Buscar

Escola Transitoria Rural - LELÉ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 116 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
João Baptista de Oliveira Figueiredo 
MINISTRA DA EDUCAÇÃO E CULTURA 
Esther de Figueiredo Ferraz 
SECRETÁRIO GERAL 
Sérgio Mário Pasquali 
DIRETORA GERAL DO CEDATE 
Gilca Alves Wainstein 
ESCOLA TRANSITÓRIA 
Modelo Rural 
ESCOLA TRANSITÓRIA 
Modelo Rural 
EXPERIÊNCIA COM ARGAMASSA ARMADA 
ÓRGÃOS FINANCIADORES 
SG.CEDATE 
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APOIO TÉCNICO À EDUCAÇÃO 
Universidade Federal de Goiás 
Secretaria de Educação do Governo do Estado de Goiás 
APOIO 
Prefeitura Municipal de Abadiânia 
COORDENAÇÃO TÉCNICA DE PROJETO 
E EXECUÇÃO 
João Filgueiras Lima 
EXECUÇÃO DE FORMAS 
Mariano Delgado Casarias 
Irmãos Gravia Ltda 
EXECUÇÃO DA OBRA 
João Evangelista dos Santos 
Operários da Prefeitura Municipal de Abadiânia 
DESENHOS E FOTOS: 
João Filgueiras Lima 
PROJETO GRÁFICO E CAPA: 
Laerte Araújo Pereira 
ARTE FINAL: 
Luiz Antônio de Melo 
COORDENAÇÃO GRÁFICA: 
Friedrich Kothen 
L732e Lima, João Filgueiras 
Escola transitória. Brasília, MEC/CEDATE, 1984. 
116 p. il. 
1. Escola Rural - Construções. I. Título 
C.D.U. 371.62 
© 
DIREITOS RESERVADOS PARA ESTA EDIÇÃO 
Ministério da Educação e Cultura 
SG-CEDATE 
Centro de Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação 
IMPRESSO NO BRASIL 
PRINTED IN BRAZIL 
1984 
0. Apresentação 9 
1. Introdução .11 
2. Escolas Transitórias . 19 
3. Argamassa Armada . 23 
4. Características do Modelo . . 25 
5. Descrição do Projeto . 30 
6. Escolha do Local • • 31 
7. Módulo Construtivo e Módulo Estrutural . 33 
8. Limpeza e Locação da Obra 35 
9. Canaletas de Drenagem 42 
10. Sapatas de Fundação 47 
11. Placas de Piso 52 
12. Instalações de Água e Esgoto - Ia Parte 55 
13. Pilares 57 
14. Vigas 63 / Sumário 
15. Telhas 73 
16. Divisórias 82 
17. Instalações Elétricas 89 
18. Portas 92 
19. Caixa d'água 96 
20. Fossa séptica e Ligação final do Esgoto 99 
21. Quadro Giz 100 
22. Informações gerais sobre a execução do Modelo . 103 
0. 
Apresentação 
O Centro de Desenvolvimento e Apoio Técnico à 
Educação - CEDATE - foi criado para, no âmbito do 
MEC, apoiar e estimular, entre outras, atividades relacio-
nadas com o desenvolvimento de técnicas construtivas, âs 
pesquisas de materiais nacionais, intercâmbio de expe-
riências e inovações sob aspectos arquitetônicos além de 
proceder à disseminação de informações técnicas. 
Através desta publicação, destinada a ser distribuí-
da âs Secretarias Estaduais de Educação, Cultura e Despor-
tos, Secretarias Estaduais de Obras, Prefeituras Municipais, 
Universidades e Instituições de Pesquisas entre outros, o 
CEDATE apresenta os resultados de uma pesquisa em que 
se adotou a tecnologia de argamassa armada na construção 
de escolas rurais localizadas no município goiano de Aba-
diania. 
A Pesquisa em causa vem sendo desenvolvida pelo 
Arquiteto João Filgueiras Lima com a colaboração intensa 
da comunidade local e apoio do Ministério da Educação e 
Cultura, tendo-se demonstrado pelos protótipos já cons-
truídos que é possível, utilizando-se mão-de-obra de baixa 
qualificação, adotar-se tecnologia avançada e obter-se pro-
duto de alta qualidade. 
O trabalho inclui um número considerável de especi-
ficações técnicas, fotografias e informações outras que po-
derão subsidiar os responsáveis pela implantação física de 
edificações criando uma nova alternativa que permitirá 
baixos custos e melhoria de qualidade. 
Esta publicação faz parte das atividades de Coopera-
ção Técnica do CEDATE e constitui-se em um Projeto Es-
pecial da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento - DPD 
- na busca de soluções construtivas visando a otimização 
dos recursos disponiVeis, sejam eles humanos, técnicos ou 
materiais. 
Os grandes investimentos realizados durante as três 
últimas décadas nos principais centros urbanos do país, es-
pecialmente São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília possibili-
taram, sem dúvida, um grande desenvolvimento da indús-
tria da construção civil. Além disso, as importantes obras 
de arte realizadas no programa de expansão de rodovias 
e barragens colocaram o Brasil entre os países mais adian-
tados do mundo na tecnologia do concreto armado aplica-
da na execução de pontes e grandes estruturas. 
Não obstante esse aprimoramento tecnológico es-
pecífico, pouco se tem caminhado na solução dos proble-
mas de infraestrutura das áreas de baixa renda da periferia 
dos grandes centros urbanos. A complexidade das inter-
venções nessas áreas envolvendo aspectos econômicos, 
sociais e fundiários exige um posicionamento independen-
te e desvinculado da ortodoxia técnica consagrada. No 
plano físico das favelas, por exemplo, a precariedade e 
singulariédade na organização dos assentamentos e a pe-
culiaridade geográfica e topográfica de cada local inviabili-
zam a priori a aplicação de métodos tradicionais de dre-
nagem e saneamento básico quer pelos altos custos econô-
micos, quer pelos problemas sociais gerados pelo próprio 
trânsito de equipamentos pesados que determina a remo-
ção de um grande números de habitações. 
