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Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia Faculdade Adventista da Bahia O GRANDE “DIA DO SENHOR” EM SOFONIAS 1:14 Trabalho Apresentado em Cumprimento Parcial dos Requisitos do Curso de Livros Proféticos Estudo Individual Dirigido ii SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 Capítulo I. ESTUDO DO TEXTO ................................................................................ 2 Autoria e Data ..................................................................................... 2 Gênero Literário ................................................................................. 3 Divisão do Livro ................................................................................. 5 Foco do Livro ...................................................................................... 5 Contexto Histórico, Político e Religioso ............................................. 6 Análise Sintática do Texto .................................................................. 8 Hebraico ................................................................................. 8 LXX .......................................................................................10 Tradução Sugerida pelo Autor do Trabalho ........................................11 O Dia do Senhor em Sf 1:14, e suas Implicações Para o Mundo Hodierno ......................................................................12 RESUMO E CONCLUSÃO ...................................................................................14 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................15 1 INTRODUÇÃO Desde a primeira promessa de redenção (Gn 3:15) até a última (Ap 22:12), que o homem tem vivido em todos os tempos e épocas na iminência do juízo. Assim deu-se por ocasião do dilúvio universal (Gn 7), e assim se sucederá no retorno de Jesus a este mundo (Mt 24:29-31). O grande Dia do Senhor se aproxima e quem poderá suster-se? (Ap 6:17). Esta breve pesquisa se deterá em fazer uma análise exegética em Sf 1:14, que faz referência ao “grande Dia do Senhor”. O motivo da escolha é tentar descobrir em que consiste o Dia do Senhor. Como se aplicou aos seus contemporâneos? Qual a sua implicação para os dias atuais? Houve um cumprimento parcial? Qual a posição de alguns eruditos sobre o texto? Diante destas questões, tentar-se-á chegar a uma conclusão que satisfaça as interrogações que nos parecem relevantes. 2 CAPÍTULO I ESTUDO DO TEXTO Autoria e Data Como as profecias dos demais profetas menores, o livro de Sofonias leva o nome do seu autor. Em hebraico, sofonias (Tsefanyah), significa “Yahweh o ocultou”.1 Sofonias era um homem realista, sóbrio e controlado. É certo que era jovem quando escreveu sua profecia, muito provavelmente com não mais que 29 anos de idade, quando começou a profetizar. Foi contemporâneo de Jeremias entre os profetas, e do bom rei Josias de Judá.2 A única referência biográfica a respeito de Sofonias aparece no primeiro versículo do livro que recebeu seu nome (Sf 1:1).3 Provavelmente, Sofonias atuou durante o reinado de Josias (640-609 a.C.). Com base no estado da moral e da religião em sua época, pode-se inferir que suas 1 Comentário bíblico adventista del séptimo dia (CBASD), (Boise, ID: Pacific Press, 1985), 4:1083. 2 F. Davidson, O novo comentário da Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 1976), 2:888. 3 A genealogia do profeta recua até quatro gerações, até Ezequias. Embora até o momento não tenha sido possível comprovar que esse Ezequias fosse o rei judeu com esse nome, a forma comum da genealogia de Sofonias só pode ser melhor explicada através dessa suposição. Ver: J. D. Douglas, O novo dicionário da Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 1978), 2:1542. 