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INICIAÇÃO ESPORTIVA Profª Drª Eva Pollyanna Peixe Laranjeira OBJETIVOS Conhecer as prática esportivas escolares Definir a iniciação esportiva Contextualizar os diferentes métodos de treinamento Diferenciar iniciação esportiva de especialização precoce Discutir a importância de um sistema de treinamento a longo prazo ESPORTE Práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional. Fenômeno sócio-cultural-político que permite aprofundamentos políticos, sociais, culturais, educacionais, científicos e antropológicos. O números de participantes esportivos é crescente. (PCNs, 1998; TUBINO, 2010) ESPORTE NO BRASIL Método Desportivo Generalizado Educação Integral Governo Militar (1964 a 1985) Esportivismo Educação Física Escolar: não havia o esporte da escola e sim o esporte na escola Seleção de atletas Mudanças (déc. de 80) Período de redemocratização política Críticas ao modelo tradicional CONSTITUIÇÃO DE 88 Visão social Formalizou a prática esportiva como direito de todos Art. 217 - É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais Reorganização: Esporte-Educação Esporte Educacional Esporte Escolar Esporte-Participação Esporte-Rendimento Esporte Esporte- Educação Esporte Educacional Educacional Escolar Esporte Participação Esporte- Desempenho Esporte Rendimento Esporte de Alto rendimento MANIFESTAÇÕES DO ESPORTE TUBINO, GARRIDO e TUBINO, 2007 ESPORTE-EDUCAÇÃO EDUCACIONAL Educação Física Escolar Ocorre dentro e fora da escola Desenvolvimento integral do aluno Formação para a cidadania e lazer Princípios: ESCOLAR Competições entre escolas Segundo Tempo Jogos Escolares Brasileiros Práticas esportivas escolares Princípios: Inclusão Participação Cooperação Corresponsabilidade Emancipação Desenvolvimento Esportivo Desenvolvimento do Espírito Esportivo ESPORTE-PARTICIPAÇÃO Esporte-lazer; -comunitário; do tempo livre Praticado de modo voluntário Regras flexíveis Socialização dos participantes Princípios: Participação Prazer Inclusão ESPORTE-RENDIMENTO Praticado segundo normas e regras Objetivos: resultados; vitórias e recordes Princípios: Superação Desenvolvimento esportivo INICIAÇÃO ESPORTIVA NA ESCOLA Esporte Escolar Práticas Esportivas Escolares Atividades extracurriculares Representações escolar em competições ou não Exemplos: Segundo Tempo e Olimpíadas Escolares Vários estudos verificam que a principal preocupação das PEEs é a competição INICIAÇÃO ESPORTIVA DE QUALIDADE NA ESCOLA Vinculada ao PPP Iniciação esportiva para todos Promover o gosto pela atividade física e esporte Encaminhamento para o esporte de lazer ou o de rendimento PRINCÍPIOS INICIAÇÃO ESPORTIVA NA ESCOLA Totalidade ou Educação integral Desenvolvimento cognitivo, psicomotor e socioafetivo Coeducação ou construção coletiva Emancipação ou rumo à autonomia Cooperação/participação ou inclusão de todos Regionalismo ou respeito à diversidade SEGUNDO TEMPO Democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte Desenvolvimento integral Melhoria da qualidade de vida Crianças de 6 à 17 anos Problemas Previsão orçamentária insuficiente Não abrange uma quantidade significativa de crianças Em 2010, 2,26% das crianças brasileiras (BOHME, 2014) MANIFESTAÇÕES DO ESPORTE INICIAÇÃO ESPORTIVA Rendimento esportivo Engloba a infância, adolescência e juventude Treinamento sistemático e planejado Objetivos, conteúdos e modos de avaliação Profissionais competentes Formação de esportistas competentes, conscientes e entusiasmado SISTEMA DA TREINAMENTO DE INICIAÇÃO ESPORTIVA (BOHME, 2014) FATORES DETERMINANTES DA INICIAÇÃO ESPORTIVA Processo Individual Características genéticas Interação com o meio Crescimento Aumento do tamanho do corpo Maturação Conjunto de mudanças que levam o indivíduo desde a concepção até o mais alto grau de funcionamento de órgãos e sistemas Processos de socialização Influência