendo este redigi-lo da forma mais benéfica à ele, afastando garantias e 
direitos contratuais que a lei supletiva civil permite. 
As normas do Código de Defesa do Consumidor e a atuação estatal têm o condão de proteger e garantir essa 
confiança do consumidor no vínculo contratual, principalmente na execução contratual, se este atingiu a destinação 
pretendida pelo consumidor, bem como a segurança do produto ou serviço. 
 
3) Princípio da Informação 
Cabe não só ao Estado, mas também às entidades de defesa do consumidor, educar e informar o consumidor acerca de seus 
direitos, com vistas à melhoria do mercado de consumo. É que quanto maior for o grau de informação e educação existente, 
menor será o índice de conflitos nas relações de consumo e, com isso, criar-se-ia uma sociedade mais justa e equilibrada, uma 
vez que isto se trata de um dos objetivos da República Federativa do Brasil - artigo. 3º, I, da Constituição Federal. 
Segundo a doutrina, a obrigação legal de informação no CDC tem amplo espectro, pois não se limita ao contrato, abrangendo 
também qualquer situação na qual o consumidor manifeste seu interesse em adquirir um produto ou requerer um serviço. 
Para que seja promovida a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, o CDC estabelece, em seu artigo 4º, que 
os consumidores devem ter as necessidades atendidas com respeito à sua dignidade, saúde e segurança, proteção de seus 
interesses econômicos, melhoria da sua qualidade de vida, transparência e harmonia das relações de consumo. 
No artigo 6º, o CDC prevê como direito básico do consumidor a obtenção de informação adequada sobre diferentes produtos 
e serviços, como a especificação correta de quantidade, as características, a composição, a qualidade, os tributos incidentes 
e o preço, incluindo os eventuais riscos que tais produtos ou serviços possam causar. 
 ►Art. 4º IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com 
vistas à melhoria do mercado de consumo; 
►Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem; 
 
 
►►►Além destes ainda temos mais 08 princípios: 
 
◙ Princípio da boa-fé 
 
◙ Princípio do Incentivo ao Autocontrole (ou Controle de Qualidade e Mecanismos de Atendimento pelas Próprias Empresas) 
 
◙ Princípio da coibição e repressão eficientes de todos os abusos 
 
◙ Princípio da racionalização e melhoria dos serviços públicos 
 
◙ Princípio do acompanhamento do mercado de consumo 
 
◙ Princípio da Transparência 
 
◙ Princípio da Reparação Integral 
 
◙ Princípio da Facilitação da defesa dos interesses do consumidor em Juízo 
 
 
7) Diferencie VíCIO DO PRODUTO de DEFEITO DO PRODUTO: 
 
►Vício 
São considerados vícios as características de qualidade ou quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminuam o valor. 
Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações constantes do 
recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária. 
Os vícios, portanto, são os problemas que, por exemplo: 
a) um produto não funcione adequadamente como um micro-ondas que não esquente 
b) um produto funcione mal, como a televisão sem som 
c) um produto que não estejam de acordo com informações, como o vidro de mel de 500 ml que só tem 400 ml 
 
►Defeito 
O defeito, por sua vez, pressupõe o vício. 
Há vício sem defeito, mas não há defeito sem vício. 
O vício é uma característica inerente, intrínseca do produto ou serviço em si. 
O defeito é o vício acrescido de um problema extra 
O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou 
à imagem do consumidor. 
●Logo, o defeito tem ligação com o vício, mas, em termos de dano causado ao consumidor, é mais devastador. 
●Temos, então, que o vício pertence ao próprio produto ou serviço, jamais atingindo a pessoa do consumidor ou outros bens 
seus. ENQUANTO 
●O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico mais amplo (seja moral, 
material, estético ou da imagem). 
◙ Vejamos agora dois exemplos que elucidam a diferença entre vício e defeito. 
►Exemplo 1 
Dois consumidores vão à concessionária receber seu automóvel zero-quilômetro. Ambos saem dirigindo seu veículo alegremente. 
Os consumidores não sabem, mas o sistema de freios veio com problema de fábrica. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm#art6
Aquele que sai na frente passa a primeira esquina e segue viagem. No meio do quarteirão seguinte, pisa no freio e este não 
funciona. Vai, então, reduzindo as marchas e com sorte consegue parar o carro encostando-o numa guia. 
O segundo, com menos sorte, ao atingir a primeira esquina, depara com o semáforo no vermelho. Pisa no freio, mas este não 
funciona. O carro passa e se choca com outro veículo, causando danos em ambos os carros. 
O primeiro caso, como o problema está só no freio do veículo, é de vício. No segundo, como foi além do freio do veículo, 
causando danos não só em outras áreas do próprio automóvel como no veículo de terceiros, trata-se de defeito. 
 
►Exemplo 2 
Um consumidor compra uma caixinha longa-vida de creme de leite. Ao chegar em casa, abre-a e vê que o produto está 
embolorado. É vício, pura e simplesmente. 
Outro compra o mesmo creme de leite. Abre a caixa em casa, mas o faz com um corte lateral. Prepara um delicioso strogonoff e 
serve para a família. Todos têm de ser hospitalizados, com infecção estomacal e intestinal. É caso de defeito. 
É, portanto, pelo efeito e pelo resultado extrínseco causado pelo problema que se poderá detectar o defeito. 
 
