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Ética Profissional na Educação

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ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO 
 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 
Pedagogia – Prática Interdisciplinar II 
21/11/2017 
 
 
RESUMO 
 
A Pesquisa na qual será apresentada, tem como finalidade do tema, evidenciar a importância da 
Ética na Educação, e evidenciar sua aplicação quanto a sociedade em geral. A Ética apresenta 
discussão em todos os setores, na Educação não é diferente, pois a necessidade de obter cada dia 
as melhores condutas por parte não somente dos professores, mas também dos alunos, 
funcionários, e do contexto geral que envolve o ambiente escolar que assim buscam através da 
ética, regras que trarão benefícios à sociedade. 
A ética na educação tem como objetivo, uma educação comprometida, de qualidade que forme 
cidadãos de responsabilidade com princípios e valores, pois na nossa cultura, normalmente 
ouvimos falar que os professores são os exemplos para a sociedade e, consequentemente para os 
seus educandos, e realmente, é assim que tem que ser, pois estes profissionais da educação devem 
dispor-se a trabalhar em prol do outro para um bem comum, visando seu aluno como ser humano 
individual, e dessa forma, acaba resultando um cidadão melhor para a sociedade. Nessa perceptiva 
até mesmo o comportamento social e pessoal do professor precisa girar em torno dos princípios e 
valores da sociedade em que ele está inserido, sendo honesto, crítico, colaborador, ou seja, com 
um caráter integro e sem vínculos com vícios, ou qualquer outro costume que seja considerado 
antiético. 
 
 
 
Palavras-chave: Pesquisa. Ética. Educação. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
No decorrer dos séculos, a importância da ética no sistema formativo dos cidadãos tem sido 
objeto de discussão de muitos filósofos, educadores e teóricos de diversas áreas do conhecimento. 
Especialmente, nos últimos anos, esse debate tem se tornado mais intenso, por inúmeros propósitos, 
dignos de destacar aqui dois deles. Um é de uma forma mais geral, e que diz respeito às profundas 
mudanças decorridas pela sociedade contemporânea, nos mais diversas áreas da vida humana. O 
segundo estende-se ao desafio de a educação preparar cidadãos que sejam, ao mesmo tempo, 
reflexivos e autônomos, no entanto sem a extinção dos vínculos de solidariedade social. Esses dois 
motivos têm concorrido para ampliar a contemplação sobre a relação ética na educação. Nesse 
ponto de vista, a educação colaborou para que os homens edifiquem suas relações colhendo 
referência nos valores defendidos na vida social, os quais ganham solidez em contextos sócios 
histórico inerente. Por seu lado, a escola é a instituição que, no mundo moderno, assume um duplo 
2 
 
compromisso: executar a sistematização, transmissão e (re)construção dos saberes historicamente 
produzidos, e promover a formação ética dos indivíduos, na perspectiva da construção e 
consolidação da cidadania plena. Por esse fato, a importância da ética entre professor-aluno merece 
uma fundamental importância, ainda mais quando é notória a proposição onde o professor é um 
profissional que, ao transmitir simplesmente a instrução, é responsável pela mediação entre o 
conhecimento e o educando, o que se faz por meio de sua prática pedagógica. Estabelecer relação 
entre educação e ética é um desafio, pela realidade do mundo em que vivemos. As contradições que 
aparecem, mostram um mundo de diversas possibilidades ao lado de uma realidade de 
autodestruição assustadora e é na escola que aparece a incerteza de como trabalhar a reflexão e 
reprodução de valores éticos. A educação precisa se constituir em ações éticas para a formação de 
um novo homem e uma sociedade mais digna. Educando as gerações futuras para que se 
comprometam com a ética voltada para a formação de uma nova realidade mais justa e igualitária e 
que se plante a esperança de um mundo melhor. 
A Educação e Ética possibilitam a redução de falta de estímulos nas pessoas do mundo 
inteiro, mesmo não sendo a educação a principal responsável pelos problemas atuais. Porém, o 
ambiente escolar é um espaço importante para que seja implantada uma nova realidade. Cabe aos 
profissionais da educação a tarefa de mudarem suas práticas e assumirem um papel transformador, 
comprometidos eticamente, fazendo com que a escola cumpra o seu papel na construção da de um 
mundo melhor para toda a sociedade, referenciando um processo amplo, completo e comprometido 
com as competências humanas. 
 
