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MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL SENAPPEN_Modulo_1 (1)

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Prévia do material em texto

MULHERES
no Sistema Prisional 
MÓDULO 1
Atenção às mulheres presas 
EXPEDIENTE
BY NC ND
GOVERNO FEDERAL
Presidente da República 
Luiz Inácio Lula da Silva
Vice-Presidente da República 
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
Ministro da Justiça e Segurança Pública 
Flávio Dino de Castro e Costa
Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais – SENAPPEN 
Rafael Velasco Brandani
Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN 
Stephane Silva de Araújo
Equipe ESPEN 
Haynara Jocely Lima de Almeida 
Italo Rodrigues dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Coordenação Geral 
Luciano Patrício Souza de Castro
Financeiro 
Fernando Machado Wolf
Consultoria Técnica EaD 
Giovana Schuelter
Coordenação de Produção 
Caroline Daufemback Henrique
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA 
Andreia Mara Fiala
Revisão Textual
Supervisão: Evillyn Kjellin 
Victor Rocha Freire Silva
Vivianne Oliveira Rodrigues
 
Design Instrucional
Supervisão: Milene Silva de Castro 
Joyce Regina Borges
Design Gráfico
Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima
Airton Jordani Jardim Filho
Cleber da Luz Monteiro
Giovana Aparecida dos Santos
Guilherme Comerão Stecca Almeida
Julia Morato Leite Lucas
Renata Cristina Gonçalves
Sonia Trois
Tiago Augusto Paiva 
Programação
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
Luan Rodrigo Silva Costa
Luiz Eduardo Pizzinatto
Audiovisual 
Supervisão: Rafael Poletto Dutra 
Angie Luiza Moreira de Oliveira
Arthur Pereira Neves 
Dilney Carvalho da Silva 
Eduardo Corrêa Machado 
Kimberly Araujo Lazzarin 
Marcelo Vinícius Netto Spillere 
Marília Gabriela Salomao Dauer 
Maycon Douglas da Silva
Apresentação 
Áureo Mafra de Moraes
Conteúdo 
Carlos Rodrigo Martins Dias
Todo o conteúdo do curso Mulheres no Sistema Prisional, da Secretaria Nacional de Políticas Penais 
do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 2022, está licenciado sob a 
Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional. 
Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR.
A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional 
(DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais 
(SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, 
devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência 
da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN 
é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover-
namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias 
e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma 
nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual.
ESCLARECIMENTO
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................................................................................6
Objetivos do módulo 6
Unidade 1: Breve histórico do aprisionamento feminino em 
contexto nacional ....................................................................................................................................9
1.1 Introdução 9
1.2 O que dizem alguns estudos sobre o sistema prisional feminino 11
1.3 O que dizem os dados do Sistema de Informação do Departamento Penitenciário Nacio-
nal (SISDEPEN) 15
Unidade 2: Legislação vigente .........................................................................................22
2.1 O que diz a Constituição Federal 22
2.2 O que diz a Declaração Internacional dos Direitos Humanos 23
2.3 O que diz o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 24
2.4 O que dizem as Regras de Mandela 24
2.5 O que dizem as Regras de Bangkok 26
2.6 O que diz a Lei de Execução Penal 26
2.7 O que diz a Lei n° 13.869, de 5 de setembro de 2019 27
2.8 O que diz a Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014 28
SUMÁRIO
Síntese do módulo .............................................................................................................................. 36
Referências ....................................................................................................................................................37
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 6
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!
As administrações prisionais estaduais têm demonstrado certa preo-
cupação relacionada à rotina penitenciária de mulheres em situação de 
prisão, no que concerne às previsões legais, em especial, às orientações 
trazidas pela Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014, 
que institui a Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação 
de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional (PNAMPE). 
Ainda, com Nota Técnica nº 17/2020/DIAMGE/CGCAP/DIRPP/DEPEN/MJ, 
que trata dos procedimentos quanto à custódia de mulheres no sistema 
prisional brasileiro, essa preocupação fica evidente. 
Os referidos princípios legalísticos trouxeram aos estados orientações 
sobre como proceder na custódia de mulheres para garantir os direitos 
e, também, a segurança de todos, considerando, entretanto, o previsto 
na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, a Lei de Execução Penal. 
Diante desta realidade, o Departamento Penitenciário Nacional 
(DEPEN) é a instituição responsável por promover e fomentar as políticas 
penitenciárias em território nacional. Cabe ao DEPEN e às instituições 
parceiras a formulação de orientações sobre os procedimentos que as 
unidades precisam executar para garantir dignidade, segurança e auxiliar 
os servidores na capacitação para compreensão das especificidades de 
mulheres em privação de liberdade. Este curso faz parte dessa trajetó-
ria. Ele é uma continuidade dos estudos e mapeamentos já realizados. 
Por isso, apresentamos a você, servidor, o curso Atenção às Mulheres Presas.
Objetivos do módulo
• Tratar sobre as mulheres em situação de prisão, considerando a ne-
cessidade de atenção específica durante o cumprimento de pena.
• Apresentar um breve histórico do aprisionamento feminino em con-
texto nacional, assim como a legislação vigente.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 7
• Expor a respeito do recebimento de mulheres em privação de liberdade 
e dos procedimentos de custódia. 
• Destacar a importância quanto à compreensão do conteúdo para 
que a custódia de mulheres aconteça em observância aos preceitos da 
Constituição Federal.
UNIDADE 1
Breve histórico do aprisionamento 
feminino em contexto nacional
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 9
1. BREVE HISTÓRICO DO APRISIONAMENTO FEMININO EM 
CONTEXTO NACIONAL
Nesta unidade, trataremos o contexto histórico sobre a população fe-
minina presa. Para tal, serão tratadas questões que envolvem a invisi-
bilidade das especificidades femininas e, também, relações intramuros 
e extramuros de crianças que eventualmente acompanham suas mães 
em ambientes prisionais.
