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0 REPÚBLICA DE ANGOLA INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO JEAN PIAGET DE BENGUELA TRABALHO DE MÁQUINAS ALTERNATIVAS TEMA: COMPRESSOR ROTATIVO DE PARAFUSO CURSO: ENGENHARIA ELECTROMECÂNICA ANO: 3⁰ AUTORES: Nomes PMS Carvalho André Domingos ----------------------------------------------------------------- 315545 Flávio Joel Camati Leonardo --------------------------------------------------------------- 316912 Francisco Wacamanda Pungo Dala ------------------------------------------------------ 316350 Yenique Braulio Santiago de Morais ----------------------------------------------------- 315527 O DOCENTE _________________________ Prof. Eng.⁰ Paulo Balaca BENGUELA, MAIO DE 2020 1 REPÚBLICA DE ANGOLA INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO JEAN PIAGET DE BENGUELA TRABALHO DE MÁQUINAS ALTERNATIVAS TEMA: COMPRESSOR ROTATIVO DE PARAFUSO CURSO: ENGENHARIA ELECTROMECÂNICA ANO: 3⁰ AUTORES: Nomes PMS Carvalho André Domingos ------------------------------------------------------------------- 315545 Flávio Joel Camati Leonardo ---------------------------------------------------------------- 316912 Francisco Wacamanda Pungo Dala ------------------------------------------------------- 316350 Yenique Braulio Santiago De Morais ------------------------------------------------------ 315527 O DOCENTE _________________________ Prof. Eng.⁰ Paulo Balaca BENGUELA, MAIO DE 2020 2 AGRADECIMENTOS Agradecemos em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida. De modo especial agradecemos os nossos familiares pelo incansável suporte que têm prestado a nossa formação, sempre se mostrando disponíveis perante as nossas preocupações. Ao Professor Engenheiro Paulo Balaca agradecemos pelos esforços empreendidos para nossa instrução acadêmica. E para os nossos colegas que estão connosco nessa empreitada, queremos dizer obrigado pelo companheirismo e que juntos tudo torna-se mais fácil. A todos o nosso muito obrigado. 3 RESUMO Este trabalho discutirá aplicações específicas nas quais compressores de parafuso são usados e as vantagens do compressor rotativo de parafuso. Vamos olhar para algumas características específicas do compressor de parafuso, que o tornam a máquina preferida para muitas aplicações que exigem alta confiabilidade, baixos custos de manutenção e um amplo limite operacional. Também daremos uma olhada detalhada na parte interna da máquina para entender melhor a operação geral, controle de capacidade e as economias de energia associadas que a acompanham. Este trabalho fornecerá uma visão detalhada dos compressores de parafuso, onde estão aplicados e exatamente como eles operam. Vamos comparar o parafuso rotativo com outros tipos de máquinas para aplicações semelhantes e mostrar os benefícios do uso desse tipo de máquina. Palavras-chaves: Compressor de Parafuso; Funcionamento; Aplicações; Vantagens. 4 ABSTRACT This work will discuss specific applications in which screw compressors are used and the advantages of the rotary screw compressor. Let's look at some specific characteristics of the screw compressor, which make it the preferred machine for many applications that require high reliability, low maintenance costs and a wide operating limit. We will also take a detailed look inside the machine to better understand the overall operation, capacity control and the associated energy savings that come with it. This work will provide a detailed overview of screw compressors, where they are applied and exactly how they operate. Let's compare the rotary screw with other types of machines for similar applications and show the benefits of using this type of machine. Key words: Screw Compressor; Operation; Applications; Benefits. 5 ÍNDICE Páginas Agradecimentos ---------------------------------------------------------------------------------------- 2 Resumo --------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Abstract --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 Índice de Figuras --------------------------------------------------------------------------------------- 6 Abreviaturas e Siglas ---------------------------------------------------------------------------------- 7 Capítulo I- Introdução ---------------------------------------------------------------------------------- 8 Capítulo II- Compressor Rotativo de Parafuso -------------------------------------------------- 9 2.1- Tipos de Compressores Rotativos de Parafuso --------------------------------- 9 2.2- Classificação dos Compressores