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Bullying como reação à agressão

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47
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS 
CURSO DE PSICOLOGIA
ISABELA CRISTINA DAL MORO VARGAS
JEFERSON FELIPE GROFF
O ATO DO BULLYING COMO REAÇÃO À AGRESSÃO SOFRIDA 
FOZ DO IGUAÇU
2017
ISABELA CRISTINA DAL MORO VARGAS
JEFERSON FELIPE GROFF
	
	
O ATO DO BULLYING COMO REAÇÃO À AGRESSÃO SOFRIDA 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.
Orientadora: Me. Marisa Elizabete Cassaro Godoy
FOZ DO IGUAÇU
2017
	
TERMO DE APROVAÇÃO
ISABELA CRISTINA DAL MORO VARGAS
JEFERSON FELIPE GROFF
O ATO DO BULLYING COMO REAÇÃO À AGRESSÃO SOFRIDA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Psicologia do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – Vila A, pela banca examinadora:
Psicóloga Me. Marisa Elizabete Cassaro Godoy
Centro Universitário União Dinâmica das Cataratas – Vila A
(Orientadora)
______________________________________
Psicóloga Esp. Jane Margareth Moreira de Carvalho
Centro Universitário União Dinâmica das Cataratas – Vila A
______________________________________
Psicóloga Dra. Karine Brito dos Santos
Centro Universitário União Dinâmica das Cataratas – Vila A
______________________________________
Foz do Iguaçu/PR, 02 de Dezembro de 2017
AGRADECIMENTOS
Aos familiares que nos guiaram durante a graduação.
Aos amigos que nos momentos de dificuldade estiveram presentes para aliviar a pressão acadêmica.
Aos mestres professores que nos ensinaram e aconselharam durante estes anos de graduação.
À orientadora Me. Marisa E. C. Godoy agradecemos profundamente pela orientação e experiência passada neste período.
 “A tendência para a agressão é, uma disposição inata independente, instintiva no homem (…) constitui um poderoso obstáculo à cultura”. 
Sigmund Freud (1856-1939).
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo identificar a existência do ato do bullying como forma de reação por parte das vítimas. O bullying é um fenômeno atual que preocupa autoridades e familiares envolvidos. Portanto esta pesquisa busca apresentar dados sobre o mesmo, bem como definições e considerações, abrangendo conceitos sobre a adolescência, as condutas do adolescente, questões sobre o agressor, suas características e motivadores, bem como sobre a vítima e as consequências causadas pelo bullying e a vítima enquanto agressora. A pesquisa foi realizada com uma amostra de dez participantes, e se deu através de entrevista com roteiro semiestruturado, contendo três questões com foco no bullying e o ato de reagir a agressão sofrida. Entre os dez entrevistados, oito dizem ter sido vítimas do bullying, quatro já foram agressores e seis destes foram vítimas e reagiram agressivamente ao ato do bullying, comprovando assim a existência do impulso agressivo na vítima. Com os resultados obtidos pela pesquisa espera-se conscientizar pais, escolas e sociedade acerca dos malefícios causados pelo bullying, realizando um trabalho tanto na prevenção de futuras vítimas quanto na humanização frente aos agressores. 
Palavras-chave: Bullying; Bullie; Vítima; Agressão.
ABSTRACT
This work aims to identify the existence of the act of bullying as a form of reaction on the part of the victims. Bullying is a current phenomenon that worries authorities and family members involved. Therefore, this research seeks to present data about it, as well as definitions and considerations, covering concepts about adolescence, adolescent behaviors, questions about the aggressor, their characteristics and motivators, as well as about the victim and the consequences caused by bullying and victim as an aggressor. The research will be carried out with a sample of 10 participants, and will be given through semi structured interview, containing two issues with a focus on bullying and the thought of reaction to the aggression suffered. With the results obtained by the research, it is expected to make society aware of the harms caused by bullying, both in the prevention of future victims and in a more humanized work related to the aggressors.
Keywords: Bullying; Bullie; Victim; Aggression.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	09
2 BULLYING	11
2.1 ADOLESCÊNCIA	17
3 BULLIE	20
4 VÍTIMA	26
5 VÍTIMA AGRESSORA	28
5.1 ESPECTADORES ...............................................................................................29
6 METODOLOGIA	30
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO	32
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS	36
REFERÊNCIAS	37
APÊNDICES...............................................................................................................42
1 INTRODUÇÃO
O bullying é um tipo violência na qual o agressor utiliza-se da força física, perturbação e intimidação persistente contra a vítima, que na maior parte das vezes possui um perfil de indivíduo fraco e que não reagirá a violência sofrida. O tema de pesquisa busca identificar a existência nesse indivíduo fraco que é ou foi vítima frequente dos agressores, um ato agressivo de reação a agressão sofrida durante sua vida. Tal agressão denominada bullying pode ocorrer de forma direta, por meio de agressões físicas, apelidos e ofensas em geral, e indireta, que ocorre quando o agressor busca não ser identificado, utilizando muitas vezes meios de comunicação para denegrir a imagem da vítima (CHALITA, 2008).
O termo bullying ainda é novo, porém esse tipo de violência sempre existiu, seja no âmbito escolar, profissional e até mesmo familiar. O primeiro pesquisador do assunto a ganhar atenção foi Dan Olweus, um norueguês que na década de 80, após o suicídio de jovens que foram vítimas de violência escolar, iniciar estudos sobre esse fenômeno. No Brasil os estudos sobre o bullying ainda são recentes e escassos, fazendo com que seja necessária a busca por materiais sobre o tema fora do país. As poucas pesquisas realizadas dentro do país foram realizadas através de adaptações internacionais, e que tiveram como resultados a identificação de efeitos psicológicos negativos, físicos e sociais tanto para a vítima, quanto para o agressor (CHALITA, 2008).
O que motiva o sujeito a reagir de forma violenta ao bullying sofrido? É a questão problema que busca-se responder com a realização deste trabalho e para isso fomos à pesquisa de campo atrás de tal resposta, além de reunir conteúdo teórico.
Com base nos materiais pesquisados acerca do bullying surge o questionamento quanto a existência do ato agressivo como forma de reação da vítima dessa agressão. Com isso procuramos identificar dentro de um grupo específico de indivíduos que em algum momento de sua vida já esteve exposto ao bullying, como vítima, para que seja identificado esse ato. 
Além de responder a tal questionamento acerca do bullying e a reconhecer a existência de uma potencial vítima que assume o papel de agressora, pretendemos, através de entrevista, identificar formas de bullying sofridos pelos participantes, bem como os efeitos negativos causados por essa violência. 
A realização da entrevista contou com a participação de 10 alunos de uma escola estadual do município de Foz do Iguaçu matriculados no ensino médio regular. Dentre os instrumentos foi utilizada a técnica de Análise de conteúdo, que auxiliou na interpretação dos dados coletados em pesquisa e na busca de respostas aos objetivos e questões apresentados na pesquisa.
Foram levantadas hipóteses para identificar se esse sujeito que pratica o bullying já foi uma vítima e reagiu da mesma forma a essa violência e se toda vítima do bullying pensa em reagir contra seu agressor.
A importância da pesquisa corrobora na implementação de intervenções destinadas a prevenção e enfrentamento do bullying, onde se torna indispensável a busca de possíveis soluções para tal fenômeno. O reconhecimento das emoções e sentimentos gerados pelo bullying nas vítimas e agressores, colabora para possíveis interpretações dos motivos que fazem do indivíduo um agressor. Além de, conscientizá-los e prepará-los paraque se sintam capazes de enfrentar atuais e futuros conflitos. Ao identificar os motivos através da análise de informações da pesquisa, torna-se possível construir mecanismos que interrompam a continuidade destas violências e as modifiquem de forma integral e permanente. Tais intervenções, se atingem seus objetivos, auxiliam na saúde física, mental e uma melhor qualidade de vida pessoal e social para os indivíduos que atuam no contexto desta violência (SAMPAIO et al, 2015). 
2 BULLYING
De acordo com o VandenBos (2010, p.145), o Bullying é uma “intimidação”, “um comportamento ameaçador e agressivo persistente dirigido a outras pessoas, especialmente as que são menores ou mais fracas”.
Há poucos estudos referentes ao bullying antes da década de 1970. Através de pesquisas realizadas entre os anos de 1972 e 1973 na Escandinávia, que os familiares se deram conta da seriedade dos problemas gerados por essa violência no âmbito escolar. Essa agitação se espalhou pela Noruega e Suécia, e logo em seguida, por toda a Europa (CHALITA, 2008).