 
2 ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
Quando se fala em ética na educação, logo se pensa na conduta do professor em relação aos 
alunos, porém o contexto de ética ultrapassa este pensamento, e estabelece princípios gerais que vão 
além da escola, abrangendo uma sociedade em geral. 
 
Cortella (2010 pg.106) nos apresenta a seguinte definição de ética: “Conjunto de princípios 
e valores da nossa conduta na vida junta”. 
Portanto ética é o que faz a limitação entre o que a natureza manda e nós decidimos. Nesta 
definição Cortella apresenta três grandes perguntas da vida humana: Quero? Devo? Posso? 
E então explica que há coisas que eu quero, mas não posso. Há coisas que eu posso, mas não devo, 
e há coisas que eu devo, mas não quero, o que faz refletir o professor, em sala quanto a sua 
3 
 
autonomiacom o aluno, assim como o aluno, diante de um professor, a gestão diante a escola, e a 
sociedade perante o mundo. 
 
Já Boff (1997), aponta o que é ser ético: “ético significa, portanto tudo aquilo que ajuda a 
tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, 
psicologicamente integrada e espiritualmente fecundada”, neste caso a educação que gira em torno 
dos educandos, tem como base, o papel do professor, que precisa ter o objetivo de sempre querer 
formar indivíduos conscientes de seus deveres e direitos, dentro da sociedade. 
 
É na escola que está constituído um espaço reflexivo e reprodutor da sociedade em que é 
inserida, e é através da educação que serão conquistados para todos uma nova realidade. Para isso é 
preciso que os profissionais que atuam na educação vão em busca de valores que formem um novo 
homem e uma nova sociedade. 
Para que isso aconteça, a ética e a educação devem andar juntas. Somente um ser humano 
educado com compromisso por parte do educador, vai melhorar sob todos os aspectos. 
 
Jorge Renato Johann diz que “a educação mobilizará sempre suas múltiplas dimensões de 
um ser biológico, social, espiritual, intelectual, psicológico, material, estético, ético, etc”. 
Será neste sentido que se poderá falar em educação e ética e em uma harmonização necessária e 
dentro de um contexto social. 
 
Fazer educação implica pensar e agir com ética. De acordo com a afirmação de Baptista 
(2005, p. 9). Na grande obra da construção humana, a educação entra como uma tarefa 
indispensável, atuando em um mundo e sobre seres marcados por diversidades incontáveis. 
 
É preciso ter clareza que a busca por uma educação ética, não será fácil e nem com todos os 
objetivos alcançados, sendo preciso buscar caminhos que levem para uma aproximação entre a 
educação e a ética. 
 
As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCMsEI), falam em três princípios, 
que remetem com mais clareza as palavras de Boff, são os princípios éticos, estéticos e políticos. 
Sobre os princípios éticos comenta-se: valorização da autonomia, da responsabilidade, e do respeito 
ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Torna-se 
necessário que o professor em todo o tempo então aja com posturas bem definidas, com dinamismo, 
caráter, não pensando somente em lançar notas, e passar, ou reprovar seu aluno, assim como buscar 
a qualidade no processo educacional, ouvir e respeitar as opiniões dos alunos, não expor erros ou 
4 
 
deficiências de alunos na frente da classe, podendo seguir seu código de ética, e acima de tudo se 
tornar um modelo ser humano para seu aluno. 
 
Os educadores precisam investir, em sua prática educativa, testando possibilidades éticas em 
uma luta diária, sendo desafiadores na sua tarefa árdua de fazer uma educação com ética. Baptista 
(2005) chega a chamar a tarefa do professor de profissão de alto risco e de certo modo uma missão 
impossível (2005, p.27), tamanha é a sua responsabilidade de construir seres humanos livres, 
responsáveis, competentes e autônomos. 
Esta tarefa não pode ser reduzida a uma mera preparação técnica para um fazer competente, 
mas implica a construção de seres humanos por inteiro. Segundo a autora, os aspectos éticos se 
inserem na essência desta construção para garantir o ponto de equilíbrio entre a teoria e a prática, 
entre a racionalidade e a sensibilidade e outros aspectos que perfazem o humano. Uma mera 
preparação técnica, baseada mesmo que na excelência de informações, não construiria seres 
humanos inteiros. Constituir-se-ia em um ensino a reduzir-se em treinamento e ajustamentos de 
peças para uma grande engrenagem social. 
 