3 atividades ocorreram antes da grande reforma religiosa de 621 a.C.1 No palco dos acontecimentos de Judá, ele marcou o início de uma nova linha de profetas que deveria incluir Jeremias, Habacuque, Obadias e Ezequiel. Todos os quais advertiram Judá da sorte que já tinha envolvido o reino do norte. Por conseguinte, é possível dizer com certeza que o corpo principal do livro deve ser associado com a reforma ligada a Josias, que teve lugar em 621 a.C.2 Gênero Literário Os gêneros literários empregados incluem oráculos de julgamento (1:2-3, 4- 6, 8-9), convocação a tomadas de atitude (1:7; 2:1-3; 3:8), com um chamado de louvor e um salmo de louvor (3:14-17); e também oráculos de salvação (3:9-13, 18- 20). As unidades demonstram a integridade interna, conforme se vê especialmente no salmo de júbilo (3:14-17). Sua estrutura literária é a do paralelismo concêntrico, em que o primeiro elemento corresponde ao último, o segundo ao antepenúltimo, e assim por diante, com o clímax “sem mais temor”, no centro. Pode-se ver isso no diagrama seguinte:3 1 Russell N. Champlin, O Antigo Testamento interpretado (São Paulo: Candeia, 2000), 5:3631. 2 É razoável supor que a pregação de Sofonias foi uma das causas contribuintes dessa reforma. Portanto, podemos concluir que a data provável foi cerca de 627 a.C. Ver: Davidson, 2:888. 3 David W. Baker, T. Desmond Alexander, Richard J. Sturz, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias - introdução e comentário (São Paulo: Vida Nova, 2001), 372. 4 A O cântico de Sião (3:14a) B As exultações de Israel (3:14b) C O júbilo de Jerusalém (3:14c) D O livramento de Iavé (3:15a, b) E A presença de Iavé, o rei (3:15c) F Fim do temor (3:15d) G A futura mensagem a Jerusalém (3:16a) F¹ Fim do temor (3:16b, c) E¹ A presença de Iavé, o Deus (3:17a ) D¹ O poderoso libertador (3:17b) C¹ O júbilo de Deus (3:17c) B¹ O silêncio de Iavé (3:17d) A¹ O cântico de Iavé (3:17e) Os dois últimos versículos da profecia também estão unidos pela repetição de uma forma de paralelismo sintético. Tanto no v. 19, quanto no 20, a locução adverbial de tempo “naquele tempo” ajuda a iniciar o primeiro elemento, que tem como principal componente o arrebanhamento do povo de Deus. Os dois elementos seguintes envolvem a outorga de “louvor e honra”, que terá lugar no mundo inteiro (“em toda a terra”, v. 19; “todos os povos”, v. 20). Pode-se diagramar esse paralelismo da seguinte maneira: A Naquele tempo – arrebanhamento B Louvor e honra C Em toda a terra A¹ Naquele tempo – arrebanhamento B¹ Louvor e honra C¹ Entre todos os povos A mensagem toda de Sofonias é finalmente unida em uma única inclusão que começa e termina com Iavé, o Deus da aliança com Israel, Deus justo porém cuidadoso, cuja palavra (1:1) é falada (3:20).1 1 Ibid., 372-373. 5 Divisões do Livro1 I. Profecia geral sobre os julgamentos de Deus (1:1-2:3) a. O julgamento declarado (1:1-6) b. O julgamento definido (1:7-13) c. O julgamento descrito (1:14-18) d. O julgamento ainda pode ser evitado (2:1-3) II. Profecia detalhada sobre os julgamentos de Deus (2:4-3:8) a. Filístia (2:4-7) b. Moabe e Amom (2:8-11) c. Egito (2:12) d. Assíria (2:13-15) e. Jerusalém (3:1-8) III. Bênção prometida (3:9-20) a. Ao remanescente de Judá (3:9-13) b. Ao inteiro Israel de Deus (3:14-20) Foco do Livro O livro de Sofonias preocupa-se principalmente com o Dia de Yahweh. O profeta faz do Dia de Yahweh sua mensagem central.2 Não só revela o castigo vindouro sobre Israel, mas também adverte quanto ao castigo que virá sobre outras nações. Sofonias alerta para os severos castigos que anuncia, para que o povo possa 1 Davidson, 900. 2 Pfeiffer, 3:1543. 6 se arrependerbuscando a justiça e a misericórdia (Sf 2 e 3), escapando assim do castigo.1 Contexto Histórico, Político e Religioso Durante o longo reinado de Manassés (696-642 a.C.), o perverso filho do bom rei Ezequias, o estado moral e religioso de Judá se tinha tristemente deteriorado (2Cr 33:1-11). Durante todo o seu reinado, ele tinha se oposto ao reavivamento religioso que havia caracterizado o reinado de seu pai. Manassés edificou novamente os altares que seu pai havia derrubado. E restaurou a aviltante adoração da natureza associada à adoração de Baal. Superstição, adoração das estrelas e até mesmo sacrifícios humanos, se tornaram parte de uma religião de formalidades e cerimônias externas, privada de realidade interna e sem convicções espirituais ou éticas.2 Champlin salienta que os estudiosos muito têm debatido sobre o pano de fundo político do livro de Sofonias. Se Isaías (39:6), Habacuque (1:6) e Jeremias (10:4) especificaram que os babilônios seriam a vara de castigo usada por Yahweh, a qual haveria de destruir temporariamente o reino de Judá, Sofonias somente diz que o próprio Deus aplicaria essa punição, mas sem determinar o instrumento usado para isso. 1 CBASD, 4:1083. 