1.1 Introdução 
O Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional 
(SISDEPEN), de julho a dezembro de 2021, informa quantas pessoas 
presas existem no Brasil. Referente à tipificação criminal, as mulheres 
em situação de prisão respondem e incidem, majoritariamente (14.715 
ou 55,86%), por tráfico de drogas, de acordo com a Lei n° 6.368/76 e 
a Lei n° 11.343/06. A maioria delas (13.711) possuem apenas o ensino 
fundamental incompleto.
Com relação à composição da população por cor/raça, o SISDEPEN, 
de julho a dezembro de 2020, nos informa que do total de 670.714 
pessoas presas com informações sobre raça/cor, têm-se os dados apre-
sentados no infográfico a seguir. Assim, conclui-se que a maioria das 
pessoas presas são negras (homens e mulheres).
Pessoas presas no Brasil
Total: 
670.714
Homens: 
640.089 (95,43%)
Mulheres: 
30.625 (4,57%)
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 10
Nesses termos, Borges (2019) chama a atençãopara o fato de que 
“Até os dias atuais, a questão da seletividade penal com o viés racial tem 
sido pouco levada em consideração [...]. Para a advogada e pesquisadora 
Winnie Bueno, pouco se fala sobre “seletividade racial [...]” (BORGES, 
2019, p. 73). Os dados nos informam que a maioria da população encar-
cerada é negra, pois segundo a definição do Estatuto da Igualdade Racial, 
a população negra é o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas 
ou pardas, conforme a definição do Instituto de Geografia e Estatística 
(IBGE), bem como a autodeclaração equivalente.
Foto: © [rafapress] / Shutterstock.
É importante mencionar que o Brasil dos séculos XVII e XIX nos legou 
como herança a compreensão política, filosófica e social de justiça cri-
minal. Nessa lógica, Borges (2019) destaca que o código penal brasi-
leiro, vigente entre 1500 e 1822, era regido pelas Ordenações Filipinas, 
que já trazia intersecções entre gênero, pertencimento racial (ex-escravi-
zado), configuração de crime e cumprimento da pena, evidenciando que 
somente em 1830 a lei criminal no Brasil foi promulgada.
325.486 pardas (48,52%)
199.058 brancas (29,67%)
111.199 pretas (16,57%)
4.571 amarelas (0,68%)
1.537 indígenas (0,22%)
Informações de raça/cor das pessoas presas
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 11
1.2 O que dizem alguns estudos sobre o sistema prisional feminino
Borges (2019), Davis (2018) e Varella (2017) nos ajudam na reflexão 
sobre as especificidades do cárcere feminino e reforçam o fato de que 
o cumprimento de pena precisa ser compreendido pela privação de 
liberdade. Portanto, os demais direitos inerentes à pessoa humana não 
devem ser ceifados pela sentença. 
A partir da lógica racial que estrutura as prisões, é relevante apontar que: 
“O sistema de justiça criminal é pouco discutido [...]. Com isso, 
esse tema arenoso e difícil de ser tratado na sociedade [...]. 
Acaba por ser deixado de lado [...].” (BORGES, 2019, p. 41). 
Algumas adequações ainda são necessárias para o acesso ao direito, 
o aprisionamento de mulheres, segundo a autora, guarda condições estru-
turais que precisam ser observadas, principalmente porque os locais são 
desprovidos, em sua maioria, de equipes multiprofissionais para atendê-las, 
de áreas próprias para mulheres grávidas e de espaços para visita íntima. 
Nesse caminhar, as mulheres encarceradas sofrem uma dupla invisibili-
dade – por estarem em situação de cárcere e pelo próprio fato de serem 
mulheres. Nesse sentido, Borges afirma que: 
“[...] As mulheres têm necessidades diferenciadas e esse uso de res-
peito a um tratamento igual intensifica o contexto de violência a que 
essas mulheres são submetidas no contínuo desrespeito aos diretos 
humanos nas unidades prisionais.” (BORGES, 2019, p. 98). 
 
Juliana Borges, em seu livro “Encarceramento em Massa”, discorre sobre 
a estrutura racial do sistema de justiça criminal e sua colaboratividade com 
a lógica de controle social advinda do período escravocrata. 
Foto: Editora Jandaíra.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 12
Isso, principalmente quando são mulheres, Varella entende que: 
“De todos os tormentos do cárcere, o abandono é o que mais aflige 
as detentas. Cumprem suas penas esquecidas pelos familiares, 
amigos, maridos, e até pelos filhos [...]. A mulher é esquecida.” 
(VARELLA, 2017, p. 39).
Somente após onze anos trabalhando em penitenciárias femininas, 
Varella (2017) constatou que mulheres realmente são invisibilizadas e 
necessitam de um tratamento penal que valorize a sua especificidade. 
Também é importante apontar que as mulheres que rompem com as 
normas sociais de convivência são tratadas com mais severidade por 
ingressar em um campo majoritariamente masculino (tráfico e/ou crime).
Para a autora em destaque, ter pessoas presas se tornou algo tão co-
mum que quando nos propomos a pensar sobre sistema prisional e, 
consequentemente em reformá-lo, prevalece a ideia de aumentar o 
número de vagas, excluindo a de implantar políticas penitenciárias de 
reinserção social – acesso a saneamento básico, saúde, educação, trabalho, 
Varella (2017), em seu livro “Prisioneiras”, reafirma que o encarceramento 
feminino no Brasil é repleto de complexidades que muitas vezes se 
tornam incompreensíveis. Assim, as pessoas que entram para o sistema 
prisional tornam-se cidadãos e cidadãs de segunda classe.
Foto: Companhia das Letras.
No livro “Estarão as Prisões Obsoletas?”, de Angela Davis, há a informação 
de que “O encarceramento em uma penitenciária era considerado algo 
humano – ou pelo menos muito mais humano [...]”. (DAVIS 2018, p. 43). 