do meio social Processos de aprendizagem e de exercitação Desenvolvimento intencional Capacidades motoras e coordenativas Intenção do próprio jovem Autocontrole Formação da identidade e personalidade Desenvolvimento da autonomia FATORES DETERMINANTES DA INICIAÇÃO ESPORTIVA BOHME, 2014 FATORES DETERMINANTES DA INICIAÇÃO ESPORTIVA COMO AVALIAR O ESTADO DE MATURAÇÃO DO JOVEM ATLETA? CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO Idade cronológica Idade do indivíduo em relação ao tempo (meses, anos) Idade biológica Características de maturação biológica Importante para o treinamento de crianças e jovens CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: ESTATURA Até 2 anos de vida crescimento acelerado Crescimento longitudinal e transversal Puberdade: Hormônios da tireoide, hormônios do crescimento e hormônios sexuais Atividade física favorecem a mineralização, aumentando a densidade óssea Ingestão insuficiente de cálcio jovens tenistas brasileiros possuem maior densidade óssea do que os não atletas Excesso de exercício pode antecipar o fechamento das epífises ósseas Avaliação Pico de velocidade de estatura CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: ESTATURA CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: TECIDO ADIPOSO Primeiro ano de vida pico de crescimento Puberdade – segundo pico de crescimento Meninos: diminui gordura Meninas: aumento de gordura Leptina Meninos: menor na puberdade, favorecendo o ganho de massa magra Meninas: produção de leptina nos tecidos da coxas e dos quadris Avaliação Espessura das dobras cutâneas Hiperplasia: pré-natal Hipertrofia: pós-natal Puberdade: testosterona Avaliação IMC Dobras cutâneas Pesagem hidrostática CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS: TECIDO MUSCULAR QUAL O MÉTODO DE TREINAMENTO ADEQUADO PARA O JOVEM ATLETA? MÉTODOS DE ENSINO DA INICIAÇÃO ESPORTIVA Analítico-sintético Global-funcional Situacional com processos cognitivos Treinamento à longo prazo ANALÍTICO-SINTÉTICO Centrado na aprendizagem técnica Repetição e automatização de exercícios ideais Atividades fragmentadas e descontextualizada Solução-problema sem importância Especialização esportiva precoce GLOBAL-FUNCIONAL Centrado em jogos Atividades em conjunto Aspectos lúdicos, técnicos, táticos e de regulamento estejam envolvidos Desenvolvimento do cognitivo e do motor SITUACIONAL COM PROCESSOS COGNITIVOS Centrado em situações do jogo Diversas maneiras de solução-problema Posicionamento crítico pelo aprendiz Aprendizado das técnicas concomitante com a tática FORMAÇÃO ESPORTIVA DE LONGO PRAZO Formação de futuras gerações de atletas Treinamento de Longo Prazo (TLP) deve ser realizada de forma planejada e sistemática. Processo de 9 à 12 anos de preparação planejada e sistematizada. (BÖHME, 2000) TLP Esporte de Rendimento Finalidade Esporte Participação Iniciação Esportiva Três níveis Formação Específica Treinamento de Alto Nível INICIAÇÃO OU FORMAÇÃO BÁSICA GERAL Anos iniciais de aprendizagem Desenvolvimento das capacidades coordenativas Diversidade de atividades divertidas e prazerosas Recebem apoio e incentivo dos pais, professores e treinadores Reforço afetivo positivo de treinadores Competições devem ser realizadas através de festivais FORMAÇÃO ESPECÍFICA OU DE ESPECIALIZAÇÃO Anos intermediários de aprendizagem Movimentos específicos de determinada modalidade Concentração e comprometimento dos jovens atletas Permanência do apoio dos pais Inserção nas competições Idades de iniciação variam de acordo com a modalidade 11 à 16 anos INICIAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃOE ALTO DESEMPENHO Desporto Iniciação Especialização ↑ Resultados Basquete 10-12 14-16 22-28 Voleibol 10-12 15-16 22-26 Handebol 10-12 15-17 23-27 Pólo 10-12 16-17 23-26 Futebol 10-12 14-16 22-26 Desporto Iniciação Especialização ↑ Resultados Judô 8-10 15-16 22-26 Ciclismo 