2.1 ALUNOS E GESTÃO ÉTICA 
O papel principal da escola, é fazer com que seus alunos adquiram conhecimento por meio 
de um processo de aprendizagem, e os ensinem da melhor forma possível, tudo que for necessário 
para serem “bons” cidadãos perante a sociedade. Assim cabe a escola trabalhar a ética, como forma 
de o indivíduo se tornar melhor, para si e para o mundo em que vive, pois, a sociedade tem passado 
por situações adversas que traz à tona o individualismo, e a perda cada vez maior de valores morais. 
Os seres humanos não são naturalmente responsáveis, comprometidos e solidários, no dizer 
de Assmann (2000, p. 20). [...] “estes são valores que precisam ser semeados e cultivados 
incessantemente”. 
Esta aprendizagem ética é tarefa da educação e será fruto de uma decisão consciente, de uma 
prática reflexiva permanente e que leve a ações efetivas e realizadoras. Mais uma vez, na tarefa 
desta iluminação, agora na afirmação de Baptista (2005, p. 39), entra a educação com uma de suas 
finalidades primordiais, que é tornar as pessoas capazes de fazer a sua diferença no tempo, contra a 
indiferença, a descrença, o pessimismo e a tentação da inocência. É nisto que se constitui o grande 
compromisso ético da educação, em que se evidencia claramente a necessidade da aproximação 
entre ambas. A proposta de Baptista é a de uma ética que possa salvaguardar a possibilidade de 
5 
 
futuro e que ela chama também de responsabilidade prospectiva (2005, p. 40). A autora se recusa a 
aceitar o medo como argumento ético e propõe a crença na força do bem. Será através de um debate 
criativo e prospectivo, exercitando a sua capacidade de sonhar e construir, que a humanidade poderá 
fazer a diferença, garantindo o direito à vida, o respeito pela liberdade e dignidade de cada ser ou a 
recusa de práticas de discriminação e de violência (BAPTISTA, p.41). 
 
É necessário que os alunos, não só aprendam ética, como coloquem a ética em prática no 
ambiente escolar, respeitando o trabalho dos professores e da gestão, não colando em avaliações, ou 
na elaboração de trabalhos, não praticando bullying com colegas, seguindo sempre as normas 
estabelecidas pela escola para o seu melhor funcionamento. 
 
Como os alunos e os professores, a escola conta com uma gestão, muitas vezes composta 
por diretores, coordenadores, assistentes, auxiliares, entre outros funcionários que tem um papel 
fundamental na construção de um ambiente educacional ético, e eles devem assim como os alunos e 
professores, cumprir com o seu papel de ser exemplo aos alunos, tratando os demais com respeito, 
orientando sempre de forma positiva a quem lhes procurar, criando condições físicas e pedagógicas 
que visem sempre o melhoramento da escola em geral, assim como solucionar todas es questões que 
envolvam escola e sociedade. 
 
Baptista (2005) chama a atenção para as implicações éticas decorrentes dos aspectos 
organizacionais e de gestão escolar que implicam a interação profissional no mundo educativo. Para 
que esta ação educativa possa ser democrática, solidária e justa, a sociedade do conhecimento 
precisa alicerçar-se em valores como o respeito pelo tempo do outro, a sensibilidade, a paciência, a 
atenção, a escuta e as atitudes de ajuda (2005, p. 54). 
 
3. ENSINANDO A ÉTICA NA ESCOLA 
Não se ensina ética, pensando somente nela, pois ela nunca anda sozinha, e não 
necessariamente é vista como uma disciplina no ensino fundamental, mas pode ser tratada como um 
tema, até porque, no ensino médio, ela deve ser abordada dentro da filosofia, e então no ensino 
superior que ela aparece como matéria, uma disciplina. Mas, de qualquer forma ela pode ser 
abordada abertamente nas escolas, não somente em sala de aula, mas em palestras e/ou até mesmo 
na hora do intervalo, mostrando na prática o que é ser ético, o que é a ética. 
A melhor forma de ensinar ética na escola é dando exemplos, exemplos concretos de 
comportamentos, do dia a dia que nos mostram na prática como os indivíduos devem agir. 
6 
 
Para que isto aconteça, os profissionais da educação precisam entender e assumir seu papel 
de educador, inserindo em seus planejamentos e em seus discursos, valores éticos. 
 
