Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof.: João Alberto Machado Leite Os procedimentos normalmente utilizados na engenharia de tráfego para levantamentos de dados de campo são as pesquisas, que podem ser feitas mediante entrevistas ou por observação direta. Nas entrevistas, o processo consiste em obter a informação formulando perguntas orais ou escritas ao usuário, classificando suas respostas de acordo com certos padrões estabelecidos. Na observação direta, trata-se de registrar os fenômenos de trânsito tal como são, sem perturbá-los. As Contagens Volumétricas visam determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo de veículos que passam por um ou vários pontos selecionados do sistema viário, numa determinada unidade de tempo. Essas informações serão usadas na: • análise de capacidade, • avaliação das causas de congestionamento e de elevados índices de acidentes, • dimensionamento do pavimento, • outras melhorias. Existem dois locais básicos para realização das contagens: nos trechos entre interseções e nas interseções. • Entre interseções – identificar os fluxos numa via; • Nas interseções – fluxos das vias que se interceptam e seus ramos de ligação. As contagens volumétricas para estudos em áreas rurais classificam-se em: • Contagens Globais - registra o número de veículos que circulam por um trecho de via, independentemente de seu sentido, grupando-os geralmente pelas suas diversas classes; • Contagens Direcionais - é registrado o número de veículos por sentido do fluxo; • Contagens Classificatórias - são registrados os volumes para os vários tipos ou classes de veículos. • Contagens Manuais São contagens feitas por pesquisadores, com auxílio de fichas e contadores manuais. São ideais para a classificação de veículos, análise de movimentos em interseções e contagens em rodovias com muitas faixas. Para contagens em vias urbanas é comum adotar um critério de grupamento de veículos com base em características semelhantes de operação (automóveis, ônibus e caminhões). • Contagens Automáticas São contagens feitas através de contadores automáticos de diversos tipos, em que os veículos são detectados através de tubos pneumáticos ou dispositivos magnéticos, sonoros, radar, células fotoelétricas, etc. Atualmente são usados contadores registradores acoplados a computadores, que fornecem um registro permanente dos volumes e podem ser programados para outros objetivos específicos. Apresentam a desvantagem do custo elevado e de sua exposição a roubos e vandalismo. Entretanto, seu constante aperfeiçoamento tecnológico tem reduzido continuamente seus custos e dimensões, e tornado cada vez mais fácil ocultar os equipamentos. • Contagens Automáticas • Contadores automáticos portáteis São utilizados normalmente para pesquisas de tempo limitado, de 24 horas, mas que podem se estender por algumas semanas. São úteis também em situações que, por razões de segurança, se deseja evitar a presença de observadores (em túneis, pontes, mau tempo, etc.). Os contadores portáteis mais comuns usam tubos pneumáticos que, estendidos transversalmente ao pavimento, registram a passagem de eixos sucessivos, possibilitando determinar as quantidades de eixos que passam em um período qualquer. Não permitem classificar os veículos por categoria! • Contagens Automáticas • Contadores automáticos portáteis Existe um outro tipo de contador portátil (Hi-Star), com sensor magnético, que permite detectar a passagem dos veículos e não de seus eixos. Velocidade, tipo e comprimento de cada veículo que passa sobre ou junto à placa são obtidos com base na tecnologia IMV (Imagem Magnética do Veículo), que determina a interferência que a massa do veículo exerce no campo magnético terrestre. • Contagens Automáticas • Contadores automáticos permanentes Os órgãos responsáveis pela administração dos sistemas viários muitas vezes instalam postos permanentes nos locais em que desejam efetuar contagens contínuas, de longa duração (por exemplo 24 horas por dia, durante todo o ano). Os dados levantados nesses postos são normalmente parte de um programa de estudo das características e tendências do tráfego de uma determinada área (município, estado, região, etc.). • Videoteipe O procedimento de filmagem com câmaras de vídeo pode também ser utilizado