Buscar

SISTEMA PRISIONAL

Prévia do material em texto

SISTEMA PRISIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
I - DA PRISÃO 
1. Conceito de prisão 
 
http://onjack.com.br/wp-content/uploads/2015/06/presos-por-inadimplencia-de-pensao-
sobrecarregam-presidios-em-minas.jpg 
 
É a privação da liberdade de locomoção em virtude do recolhimento da pessoa 
humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e 
fundamentada competente, seja nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar. 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
2. ESPÉCIES DE PRISÃO 
 
a) Prisão-pena ou prisão penal: é a que resulta de condenação transitada em 
julgado, na qual foi imposta pena privativa de liberdade. Tem finalidade 
repressiva. 
 
b) Prisão processual penal ou cautelar, também denominada prisão cautelar 
ou prisão provisória, subdivide-se em três modalidades: 
 
b.1. Prisão em flagrante (CPP arts. 301 a 310); 
 
b.2. Prisão preventiva (CPP, arts. 311 a 318); 
 
b.3. Prisão temporária (Lei n. 7.960, de 21-12-1989). 
 
 
c) Prisão civil: é a decretada em casos de devedor de alimentos e depositário 
infiel, única permitida pela Constituição (art. 5º, LXVII). 
 CADH- Convenção Americana de Direitos Humanos - só ressalva a prisão 
civil do devedor de alimentos. 
Cancelamento da Súmula 619 STF. 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) 
arquivou, nesta quarta-feira (03), o Recurso Extraordinário (RE) 
349703 e, por unanimidade, negou provimento ao RE 466343, 
que discutiam a prisão civil de alienante fiduciário infiel. O 
Plenário estendeu a proibição de prisão civil por dívida, prevista 
no artigo 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal (CF), à 
hipótese de infidelidade no depósito de bens e, por analogia, 
também à alienação fiduciária, tratada nos dois recursos. 
Assim, a jurisprudência da Corte evoluiu no sentido de que a 
prisão civil por dívida é aplicável apenas ao responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do 
dispositivo constitucional que versa sobre o assunto é de 
aplicação facultativa quanto ao devedor – excetuado o 
inadimplente com alimentos – e, também, ainda carente de lei 
que defina rito processual e prazos. 
Em toda a discussão sobre o assunto prevaleceu o 
entendimento de que o direito à liberdade é um dos direitos 
humanos fundamentais priorizados pela Constituição Federal 
(CF) e que sua privação somente pode ocorrer em casos 
excepcionalíssimos. E, no entendimento de todos os ministros 
presentes à sessão, neste caso não se enquadra a prisão civil 
por dívida. 
 
Súmula Vinculante n.º 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer 
que seja a modalidade de depósito. 
d) Prisão disciplinar: permitida pela Constituição para o caso de 
transgressões militares e crimes militares (CF, art. 5º, LXI). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Obs.: A prisão administrativa foi abolida pela nova ordem constitucional. 
A prisão para averiguação, que é a privação momentânea da liberdade, 
fora das hipóteses de flagrante e sem ordem escrita do juiz competente, 
além de inconstitucional, configura crime de abuso de autoridade (Lei. n. 
4.898/65, art. 3º, a e i). 
 
https://encrypted-
tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRiYafEa7PTfIsTRZg95FW9EuFxRhBmMJJu1
BXKn39-7BEeN9Au 
Art. 282. A exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se 
senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e 
mediante ordem escrita da autoridade competente. 
As hipóteses de prisão processual, que é a que nos interessa especialmente no 
presente estudo, são as seguintes: 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 A prisão em flagrante; 
 
 A prisão preventiva; 
 
 A prisão temporária; 
 
A prisão processual tem natureza cautelar, ou seja, visa a proteger bens 
jurídicos envolvidos no processo ou que o processo pode, hipoteticamente, 
assegurar. 
Isso significa que precisam estar presentes os pressupostos das medidas 
cautelares, que são o fumus boni iuris e o periculum in mora. O fumus 
boni iuris é a probabilidade de a ordem jurídica amparar o direito que, por 
essa razão, merece ser protegido. O periculum in mora é o risco de perecer 
que corre o direito se a medida não for tomada para preservá-lo. 
O primeiro princípio que rege a prisão processual informa que: a prisão não se 
mantém nem se decreta se não houver perigo à aplicação da lei penal, 
perigo à ordem pública ou necessidade para a instrução criminal. 
O segundo princípio é o de que a prisão deve ser necessária para que se 
alcance um daqueles objetivos. Não pode caber qualquer critério de 
oportunidade ou conveniência; o critério é de legalidade e de adequação a uma 
das hipóteses legais. 
O terceiro princípio é o de que os fundamentos da prisão processual podem 
suceder-se, mas não se cumulam. Assim, se a prisão em flagrante é válida, 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
não se decreta, sobre ela, a preventiva. Esta ou aquela, por sua vez, são 
substituídas pela prisão por pronúncia ou por sentença condenatória recorrível. 
 