A aproximaçãoentre a educação e a ética é afirmada por Freire (2002) de forma explícita em 
sua obra Pedagogia da Autonomia, ao dizer que [...] “a prática educativa tem de ser, em si, um 
testemunho rigoroso de decência”. (p. 36). Esta afirmação se funda no próprio conceito de educação 
do autor, ao afirmar: “A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser 
feita à distância de uma rigorosa formação ética”. (FREIRE, 2002, p. 36). 
Diz o autor: Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de 
valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos tornamos seres éticos. [...] 
não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela (FREIRE, 
2002, p. 36-37). 
 
3.1 TUDO É CONVIVÊNCIA 
 
Até o século VI a.C. ethos (em grego arcaico) significava morada do humano, o lugar onde 
nós vivemos juntos. Depois, os gregos passaram a chamar de oikos, o que chamamos de ecologia. 
Se moramos juntos, temos que conviver bem. Os latinos traduziram isso por “moral” - morada, 
moradia – ou “hábito” - habitação. É onde vivemos juntos. 
 
Portanto, ética tem a ver com a nossa convivência. Não existe ser humano que tenha só 
vivencia, tudo para nós é convivência. A educação também nos forma eticamente para a 
convivência. 
 
Para Bárcena e Mélich (2000), a educação é apresentada como acontecimento ético 
fundamental. 
A aproximação entre a educação e a ética se constitui em condição de possibilidade da ação 
educativa. A argumentação destes autores continua se fundamentando no pensamento levinasiano 
da alteridade. Educar é cuidar do outro, indo ao encontro de suas necessidades e assumindo a 
responsabilidade de hospedá-lo de forma acolhedora. [...] caracterizar a ação educativa como uma 
relação de alteridade, como uma relação com o outro. [...] A educação aparecerá como uma ação 
hospitaleira, como a acolhida de um recém-chegado, de um estrangeiro. E desta resposta ao outro, 
desta heteronomia que funda a autonomia do sujeito, a relação educativa surgirá diante de nossos 
olhos como uma relação constitutivamente ética. A ética, então, como responsabilidade e 
7 
 
hospitalidade, não será entendida como uma mera finalidade da ação educativa, mas como sua 
condição de possibilidade (BÁRCENA e MÈLICH, 2000, p. 126). 
 
4 CONTEXTO HISTÓRICO DE ÉTICA 
 
A ética é um sinalizador do desenvolvimento humano tanto cultural, como moral. A 
evolução do conceito de ética é determinada pela mudança dos valores morais. 
 
Quanto a valores e costumes vigentes, tudo teve início na cultura ocidental, na antiguidade 
Clássica, com os primeiros grandes filósofos a exemplo de Socrátes, Platão, e Aristóteles, que 
faziam de certa forma um estudo sobre o comportamento humano, querendo compreender como o 
homem teria valores universais, ou seja, de que forma o homem seria correto, virtuoso e ético, em 
um contexto onde a preocupação era voltada ao cenário político, com influência em um código 
moral estabelecido. Assim, segundo eles, as vontades e os desejos do ser humano, poderiam ser 
vistas como um perigo a sociedade em geral, devido a não saber como seria a conduta do mesmo, se 
não fossem éticos com suas vontades e desejos. Assim era necessário que se adquirissem bons 
comportamentos, para que diante a sociedade se pudesse viver de forma “acertada”, entre o justo e o 
injusto entre o certo e o errado. 
 
Na idade média, o conceito de ética muda para a influência de São Agostinho e São Tomás 
de Aquino, que defendiam onde ético era o encontro de Deus com o homem, para a felicidade 
plena, impondo uma ética religiosa e moral. 
 
5 SENTIDO E ALCANCE DA EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA SOCIAL 
 
De fato, nenhum indivíduo escapa da educação, pois ela ocorre em todos os espaços sociais, 
sendo um deles o escolar. Assumindo um real significado para os grupos humanos que o vivenciam, 
a educação revela um caráter eminentemente social, considerando o contexto no qual se realiza. 
Nessa lógica, ela “[…] é um dos principais meios de realização de mudança social ou, pelo menos 
um dos recursos de adaptações das pessoas, em um mundo em mudança […]”. (BRANDÃO, p. 23). 
 