Rotativos de Parafuso --------------------- 9 2.3- Características Construtivas do Compressor Rotativo de Parafuso ------- 10 2.4- Princípio de Funcionamento --------------------------------------------------------- 11 2.4.1- Sucção ---------------------------------------------------------------------------- 11 2.4.2- Compressão --------------------------------------------------------------------- 12 2.4.3- Descarga ------------------------------------------------------------------------- 13 2.5- Partes Constituintes do Compressor Rotativo de Parafuso ---------------- 15 2.6- Aplicações do Compressor Rotativo de Parafuso ----------------------------- 16 2.7- Principais Vantagens do Compressor Rotativo de Parafuso ---------------- 16 2.7.1- Economia de Energia ---------------------------------------------------------- 16 2.7.2- Baixo Nível de Ruído ---------------------------------------------------------- 17 2.7.3- Baixo Nível de Vibração ------------------------------------------------------- 17 2.7.4- Confiabilidade ------------------------------------------------------------------- 17 Capítulo III- Relação Entre Volumes Internos ------------------------------------------------- 18 Capítulo IV- Separação e Resfriamento do Óleo --------------------------------------------- 20 4.1- Resfriamento a Água ------------------------------------------------------------------ 21 4.2- Resfriamento por Termosifão ------------------------------------------------------- 21 4.3- Resfriamento com Injeção de Líquido --------------------------------------------- 22 Capítulo V- Válvula de Deslizamento ------------------------------------------------------------ 23 Capítulo VI- Compressor de Parafuso Simples ------------------------------------------------ 24 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------- 26 Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------------- 27 Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------- 28 Anexo I- Tipos de Compressores Rotativos de Parafuso ------------------------- 28 Anexo II- Classificação dos Compressores de Parafuso -------------------------- 29 Anexo III- Unidade Compressora de Parafuso --------------------------------------- 30 6 ÍNDICE DE FIGURASPáginas Figura 2.3- Compressor de Parafuso 4+6 ------------------------------------------------------- 10 Figura 2.4- Fases de Operação do Compressor ---------------------------------------------- 11 Figura 2.4.1- Processo de Sucção ---------------------------------------------------------------- 12 Figura 2.4.2- Processo de Compressão --------------------------------------------------------- 12 Figura 2.4.2.1- Ponto de Intersecção do Lóbulo do Rotor Macho e da Ranhura do Rotor fêmea ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 Figura 2.4.3- Processo de Descarga ------------------------------------------------------------ 14 Figura 2.4.4- Diagrama de Fluxo de um Compressor Rotativo de Parafuso --------- 14 Figura 2.5- Partes Constituintes do Compressor de Parafuso ---------------------------- 15 Figura 3.1- Volume dos Espaços entre os Lóbulos ------------------------------------------ 18 Figura 3.2- Efeito Sobre-Pressão ----------------------------------------------------------------- 19 Figura 3.3- Efeito Sob-Pressão -------------------------------------------------------------------- 19 Figura 4- Separador de Óleo de um Compressor de Parafuso --------------------------- 20 Figura 4.1- Processo de Resfriamento a Água ------------------------------------------------ 21 Figura 4.2- Processo de Resfriamento com Termosifão ------------------------------------ 22 Figura 4.3- Processo de Resfriamento com Injeção de Líquido -------------------------- 22 Figura 5.1- Válvula de Deslizamento ------------------------------------------------------------ 23 Figura 5.2- Sistema de Controle de Capacidade --------------------------------------------- 24 Figura 6- Compressor de Parafuso Simples --------------------------------------------------- 25 7 ABREVIATURAS E SIGLAS Vi- Relação entre volumes internos. Vs- Volume de sucção. Vd- Volume de descarga. Pi- Razão entre pressões. Cp- Calor específico. 