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Profecias de Bandarra


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TÓPICO 01: AS PROFECIAS QUE ANTECEDEM O MITO
ESTROFE 70
Portugal tem a bandeira 
Com cinco Quinas no meio, 
E segundo vejo, e creio, 
Este é a cabeceira, 
E porá sua cimeira, 
Que em Calvário lhe foi dada, 
E será Rei de manada 
Que vem de longa carreira. 
Com uma vela na mão, caminhando cabisbaixo, Antônio Gonçalves 
Annes Bandarra é mais um que compõe uma imensa fila de homens e 
mulheres com velas na mão, considerados infiéis pela Santa Igreja. Estamos 
em 23 de outubro de 1541, em Lisboa, em meio a um auto-de-fé promovida 
pela Inquisição. Muitos dos que ali estão serão queimados vivos em 
fogueiras. Caso admitam sua culpa e peçam perdão, poderão ter o privilégio 
de serem asfixiados pelos carrascos antes do fogo ser aceso. Bandarra, 
felizmente, só precisa carregar sua vela e acompanhar todo o auto-de-fé, pois 
sua culpa foi considerada amena. Escrevera algumas trovas de teor 
messiânico que envolviam lugares sagrados para a Santa Igreja e isso, 
segunda aquela instituição, comprometia sua fidelidade à fé cristã.
Terminado o auto, Bandarra voltou para Trancoso, sua aldeia de origem, 
e retomou sua atividade de sapateiro. Alguns anos depois, em 1545 ou em 
1556, não se sabe ao certo, morreu. Suas trovas, no entanto, permanecem 
vivas até hoje e cumpriram um papel na história de Portugal certamente 
jamais imaginado pelo sapateiro de Trancoso. 
VERSÃO TEXTUAL
Em seus versos, Bandarra profetizava a vinda de um rei que 
ganharia a simpatia de todos os outros reis, uma vez que estes ficariam 
felizes em fazerem dele seu Imperador. Sua missão seria a de expulsar 
definitivamente o mouro das terras cristãs. 
Leia abaixo as estrofes 70, 71, 72 e 75 de suas trovas.
TÓPICOS DE LITERATURA PORTUGUESA
AULA 03: GRANDES TEMAS DA LITERATURA PORTUGUESA - O INFANTE D. SEBASTIÃO: 1ª PARTE
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