Outra face da mesma questão ocorre no campo e 
em núcleos rurais do interior, quando os custos indiretos 
decorrentes do transporte de pessoal técnico, materiais e 
equipamentos são de tal ordem que se tornam incompa-
tíveis com a natureza e valor dos investimentos. 
1. 
Introdução 
Com o objetivo de obter algumas respostas para es-
ses problemas realizamos experiências bem sucedidas na 
urbanização das favelas de Salvador-BA. Nessa oportuni-
dade investigamos, através da tecnologia da argamassa ar-
mada, o emprego de elementos prefabricados leves (máxi-
mo 100 kg) para transporte e montagem manuais, dispen-
sando mão-de-obra especializada. Com essas técnicas fo-
ram executadas várias intervenções, recrutando grandes 
contigentes de pessoal nos próprios locais das obras. 
Em experiências mais recentes, no município de 
Abadiânia-GO, retomamos essa investigação orientando o 
processo para que as prefeituras dos pequenos municípios 
possam criar uma competência própria na aplicação de 
tecnologias adequadas a cada tipo de problema e na es-
cala de sua demanda. Esse enfoque abrange Não só as 
intervenções nos pequenos núcleos rurais (urbanização, 
infraestrutura, construção de edifícios, etc) mas também 
as do campo (cercas, mataburros, pontes das estradas vi-
cinais, etc). 
FOTOS: 1, 2, 3 - Drenagens dos canais do fundo das va-
las executadas em Salvador com peças de argamassa arma-
da (peso inferior a lOOOkg) para o transporte manual. 
FOTOS: 4, 5, 6 - Drenagens das encostas também execu-
tadas em Salvador com a mesma tecnologia. 
Contenções de encostas 
As contenções destinadas 
a estabilização de encostas são 
formadas pela justaposição de 
peças de argamassa armada, retas 
ou em cantoneira, com 30cm de 
largura e secção em " T " utilizadas 
para desníveis variáveis de 50cm 
a 2,50m. A ligação entre elas, na 
parte superior, é feita por peças 
em " U " com comprimentos va-
riáveis. As juntas verticais são 
tomadas com bid im. 
1 - Armação da peça 
em cantoneira 
2 - Peça em cantoneira 
3 - Sucessão de peças 
4 e 5 - Contenções concluídas 
terreno natural 
peças em cantoneira 
FOTOS: 7, 8, - Contenções de encostas (muros de arri-
mo) também executar em Salvador com a mesma tecno-
logia. 
15 
i 
O sistema proposto, de in-
dustrialização rudimentar tem as 
seguintes características funda-
mentais: 
— Utilização de materiais básicos 
abundantes na região. 
— Divisão da execução em duas 
etapas distintas: 
a) execução em local com facili-
dade de energia elétrica e água 
de componentes prefabricados 
de argamassa armada, leves pa-
ra o transporte manual e com 
controle rigoroso de acaba-
mento e resistências mecâni-
cas. Nessa fase concentra-se a 
mão-de-obra de melhor qualif i-
cação que, no entanto, é redu-
zida em função dos princípios 
de industrialização aplicados. 
b) execução no canteiro com a 
utilização de técnicas simplif i-
cadas que envolvam grande 
quantidade de mão-de-obra 
mas de pouca qualificação e 
que se extendama todas as 
fases desde as fundações aos 
acabamentos. 
A execução das fundações 
pode ser efetuada simultaneamen-
te a dos componentes prefabrica-
dos de argamassa armada, redu-
zindo dessa forma sensivelmente o 
período de construção. 
A estrutura constitue-se de 
um tabuleiro em módulos de 5.70 
x 3.95 compostos de peças pre-
fabricadas de argamassa armada 
com 30 cm de altura e 18mm de 
espessura com peso unitário de 
180 kg suportando, em vôos de 
5.30 m, a carga de camada de 
concreto que completa a altura f i -
nal de 45 cm. Esse conjunto se 
apoia em vigamento de concreto 
transversal fundido no local com 
19.5 cm de largura por 45 cm de 
altura e 395 m de comprimento e 
que, por sua vez, descarrega sobre 
apoios de neoprene nos topos dos 
pilares. Os pilares no leito do rio 
são fundidos em formas de arga-
massa armada que se incorporam 
a peça e se engastam em blocos 
de fundação e tubulões com 
0.90 m 0. Os pilares da margem 
de 30 x 30 cm de secção e altura 
variável se engastam em tubulões 
de 0.60m 0. 
A escavação manual dos 
tubulões é protegida por tubos 
de aço em chapa n° 16 estrutura-
da com a própria armação do con-
creto. Meia secção dos pilares do 
leito do rio se eleva lateralmente 
25cm além da base de apoio de 
forma a impedir eventuais deslo-
camentos horizontais do tabuleiro 
no caso de grandes enchentes que 
atinjam o seu nível. 
forma do pilar em argamassa armada 
nervura em argamassa armada 
guarda corpo 
tabuleiro com 1 módulo 
tabuleiro com 3 módulos (protótipo executado) 
FOTOS: 11, 12, 13 
Ponte em estrada vicinal executada no município de Aba-
diània-Go com elementos prefabricados em argamassa ar-
mada (vigas do tabuleiro e pilares). 
18 DESENHO 1 
2. 
Escolas transitórias 
A instabilidade da política agrícola, aliada ao uso 
predatório da terra, determina a transitoriedade do domi-
cilio familiar do trabalhador do campo e o funcionamen-
to efêmero das escolas rurais. 
O testemunho desse fato é a existência de escolas 
desativadas e abandonadas, o que representa um desgaste 
econômico para municípios carentes que siquer conse-
guem manter a rede mínima de prédios para atendimento 
escolar. 