12-15 16-18 22-28 Boxe 13-15 16-17 22-26 Natação ///// ///// ///// Feminina 7-9 11-13 18-22 Masculina 7-8 13-15 20-24 INICIAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO E ALTO DESEMPENHO TREINAMENTO DE ALTO NÍVEL Anos finais de aprendizagem Especificidade da modalidade esportiva Busca de perfeição e sucesso Promover desafios crescentes Acima dos 19 anos INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL Formação esportiva para esporte coletivos Segundo Tempo Nove fases Fase Características Pré-escolar (antes dos 6 anos) Diversidade de movimento Não existe execução errada Jogos de percepção e imitação Universal (6-12 anos) Ampliação dos movimentos Capacidades coordenativas Jogos pré-desportivo Fase Características Orientação (12 a 14 anos) Aperfeiçoamento de forma global das capacidades motoras e habilidades técnito- táticos Sem exigência da perfeição do gesto motor Direção (14 a 16 anos) Especialização da técnica Variabilidade esportiva Especialização (16 à 18 anos) Especialização no esporte Aperfeiçoamento técnico-tático Aproximação/Integração (18 à 21 anos) Alto rendimento Integração das capacidades motoras, técnicas e táticas e das capacidades psíquicas e sociais INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL Fase Características Alto nível (a partir dos 21 anos) Estabilização Aperfeiçoamento dos domínios técnico, tático, psicológico e social Recuperação/Adaptação Readaptação do ex-atleta à sociedade Recreação e Saúde Gosto pela prática de atividade física Sem seletividade Esporte Participação INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL MEYER et al., 2013 ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE Trabalho com modalidades específicas Parâmetros utilizados em adultos Rápida melhora no desempenho Cobrança por resultados imediatos ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE Cargas excessivas Treinamento específico antes da fase maturacional Quanto mais cedo iniciar no esporte, maiores serão as chances de desenvolver um atleta de sucesso CONSEQUÊNCIAS DA ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE Formação escolar deficiente Unilateralização Repertório motor limitado Saturação esportiva Desistência da prática esportiva Lesões DESENVOLVIMENTO MULTILATERAL Programas esportivos multilarerais Diversidade de habilidades motoras Resultados a longo prazo Poucas lesões Profissionais competentes Especialização precoce Programa multilateral Rápido desenvolvimento do desempenho Baixo desenvolvimento do desempenho Melhor desempenho atingido com cerca de 15-16 anos devido à rápida adaptação Melhor desempenho aos 18 anos ou mais, acompanhado da maturação fisiológica e psicológica Desempenho inconsistente nas competições Desempenho consistente nas competições Por volta dos 18 anos os atletas estão saturados Longa vida atlética Suscetível a lesões devido à adaptação forçada Poucas lesões MEYER et al., 2013 ATIVIDADE – JÚRI SIMULADO Será proposto um debate sobre Iniciação Esportiva através do Júri Juiz: coordenar o andamento do júri (professor) Equipe de acusação: contra a iniciação esportiva Equipe de defesa: a favor da iniciação esportiva Corpo de jurado (composto por 3 alunos) Apresentação do tema (10 min) Cada equipe formula três perguntas Réplica e tréplica REFERÊNCIAS BOHME, M. T. S. Esporte infantojuvenil: treinamento à longo prazo e talento esportivo. São Paulo: Phorte, 2011. MENEZES, R. P.; MARQUES, R. F. R.; MYRIAN, N. Especialização esportiva precoce e o ensino de jogos coletivos de invasão. Movimento, v. 20, n. 01, p. 351-373, 2014. MEYER, G. D.; LIOYD, R. S.; BRENT, J. L.; FAIGENHAUM, A. D. How young is too young to start training? ACSM’s Health & Fitness Journal, v. 17, n. 5, 2013. TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F.; TUBINO, F. Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte. Rio de Janeiro: SENAC, 2007.