8) Quais, segundo o CDC, as DIFERENÇAS QUANTO AS CONSEQUÊNCIAS entre VÍCIO DO PRODUTO E 
DEFEITO DO PRODUTO 
 
No caso de vício de um produto ou serviço, o consumidor terá até 30 dias para ter o seu vício sanado, caso contrário, poderá 
optar pela substituição do produto da mesma espécie, OU a restituição da quantia paga, corrigido monetariamente ou 
abatimento proporcional do preço. 
Já no defeito do produto, o consumidor não tem a possibilidade de trocar ou substituir o produto, mas sim de ser indenizado 
por danos materiais ou morais que vier a sofrer. 
 
9) Explique PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS 
As chamadas "práticas abusivas" são ações e/ou condutas que, uma vez existentes, caracterizam-se como ilícitas, 
independentemente de se encontrar ou não algum consumidor lesado ou que se sinta lesado. 
São ilícitas em si, apenas por existirem de fato no mundo fenomênico. 
Práticas comerciais abusivas são comportamentos desleais realizadas pelos fornecedores e prestadoresde serviços, 
consideradas como violadoras do CDC, de forma que tais atos lesionam efetivamente os consumidores finais. 
Assim, para utilizarmos um exemplo bastante conhecido, se um consumidor qualquer ficar satisfeito por ter recebido em casa 
um cartão de crédito sem ter pedido, essa concreta aceitação sua não elide a abusividade da prática (que está 
expressamente prevista no inciso III do art. 39). 
A rigor, as chamadas práticas abusivas previstas no art. 39 têm apenas um elenco mínimo ali estampado. (embora haja outras 
espalhadas pelo CDC). 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa 
causa, a limites quantitativos; VENDA CASADA 
 II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, 
de conformidade com os usos e costumes; 
 III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; 
 IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição 
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; 
 V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
 VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as 
decorrentes de práticas anteriores entre as partes; 
 VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; 
 VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos 
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade 
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); 
 IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto 
pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; 
 X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
 XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 
9.870, de 23.11.1999 
 XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo 
critério. 
 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
 XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado 
pela autoridade administrativa como máximo. 
 10) Há mais de um tipo de PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS: 
 
Na verdade, há uma classificação quanto ao momento em que ocorrem as práticas comerciais abusivas 
= "pré-contratuais", que, como o próprio nome diz, surgem antes de firmar-se o contrato de consumo, como aquelas que 
compõem a oferta ou a ação do fornecedor que pretende vincular o consumidor. No primeiro caso estão, por exemplo, 
a prática ilícita de condicionar o fornecimento de algum produto ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço, 
conhecida como operação casada4. 
Na segunda hipótese está, por exemplo, o envio do cartão de crédito sem que o consumidor tenha pedido, acima 
comentado. 
= A prática "pós-contratual" surge como ato do fornecedor por conta de um contrato de consumo preexistente. Como 
exemplo, tome-se a "negativação" indevida nos serviços de proteção ao crédito. 
https://www.migalhas.com.br/depeso/250123/praticas-comerciais-abusivas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas/1890-67.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9870.htm#art39xiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9870.htm#art39xiii
= E as "contratuais" - são aquelas ligadas ao conteúdo expresso ou implícito das cláusulas estabelecidas no contrato de 
consumo. Tomem-se como exemplo todas as hipóteses de nulidade previstas no art. 51 e a do inciso IX do art. 39, que 
dispõe como abusiva a não estipulação de prazo para o cumprimento da obrigação pelo fornecedor. 
 
11) Existe uma proteção especial para o consumidor na área contratual???? 
SIM ! ! ! 
Numa relação de consumo, o consumidor que é a parte vulnerável, logo acaba por ficar em situação de desvantagem diante 
de um fornecedor fortalecido técnica e economicamente. 
Desta forma, é justificado, que haja uma proteção também no aspecto contratual 
Deste modo, há 04 princípios aplicáveis aos contratos de consumo que buscam ressalvar direitos e proteger o consumidor de 
cláusula abusivas 
 
12) Quais os 04 princípios aplicáveis aos contratos de consumo??? 
A) Princípio da Transparência Máxima (boa-fé objetiva) =► os contratos devem ser redigidos de forma clara, facilitando a sua 
compreensão pelo consumidor, sendo obrigatório que seja dada a este consumidor a oportunidade de tomar conhecimento 
prévio de seu conteúdo 
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade 
de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a 
compreensão de seu sentido e alcance 
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao 
consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: 
 I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
 II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
 III - acréscimos legalmente previstos; 
 IV - número e periodicidade das prestações; 
 V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por 
cento do valor da prestação. 
 § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução 
proporcional dos juros e demais acréscimos. 
 § 3º (Vetado). 
 Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas 
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das 
prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do 
produto alienado. 
 § 1° (Vetado). 
 § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, 
na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente 
ou inadimplente causar ao grupo. 
 § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional. 
 
B) Princípio da Interpretação Mais Favorável ao Consumidor =► 
as cláusulas contratuais sempre serão interpretadas a em favor do consumidor em face da sua vulnerabilidade 
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
 
C) Princípio da Vinculação Obrigatória do que foi Pactuado =► 
As declarações de vontade vinculam o fornecedor, mesmo que não constem do contrato, mas apenas em escritos particulares 
relativos às relações de consumo (como: anotações, orçamentos, mensagens de whats, e-mails, recibos ou pré-contratos) 
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações 
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,

Outros materiais