Situações como esta precisam ser de algum modo 
corrigidas, pois anulam o penoso esforço dos pequenos 
municípios para investirem em educação de base, além de 
lançarem no comportamento da população sérias descon-
fianças quanto ao emprego competente dos recursos pú-
blicos. 
Soluções capazes de enfrentar um quadro com este 
grau de complexidade terão sempre que partir de uma per-
feita adequação à realidade local, recorrendo criativamen-
te, sem preconceitos antigos ou modernos, a recursos tec-
nológicos universais e contemporâneos, ou mesmo tradi-
cionais, porém abordados de forma atual e eficiente. 
Com esse espírito e dando seqüência às experiências 
que vimos realizando no município de Abadiânia-GO, cria-
mos o modelo de escola que designamos de Escola Transi-
tória totalmente extensível e demontável mas de industria-
lização simples, (des. 1, 2 e 3). 
Esta flexibilidade, que permite também um remane-
jamento do espaço interno através da movimentação ime-
diata de divisórias - quadros de giz, ajudará a minorar as 
deficiências impostas ao método de aprendizado, em virtu-
de de, com freqüência, ter-se que superpor faixas etárias e 
níveis de instrução diferentes misturados num mesmo am-
biente. Além disso, essa solução possibilita a eventual ob-
tenção de um espaço amplo, polivalente, também utiliza-
do pela própria-comunidade local. (des. 1) 
escola rural para 70alunos - protótipo executado 
DESENHO 2 
escola rural para 120 alunos com posto de saúde integrado 
DESENHO 3 
sala polivalente - divisória mo'vel com quadro de giz 
DESENHO 4 
3. 
Argamassa armada 
As experiências realizadas no Brasil com o material 
composto de argamassa de cimento e areia e malha de fer-
ro são sucedâneas das primitivas pesquisas do francês Jean 
- Louis Lambot no século passado sobretudo na constru-
ção de embarcações e das de Pier Luiggi Nervi na década 
de 40 que difundiu o material com o nome de ferro-ci-
mento. 
Nossas experiências que visam somente a ampliação 
do campo de aplicação do material foram iniciadas em 
Brasília e retomadas posteriormente em Salvador-BA com 
a colaboração do Engenheiro Frederico Schiel que nos 
repassou suas pesquisas realizadas durante sua permanên-
cia na Universidade de São Carlos. 
Assim, aproveitando sobretudo as características de 
levesa e flexibilidade do material, o que facilita seu trans-
porte manual ou mecânico temos orientado o seu emprego 
na prefabricação e industrialização, a exemplo das aplica-
ções realizadas na União Soviética. 
Acreditamos, também, que a execução em usina 
possibilita a utilização de tecnologia de seleção de agrega-
do, de controle do fator água-cimento e de "cura" mais 
aperfeiçoadas reduzindo em conseqüência os efeitos da 
forte retração que se verifica nas argamassas com alto teor 
de cimento. 
Infelizmente, ainda não se fabricam no Brasil telas 
específicas que garantiriam a baixo custo uma distribuição 
eficiente das armaduras. 
As armações de ferro soldado 2,5mm em malha es-
paçada de 2,5 cm x 5 cm que temos utilizado não são tec-
nicamente ideais, além de onerarem inutilmente os produ-
tos. 
Em peças bem delgadas, com a expessura de 1 cm 
como no caso das placas de isolamento térmico do telhado 
da escola, usamos um sistema de arame recozido tecido e 
tenáonado na própria forma, com resultado econômico e 
técnico excelentes, utilizando-se taxa de ferro inferior a 
150 kg/m3. 
4. 
Características do modelo 
O modelo proposto, empregando tecnologia "de 
ponta", foi concebido para, de forma didática, ser cons-
truído pelas próprias comunidades dos municípios do in-
terior. 
O protótipo executado em Abadiânia-GO, tem a 
área aberta de 285 m2 e os ambientes internos e exter-
nos também exatamente iguais ao do modelo em ma-
deira igualmente desmontável executado no mês de se-
tembro de 1983. Assim, tornou-se possível estabelecer ri-
gorosa comparação entre as duas experiências. (Foto 14) 
As nossas conclusões são de que o modelo em arga-
massa armada além de mais econômico, o que tenderá a se 
acentuar com a introdução de técnicas mais aprimoradas 
de fabricação, oferece ainda as seguintes vantagens: 
- Melhor controle do conforto ambiental através 
de sistemas construtivos específicos mais elaborados; 
- Maior resistência e durabilidade; 
- Baixíssimo custo de manutenção; 
- Menor incidência de produtos provenientes dos 
grandes centros industriais do país, com o conseguinte e 
desejável aumento do emprego de matéria prima e mão-de-
obra locais ou de regiões circunvizinhas no próprio estado; 
- Utilização em maior escala de mão-de-obra não 
qualificada, o que facilita a indispensável participação co-
munitária a nível local e municipal; 
- Rapidez de execução (o prazo total da experiên-
cia incluindo fabricação e montagem foi de 45 dias). 
Além disso, devido sobretudo ás características de 
adaptalidade e extensibilidade dos espaços internos com 
recursos adicionais de iluminação e ventilação zenitais, o 
modelo em argamassa armada poderá ser utilizado na 
construção de escolas urbanas, creches, postos de saúde 
e pequenos hospitais, (des. 5) 
O peso total dos elementos prefabricados do protó-
tipo, incluindo pavimentação, é inferior a 45 toneladas 
com comprimentos menores que 5m, o que viabiliza seu 
transporte para distâncias consideráveis e a custos aces-
síveis. 
