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1 Curso de NR-10 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 2017 2 Engº Luciano Miyata Fone: (16) 98200–5957 eng.luciano.miyata@gmail.com 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE ................................. 7 2 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE ........... 8 2.1 O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMOS E EFEITOS ............................................. 8 2.2 ARCOS ELÉTRICOS, QUEIMADURAS E QUEDAS ............................................ 10 2.2.1 Arco elétrico ou voltaico ................................................................................................. 10 2.2.2 Queimaduras...................................................................................................................... 11 2.3 CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS ............................................................................. 12 3 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO ..................................................................... 12 4 MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO ELÉTRICO ........................................ 15 4.1 DESENERGIZAÇÃO ....................................................................................................... 15 4.1.1 Instalações Desenergizadas ........................................................................................... 16 4.1 Autorização para reenergização .................................................................................. 17 4.1.5 Segurança em Instalações Elétricas Energizadas ................................................... 17 4.2 ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN / TT / IT); DE PROTEÇÃO; TEMPORARIO. ................................................................................................................. 18 4.2.1 Aterramento funcional.................................................................................................... 21 4.2.2 Aterramento de proteção ............................................................................................... 22 4.2.3 Aterramento temporário ................................................................................................ 23 4.2.4 Os esquemas TN, TT e IT .............................................................................................. 23 4.2.4.1 Esquema TN ....................................................................................................................... 24 4.3 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO ........................................................................................... 33 4.4 SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DA ALIMENTAÇÃO ............................... 36 4.5 DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA ............................................................... 36 4.6 EXTRA-BAIXA TENSÃO; ............................................................................................. 39 4.7 BARREIRAS INVÓLUCROS ........................................................................................ 40 4.8 BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS ............................................................................... 42 4.9 OBSTÁCULOS E ANTEPAROS .................................................................................. 43 4.10 ISOLAMENTOS DAS PARTES VIVAS ..................................................................... 44 4.11 ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA .................................................................... 45 4.12 COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE ......................................................................... 47 4.13 SEPARAÇÕES ELÉTRICAS. ........................................................................................ 48 5 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS – NBR DA ABNT: NBR-5410, NBR 14039 E OUTRAS. ........................................................................................................... 48 6 REGULAMENTAÇÕES DO MTE ............................................................................ 50 4 6.1 NORMAS REGULAMENTADORAS.......................................................................... 50 6.2 NR-10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE ............................................................................................................... 52 6.3 QUALIFICAÇÕES, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO. . 52 7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................................... 55 8 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................................. 56 9 ROTINAS DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS. .......................................... 58 9.1 INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS; ...................................................................... 61 9.1.1 Seccionamento ................................................................................................................... 61 9.1.2 Impedimento de reenergização .................................................................................... 62 9.1.3 Constatação da ausência de tensão ............................................................................. 63 9.1.4 Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos ................................................................................................. 64 9.1.5 Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada ................. 65 9.2 SINALIZAÇÃO.................................................................................................................. 65 9.3 LIBERAÇÕES PARA SERVIÇOS ................................................................................ 65 9.4 INSPEÇÕES DE AREAS, SERVIÇOS, FERRAMENTAL E EQUIPAMENTO. .. 65 9.4.1 Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos. ......................................... 66 9.4.2 Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização ............................................................................................. 66 9.4.3 Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais ............................................................................................................................ 66 9.4.4 Remoção da sinalização de impedimento de reenergização ................................ 66 9.4.5 Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento. ... 66 10 DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. .................................. 67 10.1 EMPRESAS COM CARGAS MENORES QUE 75KW ........................................... 67 10.2 EMPRESAS COM CARGA INSTALADA SUPERIOR A 75KW ........................ 67 10.3 EMPRESAS QUE OPERAM EM INSTALAÇÕES OU EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA ............................................................... 68 10.4 EMPRESAS QUE REALIZAM TRABALHOS EM PROXIMIDADE DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA ...................................................................... 69 10.5 PRONTUÁRIO ................................................................................................................... 69 11 RISCOS ADICIONAIS. ................................................................................................. 69 11.1 ALTURA .............................................................................................................................. 70 11.2 AMBIENTES CONFINADOS ........................................................................................ 72 11.3 ÁREAS CLASSIFICADAS ............................................................................................. 74 11.3.1 Instalações elétricasem ambientes explosivos ......................................................... 76 5 11.4 UMIDADE ........................................................................................................................... 78 11.5 CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS. ................................................................................. 