O termo bullying foi utilizado a primeira vez pelo pesquisador Dan Olweus na Universidade de Berguer, na Noruega. Olweus tornou-se o precursor dos estudos sobre bullying nas escolas. A demanda de tais estudos deu-se após três crianças norueguesas com idades entre 10 e 14 anos se suicidarem por conta de humilhação e maus-tratos sofridos por colegas em sua escola. Com o ocorrido o Ministério da Educação da Noruega lançou uma campanha que visava o combate do fenômeno bullying (OLIVEIRA, 2011).
O bullying é uma palavra inglesa que denota agressividade ou violência. Ele pode ser representado por vários comportamentos agressivos de perturbação e de intimidação persistente, que podem durar semanas, meses ou até mesmo anos. Os danos de sua prática podem ser tanto físicos como psicológicos, podendo ser causados por uma pessoa ou grupos de pessoas (VILA; DIOGO, 2009). Já Fante (2005, p.157), define violência como “todo ato, praticado de forma consciente ou inconsciente, que fere, magoa, constrange ou causa dano a qualquer membro da espécie humana”.
No Brasil, segundo Chalita (2008), não ocorreu a adoção de uma palavra em nossa língua que definisse essa violência, adotando assim o termo “bullying”, que na língua inglesa é derivado do adjetivo “bully”, que significa um indivíduo valente e tirano. Em outros países, foram adotados termos nas próprias línguas. Na França chamam de harcèlement quotidien, na Itália a palavra usada é prepotenza ou bullismo, no Japão é chamado de ijime, já na Alemanha é conhecido como agressionen unter schülern e em Portugal é conhecido como maus-tratos entre pares (CHALITA, 2008).
Para que seja diferenciado de outros atos de violência em geral, o bullying, deve agrupar não apenas uma provocação ou intimidação isolada. Deve ser caracterizado por um número grande de tais provocações constantes que causam o mal-estar na vítima. Muitas vezes o agressor, o bullie, tem um perfil ameaçador e a vítima é incapaz de defender-se de tais agressividades (VILA; DIOGO, 2009).
Para Chalita (2008) e Brito (2011) esse tipo de violência pode se constituir de forma direta ou indireta. O bullying direto é mais comumente realizado por agressores masculinos. As características dessa modalidade seriam os xingamentos, tapas, chutes, empurrões e a criação de apelidos ofensivos e repetitivos. O bullying indireto, segundo Chalita (2008), é visto com mais frequência praticado por meninas e crianças menores. Tem como características principais ações que façam a vítima buscar isolamento social. Neste tipo de bullying ocorrem difamações, fofocas e intrigas sobre a vítima ou sua família. Os meios de comunicação são frequentemente utilizados como âmbito de violência pelos agressores. Esta violência virtual é conhecida como cyberbullying, e ocorre através de mensagens via internet, buscando atingir de forma negativa a vítima, mas sempre mantendo-se em anonimato (CHALITA, 2008).
Por ser um tipo indireto de violência, o bullying com características psicológicas tem maior probabilidade de que se perpetuam, já que é mais prolongada diferente do bullying físico. O bullying físico, por se tratar de agressões corporais, apresenta características mais diretas e visíveis, chamando assim mais atenção de pais e professores (BRITO, 2011). 
Por se tratar de um fenômeno dissimulado, atualmente o bullying se torna impossível de ser analisado e mensurado em escala global. Mas através de pesquisas realizadas por entidades governamentais de alguns países, foi possível estimar que até 35% das crianças em nível escolar de todo o mundo, estejam envolvidas de alguma forma com atos que façam parte do bullying, sejam como vítimas, espectadores ou então agressores (CHALITA, 2008).
Para Chalita (2008), o bullying não escolhe determinada classe social ou econômica, instituições públicas ou privadas, nível de ensino escolar e âmbito urbano ou rural. O bullying está impregnado em grupos de crianças e adolescentes, em qualquer país, em qualquer cultura. É um comportamento repleto de ofensas, humilhações, que desestrutura continuamente o indivíduo afetado, com ataques violentos, cruéis e maliciosos, podendo ser tanto físicos, quanto psicológicos. 
Segundo uma análise psicanalítica realizada por Natalo (2012), pode-se dizer que a construção da definição do bullying decorre da conservação do recalque sobretudo na ordem do sujeito como portador de um desejo que necessita ser suprimido. Nessa perspectiva o foco é apenas o gerenciamento do problema, não o aprofundamento na busca de sua compreensão. Na nossa sociedade isto torna-se evidente com a frequente criação de leis, seja no contexto federal, estadual ou municipal, ou pequenas punições no âmbito escolar, desde expulsão de escolas até registros de boletim de ocorrência contra esses indivíduos (NATALO, 2012). 
Segundo Chalita (2008), no Brasil, os primeiros estudos sobre o bullying surgiram em 1997. Marta Canfield, professora da Universidade Federal de Santa Maria, aplicou um estudo em quatro escolas públicas da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A autora utilizou uma versão adaptada do questionário de Olweus para analisar a conduta agressiva dessas crianças. O questionário de Olweus foi criado por Dan Olweus com o objetivo de medir uma quantidade de aspectos relacionados aos problemas de bullying nas escolas (HAZELDEN 2007). Nos anos de 2000 e 2001, os professores Israel Figueira e Carlos Neto aplicaram em duas escolas municipais do Rio de Janeiro, o questionário adaptado de um projeto europeu, buscando um diagnóstico sobre o bullying em nosso contexto (CHALITA, 2008).
Informações coletadas pelo Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação Sobre o Bullying Escolar – Cemeobes, identificaram, através de estudos realizados em território nacional, a possibilidade do início do mapeamento da violência escolar no Brasil. Estima-se que o bullying é praticado por 45% das crianças e jovens brasileiros que frequentam o ensino fundamental (CHALITA, 2008).
Oliveira et al. (2015) identificou as características e os motivos associados ao bullying escolar com adolescentes brasileiros, são abordadas as causas do bullying, realizada através da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Contou com a participação de 134.310 alunos de todo o território brasileiro. Os resultados obtidos pela pesquisa apontaram os principais motivos pelos quais estes alunos sofrem ou sofreram algum tipo de ameaça de colegas. O estudo realizado por Oliveira et al. (2015) conta com dois determinantes indicativos. A primeira referente a prevalência dos ataques de bullying sofridos entre alunos do 9ª ano do ensino fundamental, segundo idade, sexo, cor/raça, tipo de escola e escolaridade materna. Uma segunda determinante referente a frequência das principais causas/motivos dentre o mesmo público. 
Os resultados obtidos através deste estudo, revelam números significativos para o controle do fenômeno denominado bullying. Dentre a prevalência dos ataques 7,2% dos entrevistados relataram sofre bullyingpelos colegas, sendo que esse percentual se mostrou mais elevado entre o sexo masculino, cerca de 7,9%, em relação ao sexo feminino, 6,5%. Referente à principais causas e/ou motivos levantados, em 51,2% das vezes esse motivo ou causa não pôde ser identificado. Seguido de questões relacionadas à imagem ou aparência corporal, com 18,6%; aparência do rosto, com 16,2%; raça/cor, com 6,8%; orientação sexual, 2,5%; e por fim, região de origem, com 1,7% de prevalência (OLIVEIRA et al, 2015).
Com relação aos dados apresentados na pesquisa, é possível notar que a principal causa do bullying diz respeito à aparência física da vítima, levando em consideração na maioria das vezes em que ocorreu, com incidência nos últimos 30 dias (OLIVEIRA et al, 2015).
No ano de 2012 foi realizada a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE – IBGE, com alunos do 9° ano do ensino fundamental. Foram investigados assuntos específicos sobre a violência e como esta afeta estes alunos. Sendo estes assuntos ligados as sensações de vulnerabilidade que apresentavam no âmbito escolar, se estavam envolvidos em algum tipo de violência física cometida por algum familiar, no trânsito, envolvidos com brigas utilizando armas brancas e de fogo, se estavam machucados fisicamente, e em relação ao bullying (BRASIL, 2013). 
Na pesquisa, das 42.717 mil escolas que participaram, 20,8% dos alunos perpetraram alguma forma de bullying contra seus colegas, incluindo deboches, intimidações, gozos ou esculachos nos últimos 30 dias precedentes à pesquisa. Nesta pesquisa, o ato do bullying era praticado por 26,1% dos alunos de sexo masculino e 16% do sexo feminino (BRASIL, 2013).
