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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E CIÊNCIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS APLICADAS À ENGENHARIA E CIÊNCIA DE ALIMENTOS AULA PRÁTICA 2: PENEIRAMENTO E MOAGEM Larissa Herter Centeno Professores: Prof. Dr. Luiz Aantônio de Almeida Pinto e Prof. Dr.Tito Roberto Sant'anna Cadaval Jr. Rio Grande, RS 2019 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3 2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 4 3 MATERIAIS E MÉTODO ........................................................................................... 4 3.1 MATERIAIS ............................................................................................................ 4 3.2 MÉTODO ................................................................................................................ 5 3.2.1 Caracterização granulométrica de uma amostra de milho de pipoca inteiro antes da moagem ................................................................................................................... 5 3.2.2 Moagem do milho de pipoca ................................................................................ 5 3.2.3 Caracterização granulométrica da areia moída e milho moído ............................. 5 3.2.4 Aproximações matemáticas para o cálculo do diâmetro de partícula ................... 6 3.2.5 Cálculo das constantes empíricas de Kick, Rittinger e Bond ................................ 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 7 4.1 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DA AMOSTRA DE MILHO INTEIRO ... 7 4.2 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DO MILHO MOÍDO ............................. 8 4.2.1 Aproximação do diâmetro médio por diâmetro de Sauter ..................................... 9 4.2.2 Aproximação por modelos matemáticos de distribuição ..................................... 10 4.3 CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DA AREIA MOÍDA ................................. 15 4.3.1 Aproximação do diâmetro médio por Diâmetro de Sauter .................................. 16 4.3.2 Aproximação por modelos matemáticos de distribuição ..................................... 17 4.4 LEIS EMPÍRICAS ................................................................................................. 22 4.4.1 Cálculo da energia consumida pelo moinho ....................................................... 23 4.4.2 Cálculo da constante da Lei de Kick, Rittinger e Bond ....................................... 23 5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 24 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 25 3 1 INTRODUÇÃO Durante o processamento de alimentos sólidos é frequente a necessidade de se separar materiais com respeito ao seu tamanho. As técnicas de separação são baseadas nas diferenças físicas entre as partículas como tamanho, forma ou densidade. O peneiramento é um método de separação de partículas que leva em consideração apenas o tamanho. No peneiramento industrial, os sólidos são colocados sobre uma superfície com um determinado tamanho de abertura. As partículas menores, ou finas, passam através das aberturas da peneira; as partículas maiores não. A necessidade de separar sólidos está associada a duas finalidades: (1) dividir o sólido granular em frações homogêneas; e (2) obter frações com partículas de mesmo tamanho. No entanto, é difícil se conseguir os dois objetivos simultaneamente (UFSC, 2019). Além da separação dos sólidos, por vezes é necessário reduzi-lo de tamanho. Esta redução pode ser realiza da através da moagem, onde o tamanho médio dos alimentos sólidos é reduzido pela aplicação de forças de impacto, compressão e abrasão. As vantagens da redução de tamanho no processamento são: (1) aumento da relação