para determinar volumes de tráfego. Entretanto, muitas vezes se gasta mais tempo em sua instalação do que em levantar os dados manualmente. Oferece algumas vantagens: • Todos os movimentos direcionais que ocorrem simultaneamente, por maiores que sejam, podem ser levantados por um só observador; • Maior confiança nos levantamentos, pois se podem comprovar os dados; • Trabalha-se com mais conforto, ao abrigo do tempo; • Pode-se obter outros dados de interesse. • Método do Observador Móvel Esse método é usado para obtenção do número de veículos, não em um ponto da via, mas sim num determinado trecho da mesma. Serve ainda para determinar tempos e velocidades de percurso médias, tendo sua maior utilização em vias urbanas. • Método do Observador Móvel Para sua aplicação se emprega um veículo-teste que percorre várias vezes o trecho em estudo, sendo anotadas as seguintes informações: O ponto onde se procede o registro do número de veículos que por ele passam durante um determinado período, é denominado Posto de Contagem. Para estudos em sistemas de vias rurais são usados três tipos distintos de postos: postos permanentes, postos sazonais e postos de cobertura. Para estudos especiais, ou em sistemas de vias urbanas, normalmente são utilizados dois tipos de postos: postos no cordão externo e postos no cordão interno. • Postos permanentes - São instalados em todos os pontos onde se necessite uma série contínua de dados para a determinação de volumes horários, tendências dos volumes de tráfego, ajustamento de contagens curtas em outros locais, etc. Sua localização deve ser distribuída de tal modo que sejam representativos de cada tipo de via do sistema. • Postos sazonais - Destinados a determinar a variação dos volumes de tráfego durante o ano. Sua localização deve obedecer os mesmos critérios mencionados para os postos permanentes. • Postos de cobertura - Nestes postos se realizam contagens uma vez no ano durante 48 horas consecutivas em dois dias úteis da semana. Para estudos especiais/vias urbanas: • Postos no cordão externo (Cordon Line): A área de estudo é delimitada pelo que chamamos de cordão externo. O cordão externo define os limites da área de influência direta dos estudos. Os postos de contagem devem ser localizados de modo a cobrir pelo menos 95% do tráfego que cruza o cordão. Para estudos especiais: • Postos no cordão interno (Screen Line): Um cordão interno tem como objetivo dividir a área de influência direta, de modo a possibilitar uma comparação entre os fluxos reais de tráfego que cruzam o cordão, com os obtidos a partir das pesquisas de origem e destino, para verificar seu grau de precisão e proceder ao seu ajustamento. • Postos no cordão interno (Screen Line): O cordão interno geralmente utiliza uma barreira natural ou artificial, que tenha um número limitado de pontos de cruzamento, tais como um rio, uma via férrea ou uma via expressa. A definição de uma solução a adotar para uma determinada interseção e o dimensionamento de seus ramos dependem necessariamente do volume e das características do tráfego que circulará no ano de projeto. Os dados de tráfego deverão incluir os Volumes Médios Diários (VMD) e os Volumes Horários de Projeto (VHP). Deverão ser representados em fluxogramas indicativos das diversas correntes de veículos, classificados de acordo com as finalidades do estudo, pelo menos em carros depasseio, ônibus e veículos de carga INFORMAÇÕES BÁSICAS Para obtenção dos dados necessários ao estudo das interseções deverão ser levantadas as seguintes informações: a) Determinação preliminar dos períodos de pico de tráfego, através do exame de contagens de tráfego eventualmente existentes ou de observação específica do local. b) Identificação das características dos veículos de maiores dimensões que ocorrem normalmente na interseção. c) Identificação de elementos existentes que permitam determinar fatores de sazonalidade para ajustamento dos resultados das contagens ao período do ano de maior fluxo de tráfego. INFORMAÇÕES BÁSICAS d) Identificação de elementos existentes que permitam determinar os fatores de expansão necessários à determinação do Volume Médio Diário (VMD) das diversas correntes da interseção. e) Levantamento de valores de taxas de crescimento a aplicar aos volumes determinados nas