 A educação sempre está fundada em uma visão de mundo, de conhecimento e de homem. 
Essa visão assume um caráter de transformar ou não frente a realidade social, o que acaba por 
influenciar diretamente o processo formativo dos indivíduos. Assim, sempre há uma 
intencionalidade na prática pedagógica. Essas ações são orientadas por concepções que se originam 
em função de determinados condicionantes de natureza política, econômica, social, cultural etc. 
8 
 
Devido aos avanços tecnológicos e científicos de grande alcance, a sociedade 
contemporânea é marcada por diversas incertezas. Todavia, essa mesma sociedade convive com um 
expressivo crescimento de problemas graves, como, por exemplo, fome e miséria que avassalam 
continentes e regiões bastante diferenciadas do planeta. Neste contexto, cabe perguntar: O significa 
educar? Que valores éticos devem ser defendidos em um mundo que, de repente, ficou pequeno e 
globalizado, considerando o avanço do conhecimento e suas repercussões sobre a vida das pessoas? 
No mundo atual, a educação vê-se diante de diversos problemas, frente aos quais precisa-se 
posicionar de forma crítica. Dentre esses problemas, está a formação para a cidadania plena, a 
necessidade do respeito à diversidade cultural, a democratização tanto da sociedade quanto do 
próprio espaço escolar e o combate à violência. 
 
Chauí (2000) enfatiza que os atos de violência cometidos contra os homens caracterizam-se 
como ações que retiram dos indivíduos sua autonomia, desumanizando-os. Situando o debate no 
âmbito da formação cultural brasileira, a autora ressalta que nossa sociedade revela também 
diversas formas de violência simbólica, sendo: 
 
[...] marcada pela estrutura hierárquica do espaço social que determina a forma de uma 
sociedade fortemente verticalizada em todos os seus aspectos: nela, as relações sociais e 
intersubjetivas são sempre realizadas como relação entre um superior, que manda, e um 
inferior, que obedece. As diferenças e assimetrias são sempre transformadas em 
desigualdades que reforçam a relação mando-obediência. O outro jamais é reconhecido 
como sujeito nem como sujeito de direitos, jamais é reconhecido como subjetividade nem 
como alteridade. (p. 89). 
 
As políticas públicas definidas para a educação no país investem, cada vez mais, em ações 
que estabelecem e consolidam a relação educação e cidadania, bem como em outros temas a ela 
relacionados como democracia, justiça, solidariedade e autonomia. 
A escola tem a importante função de contribuir para fortalecer a democracia. É o 
compromisso com a democratização de suas práticas que contribui para que ela seja, de fato, um 
espaço público, e a configura como um local que reconhece a necessidade do respeito à percepção 
do outro, “[...] num mundo social intersubjetivamente partilhado” (HABERMAS, 2004, p. 109). 
 
Trata-se de defender uma educação escolar que efetivamente contribua para ajudar os 
indivíduos a reconhecer o outro, respeitando suas diferenças. Mas, é preciso que os professores 
tenham como preocupação básica a formação integral dos seus alunos, articulando duas grandes 
dimensões – moral e intelectual – com vistas ao desenvolvimento da autonomia do indivíduo. 
 
Na perspectiva filosófica de Kant (1985), a autonomia dos sujeitos corresponde à conquista 
da sua maioridade intelectual e moral. É por meio de uma consciência autônoma, que os indivíduos 
9 
 
sabem resolver problemas diversos, desenvolvendo uma reflexão própria. Para tanto, é preciso 
utilizar conhecimentos e não apenas informações, e apoiar-se em princípios éticos e não apenas em 
vivências que, muitas vezes, podem não traduzir os valores morais do coletivo. 
 
As expressões que Freire (2002) utiliza sãopensar certo e pensar errado (p.37). O pensar 
certo se dará na medida em que o educador abandona uma postura dogmática a respeito de uma 
interpretação do mundo e de suas coisas. Mas como não há pensar certo à margem de princípios 
éticos... (FREIRE, 2002, p. 37). Freire defende assim o princípio da pluralidade de pensamento, da 
humildade de quem sabe mudar de ideia e assumir uma nova postura, a relatividade do mundo e dos 
fatos, a necessidade de dialogar e aceitar o pensamento de outrem e a coerência de quem é aberto, 
receptivo, acolhedor e sabe assumir a exigência de mudança. 
 