8 CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO O compressor é uma máquina que actua como o coração dum sistema, accionado por electricidade ou por tracção mecânica (correias, polias, etc.). É concebido para aumentar a pressão dum fluido, e por sua vez, criar o fluxo do mesmo ao longo dos componentes do sistema. Na refrigeração, são desenvolvidos com um objectivo particular, promover a compressão do fluido frigorígeno do sistema, necessário para manter em funcionamento o ciclo (expansão-compressão). Os compressores de parafuso são hoje largamente usados em refrigeração industrial para a compressão de amônia e outros gases. Conceitualmente simples, a geometria dessas máquinas é de difícil visualização, e muitas pessoas utilizam os compressores parafuso, tendo somente uma vaga idéia de como eles realmente operam. Uma compreensão dos princípios básicos de sua operação irá contribuir para a sua correta utilização, evitando problemas e alcançando um melhor desempenho global da instalação. 9 CAPÍTULO 2- COMPRESSOR ROTATIVO DE PARAFUSO. 2.1- Tipos de Compressores Rotativos de Parafuso. Os tipos principais de compressores rotativos de parafuso são os de parafuso duplo e simples. O primeiro tem sido largamente usado na indústria de refrigeração nas últimas décadas, encontrando, na actualidade, um mercado comparável ao dos seus mais directos competidores: os compressores alternativo e centrífugo. Quanto ao segundo tipo, sua aplicação é relativamente recente. Como o compressor de parafuso duplo é aquele de maior penetração, será designado simplesmente por compressor de parafuso. O seu desenvolvimento data da década de 30, tendo-se popularizado na Europa, para aplicações frigoríficas, nas décadas de 50 e 60. 2.2- Classificação dos Compressores Rotativos de Parafuso. No sistema de refrigeração e climatização o compressor é considerado o coração do sistema, fazendo com que o fluido refrigerante circule por todo o sistema. É responsável pela alteração da temperatura do ar, seja no aquecimento ou resfriamento de um ambiente fechado. Estes são classificados como mostraremos a seguir: Compressor Aberto; Compressor Hermético; Compressor Semi-hermético. No compressor aberto não existe nenhuma interligação entre as carcaças do sistema mecânico e a do acionador, com exceção do eixo, que pode ser um motor elétrico, uma turbina ou um motor de combustão, caso comum em sistemas de transporte de produtos resfriados. Este é o compressor mais utilizado na refrigeração industrial pela sua facilidade de reparo e por ser um equipamento mais robusto e de maiores capacidades com relação aos demais. No compressor hermético, o sistema de compressão é interligado ao motor eléctrico de tal forma que permite o compartilhamento de componentes dos sistemas eléctrico e mecânico. Neste caso, todos os componentes são vedados do ambiente externo por uma carcaça de aço sem a possibilidade de uma eventual manutenção (na verdade a manutenção é possível, mas não recomendada). O vapor do refrigerante, proveniente do evaporador, é aspirado pelo compressor, entrando em sua carcaça. Esse processo serve para resfriar o motor do compressor. Somente depois de entrar na carcaça do compressor o vapor é aspirado pela câmara de compressão. No compressor semi-hermético, apesar de também compartilhar a mesma carcaça com o motor eléctrico, existem acessos que permitem reparos de seus componentes internos. 10 2.3- Características Construtivas do Compressor Rotativo de Parafuso. Um compressor parafuso típico, é uma máquina de deslocamento positivo com dispositivo de redução de volume, que possui dois rotores acoplados, montados em mancais (pontos de apoio das extremidades dos parafusos) para serem fixados nas suas posições na câmara de trabalho com uma tolerância pequena em relação à cavidade cilíndrica. O rotor macho tem um perfil convexo (curvatura para fora), ao contrário do rotor fêmea, que possui um perfil côncavo (curvatura para dentro - garganta, reentrâncias). A forma básica dos rotores é semelhante a um parafuso sem- fim, com diferentes números de lóbulos em cada rotor. Normalmente, nos rotores machos existem 4 lóbulos e nos rotores fêmea existem 6 reentrâncias (4+6). Havendo compressores de tecnologia mais recente, que possuem uma configuração 5 lóbulos e 7 reentrâncias (5+7). O acoplamento dos rotores nunca é simultâneo, mas qualquer um dos dois pode ser impulsionado (individualmente) pelo motor. Figura 2.3- Compressor de Parafuso 4+6 NOTA: A maior parte dos compressores são construídos para que o rotor macho (accionamento no parafuso macho) transmite movimento ao rotor fêmea. Mas alguns são construídos de forma que o motor seja ligado ao rotor fêmea (accionamento no parafuso fêmea) o que resulta num aumento de 50% de velocidade do rotor para a mesma velocidade do motor. Todos os compressores de parafuso utilizados na refrigeração usam injecção de óleo na câmara de compressão para lubrificação, vedação e arrefecimento. A vedação entre os diferentes níveis de pressão abrange uma estreita faixa entre as engrenagens dos rotores e a periferia dos mesmos na câmara de compressão. O óleo injectado na câmara de compressão numa quantidade suficiente minimiza a fuga e arrefece o fluido. Já que a maioria do calor da compressão é transferido para o óleo durante a compressão, esta energia será removida por um sistema de refrigeração do óleo e também separado posteriormente por um separador de óleo (este conjunto de componentes, chamado de unidades de compressão, estão incorporado nos compressores de grande potência). 