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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SETE LAGOAS/MG
 MARIA XXXX, inscrita no CPF n°: xxxxx, portador da célula de identidade xxx, solteira, profissão x, residente e domiciliado na Rua xx, n° xx, bairro xxx, cidade: Sete Lagoas, CEP: xx, estado de Minas Gerais, com endereço eletrônico xx@xx.com, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio da procuradora, abaixo subscrita, que recebe intimações no escritório localizado na Rua xx, n° xx, bairro xx, município de Sete Lagoas, sob o CEP xx, com endereço eletrônico xx@xx.com, que vos subscreve nos termos do art. 1.723 e 1.725 do Código Civil Brasileiro, ajuizar:
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL c/c PARTILHA DE BENS
em face de AMBRÓSIO XXX , inscrito no CPF nº: xxxxx, portador da célula de identidade, solteiro, comerciante, residente e domiciliado na Rua xx, n° xx, bairro xxx, cidade de Sete Lagoas, CEP: xx, estado de Minas Gerais, com endereço eletrônico xx@xx.com, pelos fatos e fundamentos a seguir:
1- DA TUTELA ANTECIPADA 
São requisitos para concessão de tutela antecipada o fundamento da demanda e o justificado receio de ineficácia do provimento final. Assim dispõem o CPC/15 que determina uma ação específica e algumas medidas para tal caso:
Art. 84- Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
Á vista disso, na presente ação encontra-se configurado o fumus boni iuris e o periculum in mora, respectivamente, o primeiro consiste, no fato de que além da existência do relacionamento, existe a clara existência do mutuo esforço na construção do patrimônio, que dá a autora um direito nítido a partilha dos bens. Quanto ao último, consiste na urgência da situação pois, existe a possibilidade que o réu de alguma maneira no decorrer do processo, esconda o patrimônio para que este não seja alcançado no fim da lide. Sendo assim, requer-se concessão da tutela antecipada para que o patrimônio declarado na presente exordial seja protegido.
2- DOS FATOS
A autora da lide em questão manteve com o réu um relacionamento amoroso por aproximadamente 5 (cinco) anos, relacionamento esse, que o réu era o único interessado em manter velado a terceiros.
O réu insistia sempre que o aspecto amoroso do relacionamento fosse escondido de todos, inclusive de amigos próximos, porém, uma relação que ultrapassa a barreira da amizade que o réu insistia em demonstrar, não conseguia enganar a todos, sendo que algumas pessoas conseguiam perceber o que Ambrósio insistia em esconder.
Durante o período que estiveram juntos, o réu cuja profissão de comerciante, viu sua vida financeira prosperar amealhando patrimônio avaliado em R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) , entre:
a) R$ 1.5000.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) em imóveis;
b) R$ 1.300.000,00 ( um milhão e trezentos mil reais) em veículos 
c) e uma quantia de R$ 2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil reais) em dinheiro depositados no Banco do Brasil S/A Ag. 0395-0 Conta xxxxx.
Faz-se necessário dizer que esse patrimônio fora construído conjuntamente com a autora, que na constância do relacionamento teve um papel importante de conselheira, o que inclusive era admitido a terceiros pelo réu, que mesmo velando o relacionamento amoroso, sempre fez questão a informar a todos que a autora era sua colaboradora em transações negociais.
A autora, movida a um grande sentimento em relação ao réu, mesmo sem entender a escusa deste em assumir o relacionamento, permaneceu na constância da relação aceitando que o réu mantivesse a união em sigilo.
Porém, mais tarde a autora veio descobrir que o réu possuía um outro relacionamento, inclusive que se encontrava quase noivo de outra senhorita, que reside em uma cidade próxima a Sete Lagoas, no qual, o réu sempre viajara para lá com a justificativa da frequência tratar-se de negócios.
Destarte, em virtude da descoberta da autora, não existe qualquer chance de reconciliação entre as partes, uma vez que o réu encontra-se em um relacionamento com outra pessoa e com receio de que este, ao esconder o relacionamento de terceiros, anule a existência de um relacionamento amoroso e a participação de Maria na construção do patrimônio, não resta outra alternativa senão a busca da autora por tutela jurisdicional, para ter reconhecida e dissolvida a união estável, assim como a partilha dos bens anteriormente descritos, que foram adquiridos de forma conjunta na constância da união estável.
