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Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
 
 
 Fundamentos 
Sociais e Históricos 
do Direito 
 
 
Unidade Nº 4 - Concepções do Direito 
 
 
 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
 
 
 
Autoria: Yara Alves Gomes 
Revisão Técnica: Cauê Hagio Nogueira de Lima 
 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Introdução 
 Para encerrarmos o estudo dos Fundamentos Sociais e Históricos do Direito, 
abordaremos nesta última unidade as origens do conjunto de normas classificadas 
como: Direito natural e Direito positivo. Posteriormente a elas, ainda, estudaremos a 
relação existente entre Sociologia e Direito, expondo as teorias clássicas e modernas 
que se destacam como contribuição a nós vindas deste campo das Ciências Sociais. 
Em relação ao conteúdo da unidade temos que: o direito conceituado como 
um conjunto de normas tem como objetivo a regulamentação da vida em sociedade. 
Entretanto, neste momento de nosso aprendizado, devemos nos questionar de onde 
vêm estas normas. Lembraremos, claro, que elas decorrem de inúmeras fontes, 
conforme tratamos na Unidade 2. 
 Porém de onde se originam as fontes do direito? Qual o fundamento de 
existência das normas? Pois bem, esta fundamentação advém de duas matrizes: o 
Direito Natural e o Direito Positivo. 
Foca nos estudos e vamos ao trabalho! 
1. O Direito Natural: Jusnaturalismo 
 A fundamentação de existência do direito denominada de Direito natural ou 
Jusnaturalismo aponta que o direito pode ser um simples fato social de poder que é 
posto em prática. Isto é, um conjunto de razões que os indivíduos possuem e que 
podem se solidificar em padrões sociais a serem seguidos. O direito, então, pode 
nascer do comportamento da sociedade. 
Devemos conceber que todos nós nascemos livres e sem obrigação até 
adquirirmos certidão de nascimento. Mas temos direitos preservados mesmo antes 
deste documento, como: à vida, à segurança, à liberdade, à igualdade etc. E 
possuímos estes direitos, porque o Direito natural nos proporciona. 
Temos assim que o Direito oriundo da natureza protege os seres humanos, 
independentemente da existência de uma norma jurídica imposta por um Estado, 
direitos estes que são inspirados nas concepções: 
1. Religiosa, em que o Direito seria um produto dos mandamentos de um Deus. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
2. Inscrito na natureza das coisas e independente do juízo que o homem possa 
ter sobre o mesmo, como, por exemplo, o fato de que somente mulheres 
engravidam. 
3. Ou ainda, que seja resultado do exercício da razão humana. 
1.1 Desenvolvimento Histórico do Jusnaturalismo 
Para a compreensão do Jusnaturalismo, faz-se necessária a observação de seu 
desenvolvimento histórico, assim vamos classificar o Direito natural em sua 
passagem pela história da humanidade. 
1.1.1. Jusnaturalismo Grego 
Na Grécia Antiga, a atividade legislativa era considerada como uma parte 
necessária do governo da cidade. Dependendo do regime político, as leis eram 
estabelecidas pelos réus ou pelo povo onde o Direito natural era caracterizado como 
corpo de normas universais e de validade geral, independentemente dos interesses 
e das opiniões prevalecentes em cada sociedade fundamentada na justiça e na 
razão. Nesta fase observa-se o direito natural como anterior à sociedade e a política, 
superior, portanto, ao direito escrito. 
1.1.2. Jusnaturalismo Teológico 
O Direito passou a ser vinculado às crenças e convicções religiosas, a ser 
considerado herança divina tendo como fundamento as leis concedidas por Deus 
aos homens que vivenciavam a Idade Média. 
1.1.3. Direito natural moderno 
É neste momento histórico que o Jusnaturalismo rompe com a visão 
teocêntrica. Hobbes, observa a Lei natural como algo que existe tanto no Estado de 
Natureza como no Estado Político. Ocorre, entretanto, que a natural se subordina à 
Lei Civil no caso político. Rousseau ao propor uma organização política que 
observasse o bem comum, resgata no Direito natural sua inspiração. 
1.1.4. Jusnaturalismo na Ordem Internacional 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
O maior nome deste período é Hugo Grócio. Ele é responsável por construir 
uma teoria de que a fonte do direito será a moral e a razão natural que Deus 
inscreveu no coração do homem. O pensador observa que esta fonte seria válida por 
sua própria natureza, independentemente de costumes, opiniões particulares ou 
fronteiras, considerando os homens como dotados de um parentesco natural. 
Após o exame da teoria de Hugo Grócio, cumpre-nos observar os dizeres de 
Kant sobre o tema, para este autor o estado civil nasce não para anular o Direito 
natural, mas para possibilitar seu exercício através da coação. Segundo Kant, leis 
naturais correspondem às leis externas, cuja obrigatoriedade pode ser reconhecida 
a priori pela Razão. 
Conclui-se que o Direito natural é o conjunto de princípios ou ideais 
superiores, imutáveis estáveis e permanentes sendo que sua autoridade provém da 
natureza e não dá vontade dos homens observável por dois momentos: 
a) Constatação: é a percepção de que o homem faz parte da natureza ordenada 
(cosmos) que impõe a todas as regras e limites. 
b) Aplicação: o conceito de natureza abrange a sociedade como um todo pode 
se considerar que certos valores são estáveis, permanentes e imutáveis. 
Porque fazemos parte do cosmos que possui seu próprio equilíbrio, pois o 
homem é parte desta. 
1.1.5. Jusnaturalismo Contemporâneo 
A concepção de direito deste período é marcada pelo jusnaturalismo, que 
relaciona o Direito ao Justo, vinculado este à lei natural, agora tendo como sujeito o 
indivíduo, fundando-se na dignidade humana. Assim, a resistência que se reformula 
na modernidade busca inicialmente opor-se à ação injusta do tirano e também a 
limitar a ação do Estado – no caso indissociada do rei – contra o indivíduo. Ela se 
justificava na obrigatória vinculação da lei e do direito ao Direito natural, dando a 
hipótese do povo de rebelar-se quando essa vinculação não se verificasse. 
 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Você quer ver? Direito Natural. Vamos revisar o conteúdo? Para isto recomendo 
que assistam o vídeo, Jusnaturalismo em 5 passos (Direito Natural) do canal Direito 
sem Juridiquês, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ESDR46OPICA>. 
 