contagens, obtidos de estudos socioeconômicos ou estudos de tráfego existentes. PLANEJAMENTO DAS CONTAGENS As contagens deverão ser executadas pelo menos durante três dias, escolhidos de forma a incluir o provável pico horário semanal. Normalmente, serão realizadas nos dias úteis, exceto onde predominarem problemas relacionados com o tráfego de fim de semana. Nessas contagens serão determinados separadamente os volumes dos veículos da classificação adotada. PLANEJAMENTO DAS CONTAGENS Normalmente, sabendo-se de antemão o horário aproximado do pico, a contagem de duas a quatro horas no seu entorno é suficiente para caracterizar e conhecer o volume de pico. Esta pesquisa deve ser realizada nos períodos da manhã e da tarde, obtendo-se os chamados “pico da manhã” e “pico da tarde”. Havendo interesse e recursos pode-se obter fluxos característicos de outros horários; pico do almoço, por exemplo, se existir, ou período fora de pico ou mesmo do dia todo. Em trechos selecionados, onde a influência dos pedestres pode contribuir para causar problemas de capacidade e segurança, seus movimentos devem ser registrados, visando uma análise posterior da necessidade da construção de passarelas ou, no caso de interseções sinalizadas por semáforos, uma fase especial para pedestres. A localização dos pontos críticos ou perigosos será estabelecida a partir de inspeção do trecho e de informações complementares de autoridades locais. • Trechos contínuos Os dados sobre fluxos de veículos podem ser expostos das mais variadas formas, dependendo da finalidade dos estudos. Geralmente são tabulados de forma a agrupá-los em intervalos de tempo, fornecendo os volumes de uma determinada seção ou trecho rodoviário. O intervalo mais comum é o de uma hora de duração, com o objetivo de determinar o “Volume da Hora de Pico”, embora se possa utilizar qualquer período desejado. • Trechos contínuos Os volumes obtidos nas contagens normalmente são representados das seguintes maneiras: a) Analiticamente, por meio de tabelas sumárias das quais constem os dados necessários à análise dos volumes. b) Graficamente por meio de histogramas, fluxogramas lineares e gráficos de variação. • Interseções A forma mais simples e usual de apresentar os fluxos de veículos de uma interseção é montar um fluxograma, no qual constem os volumes de cada movimento. Normalmente, os volumes são coletados por tipo de veículo. Para a tabulação, se estiverem sendo usados fatores de equivalência, convém incluí-los desde o início no cálculo. Assim, utilizando os equivalentes de carros de passeio, procede-se à transformação dos valores das contagens em unidades de carro de passeio (UCP). • Interseções Prepara-se então um sumário dos valores expressos em unidades de carro de passeio. De posse desses valores é necessário reagrupá-los em períodos corridos de uma hora, a fim de localizar a hora de pico da interseção como um todo. A Hora de Pico é o conjunto de 4 intervalos consecutivos de 15 minutos que apresenta maior volume de tráfego. Para tanto, deve-se somar os valores de todos os movimentos dentro dos mesmos 15 minutos (achando o volume deste período), adicionando depois 4 passos consecutivos, para totalizar uma hora corrida. • Interseções Assim, para o exemplo da Figura abaixo, obtém-se volume da hora entre 8:00 h e 9:00 h, entre 8:15h e 9:15 h, e assim por diante, até a hora de 11:00h às 12:00h, sendo a hora de pico aquela que apresentar maior volume total. • Interseções Desta forma, pode-se calcular: – Horas de pico de cada movimento e seus respectivos volumes. – Horas de pico da interseção como um todo (soma de todos os movimentos) e volumes de cada movimento nessas horas. Convém observar que as horas de picos dos diversos ramos podem não coincidir com a hora de pico da interseção como um todo. • Interseções O Fator de Hora de Pico (FHP) da interseção é definido pela razão do volume da hora de pico sobre o fluxo horário do período de 15 minutos mais carregado da hora de pico. O fluxo horário é 4 vezes o volume de 15 minutos, ou seja, 4 x 787. Logo, o Fator de Hora de Pico é: • Interseções A Figura ao lado fornece um modelo de fluxograma de tráfego em UCP, abrangendo todos os movimentos diretos e de conversão. INTERSEÇÕES EM NÍVEIS DIVERSOS • DESVANTAGENS: - Bastante Onerosas - Modificações