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A Crise da Ética no Mundo Atual

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Ao analisar o estado atual da Ética no mundo, percebe-se que o panorama não é nada satisfatório. A revisão temática e bibliográfica das abordagens relacionadas com dito assunto, levou-nos a confirmar a suspeita de que aquilo que se entende e leciona por Ética está muito longe de possuir uma perspectiva filosófica. A primeira dificuldade encontra-se na delimitação do território das diversas ciências que utilizam direta ou indiretamente esta temática. Não se está falando que a Ética tenha de ser uma disciplina estanque, mas que cada área de atuação profissional tem seu foco específico e deve ser respeitado, somente que respeitas interesses particulares no aproach ético não pode levar a uma descaracterização das particularidades filosóficas da Ética. Tal descaracterização conduz a situações como as que acontecem na atualidade em que se trata a Ética como se fosse Psicologia, Sociologia, Moral Religiosa, sub-área da Administração etc. Estas temáticas, geralmente, estão sendo abordadas no mesmo nível e horizonte. esta constatação apoia-se na observação de programas de Ética desenvolvidos em Instituições  de Ensino em  Centros de Treinamento e Capacitação de recursos Humanos.
A primeira fonte de crise da Ética é de nível histórico. Esta área de reflexão da Filosofia, antes de se estruturar formalmente, existia como interesse de reflexão de alguns filósofos. A tentavia de formar um modelo de sociedade e de homem exige atitudes por vezes radicais e contraditórias. Esses modelos de homem e de sociedade que foram idealizados levaram à implementação de estruturas formativas adequadas a cada ideal de humanidade traçado.
Os interesses divergentes criaram conflitos paradigmáticos que passados vinte e cino séculos permanecem insolúveis. Com isto parece que a própria antureza da reflexão sobre os valores e as atitudes é controversial. Não se está afirmando que a Educação não seja, ja que a crise vem do modelo que se pretende implantar e, não dos conteúdos e as informações que se transmitem no processo, estes são somente instrumentos para a realização de uma tarefa a cunho político-econômico do que sociocultural. (TRUJILLO, Albeiro Mejia, 2011).
CONCEITO FILOSÓFICO DE ÉTICA: RELAÇÃO COM A AXIOLOGIA.
A Axiologia é a parte da Filosofia que estuda os valores e foi criada pelo filósofo Max Scheler que teve como um dos principais representantes Karol Wojtila (Jão paulo II) com a sua principal obra "Pessoa e Ação". A conhecida "Ciência dos Valores" vem justificar que o homem possui a capacidade de fazer a filtragem entre o que é bom e aquilo que é mau conforme os consensos estabelecidos. O discernimento faz com que o ser humano dê mais importância a determinados fatos e coisas do que a outras, que crie hierarquias de valores e que coloque num patamar mais elevado as coisas ou atitudes que, segundo a convenção generalizada, têm mais "valor", isto é, que são mais respresentativas para a sua vida.
Em todo momento fazemos juízos de realidade ao falarmos das coisas e atitudes e, ao mesmo tempo, fazemos juízos de valor, pois descobrimos no mundo em que vivemos a causa que nos impele a lutar por aquilo que se torna importante para a nossa existência. Há valores absolutos e relativos e o que determina a apreciação desses valores é a freqüência com que aparecem em todas as culturas. Podemos citar como exemplo de apreciação absoluta os valores vitais já que em toda época e cultura são fundamentais, embora se manifestem de formas diversas. Os valores artísticos podem ser considerados relativos por não aparecerem com uma determinada freqüência e constância em todos os povos e o nível de importância que se lhe atribui é bastante variável. Geralmente o valor é medido em termos de bem/mal/ e bom/mau. Os atos e coisas boas e que fazem bem são incentivadas, já as que são consideradas más, são reprimidas pela força e pelas punições de ordem "legal". (TRUJILLO, Albeiro Mejia, 2011).
A questão da Ética, como apresentada por Aristóteles, é a busca da felicidade do homem. Ora, para chegar à ideia do que é a felicidade, torna-se necessário trilhar  caminhos sem horizontes abertos, já que não se pode  alcançar um denominador comum a esse respeito pois, um homem busca a felicidade na continência enquanto outro busca no exagero (licença absoluta; alguns acham encontrar a felicidade em um mundo de busca intelectual, enquanto outros têm na vida natural e fisiológica o sentido da felicidade. O meio termo ou equilíbrio é um constructo resultante de uma racionalidade imperativa. Tanto as leis morais que fundamentam o exercício jurídico, quanto os preceitos éticos que modelam o comportamento humano, servem de base para o ordenamento da vida política.
Como entender a Ética autonomamente se partimos do pressuposto de que não há uma Ética universal, mas que esta se forma a partir das necessidades individuais e coletivas? Assim como Monstesquieu não fez  uma teoria política, mas uma teoria da sociedade; igualmente não estaríamos fazendo uma teoria Ética, senão uma análise da formação da sociedade, não do ponto  de vista político, mas do ponto de vista das categorias atitudinais e valorativas. (TRUJILLO, Albeiro Mejia, 2011).
RESUMO:
O estudo de Ética, nos leva à constantes dúvidas, que traduzimos de crise, por fazer com que por vezes nos apanhamos filosofando sobre questões éticos de dada sociedade.
Quando falamos que a fonte de crise da Ética é de nível histórica, é porque o seu interesse era ato reflexivo de alguns filósofos que buscavam um modelo de sociedade e de homem.
BIBLIOGRAFIA:
TRUJILLO, Alberio Mejia, Ética numa Perspectiva Transdisciplinar, Thesaurus Editora de Brasília Ltda., brasília, 2011.

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