79 12 PROTEÇÕES A COMBATE A INCENDIOS ........................................................ 83 12.1 NOÇÕES BÁSICAS.......................................................................................................... 84 12.1.1 Combustão .......................................................................................................................... 84 12.1.2 Triângulo do fogo ............................................................................................................. 85 12.1.3 Tetraedro do fogo ............................................................................................................. 86 12.1.4 Propagação do fogo .......................................................................................................... 87 12.2 MEDIDAS PREVENTIDAS ........................................................................................... 89 12.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO........................................................................................... 90 12.3.1 São métodos eficientes para a extinção do fogo ...................................................... 90 12.3.2 Classes de incêndios ......................................................................................................... 92 12.4 PRÁTICA ............................................................................................................................. 95 12.4.1 Aparelhos extintores ........................................................................................................ 95 12.4.2 Sistema preventivo fixo ................................................................................................. 101 12.4.3 Alarme e detectores ....................................................................................................... 103 13 ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA ............................................................... 105 13.1 CAUSAS DIRETAS E INDIRETAS ........................................................................... 105 13.1.1 Choque elétrico ............................................................................................................... 106 13.1.2 Arco voltaico .................................................................................................................... 107 13.1.3 Campo eletromagnético ................................................................................................ 108 13.1.4 Riscos de queda ............................................................................................................... 109 13.1.5 Riscos no transporte e com equipamentos .............................................................. 110 13.1.6 Riscos de ataques de insetos ........................................................................................ 111 13.1.7 Ataque de animais .......................................................................................................... 112 13.1.8 Riscos ambientais fechados ......................................................................................... 112 13.1.9 Riscos ergonômicos ........................................................................................................ 113 13.1.10 Outros riscos .................................................................................................................... 114 14 PRIMEIROS SOCORROS ......................................................................................... 116 14.1 NOÇÕES SOBRE LESÕES .......................................................................................... 117 14.1.1 Contusão ............................................................................................................................ 117 14.1.2 Ferida ................................................................................................................................. 118 14.1.3 Ferida Venenosa ............................................................................................................. 118 14.1.4 Esmagamento................................................................................................................... 119 14.1.4.5 Choque ............................................................................................................................... 119 14.1.6 Hemorragia ...................................................................................................................... 119 6 14.1.7 Queimadura ..................................................................................................................... 120 14.1.8 Distorção ........................................................................................................................... 121 14.1.9 Luxação ............................................................................................................................. 121 14.1.10 Fratura ............................................................................................................................... 121 14.1.11 Irradiação Atômica ........................................................................................................ 123 14.2 PRIORIZAÇÃO DO ATENDIMENTO ...................................................................... 123 14.2.1 Avaliação das condições gerais da vitima ............................................................... 123 14.3 APLICAÇÕES DE RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL ................................................... 124 14.3.1 Respiração ........................................................................................................................ 124 14.3.2 Abertura das vias respiratórias ................................................................................. 124 14.3.3 Respiração artificial....................................................................................................... 125 14.3.4 Procedimentos ................................................................................................................. 125 14.4 MASSAGENS CARDIACA: ........................................................................................ 126 14.4.1 Massagem cardíaca ........................................................................................................ 127 14.4.2 Procedimento ................................................................................................................... 128 14.4.3 Avaliação da circulação sanguínea ........................................................................... 128 15 RESPONSABILIDADES ............................................................................................. 133 7 1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE A décima Norma Regulamentadora do trabalho urbano cujo título é Instalações e Serviços em Eletricidade estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A NR 10 tem a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 170 a 181 da CLT, descritos abaixo: Art.179. O ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia. Art. 180. Somente profissional qualificado poderá instalar operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas. Art. 181. Os que trabalharem em serviço de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentes por choque elétrico. A eletricidade é um agente de risco, grande causador de acidentes, cujas vítimas não são apenas os profissionais que operam os sistemas elétricos, mas também os usuários comuns que utilizam como fonte de energia presente nos transformadores, motores, ferramentas, computadores e outros equipamentos destinados para diferentes aplicações. Figura 1 – Segurança com Eletricidade A eletricidade sendo uma manifestação de energia é difícil de ser controlada, exigindo que os requisitos de segurança sejam parte integrante dos processos, em suas diferentes etapas, começando pelo projeto e passando pela execução, operação, manutenção, reforma e ampliação das instalações e serviços. Desta forma todos os serviços devem ser executados por pessoal qualificado, com o instrumental adequado e em boas condições de uso atendendo aos manuais dos fabricantes, normas técnicas e procedimentos internos da empresa. 