superfície/volume, aumentando, com isso, a eficiência de operações posteriores, como extração, aquecimento, resfriamento, desidratação, etc.; e (2) uniformidade do tamanho das partículas do produto, auxiliando na homogeneização de produtos em pó ou na solubilização dos mesmos (UFRGS, 2019). Independente da técnica de medida do tamanho de partícula, a distribuição estatística de tamanhos ou granulometria é expressa, usualmente, em função da frequência relativa das partículas que detêm certo diâmetro. Essa função pode ser expressa em função da massa (peneiramento), volume (difração a laser) e número de partículas (análise de imagens). Além da distribuição de frequência, a distribuição de tamanho de partículas também pode ser representada pela fração cumulativa de partículas que possuem diâmetro menor e maior que um valor médio de partícula em um intervalo de 0 a 100% da grandeza acumulada (CREMASCO, 2012). 4 2 OBJETIVOS Realizar a moagem de farinha de milho acompanhando a corrente durante o processo; Calcular a eficiência do moinho; Realizar a distribuição granulométrica da areia moída e milho de pipica moído; Determinar o diâmetro médio do milho moído por peneiramento; Utilizar diferentes métodos matemáticos para encontrar a melhor aproximação ao diâmetro médio obtido por peneiramento; Calcular as constantes empíricas de Rittinger, Kick, e Bond. 3 MATERIAIS E MÉTODO 3.1 MATERIAIS Areia moída; Milho de pipoca; Peneiras da série Tyler; Moinho de facas; Multímetro digital; Cronômetro digital; Balança eletrônica; Agitador mecânico para o peneiramento. 5 3.2 MÉTODO 3.2.1 Caracterização granulométrica de uma amostra de milho de pipoca inteiro antes da moagem A determinação da distribuição granulométrica do milho inteiro foi realizada usando um agitador juntamente com peneiras Tyler 8 a 160 (peneiras abertura de 2,38 e 0,090 mm, respectivamente). As peneiras foram pesadas antes de serem colocadas no agitador. Aproximadamente 200g de milho foram introduzidos no topo das peneiras, ligando o agitador por 10 minutos em cada série de ensaios. Foram determinadas as massas retidas em cada uma das peneiras para o cálculo do diâmetro médio. 3.2.2 Moagem do milho de pipoca A massa de milho foi levada ao moinho de facas e o procedimento ocorreu por 120 segundos. Durante a operação de moagem, mediu-se a corrente fornecida ao moinho sendo que esta era registrada de cinco em cinco segundos. Após retirarmos o milho do moinho, este foi recolhido e posteriormente efetuou-se o mesmo procedimento de caracterização granulométrica anterior. 3.2.3 Caracterização granulométrica da areia moída e milho moído A determinação da distribuição granulométrica do milho inteiro foi realizada usando um agitador juntamente com peneiras Tyler 8 a 160 (peneiras abertura de 2,38 e 0,090 mm, respectivamente). As peneiras foram pesadas antes de serem colocadas no agitador. Aproximadamente 200g de areia moída e milho de pipoca moído foram introduzidos no topo das peneiras, ligando o agitador por 10 minutos em cada série de ensaios. Foram determinadas as massas retidas em cada uma das peneiras para o cálculo do diâmetro médio e posteriormente as frações mássicas acumuladas (retidas e passantes). 6 3.2.4 Aproximações matemáticas para o cálculo do diâmetro de partícula As massas retidas em cada peneira foram convertidos em fração mássica passante acumulada e estes dados, junto ao diâmetro médio entre as malhas, foram usados para simulações com os modelosGates – Gaudin – Schumann (GGS) e Rosin-Rammler-Bennett (RRB), Equações 1 e 2. As Equações 3 e 4 servem para o cálculo do diâmetro médio de partícula para os modelos GGS e RRB, respetivamente. Além destes, os dados de fração mássica retida e diâmetro médio foram utilizados para cálculo do diâmetro médio de Sauter (Equação 5). (1) (2) (3) (4) (5) 3.2.5 Cálculo