Hoje, essa lógica pode ser verificada na ascensão das políticas públicas para 
mulheres, pois mostra que as suas especificidades estão sendo ponderadas 
durante o cumprimento da pena, ou seja, começa-se a entender que: 
“[...] as práticas nas penitenciárias femininas são marcadas pela questão de 
gênero [...]” (DAVIS, 2018, p. 66). 
Foto: © Grupo Editorial Record.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 13
acesso a bens sociais e/ou garantia da equidade social, ou até mesmo 
a ideia da inexistência de prisões. Assim, extrai-se que “Também é pre-
ciso salientar que a punição não deixava de ter dimensões de gênero.” 
(DAVIS, 2018, p. 43). Ou seja, em alguns casos a punição era tão somente 
por ser uma mulher, depois agregavam-se as demais questões. 
Portanto, compreender o sistema prisional feminino implica adentrar 
em sua estrutura orgânica. Implica observar, reconhecer e absorver a sua 
dinâmica o máximo possível – desde as pessoas que laboram no sistema 
(servidores) até as pessoas que vivenciam o sistema prisional (mulheres 
em situação de prisão). 
Foto: © [Henrique Pereira] / G1. 
Por essa razão, o sistema prisional tem sido alvo de investimento significa-
tivo por parte do poder público, especialmente quando se trata do cárcere 
feminino. Devido a esse fato, é fundamental destacar que, na realidade 
brasileira, há raros registros de rebeliões em penitenciárias femininas. 
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre a visão de Davis 
no livro apresentado, e sua relação com o sistema prisional atual, 
ou acesse o link: https://youtu.be/UgLxkxnvLvo.
https://youtu.be/UgLxkxnvLvo
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 14
No entanto, mesmo atuando no sistema penal, conhecendo a realidade 
do dia a dia e, por mais que tenhamos acesso às informações referentes 
ao aprisionamento feminino, temos que nos colocar sempre na condição 
de aprendizes, pois:
“Podemos pensar que sabemos como o sistema de justiça criminal 
funciona. A televisão está repleta de dramas ficcionais sobre polícia, 
crimes e promotores – programas como Law & Order. Assim como o 
noticiário policial, essas ficções tendem a se concentrar em histórias 
individuais de crime, vitimização e punição, e são tipicamente contadas 
do ponto de vista das autoridades de segurança pública. Um policial, 
um investigador ou um promotor carismático luta com seus próprios 
demônios enquanto tenta heroicamente resolver um crime horrível. 
Ele finalmente consegue uma vitória pessoal e moral ao encontrar o 
cara mau e jogá-lo na cadeia. Essa é versão feita para a TV do sistema 
de justiça criminal. Ela perpetua o mito de que a principal função do 
sistema é manter nossas ruas a salvo e nossos lares seguros ao caçar 
criminosos e puni-los [...]. Aqueles que foram sugados pelo sistema de 
justiça criminal sabem que o modo como o sistema de fato funciona 
guarda pouca semelhança com o que acontece na televisão ou nos 
filmes.” (ALEXANDER, 2017, p. 109).
As mulheres em privação de liberdade, conforme legislação vigente, 
têm os mesmos direitos que qualquer outra mulher. Para tanto, os pro-
fissionais que atuam na área prisional feminina devem analisar o perfil 
dessasmulheres, levando em consideração, entre outras questões: 
a sua condição de vulnerabilidade no tocante ao acesso da população 
à prevenção, tratamento e cuidados específicos em saúde; o acesso à 
educação e ao trabalho; a alocação adequada; a proteção a qualquer tipo 
de violência; o acesso a itens de higiene específicos; e a manutenção de 
vínculos entre mãe e filhos. Essas necessidades e direitos serão ampla-
mente aludidos neste curso.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 15
SAIBA MAIS
Para ter acesso à Nota Técnica nº 17/2020, produzida pela 
Coordenação de Atenção às Mulheres e Grupos Específicos, 
vinculada à Coordenação-Geral da Cidadania e Alternavas Pe-
nais, da Diretoria de Políticas Penitenciárias, do Departamento 
Penitenciário Nacional, clique no link, disponível em: https://
www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/
notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimen-
tos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20
no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view.
1.3 O que dizem os dados do Sistema de Informação do Departamento 
Penitenciário Nacional (SISDEPEN)
Ao conhecer o sistema prisional feminino, aprendemos que se trata de 
um tema de extrema relevância, polêmico e interseccional, por agregar 
questões sensíveis e caras à sociedade brasileira, tais como: gênero, 
faixa etária, pessoas com deficiência, etnia, classe social, nacionalidade, 
escolaridade, maternidade, tipificação penal, entre outros aspectos im-
portantes e presentes no encarceramento de mulheres.
Entendendo que a intersecção é a sobreposição e o cruzamento dos 
sistemas de opressão vigentes, ou seja:
“A interseccionalidade investiga como as relações interseccionais de 
poder influenciam as relações sociais em sociedades marcadas pela 
diversidade, bem como as experiências individuais na vida cotidiana. 
Como ferramenta analítica, a interseccionalidade considera que as 
categorias de raça, classe, gênero, orientação sexual, nacionalidade, 
capacidade, etnia e faixa etária – entre outras – são inter-relacionadas 
e moldam-se mutuamente. A interseccionalidade é uma forma de 
entender e explicar a complexidade do mundo, das pessoas e das 
experiências humanas.” (COLLINS, 2021, p. 15).
Assim, apesar de já termos apresentado alguns dados, mas diante da 
necessidade de elucidarmos fatores interseccionais presentes no cárcere 
feminino, seguem os exemplos de como o aprisionamento de mulheres 
está configurado.