Com os resultados obtidos nessa experiência piloto, 
poderíamos afirmar que 5 pequenas usinas de prefabrica-
ção um pouco mais aparelhadas do que a de Abadiânia, 
e localizadas em pontos estratégicos do território de Goiás 
(com raios de ação inferiores a 200 km) seriam suficientes 
para atualizar e manter a rede física de ensino básico do 
estado com recursos financeiros incomparavelmente me-
nores àqueles que seriam destinados para o mesmo fim 
utilizando-se técnicas convencionais de construção,(des. 
6. Fotos 15,16 e 17) 
Evidentemente que, para essa afirmação, não leva-
mos em conta os entraves administrativos e políticos que 
surgiriam para a implantação do sistema. Além disso, o 
caráter inovador da proposta suscitaria a natural reação 
dos espíritos mais conservadores. 
FOTO: 14 
escola urbana para 160 alunos 
DESENHO 5 
Estado de GOIÁS 
FOTOS: 15, 16, 17 
Eventual distribuição de pequenas usinas 
no território de Goiás 
Foi nossa intenção fugir da metodologia clássica das 
informações de projeto que não seria alcançada pelas co-
munidades dos pequenos municípios que carecem de téc-
nicos e oficiais da construção civil. Por outro lado, con-
forme comprovou a experiência realizada em Abadiânia, 
o sistema proposto cria, através de modulação e dis-
ciplina de montagem dos componentes prefabricados, uma 
grande facilidade para o treinamento a curto prazo de pes-
soal não qualificado. Assim, organizamos um < esboço de 
um manual de instruções para a compreensão do proces-
so construtivo e montagem das peças, que, se desenvol-
vido por técnicos especializados da área de comunicação 
visual, poderia se constituir em instrumento eficiente para 
a execução dos prédios. 
Posteriormente, quando a direção do CEDATE acei-
tou a sugestão da Universidade Católica de Goiás de dirigir 
este trabalho também aos cursos de arquitetura, procura-
mos introduzir nele algumas informações de caráter mais 
técnico sem, contudo, desvirtuar os objetivos de nossa 
proposta inicial. 
Por isso, mantivemos como fio condutor da apresen-
tação o cronograma da obra. A abordagem das informações 
técnicas mais relevantes de projeto e de construção ou das 
especificidades dos serviços, surgirão sempre em conse-
qüência de sua importância em cada etapa da execução. 
5. 
Descrição do projeto 
i 
Sob o ponto de vista estritamente da construção do 
prédio é importante que o terreno seja sensivelmente pla-
no, afim de evitar-se movimentos de terra onerosos, e que 
a direção do vigamento principal seja a Norte-Sul, de mo-
do que os "sheds" fiquem voltados para o sul. Em con-
seqüência as fachadas mais longas, nas quais se localizam 
a maioria das portas e aberturas dos ambientes internos es-
tarão voltados para o norte ou para o sul. A proteção con-
tra a insolação norte e das chuvas nessas fachadas são re-
solvidos através de amplos beirais (2m) formados pelos 
balanços do vigamento principal, (des. 7) 
6. 
Escolha do local 
32 DESENHO 7 
7. 
Módulo construtivo e 
módulo estrutural 
A escolha do módulo construtivo 114,5 cm x 114,5 m, 
resultou evidentemente do ajuste de fatores de ordem 
econômica relacionados com o aproveitamento máximo 
de materiais industrializados aos de ordem funcional so-
bretudo no que diz respeito ao dimensionamento correto 
dos ambientes internos. 
Entretanto, no desenvolvimento do projeto e em 
conseqüência principalmente do estabelecimento do peso 
ideal dos componentes prefabricados para atender âs me-
lhores condições de transporte e montagem manuais, o 
submúltiplo 57,25 x 57,25cm, transformou-se pratica-
mente na unidade básica de execução do prédio. 
A fixação do módulo estrutural mínimo e a do pró-
prio sistema de cobertura- com a drenagem das águas plu-
viais decorreram sobretudo de fatores ligados á extensi-
bilidade da construção, (des. 8) 
DESENHO 8 
8. 
Limpeza e locação da 
obra 
Após a limpeza do local e a remoção da camada 
superficial de terra com raízes e matéria orgânica, é feita a 
locação da obra, segundo sistema convencional, com ga-
barito de madeira nos 4 cantos da construção e ligeira-
mente afastada de seu perímetro, que, no caso, cor-
responde ao da face interna das canaletas de drenagem. 
E importante que esse gabarito seja nivelado, de modo 
a facilitar as operações subsequentes de acerto final do 
terreno e assentamento das canaletas de drenagem, 
(des. 9) 
Os quatro arames do contorno sa"o esticados no con-
torno e o seu esquadrejamento poderá ser feito com o 
triângulo indicado no desenho. 10 (foto 18). 
Os eventuais aterros efetuados na área de constru-
ção devem ser bem apiloados com soquetes manuais. 
Em seguida serão cravados, rigorosamente apru-
mados nos 4 cantos do retángulo, referências (estacas de 
madeira) com os seus lados internos faceando o cruza-
mento dos arames, (des. 11 e 12) 
Poderão ser colocados nos lados mais longos da 
construção uma ou mais estacas intermediárias também 
aprumadas com o seu lado externo faceando os respecti-
vos arames. 
Uma vez estabelecido o nível dos passeios externos 
que contornam o prédio (1,5 cm abaixo dos pisos inter-
nos) as referências são serradas no nível superior das cana-
letas (4,5 cm abaixo dos passeios que contornam o pré-
dio). 
Convém proceder uma verificação da locação das 
referências com o auxilio de prumo de centro, e, como 
segurança, ao mesmo tempo lançar pequena camada de 
concreto em torno de cada uma, em nível 35 cm abaixo 
do seu topo superior (des. 13). 
É bom ainda nessa fase fazer uma operação final 
do nivelamento do terreno (5cm abaixo do topo das re-
ferências). 
nivelamento do gabarito 
36 DESENHO 9 
DESENHO 10 
FOTO: 18 
DESENHO 11 
DESENHO 12 
DESENHO 13 
As canaletas de drenagem são peças com 2 cm de 
espessura e secção padronizada podendo ter ou náo aber-
turas em uma das faces para receber tubos de drenagem. 