das constantes empíricas de Kick, Rittinger e Bond As Equações 6, 7 e 8 foram utilizadas para calcular as constantes empíricas de Kick, Rittinger e Bond, utilizando a energia consumida pelo moinho para redução de tamanho do milho de pipoca. (6) (7) (8) E = E = E = * K 7 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DA AMOSTRA DE MILHO INTEIRO Para a determinação do diâmetro médio do milho inteiro foi realizada uma caracterização por peneiramento, na qual aproximadamente 17% ficou retida entre as malhas ¼ (6,35 mm) e 4 (4,76 mm), e 83% entre as malhas 4 e 6 (3,36 mm). Desta forma foi calculado o diâmetro médio de 4,31 mm. 8 4.2 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DO MILHO MOÍDO Na Tabela 1 estão apresentados os dados da caracterização granulométrica do milho de pipoca moído. Tabela 1: Dados da análise granulométrica para o milho pós-moagem. Tyler Abertura (mm) Tara + Massa retida (g) Tara da peneira (g) Massa retida (g) Fração mássica retida Fração retida acumulada Fração passante acumulada 8 2,380 421,4 421,12 0,28 0,001419 0,001419 0,998581 9 2,000 457,77 455,17 2,6 0,013173 0,014591 0,985409 10 1,700 549,58 542,32 7,26 0,036782 0,051373 0,948627 12 1,410 474,07 430,9 43,17 0,218715 0,270088 0,729912 14 1,190 506,5 461,31 45,19 0,228949 0,499037 0,500963 16 1,000 416,64 387,41 29,23 0,148090 0,647127 0,352873 28 0,600 415,2 379,04 36,16 0,183200 0,830327 0,169673 32 0,500 386,36 381,28 5,08 0,025737 0,856064 0,143936 35 0,425 321,36 318,5 2,86 0,014490 0,870554 0,129446 48 0,300 389,79 376,33 13,46 0,068193 0,938748 0,061252 65 0,212 377,39 370,76 6,63 0,033590 0,972338 0,027662 80 0,177 375,8 374,68 1,12 0,005674 0,978012 0,021988 100 0,150 299,62 296,26 3,36 0,017023 0,995035 0,004965 150 0,106 365,6 364,62 0,98 0,004965 1,000000 0,000000 160 0,090 9 Com o auxilio do software Statistica, é possível plotar o gráfico de fração retida acumulada e fração passante acumulada versus diâmetro médio entre as malhas, mostrado na Figura 1. Figura 1: Fração passante e retida acumulada versus diâmetro médio para o milho moído. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 X X: Fração retida acumulada X: Fração passante acumulada Ao observarmos o gráfico verificamos que o diâmetro médio da partícula é aproximadamente 1,1mm. 4.2.1 Aproximação do diâmetro médio por diâmetro de Sauter Na Tabela 2 estão explicitados os dados para o cálculo do diâmetro médio do milho moído a partir do diâmetro de Sauter. 10 : Tabela 2: Valores para cálculo do diâmetro de Sauter pré-moagem Tyler Diâmetro médio (mm) Fração mássica retida -8 + 9 2,190 0,001419 -9 + 10 1,850 0,013173 -10 + 12 1,555 0,036782 -12 + 14 1,300 0,218715 -14 + 16 1,095 0,228949 -16 + 28 0,800 0,148090 -28 + 32 0,550 0,183200 -32 + 35 0,463 0,025737 -35 + 48 0,363 0,014490 -48 + 65 0,256 0,068193 -65 + 80 0,195 0,033590 -80 + 100 0,164 0,005674 -100 + 150 0,128 0,017023 -150 + 160 0,098 0,004965 A partir dos dados da Tabela 2 podemos calcular, através da Equação 5, o diâmetro de Sauter para a amostra de areia antes desta ser moída, sendo este 0,59 mm. 4.2.2 Aproximação por modelos matemáticos de distribuição 4.2.2.1 Modelo GGS Com os dados de fração passante acumulada e diâmetro médio das malhas, é possível utilizar o modelo GGS para obter uma aproximação da distribuição granulométrica, apresentada na Figura 2. 11 Figura 2: Ajuste do modelo GGS da fração passante versus diâmetro. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 F ra ç ã o m á s s ic a p a s s a n te a c u m u la d a Encontramos para o ajuste dos dados do modelo GGS um coeficiente de correlação (R²) de 0,96 e erro médio relativo de 38,44. A Tabela 3 mostra os valores estimados para os parâmetros k e m, bem como os seus respectivos desvios padrões, parâmetros de t-Student e nível de significância (p-level). Tabela 3: Valores estimados para o ajuste da função GGS. Valor Estimado Erro Padrão t p-level K (mm) 1,938 0,077 25,093 < 0,01 m 1,143 0,101 11,320 < 0,01 O diâmetro de partícula obtido pelo modelo GGS (Equação 2) foi de 0,24 mm. Para verificação dos resultados obtidos, traçaram-se os gráficos das Figuras 3 e 4, que mostram a aleatoriedade dos pontos em torno da média. 