3. PRISÃO EM DOMICÍLIO 
 
 
http://www.redeto.com.br/images/noticia/20140312094223_prisao.jpg 
A Constituição Federal dispõe, no seu art. 5º, XI, que “a casa é o asilo 
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”. 
Com isso, temos duas situações distintas - a violação do domicílio à noite e 
durante o dia: 
 
a) durante a noite: somente se pode penetrar no domicílio alheio em quatro 
hipóteses: 
 Com o consentimento do morador; 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 Em caso de flagrante delito; 
 Desastre; ou 
 Para prestar socorro. 
 
b) durante o dia, cinco são as hipóteses: 
 Consentimento do morador; 
 Flagrante delito; 
 Desastre; 
 Para prestar socorro; ou 
 Mediante mandado judicial de prisão ou de busca e 
apreensão 
 
Assim, havendo mandado de prisão, a captura, no interior do domicílio, 
somente pode ser efetuada durante o dia (das 6 às 18 horas), dispensando-se, 
nesse caso, o consentimento do morador. 
Durante a noite, na oposição do morador ou da pessoa a ser preso, o executor 
não poderá invadir a casa, devendo aguardar que amanheça para dar 
cumprimento ao mandado, sob pena de, ao violar, estar caracterizado o crime 
de abuso de autoridade, conforme Lei n. 4.898/65, art. 4º, a). 
 
4. MANDADO DE PRISÃO 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Salvo o caso de flagrante, a prisão sempre se efetiva com mandado escrito da 
autoridade judicial, representado por um instrumento que corporifica a ordem 
judicial competente. 
 
Art. 285. “A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o 
respectivo mandado”. 
 
 
4.1. Requisitos do mandado de prisão: 
 
 Deve ser lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente; 
 
 Deve designar a pessoa que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou 
sinais característicos; 
 
 Deve conter a infração penal que motivou a prisão (a CF exige que a ordem 
seja fundamentada - art. 5º, LXI); 
 
 Deve indicar qual o agente encarregado de seu cumprimento (oficial de 
justiça ou agente da polícia judiciária); 
 
4.2. Cumprimento do mandado: 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com(31) 3270 4500 
 A prisão poderá ser efetuada a qualquer dia e a qualquer hora, inclusive 
domingos e feriados, e mesmo durante a noite, respeitada apenas a 
inviolabilidade do domicílio acima mencionada (CPP, art. 283); 
 O executor entregará ao preso, logo depois da prisão, cópia do mandado, a 
fim de que o mesmo tome conhecimento do motivo pelo qual está sendo 
preso, conforme art. 286, do CPP); 
 
 O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada à assistência da família e de advogado (CF, 
art. 5º, LXIII); 
 
 O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por 
seu interrogatório extrajudicial (CF, art. 5º, LXIV); 
 
 A prisão, excepcionalmente, pode ser efetuada sem a apresentação do 
mandado, desde que o preso seja imediatamente apresentado ao juiz que 
determinou sua expedição, conforme art. 287 do CPP). 
 
 Não é permitida a prisão de eleitor, desde 5 dias antes até 48 horas depois 
da eleição, salvo flagrante delito ou em virtude de sentença penal 
condenatória (art. 236, caput, do Código Eleitoral). 
 
5. CUSTÓDIA 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o 
mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia 
assinada pelo executor ou apresentada à guia expedida pela autoridade 
competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com 
declaração de dia e hora. 
 
A custódia, sem a observância dessas formalidades, constitui crime de abuso 
de autoridade (Lei n. 4.898/65, arts. 3º, a, e 4º, a). No caso de custódia em 
penitenciária, há necessidade de expedição de guia de recolhimento, nos 
termos dos arts. 105 e 106 da Lei de Execução Penal. 
 
 
6. PRISÃO FORA DO TERRITÓRIO DO JUIZ 
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do 
juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o 
inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio 
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor 
da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções 
necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do 
mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de 
Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no 
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora 
da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que 
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções 
necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz 
que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado 
na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de 
cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do 
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII 
do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de 
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da 
pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 
2o do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do 
mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011) 
 
7. PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO 
 
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou 
comarca, o executor poderá efetuar lhe a prisão no lugar onde o alcançar, 
apresentando-o imediatamente à autoridade local, depois de lavrado, se for o 
caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
 
 
 Parágrafo 1º - Entender-se-á que o executor vai à perseguição do réu, 
quando: 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
http://i1.r7.com/data/files/2C95/948E/37E7/6BC1/0137/E7F9/5B14/375E/prisao-hg-
20120613.jpg 
 
a) tendo-o avistado, for perseguindo sem interrupção, embora depois o 
tenha perdido de vista; 
 
 b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha 
passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, 
for ao seu encalço. 
 
 Parágrafo 2º - Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões 
para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do 
mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique 
esclarecida a dúvida. 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
Nesta hipótese, contanto que a perseguição não seja interrompida, o executor 
poderá efetuar a prisão onde quer que alcance o capturando, desde que dentro 
do território nacional. 
 
8. PRISÃO ESPECIAL 
 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da 
autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação 
definitiva: 
 
I - os ministros de Estado; 
 
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do 
Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os 
vereadores e os chefes de Polícia. 
 
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia 
Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; 
 
IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; 
 
V - os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros; 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
VI - os magistrados; 
 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
 
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
 
X - os cidadãos que já tiveram efetivamente a função de jurado, salvo 
quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela 
função; 
 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, 
ativos e inativos. 
 
Leis especiais ampliam o rol, como por exemplo, para professores e pilotos de 
aeronaves. 
 
Consoante redação do artigo supramencionado, observamos que determinadas 
pessoas, em razão da função que desempenham ou de uma condição especial 
que ostentam, têm direito à prisão provisória em quartéis ou em cela especial. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que, na ausência de acomodações 
adequadas em presídio especial, o titular do benefício poderá ficar preso em 
estabelecimento militar (HC 3.375-2, 5ª T., DJU, 12 jun. 1995, p.17634). 
A prisão especial perdurará enquanto não transitar em julgado a sentença 
condenatória. Após esta, o condenado será recolhidoao estabelecimento 
comum. 
O presidente da República, durante o seu mandado, não está sujeito a nenhum 
tipo de prisão provisória, já que Constituição Federal exige sentença 
condenatória (art. 86, parágrafo 3º). 
 