8 2 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE A eletricidade pode causar acidentes e incêndios. Os acidentes podem ocorrer quando as pessoas tocam na parte de uma unidade eletrificada. Mesmo o contato com uma parte não eletrificada pode causar acidentes sérios, caso o isolamento não for de boa qualidade. No caso de formação de arco elétrico, poderão ocorrer queimaduras e danos à vista. 2.1 O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMOS E EFEITOS O choque elétrico é um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem da corrente elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo onde ele tornar-se parte do circuito elétrico, onde há uma diferença de potencial suficiente para vencer a resistência elétrica pelo corpo. Embora tenhamos dito, no parágrafo acima que o circuito elétrico deva apresentar uma diferença de potencial capaz de vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo humano, o que determina a gravidade do choque elétrico é a intensidade da corrente circulante pelo corpo. O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano é outro fator que determina a gravidade do choque, sendo os choques elétricos de maior gravidade aqueles em que a corrente elétrica passa pelo coração. Figura 2 – Caminhos percorridos pela corrente elétrica O choque elétrico pode ocasionar contrações violentas dos músculos, a fibrilação ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar ao óbito como efeito indireto as quedas e batidas etc. A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor pequeno, normalmente acima de 30 mA e circular por um período de tempo relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Daí a necessidade de uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo. A morte por asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair titanicamente, cessando assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a três minutos, ocorrerão lesões cerebrais e possível morte. 9 A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente da ordem de 15mA que circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A fibrilação ventricular é uma disritmia do coração, que não possibilitando desta forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. Figura 3 – Fibrilação Ventricular O coração raramente se recupera por si só da fibrilação ventricular. No entanto, se aplicarmos um desfibrilador, a fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do coração pode ser restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a aplicação da massagem cardíaca permitirá que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o desfibrilador, na ausência do desfibrilador deve ser aplicada a massagem cardíaca até que a vítima receba socorro especializado. Além da ocorrência destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto superficiais, na pele, como profundas, inclusive nos órgãos internos. Figura 4 - Queimaduras Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que, muito embora não acarretem de uma forma direta lesões, fatais ou não, como vimos nos parágrafos anteriores, poderão originá-las, contudo, de maneira indireta. 10 A contração do músculo poderá levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-se com alguma superfície, sofrendo assim, contusões, ou mesmo, uma queda, quando a vítima estiver em um local elevado. Intensidade da Efeito corrente elétrica I < 1 mA Não sente nada 1mA ≤ I ≤ 5mA Contração muscular leve 5mA ≤ I ≤ 25mA Contração muscular com dor Corrente de não largar 25mA ≤ I ≤ 100mA Fibrilação ventricular I ˃ 100mA Asfixia imediata Vários ampéres Queimaduras Figura 5 – Tabela do Efeito da Corrente Elétrica Uma grande parcela dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de batidas e quedas. 2.2 ARCOS ELÉTRICOS, QUEIMADURAS E QUEDAS O arco elétrico é a passagem da corrente elétrica pelo ar criando temperaturas de até 20.000 graus Celsius. 2.2.1 Arco elétrico ou voltaico O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo da corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido quando da conexão e desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito, provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. Figura 6 – Arco Elétrico O arco elétrico possui energia suficiente para queimar as roupas e provocar incêndio, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas. 11 2.2.2 Queimaduras A corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento cutâneo. Por esse motivo, as vítimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria dos casos queimaduras. Figura 7 – Marcas da Corrente Devido à alta resistência da pele, a passagem de corrente elétrica produz alterações estruturais conhecidas como “marcas de corrente”. As características, portanto, das queimaduras provocadas pela eletricidade diferem daquelas causadas por efeitos químicos térmicos e biológicos. Em relação às queimaduras por efeito térmico, aquelas causadas pela eletricidade são geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente poderá destruir as terminações nervosas. Não significa, porém, que sejam menos perigosas, pois, elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou a descarga. Figura 8 – Queimaduras A passagem da corrente elétrica através de um condutor cria o chamado efeito joule, ou seja, uma quantidade de energia elétrica é transformada em calor. Essa energia (Watts) varia de acordo com a resistência que o corpo oferece à passagem da corrente elétrica com a intensidade da corrente elétrica e com o tempo de exposição. É importante destacar que não há necessidade de contato direto da pessoa com partes energizadas. A passagem da corrente poderá ser devida a uma descarga elétrica em caso de proximidade do indivíduo com partes eletricamente carregadas. A eletricidade pode produzir queimaduras por contato, queimaduras por arcovoltaico, queimaduras por radiação, em arcos produzidos por curtos-circuitos, e queimaduras por vapores metálicos. 12 2.3 CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS É gerado quando da passagem da corrente elétrica nos meios condutores. O campo eletromagnético está presente em inúmeras atividades humanas, tais como telefonia celular e fornos de micro-ondas. Figura 9 – Campo Eletromagnético Os trabalhadores que interagem com Sistema Elétrico de Potência estão expostos ao campo eletromagnético, quando da execução de serviços em linhas de transmissão aérea e subestações de distribuição de energia elétrica, nas quais se empregam elevados níveis de tensão e corrente. Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo eletromagnético são de natureza elétrica e magnética. Onde o empregado fica exposto ao campo onde seu corpo sofre uma indução, estabelecendo um diferencial de potencial entre o empregado e outros objetos inerentes às atividades. Figura 10 – Campo Elétrico Cuidados especiais devem ser tomados por trabalhadores ou pessoas que possuem em seu corpo aparelhos eletrônicos, tais como marca passo, aparelhos auditivos dentre outros, pois seu funcionamento pode ser comprometido na presença de campos magnéticos intensos. 13 3 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e respectivos procedimento de trabalho. Figura 11 – Análise de Riscos O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível. Existem diversas ferramentas de análise de risco disponíveis para que permitam identificar cenários indesejáveis, segurança intrínseca do sistema, procedimentos operacionais entre outras condições necessárias para garantir a segurança da operação, são elas as seguintes. ART – Análise de Risco do Trabalho. APP – Análise Preliminar de Perigos. HAZOP – Hazard and Operarability. FEMEA – Análise de Modos e Falhas de Sistemas. 14 Dependendo da complexidade, as ferramentas de análise de riscos permitem identificar desde os riscos envolvendo aspectos operacionais até situações mais complexas envolvendo o conceito de segurança da instalação. Figura 12 – ART A escolha da ferramenta adequada vai depender do aprofundamento do estudo desejado. Lembre-se, a garantia de segurança de uma operação será estabelecida quando for possível estabelecer uma operação e um processo seguro. 15 4 MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO ELÉTRICO Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho. As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho. Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletivas aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. Na impossibilidade de se implementar a desenergização elétrica e o uso da tensão de segurança, devem ser utilizados outras medidas de proteção coletiva, tais como a isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do religamento automático. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta deve atender às Normas Internacionais vigentes. 4.1 DESENERGIZAÇÃO É o processo de desligar a energia elétrica de uma instalação ou equipamento para fins de manutenção ou serviço. Figura 13 - Desenergização 16 4.1.1 Instalações Desenergizadas Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecidas a sequência abaixo. a) Seccionamento. b) Impedimento de reenergização. c) Constatação da ausência de tensão. d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos. e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I). f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. Figura 14– Sequência de Desenergização 17 4.1.2 Autorização para reenergização O estado de instalação desenergizadas deve ser mantido até a autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos a seguir. a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização, e e) Destravamento se houver a religação dos dispositivos de seccionamento. As medidas apresentadas nos dois itens anteriores podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item seguinte. 4.1.5 Segurança em Instalações Elétricas Energizadas O Item 10.6.1 da NR-10 tem a seguinte redação, as intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente continua somente podem ser realizadas por trabalhadores que sejam habilitados, qualificados, capacitados e autorizados. Figura 15 – Qualificação dos Trabalhadores 18 O item 10.6.1.1 da NR-10 tem a seguinte redação, os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de segurança para trabalho com Instalações Elétricas energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas pela NR -10. Figura 16 - Treinamento O item 10.6.1.2 da NR-10 tem a seguinte redação, as operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida. 4.2 ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN / TT / IT); DE PROTEÇÃO; TEMPORARIO. O aterramento é a principal medida de segurança adotada em instalações elétricas, e se caracteriza pela ligação à terra das partes metálicas da instalação ou dos equipamentos, como tubulações ou carcaças de máquinas, e que, em condições normais de utilização, não estãoenergizados. O objetivo do aterramento é eliminar, através do solo, as correntes perigosas ao ser humano e aos animais, com base na capacidade da terra em absorver cargas elétricas. Figura 17 - Aterramento A preocupação com o aterramento é uma recomendação que se repete, várias vezes, ao longo do texto desta Norma. 19 Na prática, são utilizados condutores nus, hastes ou tubos de aterramento, barras ou placas metálicas, como eletrodos de aterramento, que devem ser aprovados e dimensionados, adequadamente, para sua especifica aplicação. Figura 18 – Caixa de aterramento Os itens usados para o aterramento deverão ter manutenção apropriada, além de serem examinados sempre, antes de serem utilizados. Figura 19 - Componentes do Aterramento O valor da resistência de aterramento deve atender as condições de proteção e de funcionamento das instalações elétricas, de acordo com esquema de aterramento utilizado. 20 Devem ser observadas as normas técnicas oficiais ou, na falta dessas, as normas internacionais vigentes. Figura 20 - Megômetro Tipo Alicate A empresa deve contratar profissional habilitado para realizar inspeção periódica do sistema de aterramento de acordo com ABNT-NBR-5410, todos os circuitos devem ser aterrados, pois eles garantem a proteção dos profissionais e assegura o bom funcionamento de dispositivos voltados à Proteção Elétrica Contra Choques Elétricos, por exemplo o Dispositivo Residual (DR). Figura 21 – Medição com Megômetro Alicate Pode-se classificar o aterramento em três tipos, do ponto de vista da proteção dos profissionais que interagem com eletricidade, conforme mostraremos s seguir. 21 4.2.1 Aterramento funcional O aterramento funcional garante o bom funcionamento do sistema elétrico, normalmente, o neutro na entrada de energia é aterrado. Figura 22 – Aterramento Funcional Trata-se de uma prática solicitada, em especial, pelas concessionárias de energia. Figura 23 – Cabo azul é o neutro A caixa de entrada tem três fase ligadas na chave seccionadora com são os cabos pretos, um neutro azul ligado na barra de neutro e o cabo terra que é verde ligado na barra de terra. 22 As companhias de energia elétrica exigem que o neutro seja aterrado na caixa de entrada das instalações elétricas, garantindo desta forma que o seu potencial seja zero. Figura 24 – Aterramento do neutro na entrada 4.2.2 Aterramento de proteção Esse aterramento visa à proteção contra choques elétricos. Figura 25 – Aterramento de Proteção Deste modo, todas as massas e elementos metálicos de uma instalação são aterrados. Em função dos dispositivos instalados e da forma de execução do aterramento de proteção, ele pode ser dividido em esquemas, como TN, TT e IT. 23 4.2.3 Aterramento temporário O aterramento temporário consiste em um sistema complementar, visando garantir a segurança dos profissionais que interagem com eletricidade. Figura 26 – Aterramento Temporário É composto por um kit de grampos, condutores e conectores especialmente projetados para isso. 4.2.4 Os esquemas TN, TT e IT Na classificação dos esquemas de aterramento é utilizada a seguinte simbologia. Primeira letra – Situação da alimentação em relação à terra T = um ponto diretamente aterrado. I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de impedância. Segunda letra – Situação das massas da instalação elétrica em relação à Terra. T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento eventual de um ponto da alimentação. N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado em corrente alternada, o ponto aterrado é normalmente o ponto neutro. Outras letras – Disposição do condutor neutro e do condutor de proteção. S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos; C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor condutor PEN. 24 4.2.4.1 Esquema TN No esquema TN, as massas da instalação são ligadas à terra por meio do condutor de proteção (PE). O esquema TN pode ser divido em TN-S, TN-C e TN-C-S. 4.2.4.1.1 Esquema TN-S É quando as funções de neutro e proteção são realizadas por condutores separados. Figura 27 – Esquema TN-S O esquema da figura 24 é semelhante ao esquema da figura 23 mudando somente alguns detalhes técnicos. Figura 28 - TN-S 25 Exemplo de Instalação tipo TN-S: no qual o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos. T= um ponto diretamente aterrado, que é o condutor neutro. N= massa ligada ao ponto da alimentação aterrado, que é o condutor neutro. S= função de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos. Como o fio terra é independente, a carcaça do chuveiro está imune das possíveis perturbações existentes no fio neutro. Qualquer projetista deve sempre optar pela instalação tipo TN-S, que é a melhor, e confere maior segurança humana. Figura 29 – Exemplo TN-S 4.2.4.1.2 Esquema TN-C É quando as funções de neutro e proteção forem realizadas pelo mesmo condutor. Figura 30 – Esquema TN-C 26 O esquema da figura 25 é semelhante ao esquema da figura 26 mudando somente alguns detalhes técnicos. Figura 31 – TN-C Exemplo de Instalação tipo TN-C: no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor, na totalidade do esquema. T=um ponto diretamente aterrado, que é o condutor neutro. N= massa ligada ao ponto da alimentação aterrado, que é o condutor neutro. C= função de neutro e de proteção combinadas em um único condutor PEN. Figura 32 – Exemplo de TN-C 27 Instalação tipo TN-C: no qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor, na totalidade do esquema. T= um ponto diretamente aterrado, que é o condutor neutro. N= massa ligada ao ponto da alimentação aterrado, que é o condutor neutro. C= função de neutro e de proteção combinadas em um único condutor