2 Aqueles que haviam tentado preservar a pureza da adoração a Jeová tinham sido recompensados por seus esforços, com a perseguição e até mesmo com a morte. “Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu Jerusalém de um outro extremo (2Rs 21:16)”. Ver: Davidson, 2:899. 7 Por este silêncio de Sofonias, os estudiosos têm sugerido dois povos: os citas ou os babilônicos.1 Pfeiffer, ao comentar sobre este tema, argumenta que invasores citas atacaram a Ásia, em 632 a.C.; com isso Josias foi capaz de levar a efeito as reformas sem teremos de interferência assíria.2 Uma análise histórica dos acontecimentos do reinado de Josias favorece o argumento de que pelo menos os capítulos dois e três datam do último decênio antes da reforma de Josias. Tal enfoque baseia-se principalmente na deserção das interações históricas entre Judá e as nações mencionadas em 2:14-15. Durante esse período Josias procurou fortalecer Judá e também expandir sua soberania sobre os territórios vizinhos (2Rs 23:15-20), onde como parte de suas reformas conseguiu exercer controle sobre o território vizinho da Samaria. Os filisteus tinham sido adversários dos israelitas de longa data. Eles cresceram em poder até o início do regime monárquico, quando Davi os subjugou. A Filístia movia-se em torno de cinco cidades-estados adjacentes ao Mar Mediterrâneo. 1 É visto que a invasão cita ocorreu em data posterior, é preferida pelos críticos que não acreditam em profecias preditivas. O erro dessa opinião é visto claramente no fato de que Judá nunca foi atingida pelos citas, ao passo que os babilônicos levaram a nata da nação judaica para o exílio, em 586 a.C. Isso tanto é testemunho bíblico (2Cr 36:17), quanto da própria História. Os citas, por sua vez, somente perturbaram a Ciaxares, rei medo, por ocasião do cerco de Nínive. Depois marcharam contra o Egito, mas sem atacá-lo, e retornaram a seus lugares de origem, sem jamais terem atacado a Palestina. Ver: Champlin, ATI, 5:3631. 2 Os citas se locomoveram para a Assíria, para a Ásia Ocidental, e chegaram às fronteiras do Egito, de onde foram afastados a peso de ouro pelo Faraó Psamético I. É provável que não atacaram Israel, embora a ferocidade de seus assaltos tenha provido o pano de fundo contra o qual Sofonias pintou a ira de “Yahweh”. Ver: C. F. Pfeiffer, O novo comentário da Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 1976), 3:1543. 8 Eram: Asdode, Ascalom, Ecrom, Gaza e Gate, esta última já havia perdido sua importância quando Sofonias iniciou seu ministério, mas as outras quatro permaneciam. Elas receberam advertências de juízo no primeiro oráculo contras as nações (Sf 2:4-7; cf. Is 14:28-32; Jr 47; Am 1:6-8; 2Cr 9:5-7). O oráculo de Sofonias pode muito bem ter refletido os desejos expansionistas de Josias. Há dados extra-bíblicos que indicam que, durante seu reinado, Judá teve controle de pelo menos parte da Filístia.1 Análise Sintática do Texto bwrq Adj. “próximo”, “perto” hwhy-<wy Subst. m. s. const. “o dia do Senhor”2 1 Baker, Desmond, e Sturz, 366. 2 O estado construto é quando um substantivo passa a depender do outro “o dia do Senhor”, unindo dois substantivos numa expressão em que o primeiro fica na dependência do segundo. O substantivo “dia” é masculino e está no singular, sendo assim, entendemos que não é uma referência ao sábado e, sim, uma intervenção direta de Yahweh, e isso é explícito no contexto imediato. Ver: Paulo Mendes, Noções de hebraico bíblico (São Paulo: Vida Nova, 1981), 64. 9 lwdgh Art. def. – adj. m. s. “o grande”1 bwrq Verb. “próximo”, “perto”, “chegado” rhmw Conj. adj. “e muito se apressa” dam Adv. “depressa” lwq Subst. m. sing. const. “som”, “vibrações” hwhy <wy Verb. “o Dia do Senhor” rm Adj. masc. sing. “amargo” jrx Qal ativo, partic. m. sing. “clama em voz alta” <v Adv. “ali” rwbg Subst. masc. sing. “o forte homem” 1 Adjetivo “grande”, “crescido”, “maior”, “poderoso”, “magno”, “máximo” (Gn 4:13; 41:29; Êx 18:11; Lv 19:15). O adjetivo destaca especialmente as suas funções atributiva e predicativa, ele está atribuindo ao referido substantivo uma qualidade (dia). Entendemos que esta qualidade atributiva, sendo que o adjetivo vem precedido de um artigo, está atribuindo uma qualidade específica, algo colossal, mega, que sem dúvida tem haver com uma intervenção divina, algo extremamente poderoso. Sábado Dinatos, Dicionário hebraico-português (São Paulo: H. Koersen, 1962), 67; ver também: Mendes, 70. 