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já 
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura 
dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que 
pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
9. PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR 
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou 
acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização 
judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar 
quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) 
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto 
risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos 
requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
http://www.dercio.com.br/media/images/dynamic/images_blog/prisao_3.jpg.554x318_q85_crop.
jpg 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Nas localidades onde não houver estabelecimento adequado para o 
recolhimento em prisão especial, o juiz, considerando a gravidade da infração e 
ouvido o Ministério Público, poderá autorizar a prisão do réu ou indiciado na 
própria residência, de onde não poderá ele afastar-se sem prévia autorização 
judicial (Lei n. 5.256, de 6-4-1967). 
 
A prisão domiciliar não exonera o preso de comparecer e de outras restrições 
estabelecidas pelo juiz. Poderá haver vigilância quanto ao cumprimento da 
prisão domiciliar, mas deverá respeitar a intimidade da residência. A violação 
de qualquer das condições impostas implicará perda do benefício, devendo o 
réu ser recolhido a estabelecimento penal, onde permanecerá separado dos 
demais presos. 
 
A prisão domiciliar tem sido utilizada como alternativa para a prisão-albergue 
(forma de cumprimento de pena, regime aberto), em locais em que não há 
estabelecimento adequado para o cumprimento da prisão-albergue. Essa 
prática, ainda que justificável, não tem base legal, porque a prisão domiciliar, 
enquanto forma de cumprimento da pena alternativa ao regime aberto, só é 
prevista para o condenado maior de 80 anos, ou extremamente debilitado, 
dentre outros. 
 
II - PRISÕES CAUTELARES 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
1. Prisão em flagrante 
 
O termo flagrante provém do latim flagrare, que significa queimar, arder, ou 
seja, representa o crime que ainda queima, que está sendo cometido ou 
acabou de sê-lo. 
 
É, portanto, medida restritiva da liberdade, de natureza cautelar, consistente 
na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é 
surpreendido cometendo, ou logo após ter cometido, um crime ou uma 
contravenção. Consoante entendimento da maioria da doutrina. No flagrante 
deve haver a certeza visual do crime, razão pela qual a pessoa que o assiste 
está autorizada a prender o seu autor, conduzindo-o, em seguida, à autoridade 
competente, conforme autorização legal prevista no art. 301, do CPP. 
 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus 
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante 
delito. 
 
 
1.1. Espécies de flagrante 
 
As espécies de flagrante estão implícitas na própria norma processual abaixo 
transcrita. Vejamos: 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis 
que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
a) Flagrante próprio (perfeito, real ou verdadeiro) - CPP, art. 302, I e II. 
 
É aquele em que o agente é surpreendido cometendo uma infração 
penal ou quando acaba de cometê-la. 
 
b) Flagrante impróprio (irreal ou quase-flagrante) - CPP, art. 302, III. 
 
Ocorre quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito, em 
situação que faça presumir ser o autor da infração. A expressão “logo 
após” compreende todo o espaço de tempo necessário para a polícia 
chegar ao local, colher as provas elucidadoras da ocorrência do delito e 
dar início à perseguição do autor. Não tem qualquer fundamento a 
regra popular de que e de vinte e quatro horas o prazo entre a hora do 
crime e a prisão em flagrante, pois, no caso de flagrante impróprio, a 
perseguição pode levar até dias, desde que ininterrupta. 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
c) Flagrante presumido (ficto ou assimilado) - CPP, art. 302, IV. 
 
O agente é preso, logo depois de cometer a infração, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da 
infração. Não é necessário que haja perseguição, bastando que a 
pessoa seja encontrada logo depois da prática do ilícito em situação 
suspeita. A doutrina tem entendido que o “logo depois”, do flagrante 
presumido, comporta um lapso temporal maior do que o “logo após”, do 
flagrante impróprio. 
 
d) Flagrante preparado ou provocado – delito de ensaio – delito 
putativo por obra do agente provocador 
 
Uma vez provado, estará presente a modalidade de crime impossível, 
pois, embora o meio empregado e o objeto material sejam idôneos, há 
um conjunto de circunstâncias previamente preparadas que eliminam 
totalmente a possibilidade de produção do resultado. Neste caso, em 
face da ausência de vontade livre e espontânea do infrator e da 
ocorrência de crime impossível, a conduta é considerada atípica. Aliás, o 
entendimento jurisprudencial é farto neste sentido. 
Acaba configurando a hipótese de prisão ilegal devendo ser Relaxada. 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Súmula 145 STF: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO 
FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A SUA 
CONSUMAÇÃO. 
 
e) Flagrante esperado 
 
Nesse caso, a atividade do policial ou do terceiro consiste em simples 
aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer atitude de 
induzimento ou instigação. 
A prisão neste caso é LEGAL. Não há induzimento, não há agente 
provocador. 
 
f) Flagrante prorrogado ou retardado 
 
Está previsto no art. 2º, II da Lei n. 9.034/95, chamada de Lei do Crime 
Organizado, e “consiste em retardar a interdição policial do que se 
supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculada, 
desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a 
medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da 
formação de provas e fornecimento de informações”. Neste caso, 
portanto, o agente policial detém discricionariedade para deixar de 
efetuar a prisão em flagrante no momento em que presencia a prática da 
infraçãopenal, podendo aguardar um momento mais importante do 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de prova. 
Somente é possível na ocorrência de crime organizado. 
g) flagrante forjado ou urdido 
Quando a autoridade policial ou particulares criam provas de um crime 
inexistente, a fim de firmar um flagrante. 
É uma prisão ILEGAL. 
Obs.: O flagrante é obrigatório quando a autoridade policial ou seus 
agentes estão obrigados a efetuar a prisão em flagrante, não tendo 
discricionariedade sobre a conveniência ou não de efetivá-la. Ocorre em 
qualquer das hipóteses previstas no art. 302 (flagrante próprio, impróprio 
e presumido). 
 