2. Juspositivismo: O direito posto 
O positivismo jurídico ou juspositivismo conceitua o direito como as normas 
que efetivamente são postas pelas autoridades que possuem o poder político de 
impor as normas jurídicas. 
Tal teoria tem como inspiração o Positivismo, criado pelo sociólogo Augusto 
Comte que ensejou com seu trabalho realizar um estudo da sociedade apartado dos 
valores a que esta era submetida. 
É através do positivismo jurídico que as normas podem ser identificadas 
como formais ou não, pois é esta teoria que apresenta critérios à classificação 
normativa — e faz este procedimento afastando do direito méritos externos como a 
moral, a ética, a política e a religião, por exemplo. 
O critério então que servirá à validação de uma norma jurídica como formal 
reside no fato desta ter sido ou não emanada por uma autoridade competente. Já a 
sua criação, se a autoridade poderia ter criado a norma sobre aquele tema. É 
necessário considerar se foram respeitados os limites temporais e espaciais que a 
norma poderia tomar e ainda se foi verificada a compatibilidade da norma jurídica 
nova para com o ordenamento. 
Nesta toada, assim como realizado no estudo do Direito natural, passemos 
a expor o desenvolvimento histórico do positivismo jurídico. 
De início temos que oEstado Absolutista, que antes era importante para 
gerar a estabilidade e a uniformidade necessárias ao desenvolvimento das atividades 
burguesas, passou a ser encarado como entrave ao capitalismo. Isso porque o poder 
soberano do monarca não encontrava limites no plano terreno, podendo de tudo 
dispor dentro do seu território. Fez-se necessário, então, que se garantissem os 
direitos naturais subjetivos do homem, sobretudo o direito à propriedade, através 
de um processo de contestação e deslegitimação do poder soberano do rei. 
https://www.youtube.com/watch?v=ESDR46OPICA
https://www.youtube.com/watch?v=ESDR46OPICA
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Assim, ao jusnaturalismo teológico sucedeu o jusnaturalismo humanista, 
substituindo o transcendentalismo da “razão divina” pela também metafísica noção 
de “razão humana”. A filosofia do direito da época apoiou-se, portanto, em valores 
universais, uma vez que a perspectiva relativista não serviria ao propósito 
revolucionário burguês. 
Desta forma, para entendermos o positivismo jurídico que daí se originou, 
devemos remontar à teoria contratualista de Thomas Hobbes; para quem não 
existiria outro critério para o justo e o injusto fora da lei positiva. 
Ora, para abandonar o estado de natureza, no qual prepondera a luta de 
todos contra todos, os indivíduos concordam em renunciar seus direitos naturais 
para transmiti-lo a um soberano, buscando, dessa forma, a paz. O principal direito 
que os indivíduos possuem no estado de natureza é o de decidir o que é justo e o 
que é injusto, segundo seus próprios interesses e desejos. 
Portanto, a partir do momento em que se constrói o Estado Civil, não existe 
outro critério para decidir sobre a justiça que não a vontade do soberano (o direito 
positivo). 
Já com Montesquieu, que também era contratualista, se desenvolve e se 
propaga a noção de representatividade. As pessoas, como seres livres que são, 
elabora as leis pelas quais se viverá em sociedade através dos representantes que 
ele elege. Esse ideal é incorporado pelo Código Civil Francês — ou Código 
Napoleônico como é mais conhecido e inspira a criação da escola da exegese. Esta 
escola consiste em uma das primeiras correntes de pensamento do positivismo e 