11 Por exemplo, operando numa razão de compressão 20:1 em simples estágio com amônia sem injeção de óleo, a temperatura de descarga pode chegar a 340ºC. Com oresfriamento de óleo, esta mesma temperatura não excede 90ºC. 2.4- Princípio de Funcionamento. Um compressor de parafuso pode ser descrito como uma máquina de deslocamento positivo com dispositivo de redução de volume. Esta acção é análoga à de um compressor alternativo. É útil referir-se ao processo equivalente efetuado por um compressor alternativo, para se entender melhor como funciona a compressão em um compressor de parafuso. O gás é comprimido simplesmente pela rotação dos rotores acoplados. Este gás percorre o espaço entre os lóbulos enquanto é transferido axialmente da sucção para a descarga. O ciclo de operação possui três fases distintas: Sucção; Compressão; Descarga. Figura 2.4- Fases de Operação do Compressor 2.4.1- Sucção Quando os rotores giram, os espaços entre os lóbulos se abrem e aumentam de volume. O gás então é succionado através da entrada e preenche o espaço entre os lóbulos. Quando os espaços entre os lóbulos alcançam o volume máximo, a entrada é fechada Este processo é análogo à descida do pistão num compressor alternativo. O refrigerante admitido na sucção fica armazenado em duas cavidades helicoidais formadas pelos lóbulos e a câmara onde os rotores giram. O volume armazenado em 12 ambos os lados e ao longo de todo o comprimento dos rotores é definido como volume de sucção (Vs). Figura 2.4.1- Processo é análogo à descida do pistão num compressor alternativo. Na analogia com o compressor alternativo, o pistão alcança o fundo do cilindro e a válvula de sucção fecha, definindo o volume de sucção Vs. O deslocamento volumétrico do compressor alternativo é definido em termos do volume da sucção, pela multiplicação da área da cavidade pelo percurso do cilindro e pelo número deles. No caso do compressor parafuso, este deslocamento é dado pelo volume da sucção por fio, vezes o número de lóbulos do motor acionado. 2.4.2- Compressão Os lóbulos do rotor macho começarão a encaixar-se nas ranhuras do rotor fêmea no fim da sucção, localizada na traseira do compressor. Os gases provenientes de cada rotor são unidos numa cunha em forma de “V”, com a ponta desse “V” situada na intersecção dos fios, no fim da sucção. Figura 2.4.2- Compressão. Processo análogo num compressor alternativo. 13 Posteriormente, em função da rotação do compressor, inicia-se a redução do volume no “V”, ocorrendo a compressão do gás. O ponto de intersecção do lóbulo do rotor macho e da ranhura do rotor fêmea é análogo à compressão do gás pelo pistão em um compressor alternativo. Figura 2.4.2.1 - O ponto de intersecção do lóbulo do rotor macho e da ranhura do rotor fêmea é análogo à compressão do gás pelo pistão num compressor alternativo. 2.4.3- Descarga Em um compressor alternativo, este processo começa quando da abertura da primeira válvula de descarga. Como a pressão no cilindro excede a pressão acima da válvula, esta se abre, permitindo que o gás comprimido seja empurrado para a descarga. O compressor parafuso não possui válvulas para determinar quando a compressão termina: a localização da câmara de descarga é que determina quando isto acontece. O volume do gás nos espaços entre os lóbulos na porta de descarga é definido como volume de descarga (Vd). São utilizadas duas aberturas: uma para descarga radial na saída final da válvula de deslizamento e uma para descarga axial na parede de final da descarga. Estas duas acarretam uma liberação do gás comprimido internamente, permitindo que seja jogado na região de descarga do compressor. O posicionamento da descarga é muito importante pois controla a compressão, uma vez que determina a razão entre volumes internos (Vi). Para se atingir a maior eficiência possível, a razão entre volumes deve possuir uma relação com a razão entre pressões. Em um compressor alternativo, o processo de descarga é finalizado quando o pistão alcança o ponto superior da câmara de compressão e a válvula de descarga se fecha. No compressor parafuso, isto ocorre quando o espaço antes ocupado pelo gás é tomado pelo lóbulo do rotor macho. 