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TEMA 3 - disciplina de HTC da Arquitetura

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DISCIPLINA DE HISTÓRIA, 
TEORIA E CRÍTICA DA 
ARQUITETURA 
Professora: Arq. e Urb. Ma. Ana Paula Nogueira 
 
 
 
 
 
NESTE CAPÍTULO VOCÊ IRÁ 
APRENDER: 
● Conhecimento dos aspectos antropológicos, sociológicos e 
econômicos relevantes e de todo o espectro de necessidades, 
aspirações e expectativas individuais e coletivas quanto ao ambiente 
construído. 
● Compreensão da história das artes e da estética, suscetível de 
influenciar a qualidade da concepção e da prática de arquitetura, 
urbanismo e paisagismo. 
● Entendimento de teoria e de história da arquitetura, do urbanismo e 
do paisagismo, considerando sua produção no contexto social, 
cultural, político e econômico e tendo como objetivo a reflexão crítica 
e a pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Bem-vindos ao tema 3 da disciplina de História, teoria e crítica da 
arquitetura. Neste módulo, iremos revisitar a história da arquitetura, mas 
com o intuito de analisá-la, questioná-la e buscando encontrar as heranças 
mais representativas. Para isso, falaremos sobre as origens da habitação, 
o simbolismo na arquitetura do Antigo Egito, os postulados de Vitrúvio na 
arquitetura religiosa do período clássico, a estrutura e o símbolo no românico 
e no gótico, Alberti e a De Re Aedificatoria, o apelo religioso do barroco, a 
contribuição dos historicismos e a postura eclética na arquitetura. A intenção 
é motivar um olhar crítico sobre a história da arquitetura. Leiam, expandam e 
participem da sala de interação! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA, TEORIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA 
DESDE A PRÉ-HISTÓRIA ATÉ A IDADE MODERNA 
 
Neste capítulo iremos analisar e refletir sobre a arquitetura desde a 
Pré-história até a Idade Moderna. O objetivo desta disciplina, ao contrário 
de Estética e história da arte, é o de analisar e compreender os motivos 
das soluções arquitetônicas adotadas, analisar as composições e 
questionar a relevância desse conhecimento para o fazer contemporâneo. 
 
A origem das habitações 
 
Um tema essencial da arquitetura é a habitação. Então, quando 
pensamos na arquitetura na Pré-história, um dos assuntos que importa 
refletir é a origem das habitações. Sabemos que neste período os 
indivíduos criavam construções bastante simplificadas e com materiais 
disponíveis, como a pedra e a madeira. Nesse momento, a arquitetura se 
limitava a um espaço coberto, não muito grande, que servia para todas as 
funções. Em um primeiro momento, a arquitetura se determinava apenas 
como um abrigo que pudesse proteger seus habitantes das intempéries e 
dos animais e inimigos. 
Considerando isso, é de grande importância conhecer a evolução da 
habitação neste contexto. São reconhecidos por Quatremère, três tipos 
básicos de habitação que serão de alguma forma, sempre revistos até os 
dias atuais. São eles: a caverna do caçador, sólida; a tenda do pastor, 
 
leve; e a cabana do agricultor, onde a unidade surge da diversidade e do 
equilíbrio. A cabana é o abrigo primordial, já a tenda tem relação com 
nomadismo e a cabana aparece quando os indivíduos já possuem um 
controle maior sobre a agricultura e passam a se estabelecer em lugares 
fixos. (COMAS, 2006) 
 
Figura 1: A cabana primitiva segundo Oscar Niemeyer. 
 Fonte: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.029/746 
Pensando nisso, nos resta refletir sobre como seria projetar a 
primeira casa do homem? Quais referências utilizaríamos? Olharíamos as 
formas naturais: o sol, a lua, as montanhas, a forma terrestre? Nos 
inspiraríamos nas colmeias, no ninho dos pássaros, na galeria das 
formigas? Buscaríamos ponto de apoio nas copas das árvores? Tiraríamos 
a tipologia básica das formas naturais? Elegeríamos o fogo como centro 
do espaço delimitado? Iríamos querer um abrigo que nos protegesse das 
intempéries, dos animais selvagens, das tribos inimigas? Encontraríamos 
na madeira ou na pedra os nossos materiais básicos? Cabana e fogo, 
construção e combustão? 
 