determina que somente a lei poderá ser admitida como fonte do direito. 
Dentre as teorias positivistas devemos analisar neste momento inicial do 
curso jurídico a Teoria Pura do Direito, proposta por Hans Kelsen. 
O Positivismo Jurídico tem como destaque os seguintes autores: Hans Kelsen 
e Bobbio. 
Kelsen propõe que o Direito deverá ser estudado desvinculado dos valores 
dessa sociedade. Inspirado no Positivismo Comteano, o autor concretiza a 
denominada teoria pura do direito que tem como objetivo estudar as normas sem 
que sejam estas valoradas pela moral ou pela política. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Desta forma, o Direito deixa, então, de ser uma ciência humana para ser uma 
ciência quase exata. Ao alcance deste objetivo o autor desenvolve a Teoria Pura do 
Direito. Trata-se de uma forma de organizar o Direito através de uma estrutura 
escalonada de normas. Nesta, a norma jurídica superior fundamenta a existência de 
validade das inferiores. Assim, fica sendo necessária a projeção da norma hipotética 
fundamental por sobre toda a estrutura, para que ela possua validade e através 
desta se alcance a eficácia. 
Norberto Bobbio, por sua vez, desenvolve o Positivismo Jurídico Crítico que 
possui cinco características, as quais estudarmos através da exposição de Zanon 
Júnior (2012): 
a. Normas Jurídicas são proposições prescritivas, ou seja, um conjunto de 
palavras cujo significado visa influenciar o comportamento humano. 
Percebe-se, então, que a Norma é analisada segundo critérios formais, ou 
seja, considerada de acordo com sua estrutura, independentemente do 
seu conteúdo. 
b. Ótica do Ordenamento, ao invés de focar a Normas individualmente 
consideradas. 
c. Problema da unidade do Ordenamento Jurídico, verifica-se que a 
dificuldade reside em estabelecer os critérios para determinar a pertença 
das Normas ao sistema. 
d. Coerência do Ordenamento Jurídico - antinomias que podem ser 
suprimidas mediante o emprego de critérios como: hierárquico da Regra 
superior sobre a inferior, na revogação cronológica da Regra anterior pela 
posterior e na preferência especial da Regra específica sobre a genérica. 
e. Completude do Ordenamento Jurídico, considerando a indiscutível falta 
de preceitos legais para regência de todos os casos conflituosos 
emergentes em Sociedade, a completude do Ordenamento Jurídico 
somente pode se sustentar na aplicação de uma de duas Normas 
implícitas, consistentes em, primeira, na Norma geral permissiva (ou 
espaço jurídico vazio), no sentido de que há liberdade para agir de 
qualquer modo quando ausente limitação normativa, conforme inclusive 
já havia sugerido Kelsen; ou, segundo, na Norma geral exclusiva, a qual 
estabelece a proibição ou vedação de tudo aquilo não expressamente 
autorizado pelo plexo jurídico. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
2.1. Oposição ao Jusnaturalismo 
O positivismo jurídico ataca as teorias do direito natural de duas formas 
distintas. Se o direito natural é confundido com a noção de direito justo, o positivismo 
corresponde às teorias que defendem que “o direito pode ter qualquer conteúdo”, 
até mesmo injusto (formalismo jurídico). 
Já, se o direito natural é entendido como direito racional, o positivismo 
corresponde às teorias que defendem que o direito não é um sistema da razão, mas 
o conjunto dos atos de vontade dos governantes. O conhecimento jurídico, então, 
seria apenas a constatação dessa vontade (voluntarismo jurídico). 
Essas duas espécies de positivismo jurídico foram influentes no século XIX, 
mas estão hoje em declínio. 
 