PEN. Figura 33 – Esquema TN-C A excessiva umidade da área do box contamina as conexões do plugue na tomada, com o tempo criam-se limos e fungos, possibilitando a fuga de corrente, que ocorre mesmo com o chuveiro desligado. A fuga de corrente pode provocar um curto-circuito Figura 34 – Instalação sem terra 28 Esta instalação tem os problemas da anterior, porém, neste caso o terra da carcaça foi feito com o fio neutro (instalação TN-C), se a quebra do fio fase dentro do chuveiro energizar a carcaça metálica, a corrente de curto-circuito retorna pelo neutro obrigando o disjuntor a abrir o circuito. Figura 35 – Consequência de usar o neutro como terra Esta instalação tem alguns riscos adicionais. Se durante a limpeza ou manutenção do chuveiro o plugue é virado, a carcaça é energizada, porque o neutro vira fase. Figura 36 - Outras consequênciasde se usar o neutro como terra Outro risco ocorre se em algum lugar da instalação (antes do plugue) houver ruptura ou mau contato do fio neutro, deixando a carcaça do chuveiro energizada, isto quando o mesmo estiver em água corrente(ligado), porque o potencial chega na carcaça pelo “terra”. Este problema é típico de toda instalação do tipo TN-C. 29 4.2.4.1.3 Esquema TN-C-S É quando o esquema é misto, teremos TN-C na entrada de energia e TN-S a partir da entrada de energia. Para identificar o esquema de aterramento, basta observar a existência ou não do cabo de proteção PE, normalmente na cor verde, Conforme recomendação da ABNT NBR- 5410/2005. Caso esse cabo não exista, pode-se considerar o esquema como TN-C. Porém, é necessário aterrar o neutro, caso contrário, o sistema não possui aterramento. Figura 37 – Esquema TN-C-S O esquema da figura 27 é semelhante ao esquema da figura 28 mudando somente alguns detalhes técnicos. Figura 38 – TN-C-S 30 Exemplo de Instalação tipo TN-C-S=em parte do qual as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor. T= um ponto diretamente aterrado, que é o condutor neutro. N= massa ligada ao ponto da alimentação aterrado, que é o condutor neutro. C= função de neutro e de proteção combinadas em um único condutor PEN. S= funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos. Para evitar o problema da possível virada do plugue, que deixa a carcaça do chuveiro energizada, liga- se o fio terra no fio neutro atrás da tomada. Figura 39 – Exemplo de esquema TN-C-S 31 4.2.4.2 Esquema TT No esquema TT, o neutro da fonte é aterrado e independe do aterramento das massas das instalações. Nessa configuração, recomenda-se a utilização de dispositivos residuais (DR), pois, como a corrente fase/massa é baixa em razão da alta resistência da terra, isso dificulta sua detecção pelos dispositivos de proteção convencionais. Figura 40 – Esquema TT Nesse esquema a fonte é aterrada (N) e a massa metálica da carga tem um terra separado e próprio (PE). Figura 41 - TT 32 4.2.4.3 Esquema IT O esquema IT é utilizado, normalmente, em locais onde uma falha inicial não deve interromper a alimentação de locais críticos; por exemplo, centros cirúrgicos. Nesse esquema, uma impedância de alto valor é inserida para aterrar a fonte. Figura 42 – Esquema IT O esquema da figura 30 é semelhante ao esquema da figura 31 mudando somente alguns detalhes técnicos. Figura 43 - IT 33 4.3 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO É o procedimento que consiste na interligação de elementos específicos visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Figura 44 – Caixa de Equipotencialização Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas aos condutores de proteção. Figura 45 – BEP Barramento de Equipotencialização Principal 34 Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições especificadas, e tantas equipotencializações suplementares quantas forem necessárias. Figura 46 – Barra de Equipotencialização Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um mesmo único eletrodo de aterramento. Figura 47 – Caixa de Equipotencialização 35 Isso sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou compatibilidade eletromagnética. Figura 48 - Massas Aterradas Massas simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. Figura 49 – Aterramento Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se façam necessárias para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. 36 4 SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DA ALIMENTAÇÃO O princípio do seccionamento automático da alimentação, sua relação com os diferentes esquemas de aterramento e aspectos gerais referentes à sua aplicação e as condições em que se torna necessária proteção adicional. O seccionamento automático possui um dispositivo de proteção que deverá seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele protegido sempre que uma falta (contato entre parte viva e massa, entre parte viva e o condutor de proteção e ainda entre partes vivas) no circuito ou equipamento der origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção, levando-se em conta o tempo de exposição à tensão de contato. Figura 50 – Dispositivo de Proteção Cabe salientar que estas medidas de proteção requer a coordenação entre o esquema de aterramento adotado e as características dos condutores e dispositivos de proteção. O seccionamento automático é de suma importância em relação a proteção de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais, proteção do sistema com altas temperaturas e arcos elétricos, quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para circuito, proteção contra correntes de curto-circuito e proteção contra sobre tensões. 4.5 DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA O dispositivo diferencial-residual (DR) tem como principal função proteger as pessoas contra faltas à terra, resguardando-as contra o choque elétrico. Figura 51 - DR 37 A corrente diferencial-residual percorre os condutores vivos de um determinado circuito e, como não existe isolação perfeita, sempre existirá corrente de fuga. O disposto DR monitora essa corrente e caso ofereça risco à integridade das pessoas, secciona a alimentação. A norma ABNT-NBR-5410 estabelece que as pessoas devam ser protegidas contra choques elétricos, seja um risco por contato acidental com parte viva ou por falhas que possam colocar uma massa acidentalmente sobtensão. Para obter proteção contra choque elétrico, deve-se utilizar dispositivo diferencia-residual de, no máximo, 30 mA. A norma NBR-5410 informa, a titulo de advertência, no item 6.5.4.10. NBR-5410 Nunca desative ou remova a chave automática de proteção contra choques elétricos (dispositivos DR) mesmo em caso de desligamentos sem causa aparente. Se os desligamentos forem frequentes e, principalmente, se as tentativas de religar a chave não tiverem êxito, isso significa, muito provavelmente, que a instalação elétrica apresenta anomalias internas, que só podem ser identificadas e corrigidas por profissionais qualificados. A desativação ou remoção da chave significa a eliminação de medida protetora contra choques elétricos e risco de vida para os usuários da instalação. NOTAS DA ABNT-NBR-5410 Exigência de proteção por DR a tomadas com corrente nominalde até 32 A. Admita-se a não utilização do DR em circuitos de iluminação nos locais de habitação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50 m. A exigência não se aplica a circuitos de instalação concebidos em esquema IT, visando garantir a continuidade de serviço, quando essa continuidade for indispensável à segurança das pessoas e à preservação de vidas, como, por exemplo, na alimentação de salas cirúrgicas ou de serviços de segurança. Figura 52 – Esquema IT 38 Esquema IT Médico RDI BENDER Um fornecimento de energia confiável é condição essencial para o bom funcionamento de equipamentos eletro médicos. Isto, aliado ao fato de que qualquer falha de energia coloca em risco a vida, impõe rígidos requisitos para a segurança e confiabilidade de instalações elétricas em locais médicos. Os locais médicos do Grupo 2 (salas cirúrgicas, UTIs, salas de procedimentos invasivos como os intracardíacos, de emergência, de hematologia entre outras) devem ter esquema de aterramento IT. Figura 53 - Esquema IT Médico Neste tipo de instalação, por ser de pequena intensidade, a primeira falta à terra ou à massa não requer o desligamento automático da energia, o que permite a continuidade dos procedimentos médicos sem colocar pacientes e equipe médica a riscos de choque elétrico ou queimaduras. Para isto, é necessário que a instalação seja permanentemente monitorada quanto à resistência de isolamento por um dispositivo supervisor de isolamento (DSI) e que falhas no sistema, incluindo sobrecarga e elevação de temperatura no transformador, sejam imediatamente anunciadas por um sistema de sinalização. Cada conjunto de locais destinados à mesma função deve ser provido ao menos de um esquema IT-médico exclusivo. É recomendado que cada sala cirúrgica seja provida de um esquema IT médico exclusivo. Em UTIs, o limite de potencia do transformador determina o limite de leitos a serem alimentados e desta forma o número de Esquema IT Médico para supervisão. 