As agressões e difamações utilizadas no bullying promovem um isolamento social às vítimas e até mesmo nos agressores. Quando o bullying excede os limites verbais, ele encontra indivíduos psicologicamente debilitados, com o agressor utilizando da violência para impor seu poder diante das vítimas. As vítimas e as testemunhas, por perceberem-se indefesos frente esta violência, acabam apresentando uma forma de submissão através de reflexos negativos presentes em sua estrutura psíquica. Os mesmos tendem a acostumar-se a conviver em um ambiente inseguro, com o temor de futuras agressões. Esses temores são inconscientes e tornam-se prejudiciais na formação do indivíduo (COSSALTER, 2012). 
Segundo Durão (2010), alguns dos fatores que levam ao acometimento do bullying podem ser caracterizados por: ter vivenciado situações de grande violência; ter sido vítima de abuso sexual ou físico; ter sido exposto a violência através de jogos ou televisão; o uso de drogas e abuso de álcool; ambiente socioeconômico precário; família desestruturada; problemas psicológicos ou psiquiátricos severos; entre outros motivadores. Além disso, identificou que há uma grande possibilidade de manifestações de comportamentos hostis pelo agressor. Apresentam problemas de relacionamento interpessoal e poucas competências morais e sociais, além de apresentarem um baixo rendimento escolar. Sendo relacionado ao gênero, a maioria dos agressores são meninos com idades entre 10 e 15 anos. 
No estado do Paraná crianças e adolescentes são amparados pela Lei Estadual nº 17.335/2012 que institui o programa de combate ao bullying em escolas públicas e privadas de todo o estado. Dentre os objetivos descritos no Art. 5º de tal Programa encontram-se: a prevenção e o combate a prática de bullying nas escolas; a capacitação de docentes e equipe pedagógica para a implementação de ações de prevenção, orientação e solução do problema; o esclarecimento dos aspectos éticos e legais envolvidos no bullying; bem como a valorização de individualidades, tornando-as aceitáveis para a melhoria da autoestima dos alunos (PARANÁ, 2012).
Para Oliveira (2015) o bullying escolar implica em diversos efeitos físicos, psicológicos e sociais tanto para a vítima quanto para o agressor e observadores. Este assunto se mostra de grande importância e relevância para pesquisadores e profissionais da psicologia. Dentre os efeitos gerados pelo bullying, podemos citar a instabilidade nas relações interpessoais, a dor e o sofrimento físico e emocional apresentados pelos indivíduos envolvidos. 
Segundo Oliveira (2015), este tipo de violência pode ter origem na criação familiar, cujo modelo agressivo de criação é aprendido pelas crianças que crescem disseminando tais atos e os utilizando como forma de contra-atacar a violência, criando assim um ciclo. No contexto escolar o bullying não deve ser tratado como “brincadeiras de mau gosto” ou reação à violência sofrida anteriormente pelos indivíduos, devendo ser discutido com os estudantes abertamente, buscando através de conscientização, combate-lo dentro e fora da sala de aula.
As escolas devem abrir espaço para que os alunos falem sobre suas experiências e contribuam para encontrarem formas de combater essa violência, buscando a aceitação das diferenças existentes neste âmbito e proporcionando uma boa convivência social. Mesmo sendo um grande desafio, para a extinção, o bullying requer um trabalho interdisciplinar em conjunto com os alunos, família e sociedade, promovendo assim um ambiente saudável para todos (OLIVEIRA, 2015).
Popularmente há quem diga que é melhor ser igual para não ser julgado, porém o estímulo de cópia, seja ela comportamental; de vestuários; ideias; jeitos, acaba por padronizar os indivíduos e consequentemente, com essa padronização imposta, vem o bullying contra o diferente. Aquele que não se encaixa em tal padrão ou postura acaba por virar uma vítima dos bullies (PORTAL-EDUCAÇÃO, 2015). 
Para que seja dado um ponto final no fenômeno bullying, é necessário paciência e tempo, não há também uma garantia da eficácia da solução, porém é fundamental que haja o interesse. Conscientizações e punições ao agressor não resultarão efetivamente no combate ao bullying. O principal mecanismo de mudança de tal situação é a retirada do desejo de realização das agressões, além da mudança da maneira de pensar das pessoas que são individualistas e materialistas. O poder e os bens materiais devem dar espaço à solidariedade, ao caráter e à honestidade (PORTAL-EDUCAÇÃO, 2015).
A faixa etária, escolaridade e questões voltadas ao adolescente citadas no trabalho, identificam o fenômeno que ocorre na etapa de desenvolvimento conhecida como “Síndrome da adolescência normal” apontada pelos psicanalistas Aberastury e Knobel et al (1981), onde estudam a adolescência em sua estrutura geral, sendo assim um estudo que abrange características geográficas, históricas e sociais, identificando-a como um fenômeno específico em todo o desenvolvimento do sujeito. Diversos autores têm estudado este período quando a sua singularidade.
Ainda segundo Aberastury e Knobel et al (1981), a “Síndrome da adolescência normal” seria composta de sintomas que a caracterizem como síndrome sendo de forma sintética as seguintes: busca de sua identidade; maior tendência a se vincular a grupos; uma necessidade de intelectualizarão e de fantasiar; crises religiosas, sendo possíveis atingir níveis de ateísmo ou fanatismo religioso; um deslocamento psíquico, onde o sujeito passa a ter pensamentos característicos primários; uma evolução sexual, podendo atingir níveis de desenvolvimento genital adulto; modificações nas suas atitudes sociais; distanciamento progressivo dos pais; e com instabilizações de humor e ânimo progressivas. 
Para Outerial (2008, p. 23):
A questão da normalidade e da patologia é crucial na adolescência e interessa, não só aos pais, mas a todos os profissionais que trabalham com essa faixa etária. Se o ato de definir o que é “normal” não é uma tarefa fácil, torna-se mais difícil ainda na adolescência.
2.1 A ADOLESCÊNCIA
Na adolescência, segundo Marra e Costa (2010), o sujeito adolescente enfrenta diversas turbulências, dando por entender que nem sempre essa etapa da vida pode ser vista como natural ao desenvolvimento humano. Além de, estar constituída de repletas mudanças corporais e comportamentais durante a construção da identidadedo adolescente, esta fase não integra um padrão de desenvolvimento semelhante dentre estes sujeitos. Além de o adolescente ao enfrentar as exigências sociais que impõem diversos padrões de vestimenta, corpo, relacionamento e modo de pensar, vê-se desafiado frente a condições já impostas, onde o sujeito passa a pertencer a determinado grupo e cultuar certos costumes, deixando de lado sua identidade.
Para Osório (1975), algumas características podem auxiliar na definição da adolescência como normal ou patológico. Como características, pode ser observada a intensidade do sintoma, que é diferente frente a uma violência física ou verbal; a persistência ou transitoriedade do sintoma, referente ao tempo de duração; o significado regressivo do sintoma, quando um fato desencadeia consequências comuns da infância; e o poliformismo sintomático, quando há a presença de diversos mecanismos de defesa no adolescente sintomático. 
Esse período da adolescência não ocorre de maneira equilibrada, pois a ânsia por conquistas desperta nesse sujeito diversas incertezas. O adolescente pode viver neste período diversas experiências traumáticas, violentas, lidando com perdas, contrariando sua ambição construída em condições onde ele nada perde e tudo ganha. O adolescente é curioso e idealista, características marcantes desta fase, curiosidade esta que acompanhada da ausência de papéis definidos, suporte e referências, pode induzi-lo a alteração de caráter e condutas de risco (MARRA, COSTA, 2010).
Na formação do caráter do sujeito, Lang (1976) aborda a ideia de que o caráter é a soma de diversas características emotivas e afetivas, podendo ser hereditárias ou adquiridas, as quais controlam a forma como o sujeito se relacionará com seu meio. Lang (1976) em seu livro “A Infância Inadaptada”, apresenta três formas de definir a construção do caráter do sujeito. A primeira definição surge como origem constitucional, onde a soma de características hereditárias ou congênitas adquiridas in útero, resultam na formação do caráter do sujeito. A segunda definição é relativa ao meio, englobando características morais de uma personalidade adquirida. Os aspectos intersubjetivos e interpessoais que atuam no desenvolvimento do sujeito, quando criança, em sua esfera inconsciente. Sendo constituído de diversos elementos, tendo como principais fatores de influência; socioeconômicos, culturais e geográficos. Ainda segundo Lang (1976), uma terceira definição seria a formação do caráter como um complexo psicológico individual, constituída de maturação, perspectiva genética, abrangendo a ação, reação e desenvolvimento do sujeito frente ao meio que está inserido. 