Você quer ler? Conhecer os fundamentos do Direito é de extrema necessidade, 
logo aproveite a leitura indicada para revisar o conteúdo e aprimorar o 
conhecimento. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/6/direito-natural-e-direito-
positivo>. 
 
3. Sociologia Jurídica 
 A Sociologia Jurídica tem como intuito o estudo de teorias sociológicas de 
destaque no curso de sociologia durante a graduação em Direito jurídico, visando à 
formação humanística dos alunos e a efetividade das normas perante a sociedade. 
 
Você quer ver? Porque estudar sociologia na Faculdade de Direito Para que o tema 
fique mais claro e prazeroso indicamos a vídeo aula presente no vídeo: Sociologia – 
Aula. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9vckN_XZRHQ>. 
https://jus.com.br/artigos/6/direito-natural-e-direito-positivo
https://jus.com.br/artigos/6/direito-natural-e-direito-positivo
https://www.youtube.com/watch?v=9vckN_XZRHQ
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
 
3.1. Émile Durkeim 
Émile Durkheim, autor nascido na França, pertencia a uma família de rabinos, 
sendo judeu franco-alemão. Tem como principais influenciadores Saint-Simon e 
Auguste Comte. Para estes, a humanidade avança no sentido de seu gradual 
aperfeiçoamento, governada pela força da lei do progresso. 
A sociologia desenvolvida por este autor dá ênfase nas instituições sociais, seu 
surgimento e funcionamento. Sendo as instituições construídas pelo coletivo de 
pessoas e responsáveis por refletir crenças e comportamentos. Já a vida coletiva por 
sua vez consiste em um ser distinto somado pela junção de todas as pessoas. E ainda 
os fenômenos sociais (aquilo que aparece socialmente) que têm sua origem na 
coletividade e não em cada um dos seus participantes. 
O autor buscava um método científico capaz de superar o senso comum e 
que fosse objetivo. Durkheim elege como aspecto principal de sua teoria os fatossociais, ou seja, tudo que for exterior ao indivíduo que exercer autoridade sobre 
estes, como por exemplo, a família ou a escola. 
Duas são as classificações de fatos sociais: 
● Fato Social Normal: É aquele que é geral, que é recorrente e que favorece a 
integração social. O recurso da quantificação via estatística, se a taxa de crime 
se mantém em condições suportáveis pelas estruturas sociais. 
● Fato Social Patológico: É excepcional, é transitório e põe em risco a 
integração social. Decorre da impossibilidade de acomodação de todos os 
indivíduos às normas de condutas pré-estabelecidas. 
 Além da classificação temática de fatos sociais temos que apresentar como 
estes são caracterizados. 
 Primeiro, os fatos sociais que são externos, moldando as formas de pensar, 
sentir e agir dos indivíduos, são internalizados por meio do processo de socialização. 
Percebam que, desde crianças, somos educadas para determinadas formas de se 
comportar, e para capacidade de obedecer às regras postas, desde seguir horários 
a tratar as demais pessoas. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Como segunda característica, temos a coercibilidade que decorre da força que 
esses fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a agirem de acordo com as 
regras estabelecidas pela sociedade em que vivem. 
E, por fim, temos a generalidade, que determina o grau de difusão dos 
padrões sociais, ou seja, que determina que seja para todos imposto determinado 
padrão de comportamento. 
Em decorrência dessas características, devemos observar a Coesão Social, em 
relação a estas temos que o Individualismo, tal qual se compreende em nossos dias, 
é um conceito teórico bastante recente. 
No núcleo da coesão social apresenta-se a figura das solidariedades descritas 
pelo autor com os seguintes ideais: 
● Sociedade Simples ou Mecânica: são sociedades arcaicas, homogêneas, 