10 Gadhol (grande) em Conexão com Eventos O adjetivo gadhol ocorre cerca de 520 vezes no AT, e em cerca de 320 destas ele é usado como um atributo de um substantivo indeterminado ou determinado.1 Septuaginta2 ὅτι Conj. ἐγγὺς Adv. “aproximar-se”, “acercar-se” ἡ Art. fem. nom. sing. “o” ἡμέρα Subst. “dia”3 κυρίου Acusat. sing. “Senhor” ἡ Art. f. nom. sing. “o” μεγάλη Adj. fem. sing. “grande”, “largo” 1 G. Johannes Botter Weck, Theological Dictionary of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988), 2:392. 2 Bernard A. Taylor, The Analytical Lexicon to the Septuagint (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1994). 3 Este substantivo é usado no NT com vários sentidos: período da luz solar (Mt 4:2; Mc 4:27), do período de 24 horas (Mt 6:34; Mc 2:1). É também designado para um propósito especial (Mt 10:15; Lc 17:24; At 28:23; Hb 10:25; Ap 16:14). O dia do Senhor será um dia especial, com um propósito especial (Ap 22:12). Ver: F. Wilbur Gingrich, Léxico do Novo Testamento grego/português (São Paulo: Vida Nova, 1979), 94. 11 ἐγγὺς Adv. “aproximar-se”, “acercar-se” καὶ Conj. “e” ταχεῖα Adj. fem. nom. sing. “rapidez”, “velocidade” σφόδρα Adv. “muito forte”, “poderoso” φωνὴ Subst. fem. nom. sing. “barulho” ἡμέρας Subst. fem. nom. sing. “dia” κυρίου Acus. sing. “Senhor” πικρὰ Adj. fem. nom. sing. “amargo” καὶ Conj. “e” σκληρά Adv. “árduo”, “desagradável” τέτακται Vb. perf. m/p. ind. 3pess. sing.1 δυνατή Adj. fem. nom. sing. “poderoso” 1 Este verbo se encontra no tempo perfeito, indicativo, 3ª pessoa do singular. O tempo perfeito não encontra correspondência na nossa língua; a melhor tradução seria “ter estado chamando”, isto é, chamou e continua chamando. É um estado de ação pontilear-linear. Sendo assim, entendemos que a ação foi realizada no passado e continua a se realizar no presente; isto confirma a idéia de que a profecia de Sofonias vai se cumprir outra vez, com uma intensidade escatológica e sobrenatural; isso 12 Tradução Sugerida pelo Autor do Presente Trabalho Do Hebraico: “Aproxima-se o grande Dia do Senhor,e muito se apressa. O Dia do Senhor é amargo, barulhento e ali o homem poderoso clama em alta voz”. Da LXX: “Aproxima-se o Dia do Senhor, o grande dia se aproxima rapidamente, o Dia do Senhor é barulhento, amargo, desagradável, e nele clama e continua clamando o homem poderoso”. O Dia do Senhor em Sf 1:14 e Suas Implicações Para o Mundo Hodierno Sofonias predisse a queda de Judá e a de Jerusalém como acontecimentos inevitáveis (1:4-13), em face da degeneração religiosa que ali reinava. Todavia, esse julgamento local é visto pelo profeta contra o pano de fundo do quadro maior dos últimos dias, que as Escrituras também chamam de “Dia do Senhor” (Sf 1:4-18; 2:14- 15). Champlin afirma que “todos os livros proféticos têm um aspecto escatológico decisivo, que não podemos desprezar”.1 Não é necessário que acreditemos que as palavras de Sofonias foram cumpridas nos conseqüentes julgamentos que sobrevieram a Judá e às nações ao redor. Carson argumenta que o dia do julgamento universal será descarregado contra ocorrerá indiscutivelmente com a segunda vinda de Jesus. Ver: William D. Mounce, Basics of Biblical Greek (Grande Rapids, MI: Zondervan, 1993), 221. 1 Champlin, ATI, 5:3631. O Dia do Senhor é apresentado como um julgamento temível e todo consumidor, que varrerá todos à sua frente sem respeitar nenhuma classe. Esse Dia temível é representado como iminente, doloroso, devastador, melancólico, universal, sem nada para ser desejado. 