Sáo fabricados com os comprimentos de 114cme 228,5cm 
(1 ou 2 módulos respectivamente) e são assentados 
com espaçamento de 0,5 cm sobre camada de areia com-
pactada de 5 cm de espessura, (des. 14 e 15. Foto 19) 
Sáo posicionadas primeiramente as canaletas dos 
4 cantos, (des. 16) O nivelamento das bordas superiores 
no sentido longitudinal é feito com linha de nylon estica-
da nas referências e no sentido transversal com nível de 
pedreiro. É conveniente em seguida assentar as canaletas 
centrais dos lados maiores de modo a reduzir o risco do 
acúmulo de erros na distribuição das juntas entre elas. De 
qualquer forma deverá ser feita uma verificação final da 
rigorosa distribuição dessas juntas. 
Todas as canaletas dos lados maiores serão de 2 mó-
dulos, terão aberturas para receber tubos de drenagem vol-
tadas para o interior da construção. 
9. 
Canaletas de drenagem 
coloção das calhas de drenagem 
(assentamento sobre areia) 
DESENHO 14 
eixos dos submddulos de 57,25cm 
impressos nos bordos superiores. 
DESENHO 15 
FOTO: 19 
montagem de calhas de drenagem nos 4cantos da construtção 
DESENHO 16 
10. 
Sapatas de fundação 
A demarcação do centro das sapatas de fundação 
é feita através do cruzamento de linhas que passam no 
sentido transversal pelas referências impressas nas canale-
tas e correspondentes aos rasgos de captação de drenagem, 
e, no sentido longitudinal nas juntas das canaletas mais 
próximas dos cantos. 
Para estabelecer as dimensões da sapata deve ser fei-
ta uma verificação da capacidade de suporte do terreno. 
É preciso levar em conta também a sua ancoragem no solo 
uma vez que as eventuais cargas de vento nas fachadas são 
assimiladas pelos pilares produzindo movimentos também 
nas fundações. 
No caso do protótipo foi adotada para o terreno a 
taxa de resistência de 500 g/cm2 resultando sapatas de 
85cm x 85 cm a uma profundidade de 60cm abaixo do 
nível das canaletas. 
As excentricidades produzidas pelas cargas de vento 
e as pressões finais no terreno estão indicadas no desenho 
17. 
O cálice de fundação é uma peça de argamassa ar-
mada com 4cm de espessura e cuja forma, em tronco de 
pirâmide foi estabelecida com a finalidade de facilitar sua 
fabricação (retirada das formas) ou de sua eventual remo-
ção e reaproveitamento, no caso de transferência da esco-
la. É fixado na sapata logo após o lançamento dó concre-
to, cujo nível superior deve ficar lOcm abaixo do rasgo 
para encaixe das tubulações de águas pluviais (des. 18). 
O alinhamento do cálice é feito com o auxilio das 
linhas de nylon esticadas nas duas direções e que deverão 
coincidir com referências impressasno centro dos 4 lados. 
O nível de sua borda superior é o mesmo do das canaletas 
de drenagem (des. 19). 
Além do cálice e das peças básicas que compõem o 
módulo estrutural indicadas na figura, foram projetados 
conjuntos do tipo "shed" para ventilação e iluminação ze-
nitais que poderão ocupar o lugar das telhas (des. 20). 
No protótipo foram montados duas linhas contíguas 
totalizando 18 conjuntos nos trechos de cobertura cor-
respondentes aos ambientes internos. 
48 DESENHO 17 
DESENHO 18 
concre tagem da sapata 
c o l o c a ç ã o do c á l i c e de fundação 
DESENHO 19 
r 
elementos da estrutura 
-locas de cobertura para o isolamento térmico 
telha capa 
telha ti'pica 
telha do beira 
viga(meio .segmento) 
pi lar-
cálice de fundação-
DESENHO 20 
As placas premoldadas de piso de 57cm x 57cm e 
3,5cm de espessura são assentadas com juntas de 2,5mm 
sobre camada de 5cm de areia que deve ser previamente 
molhada, compactada e sarrafeada por trechos. O nivela-
mento e alinhamento de cada fiada se fazem por meio 
de linhas de nylon esticadas no sentido transversal da 
construção e usando como referência as ranhuras impres-
sas das canaletas de drenagem. As peças são comprimi-
das na areia por meio de golpes efetuados com martelo 
de borracha, (des. 21) 
As quatro placas externas que ficam entre os pilares 
e as canaletas de drenagem serão colocadas posteriormen-
te. 
As placas correspondentes aos pilares são de fabrica-
ção especial com recortes de 8cm x 8cm em um de seus 
cantos. 
As placas dos ambientes internos ficam l,5cm aci-
ma das dos passeios e recreio coberto. (Foto 20). 
11. 
Placas de piso 
DESENHO 21 
FOTO: 20 
54 
12. 
Instalações de água e 
esgoto 1? parte 
As caixas de inspeção e tubulações de água e esgoto 
embutidos nos pisos devem ser executados logo após a 
execução das sapatas de fundação adjacentes, (des. 22). 
O posicionamento dos ralos, subidas das tubulações 
nas paredes e joelhos dos vasos sanitários, levando em con-
ta os caimentos, também será feito com linhas de nylon 
esticadas nas referências das canaletas de drenagem. 
Uma vez executadas as tubulações, é lançada cama-
da de concreto com 5cm de espessura, nivelada 3cm abai-
xo das canaletas de drenagem, de modo a permitir poste-
riormente o rebaixo de 2cm nos boxes e um acabamento 
final mínimo de 2cm de espessura. 
assentamento de placas de piso 
montagem de pilares 
DESENHO 22 
Os pilares são peças de argamassa armada com a 
secção externa de 15 x 15cm com ranhuras de 1,5 x 4cm 
em cada face (para encaixe das divisórias, marcos das por-
tas, alimentação de interruptores e tomadas), ocos, com 
uma secção tubular interna de 6,3cm que serve para desci-
da de águas pluviais. (Fotos 21 e 22). 