com pouca divisão do trabalho, a consciência coletiva abrange a maior parte 
das consciências individuais. 
● Sociedades Complexas ou Orgânicas: são sociedades diversificadas, 
ocorre uma redução dessa força e não acontece a coincidência entre a 
consciência coletiva e a consciência individual, havendo espaços para a 
individualidade. 
3.2. Max Weber 
Max Weber, filho de um jurista e político do Partido Liberal Nacional. Estudou 
nas universidades de Heidelberg, Berlim e Gotinga. Formou-se em Direito e 
doutorou-se em Economia. 
Weber foi defensor do ideal de que a ciência da sociedade não deveria se 
reduzir a realidade comprovada. Por conta disto, o autor direcionou sua teoria à 
análise de fatores relacionados à realidade e aos valores sociais com o objetivo de 
compreender qual a relação existente entre os anseios sociais e as práticas 
individuais. 
 Sobre a análise do objeto proposto, Weber desenvolve o conceito de ação 
social, ou seja, o instrumento de destaque na presente teoria refere-se a uma 
conduta dotada de um sentido que é socialmente compartilhado a partir da 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
interação com outros e fundamentalmente é uma ação que é orientada para o outro, 
tem o outro como referencial. 
Neste sentido, baseado nos tipos ideais, weber formulou quatro tipos puros 
de ação social, conforme leciona o autor Roniel Sampaio Silva. 
1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente 
racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha 
dos melhores meios para se realizar um fim. 
2. Ação social racional com relação a valores, diferentemente da ação social 
racional o importante não é o fim ou o resultado em si, mas o meio que motiva 
ação. Tal meio é o valor inerente às crenças, convicções religiosas, política, 
éticas ou estéticas do sujeito. 
3. Ação social afetiva, conduta orientada por sentimentos motivadores, sejam 
positivos ou negativos: devoção, paixão, vingança, ciúmes, esperança, inveja, 
medo etc 
4. Ação social tradicional, que é reproduzida a partir de geração para geração 
como forte apelo à tradição, hábitos e costumes. (SILVA. 2012) 
Na concepção de Weber, tipo ideal ou tipo puro é um instrumento da análise 
sociológica elaborado para a apreensão de fenômenos sociais. Através da 
elaboração de tipologias puras, ou seja, destituídas de tom avaliativo, oferece um 
recurso analítico baseado em conceitos, como o que é religião, burocracia, economia, 
capitalismo, dentre outros. 
O tipo ideal é o fato de que não corresponde à realidade, mas pode ajudar em 
sua compreensão, estabelecido de forma racional. Porém se constrói com base nas 
escolhas pessoais anteriores daquele que analisa, buscando generalizar a razão, 
funcionando apenas como uma referência para se compreender uma realidade 
dada. 
Por fim, cumpre a nós observar a definição dada por Weber às dominações 
como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a 
uma ordem de conteúdo determinado. 
Weber classificou a dominação como sendo: Legal (aquela decorrente da 
legislação); Tradicional (fruto da sociedade como por exemplo as relações entre pais 
e filhos); e ainda Carismática (a qual a autoridade é suportada, graças a uma devoção 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
afetiva por parte dos dominados, como, por exemplo, a escolha de determinado 
político que tenha sido um jornalista). 
4. A Sociologia Jurídica Contemporânea 
Assim como o Direito fez ao transicionar de tempo em tempo histórico, a 
Sociologia, agora já no tardar da modernidade, após a II Guerra Mundial, passou por 
diversas alterações. Posto isso destacamos dois autores que tem indiscutível 
importância neste período. 
Observaremos, sobretudo, duas autorias que se destacam: Michel Foucault e 
Hannah Arendt. 
4.1. Michel Foucault 
 