39 A NBR 13534 em sua 2ª edição vigente a partir de 28.07.2008 especifica os equipamentos do esquema IT Médico. Se a supervisão permanente da resistência de isolamento atende as exigências da NBR 13534, a localização das falhas de isolamento em salas como UTIs, onde quatro leitos podem ser alimentados por até 90 tomadas, pode se tornar uma tarefa demorada caso seja efetuada manualmente. A solução da RDI BENDER para este tipo de situação é a utilização de um sistema supervisorio de localização de faltas, recomendado pela NBR 5410 (5.1.2.2.4.4, d) Nota). Como a localização é feita em menos de 10 segundos, os riscos da primeira falta e segunda falta ao paciente são altamente minimizados. 4.6 EXTRA-BAIXA TENSÃO É tensão não superior a 50 volts em corrente alternada e 120 volts em corrente continua, entre fases ou entre fase e terra. Utilizar extra-baixa-tensão é usar uma tensão de segurança, que elimine o risco grave de acidente com choque elétrico. SELV- SEPARATED EXTRA LOW VOLTAGE Sistema de extra baixa tensão eletricamente separado. O sistema SELV é um sistema de extra baixa tensão, que não é aterrado e que tem a função de no caso de uma energização acidental evitar que o usuário ou o trabalhador receba um choque elétrico. Portanto ele é uma proteção para as pessoas. O SELV serve para ser usado em áreas úmidas para evitar o choque. Para alimentar utensílios portáteis como lâmpadas fluorescentes e ferramentas elétricas em espaços confinados, pois ele age com um transformador de isolamento de 24 volts. O transformador deve ficar situado fora do local confinado. O SELV pode ser utilizado no computador como uma fonte de alimentação isolada e sem ligação a terra. E Esta fonte fornece proteção para que não haja perigo de choque. PELV-PROTECTED EXTRA-LOW VOLTAGE Sistema de extra baixa tensão que não é eletricamente separado da terra, mas preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um SELV. O sistema PELV de extra baixa tensão é aterrado e serve para evitar choques nos usuários e trabalhadores. É utilizado também para a proteção das pessoas. A diferença do SELV para o PELV é que ambos trabalham com baixa tensão, mas o PELV é aterrado e o SELV não. Os sistemas SELV e PELV são utilizados quando se precisa limitar a tensão, para não correr o risco de choque. 40 Figura 54 – SELV e PELV 4.7 BARREIRAS E INVÓLUCROS São dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das instalações elétricas. São componentes que visam impedir que pessoas ou animais tocassem acidentalmente as partes energizadas, garantindo assim que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através das aberturas estão energizadas e não devem ser tocadas. As barreiras terão que ser robustas fixadas de forma segura e tenham durabilidade, tendo como fator de referencia o ambiente em que está inserido. 41 Só poderão ser retirados com chaves ou ferramentas apropriadas e também como predisposição uma segunda barreira ou isolação que não possa ser retirada sem ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas. Figura 55 – Barreiras Como exemplo temos as telas de proteção com parafusos de fixação e tampas de painéis e outros. O uso de barreiras ou invólucros, como meio de proteção básica, destina-se a impedir qualquer contato com partes vivas. Figura 56 – Barreiras e invólucro As partes vivas devem ser confinadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras que garantam grau de proteção. Quando o invólucro ou barreira compreender superfícies superiores, horizontais, que sejam diretamente acessíveis, elas devem garantir grau de proteção mínimo. 42 4.8 BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS Bloqueio é a ação destinada a manter por meios mecânicos, um dispositivo de manobra, fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma ação não autorizada, em geral utilizam cadeados. Dispostos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento de dispositivos de manobras (chaves, interruptores). Figura 57 – Bloqueio elétrico É muito importante que tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de manutenção. Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com o nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação. As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio, documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, além de etiquetas, formulários e ordens documentais próprias. Cuidado especial deve ser dado ao termo “bloqueio”, que no SEP (Sistema Elétrico de Potencia) também consiste na ação de impedimento de religamento automático do equipamento de proteção do circuito, sistema ou equipamento elétrico. Isto é, quando há algum problema na rede devido a acidentes ou disfunções, existem equipamentos destinados ao religamento automático dos circuitos, que religam automaticamente tantas vezes quanto estiver programado e, consequentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores. Quando se trabalha em linha viva, é obrigatório o bloqueio deste equipamento, pois se eventualmente houver algum acidente ou contato ou uma descarga indesejada o circuito se desliga através da abertura do equipamento de proteção, desenergizando-o e não religando automaticamente. Essa ação é também denominada “bloqueio” do sistema de religamento automáticoe possui um procedimento especial para a sua execução. 43 4.9 OBSTÁCULOS E ANTEPAROS Os obstáculos são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar ou contornar o obstáculo. Figura 58 – Obstáculo Os obstáculos devem impedir uma aproximação física não intencional das partes energizadas, contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações sobre o equipamento, estando o equipamento em serviço normal. Figura 59 – Grade de Contenção Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramentas ou chave, mas devem ser fixadas de forma a impedir qualquer remoção involuntária. 44 4.10 ISOLAMENTOS DAS PARTES VIVAS São elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de eletricidade) que tem por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que esta energizada, para que os serviços possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. Figura 60 – Isolamento O isolamento deve ser compatível com os níveis de tensão do serviço. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acumulo de sujeira e umidade, que comprometam a isolação e possam torna-los condutivos. Também devem ser inspecionados a cada uso e submetidos a testes elétricos anualmente. Figura 61 – Cobertura isolante São exemplos de estes dispositivos as coberturas circular isolante (em geral são de polietileno, polipropileno e polidracon), as mantas ou lençol de isolante, os tapetes isolantes e as coberturas isolantes e as coberturas isolantes para dispositivos específicos (exemplo postes). 45 4.11 ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA A proteção por isolação dupla ou reforçada é realizada, quando utilizamos uma segunda isolação, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas do aparelho de suas partes metálicas. A norma ABNT-NBR-5410/2005 distingue a isolação dupla em duas possibilidades. a) Componentes já providos de origem com isolação dupla ou reforçada b) Componentes aos qual a isolação dupla é provida durante a execução da instalação Figura 62 – Ferramenta com dupla isolação A isolação dupla de origem, quer dizer, o equipamento já vem com a isolação de fábrica, deve ser submetida a ensaios de tipo, conforme normas: ABNT-NBR-IEC 60.439- 1 partes 1 e 3, IEC-60.439, partes 2, 4 e 5. A isolação dupla provida na instalação deve conter um invólucro isolante destinado a prover isolação suplementar, caso já possua isolação básica de origem, cujo grau de proteção mínimo é IPXXB ou IP2X. Figura 63 – Isolação Dupla 46 Quando o invólucro isolante comportar tampas ou portas que possam ser abertas sem o auxílio de ferramentas ou chave, deve haver uma barreira isolante que impeça o contato acidental das pessoas com as partes condutivas, conforme descreve a norma ABNT NBR-5410 no item 5.1.2.3.3.4 . Figura 64 - Isolação Dupla A figura acima descreve o símbolo que deve ser fixado no exterior e no interior do invólucro em local visível. 