De acordo com Lang (1976), no grupo de desajustados e delinquentes, existe o sujeito inadaptado em função do meio, que inicialmente manifesta suas inadaptações no âmbito familiar, tendo como característica os desvios de norma de conduta. Esse sujeito apresenta perturbações de caráter e afetivas, podem apresentar certo nível de constrangimento, podendo ser toleradas em maior ou menor tempo. Na maioria dos casos torna-se perceptível essa inadaptação no âmbito escolar, onde o sujeito inicialmente apresenta obstáculos na sua adaptação. Apresenta uma rigidez ao fazer atividades escolares, fracasso, indisciplina, passividade, além de não integrar-se aos grupos. Mas essa inadaptação pode exceder os limites familiares. O sujeito pode apresentar um comportamento antissocial, mandonismo, delinquência, evitar fazer parte de grupos extraescolares ou então agregar-se a grupos ditos patológicos (LANG, 1976).
3 O BULLIE (AGRESSOR)
Segundo Laplanche e Pontalis (2001, pg. 11), a agressividade é uma “tendência ou conjunto de tendências que se atualizam em comportamentos reais ou fantasísticos que visam prejudicar o outro, destruí-lo, constrangê-lo, humilhá-lo, etc.” Para Laplanche e Pontalis (2001), a agressão ultrapassa atos físicos violentos, não existindo comportamento negativo que não venha a se tornar violento. Para Freud (1923), a agressividade tem origem na pulsão de morte, quando uma parte dela se manifesta nas pulsões sexuais, onde possui uma função significativa, tendo papel no desenvolvimento do sadismo do sujeito. Ainda segundo Freud (1923), outra parte não se manifesta no exterior do sujeito, onde conserva-se no organismo, mantendo uma ligação libidinal com a excitação sexual que se manifesta, surgindo após este feito o masoquismo erógeno do sujeito. 
Freud (1923/1990, pg. 66), apresenta a agressividade oriunda das pulsões de mortes: 
Onde os perigosos instintos de morte são tratados no indivíduo de diversas maneiras: em parte são tornados inócuos por sua fusão com componentes eróticos; em parte são desviados para o mundo externo sob a forma de agressividade; enquanto que em grande parte continuam, sem dúvida, seu trabalho interno sem estorvo.
A agressão que é a principal característica do bullying é descrita por VandenBos, como sendo, “comportamentos, motivados por competitividade, raiva ou hostilidade, que resultam em prejuízo, destruição ou derrota de outros ou, em alguns casos, de si mesmo” (2010, p. 45). Agressão pode ser dividida em categorias, sendo elas, agressão hostil; agressão instrumental; agressão operante; agressão afetiva; agressão altruísta, entre outras. Dentro do bullying a agressão mais comumente encontrada é a agressão hostil, pois se dá “quando o objetivo é ferir ou destruir intencionalmente o alvo” (VANDENBOS, 2010, p.45).
Para Caneghem (1980, pg. 23), “a agressividade pode parecer como um subproduto da combatividade (...)”, já para o Dicionário de Psicologia da APA: a agressividade é considerada uma; “Tendência para a assertividade, dominação social, comportamento ameaçador e hostilidade Pode. provocar uma mudança temporária no comportamento do indivíduo ou ser um traço característico da pessoa” (VandenBos, 2010, p.460). Podendo também ser definida como “comportamento aparente visando ferir alguma outra pessoa ou um objeto” (BEE; BOYD, 2011, p. 329).
O comportamento agressivo desses indivíduos, quando conservados, lhes proporcionará futuras dificuldades em desenvolvimento, e na capacidade de sustentação de possíveis relações futuras. Os agressores também possuirão maior disposição para um comportamento de risco, quando comparados com seus colegas não agressores, onde podem fazer o uso de drogas lícitas e ilícitas (ZENTARSKI; SILVA, 2014).
Segundo Chalita (2008), os agressores ou bullies são normalmente alunos populares que necessitam de plateia para praticar o bullying. São reconhecidos como valentões, ameaçam e oprimem suas vítimas com motivos fúteis, apenas para impor e manter sua autoridade. Para Chalita (2008), esses indivíduos sentem-se realizados após a prática do bullying. Esse indivíduo frequentemente possui um grupo que o segue, transmitindo apoio e o deixando fortalecido, e com o qual também divide as responsabilidades da agressão. Esses indivíduos que rodeiam o bullie, também são considerados agressores.
Ainda segundo Chalita (2008), os autores do bullying frequentemente se envolvem em situações e condutas de risco, como o uso de drogas, álcool e o envolvimento em brigas. Mesmo não possuindo estudos conclusivos sobre este assunto, cogita-se que esses indivíduos, quando não possuem auxílio adequado, podem tornar-se adultos violentos e até criminosos. Esses agressores são crianças e jovens que necessitam mais de ajuda do que de punições, para que, de certa forma, o ciclo da violência na qual estão inseridos seja quebrado (CHALITA, 2008).
O perfil familiar do bullie, segundo Chalita (2008), tem muito a dizer sobre seu caráter e suas condutas. Frequentemente esse sujeito pertence a uma família onde o afeto é escasso e os pais não fazem parte da vida dos filhos. Este sujeito cresce em um ambiente sem orientação adequada, sendo deixado a mercê da sociedade. Em um âmbito conflitivo, esses pais oferecem como modelo familiar, comportamentos agressivos e explosivos. Para Chalita (2008), a ausência do afeto e acolhimento familiar e escolarsão fatores que necessitam de cuidado e intercessão. A conduta do sujeito agressor não é justificável isoladamente por possuir uma família pobre de afeto, ou pela escola omissa de valores, ou então, pelo grupo de amigos que fortalece o agressor. Essa crueldade é fruto da soma de elementos exteriores e interiores, que desencadeiam essa prática agressiva entre um e outro (CHALITA, 2008).
Estudos, associados à questão do bullying, realizados pela Associação Norte-Americana de Medicina, identificaram que o bullies representam de 7% a 15% dos adolescentes, e as vítimas representam 10%. No estudo foi identificado que nas escolas de ensino fundamental, os meninos estão mais envolvidos com esta violência do que as meninas, mas a diferença diminui nas escolas de ensino médio (CHALITA, 2008). 
Zentarski e Silva (2014) complementam os estudos sobre os agressores do sexo masculino. Nestes, os rapazes se utilizam de agressões indiretas, físicas e verbais, normalmente atuando individualmente, enquanto as agressoras do sexo feminino agridem em grupo, utilizando-se de agressões indiretas, mas através de ofensas e exclusões sociais. 
Segundo Chalita (2008), existem meninas envolvidas nesta prática, sendo vítimas e agressoras, porém, não admitem com a mesma facilidade que os meninos. Rachel Simmons, da Universidade de Oxford, realizou pesquisas sobre o bullying voltado para o sexo feminino. A autora expõe seus resultados sobre o comportamento dos agressores do sexo feminino, apontando que as meninas crescem em um ambiente onde precisam ser gentil e sorrir o tempo todo, não possuindo espaços para expor seus sentimentos de raiva. Essa castração de sentimentos distancia as meninas das formas tradicionais de praticar o bullying, utilizando-se do bullying indireto e de relacionamentos para ferir a vítima. Foi identificado que todas as bullies femininas possuíam uma líder que elaborava as formas de agressões que seriam utilizadas com suas vítimas, e também a que dava início à violência (ZENTARSKI; SILVA, 2014).
Para Chalita (2008), ser diferente passa a ser um pretexto para que o bullie pratique a violência e satisfaça sua necessidade de agredir e humilhar o outro. O agressor busca em suas vítimas características físicas ou comportamentais que os diferenciem do restante do grupo do qual fazem parte. Para Chalita (2008), ninguém deveria ser culpado ou castigado por ser diferente, por não pertencer aos padrões ditos normais impostos pela sociedade. Não deveríamos ser todos iguais para adquirir a aceitação do outro. Somos únicos, com nossas próprias características, possuindo cada qual sua maneira de sentir, pensar, agir e reagir ao mundo a nossa volta. Por fim, ser diferente não significa que você esteja certo ou errado, que é superior ou inferior, mais bonito ou mais feio que os outros que estão a sua volta. Ser diferente significa, simplesmente, ser diferente (CHALITA, 2008).
O bullie atua de diferentes formas, se tornando uma tarefa difícil a identificação desse indivíduo na sua prática de violência. Seus gestos, expressões faciais, formas de olhar, mensagens constrangedoras ou de caráter ameaçador, podem ser silenciosos e passarem despercebidos por professores e responsáveis das vítimas, e do agressor (ZENTARSKI; SILVA, 2014).
O bullie quando mantém esse comportamento agressivo por muito tempo, acaba por transformá-lo em algo maior, que se expande para além do âmbito no qual ele pratica essa violência. Esse comportamento passa a atingir suas relações sociais e afetivas, afetando seus valores humanos, o respeito a si e ao outro, comprometendo toda a sua vida pessoal. Muitos indivíduos se tornam delinquentes, passando a praticar outros tipos de violência ou entram num estado de depressão, podendo cometer automutilação, ou chegando até ao ato suicida (ZENTARSKI; SILVA, 2014 & XAVIER, 2015).