Figura 1 - Michel Foucault. Fonte: Jacobin Mag. 
Nascido em uma família tradicional de médicos, Paul-Michel Foucault frustrou 
as expectativas de sua família ao não seguir carreira em medicina. Licenciou-se em 
filosofia pela Sorbonne em 1948, mesmo ano em que tentaria suicídio, submetendo-
se a tratamento psiquiátrico. Aos 28, publicou Doença Mental e Psicologia, mas foi 
com História da Loucura que ganhou destaque. Faleceria por complicações de AIDS 
antes de completar seu mais ambicioso trabalho: A História da Sexualidade. 
O autor em suas obras tratou temas como: loucura, sexualidade, disciplina, 
poder e punição. temas estes tratados como: 
a. O saber médico e psiquiátrico: a patologização e a medicalização como formas 
modernas de dominação sobre seres, econômica e os socialmente 
inconveniente os loucos; 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
b. O nascimento das ciências humanas e da filosofia moderna como saberes que 
atestam a invenção do conceito de homem transformando o ser humano ao 
mesmo tempo em sujeito do conhecimento e objeto de saber o grande 
dogma da modernidade filosófica; 
c. A prisão e outras instituições de confinamento não como um avanço nos 
sentimentos morais e humanitários, mas como mudança de estratégia do 
poder, que visa o disciplinamento e a docilização dos corpos. 
d. A sexualidade como dispositivo histórico da objetivação e subjetivação do 
corpo, através dos quais se implica uma verdade essencial do homem. 
Em nossos estudos devemos observar o que versou o autor sobre o sistema 
penal e a filosofia propriamente dita. Foucault reflete acerca do sistema penal e da 
filosofia do poder que aparecem em sua renomada obra Vigiar e Punir. Em tal obra 
teve como objetivo pensar toda a tecnologia do poder, que teria surgido no século 
XVIII, visando compreender que o domínio no qual se exerce o poder não é a lei, mas 
sim a norma, que produz condutas, gestos e molda o próprio indivíduo moderno. 
No que tange a propostateórica do autor, devemos destacar que este 
buscava combater o racismo e os abusos aos direitos humanos através de reformas 
do sistema penal e do estudo sobre o poder. 
Essencial à compreensão da teoria de Foucault é visualizar que para este autor 
todo o comportamento humano se desenvolve através de uma relação de poder. 
Foucault desenvolverá ao longo de suas obras, temas como: prisão, disciplina 
e o exercício da soberania, governabilidade, sexualidade, política, saúde mental, 
dentre outros, sempre destacando a existência de microesferas de poder. 
A microfísica do poder consiste na relação entre um poder central do Estado 
e as mudanças que ocorrem neste advindas de micro alterações de poder exercidas 
entre os indivíduos. 
4.2. Hannah Arendt 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
 