Tipificação penal
É como se chama o ato 
de dizer qual é o tipo 
de crime que a pessoa 
cometeu, descrevendo 
o ilícito e apontando o 
código (ou lei) que se 
aplica à conduta.
https://www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimentos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view
https://www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimentos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view
https://www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimentos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view
https://www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimentos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view
https://www.gov.br/depen/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/procedimentos-com-custodiados/Procedimentos%20quanto%20a%20custodia%20de%20mulheres%20no%20sistema%20prisional%20brasileiro.pdf/view
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 16
Quantidade de mulheres privadas de liberdade
9.530
7.865
6.864
6.759
6.659
3.960
562
81
8 a 24 anos 
25 a 29 anos
30 a 34 anos 
35 a 45 anos
46 a 60 anos 
61 a 70 anos
Mais de 70 anos 
Não informado
Deficiência intelectual
Deficiência física
Deficiência física: cadeirantes
Deficiência auditiva
Deficiência visual
Deficiências múltiplas
106
8
28
64
17
3
Brasileira nata 34.584
626
7.070
Brasileira naturalizada
Sem informação
Branca 
9.933
Preta
5.165
Parda
15.906
Amarela
148
Indígena
116
Não informado
11.012
Fa
ix
a 
et
ár
ia
D
ef
ici
ên
cia
Na
cio
na
lid
ad
e
Co
r d
e 
pe
le
,
ra
ça
, e
tn
ia
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 17
Também, trataremos da Lei nº 11.343, de agosto de 2006 (conhecida 
como Lei de Drogas, Lei Antidrogas ou Lei de Tóxicos), pois não é viável 
nos permitir falar sobre o encarceramento feminino sem falar de como 
essa lei mudou a trajetória do aprisionamento de mulheres.
Após aprovação, em 2006, da Lei Nº 11.343 (Lei de Drogas), o tráfico de drogas 
tem sido o maior responsável pelo aumento massivo de mulheres presas.
 
É importante refletir sobre o fato de que a Lei nº 11.343 não visualiza o tráfico 
de drogas de forma orgânica e totalizante, desconsiderando seu efeito eco-
nômico ao atingir traficantes de baixo potencial. 
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 18
Nesse sentido, o resultado tem sido a criminalização de grupos vulne-
ráveis sociais em que as mulheres são maioria. 
Nesses termos, em uma lógica reflexiva, o encarceramento de pessoas de 
menor potencial ofensivo contribui para o aumento de mulheres presas. 
A seguir, seguem dados quantitativos sobre a incidência criminal de 
mulheres em privação de liberdade no sistema prisional brasileiro.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 19
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir a animação sobre o impacto 
da Lei de Drogas no encarceramento feminino, ou acesse o link: 
https://youtu.be/We9QFLxDAtg.
Como vimos até aqui, o número de mulheres presas é inferior ao número 
de homens na mesma situação. No entanto, é preciso considerar que o 
sistema prisional é marcado por discriminações de gênero, fazendo com 
que as condições do encarceramento sejam vivenciadas pelas mulheres 
de forma mais severa e excludente. Os efeitos do encarceramento femi-
nino geram graves consequências – pessoais e sociais. No campo pessoal, 
temos a extensão da pena à família – rompimento de laços familiares e 
afetivos. No campo social, é preciso fortalecer as políticas públicas que 
auxiliam na reinserção social dessas mulheres.
Tipos Penais
Crimes contra a pessoa 3.526
Crimes contra o patrimônio 7.179
Crimes contra a dignidade sexual 863
Crimes contra a paz pública 632
Crimes contra a fé pública 203
Crimes contra a administração pública 62
Drogas (Lei 6.368/76 e Lei 11.343/06) 17.134
Estatuto do Desarmamento 588
Crimes de trânsito (Lei 9.503/97) 89
Legislação específica – outros 626
https://youtu.be/We9QFLxDAtg
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 20
SAIBA MAIS
As políticas públicas se traduzem como acesso ao trabalho, 
à educação, à moradia, à saúde etc. Algumas dessas ações estão 
previstas na Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 
2014, nas Regras das Nações Unidas para o tratamento de mu-
lheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulhe-
res infratoras (Regras de Bangkok), na Declaração Internacional 
de Direitos Humanos e na Lei nº 7.210 (LEP), de 11 de julho de 
1984. Para conhecer todos os dados sobre mulheres que foram 
coletados no último ciclo do SISDEPEN (11º Ciclo), acesse o site, 
disponível em: https://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisde-
pen/mais-informacoes/relatorios-infopen/relatorios-analiticos/
br/brasil-dez-2021.pdf.
https://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisdepen/mais-informacoes/relatorios-infopen/relatorios-analiticos/br/brasil-dez-2021.pdf
https://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisdepen/mais-informacoes/relatorios-infopen/relatorios-analiticos/br/brasil-dez-2021.pdfhttps://www.gov.br/depen/pt-br/servicos/sisdepen/mais-informacoes/relatorios-infopen/relatorios-analiticos/br/brasil-dez-2021.pdf
UNIDADE 2
Legislação vigente 
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 22
2. LEGISLAÇÃO VIGENTE 
É visível e assertivo dizer que o Estado brasileiro apoia e fomenta 
políticas públicas visando a melhoria do encarceramento feminino. 
Portanto, nessa unidade, trataremos dos principais dispositivos que nor-
teiam a atenção específica dada às mulheres em privação de liberdade. 
É nessa via que citaremos a Constituição Brasileira, a Lei de Execução 
Penal, a Declaração Internacional dos Direitos Humanos, o Pacto Inter-
nacional dos Direitos Civis e Políticos, a Portaria Interministerial nº 210, 
de 16 de janeiro de 2014 e seus desdobramentos, as Regras das Nações 
Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas 
de liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok) e a Lei do 
Abuso de Autoridade.