Nas palavras de Lopes Neto (2005, p. 167): 
O autor de bullying é tipicamente popular; tende a envolver-se em uma variedade de comportamentos antissociais; pode mostrar-se agressivo, inclusive com os adultos; é impulsivo; vê sua agressividade como qualidade; tem opiniões positivas sobre si mesmo; é geralmente mais forte que seu alvo; sente prazer e satisfação em dominar, controlar e causar danos e sofrimento a outro. Além disso, pode existir um “componente benefício” em sua conduta, como ganhos sociais e materiais. São menos satisfeitos com a escola e a família, mais propensos ao absenteísmo e a evasão escolar e têm uma tendência maior para apresentar comportamentos de risco (consumir tabaco, álcool ou outras drogas, portar armas, brigas).
Para identificar se o indivíduo é um agressor, se faz necessário observar o comportamento deste. Pais ou profissionais que lidam com esse adolescente, não devem focar em estereótipos. O agressor geralmente possui características individuais que o diferem do restante do grupo. O agressor geralmente possui um comportamento agressivo e impulsivo. Podem ser abusivos, intimidadores, buscando sempre diminuir o outro. Precisam se sentir o centro das atenções, onde devem conquistar a popularidade de seus iguais, e passar uma visão de temor para com suas vítimas. O agressor geralmente se envolve em desentendimentos, onde domina a situação, utilizando de desrespeito e humilhação frente ao outro. Esse agressor pode possuir uma estatura física maior que sua vítima, onde lhe dará maiores chances de conquista e dominação. Mas também pode possuir uma estatura menor, porém, ser socialmente e emocionalmente sobressaído, onde os espectadores sustentam sua imagem de dominador (ZENTARSKI; SILVA, 2014).
Segundo Durão (2010, p.7):
Entre os agressores podemos identificar três grupos: os intimidadores (os “bullies”, geralmente mostram-se mais agressivos e revelam um perfil de liderança), os que se calam com medo de se transformarem na próxima vítima, compactuando com as situações de violência e tornando-se também agressores) e os espectadores (o fenômeno de observação e exposição pode torna-los em agressores).
O bullie nem sempre é aquele indivíduo forte e fisicamente amedrontador. Muitos bullies em algum momento de sua vida sofreram com essa mesma ou outra forma de violência e manifestando-se contra sua própria violência sofrida acabam desenvolvendo comportamentos similares àqueles que gostariam de combater (DURÃO, 2010).
Através de uma análise psicanalítica dos autores, comprova-se que a sociedade possui uma visão negativa em relação ao bullie. Esse indivíduo é visto como alguém que apresenta apenas sentimentos e comportamentos ruins, como o sadismo, que segundo VandenBos (2010, pg. 824) caracteriza como “qualquer forma de prazer derivado da crueldade”, além da insegurança, fazendo do outro um objeto de violência, pois necessita da vítima para validar-se e através dela ser reconhecido como um agressor (RONDINA; MOURA; CARVALHO, 2016). 
O indivíduo ao pôr em prática este ato de violência, ele está excedendo a sua convivência com os demais estudantes da instituição que está inserido, podendo ser causa de um psiquismo prejudicado para todos os protagonistas desse fenômeno violento. Se faz necessária a tomada de ações que propiciem um trabalho da reformulação para com esse indivíduo, baseado em valores morais. O comprometimento com um cuidado maior, avança para além do círculo social do adolescente, pois é visível o quão sustentado pela sociedade é este problema, onde foi constituído através da intolerância de indivíduos que prezam em seus inconscientes uma relação de puro poder e dominação (MARTINS; ALMARIO, 2012).
As intervenções e pesquisas encontradas em literatura se resumem especificamente na vítima do bullie. Através do olhar da sociedade, o agressor é visto de forma discriminatória. A criança ou adolescente é rotulado como marginal ou portador de personalidade doentia, evitando por parte da sociedade análises do histórico de vida desse indivíduo. Não vemos a violência e agressividade como algo positivo, mas percebemos a necessidade de um aprofundamento de análise nessas questões, para que haja mudanças significaspor parte da sociedade. Trabalhar com o bullie com o pré-conceito de que são marginais que necessitam de punições, apenas corrobora para que a violência continue. Surge então a importância de desenvolver um trabalho de responsabilidade social e familiar, com o intuito de modificar a sociedade e humanizar sua visão frente o bullie, para que sejam desenvolvidas intervenções que formem ou transformem indivíduos habilitados de ética e moral frente a sociedade (MARTINS; ALMARIO, 2012). 
Baseado na literatura psicanalítica, Martins e Almario (2012) alegam que o sujeito jovem da atualidade, é formado por uma sociedade sem mentores, que não utilizaram ou cumprem com suas responsabilidades. Esta falta de limites, produz na criança uma autonomia frente seus limites, além de gerar dificuldades do indivíduo em lidar com suas frustrações. Na exteriorização do seu desejo de raiva, é revelado um sujeito que não desenvolveu a capacidade de lidar com seus estímulos agressivos, vivendo em uma sociedade que valoriza a ética, o valor e a moral. 
4 VÍTIMA
A definição de vítima, segundo VandenBos (2010, p. 1020), é a de que um “indivíduo que é alvo de comportamentos violentos, discriminatórios, vexatórios ou agressivos de uma outra pessoa [...] indivíduo que sofreu um acidente ou vivenciou um desastre natural”.
As vítimas, segundo Chalita (2008) são indivíduos escolhidos sem motivo evidente, para sofrerem ameaças e humilhações. O comportamento dessa vítima, seus hábitos, o modo como se veste, a incapacidade para esportes, sua aparência fora do padrão imposto pela sociedade, alguma deficiência, sotaques regionais, sua raça, entre outras características são motivos para que este indivíduo se torne uma vítima do bullying. 
As vítimas geralmente possuem entre elas características comuns, o que são vistos pelos bullies como uma indicação de que esse indivíduo pode se tornar mais uma vítima de suas ações. As crianças ou adolescentes que representam a vítima, são ansiosos, inseguros quanto a sua imagem e gosto, sendo sensíveis e calados, pois possuem o temor de revidar e não ter capacidade suficiente para isso (TOGNETTA, 2005).
Os problemas gerados pelo bullying podem surgir de maneira imediata, ou em médio e longo prazo. Estes problemas podem afetar o rendimento da vítima no âmbito escolar. Tais vítimas desenvolvem uma tendência de isolamento, apresentando baixa autoestima, sempre arrumando desculpas para não ir para a escola, como dores de cabeça e de estômago. Em período mais prolongado, as vítimas podem apresentar dificuldades de relacionamento e grandes probabilidades do desenvolvimento de uma depressão que o indivíduo pode carregar por toda a vida (RISTUM, 2010). 
Para Freire, Simão e Ferreira (2006), múltiplos estudos realizados com indivíduos que foram vítimas do bullying, de modo constante, apresentaram com o passar do tempo, a lentidão e complexidade no seu modo de ser, desenvolvendo uma maior tendência para a depressão e baixa autoestima, sendo comparado com os demais indivíduos que não viveram essa experiência negativa. Em diversos estudos de literatura, focados no bullying, se torna evidente o quão amplo e nocivo este problema pode se tornar. Porém, este tema ainda é socialmente negligenciado. 
Em seu livro “Fenômeno Bullying” Fante (2005) categoriza as diversas características das vítimas do bullying. Entre elas está a vítima típica, que apresenta sensibilidade física, timidez, traços de submissão, bem como insegurança e medo de sofrer com danos. Normalmente sentem-se mais à vontade para se relacionar com pessoas mais velhas do que crianças de sua idade.
Algumas consequências identificadas em vítimas de bullying chamam a atenção por serem fortes e preocupantes. Pode-se dizer que quanto mais nova a vítima é, maiores serão as consequências acarretadas por essa violência, sendo elas mais suscetíveis a sofrerem com algum tipo de transtorno depressivo e baixa autoestima em sua fase adulta (LOPES NETO, 2005).
Lopes Neto (2005) diz ainda que uma simples exposição ao bullying, seja ela em forma de espectador, já consta como um fator para que essa criança ou adolescente perca o interesse pela escola, interferindo em seu rendimento escolar. O autor salienta ainda que:
Aproximadamente 20% dos alunos autores também sofrem bullying, sendo denominados alvos/autores. A combinação da baixa auto-estima e atitudes agressivas e provocativas é indicativa de uma criança ou adolescente que tem, como razão para a prática de bullying, prováveis alterações psicológicas, devendo merecer atenção especial. Podem ser depressivos, inseguros e inoportunos, procurando humilhar os colegas para encobrir suas limitações (LOPES NETO p. 168).