3- DA AUDIÊNCIA PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO
De acordo com o art. 319, inciso VII, do CPC, a autora por meio deste tópico informa ter interesse em resolver a lide de forma consensual, a fim de concluir o litígio de forma célere.
4- DO DIREITO
4.1- Do Reconhecimento da União Estável
Conforme alhures citado nos fatos, a autora e o réu conviveram em união estável, mesmo que velada por iniciativa do réu, por um período de aproximadamente 5 (cinco) anos. A união estável é positivada pelo Direito brasileiro nos arts. 226, § 3° da Constituição Federal e no art. 1.723 do Código Civil que disciplinam respectivamente:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
[...]
 § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
É sabido que para o reconhecimento da União Estável faz-se necessário preenchimento dos requisitos elencados no art. 1.723 do Código Civil, inclusive a publicidade do relacionamento.
Roberto Senise Lisboa (2013, p.213), em sua obra aduze o seguinte sobre a União estável; “União estável é a relação intima e informal, prolongada no tempo e assemelhada ao vinculo decorrente do casamento civil, entre sujeitos de sexos diversos (conviventes ou companheiros), que não possuem qualquer impedimento matrimonial entre si.”
Ressalta-se que o animus da autora em relação ao relacionamento, sempre fora baseado na intenção de que fosse público, e esse animus fora regido pela boa fé, que é definido por Paulo Luiz Netto Lôbo (2002) como;
a boa-fé objetiva é regra de conduta dos indivíduos nas relações jurídicas obrigacionais. Interessam as repercussões de certos comportamentos na confiança que as pessoas normalmente neles depositam. Confia-se no significado comum, usual, objetivo da conduta ou comportamento reconhecível no mundo social. A boa-fé objetiva importa conduta honesta, leal, correta. É a boa-fé de comportamento
Vê-se que a publicidade da união, só não fora admitida em razão do réu encontrar-se em um relacionamento com uma outra senhorita.
Aduzido esses argumentos, entende-se que a autora possui direitos de reconhecimento da União Estável uma vez que, conviveu com um réu num relacionamento amoroso, com animus de publicidade e constituir família, regido pela boa fé da autora.
4.2- Dissolução Da União Estável
Deferida a decisão de reconhecimento de União Estável, faz-se necessário homologar judicialmente a Declaração da Dissolução da União Estável.
4.3- Partilha Dos Bens
Ao analisar a possibilidade da partilha dos bens faz-se necessário levar em conta a falta de preenchimento do requisito “publicidade”, sendo possível fazer um paralelo da situação estabelecida com casos de concubinato, que não podem ser declarados União Estável uma vez que, o matrimônio é impedimento de união estável, assim como, a falta de publicidade descaracteriza a União Estável.
Através desse ponto de vista,é cabível analisar os seguintes julgados:
“O concubinato, só por si, não gera direito a partilha. Necessário que EXISTA PATRIMÔNIO CONSTITUÍDO PELO ESFORÇO COMUM. daí não se segue, entretanto, que indispensável seja direta essa contribuição para formar o patrimônio. a indireta, ainda que eventualmente restrita ao trabalho doméstico, poderá ser o bastante" (REsp 1.648/RJ, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ de 16/4/1990). 
"CONCUBINATO. SOCIEDADE DE FATO. PARTILHA DOS BENS HAVIDOS MEDIANTE ESFORÇO COMUM. Para a ocorrência da sociedade de fato, não há mister que a contribuição da concubina se dê necessariamente com a entrega de dinheiro ao concubino; admite-se para tanto que a sua colaboração possa decorrer das próprias atividades exercidas no recesso do lar (administração da casa, criação e educação dos filhos). Precedentes. Recurso especial conhecido pela alínea c e provido parcialmente." (REsp 20.202/SP, Rel. Min. Barros Monteiro, DEJ de 10/10/1994). 