14 Figura 2.4.3- Processo de descarga em um compressor de parafuso. Os compressores alternativos sempre têm uma pequena quantidade de gás (espaço morto) que é deixado no topo do cilindro de compressão e se expande no próximo ciclo, desta forma, ocupando um espaço que poderia ser utilizado para aumentar a massa de refrigerante succionado. No final da descarga de um compressor parafuso, nenhum volume “nocivo” permanece no interior da câmara de compressão, ou seja, todo o gás é jogado para fora. Esta é uma razão que faz com que os compressores parafuso sejam capazes de operar com razões de compressão mais altas do que os compressores alternativos. Figura 2.4.4- Diagrama de fluxo de um compressor rotativo de parafuso. 15 2.5- Partes Constituintes do Compressor Rotativo de Parafuso. (a) (b) Figura 2.5- Partes constituintes do compressor de parafuso. (a) Secção longitudinal vertical; (b) Secção longitudinal horizontal. 16 2.6- Aplicações do Compressor Rotativo de Parafuso. Os compressores rotativos de parafuso são geralmente usados para fornecer ar comprimido para aplicações industriais de maiores dimensões. Eles são melhor aplicados em aplicações que têm uma demanda de ar contínua, tais como plantas de embalagem de alimentos e sistemas de produção automatizados. Em instalações maiores, que podem ter apenas aplicações intermitentes, a média de uso entre as muitas estações de trabalho vai colocar uma demanda contínua no compressor. Além das unidades fixas, os compressores rotativos de parafuso são geralmente montados sobre reboques de reboque por trás e alimentado com motores diesel pequenos. Estes sistemas de compressão portáteis são geralmente referidos como compressores de construção. Compressores de construção são usados para fornecer ar comprimido para jack martelos, ferramentas de rebitagem, bombas pneumáticas, operações de jato de areia e sistemas de pintura industrial. 2.7- Principais Vantagens do Compressor Rotativo de Parafuso. 2.7.1- Economia de energia. Os compressores de parafuso produzem mais ar por kW de energia absorvida da rede elétrica, comparando-os com outros tipos de compressores, exceto os turbos compressores axiais, atualmente com preços proibitivos e fabricados apenas em maiores potências e vazões. A economia de energia é resultante do desempenho mecânico do compressor, que por não possuir altos atritos como os compressores de pistão e a compressão dar-se de forma contínua e não intermitente, oferece um saldo de potência líquida para comprimir o ar superior. Além do mais o tipo de compressão dos compressores de parafuso é isotérmica, que é superior ao sistema de compressão dos compressores a pistão, predominantemente adiabática. Na compressão adiabática, o calor desenvolvido para comprimir o gás não é trocado com o meio exterior, sendo atenuado este efeito com ventilação forçada para dissipar o calor transmitido as aletas no caso dos compressores a pistão, porém sem muita eficiência. O resultado é a dilatação do ar, ocupando um maior volume na câmara de compressão. Na compressão isotérmica o calor gerado na compressão, é absorvido por algum meio refrigerante presente no interior da câmara de compressão, no caso dos compressores de parafuso o próprio óleo lubrificante, permitindo que o volume de ar varie de acordo com a pressão, e não por aumento de temperatura decorrente do processo de compressão, senão aquela resultante do esforço para efetivamente produzir trabalho. 17 2.7.2- Baixo nível de ruído. Os compressores de parafuso são fornecidos com cabines acústicas revestidas com materiais que absorvem o ruído atenuando a sua propagação, além de terem um baixo nível de atrito, e não possuir válvulas de funcionamento intermitente. 2.7.3- Baixonível de vibração. Sendo o sistema de compressão de forma contínua, e não intermitente como no caso dos compressores de pistão, a potência do motor é absorvida de forma linear, isto considerando-se um giro de 360 graus do eixo, que aliada a inexistência do desbalanceamento de massas típico do sistema virabrequim/biela/pistão, proporcionam um baixo nível de vibração. 