O flagrante é facultativo quando se referir às pessoas comuns do 
povo, que consiste na faculdade de efetuá-lo ou não, de acordo com 
critérios de conveniência e oportunidade. Abrange, também, todas as 
espécies de flagrante estabelecidas no art. 302, do CPP. 
 
 
1.2. Flagrante nas várias espécies de crimes 
 
a) Crime permanente: enquanto não cessar a permanência, o agente 
encontra-se em situação de flagrante delito (art. 303). 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante 
delito enquanto não cessar a permanência. 
 
b) Crime de ação penal privada: nada impede a prisão em flagrante, uma 
vez que o art. 301 não distingue entre crime de ação pública e privada, 
referindo-se genericamente a todos os sujeitos que se encontrarem em 
flagrante delito. No entanto, capturado o autor da infração, deverá o 
ofendido autorizar a lavratura do auto ou ratificá-la dentro do prazo da 
entrega da nota de culpa, sob pena de relaxamento. 
 
d) Crime Habitual: é aquele que depende da reiteração de determinada 
conduta, ex: exercício ilegal da medicina – art. 282, CP. É possível o 
flagrante, desde que, no momento da captura seja provada a 
habitualidade. 
e) Crimes Culposos: é perfeitamente possível. 
f) Crimes Formais: é possível que ocorra o flagrante, que deve ocorrer 
enquanto o agente estiver em situação de flagrância, e não no momento 
do exaurimento do delito. 
1.3. Formalidades do auto de prisão em flagrante 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
http://portalcorreio.uol.com.br/obj/83/104925,362,80,0,0,362,271,0,0,0,0.jpg 
 
São as seguintes as etapas do auto de prisão em flagrante: 
 
a) antes da lavratura do auto, a autoridade policial deve comunicar à família 
do preso, ou à pessoa por ele indicada, acerca da prisão (CF, art. 5º, 
LXIII, 2ª parte); 
 
b) em seguida, procede-se à oitiva do condutor (agente público ou 
particular), que é a pessoa que conduziu o preso até a autoridade. 
 
b) Após, ouvem-se as testemunhas que acompanharam o condutor, que 
devem ser, no mínimo, duas (a jurisprudência tem admitido que o 
condutor funcione como testemunha, necessitando-se, portanto, de 
apenas mais uma, além dele - RT, 665/297); 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
d) a falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de 
prisão em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a 
peça pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade (testemunhas instrumentais ou 
indiretas); estas testemunhas só servem para confirmar que o preso foi 
apresentado pelo condutor à autoridade; 
 
e) ouvidas às testemunhas, a autoridade interrogará o acusado sobre a 
imputação que lhe é feita (CPP, art. 304), devendo alertá-lo sobre o seu 
direito constitucional de permanecer calado (CF, art. 5º, LXIII); em caso 
de crime de ação privada ou pública condicionada, deve ser procedida, 
quando possível à oitiva da vítima; 
 
f) a presença de advogado não é obrigatória, não é necessário curador para 
menor de 21 anos, mas para incapaz é necessário; 
 
g) o auto é lavrado pelo escrivão e por ele encerrado, devendo ser assinado 
pela autoridade, condutor, ofendido (se ouvido), testemunhas (ou 
testemunha), pelo preso, seu curador (se incapaz) ou defensor; 
 
h) no caso de alguma testemunha ou do ofendido recusarem-se, não 
souberem ou não puderem assinar o termo, a autoridade pedirá a alguém 
que assine em seu lugar, depois de lido o depoimento na presença do 
depoente (CPP, art.216); 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
i) se o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o 
auto será assinado por duas testemunhas (instrumentárias) que tenham 
ouvido a leitura, na presença do acusado, do condutor e das testemunhas 
(CPP, art.304, § 3º); encerrada a lavratura do auto de prisão em flagrante, 
à prisão deve ser imediatamente comunicada ao juiz competente que, por 
sua vez, deve dar vista ao Ministério Público para que este, na qualidade 
de fiscal da lei, se manifeste sobre a regularidade formal do auto de 
prisão em flagrante e sobre a possibilidade de liberdade provisória. 
 
j) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à 
família do preso ou à pessoa por ele indicada. E em até vinte e quatro 
horas após a lavratura do auto, será dada nota de culpa ao preso, que é 
um instrumento informativo dos motivos da prisão. Dela constará, nome 
do condutor e os das testemunhas (CPP, art.306, caput). A não entrega 
da nota de culpa dentro do prazo acima fixado, implica, obrigatoriamente, 
no relaxamento da prisão em flagrante. 
 
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de 
lavrado o auto de prisão em flagrante. 
 