Sem dúvida, toda educação exige, em alguma medida, o diálogo entre os sujeitos que 
realizam. Assim, a ética torna-se indispensável, sobretudo, porque pode contribuir para o processo 
de humanização dos homens, considerando os valores que norteiam suas condutas. 
 
Portanto, toda a proposta pedagógica de Freire se alinha com a necessidade de se aproximar 
educação à ética. Trata-se de uma educação da esperança na medida em que acredita que, ao se 
assumir uma postura e um comprometimento ético, será possível a construção de um mundo cada 
vez mais humano. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente texto teve como objetivo discutir a relação que se estabelece entre ética e 
educação, apontando aspectos importantes para sua compreensão, à luz da concepção de educação 
em uma dupla direção – como uma prática social historicamente situada e em seu caráter formal, 
quando se processa na escola. 
 
No mundo contemporâneo, a escola é mais importante instituição responsável pela formação 
ética do indivíduo. Entretanto, para cumprir essa missão, enfrenta diversos desafios. Dentre estes, 
dois merecem destaque e dizem respeito diretamente ao trabalho dos educadores: a) transformar a 
escola em um espaço que efetivamente respeite a diversidade cultural; b) pensar uma sociedade que 
se democratiza ao mesmo tempo em que contribui para a democratização da escola e, em um 
movimento dialético, é influenciado por esse mesmo espaço. 
Na perspectiva discutida neste trabalho, a prática educativa precisa considerar e valorizar, na 
formação dos educandos, a defesa de princípios éticos diversos, e sua autonomia, responsabilidade, 
10 
 
solidariedade, criatividade e sensibilidade. Também é necessário estimular e respeitar a participação 
dos educandos nas mais variadas práticas sociais, bem como naquelas planejadas, realizadas e 
avaliadas pela escola. Essa postura concorre para combater quaisquer formas de discriminação, e 
promover a integração entre as diversas áreas do conhecimento, visando ampliar a formação e o 
exercício pleno da cidadania. 
 
A ética não possui um caráter normativo, por isso não nos indica o que devemos fazer, como 
faz a moral. Assim, se a moral diz que devemos obedeces às leis, a ética nos leva a indagar porque 
devemos obediência às leis. Trazendo essa reflexão para o campo pedagógico, podemos pensar o 
que significa o respeito na relação professor-aluno? E mais: será que os docentes também não 
devem respeitar os educandos, quando o mais comum é pensar na proposição inversa? 
 
Em suma, há uma relação muito estreita entre ética e educação! Em decorrência disso, a 
dimensão ética na relação professor-aluno assume grande importância, pois educação e ética estarão 
sempre alinhadas, como condição de possibilidade uma da outra. 
Nesse sentido, merece registrar que em uma relação pedagógica o que se aprende, de fato, 
não é tanto o conteúdo ensinado, mas, sobretudo, a natureza do vínculo entre educador e educando 
que se estabelece na relação. 
 
Enfim, a educação só pode ser entendida como acontecimento ético porque a ação educativa 
precisará sempre se constituir em uma prática consciente e direcionada no sentido do outro. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Artigo extraído do site www.multirio.rj.gov.br a partir de uma entrevista concedida à série de TV 
MultiRio, do fascículo Conceito & Acão (parte I) 
 
http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/10388-%C3%A9tica-e-
educa%C3A7%C3%A3o 
 
http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/02/Patricia-Rangel.pdf 
 
htpp://pt.wikipedia.org.wiki/%C3%89tica_na_educa%C3%A7%C3% 
 
https://www.portaleducação.com.br/conteudo/artigos/direito/etica-na-educacao-faz-toda-a-
deferenca/48226 
 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-etica.htm 
 
 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 38 ed. São Paulo: Brasiliense, 1996. 
 
http://www.multirio.rj.gov.br/
http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/02/Patricia-Rangel.pdf
11 
 
CANIVEZ, Patrice. Educar o cidadão? São Paulo: Papirus, 1991. 
 
CHAUÍ, Marilena. Brasil. Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: 2000. 
 
COUTINHO, Carlos Nelson. Cidadania e modernidade. Palestra proferida na Embratel, Rio de 
Janeiro, 20 mai. 1994, Mimeo.

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