O bullying não é um fenômeno novo. Através da visão de especialistas que estudaram e investigaram a fundo esse tipo de violência no contexto educacional, fica evidente que nunca foi tão amplamente estudado como atualmente. Através da visão da psicologia, surge o interesse pela forma de agressividade que ocorre entre iguais, não se tratando de um conflito entre diferentes, seja entre professor e alunos, ou pai e filhos. Este ato de violência ocorre entre sujeitos iguais, mas que possuem um peso de superioridade distinto (TOGNETTA, 2005). 
5 VÍTIMA AGRESSORA
Para Tognetta (2005), as vítimas geralmente não denunciam seus agressores por vergonha ou medo das consequências que surgirão para eles. A insegurança que o agressor gera na vítima, transforma-o em um indivíduo conformista, que está ciente da sua colocação, dos maus tratos sofridos, mas tem uma imagem de si mesmo como impossibilitado de enfrentar ou denunciar seu agressor.
Para Chalita (2008), na consciência de uma criança, reside o pensamento de que cada dia que passa será mais um dia de humilhações e exposições ao ridículo. O temor e a impotência desses indivíduos em reagir aos agressores, traduzem-se em rancor, desejo de aniquilamento do outro e de autodestruição. Essa criança vive no silêncio angustioso e doloroso, aguardando o momento certo para a reação. 
Haber e Glatzer (2012) discorrem acerca das semelhanças existentes entre o agressor e a vítima do bullying. Dentro disto afirmam que ambos são mais propensos a apresentarem dificuldades de aprendizagem, bem como descontrole emocional, e a fazerem uso abusivo de álcool quando mais velhos. Neste mesmo contexto Haber e Glatzer (2012, p. 32) ainda expõem que “entre os garotos, tanto agressores quanto as vítimas têm mais chance do que outras crianças de apresentar obesidade”.
Não se deve descartar o fato de que ambos podem desempenhar as duas funções. Uma vítima pode acabar desempenhando um papel de agressor, por exemplo. “As vítimas podem encontrar alguém que esteja numa posição inferior na escala social (ou que seja mais jovem, como um irmãozinho) para atormentar, a fim de aliviar seus próprios sentimentos de impotência” (HABER E GLATZER, 2012, p. 32). 
Em seus estudos, Chalita (2008) identificou personagens distintos, do qual intitulou de “vítimas-agressoras”, que são indivíduos que sofrem e, ao mesmo tempo, atuam em atos violentos contra seus colegas. Segundo Chalita (2008) esses indivíduos nunca tiveram a oportunidade de aprender a ética das relações, onde você não faz com o outro o que não deseja que façam com você. 
Uma segunda classificação que Fante (2005) faz em seu livro “Fenômeno Bullying” é a de vítima provocadora. Neste conceito a vítima do bullying provoca outros indivíduos sem saber como lidar com as consequências deste ato, sem conseguir achar uma solução para a situação. Podem ser indivíduos com traços hiperativos e ofensores. Essa vítima agressora dissemina a violência sofrida transferindo a mesma para pessoas mais frágeis combatendo o bullying com o próprio bullying, fazendo assim que mais vítimas sejam feitas (FANTE, 2005).
5.1 ESPECTADOR
No âmbito violento que o bullying ocorre existe um grande número de indivíduos que assistem estes atos violentos mantendo-se neutros. Estes indivíduos são conhecidos como espectadores. São pessoas que presenciam o bullying e o tratamcomo um ato normal, afim de escapar dessa violência, não sendo capazes de fazer uma denúncia para que a violência acabe ou acolher a vítima. Para Chalita (2008) muitas vezes os espectadores que presenciam o bullying pensam que os colegas ditos diferentes merecem sofrer humilhações e maus-tratos de agressores. Já espectadores que não veem o bullying como um ato normal, não denunciam por medo de se tornarem uma próxima vítima. 
Ainda segundo Chalita (2008) estes sujeitos se tornarão adultos omissos e passivos frente aos obstáculos da vida. Sujeitos estes que irão transformar-se em cidadãos orgulhosos, que abaixam a cabeça frente injustiças sociais, sendo um adulto acomodado e que não auxiliam em ações que poderiam melhorar a nossa sociedade. A seguir apresenta-se o método utilizado a fim de se atingir os objetivos propostos. 
6 METODOLOGIA 
Trata-se de uma pesquisa de finalidade aplicada, de natureza observacional com abordagem qualitativa e com fins descritivo, cujo procedimento técnico é por meio de pesquisa de campo com recorte transversal. 
Segundo Fonseca (2002, p. 32) a pesquisa de campo “caracteriza as investigações em que para além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se coletam dados junto de pessoas, utilizando diversos tipos de pesquisa”.
A abordagem qualitativa é o estudo de uma amostra que propõe a generalização de resultados e dentro dela existem regras que merecem atenção e devem ser seguidas para que essa generalização seja eficaz (GÜNTHER, 2006).
A pesquisa foi realizada em uma Instituição pública de ensino regular do interior oeste do Paraná, que abrange alunos que iniciam desde o fundamental até o ensino médio, com aulas ocorrendo em período matutino, vespertino e noturno.
Participaram da pesquisa dez adolescentes estudantes do ensino médio, sendo cinco do gênero masculino e cinco do gênero feminino, que em algum momento de sua vida foram expostos ao bullying. Foram excluídos da pesquisa indivíduos que nunca foram vítimas do bullying.
Para a realização da coleta de dados utilizou-se: Questionário Socioeconomico, que busca construir o perfil do indivíduo e população em suas características, como e onde vivem (UNESP, 2012). Utilizou-se também uma entrevista semiestruturada contendo três questões que abordam a temática do bullying e foram desenvolvidas pelos pesquisadores. Tal entrevista tem como característica a elaboração de um esquema prévio, onde é feito um delineamento/ roteiro do que será realizado (MANZINI, 2004). Porém permite que o pesquisador possa classificar as informações dadas pelos participantes. O procedimento de coleta de dados realizou-se inicialmente com a visita até o colégio, onde foi explicado sobre o Termo de Anuência para o responsável da instituição escolhida, sendo assinado logo em seguida. Após a autorização da instituição através do seu representante legal os pesquisadores entraram em contato com a coordenação pedagógica, para que fosse delineado o cronograma da coleta de dados com os participantes. Na data prevista esclareceu-se aos alunos a proposta da pesquisa, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que deveria ser assinado pelo mesmo e seu responsável, sendo devolvida uma via aos pesquisadores. De acordo com o cronograma da instituição houve novo contato com os alunos em sala de aula e aplicou-se o Questionário Socioeconômico com toda a turma e logo após a realização da entrevista semiestruturada aos dez participantes. 
Ao aluno que desejou participar da pesquisa, foi informado sobre os objetivos da pesquisa, sua duração, seu envolvimento e os procedimentos ocorridos. Foi informado sobre possíveis riscos e desconfortos, e os benefícios em relação à pesquisa. O sigilo da pesquisa foi informado, para que o aluno tivesse clareza sobre a confidencialidade do estudo. Também foi informada sobre a voluntariedade em aceitar participar da pesquisa, e a possibilidade de abandona-la sem quaisquer consequências. 
Em entrevista única foi aplicado o instrumento de pesquisa, sendo utilizado o gravador de voz, para que a transcrição do conteúdo da fala do entrevistado fosse o menos possível alterada. O tempo estimado de aplicação do instrumento foi de 15 minutos para cada pesquisado.
Para a apuração dos resultados coletados utilizou-se a Análise de Conteúdo, que foi baseada na literatura da autora Laurence Bardin e a mesma define esse instrumento como um conjunto metodológico que se insere em discursos para que seja interpretada sua análise. Segundo Bardin (1977, p.38) “a análise de conteúdo toma em consideração as significações (conteúdo), eventualmente a sua forma e a distribuição destes conteúdos e formas”. Explicita ainda que “a análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça”.
No capítulo a seguir apresenta-se os resultados a partir dos dados coletados, os nomes utilizados são fictícios a fim de proteger a identidade dos participantes.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pretendeu-se com este estudo identificar o ato agressivo na vítima que buscou reagir ao bullying sofrido. A entrevista foi realizada com dez alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual do oeste do Paraná, sendo cinco de gênero masculino e cinco de gênero feminino. O intervalo de idade variou entre 15 e 17 anos, sendo que destes, 8 pretendem finalizar o ensino médio em 2019 e 2 acreditam que irão terminar em 2020, além disso, 30% destes alunos exercem algum tipo de atividade remunerada. A escolaridade dos responsáveis varia entre analfabetismo e ensino superior completo.