2. Prisão preventiva 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
2.1. Conceito 
Representa uma das espécies do gênero “prisão cautelar ”, cuja detenção 
antecede a sentença penal condenatória. Somente poderá ser decretada pelo 
juiz durante o inquérito policial ou o processo criminal, sempre que estiverem 
preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores. 
 
Art. 311- Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da 
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial 
 
2.2. Requisitos e pressupostos legais para a prisão preventiva 
 
Os requisitos legais e os pressupostos para a decretação da prisão preventiva 
vêm implícitos no art. 312, do CPP, senão vejamos: 
 
 Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da 
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova 
de existência do crime e indícios suficientes da autoria. 
 
 
 
2.2.1. Requisitos: 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
a) garantia da ordem pública: a prisão cautelar é decretada com a 
finalidade de preservar bem jurídico essencial à convivência social, 
como, por exemplo, a proteção social contra réu perigoso que poderá 
voltar a delinquir; a proteção das testemunhas ameaçadas pelo 
acusado ou proteção da vítima, garantindo a credibilidade da justiça, 
em crimes que provoquem grande clamor popular; 
 
b) conveniência da instrução criminal: visa impedir que o agente 
perturbe ou impeça a produção de provas, ameaçando testemunhas, 
apagando vestígios do crime, destruindo documentos etc., situações 
que demonstram evidente o periculum in mora, pois não se chegará à 
verdade real se o réu permanecer solto até o final do processo. 
 
c) garantia de aplicação da lei penal: no caso de iminente fuga doagente do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena. 
Se o acusado ou indiciado não tem residência fixa, ocupação lícita, 
nada, enfim, que o radique no distrito de culpa, há um sério risco para a 
eficácia da futura decisão se ele permanecer solto até o final do 
processo, diante da sua provável evasão. 
 
d) garantia da ordem econômica: o art. 86 da Lei n. 8.884, de 11 
de junho de 1994 (Lei Antitruste), incluiu no art. 312 do CPP está 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
hipótese de prisão preventiva. Trata-se de uma repetição do requisito 
“garantia da ordem pública”. 
 
2.2.2. Pressupostos: 
 
a) prova da existência do crime (prova da materialidade delitiva) 
 
b) indícios suficientes da autoria. 
 
Com efeito, esses pressupostos constituem o fumus boni iuris para a 
decretação da custódia. O juiz somente poderá decretar a prisão 
preventiva se estiver demonstrada a probabilidade de que o réu tenha 
sido o autor de um fato típico. 
 
Observa-se que, nessa fase, não se exige prova plena, bastando 
meros indícios, isto é, que se demonstre a probabilidade do réu ou 
indiciado ter sido o autor do fato delituoso. A dúvida, portanto, milita 
em favor da sociedade, e não do réu (princípio do in dubio pro 
societate). 
Os fundamentos da preventiva nada mais são do que o outro da tutela 
cautelar, qual seja, o periculum in mora. 
 
2.3. Momento para a decretação da prisão preventiva 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Conforme previsto no art. 311, do CPP, supramencionado, a prisão preventiva 
pode ocorrer em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, em 
virtude de requerimento do Ministério Público, representação da autoridade 
policial (seguida de manifestação do parquet), ou de ofício pelo juiz. Cabe 
tanto em ação penal pública quanto em ação privada. 
 
Nada obsta que se, não houver IP, o próprio Ministério Público a requeira, 
quando já tiver materialidade e indícios suficientes de autoria, comprovados por 
documento. 
 
Decretada à prisão preventiva, na fase do inquérito policial, terá a autoridade 
policial o prazo de 10(dez) dias para concluí-lo. 
 
Encerrada a fase instrutória, a prisão cautelar só pode decorrer de sentença 
penal condenatória recorrível. 
 
Obs.: Se, recebidos os autos de inquérito policial relatados, o Ministério 
Público devolvê-los para diligências complementares, o juiz não poderá 
decretar a prisão preventiva, pois, se ainda não há indícios de autoria 
suficientes para a denúncia, o juiz não poderá decretá-la. Entretanto, convém 
lembrar o art. 10, caput, do CPP, onde o prazo para a conclusão do inquérito, 
no caso de haver prisão preventiva, começa a contar do cumprimento efetivo 
do mandado. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
2.4. Admissibilidade da prisão preventiva 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a 
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade 
máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada 
em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, 
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir 
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando 
houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer 
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado 
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese 
recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Consoante o artigo supracitado, não cabe prisão preventiva em caso de 
crime culposo, contravenção penal. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
2.5. Autoridade competente para decretá-la 
 
a) A prisão preventiva só poderá ser decretada pela autoridade judicial; 
 
b) Se for processo da competência originária dos tribunais, a competência 
é do Relator, o qual poderá fazê-lo de ofício, assim como o juiz, nesse 
caso, desde que já exista processo. 
 
 
2.6. Proibição 
Conforme dispõe o art. 314, do CPP, abaixo transcrito, não poderá ser 
decretada a PP se houver prova inequívoca de que o acusado agiu acobertado 
por uma das causas de exclusão de ilicitude, descritas no art. 23, incisos I, II e 
III, do Código Penal. 
 
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz 
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato 
nas condições do art. 19, incisos I, II ou III, do Código Penal. (No atual 
Código Penal encontra-se no art. 23, incisos I, II ou III). 
 