Também será mencionada a Nota Técnica nº 17/2020, produzida pela 
Coordenação de Atenção às Mulheres e Grupos Específicos do Depar-
tamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Segurança 
Pública, que trata dos procedimentos de custódia direcionados para 
mulheres em situação de prisão.
2.1 O que diz a Constituição Federal
A Constituição Federal (CF), também conhecida como Constituição 
Cidadã, é a atual Carta Magna do Brasil. Lançada em 5 de outubro de 
1988, é ela quem serve de diretriz para criação das demais legislações 
em nosso país.
Foto: © [Appreciate] / Shutterstock.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 23
A Constituição Cidadã, além de tratar da organização dos poderes e da 
democracia, traz uma série de direitos fundamentais a todo cidadão 
brasileiro e aos estrangeiros residentes no Brasil. 
Assim, a CF de 88, em seu art. 3º, inciso IV, expressa o seguinte:
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
rativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” 
(BRASIL, 1988, grifo nosso).
Também, ainda com fito de garantir a cidadania, a Constituição Federal 
estabelece em seu art. 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade.” (BRASIL, 1988).
2.2 O que diz a Declaração Internacional dos Direitos Humanos
A Declaração Internacional dos Direitos Humanos diz em seu artigo 2º que:
“Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as 
liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qual-
quer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política 
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, 
ou qualquer outra condição.” (ONU, 1948, grifo nosso).
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 24
É importante destacar que, em seu art. 5º, é taxativa ao reprovar a pos-
sibilidade de maus tratos:
“Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo 
cruel, desumano ou degradante.” (ONU, 1948).
2.3 O que diz o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos é um ato internacional, 
promulgado em 6 de julho de 1992, por meio do Decreto nº 592, o qual 
reconhece não somente as liberdades civis e políticas, mas também os 
direitos econômicos, sociais e culturais do ser humano.
Há de se destacar o que diz o artigo 17 do Pacto:
“1. Ninguém poderá ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais 
em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua 
correspondência, nem de ofensas ilegais às suas honra e reputação.
2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra essas ingerências 
ou ofensas.” (BRASIL, 1992).
2.4 O que dizem as Regras de Mandela
As Regras de Mandela estabelecem parâmetros para o tratamento 
destinado a pessoas presas. Apesar de sua contribuição significativa, 
permaneceu sem edição por 55 anos. No entanto, em maio de 2015, 
as Nações Unidas oficializaram um novo quadro de normas, 
incorporando novas doutrinas de direitos humanos no sistema penal. 
Foto: cnj.jus.br.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 25
SAIBA MAIS
O nome do referido normativo é uma homenagem ao presidente 
sul-africano Nelson Rolihlahla Mandela, que experienciou o cár-
cere por 27 anos. Para conhecer na íntegra as Regras de Mandela, 
entre no site, disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/
uploads/2019/09/a9426e51735a4d0d8501f06a4ba8b4de.pdf.
As Regras de Mandela trazem regulamentos adequados para o tra-
tamento dos reclusos e na gestão dos estabelecimentos prisionais. 
Embora sua abrangência seja geral, ou seja, para toda a população carcerária, 
faz orientações sobre a custódia de mulheres. Assim sendo, as Regras 
de Mandela estabelecem que:
“Regra 48
2. Os instrumentos de restrição não devem ser utilizados em mulheres 
em trabalho de parto, nem durante e imediatamente após o parto.
Regra 58
2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este direito deve ser 
garantido sem discriminação, e as mulheres presas exercerão este 
direito nas mesmas bases que os homens. Devem ser instaurados 
procedimentos, e locais devem ser disponibilizados, de forma a garantir 
o justo e igualitário acesso, respeitando-se a segurança e a dignidade.
Regra 81
3. As presas devem ser atendidas e supervisionadas somente por 
agentes femininas. Entretanto, isso não impede que membros homens 
da equipe, especialmente médicos e professores, desempenhem suas 
atividades profissionais em unidades prisionais ou nas áreas desti-
nadas a mulheres.” (UNODC, 2015, grifo nosso).
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/a9426e51735a4d0d8501f06a4ba8b4de.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/a9426e51735a4d0d8501f06a4ba8b4de.pdf
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MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 26
2.5 O que dizem as Regras de Bangkok
As Regras de Bangkok atentam-se para a especificidade de mulheres presas, 
considerando a alocação, a higiene pessoal, os cuidados à saúde, o atendi-
mento médico específico, os cuidados com a saúde mental, a prevenção 
de doenças sexualmente transmissíveis, as revistas, os instrumentos de 
contenções, a capacitação adequada de servidores do sistema penal, 
os cuidados especiais com gestantes, lactantes, estrangeiras, minorias, 
povos indígenas e pessoas com deficiência. Posto isto:
“Observações preliminares 
1 – As Regras mínimas para o tratamento de reclusos se aplicam a 
todos as pessoas sem discriminação; portanto, as necessidades e 
realidades específicas dessa população, incluindo mulheres presas, 
devem ser tomadas em consideração na sua aplicação. As Regras, 
adotadas há mais de 50 anos, não projetavam, contudo, atenção 
suficiente às necessidades específicas das mulheres. Com o aumento 
da população presa feminina ao redor do mundo, a necessidade de 
trazer mais clareza às considerações que devem ser aplicadas no 
tratamento de mulheres presas adquiriu importância e urgência.” 
(BRASIL, 2016).
2.6 O que diz a Lei de Execução Penal
A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, instituiu a famosa Lei de Execução 
Penal (LEP), que rege os principais aspectos relacionados à execução da 
pena. Inclusive, a LEP é uma garantidora da dignidade da pessoa humana. 
Nesse quesito, é importante saber o teor dos artigos 10 e 11:
As Regras das Nações Unidas para o Tratamento de Mulheres Presas e 
Medidas Não Privativas de Liberdade para Mulheres Infratoras – Regras 
de Bangkok, somam-se aos parâmetros legais que traçam estratégias e 
recomendaçõespara mulheres em situação de prisão, dando robustez a 
todo arcabouço de regramentos nacionais e internacionais. 