2.7.4- Confiabilidade. Os compressores de parafuso possuem como peças móveis apenas os rolamentos dianteiros e traseiros combinados para absorverem esforços radiais e axiais, e os rotores macho e fêmea. Estes por sua vez, funcionam em sincronismo perfeito sem atrito metal/metal. Onde existe o toque para que o parafuso acionado por potência conduza o seu par a girar, um filme de óleo lubrificante executa a função de absorver o esforço. Não tendo desgaste por atrito, a vida útil de um compressor de parafuso esta diretamente relacionada a vida útil dos rolamentos, dimensionados para suportarem 20.000 horas de trabalho em condições normais de operação. As válvulas que comandam a operacionalidade do sistema quando o compressor está bem dimensionado para o trabalho, atuam de forma estática, isto é; ficam abertas durante todo o processo diminuindo o desgaste típico dos acionamentos com intermitência muito frequente. O sistema de monitoramento e proteção é dotado de dispositivos que desligam o compressor por sobrecarga nos motores da ventilação e do compressor; e também por alta temperatura ou alta pressão. Para monitoramento e manutenção possuem indicadores tais como: manômetro indicador de restrição do filtro de óleo e elemento separador; indicador de manutenção do filtro de ar; termômetro indicador da temperatura da descarga, e totalizador de horas para monitorar o programa de manutenção rotineira e preventiva. 18 CAPÍTULO 3- RELAÇÃO ENTRE VOLUMES INTERNOS. Como esse compressor não possui válvulas de descarga, a localização da porta de descarga determina a máxima pressão de descarga que será atingida antes do vapor comprimido ser empurrado para a tubulação de descarga. Com essa ideia, define-se um parâmetro chamado de relação entre volumes internos, Vi, que é uma característica de projeto dos compressores tipo parafuso, uma vez que esse compressor é essencialmente um dispositivo de redução de volume. Assim, relação entre volumes internos é a razão entre o volume preso na sucção, Vs, e o volume de vapor preso remanescente na câmara de compressão quando a porta de descarga abre, Vd. Vi= Vs/Vd (1) A relação entre volumes internos, Vi, determina a relação entre as pressões internas do compressor, Pi, e a relação entre esses dois termos pode ser aproximada a: Pi= Vi×Cp (2) Onde: Pi- Razão entre pressões; Cp- Calor específico do gás. O nível da pressão interna no volume de vapor preso antes da abertura da porta de descarga é determinado com a pressão de sucção e com a relação entre volumes internos. No entanto, em qualquer sistema, as pressões de sucção e descarga são determinadas pela necessidade do processo e não pelo compressor. Figura 3.1- Volume dos espaços entre os lóbulos. Se a relação entre volumes internos do compressor for muito elevada para uma dada condição de operação, o vapor na descarga permanecerá excessivamente preso no espaço de compressão e sua pressão de descarga interna subirá acima da pressão da tubulação de descarga. 19 Esse efeito é chamado de sobre pressão e é representado no diagrama pressão vs. Figura 3.2- Efeito da sobre pressão no final da descarga do compressor parafuso. Nessa situação, o vapor é comprimido além da pressão de descarga e, quando a porta de descarga abre, acontece uma expansão brusca desse vapor na linha de descarga. Assim, há um consumo de energia desnecessário se comparado com o caso no qual a pressão interna fosse igual à pressão de descarga. Quando a relações entre volumes internos do compressor for muito baixa para as condições de operação do sistema, acontece o efeito chamado de sob pressão. Figura 3.4- Efeito da sob pressão no final da descarga do compressor parafuso. Nessa situação, a abertura da porta de descarga acontece antes que a pressão interna de descarga do volume de vapor preso tenha alcançado o nível de pressão de descarga do sistema. A maior pressão na linha de descarga cria um fluxo reverso de 20 vapor para dentro do compressor. O compressor tem então que bombear esse vapor contra até a pressão do sistema, consumindo mais energia. Em ambos os casos o compressor opera normalmente e o mesmo volume de vapor será movimentado, mas sempre utilizando um consumo de energia adicional que seria desnecessário caso a porta de descarga estivesse perfeitamente localizada para atender as condições de pressão do sistema. Compressores com relação entre volumes internos variáveis automaticamente podem ser utilizados para a localização da porta de descarga, minimizando a potência necessária do compressor. CAPÍTULO 4- SEPARAÇÃO E RESFRIAMENTO DO ÓLEO. A maioria dos compressores parafuso usados atualmente usa a injeção de óleo da região de compressão para lubrificação, vedação entre os parafusos durante a compressão e resfriamento. A quantidade de óleo injetado pode variar entre 38 a 75 L/min por cada 75 kW de potência do