2.7. Necessidade de fundamentação 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Em obediência ao princípio constitucional da motivação das decisões judiciais, 
o despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será sempre 
fundamentado, isto é, o juiz deve realçar as provas da existência do crime ou 
não, e os indícios suficientes de autoria ou não. Deverá ainda demonstrar a 
sua necessidade para garantia da ordem pública, como conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal. Inteligência do 
art. 315, do CPP, a seguir transcrito: 
 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva 
será sempre motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
2.8. Recursos 
 
a) Da decisão que não concede a PP cabe RESE, conforme art. 581, V, do 
CPP; 
 
b) Da decisão que conceder a PP não cabe nenhum recurso, valendo-se o 
acusado do remédio heroico denominado Habeas Corpus, conforme art. 
647 e segs. Do CPP. 
 
c) Da decisão que revoga a prisão preventiva cabe RESE. 
 
2.9. Revogação 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Segundo dispõe o art. 316, do CPP, a seguir transcrito, o juiz poderá revogar a 
PP quando cessar os motivos que a ensejaram, a qualquer tempo. Se não o 
fizer, a instância superior, via habeas corpus, poderá contrastar-lhe o 
despacho denegatório. 
 
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no decorrer do 
processo, verificar a falta de motivo que subsista, bem como de novo 
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
Todavia, vale lembrar que da decisão que revoga a prisão preventiva, cabe 
recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, V). 
 
2.10. Legitimidade para requerer 
 
Conforme dispõe o art., 311, do CPP, já transcrito no início deste tópico, a lei 
confere legitimidade ao: 
 
 Ministério Público; 
 Querelante; 
 Autoridade Policial. 
 
OBS.: os dois primeiros sob a forma de requerimento, e a Autoridade 
Policial sob a forma de representação (demonstrando a conveniência da 
determinação da medida extrema. 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
3. Prisão temporária 
 
3.1. Previsão legal 
 
A prisão temporária foi editada pela Medida Provisória n. 111, de 24 de 
novembro de 1989, posteriormente substituída pela Lei n. 7.960, de dezembro 
de 1989. 
 
3.2. Conceito 
 
Representa uma das espécies do gênero “prisão cautelar de natureza 
processual”, cuja detenção terá prazo pré-fixado pela autoridade judicial, a 
possibilitaras investigações a respeito de crimes graves, somente durante o 
inquérito policial. 
 
3.3. Autoridade competente para decretação 
 
Só pode ser decretada pela autoridade judiciária, mediante representação da 
autoridade policial ou requerimento do Ministério Público. 
 
 
3.4. Fundamentos 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
A prisão temporária pode ser decretada nas seguintes situações: 
 
a) imprescindibilidade da medida para as investigações do IP; 
 
b) indiciado não tem residência fixa ou não fornece dados necessários ao 
esclarecimento de sua identidade; 
 
c) fundadas razões da autoria ou participação do indiciado em qualquer um 
dos seguintes crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, 
roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro, atentado violento 
ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado morte, envenenamento 
de água potável ou substância alimentícia ou medicinal com resultado 
morte, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas e crimes contra o 
sistema financeiro. 
 
Ressalta-se, por oportuno que, para Tourinho, os requisitos são alternativos: ou 
um, ou outro. Já para Scarance Fernandes há necessidade de estarem 
presentes os três requisitos, sendo, portanto, cumulativos. 
 
Por outro lado, Damásio E. de Jesus entende que só pode ser decretada nos 
crimes acima relacionados, desde que concorra qualquer uma das duas 
primeiras situações. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Consoante posição esposado por Vicente Greco Filho, pode ser decretada em 
qualquer das situações legais, desde que, com ela, concorram os motivos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva. 
Por fim, segundo entendimento de Fernando Capez, a prisão temporária 
somente pode ser decretada nos crimes em que a lei permite à custódia, desde 
que o agente seja apontado como suspeito ou indiciado, e, além disso, deve 
estar presente pelo menos um dos outros dois requisito, evidenciadores do 
periculum in mora. 
 
3.5. Prazo 
 Em regra, 05 (cinco) dias, prorrogáveis por igual período. Este prazo não deve 
ser computado naquele que deve ser respeitado para a conclusão da instrução 
criminal. 
Se for crime hediondo, o prazo será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias 
em caso de extrema e comprovada necessidade. 
 
3.6. A prisão temporária e os crimes hediondos 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
http://www.efetividade.blog.br/wp-content/uploads/2013/12/Crime.jpg 
 
São os crimes hediondos previstos na Lei n. 8.072, de 25-7-1990: 
 
 Homicídio qualificado; 
 
 Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que cometido por um só agente; 
 
 Latrocínio; 
 
 Extorsão qualificada pelo resultado morte; 
 
 Extorsão mediante sequestro, na forma simples e qualificada; 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
 Estupro; 
 
 Estupro de vulnerável; 
 
 Epidemia com resultado morte; 
 
 Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual 
de criança ou adolescente ou de vulnerável 
 
 Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto 
destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
 
 
 Genocídio (de acordo com a nova redação dada ao art. 1º, por força da Lei 
n. 8.930, de 6-9-1994). 
 
 Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; 
 
 Terrorismo; 
 
 Tortura. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Nos termos do art. 2º, parágrafo 3º, da Lei n. 8.072, para todos esses crimes o 
prazo de prisão temporária será de 30 dias, prorrogáveis por mais trinta, 
em caso de comprovada e extrema necessidade. Também não se computa 
neste o prazo para encerramento da instrução. 
 
3.7. Sujeito passivo e oportunidade para decretação 
 
Sujeito passivo: o indiciado, ou mesmo o suspeito, não havendo necessidade 
de indiciamento formalizado. 
 