Foto: cnj.jus.br.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 27
“Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, 
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência 
em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.” (BRASIL, 1984).
2.7 O que diz a Lei n° 13.869, de 5 de setembro de 2019
A Lei n° 13.869/19, também conhecida por Lei do Abuso de Autoridade, 
define os crimes que os agentes públicos cometem no exercício de suas 
funções. São aqueles crimes praticados pelos agentes públicos com o 
fim de prejudicar outra pessoa, se beneficiar ou contribuir de maneira 
injusta a um terceiro. 
Nesse termo, o artigo 21 postula que é crime:
“Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço 
de confinamento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, 
e multa.” (BRASIL, 2019).
Sobre a mesma lei, é importante ressaltar o que se afirmou sobre a exi-
bição do corpo da pessoa presa:
“Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, 
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade 
pública;” (BRASIL, 2019, grifo nosso).
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MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 28
2.8 O que diz a Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014 
Para entendermos as orientações vigentes e constantes na Portaria 
Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014, que institui a Política 
Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade 
e Egressas do Sistema Prisional (PNAMPE) é necessário fazermos um 
recuo temporal.
A partir de 2011, podemos observar que as 
ações do DEPEN que versam sobre o 
encarceramento de mulheres ficaram mais 
incisivas com a efetivação do projeto “Direitos 
das Mulheres no Sistema Penal”. Esse projeto 
considerava as especificidades do gênero 
para, assim, promover a igualdade de gênero e 
combater a invisibilização que se encontrava a 
mulher no sistema prisional à época. 
No ano seguinte, 2012, dando continuidade as 
ações, o DEPEN instruiu a Comissão Especial do 
Projeto Mulheres por meio da Portaria nº 154, 
de 13 de abril. A comissão começou a trabalhar na 
formulação de novos indicadores, tendo resultado 
na criação do Infopen Mulheres. Ainda em 2012, 
foi instruído, por meio da Portaria MJ nº 885,
de 22 de maio de 2012, um Grupo de Trabalho 
Interministerial (GTI). O GTI era composto
por 11 ministérios, pela sociedade civil e por 
convidados eventuais.
2012
2011
2014
Em 16 de janeiro de 2014, como resultado de 
todas as discussões que pautavam o sistema 
penal feminino, ocorreu a elaboração e 
publicação da Portaria Interministerial 
nº 210/2014, que instituiu a PNAMPE.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 29
Depois da publicação da PNAMPE, houve a necessidade de constituição 
de um comitê gestor, destacando-se o seguinte: 
“Art. 10 - Fica instituído, no âmbito do Ministério da Justiça, 
o Comitê Gestor da PNAMPE, só decretado em 2019, para fins de 
monitoramento e avaliação de seu cumprimento.
Art. 13 - O DEPEN e a Secretaria de Políticas para as Mulheres ob-
servarão a PNAMPE na celebração de convênios e nos repasses de 
recursos aos órgãos e entidades federais e estaduais do sistema 
prisional brasileiro.” (BRASIL, 2014).
A criação do Comitê Gestor da PNAMPE foi crucial para a implementação 
efetiva da política. A regularidade e atuação desse comitê não só traz 
o público à tona nos respectivos órgãos, como possibilita articulação 
intersetorial e planejamento de atividades conjuntas.
Atualmente, o Comitê Gestor da PNAMPE, conforme o Decreto nº 9.871, 
de 27 de junho de 2019, é composto por representantes, titulares e 
suplentes do Departamento Penitenciário Nacional e pela Secretaria 
Nacional de Políticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, da Família 
e dos Direitos Humanos, conforme segue:
“Art. 3º O Comitê Gestor da Política Nacional de Atenção às Mulheres 
em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional 
é composto por representantes dos seguintes órgãos:
I - cinco do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da 
Justiça e Segurança Pública, um dos quais o coordenará; e
II - dois da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres do 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
§ 1º Cada membro do Comitê Gestor da Política Nacional de Atenção 
às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sis-
tema Prisional terá um suplente, que o substituirá em suas ausências 
e impedimentos.” (BRASIL, 2019).
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 30
Segundo o Decreto nº 9.871/2019, o Comitê Gestor passou a ser coor-
denado, exclusivamente, por um dos membros do DEPEN. À Secretaria 
Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM), cabe promover a arti-
culação institucional, especialmente com os organismos estaduais de 
políticas para as mulheres, que devem integrar as estruturas gestoras das 
políticas estaduais, e promover a transversalidade de gênero na gestão 
da política. Ao DEPEN, cabe o fomento às políticas prisionais estaduais 
por meio do Fundo Penitenciário Nacional, articulação das políticas 
nacionais na perspectiva de gênero, e a articulação institucional com as 
secretarias estaduais de administração prisional e demais órgãos voltados 
à execução penal.
PODCAST
Na atualidade, dentro da organicidade do DEPEN, existe a 
Coordenação de Atenção às Mulheres e Grupos Específicos 
(COAMGE), fomentadora de ações que visam a efetiva implemen-
tação da Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014, 
responsável por instituir a Política Nacional de Atenção às Mu-
lheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do 
Sistema Prisional (PNAMPE). A portaria também incentiva e 
orienta os sistemas prisionais a implementarem políticas pró-
prias de atenção às mulheres em situação de prisão. 
Desse modo, a PNAMPE pauta-se em parâmetros que favorecem 
e fomentam a adoção de normas e procedimentos adequados 
às especificidades das mulheres no tocante a: gênero, idade, 
etnia, cor/raça, sexualidade, orientação sexual, nacionalidade, 
escolaridade, maternidade, religiosidade, deficiências física e 
mental, entre outros aspectos.