“DIREITO DAS FAMÍLIAS. UNIÃO ESTÁVEL CONTEMPORÂNEA A CASAMENTO. UNIÃO DÚPLICE. POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO FACE ÀS PECULIARIDADES DO CASO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Ao longo de vinte e cinco anos, a apelante e o apelado mantiveram um relacionamento afetivo, que possibilitou o nascimento de três filhos. Nesse período de convivência afetiva - pública, contínua e duradoura - um cuidou do outro, amorosamente, emocionalmente, materialmente, fisicamente e sexualmente. Durante esses anos, amaram, sofreram, brigaram, reconciliaram, choraram, riram, cresceram, evoluíram, criaram os filhos e cuidaram dos netos. Tais fatos comprovam a concreta disposição do casal para construir um lar com um subjetivo ânimo de permanência que o tempo objetivamente confirma. Isso é família. O que no caso é polêmico é o fato de o apelado, à época dos fatos, estar casado civilmente. Há, ainda, dificuldade de o Poder Judiciário lidar com a existência de uniões dúplices. Há muito moralismo, conservadorismo e preconceito em matéria de Direito de Família. No caso dos autos, a apelada, além de compartilhar o leito com o apelado, também compartilhou a vida em todos os seus aspectos. Ela não é concubina - palavra preconceituosa - mas companheira. Por tal razão, possui direito a reclamar pelo fim da união estável. Entender o contrário é estabelecer um retrocesso em relação a lentas e sofridas conquistas da mulher para ser tratada como sujeito de igualdade jurídica e de igualdade social. Negar a existência de união estável, quando um dos companheiros é casado, é solução fácil. Mantém-se ao desamparo do Direito, na clandestinidade, o que parte da sociedade prefere esconder. Como se uma suposta invisibilidade fosse capaz de negar a existência de um fato social que sempre aconteceu, acontece e continuará acontecendo. A solução para tais uniões está em reconhecer que ela gera efeitos jurídicos, de forma a evitar irresponsabilidades e o enriquecimento ilícito de um companheiro em desfavor do outro.” - Tribunal de Justiça de Minas Gerais, julgado em 20 de novembro de 2008 e publicado em 10 de dezembro de 2008, Apelação Cível n° 1.0017.05.016882-6/003 – Comarca de Almenara – Relatora: Desembargadora Maria Elza.
Portanto, assim como fora assinalado nos fatos vê-se que, é notória a participação da autora na construção do patrimônio do réu uma vez que, este mesmo admitia para todos a contribuição da autora em suas transações negociais.
Sobre a partilha de bens no regime da União Estável, o art.1.725 do Código Civil diz que; “Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.”
Não resta dúvidas sobre o direito da autora em requerer a partilha e que esta seja feita sob a égide da Comunhão Parcial de Bens.
4.4- DOS BENS
Na constância da união e mediante esforços mútuos, fora adquirido pelo casal:
a) Imóvel avaliado em R$ 1.500.00,00 (um milhão e quinhentos mil reais), n°xx, situado na rua xxxxxx, com área útil de xxx m², conforme descrito na matrícula n° xxxxx registrado no xx° Ofício de Registro de Imóveis de Sete Lagoas.
b) Veículos marca xxx, ano xxx, cor xxx, placa xxxxxx, CHASSI xxxxxxxxx. No valor de R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais)
c) Conta bancária com valor em torno de R$ 2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil reais) Banco do Brasil, Agência 0395-0 , Conta Corrente xxxxx.
Como anteriormente exposto, considerando o regime da comunhão parcial de bens, os bens serão partilhados em 50% (cinquenta por cento) para cada um. Sendo assim estabelecido que a autora receba o equivalente a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais)
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto requer a Vossa Excelência:
1) A concessão da tutela antecipada para que o patrimônio declarado na presente exordial seja protegido, nos termos do art. 303 do CPC/15;
2) A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015; 
3) Determinar a citação do réu, com base no § 2° do art. 172 do CPC para que este ofereça resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia
4) Julgar procedente o reconhecimento da união estável conforme demonstrado, com data inicial em xx/xx/xxxx; 
5) Homologar o pedido de dissolução da união estável, com data em xx/xx/xxx
6) Que seja julgado procedente a partilha de bens, com base no art. 1725 do Código Civil, no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais).
7) A condenação do requerido para pagar as custas e honorários advocatícios nos termos dos arts 85 e 546 do CPC/2015, sobre o valor da condenação.
DO VALOR DA CAUSA
Atribui-se à causa o valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), nos termos do art. 292, VI, CPC.
DAS PROVAS 
Requer provar o alegado por todos os meios de provas previstos em lei.
Nestes termos,
Pede-se e espera deferimento.
Sete Lagoas, xx de xxxx de xxxx.
__________________________________________________
Advogado
OAB/MG
Aluna: Katrynne Silva da Mata
Matrícula: 034565
8° Período E

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