compressor. Dessa forma, a maior parte do calor resultante do processo de compressão é transferido para o óleo, fazendo com que a temperatura de descarga seja bastante reduzida mesmo em altas relações de compressão. Entretanto, esse óleo é indesejável nas outras partes do processo, principalmente nos trocadores de calor, onde funciona como um fator de incrustação, exigindo o uso de separadores de óleo. Um tipo de separador de óleo muito utilizado é apresentado na Fig. 4. Figura 4- Separador de óleo em um compressor parafuso. A mistura vapor do refrigerante + óleo é dirigida da descarga do compressor para um tanque separador, onde sobre uma mudança de direção e grande redução de velocidade. As partículas maiores de óleo caem por gravidade no reservatório enquanto as menores passam por um filtro coalescente. Além da remoção de óleo do fluxo vapor + óleo, o separador também permite que eventuais quantidades de refrigerante condensado possam absorver calor e vaporizar, melhorando a qualidade do óleo restante para reinjeção no compressor. 21 O calor transferido para o óleo durante a compressão deve ser removido através de um sistema de resfriamento. As três formas mais comuns de resfriamento de óleo são: resfriamento a água, resfriamento por termosifão ou injeção de líquido. 4.1- Resfriamento a água. Utilizando a Fig. 4.1 como referencia, o óleo quente deixa o separador de óleo passando por um filtro de peneira, dirigindo-se até a bomba de óleo. O óleo é então bombeado para um trocador de calor, casco e tubo ou a placas, onde o calor é rejeitado para uma corrente de água ou outro fluido secundário. O óleo frio passa por um filtro e retorna ao compressor enquanto a água ou outro fluido secundário são resfriados. No caso da água, utiliza-se uma torre de arrefecimento. Figura 4.1- Processo de resfriamento a água. Esse método apresenta algumas desvantagens, tais como: custo inicial e de manutenção do sistema água-trocador de calor-torre de arrefecimento e de eventuais rupturas dos tubos de água ou de refrigerante. 4.2- Termosifão. O sistema de termosifão é similar ao sistema de resfriamento com água, exceto que a água é substituída pela vaporização do refrigerante, no lado do tubo, no trocador de calor do óleo. O sistema é basicamente um evaporador inundado, alimentando por gravidade desde um reservatório de líquido situado acima do trocador de calor. O óleo circula pelo lado do casco enquanto o refrigerante vaporiza no interior dos tubos do trocador. O vapor formado durante a ebulição do refrigerante retorna ao reservatório delíquido. O vapor produzido durante esse processo é conduzido de volta ao condensador, onde cede calor ao ambiente, voltando como líquido. A temperatura vaporização é definida pela pressão do condensador. 22 Esse tipo de sistema é bastante utilizado uma vez que, geralmente, não necessita manutenção e não degrada o desempenho do compressor. Figura 4.2- Processo de resfriamento com termosifão. 4.3- Resfriamento com injeção de líquido. A injeção de líquido resfria o óleo através de injeção direta de refrigerante líquido condensado, proveniente do reservatório de líquido. A taxa com que o refrigerante é injetado no compressor é regulada por uma válvula de expansão termostática, controlada pelo superaquecimento do vapor na descarga do compressor. Um esquema representando esse tipo de sistema é mostrado na Fig. 4.3. Figura 4.3- Processo de resfriamento com injeção de líquido. 23 A conveniência desse esquema de resfriamento é muito discutível uma vez que parte do refrigerante injetado permanece na fase líquida e sua expansão poderia influir na diminuição da capacidade do compressor. CAPÍTULO 5- VÁLVULA DE DESLIZAMENTO. A válvula de deslizamento é o dispositivo mais comum utilizado para o controle de capacidade. Oferece um controle para ajuste da capacidade de forma contínua, geralmente entre 10 e 100%. Está posicionada na parte inferior dos parafusos, entre eles e a carcaça, sendo acionada hidraulicamente. Figura 5.1- Válvula de deslizamento (slide valve) de um compressor parafuso para controle de sua capacidade. Essa válvula operada abrindo uma passagem para a recirculação de parte do vapor situado na região onde deveria iniciar o processo de compressão, de volta para a extremidade de sucção. É um método bastante efetivo para operações em carga parcial uma vez que, quando a válvula se desloca da sua posição axial, a porta de descarga radial também se move. Como o volume na sucção diminui, a abertura da porta de descarga é atrasada, mantendo aproximadamente a mesma relação entre volumes internos em cargas parciais como em plena carga. 