Oportunidade: o momento em que pode ser decretada vai da ocorrência 
do fato até o recebimento da denúncia, porque, se instaurada a 
ação penal, o juiz deverá examinar a hipótese como de prisão 
preventiva. 
 
3.8. Características 
 
 A prisão temporária será decretada pelo juiz, mediante representação da 
autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, pois o juiz deve 
ser inerte na fase investigatória; 
 
 Não pode ser decretada pelo juiz de ofício; 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 No caso de representação da autoridade policial, o Ministério Público deve 
ser ouvido; 
 
 O juiz tem o prazo de 24 horas, a partir do recebimento da representação 
ou requerimento, para decidir fundamentadamente sobre a prisão; 
 
 O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, uma das quais deve 
ser entregue ao indiciado, servindo como nota de culpa; 
 
 Efetuada a prisão, a autoridade policial deve advertir o preso do direito 
constitucional de permanecer calado; 
 
 O prazo de 5 (ou 30) dias pode ser prorrogado, desde que comprovada à 
extrema necessidade; 
 
 Decorrido o prazo legal, o preso deve ser colocado imediatamente em 
liberdade, a não ser que tenha sido decretada sua prisão preventiva, pois o 
atraso configura crime de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, art. 4º, i); 
 
 O preso temporário deve permanecer separado dos demais detentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
III - LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/69/imagens/i318200.jpg 
1. Conceito 
 
A liberdade provisória é uma medida contra cautelar que substitui a prisão em 
flagrante, desde que o acusado preencha certos requisitos, ficando o agente 
sujeito ao cumprimento de certas condições, que se não cumpridas enseja na 
sua revogação. 
 
2. Espécies 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o 
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e 
observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011) 
 
 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos 
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao 
juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
Obs.: A lei n. 9.099/95, em seu art. 69, parágrafo único, instituiu 
nova hipótese de liberdade provisória obrigatória: quando o autor do 
fato, surpreendido em flagrante, assumir o compromisso de 
comparecer à sede do juizado. 
 
b) Permitida ou facultativa: 
 
 Ocorre nas hipóteses em que não couber prisão preventiva; 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
 Nas hipóteses em que o réu pronunciado tem o direito de 
aguardar o julgamento em liberdade (CPP, art. 408, parágrafo 
2º); 
 
 Quando o condenado tem o direito de apelar em liberdade (CPP, 
art.594); 
 
 Quando o juiz verificar que o agente praticou o fato nas condições 
de alguma excludente de ilicitude (CPP, art. 310 e seu parágrafo 
único); 
 Nos casos de fiança em que o acusado não pode prestá-la porque 
é pobre (CPP, art. 350) 
 
Em todos os casos supracitados poderá ser concedida pelo juiz, 
subdividindo-se em liberdade provisória comfiança e liberdade 
provisória sem fiança. 
 
c) Vedada: 
Art. 323: Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente 
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se 
referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 Quando proibida por lei. Por exemplo: a proibição de liberdade 
provisória para crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos (Lei 
n. 8.072/90, art. 2º, II). 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
3. Liberdade provisória sem recolhimento de fiança 
 
Em algumas hipóteses não há necessidade de o agente prestar fiança para 
obter o benefício da liberdade provisória. São elas: 
 
 
 
 
 
3.1. Infrações penais de que o réu se livra solto 
 
São aquelas punidas com pena privativa de liberdade ou aquelas em que a 
pena privativa de liberdade não ultrapassa de três meses, dando ao agente 
direito à liberdade provisória, sem efetuar o recolhimento da fiança. 
 
3.2. Infrações praticadas sob causa de exclusão de ilicitude 
 
No caso de o juiz verificar que o agente praticou fato acobertado por 
causa de exclusão da ilicitude; torna-se irrelevante saber se a infração é 
afiançável, inafiançável ou daquelas em que o réu se livra solto; 
 
3.3. Quando não couber a prisão preventiva 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 Nesta hipótese não importa se a infração é inafiançável, afiançável ou 
daquelas em que o réu se livra solto. Não sendo necessária para a 
garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para 
assegurar a aplicação da lei penal, não se vislumbra periculum in mora 
para a manutenção da custódia; 
 
3.4. Nos casos de fiança em que o acusado não pode prestá-la porque é 
pobre. 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às 
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas 
cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer 
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 
282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
4. Competência e recurso 
Só o juiz pode conceder a liberdade provisória sem fiança, mas sempre depois 
de ouvir o Ministério Público. O acusado assinará termo de compromisso, 
comprometendo-se a comparecer em todos os atos do processo, sob pena de 
revogação. 
 
Da decisão que conceder liberdade provisória cabe recurso em sentido estrito 
(CPP, art. 581, V). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
5. Liberdade provisória com recolhimento de fiança 
Nos demais casos, tratando-se de crimes afiançáveis e preenchendo o 
acusado os demais requisitos, a liberdade provisória é concedida mediante 
fiança e vinculação, obedecendo ao estabelecido no art. 5º, inciso LXVI, da 
Constituição federal, abaixo transcrito: 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir 
a liberdade provisória com ou sem fiança. 
 
6. Conceito de fiança 
 
A fiança é uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações 
processuais do réu. 
 
7. Infrações inafiançáveis 
 
Art. 323. Não será concedida fiança: 
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente 
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se 
referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
8. Valor da fiança 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder 
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração 
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) 
anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da 
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança 
poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em 
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e 
vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
periculosidade, bem como a importância provável das custas do 
processo, até final julgamento. 
 