O primeiro eixo de análise intitulado O sofrimento da vítima buscou identificar na entrevista realizada com os participantes um discurso de sofrimento, sendo correlacionado aos estudos realizados para a aplicação da pesquisa. 
Na entrevista realizada, entre os 10 sujeitos participantes da pesquisa, 8 disseram já terem sido vítimas do fenômeno bullying em algum momento da vida, sendo que entre esses 8 sujeitos, 5 eram de gênero masculino e 3 de gênero feminino. 
Para França (2014), a vítima normalmente é vista com inferioridade e aparenta fraqueza, deste modo motiva o agressor, despertando a ideia de superioridade e poder. Pedro, 15 anos, afirmou já ter sido vítima de bullying e completa dizendo: “Eu, quando era menor, pequeno, fraco, além de me chamarem de baixinho, narigudo”. Ainda segundo França (2014), os motivadores do bullying podem ser variados, desde a forma de se vestir, a maneira de falar, a aparência física, até aspectos sociais e raciais. Gabriel, 15 anos, “(...) Há uns tempos atrás eu acabei sofrendo bullying, é só por causa que eu sou de nacionalidade paraguaia, daí me chamam de chiru”. Na fronteira de Foz do Iguaçu com Ciudad del Este no Paraguai é usado este termo como “uma maneira pejorativa de referir-se ao paraguaio na fronteira” (GODOY, 2015 p. 131).
A maior parte dos sujeitos que tornam-se vítimas do bullying possuem características semelhantes, para Pereira (2012), como sendo um bom aluno, usar óculos, ser pequeno ou alto demais. Laura, 15 anos, diz ter sido vítima do bullying, “(...) por ser alta”. Murilo, 15 anos, diz “Eu sempre fui zoado por causa do meu óculos”. Já Felipe, 17 anos, diz “(...) Eu cortava o cabelo, aí os cara ficava chamando de vencedor de câncer (...) uso óculos e os cara fica chamando de quatro zóio”. Chalita (2008) afirma em seu livro que características como limitações físicas, vestimenta, etnias, podem ser motivos para tornar-se alvo do agressor. João, 17 anos, que também foi vítima relata “Eu tenho poblema no joelho, então, meus amigos chamam muito de manco, de mocotó, assim sabe?”. 
Apesar de afetar de alguma forma todos os envolvidos o bullying pode causar consequências graves e irreversíveis às vítimas que permanecem sofrendo efeitos após a prática do bullying. Além disso essa vítima perde seu conceito de si danificando sua ideia de quem ela realmente seja (CÉZAR; MAI, 2015). Jéssica, 15 anos, “Já, por causa que eu era gordinha antes e me chamava de gorda, eu me vestia de uma maneirameio estranha e me julgavam por causa disso”. Para Brito (2011), a vítima do bullying está constantemente exposta às agressões e neste âmbito de ofensas e provocações há a possibilidade de interiorização dessas ideias formadas sobre eles. Amanda, 15 anos, “Já. Meus amigos me zoam assim, às vezes é de boa, às vezes incomoda”. 
O segundo eixo de análise é intitulado A agressividade do bullie onde analisou-se, na fala dos sujeitos pesquisados, um discurso agressivo, de revolta e prática de violência, assim como constatou-se na literatura pesquisada. 
Entre os 10 entrevistados durante a pesquisa, 6 responderam nunca terem praticado o bullying por vontade própria, apenas 4 sujeitos assumiram praticar a violência no ambiente escolar, sendo 2 de gênero feminino e 2 de gênero masculino.
Na entrevista, Felipe, 17 anos, diz “Eu também nunca aceitei isso, se o cara começasse a falar eu já batia nele.” Para Brito (2011) a repetição do ato do bullying é a parte mais perigosa a ser vista neste fenômeno, além disso, quando não é feito o reconhecimento da repetição do ato as intervenções se tornam equivocadas. Pedro, 15 anos, “Eu já reagi muito (...) Eu batia, eu era muito brigão aquela época”. 
Fiorelli e Mangini (2010, pg. 227) dizem:
A violência psicológica torna-se ainda mais prazerosa quando o agressor sabe que a dor provocada apresenta uma permanência que se prolonga muito além do alcance da flagelação física; um simples telefonema pode desencadear uma crise; a lembrança de um sarcasmo, uma ameaça, uma ridicularização podem continuar a martelar impiedosamente a mente do agredido por um tempo indeterminado.
Na entrevista, Amanda, 15 anos, diz que a prática do bullying é visto como brincadeira; “No meio de vários amigos a gente brinca, só que as vezes sai alguma coisa pesada”. Julia, 16 anos, apresenta o mesmo discurso afirmando a prática do bullying “(...) só de brincadeira, com os amigos”.
O terceiro eixo de análise O impulso da vítima agressora investigou na fala dos sujeitos entrevistados, que foram vítimas do bullying, um impulso agressivo, como forma de reação à agressão sofrida anteriormente. 
Através das respostas deferidas pelos 10 sujeitos da pesquisa, comprovou-se pela análise das respostas que 6 entrevistados, sendo 3 de gênero feminino e 3 de gênero masculino, foram vítimas do bullying e reagiram de forma agressiva à agressão sofrida, assim comprovando o que diversos autores deste fenômeno violento apresentam em suas pesquisas. 
Segundo o Portal-Educação (2013), o impulso de reagir à agressão do bullying da mesma forma pode caracterizar uma compensação de seu sofrimento, onde essa vítima agressora repete o ato do bullying impulsionando o ciclo do fenômeno. Pedro, 15 anos, diz na entrevista; “Eu já reagi muito (...) Acho que, é, acho que é por causa dos outros mesmo, porque tipo eu via todo mundo zoando e tals. Mas só que eu pratico o bullying mesmo mais pra brincar né. Eu pratico só que sabendo que a pessoa não vai levar a sério. Eu pratico, tipo, com amigos, eu não vou chegar numa pessoa estranha”. Há inúmeros casos registrados onde a vítima utiliza de artefatos, como armas de fogo, facas e explosivos para atingir outrem como forma de justiça à agressão sofrida. O fato de essa vítima estar repetindo o ato do bullying aumenta a dificuldade de controlar o fenômeno dentro e fora de escolas. (PORTAL-EDUCAÇÃO, 2013).
Para Adriana Pires Souza Cidade (2008), a prática do bullying resulta em dois tipos de vítimas. A vítima provocadora, como ela define, que age de forma impulsiva, com comportamentos abusivos, mas que ao mesmo tempo não consegue defender-se quando insultada ou agredida. E a vítima agressora, que é aquele sujeito que foi alvo do bullying de alguma forma, e passa a repetir o comportamento do agressor, procurando um alvo para hostilizar e maltratar. Na entrevista Felipe, 17 anos, diz pensar em reagir; “Em algum momento só (...). Eu bateria se fosse uma agressão muito grave”. Já Amanda, 15 anos, diz na entrevista; “(...) zoar também, às vezes de boa, às vezes mais pesado”.
Para Pereira (2012), a vítima agressora é aquela que após de forma agressiva, reage igualmente com agressividade. É uma vítima que reproduz no outro mais fraco e vulnerável, a frustração sofrida durante o mau trato sofrido. Gabriel, 15 anos, afirma na entrevista já ter praticado o bullying; “Também acabo zoando né as vezes, não posso falar de mim e nem falar dos outros.” Ainda segundo Pereira (2012), os agressores e vítimas podem ser de qualquer gênero, apenas sendo necessário possuir traços e características negativas que, associadas a violência podem desencadear novos agressores do bullying. Jéssica, 15 anos, “Tive vontade.” Laura, 15 anos, “Tive vontade de bater neles”.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A violência tem sido um dos principais problemas sociais da atualidade, não obstante, essa violência também é evidenciada no âmbito escolar. O ato do bullying nas escolas brasileiras vem crescendo de forma aterrorizante. Tendo como exemplo o caso chocante e recente que ocorreu na cidade de Goiânia, no dia 20 de outubro de 2017, onde um adolescente de 14 anos abriu fogo dentro de um colégio particular, na sala de aula, supostamente motivado pelo bullying, assassinando dois adolescentes e ferindo mais quatro, sendo que alguns destes praticavam o bullying contra o atirador.
Na análise de conteúdo realizada com os dados obtidos na pesquisa, constatou-se uma pobreza na fala dos entrevistados, o que não era esperado pela equipe pesquisa. Além de, uma negação frente ao fenômeno bullying. Alguns dos entrevistados apresentaram incoerência nos resultados, respondendo que não praticavam bullying, mas que já haviam reagido agressivamente. 