A fixação dos pilares deverá ser feita de preferên-
cia em 2 etapas. Na 1a etapa eles serão nivelados e apru-
mados no cálice de fundação com auxilio de suportes es-
peciais cravados nas juntas das placas contíguas. A arga-
massa nessa fase ficará abaixo do furo inferior para águas 
pluviais. Na 2a etapa, após a montagem do tubo de plás-
tico de 2" que faz a conexão entre o furo do pilar e a 
abertura respectiva da canaleta de drenagem, será lançada 
camada de argamassa até o nivel da face superior do cáli-
ce, (des. 22, 23 e Foto 23) 
Em seguida serão assentadas as 4 placas de piso en-Em seguida serão assentadas as 4 placas de piso en-
P I L A R E S tre as canaletas de drenagem e os pilares. 57 
FOTOS: 21, 22 
58 
assentamento de placas de piso 
montagem de pilares 
DESENHO 22 
f ixação do pilar - I a fase f i xação do pi lar - 2
0, fase 
DESENHO 23 
FOTO: 23 
As vigas foram projetadas em dois segmentos iguais, 
com 4,86 cm de comprimento cada, para facilitar seu ma-
nuseio e possibilitar seu transporte em caminhões conven-
cionais, capazes de transitar nas precárias estradas vici-
nais. (Fotos 24, 25, 26 e 27) 
As duas peças são conectadas no meio do vão por 
um parafuso de 1" localizado na zona de tração e por uma 
lâmina vertical de argamassa de cimento e areia com lcm 
de espessura fundida na zona de compressão após o ajus-
te do parafuso. A viga deve permanecer apoiada em cava-
lete central durante um mínimo de 24 horas, quando se 
verificarem resistências á compressão da argamassa compa-
tíveis com as tensões produzidas pelo seu peso próprio, 
(foto 28, des. 24 e 25, Fotos 29, 30, 31 e 32) 
As situações mais características de carregamento 
estão indicadas no desenho 26. 
As secções da peça embora esbeltas estão superdi-
mensionadas para os esforços existentes, mesmo para 
as tensões de cizalhamento no carregamento máximo, que 
não ultrapassam 25kg/cm2 (a alma da peça, com 2,2cm de 
espessura tem duas telas fio 2,5mm e malha 2,5cm x 5cm) 
(des. 27). 
A análise das deformações para os diversos carrega-
mentos entretanto, em função da proposta de cobertura 
e solução dada para as águas pluviais, foi feita de forma 
muito minuciosa. Assim, além das peças serem confec-
cionadas com contraflexas de 1,5cm no centro do vão e 
extremos dos balanços, qualquer flexa que ocorra superior 
a 0,5cm (a flexa máxima para a situação mais desfavorá-
vel é de l,8cm no centro do vão) deverá ser sempre cor-
rigida pelo reaperto do parafuso central, de modo a serem 
mantidos os caimentos convenientes para as águas pluviais, 
(des. 28) 
Estruturalmente, as vigas trabalham simplesmen-
te apoiadas. Os tubos de ferro galvanizado que fazem sua 
conexão com os pilares e que impedem seu eventual tom-
bamento, têm uma folga de 3mm no estojo de ambas as 
peças. Assim, mesmo no caso das deformações mais acen-
tuadas ou durante a operação de regulagem dos parafusos 
a viga gira livremente sobre o apoio. 
Os parafusos e aparelhos de apoio aos quais são sol-
dadas as armaduras de tração para os momentos positivos 
recebem tratamento de galvanização como proteção con-
tra a oxidação. O uso de CA-24 nessas peças se justifica 
em função do custo e disponibilidade no mercado, e nas 
armações positivas pelas facilidades na execução das soldas. 
Foram projetadas na parte inferior da viga cor-
respondente à zona de apoio sobre os pilares rasgos de 
1,5cm de profundidade no sentido transversal, longitudi-
nal e contornando a área furada, e que se destinam á pas-
sagem posterior de fiações elétricas. Além disso, nessa 
área sulcada encaixam-se aparelhos metálicos nos quais 
são aparafusados perfis de chapa dobrada secção "U" que 
não só proporcionam a necessária ligação longitudinal su-
perior entre os pilares mas também servirão para a distri-
buição das instalações elétricas, (des. 29 e 30) 
Essa área sulcada determina o seccionamento do sis-
tema de apoio viga-pilar em 4 áreas distintas. Embora os 
valores das tensões de compressão sejam muito baixos 
mesmo no caso da viga se assentar em apenas uma dessas 
áreas, para evitar excentricidades indesejáveis, são utiliza-
das lâminas de chapa galvanizada de diversas espessuras 
que são selecionadas e introduzidas nos apoios durante 
a operação de montagem, de modo a garantir o posiciona-
mento rigorosamente aprumado da viga sobre o pilar. 
FOTOS: 24, 25 e 26 
FOTOS: 27, 28 e 29 
FOTOS: 30, 31 e 32 
f ixação dos pilares 
ligação das drenagens dos pilares 
montagem das vigas 
6 DESENHO 24 
F 
DESENHO 25 
DESENHO 26 
DESENHO 27 
DESENHO 28 
DESENHO 29 
DESENHO 30 
As telhas são de dois tipos: a telha padrão com 
56,5cm x 223cm e nervura central, e a telha especial para 
os beirais com 28cm x 223cm sem nervura central, (des. 
20). 
Os extremos das telhas são providos de pingadeiras 
que ao mesmo tempo evitam seu eventual deslizamento 
longitudinal sobre as vigas. 