O valor da fiança é arbitrado pela autoridade que a conceder,segundo faixas 
correspondentes à maior ou menor gravidade da infração, conforme dispõe o 
art. 325, acima transcrito, e tendo em vista as condições econômicas e vida 
pregressa do réu, bem como as circunstâncias indicativas de sua 
periculosidade, de acordo com o estabelecido no art. 326, também transcrito 
acima. 
 
 
 
 
9. Modalidades de fiança 
 
A fiança é o depósito em dinheiro ou valores feito pelo acusado ou em seu 
nome para liberá-lo da prisão, nos casos previstos em lei, com a finalidade de 
compeli-lo ao cumprimento do dever de comparecer e permanecer vinculado 
ao distrito da culpa, conforme dispõe o art. 330, a seguir transcrito: 
 
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de 
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, 
federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
§ 1º - A avaliação do imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos, será 
feita imediatamente por perito nomeado pela Autoridade. 
 
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor 
será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á 
prova de que se acham livres de ônus. 
 
10. Competência 
 
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para 
conceder a fiança à autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em 
caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a 
autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão. 
 
11. Recurso 
 
Das decisões do juiz sobre a fiança cabe recurso em sentido estrito com 
fundamento no artigo 581, V e VII. 
 
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida 
independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do 
processo a fim de requerer o que julgar conveniente. 
 
12. Oportunidade para sua concessão 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
A fiança, se cabível, será concedida imediatamente após a lavratura do 
flagrante, mas também poderá ser concedida a qualquer tempo do processo, 
enquanto não transitar em julgado da sentença condenatória, é o que dispõe o 
art. 334, do CPP, a seguir transcrito: 
 
Art. 334. A fiança poderá ser prestada em qualquer termo do processo, 
enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. 
 
 
13. Recusa ou demora na concessão 
 
No caso de recusa ou demora da concessão da fiança pela autoridade policial, 
o preso, ou alguém ou ele, poderá prestá-la, mediante petição, diretamente ao 
juiz, que decidirá depois de ouvir aquela autoridade, é o que dispõe o art. 335, 
do CPP, a seguir transcrito: 
 
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial à concessão da 
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples 
petição, perante o juiz competente, que decidirá, em 48 (quarenta e oito 
horas) horas. 
 
14. Restituição da fiança 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/43FEDB7D91F5525B29DFB0
4942A888E45878_depositario%20infiel.jpg 
 
A fiança prestada será motivo de restituição, respeitadas as condições 
previstas nos artigos 336 e 337 do CPP, a seguir transcritos: 
 
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao 
pagamento das custas, da indenização do dano e da multa, se o réu for 
condenado. 
 
§ Único - Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da 
sentença condenatória (Código Penal, art.110). 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado a sentença 
que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que 
a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no 
parágrafo único do artigo 336. 
 
 
 
15. Cassação 
 
Haverá cassação da fiança prestada se concedida fora das hipóteses legais ou 
se houver alteração da classificação da infração para outra inafiançável, 
conforme disposto nos arts. 338 e 339, do CPP, a seguir transcritos: 
 
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será 
cassada em qualquer fase do processo. 
 
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência 
do delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. 
 
16. Reforço de fiança 
 
Será exigido um reforço quando a fiança for tomada, por engano, em valor 
insuficiente, quando inovada a classificação do delito ou quando houver 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
depreciação do valor dos bens hipotecados ou caucionados, é o que dispõe o 
art. 340, do CPP, a seguir transcrito: 
 
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
 I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
 II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens 
hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; 
 III - quando for inovada a classificação do delito. 
 Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à 
prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. 
 
 
17. Quebramento de fiança 
 
Haverá quebramento se o acusado descumprir as obrigações de comparecer, 
não mudar de residência e não se ausentar sem comunicar à autoridade (art. 
341, abaixo transcrito), com perda da metade do valor e expedição de ordem 
de prisão (art. 343, abaixo transcrito). No entanto, o quebramento pode ser 
relevado se o acusado demonstrar justo motivo para o descumprimento do 
ônus. 
 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, 
sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do 
processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a 
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a 
fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos 
 
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade 
do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas 
cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
 
18. Perda total da fiança 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
Haverá perda total se o acusado, condenado, não se apresentar à prisão, é o 
que dispõe o art. 344, do CPP, a seguir transcrito: 
 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, 
condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da 
pena definitiva imposta. 
 
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais 
encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo 
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no 
art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na 
forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Art. 347. Não ocorrendo ahipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem 
houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver 
obrigado. 
 Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, 
a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. 
 Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz 
determinará a venda por leiloeiro ou corretor. 
 Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas 
cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das 
obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
BIBLIOGRAFIA 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, São Paulo: Saraiva, 1997. 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, Dec.Lei nº 3.689 de 03-10-1941. São 
Paulo: Saraiva, 2010 
DELMANTO, Roberto. Código penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. São Paulo: Saraiva, 1998. 
FRANCO, Alberto Silva e outros. Leis Penais Especiais. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 1995. 
GRECO Fº, Vicente. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2010 
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. v.4, São 
Paulo: Bookseller, 1997 
NORONHA, E. Magalhães. Curso de Direito Processual Penal. São Paulo: 
Saraiva, 1997. 
TOURINHO Fº, Fernando da Costa. Prática de Processo Penal. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
XAVIER DE AQUINO, José Carlos & Nalini, José Renato. Manual de Processo 
Penal. São Paulo: Saraiva, 2008.

Continue navegando