Ressalta-se que essa política tem entre suas principais metas a garantia 
de estrutura física de unidades prisionais adequada à dignidade da mulher 
em situação de prisão, conforme a Resolução nº 9, de 18 de novembro de 
2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), 
que versa sobre a necessidade de aperfeiçoamento das diretrizes para 
elaboração de projetos, construção, reforma e ampliação de unidades 
penais no Brasil. Considerando o cuidado dedicado às especificidades 
das mulheres em situação de prisão, destaca-se que:
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 31
“O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E A MINISTRA DE ES-
TADO-CHEFE DA SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MU-
LHERES DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições 
previstas no art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, 
e tendo em vista o disposto nos arts. 10, 14, § 3º, 19, parágrafo único, 
77, § 2º, 82, § 1º, 83, §§ 2º e 3º, e 89 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 
1984, resolvem: 
Art. 1º - Fica instituída a Política Nacional de Atenção às Mulheres 
em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisio-
nal - PNAMPE, com o objetivo de reformular as práticas do sistema 
prisional brasileiro, contribuindo para a garantia dos direitos das 
mulheres, nacionais e estrangeiras, previstos nos arts. 10, 14, § 3º, 19, 
parágrafo único, 77, § 2º, 82, § 1º, 83, §§ 2º e 3º, e 89 daLei nº 7.210, 
de 11 de julho de 1984.” (BRASIL, 2014).
É atribuição da Política de Atenção à Mulher Presa planejar, articular e 
propor ações e projetos de forma a valorar a humanidade das mulheres 
privadas de liberdade e egressas dos sistemas penitenciário e prisional 
brasileiro, portanto:
“Art. 4º - São metas da PNAMPE: 
I - Criação e reformulação de bancos de dados em âmbito estadual 
e nacional sobre o sistema prisional, que contemplem:
a) quantidade de estabelecimentos femininos e mistos que custo-
diam mulheres, indicando número de mulheres por estabelecimento, 
regime e quantidade de vagas; 
b) existência de local adequado para visitação, frequência e procedi-
mentos necessários para ingresso do visitante social e íntimo; 
c) quantidade de profissionais inseridos no sistema prisional feminino, 
por estabelecimento e área de atuação; 
d) quantidade de mulheres gestantes, lactantes e parturientes; 
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 32
e) quantidade e idade dos filhos em ambiente intra e extramuros, 
bem como pessoas ou órgãos responsáveis pelos seus cuidados;
 f) indicação do perfil da mulher privada de liberdade, considerando 
estado civil, faixa etária, cor ou etnia, deficiência, nacionalidade, 
religião, grau de instrução, profissão, rendas mensais da família an-
terior ao aprisionamento e atual, documentação civil, tempo total 
das penas, tipos de crimes, procedência de área rural ou urbana, 
regime prisional e reiteração criminal; 
g) quantidade de mulheres inseridas em atividades laborais internas 
e externas e educacionais, formais e profissionalizantes; 
h) quantidade de mulheres que recebem assistência jurídica regular, 
da Defensoria Pública, outro órgão ou advogado particular, e frequ-
ência desses procedimentos na unidade prisional; 
i) quantidade e motivo de óbitos relacionados à mulher e à criança, 
no âmbito do sistema prisional;
 j) dados relativos à incidência de hipertensão, diabetes, tuberculose, 
hanseníase, Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST, Síndrome 
da Imunodeficiência Adquirida - AIDS-HIV e outras doenças; 
k) quantidade de mulheres inseridas em programas de atenção à 
saúde mental e dependência química;
 l) quantidade e local de permanência das mulheres internadas em 
cumprimento de medidas de segurança e total de vagas; e 
m) quantidade de mulheres que deixaram o sistema prisional por 
motivos de alvará de soltura, indulto, fuga, progressão de regime ou 
aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.” (BRASIL, 2014).
Diante de todo o mencionado até agora, é imperativo aludir às ações 
implementadas pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) por 
meio da Coordenação de Atenção às Mulheres e Grupos Específicos para 
a efetivação dos direitos das mulheres no sistema carcerário, a exemplo:
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 33
• Desde a aprovação do Habeas Corpus Coletivo 143.641/SP, o DEPEN 
vem tomando medidas que viabilizem a sua aplicação – levantamento 
de dados sobre mulheres que foram colocadas em prisão domiciliar 
nos anos de 2018, 2019 e 2020, bem como articulação com as defen-
sorias públicas, para requerer a prisão domiciliar das mulheres reclusas, 
que atendiam aos critérios do habeas corpus coletivo.
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• 
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• 
Foto: © [Tânia Rêgo] / Ag. Brasil.
• Formalização de acordos de cooperação técnica com a Secretaria 
Nacional de Políticas para Mulheres e a Secretaria Nacional de Políticas 
de Promoção da Igualdade Racial, para oferta de cursos direcionados a 
servidores da execução penal, priorizando a custódia de mulheres e a 
qualificação das ações.
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Foto: © [Tânia Rêgo] / Ag. Brasil.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 34
• Contratação de consultores do Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD), para auxiliar os estados na construção dos 
seus Planos Estaduais de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade 
e Egressas do Sistema Prisional (ciclo 2021-2023). Os planos contêm 
metas e ações que garantem que esse público não tenha os seus direitos 
violados, e tenha acesso às políticas públicas para o enfrentamento das 
suas vulnerabilidades.
• 
• 
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• 
• 
Fonte: coopavam.
• Doação de veículos adaptados aos órgãos estaduais de administração 
prisional de uso exclusivo ao transporte de mulheres privadas de liber-
dade – em período gestacional, parturientes, idosas, com deficiência – 
e de crianças que acompanham as mães no sistema prisional; e doação de 
equipamento de segurança para transporte de crianças (bebê conforto).
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Foto: © A crítica.