São fabricadas com contraflexas de l,5cm para o 
escoamento das águas pluviais. 
As capas de telha que fazem a conexão entre duas 
telhas consecutivas têm desempenho estrutural indepen-
dente e nos cantos superiores são providas de pequenos 
encaixes de lcm aos quais poderão se ajustar as placas 
que formam o colchão de isolamento térmico. Estasúlti-
mas têm apenas lcm de espessura, e são executadas com 
malha de arame recozido n° 18 fixada em pinos nas late-
rais das formas e tensionada por meio de parafusos an-
tes do lançamento da argamassa. (des. 31 e 32, foto 33) 
Os sheds, que opcionalmente poderão ocupar o lu-
gar das telhas, são constituídos de duas peças denominadas 
SI e S2 que servem respectivamente para o escoamento 
das águas pluviais e para a formação de colchão de ar de 
isolamento térmico, e de duas outras, simétricas, denomi-
nadas S3 que servem de apoio às duas primeiras e que por 
sua vez se encaixam nos bordos da viga. As peças S3 são 
fixadas com parafusos nas extremidades de perfis de ferro 
dobrado que também servem para fazer a conexão do con-
junto com as telhas adjacentes, (des. 33, 34, fotos 34, 35 
• 36). 
Foram previstos ainda dois perfis adicionais também 
de chapa dobrada destinados a fixação superior a inferior 
de placas de plástico translúcido que lateralmente se en-
caixam em rasgos previstos nas peças S3. 
15. 
Telhas 
Os conjuntos de sheds, com as aberturas voltadas 
para Sul, possibilitam como já foi dito a entrada adicional 
de luz zenital, recurso extremamente eficiente sobretudo 
nas escolas rurais na maioria das vezes desprovidas de abas-
tecimento de energia elétrica. Além disso, o efeito de suc-
ção proporcionado pelos ventos dominantes que sopram 
do quadrante NO e através de uma abertura de 5cm pro-
jetada entre a parte superior de peça S2 e o caixilho su-
perior, promove a extração do ar quente que se aloja nas 
partes mais altas do espaço interno, (des. 32) 
DESENHO 20 75 
montagem das vigas 
montagem das telhas 
montagem dos "sheds" 
DESENHO 31 
DESENHO 32 
DESENHO 33 
DESENHO 34 
FOTOS: 34, 35, 36 
As divisórias são sempre montadas sobre rodapés 
e podem formar paredes simples ou duplas com ou sem 
colchão de ar ventilado. Sáo encaixadas em canaletas me-
tálicas especificas alojadas na parte inferior das vigas, ou 
entre pilares no sentido longitudinal e fixadas sempre jun-
tamente com as canaletas destinadas a passagem de fia-
ções elétricas. As paredes secundárias que não corres-
pondem a essas direções principais são encaixadas em 
canaletas fixadas nos extremos nas próprias canaletas das 
vigas. (Des. 35, 36, Fotos 37 e 38). 
A fixação inferior, juntamente com os respectivos 
rodapés, é feita com cruzetas de ferro galvanizado crava-
das nas juntas de intersecção de 4 placas de piso. (des. 
37e38). 
As divisórias dos banheiros que formam parede du-
pla são montadas após a execução dos ramais verticais das 
tubulações de água e esgoto, (des. 38). 
16. 
Divisórias 
DESENHO 36 
FOTOS: 37,38 
DESENHO 37 
DESENHO 38 
m o n t a g e m das divisór ias 
DESENHO 39 
17. 
Instalações elétricas 
As instalações elétricas podem ser executadas após 
a construção da escola. 
As fiações entram pelo piso em eletroduto e ganham 
a divisória externa na sala dos professores onde se localiza 
o quadro distribuidor. Dai seguem ainda em eletroduto 
convencional até a canaleta de instalações corresponden-
te á essa divisória e a partir desse ponto seguem nas cana-
letas existentes entre pilares e nas canaletas encaixadas 
nas vigas e que fazem a distribuição para as luminárias, to-
madas e interruptores, (des. 39) 
A alimentação das tomadas e interruptores desce 
das canaletas, nas juntas das divisórias, e são protegidas 
por "U" metálico de acordo com a indicação do desenho. 
Também podem eventualmente descer nas ranhuras dos 
pilares dos pátios cobertos, (des. 40) 
As luminárias fluorescentes de 2 lâmpadas de 40 W 
são apoiadas nas vigas e conectadas á respectiva canaleta 
de alimentação. São constituídas de um perfil em chapa 
de ferro dobrada com 6 x 6 cm de secção e no interior do 
qual se aloja o reator. Lateralmente são fixados os soque-
tes das lâmpadas e duas aletas de reflexão. 
DESENHO 40 
DESENHO 41 
As portas sao do tipo almofadado com estrutura 
de madeira fixada por espigas e com rebaixos para receber 
placas duplas de "eucaplac" ou "duraplac" fixadas com 
baguetes também de madeira, (des. 41) 
Os batentes laterais conectados ás divisórias são 
compostos de 3 peças de madeira fixadas somente no piso 
(nas cruzetas das divisórias) e no teto (nas canaletas de 
fixação das divisórias). Os marcos nos pilares são metáli-
cos em chapa dobrada e funcionam apenas como vedação. 
As dobradiças são do tipo pivô fixadas no piso tam-
bém por sistema de cravação. O conjunto superior é fixa-
do em peça de madeira encaixada na canaleta metálica 
de fixação das divisórias, (des. 42, fotos 39,40 e 41). 
18. 
Portas 
marco e porto de macieira 
DESENHO 42 
"eucaplac" 15 mm ou "duraplac 
DESENHO 43 
FOTOS: 39, 40, 41 
A caixa d'água é montada com 4 elementos básicos 
executados em argamassa armada: (des. 43) 
- Pilar tubular com diâmetro externo de 20cm, e 
3,50m de comprimento, fixado em sapata fundida no lo-
cal; 
- Anel cônico de transição aparafusado no pilar; 
- Anéis cilíndricos superpostos com 50 cm de altu-
ra. Cada anel corresponde a uma capacidade de armaze-
nagem equivalente a 500 litros; 
- Tampa circular com 2cm de espessura encaixada 
no último anel. 