12 Figura 3: Gráfico de resíduos do modelo GGS para o milho pós-moagem. -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Valores preditos -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 V a lo re s R e s id u a is Figura 4: Gráfico valor normal esperado para o modelo GGS. -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 Resíduos -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 V a lo r N o rm a l E s p e ra d o 13 4.2.2.2 Modelo RRB De maneira análoga ao modelo GGS, podemos ajustar os dados de frações passantes versus diâmetro ao modelo RRB para o milho moído. A aproximação gerada pelo modelo está apresentada na Figura 5. Figura 5: Ajuste do modelo RRB da fração passante versus diâmetro. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 F ra ç ã o m á s s ic a p a s s a n te a c u m u la d a Figura 1: Ajuste da função RRB aos dados Encontramos para o ajuste dos dados ao modelo RRB um coeficiente de correlação (R²) de 0,99 e erro médio relativo de 19,44. Na Tabela 4 estão dispostos os valores estimados para k e m, bem como os seus respectivos desvios padrões, parâmetros de Student e nível de significância (p- level). Tabela 4: Valores estimados para o ajuste da função RRB. Valor Estimado Erro Padrão t p-level D’ (mm) 1,147 0,030 38,102 < 0,01 n 2,330 0,194 11,999 < 0,01 14 O diâmetro de partícula obtido pelo modelo RRB (Equação 4) foi de 0,74 mm. Para verificação dos resultados obtidos, traçaram-se os gráficos das Figuras 6 e 7, que mostram a aleatoriedade dos pontos em torno da média. Figura 6: Gráfico de resíduos do modelo RRB para o milho pós-moagem. -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Valores Preditos -0,10 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 V a lo re s r e s id u a is Figura 7: Gráfico valor normal esperado para o modelo RRB. -0,10 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 Resíduos -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 V a lo r N o rm a l E s p e ra d o 15 4.3 CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DA AREIA MOÍDA Na Tabela 5 estão apresentados os dados da caracterização granulométrica da areia moída. Tabela 5: Dados da análise granulométrica para a areia pós-moagem. Tyler Abertura (mm) Tara + Massa retida (g) Tara da peneira (g) Massa retida (g) Fração retida Fração retida acumulada Fração passante acumulada 8 2,380 433,65 421,12 12,53 0,032218 0,032218 0,967782 9 2,000 474,32 455,17 19,15 0,049240 0,081458 0,918542 10 1,700 558,46 542,32 16,14 0,041501 0,122959 0,877041 12 1,410 459,9 430,9 29 0,074567 0,197526 0,802474 14 1,190 491,66 461,31 30,35 0,078039 0,275565 0,724435 16 1,000 416,86 387,41 29,45 0,075724 0,351290 0,64871028 0,600 475,09 379,04 96,05 0,246972 0,598262 0,401738 32 0,500 406,99 381,28 25,71 0,066108 0,664370 0,335630 35 0,425 334,44 318,5 15,94 0,040986 0,705356 0,294644 48 0,300 435,56 376,33 59,23 0,152297 0,857653 0,142347 65 0,212 400,72 370,76 29,96 0,077036 0,934689 0,065311 80 0,177 383,86 374,68 9,18 0,023604 0,958294 0,041706 100 0,150 302,13 296,26 5,87 0,015093 0,973387 0,026613 150 0,106 374,97 364,62 10,35 0,026613 1,000000 0,000000 160 0,090 16 Com o auxilio do software Statistica, é possível plotar o gráfico de fração retida acumulada e fração passante acumulada versus diâmetro médio entre as malhas mostrado na Figura 8. Figura 8: Fração passante e retida acumulada versus diâmetro médio para a areia moída. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 X Fração retida acumulada Fração passante acumulada Figura 2: Fração passante e retida acumulada versus diâmetro médio pós- moagem da areia. Ao observarmos o gráfico verificamos que o diâmetro médio da partícula é aproximadamente 0,7 mm. 4.3.1 Aproximação do diâmetro médio por Diâmetro de Sauter Na Tabela 6 estão explicitados os dados para o cálculo do diâmetro médio do milho moído a partir do diâmetro de Sauter. 17 Tabela 6: Valores para cálculo do diâmetro de Sauter pós-moagem Tyler Diâmetro médio (mm) Fração retida -8 + 9 2,190 0,032218 -9 + 10 1,850 0,049240 -10 + 12 1,555 0,041501 -12 + 14 1,300 0,074567 -14 + 16 1,095 0,078039 -16 + 28 0,800 0,075724 -28 + 32 0,550 0,246972 -32 + 35 0,463 0,066108 -35 + 48 0,363 0,040986 -48 + 65 0,256 0,152297 -65 + 80 0,195 0,077036 -80 + 100 0,164 0,023604 -100 + 150 0,128 0,015093 -150 + 160 0,098 0,026613 A partir dos dados da tabela 6 podemos calcular, através da Equação 5 o diâmetro de Sauter para a amostra de areia antes desta ser moída, sendo este 0,39 mm. 4.3.2 Aproximação por modelos matemáticos de distribuição 4.3.2.1 Modelo GGS Com os dados de fração passante acumulada e diâmetro médio das malhas, é possível utilizar o modelo GGS para obter uma aproximação da distribuição granulométrica, apresentada na Figura 9. 18 Figura 9: Ajuste do modelo GGS a fração passante versus diâmetro médio, 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 F ra ç ã o m á s s ic a p a s s a n te a c u m u la d a O modelo GGS ajustado aos dados de fração passante versus diâmetro apresenta uma correlação de 0,94 e um erro médio relativo de 38,46. A Tabela 7 mostra o valor dos parâmetros estimados para o modelo assim como os seus respectivos desvios padrão, parâmetros de Student e nível de significância. Tabela 7: Valores estimados para o ajuste da função GGS pós-moagem. Valor Estimado Erro Padrão t p-level k 1,960 0,127 15,426 < 0,01 m 0,771 0,072 10,656 < 0,01 Pelo modelo GGS não foi possível calcular o diâmetro médio areia, devido ao valores do parâmetro m obtido não atender as condições impostas para uso deste (gerou um diâmetro médio negativo). Para verificação dos resultados obtidos, traçaram-se os gráficos das Figuras 10 e 11, que mostram a aleatoriedade dos pontos em torno da média. 19 Figura 10: Gráfico de resíduos referente ao ajuste do modelo GGS. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Valores Preditos -0,14 -0,12 -0,10 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 V a lo re s R e s id u a is Figura 11: Gráfico valor normal esperado para o modelo GGS. -0,14 -0,12 -0,10 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 Resíduos -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 V a lo r N o rm a l E s p e ra d o 20 4.3.2.2 Modelo RRB Com os dados de fração passante acumulada e diâmetro médio das malhas, é possível utilizar o modelo RRB para obter uma aproximação da distribuição granulométrica, apresentada na Figura 12. Figura 12: Ajuste do modelo RRB a fração passante versus diâmetro médio. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 Diâmetro médio (mm) -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 F ra ç ã o m á s s ic a p a s s a n te a c u m u la d a A Figura 12 mostra o ajuste para o modelo de distribuição RRB, para a areia após a moagem sendo que este apresenta uma correlação de 0,99 e um erro médio relativo de 16,08. O valor dos parâmetros encontrados na regressão dos dados ao modelo encontram-se listados na Tabela 8. Tabela 8: Valores estimados para o ajuste da função RRB pós-moagem. Valor Estimado Erro Padrão t p-level D’ 0,880 0,028 30,693 < 0,01 n 1,429 0,074 19,276 < 0,01 O diâmetro de partícula obtido pelo modelo RRB (Equação 4) foi de 0,29 mm. 21 Para verificação dos resultados obtidos, traçaram-se os gráficos das Figuras 13 e 14, que mostram a aleatoriedade dos pontos em torno da média. Figura 13: Gráfico de resíduos para ajuste do modelo RRB para areia pós- moagem. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Valores preditos -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 V a lo re s R e s id u a is Figura 14: Gráfico valor normal esperado para o modelo RRB. -0,06 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 Resíduos -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 V a lo r N o rm a l E s p e ra d o 22 4.4 LEIS EMPÍRICAS Durante o processo de moagem do milho obtemos a Tabela 9 que nos da o tempo de operação do moinho, corrente e diferença de potencial. Tabela 9: Tabela com dados para cálculo das leis empíricas. Tempo (s) Corrente (A) Tensão (V) Vazio 3,12 220 5 2,94 220 10 3,08 220 15 3,09 220 20 3,08 220 25 2,97 220 30 3,12 220 35 3,43 220 40 3,88 220 45 4,14 220 50 4 220 55 4,13 220 60 4,43 220 65 4,23 220 70 4,1 220 75 5,6 220 80 4,66 220 85 4,1 220 90 4,23 220 95 4,4 220 100 3,61 220 105 3,48 220 110 3,52 220 115 3,71 220 120 3,73 220 Média da corrente = 3,791 A Média de tensão = 220 V 23 4.4.1 Cálculo da energia consumida pelo moinho De posse dos valores da tabela , a energia consumida pelo moinho pode ser calculada pela seguinte expressão: E = 139,011 kWh.ton-1 4.4.2 Cálculo da constante da Lei de Kick, Rittinger e Bond É possível calcular a constante de Kick (KK), Rittinger (KR) e Bond (KB) através das Equações 6, 7 e 8, considerando os diâmetros de partícula inicial (caracterização por peneiramento) e final (diâmetro de Sauter), a energia consumida pelo moinho e a massa alimentada ao moinho (200g). Os resultados estão apresentados na Tabela 10. Tabela 10: Constantes empíricas de Kick, Rittinger e Bond. Constante de Kick (kWh.ton-1) 160,962 Constante de Rittinger (kWh.mm. ton-1) 95,024 Constante de Bond (kWh.mm-1/2. ton-1) 106,776 24 5 CONCLUSÃO Após a moagem da areia e do milho, o diâmetro deste foi calculado pelos métodos diâmetro de Sauter (método gráfico e por equação), modelo GGS e modelo RRB. Para o milho moído os diâmetros óbitos, respectivamente, pelos quatro métodos acima descritos, foram 1,10, 0,59, 0,24 e 0,74 mm, verificando que o modelo RRB e o diâmetro de Sauter calculado pela equação são os que mais se aproximam entre si e, portanto, mostram que o modelo de RRB é o que melhor estima o diâmetro médio das partículas. Pelo modelo GGS não foi possível calcular o diâmetro médio das partículas de areia moída, devido aos valores do parâmetro m obtido para o mesmo não atenderem as condições impostas para uso deste (gerou um diâmetro médio negativo). Para o milho moído os diâmetros médios óbitos, respectivamente, pelos três métodos acima descritos (com exceçãodo modelo GGS), foram 0,70, 0,39 e 0,29 mm, verificando novamente que o modelo RRB e o diâmetro de Sauter calculado pela equação são os que mais se aproximam entre si. As constantes das leis de Kick, Bond e Ritinger foram calculadas para a moagem do milho. 25 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, A.M.; CASTILHO, L.R.; FREIRE, D.M.G. Characterization of babassu, canola, castor seed and sunflower residual cakes for use as raw materials for fermentation processes. Industrial Crops and Products, v. 83, p. 140-148, 2016. CREMASCO, M.A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos. São Paulo: Blucher, 2012. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Separação Sólido- Líquido. Disponível em: https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/772366/mod_resource/content/0/OPERAC OES/Peneiramento07.pdf. Acesso em 18 de novembro de 2019. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Redução de Tamanho – Moagem. Disponível em: http://www.ufrgs.br/alimentus1/feira/optransf/opt_moagem.htm. Acesso em 18 de novembro de 2019.
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