A prática do bullying no ambiente escolar é repleta de ameaças, agressões físicas, verbais e psicológicas, que que requer uma vigilância constante gerando consequências absurdamente negativas e de longo prazo. Os danos psicológicos gerados tanto nas vítimas do bullying, como também com os agressores, muitas vezes se tornam irremediáveis do ponto de vista da psicologia. Motivo este que se foi pensado em obter pesquisas acerca do impulso agressivo da vítima, comprovando como o bullying continua afetando o desempenho da nossa educação, aprendizado e relacionamento entre pares, e assim auxiliando na busca por soluções que minimizem as consequências dessa violência, que em casos extremos de crueldade, chacota e abuso do próximo, podem levar os envolvidos à morte.
O objetivo da presente pesquisa foi expor a realidade da problemática atual, através da identificação do impulso agressivo nas vítimas do bullying, fornecendo assim a possibilidade de intervenções preventivas e contínuas contra a violência escolar. Busca-se então apresentar entendimentos que possibilitem práticas às vítimas do bullying, como também aos agressores e qualquer outro sujeito que esteja inserido neste contexto, podendo assim desempenhar auxílio no processo de formação deste sujeito, preservando e assegurando sua integridade física, psíquica e moral, sem que a responsabilidade de tal ato, recaiam somente ao indivíduo, mas conjuntamente com seus pais, professores e sociedade.
REFERÊNCIAS 
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BEE, Helen; BOYD Denise. A criança em Desenvolvimento. Editora Artmed,12 ed. Porto Alegre – Rio Grande do Sul. Pg. 329. (2011)
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Rio de Janeiro – RJ (2013).
BRITO, Livia Maria Costa. Noções conceituais sobre o bullying escolar e o bem jurídico a ser tutelado. Universidade Salvador – UNIFAC – BA. (2011).
CANEGHEM, Denise Van. Agressividade e Combatividade. Editora Zahar. Paris - França.Pg. 23. (1980)
CÉZAR, Neura; MAI, Marivone. Bullying e ambiente escolar: a necessária educação do afeto e das afetações. UFRGS – Porto Alegre, Brasil. (2015).
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APÊNDICES
APÊNDICE A
ENTREVISTA
INICIAIS: __________________________
IDADE: ___________________________
GÊNERO: _________________________
QUESTÕES SOBRE O BULLYING
1. De que forma você foi vítima do bullying?
2. Em algum momento você reagiu a esta agressão? De que forma? 
3. Qual foi o impulso que o levou ao ato do bullying?
APÊNDICE B
CARTA DE ANUÊNCIA
Ilmo Sr.
Diretor do Colégio Estadual.........
Solicitamos autorização institucional para realização da pesquisa intitulada O Ato do Bullying como Reação à Agressão sofrida a ser realizada no Colégio Estadual .............. pelos alunos do curso de Psicologia do Centro Universitário – UDC – Campus Vila A, Isabela Cristina Dal Moro Vargas; Jeferson Felipe Groff, sob orientação da Profª. Ms. Marisa Elizabete Cassaro Godoy com o(s) seguinte(s) objetivo(s): Identificar a existência do ato de bullying como forma de reação das vítimas à agressão sofrida, necessitando portanto, ter acesso aos dados a serem colhidos na instituição, através de entrevista semiestruturada com três questõese que serão realizadas com estudantes do colégio. Ao mesmo tempo, pedimos autorização para que o nome desta instituição possa constar no relatório final bem como em futuras publicações na forma de artigo científico.
Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em absoluto sigilo de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS/MS) 466/12 que trata da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Salientamos ainda que tais dados sejam utilizados tão somente para realização deste estudo.
Na certeza de contarmos com a colaboração e empenho desta Diretoria, agradecemos antecipadamente a atenção, ficando à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessário.
Foz do Iguaçu, _______ de _____________ de 2017.
______________________________ __________________________
 Acadêmicos Profª Me. Responsável
	( ) Concordamos com a solicitação
	( ) Não concordamos com a solicitação
____________________________
Prof. 
Diretoria da Instituição onde será realizada a pesquisa.
APÊNDICE C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Caro participante, convidamos você a participar da pesquisa intitulada “O ATO DO BULLYING COMO REAÇÃO À AGRESSÃO SOFRIDA” que foi desenvolvida pelos acadêmicos Isabela Cristina Dal Moro Vargas e Jeferson Felipe Groff do curso de Psicologia do Centro Universitário União Dinâmica das Cataratas – Vila A sob supervisão da Professora Mª Marisa Godoy.
O objetivo desse estudo é identificar a existência do uso do bullying como forma de reação das vítimas dessa agressão, verificar as formas de bullying sofridas por cada indivíduo e apontar a consequências negativas geradas pelo bullying. 
Você será convidado a responder questões referentes a pesquisa, abordando a temática do bullying, serão coletados dados sociodemográficos e será realizada uma entrevista contendo três questões. 
A entrevista será GRAVADA EM ÁUDIO a fim de auxiliar os pesquisadores no momento da realização da análise do conteúdo.
Para a coleta destes dados você será convidado a dedicar no máximo 1 (uma) hora do seu dia, em um único encontro a ser realizado no Colégio Estadual Cataratas do Iguaçu em dia e horário previamente agendados. 
A sua participação é voluntária onde você pode escolher retirar-se desse estudo a qualquer momento sem a necessidade de justificar-se ou sem qualquer penalidade sobre essa desistência. 
Seus dados serão coletados pela equipe participante dessa pesquisa e serão resguardados sobre sua confidencialidade, serão omitidas informações que possam identifica-lo e seus arquivos serão guardados em local chaveado, protegido de qualquer intervenção de outra pessoa não associada a pesquisa. 
Este termo permite que as informações coletadas sejam utilizadas somente para a realização desta pesquisa e para publicações científicas. Toda sua identidade será preservada, sendo a participação totalmente anônima. 
Após realizar a leitura deste termo estaremos a disposição para tirar qualquer dúvida existente sobre o processo.
___________________________ ___________________________ 
Isabela Cristina Dal Moro Vargas Jeferson Felipe Groff
(Acadêmica de Psicologia) (Acadêmico de Psicologia)
 
___________________________ ___________________________
Assinatura do Participante/RG Assinatura do Responsável/RG
FOZ DO IGUAÇU
2017
APÊNDICE D
QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO
Se alguma pergunta possibilitar mais de uma alternativa, indicar a mais adequada.
Não deixar nenhuma resposta em branco.
*Todas as respostas serão mantidas em sigilo absoluto e utilizadas apenas como dados da pesquisa.
Nome: _________________________________________________
01. Qual é o seu gênero?
(1) Masculino.			(2) Feminino. (3) Outro.
02. Qual sua idade?
(1) 12 a 14 anos. 	(2) 18 a 20 anos.		 (3) 15 a 17 anos. (4) 21 ou mais.
03. Que tipo de curso de ensino médio você concluirá?
(1) Ensino médio comum.			(2) Ensino profissionalizante.
(3) Magistério.		 (4) Outro. Qual? ____________________
04. Onde você cursou o ensino fundamental?
(1) Todo em escola pública.				(2) Todo em escola particular.
(3) Maior parte em escola pública.			(4) Maior parte em escola particular.
05. Exerceu atividade remunerada durante o período letivo do ensino médio?
(1) Não.			(2) Parcialmente. 			(3) Todo o ensino médio.
06. Em que ano você concluiu ou concluirá o ensino médio?
(1) 2017.				(2) 2018.				(3) 2019.
(4) 2020.					(5) 2021.
07. Você frequenta ou frequentou cursinho?
(1) Não.			(2) Sim, menos de um semestre.		(3) Sim, um semestre.
(4) Sim, um ano.		(5) Sim, mais de um ano.
08. Qual o tipo de cursinho que você frequenta ou frequentou?
(1) Nunca frequentei.		(2) Cursinho particular.
(3) Cursinho grátis.
(4) Outro. Qual?
09. Qual é sua participação na vida econômica da família?
(1) Não trabalho e meus gastos são pagos pela família.
(2) Trabalho e recebo ajuda financeira da família.
(3) Trabalho e sou responsável apenas pelo meu sustento.
(4) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da família.
10. Qual é sua profissão? ___________________________________
11. Pretende prestar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano?
(1) Sim.					(2) Não.
12. Se sim, qual a finalidade de prestar o ENEM 2017?
(1) Usar como nota auxiliar nos vestibulares de universidades públicas estaduais.
(2) Usar como nota parcial, integral ou auxiliar nos vestibulares de universidades particulares.
(3) Usar como nota parcial ou integral em universidade federal.

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