As juntas dos anéis são tomadas externamente com 
argamassa de cimento e areia, e internamente com mate-
rial plástico de vedação. 
O limite máximo de capacidade da caixa é de 3.200 
litros (6 anéis). 
Embora a elaboração técnica desse projeto tenha si-
do concluída, o protótipo não foi executado porque a 
falta de expectativa quanto á construção de mais prédios 
sem repetição do uso das formas acarretaria um ônus ex-
cessivo ao custo da escola. 
Foi executado um reservatório metálico, em chapa 
galvanizada pintada. (Fotos 42,43 e 44). 
19. 
Caixa d'água 
DESENHO 44 
FOTOS: 42, 43, 44 
20. 
Fossa séptica e ligação 
final do esgoto 
Tal como ocorreu na caixa d'água, também pela 
limitação de verbas para a execução de formas, desistimos 
de desenvolver os projetos de fossas sépticas, embora os 
consideramos de maior importância para a melhoria das 
condições de saneamento dos pequenos municípios, que 
na sua quase totalidade não possuem sistemas de coleta e 
tratamento dos esgotos. 
Foi construída, em alvenaria de tijolos maciços, uma 
fossa do tipo convencional com 3 câmaras. 
Os quadros de giz móveis sobre quatro rodízios 
com acabamento em borracha maciça, sáo constituídos 
de perfis de chapa dobrada formando caixilhos nos quais 
são fixadas placas de "duraplac" ou "eucaplac" de 15mm 
de espessura pintadas na cor verde oliva específica (des 
)0 44, fotos 45 e 46). 
21. 
Quadro de giz 
22. 
Informações gerais sobre a 
execução do modelo 
1 - ÁREA DE CONSTRUÇÃO 
- Área de ensino - 2 ambientes divisiveis por dois 
quadros de giz sobre rodízios totalizando 92m2 de cons-
trução e com capacidade para 70 alunos. 
- Sala da professora - 7,90m2 
- Cozinha - 7,90m2 
- 4 sanitários completos - 21,00m2 
- Circulação e recreio cobertos - 155m2 
- Área total coberta - 285m2 
- Área total pavimentada — 420m2 
2 - CONSUMO DE MATERIAIS BÁSICOS 
- Serviços executados no local (serviços prelimina-
res, fundações, caixas de inspeção para esgotos, ligações 
finais de drenagem, fossas, fixação da caixa d'água, etc). 
- Cimento - 60 sacos. 
- Agregados - 6m3 
- Tijolos maciços - 3.000 unidades 
- Pavimentações premoldadas 
Agregado (areia) para assentamento - 18m3 
Cimento - 100 sacos 
Tela (fio 2,5mm, malha 5x5cm) - 700kg 
Agregado para confecção - 15m3 
Peso total das placas - 3.550kg 
- Argamassa armada 
Agregado para confecção - 17m3 
Cimento - 240 sacos 
Tela (malha 2,5cm x 5cm - fio 2,5mm) - 2.900kg 
Ferro para armações - 1,350kg 
Arame recozido n9 18 - 280kg 
Peso total dos elementos prefabricados - 41.500kg 
Formas de aço para confecção das peças - 2.200kg 
- Perfis de chapa de ferro dobrada para fixação de 
painéis, canaletas de instalações, quadros de giz, etc. — 
1.150kg 
- Painéis de madeira (portas, etc.) - 25 unidades 
com57m2 
- Plástico translúcido dos sheds - 13m2 
- Placas de "Eucaplac" ou "Duraplac" para execu-
ção das portas - 72m2 
3 - MÃO DE OBRA DE CONFECÇÃO E MONTAGEM 
(incluindo o treinamento de pessoal e excluída a con-
fecção de formas) 
- 7.100 Homens/Hora com emprego total de mao 
de obra da Prefeitura ou contratada no próprio município 
de Abadiânia. 
1 
2 
3 
4 
5 
PRANCHA 1 
PLANTA BAIXA 
SALA DE AULA 
PROFESSARA-DEPÓSITO 
-SANITÁRIO 
RECREIO COBERTO 
PRANCHA 2 
CORTE TRANSVERSAL 
CORTE LONGITUDINAL 
ELEVAÇÕES 
PRANCHA 3 
DETALHE 
HIDRO-SANITÁRIO 
PRANCHA 4 
DETALHE 
SISTEMA PLUVIAL 
PRANCHA 5 
DETALHES 
PLACAS/PILARES 
FICHA TÉCNICA 
Composição do Texto: 
IBM-Composer 
Fonte: 
Corpo 10 
Mancha: 
19 Picas x 16.5 cm 
Uma coluna 
FOTOLITO: 
Filme Du-Pont - traço 
Cronaline - CUF-4 
Filme Kodak - fotos 
Kodalith-2556 
Ortocromatica 
Tipo - 3 
IMPRESSÃO: 
Sistema OFF-SET 
Máquina: 
Multil ith- 1850 
Chapas: 
Hoechst - Kalle 
Ozazol - N21 
Tinta: 
Supercor - Linha 6.000 
Papel Interno: 
Chambril 90 G/m2 
CHAMPION PAPEL E CELULOSE S.A./S.P. 
Papel Capa: 
Cartão Supremo 250 G/m2 
SUZANOFEFFER - São Paulo 
ESTA OBRA FOI EXECUTADA NA 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
Vice-Reitoria Administrativa - Divisão Gráfica e Editorial 
Av. Universitária, 1440 - Fone: 225-1188 - Ramal 147 
Goiânia - Goiás / BRASIL

Continue navegando

Outros materiais