indesejáveis no perfil da via - Às vezes antiestéticas em vias urbanas - Difícil adaptação para muitos ramos • VANTAGENS: - Capacidade do trânsito direto igualável à capacidade das vias fora da interseção - Maior segurança - Boa velocidade - Adaptam-se a diversos ângulos de cruzamento - Evitam paralizações e grandes mudanças de velocidades - Adaptam-se a construções por etapas INTERSEÇÕES TIPO ROTATÓRIAS • DESVANTAGENS: - Necessitam maiores espaços - Mais onerosas - Não apropriadas para alto volume de pedestres - Exigem ilhas centrais muito grandes - Baixa velocidade para mais de 1500 vph - Não permitem construções por etapas • VANTAGENS: - Circulação ordenada, contínua e segura - Boa segurança - Substituem os cruzamentos por entrecruzamentos, tornando os conflitos menos agudos e os acidentes que possam ocorrer, menos graves - Giros à esquerda com facilidade - Adaptam-se bem a interseções com cinco ou mais ramos Os fluxogramas de tráfego têm o objetivo de mostrar os diversos movimentos existentes numa interseção. Podem ser elaborados em veículos mistos por dia, por mês, por ano, ou por hora. Podem também ser elaborados em veículos equivalentes por dia, por mês, por ano, ou por hora. A sua finalidade é a de, conhecendo-se os diversos movimentos existentes (ou previstos), elaborar o projeto da interseção. Neste caso, o fluxograma que interessa elaborar é o fluxograma de tráfego em veículos equivalentes por hora, normalmente conhecido como fluxograma em UCP/hora. Normalmente, quando se realiza pesquisas de tráfego em uma interseção existente, obtêm-se os diversos movimentos da interseção em veículos/dia. Para se obter o fluxograma em veículos/hora é necessário conhecer- se o Pico Horário (K). Conhecendo-se o Fluxograma Diário do Tráfego, obtém-se o Fluxograma Horário multiplicando-se o tráfego diário pelo Pico Horário (K). O Fluxograma de interesse ao projeto de interseções é o fluxograma em veículos/hora, convertidos em Unidades de Carros de Passeio e apresentado por sentido de movimentação. O fluxograma em veículos/dia, determinado através de contagens volumétricas define um único tráfego em duplo sentido. Isto significa que o fluxograma por sentido de movimento terá valores iguais para ambos os sentidos. Dado o fluxograma em VMDa ao lado, determinar o Fluxograma UCP/hora, preenchendoo fluxograma adiante. Obter também o TMDA do trecho AB. Para vph, multiplicar por K: • Trecho AB: CP= 59x0,1= 6 ON = 0x0,1= 0 CM=35x0,1= 4 • Trecho BC CP=38x0,1= 4 ON=12x0,1= 1 CM=29x0,1= 3 • Trecho AC CP=38x0,1= 4 ON=12x0,1= 1 CM=23x0,1= 2 Para vph, multiplicar por K: • Trecho AB: CP= 59x0,1= 6 ON = 0x0,1= 0 CM=35x0,1= 3 • Trecho BC CP=38x0,1= 4 ON=12x0,1= 1 CM=29x0,1= 3 • Trecho AC CP=38x0,1= 4 ON=12x0,1= 1 CM=23x0,1= 2 Para UCP, multiplicar pelos fatores de equivalência • Trecho AB: UCP/hora=6x1+0x2+3x3=15 • Trecho BC UCP/hora=4x1+1x2+3x3=15 • Trecho AC UCP/hora=4x1+1x2+2x3=12 8 AB/2 6 AC/2 14 14 28 8 BC/2 14 14 6 8 8 16 16 32 28 • Trecho AB: UCP/hora=6x1+0x2+3x3=15 • Trecho BC UCP/hora=4x1+1x2+3x3=15 • Trecho AC UCP/hora=4x1+1x2+2x3=12 8 AB/2 6 AC/2 14 14 28 8 BC/2 14 14 6 8 8 16 16 32 28 Determinar: 1) Fluxograma horário, sabendo-se que o Pico Horário K=10%; 2) Fluxograma horário em UCP por sentido, sabendo-se que o Pico Horário K=10% e considerar os Equivalentes: Ônibus=2,0 e Caminhões=2,2. 1) Exercício 4.2.1 Movimento: AB = 25 A AC = AD = BC = 67 BD = 127 13 78 127 231 34 C D 78 231 54 34 13 54 B 254 155 108 127 231 33 78 231 55 127 13 78 33 13 55 Movimentos: AB=25 AC=254 AD=155 BC=66 BD=109 CD=461 Exercício 4.2.1 Movimento: AB = 25 A AC = AD = BC = 67 BD = 127 13 78 127 231 34 C D 78 231 54 34 13 54 B 254 155 108 127 231 33 78 231 55 127 13 78 33 13 55 218 364 391 101 Movimentos: AB=25 AC=254 AD=155 BC=66 BD=109 CD=461 Exercício 4.2.1 Movimento: AB = 25 A AC = AD = BC = 67 BD = 127 13 78 127 231 34 C D 78 231 54 34 13 54 B 254 155 108 127 231 33 78 231 55 127 13 78 33 13 55 218 364 391 101 391 101 364 218 Movimentos: AB=25 AC=254 AD=155 BC=66 BD=109 CD=461 Exercício 4.2.1 Movimento: AB = 25 A AC = AD = BC = 67 BD = 127 13 78 127 231 34 C D 78 231 54 34 13 54 B 254 155 108 127 231 33 78 231 55 127 13 78 33 13 55 218 364 391 101 391 101 364 218 782 436 728 202 Movimentos: AB=25 AC=254 AD=155 BC=66 BD=109 CD=461
Compartilhar