47 4.12 COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE Destina-se somente a impedir os contatos involuntários com as partes vivas. Quando há o espaçamento, este deve ser o suficiente para que se evite que as pessoas circulando nas proximidades das partes vivas possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou por intermédio de objetos que eles manipulam ou transportem. Zona de risco é o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. Zona Controlada é entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados ZL = Zona Livre ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho. PE = Ponto da instalação energizado. SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança. Figura 65 – Zona de Trabalho 48 4.13 SEPARAÇÕES ELÉTRICAS. A proteção por separação elétrica tratada na NBR-5410, consiste em abaixar a tensão para níveis seguros (extra baixa tensão, menor que 50 V para ambientes secos e menores que 25 V para ambientais úmidos e molhados) através do uso de transformador de separação com dupla isolação. Figura 66 – Transformador de Separação Elétrica O transformador de separação elétrica com dupla isolação é utilizado em esquemas IT médicos (salas de cirurgia) e ambientes confinados. Figura 67 - Esquema do Transformador de Separação Esse tipo particular de transformador tem como finalidade isolar ou separar, como sugere sua denominação, um circuito ou uma instalação elétrica destinada a alimentar equipamentos sensíveis ou como no caso de seu uso em Hospitais, Clínicas e EAS - Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, equipamentos eletro-médicos que oferecem risco elétrico aos pacientes e profissionais de saúde. Os Transformadores de Separação fazem parte dos Esquemas IT Médico, que são de uso obrigatório no Brasil. 49 5 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS – NBR DA ABNT: NBR-5410, NBR- 14.039 E OUTRAS. A seguir listamos alguns documentos que complementam as normas técnicas brasileiras e internacionais. Capitulo V do título II da CLT – Refere-se à Segurança e Medicina do Trabalho Portaria 598, de 07/12/2004 – Deu nova redação a NR-10 – Alterações já efetuadas no texto. Resolução CNEM 04, de 19/04/89 – Diretrizes para suspensão de comercialização e instalação de para-raios radioativos. ABNT-NBR-5.413 – Iluminância de interiores. ABNT–NBR-5.410 – Instalação elétrica de baixa tensão. ABNT-NBR-5.460 – Eletrotécnica eletrônica / Sistemas Elétricos de Potência. ABNT-NBR-5.418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas. ABNT-NBR-5.419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. ABNT-NBR-14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. IEC-79.10–Classification of Hazardous areas. NFPA-497–Recommend practice for classification of location for electrical instalation at chemical process areas. API-RP-500–Recommended practice for classification of locations for electrical installations at petroleum facilities. FIGURA 68 – NORMAS TÉCNICAS 50 6 REGULAMENTAÇÕES DO MTE Normas Regulamentadoras do MTE As Normas Regulamentadoras (NR) do MTE Ministério do Trabalho e Emprego foram criadas pela Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 com a finalidade de regulamentar o capitulo V, Título II, da CLT Constituição das Leis do Trabalho, relativas á Segurança e Medicina do Trabalho. Até hoje, muitos e consideram como a “bíblia” do profissional da área de Segurança do Trabalho, em virtude de sua grande importância na prevenção de acidentes do trabalho, nos diversos segmentos organizacionais. Atualmente, nossa legislação conta com 36 Normas Regulamentadoras em vigor. 6.1 NORMAS REGULAMENTADORASSão 36 as Normas Regulamentadoras do Trabalho Urbano e 5 as Normas Regulamentadoras do Trabalho Rural. Normas Regulamentadoras Urbanas NR–1 Disposições Gerais NR–2 Inspeção Prévia NR–3 Embargo ou Interdição NR–4 SESMT-Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho NR–5 CIPA-Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR–6 EPI-Equipamentos de proteção individual NR–7 PCMSO-Programa de controle médico de saúde ocupacional NR–8 Edificações NR-9 PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR-10 Instalações e serviços em eletricidade NR-11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. NR-12 Máquinas e equipamentos NR-13 Caldeiras e recipientes sob pressão NR-14 Fornos NR-15 Atividades e operações insalubres NR-16 Atividades e Operações Perigosas NR-17 Ergonomia NR-18 Obras de construção, Demolição e Reparos. NR-19 Explosivos NR-20 Líquidos combustíveis e inflamáveis NR-21 Trabalho a céu aberto NR-22 Trabalhos subterrâneos NR-23 Proteção contra incêndios NR-24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho NR-25 Resíduos industriais NR-26 Sinalização de segurança NR-27 Registro de profissionais no Ministério do Trabalho NR-28 Fiscalização e penalidades NR-29 Segurança e Saúde no Serviço Portuário 51 NR-30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR-31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR-33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparo Naval. NR-35 Trabalho em Altura. NR-36 Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Figura 69 – Normas Regulamentadoras NRR- Normas Regulamentadoras Rurais NRR-1 Disposições gerais NRR-2 Serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural – SEPATR NRR-3 Comissão interna de prevenção rural – CIPATR NRR-4 Equipamentos de proteção individual – EPI NRR-5 Produtos químicos 52 6.2 NR-10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE A nova NR-10 tem redação dada pela portaria 598 de 07/12/2004, alterando o texto original dado pela Portaria 3.214 de 08/06/78 e publicações anteriores. Cujo objetivo e campo de aplicação é descrito pelos parágrafos escritos a seguir. Figura 70 – NR-10 A NR-10 estabelece os requisitos e as condições mínimas objetivando a implementação de medidas e controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Este NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou emissão destas, as normas internacionais cabíveis. 6.3 QUALIFICAÇÕES, HABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO. É considerado trabalhador qualificado, aquele que comprovar conclusão de curso especifico na área elétrica reconhecida pelo Sistema Oficial de Ensino. É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe. É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda ás seguintes condições, simultaneamente: a) Receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. b) Trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação. 53 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa. A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permite a qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador, conforme o parágrafo anterior. Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa. Figura 71 – Trabalhadores Autorizados Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas, realizado em conformidade com a NR-7-PCMSO e registrado em seu prontuário médico. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento especifico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o estabelecido com o Anexo II desta NR. A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenha participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do ANEXO II desta NR. Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a) Troca de função ou mudança de empresa; b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade por período superior a três meses; 54 c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho. A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item anterior devem atender as necessidades da situação que o motivou. Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento especifico de acordo com risco envolvido. Os trabalhadores com atividades não relacionadas ás instalações elétricas desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis. 55 7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Equipamentos de Proteção Coletiva ou EPCs são dispositivos utilizados à proteção de trabalhadores durante realização de suas atividades. O EPC serve para neutralizar a ação dos agentes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores, uma vez que o ambiente de trabalho não deve oferecer riscos à saúde ou à a segurança do trabalhador. Exemplos de equipamentos de proteção coletiva: Fitas de demarcação reflexivas - Utilizadas para delimitação e isolamento de áreas de trabalho. Cones de sinalização – Têm Finalidade de sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres e podem ser utilizados em conjunto com fita zebrada, sinalizador STROBO ou bandeirolas. Conjuntos para aterramento temporário – Têm a finalidade de garantir que eventuais circulações de corrente elétrica fluam para a terra, minimizando os riscos aos trabalhadores. Detectores de tensão para baixa tensão e alta tensão – Têm a finalidade de comprovar a ausência de tensão elétrica na área a ser trabalhada. Coberturas isolantes – Têm a finalidade de isolar partes energizadas de redes elétricas de distribuição durante a execução de tarefas. Exaustores - Têm a finalidade de remover ar ambiental contaminado ou promover a renovação do ar saudável. Bandeirolas - Têm a finalidade de sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres FIGURA 72 - EPC 56 8 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL A segurança e saúde nos ambientes de trabalho devem ser garantidas por medidas de ordem geral ou especifica que assegurem a proteção coletiva dos trabalhadores. Contudo na inviabilidade técnica da adoção de medidas de segurança de caráter coletivo ou quando estas não garantirem a proteção total do trabalhador, ou ainda como uma forma adicional de proteção, deve ser utilizado equipamento de proteção individual ou simplesmente EPI, definido como todo dispositivo ou produto individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Os EPI’s devem possuir Certificado de Aprovação – CA, atualmente sob responsabilidade do INMETRO, ser selecionados e implantados, após uma análise criteriosa realizada por profissionais legalmente habilitados, considerando principalmente os aspectos: A melhor adaptação ao usuário, visando minimizar o desconforto natural pelo seu uso. Atender as peculiaridades de cada atividade profissional. Adequação ao nível de segurança requerido face à gradação dos riscos. Para o desempenho de suas funções, os trabalhadores dos setores elétricos devem utilizar equipamentos de proteção individual de acordo com as situações e atividades executadas. Para proteção de corpo inteiro são usadas vestimentas de trabalho, vestimenta condutiva para serviço ao potencial. Para proteção de cabeça são usados capacetes, óculos, máscara para proteção de face e de pescoço e protetor solar para o rosto e pescoço. Para proteção dos membros superiores são usadas luvas contra choque elétrico, luvas de raspa e de pelica e mangas para os braços. Para proteção dos membros inferiores, são usados calçado contra agentes mecânicos e choques elétricos, calçado condutivo, perneira de segurança. Para trabalho em altura temos o cinturão de segurança, o talabarte, o dispositivo trava queda e o cabo de aço retrátil. Equipamentos de Protecção Individual ou EPI são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da suasaúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade. 57 Os EPI’s devem ser fornecidos aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento. Figura 73 – EPI Sua utilização deve ser realizada mediante orientação e treinamento do trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. A higienização e manutenção e testes deverão ser realizados periodicamente em conformidade com procedimentos específicos. 58 9 ROTINAS DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS. Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo-a-passo, assinados por profissional habilitado. Figura 74 – Manual de Normas e Procedimentos Sob a ótica de segurança do trabalhador, a boa prática indica a necessidade de definir procedimentos de trabalho como sendo a “Sequência de operações ou atos a serem desenvolvidos para realização de um determinado trabalho, com a inclusão dos meios materiais e humanos, instruções e orientações técnicas de segurança e a possível circunstancia que impeçam a sua realização”. O subitem determina uma nova condição para o desenvolvimento dos procedimentos de trabalho no caso em análise, ou seja, o chamado “passo-a-passo”. Nele, toda a sequencia de operações necessárias ao trabalho terá de ser descritas com detalhamento e discriminação das medidas e orientações técnicas de segurança pertinentes. Assim, teceremos um comentário aos procedimentos de atividades ou ações para serviços em instalações elétricas, que devem ser planejados, programados e realizados, considerando os itens a seguir. Ser específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, incluindo-se as instruções de segurança passo-a-passo com a sequência lógica de sua execução. Conter, no mínimo, o objetivo, campo de aplicação, base técnica, competências, responsabilidades, medidas de controle, disposições gerais e considerações finais. Ter a participação do SESMT, quando houver. Ser assinados por profissional autorizado. 59 Por outro lado, queremos destacar a importância de que todos os procedimentos devam ser obrigatoriamente, escritos no idioma português, divulgados, conhecidos, entendidos e cumpridos por todos os trabalhadores. Durante a capacitação e no treinamento de segurança dos trabalhadores, deve ser assegurada a divulgação clara e objetiva e o perfeito entendimento dos procedimentos, com ferramentas didáticas que envolvam a prática, quando viável, e com aferição da assimilação dos procedimentos padronizados. Finalmente, o “procedimento de trabalho” se constitui num documento técnico legal interno, de relevante importância e responsabilidade, que deve ser organizado e disponibilizado em prontuário para o trabalhador, auditoria e gestão das instalações elétricas. Figura 75 – Normas e Procedimentos Os responsáveis pelos serviços e atividade com eletricidade e o SESMT, quando houver, devem controlar e auditar a adoção prática dos procedimentos padronizados na organização, por parte de todos os trabalhadores envolvidos; lembrando sempre que procedimentos adequados, atualizados, assimilados e praticados são uma ótima maneira de garantir trabalho seguro e saudável. 60 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR/APP) Atividade/ Operação - troca de transformador sem auxílio de guindaste ETAPA RISCO/ PERIGO MODO DE DETECÇÃO EFEITO RECOMENDAÇÕES/ CONTROLE 1 - Controlar os dados da OS com a situação local; 2 - Solicitar o desligamento do alimentador; 3 - Aguardar a confirmação do desligamento. 4 - Proceder ao teste de ausência de tensão no circuito; 1- Choque elétrico Visual Fratura 5 - Abertura das chaves do circuito; Subida do eletricista no poste 6 - Retirar os cartuchos das caves e/ou colocar placas de sinalização nas chaves abertas; 7 - Autorizar o religamento do alimentador; 8 - Proceder o novo teste de tensão (ausência) próximo ao local de trabalho; 9- Efetuar o aterramento provisório adequado ao circuito primário e secundário. 2 - Queda do eletricista no poste Visual Fratura 1- Posicionamento correto da escada e do eletricista; 2 - Uso de EPIs e EPCs adequados 1 - Queda do eletricista no poste 1 - Posicionamento correto do eletricista Desconexão dos circuitos Visual Fratura 2 - Uso de EPIs e EPCs adequados 1 - Isolamento e sinalização da área; primário e secundário do 2 - Queda dos materiais e ferramentas Visual 2 - Içamento dos materiais e ferramentas através de sacolas com cordas transformador 3 - Ferimentos provocados por fios e visual 1 - Uso de EPIs, EPCs e ferramentas adequados cavos de interligação do transformador 2 - Eletricista experiente
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