MULHERES NO SISTEMA PRISIONAL
MÓDULO 1 | Atenção às Mulheres Presas 35
• Com a intenção de colaborar com a oferta de atividades que estimulem 
o aleitamento materno, assim como a implementação de um ambiente 
lúdico para o melhor desenvolvimento infantil e o fortalecimento do 
vínculo mãe e filho, o DEPEN realizou a doação de itens para apare-
lhamento de salas de aleitamento e brinquedoteca, entre 2017 e 2019.
• 
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Foto: DEPEN, MG. 
Veja a seguir uma retomada dos principais pontos abordados neste módulo.
SÍNTESE DO MÓDULO
36
Neste módulo do curso, foram abordadas questões relativas ao aprisio-
namento de mulheres e suas nuances.
Na Unidade 1, foram apresentados alguns estudos sobre o aprisionamento 
de mulheres no Brasil e o que dizem os dados coletados pelo Departa-
mento Penitenciário Nacional, por meio do Sistema de Informação do 
Departamento Penitenciário Nacional (SISDEPEN).
Na oportunidade, apresentamos uma evolução sobre o aprisiona-
mento feminino que passa desde a invisibilidade dos corpos femini-
nos até o reconhecimento de necessidade de atendimento específico, 
considerando, inclusive, as crianças filhas de mulheres presas. 
Na Unidade 2, abordamos as legislações, os pactos e acordos interna-
cionais dos quais o Brasil é signatário. Compreender esses normativos 
traz às mulheres presas a possibilidade do acesso ao que é de direito, 
considerando as especificidades do universo feminino.
Diante dos normativos expostos, em especial a Política Nacional de 
Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do 
Sistema Prisional (PNAMPE), publicada por meio da Portaria Interminis-
terial nº 210, de 16 de janeiro de 2014, é possível direcionar não somente 
para o reconhecimento da necessidade de atendimento diferente do 
dado à pessoa presa masculina, mas também à execução de atividades 
previstas em diretrizes, objetivos e metas que visam a consolidação da 
individualização da pena, considerando os corpos femininos, e também 
a emancipação e autonomia da mulher egressa. 
Você finalizou o Módulo 1! 
No próximo módulo, trataremos sobre a atenção específica às mulheres 
em situação de prisão.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, M. A nova segregação: racismo e encarceramento em 
massa. São Paulo: Boitempo, 2017. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada 
em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 
4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira).
BRASIL. Lei nº 7210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução 
Penal. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 10.227, 13 jul. 1984. 
PL 1656/1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l7210.htm. Acesso em: 22 jul. 2022.
BRASIL. Decreto-Lei nº 592, de 6 de julho de 1992. Pacto internacional 
sobre direitos civis e políticos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 
p. 8.716, 7 jul. 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1990-1994/d0592.htm. Acesso em: 10 ago. 2022.
BRASIL. Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014. Diário 
Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 75, 16 jan. 2014. Disponível em: 
https://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2018/01/documento-por-
taria-interm-mj-mspm-210-160114.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Regras de Bangkok: regras das 
Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não 
privativas de liberdade para mulheres infratoras. Brasília, DF: CNJ, 2016. 
Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/
cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
BRASIL. Decreto-lei nº 9.871, de 27 de junho de 2019. Comitê Gestor da 
Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de 
Liberdade e Egressas do Sistema Prisional. Diário Oficial da União: seção 
1, Brasília, DF, p. 11, 28 jun. 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/
en/web/dou/-/decreto-n-9.871-de-27-de-junho-de-2019-179409475. 
Acesso em: 10 ago. 2022. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0592.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0592.htm
https://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2018/01/documento-portaria-interm-mj-mspm-210-160114.pdf
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https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf
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https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-9.871-de-27-de-junho-de-2019-179409475
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 13.869, de 05 de setembro de 2019. Diário Oficial da 
União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 5 set. 2019. PL 7596/2017. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13869.htm. 
Acesso em: 22 jul. 2022.
BORGES, J. Encarceramento em massa. São Paulo: Polen, 2019. 
COLLINS, P. H. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo, 2021. 
CORRÊA, S. O.; MUNTARBHORN, V. (Org.). Princípios de Yogyakarta: 
Princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos huma-
nos em relação à orientação sexual e identidade de gênero. 2006. Disponível 
em: http://www.clam.org.br/uploads/conteudo/principios_de_yogyakarta.pdf. 
Acesso em: 07 jan. 2022
DAVIS, A. Estarão as prisões obsoletas? 2. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2018. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/
declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 10 ago. 2022.
UNODC. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de 
Reclusos (Regras de Nelson Mandela). 2015. Disponível em: https://
www.unodc.org/documents/justice-and-prison-reform/Nelson_Man-
dela_Rules-P-ebook.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
VARELLA, D. Prisioneiras. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13869.htm
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https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
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https://www.unodc.org/documents/justice-and-prison-reform/Nelson_Mandela_Rules-P-ebook.pdf
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https://www.unodc.org/documents/justice-and-prison-reform/Nelson_Mandela_Rules-P-ebook.pdf
	Apresentação
	Objetivos do módulo
	1. Breve histórico do aprisionamento feminino em contexto nacional
	1.1 Introdução 
	1.2 O que dizem alguns estudos sobre o sistema prisional feminino
	1.3 O que dizem os dados do Sistema de Informação do Departamento Penitenciário Nacional (SISDEPEN)
	2. Legislação vigente 
	2.1 O que diz a Constituição Federal
	2.2 O que diz a Declaração Internacional dos Direitos Humanos
	2.3 O que diz o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
	2.4 O que dizem as Regras de Mandela
	2.5 O que dizem as Regras de Bangkok
	2.6 O que diz a Lei de Execução Penal
	2.7 O que diz a Lei n° 13.869, de 5 de setembro de 2019
	2.8 O que diz a Portaria Interministerial nº 210, de 16 de janeiro de 2014 
	Referências

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