13 toda a perversidade, quando a ira de Deus derramar-se-á contra todos aqueles que não conhecem a Deus nem obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.1 O profeta parece referir-se à invasão súbita e devastadora dos citas, que fizeram um ataque rápido da região do Cáucaso, em cerca de 630 a.C., e vieram enxameando na região da Média e da Assíria, segundo Archer. Ele argumenta ainda que este flagelo de nômades guerreiros servia como uma advertência a Israel, avisando da proximidade do Dia do Senhor, quando Judá ia ser devastada.2 Juntamente com esta terrível advertência há o apelo ao arrependimento (Sf 2:3). Durante o reinado de Josias a Palavra do Senhor veio a Sofonias, especificando claramente os resultados da apostasia. Ellen White afirma ainda que as profecias de juízo impendente sobre Judá se aplicam com igual força dos juízos que devem cair sobre um mundo importante por ocasião da segunda vinda de Cristo.3 1 O contexto imediato mostra que a destruição que se segue tem características comuns com as de outros profetas, o que demonstra ser um acontecimento universal (Am 5:18-20; Is 15:10; Jr 3:15; Ez 7:19; Na 1:2). Ver: Davidson, 903. 2 Gleason L. Archer Jr., Merece confiança o Antigo Testamento? (São Paulo: Vida Nova, 1984), 292. 3 As influências silenciosas mas poderosas postas em operação pelas mensagens dos profetas quanto ao cativeiro babilônico, muito fizeram para preparar o caminho para uma reforma que ocorreu no 18º ano do reinado de Josias. Este movimento de reforma, pela qual os juízos pressagiados foram justados por algum tempo, foi levado a efeito de maneira inteiramente inesperada. Ver: Ellen G. White, Profetas e reis (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992), 392. 14 RESUMO E CONCLUSÃO No ano nono do reinado de Zedequias, “Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém, ele e todo o seu exército”, a fim de sitiar a cidade (2Rs 25:1).1 A situação de Judá era desesperadora, pois o dia da indignação chegara e Judá sofreria as conseqüências de sua rebeldia. O julgamento de Judá, e das nações vizinhas (Filístia, Moabe e Amom, Egito e Assíria) foram senão um reflexo do grande Dia em que todas as nações da Terra terão de enfrentar (Ap 1:7). As hordas babilônicas avançaram afim de conquistar, matar, saquear, violar, tocar trombeta e gritar, enquanto avançavam afim de conquistar, tanto contra Jerusalém como as outras cidades.2 Diante da pesquisa e dos argumentos apresentados, entendemos que a profecia de Sf 1:14 teve seu cumprimento parcial nos acontecimentos referidos anteriormente. Ademais, cremos que está relacionado com a segunda vinda de Cristo, sendo assim uma profecia de natureza escatológica que culminará na vinda gloriosa do Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19). Além disso, convém ressaltar que nem todos foram destruídos, o remanescente foi salvo (Sf 3:11-20). Da mesma maneira, restará um remanescente segundo a eleição da graça (Rm 11:5; Ap 14:12). 1 White, 435. 2 Champlin, ATI, 5:3634. 15 BIBLIOGRAFIA Archer Jr., Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984. Baker, David W., T. Desmond Alexander, eRichard J. Sturz. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias - introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2001. Buckland, R. A. Dicionário bíblico universal. São Paulo: Vida, 1981. Champlin, Russell N. O Antigo Testamento interpretado. 5 vols. São Paulo: Candeia, 2000.. Davidson, F. O novo comentário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1976. Dinatos, Sábado. Dicionário hebraico-português. São Paulo: H. Koersen, 1962. Douglas, J. D. O novo dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1978. Gingrich, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento grego/português. São Paulo: Vida Nova, 1979. Mendes, Paulo. Noções de hebraico bíblico. São Paulo: Vida Nova, 1981. Mounce, William D. Basics of Biblical Greek. Grande Rapids, MI: Zondervan, 1993. Nichol, Francis D. Ed. Comentário bíblico adventista del séptimo dia.Boise, ID: Pacific Press, 1985. 4:1083. Owens, Joseph John. Analytical Key to the Old Testament. 4 vols. Grand Rapids, MI: Baker, 1992. Septuaginta. Deutsche Bibelgesellschaft Germany. Stutgart. 1979 Taylor, Bernard A. The Analytical Lexicon to the Septuagint. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1994. Weck, G. Johannes Botter. Theological Dictionary of the Old Testament. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988. White, Ellen G. Profetas e reis. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992.
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