Figura 2 - Hannah Arendt. Fonte: El País. 
Hannah Arendt foi uma filósofa e teórica política contemporânea. Judia 
nascida na Alemanha, Arendt vivenciou os horrores da perseguição nazista, o que 
motivou a sua pesquisa sobre o fenômeno do totalitarismo. 
Hannah Arendt destaca-se por tecer críticas ao totalitarismo, por um lado, e 
ao marxismo de origem stalinista, por outro, pois na visão da autora estes poderiam 
aniquilar os direitos civis. 
Sendo que na concepção da autora o stalinismo serve como uma 
fundamentação teórica do totalitarismo, vez que este é caracterizado por uma 
centralização do poder político que cultua um líder e o elege para que controle toda 
a vida pública e privada das pessoas, uma espécie de eleição do inimigo comum de 
toda a sociedade. 
Neste contexto de totalitarismo, Arendt desenvolve o conceito de, banalidade 
do mal, que se destaca como um dos mais importantes dos formulados pela autora. 
A banalidade do mal consiste na prática de um mal radical, um mal que tem 
raízes na sociedade em quem o pratica. É um mal praticado de forma tão corriqueira 
que se torna banal e acaba por se desprender da motivação inicial. 
A autora usa para exemplificar o mal banal Adolf Eichmann, oficial do exército 
nazista que transportava os judeus para os campos de concentração. Arendt afirma 
que Eichmann não foi para o exército por acreditar estar servindo à sua pátria, mas 
apenas por dinheiro. Era banal a gente prática dos males de genocídios e tortura. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
A banalidade do mal retrata que o indivíduo que desprendido de uma 
consciência coletiva e que age somente à seu bem tende a prática do mal banal. 
Síntese 
 Nesta unidade foram explanadas as concepções fundantes do direito, o 
jusnaturalismo e o juspositivismo e ainda foram elencados os destacados sociólogos 
Durkheim e Weber. 
 Acompanhando os avanços das sociedades sobre a sociologia 
contemporânea foram trabalhamos os importantes conceitos de microfísica do 
poder de Michael Foucalt e a Banalidade do Mal de Hannah Ardent. 
O conteúdo exposto tem por objetivo, proporcionar o aluno: 
● Capacitar o estudante à identificação crítica dos diferentes pensamentos 
jurídicos e correlaciona-los de forma eficiente segundo a teoria dos fatos 
sociais. 
● Utilizar o raciocínio e a argumentação jurídica, de forma articulada, a fim de 
promover a persuasão e a reflexão crítica. 
● Atentar o estudante aos riscos da obediência irrefletida à norma. 
● Definir a estratégia de atuação profissional com coerência e ética, 
identificando soluções ilícitas, com criticidade e criatividade, diante de todos 
os cenários possíveis. 
Lembrem-se o Direito tem por objetivo regular a sociedade e sanar conflitos 
de interesse que possam existir nessa. Por isso o estudo da sociologia é de suma 
importância, pois estudar a sociedade através de sua ciência própria é o caminho 
para o alcance de uma sociedade justa. 
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito – Unidade Nº 4 – Concepções do Direito 
 
 
Bibliografia 
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 6. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2008. 
BATALHA, Wilson de Souza Campos. Teoria geral do direito. Rio de Janeiro: 
Forense, 1982. 
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