24 Figura 5.2- Sistema de controle de capacidade em um compressor rotativo de parafuso. CAPÍTULO 6- COMPRESSOR DE PARAFUSO SIMPLES. O compressor de parafuso simples foi desenvolvido pelo físico-engenheiro francês Bernard Zimmern durante a década de 60. Patentes americanas e francesas desse tipo de compressor foram aprovadas em 1964-1965. As primeiras aplicações no mercado americano foram na compressão de ar, tendo sido aplicados a seguir em instalações frigoríficas. O compressor de parafuso simples consiste de um elemento cilíndrico com ranhuras helicoidais, constituindo o fuso propriamente dito. Acompanham o parafuso duas rodas dispostas transversalmente, que giram em sentidos opostos, denominadas de “satélites”. O plano de rotação dessas rodas contém o eixo do parafuso. A carcaça envolve o parafuso e os dois satélites. O parafuso gira com uma certa folga no interior da carcaça composta de uma cavidade cilíndrica. Esta contém duas cavidades laterais onde se alojam as rodas satélites. O acionamento é feito pelo eixo do fuso, que aciona as rodas “satélite”. O controle de capacidade se faz pela região de início de compressão, esquema parecido ao do compressor de parafuso duplo. O processo de compressão ocorre tanto na parte superior quanto na inferior do compressor. Essa acção combinada alivia a carga radial sobre os mancais, de modo que a única carga que actua sobre os mesmos, além da resultante do próprio peso, é a que actua sobre os eixos dos “satélites”, resultante da pressão do gás nos seus dentes durante o engrenamento. Este tipo, a exemplo do compressor de parafuso duplo, apresenta poucas partes móveis. Os fabricantes estão dirigindo esforços no sentido de estender as razoáveis eficiências de compressão a unidades de pequena capacidade, inferiores até às do compressor de parafuso duplo. Além disso, se as tentativas que estão sendo feitas no sentido de vedar as aberturas com refrigerante líquido, ao invés de óleo, tiverem êxito, a eliminação do separador e do resfriador de óleo poderá resultar em unidades de menor porte e, acima de tudo, de custo inferior às actuais. 25 Figura 6- Compressor de parafuso simples. 26 CONCLUSÃO Após análise do trabalho apresentado, cabe-nos dizer que, os capítulos abordados permitem adquirir uma visão geral acerca da estrutura e funcionamento do compressor bem como dos diferentes processos à que o gás é submetido até ser vazado na descarga. Concluímos então que, o compressor de parafuso vem se mostrado como uma alternativa viável, para sistemas em que a combinação dos aspectos: economia de energia, baixo nível de ruído e confiabilidade, apresentam-se como preponderantes ao sistema desejado. Os dois principais tipos de compressores em operação na refrigeração industrial são os alternativos e os de parafuso. Nas últimas décadas, estes últimos têm adquirido maior importância, competindo com os alternativos, principalmente em instalações de grande capacidade. Acima de tudo, o compressor de parafuso tem mostrado ser uma máquina confiável, capaz de operar durante anos seguidos sem manutenção, embora sejam recomendáveis inspeções visuais e testes de mancais uma vez por ano. Uma curva comparativa do custo inicial desses dois tipos de compressores é mostrada na figura. A taxa de deslocamento limite, acima da qual o custo do compressor de parafuso se torna inferior ao do alternativo é da ordem de 0.25 a 0.35 m³/s. O compressor de parafuso é vantajoso para grandes capacidades. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Stoecker, W.F., Sainz Jabardo, J.M.), Refrigeração industrial. Ed. Edgard Blücher, 2002. (Gosney, W.B.), Principles of refrigeration. Cambridge University Press, 1982. (Bitzer)- Boletim de Engenheira - Características sobre Compressores de Parafuso. Osvaldo Bueno - Curso de Refrigeração e de Ar Condicionado. (Pillis, J.W., 1999), Basics of operation and application of oil flooded Rotary screw compressor. Proceedings of the 28th. Turbomachinery Symposium. Turbomachinery Laboratories. The Texas A&M University, College Station. 28 ANEXOS Anexo I- Tipos de compressores rotativos de parafuso. Figura- Compressor de parafuso duplo. Figura- Compressor de parafuso simples. 29 Anexo II- Classificação dos compressores de parafuso. Figura- Compressor de parafuso aberto. Figura- Compressor de parafuso semi-hermético. 30 Figura- Compressor de parafuso hermético. Anexo III- Unidade compressora de parafuso. Figura- Unidade compressora de parafuso.
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