 
 
 
O simbolismo na arquitetura do Antigo Egito 
 
Quando estudamos a história da arte e da arquitetura, é essencial a 
leitura do livro Gombrich (2008). Nesta obra, o capítulo 2, intitulado Arte 
para a eternidade, o autor discorre sobre “uma terra que estava tão 
perfeitamente organizada” (p. 55) que foi capaz de deixar intactos sua 
essência e seu estilo. Neste capítulo encontraremos algumas das 
principais diretrizes sobre a arquitetura egípcia, sendo uma delas o 
objetivo principal das pirâmides que era guardar o corpo mumificado do 
faraó e contribuir para a ascensão da alma deste aos céus. Nestas obras, 
era essencial que se tivesse uma imagem fiel e plácida do faraó, sendo 
que o próprio nome do escultor egípcio significava “aquele que mantém 
vivo”. Quando analisamos isso, podemos perceber o valor que o 
significado tem para a arquitetura. A técnica é extremamente necessária e 
é o que viabiliza a construção, porém, o caráter simbólico é o que mantém 
viva na memória das pessoas a própria arquitetura. (COSTA, 2016) 
De acordo com Cole (2014), a pirâmide com degraus é a evidência 
mais antiga do uso da pedra como material de construção em arquitetura 
de grande porte. A pirâmide se tornou parte da arquitetura funerária, sendo 
que os elementos básicos dos túmulos reais eram compostos por uma 
capela e uma câmara com topo em forma de pirâmide. Portanto, as 
pirâmides tiveram uma influência na cultura funerária em geral, passando 
por releituras até os dias de hoje. 
 
 
Figura 2: diagrama da pirâmide de Quéops. 
 Fonte: ​https://portalarcoiris.ning.com/m/group/discussion?id=2899738%3ATopic%3A1424485 
 
 
Os postulados de Vitrúvio na arquitetura religiosa 
do período clássico 
 
Sempre que nos referimos aos templos, tratamos das construções 
destinadas a abrigar as estátuas dos deuses, ou seja, eram as moradias 
dos deuses. O templo era um local que, de acordo com Vitrúvio, deveria 
ser eterno. Neste sentido, os generais romanos registraram seus nomes 
nos templos a fim de perpetuar seus nomes na memória de futuras 
gerações. (GONÇALVES, CUNHA, 2015) 
Como sabemos, Vitrúvio dedicou dois livros para tratar da arquitetura 
religiosa, sendo que, na maior parte deles, se dedicou a falar de uma 
grande herança grega: as ordens dórica, jônica e coríntia. Vitrúvio era um 
grande admirador da cultura grega e faz referência constante aos cânones 
gregos para a arquitetura religiosa, porém, indicava que eram necessárias 
https://portalarcoiris.ning.com/m/group/discussion?id=2899738%3ATopic%3A1424485
 
adaptações em relação às demandas locais para que a obra resultasse 
harmoniosa. Um dos pontos muito valorizados por ele foi, também, em 
relação a localização dos templos, que deveriam ser vistos e admirados 
em todo seu esplendor e, portanto, era necessário o estudo adequado de 
onde inseri-lo. (GONÇALVES, CUNHA, 2015) 
 
Figura 3: diagrama do Partenon, com indicação, em planta, da estátua da deusa Atena ao centro. 
 Fonte: ​https://arquiteturaempassos.wordpress.com/2017/01/16/templos-gregos/planta-templo-dorico/ 
Com isso, podemos observar que o tratado de Vitrúvio teve alta 
relevânciana construção da paisagem romana e, também, no caráter 
perene de suas edificações. Esta obra tem o objetivo de registrar as 
matérias essenciais de cada gênero de edificação e é tratado que resiste 
até os tempos atuais. Por isso, é fundamental conhecê-lo. 
 
 
 
 
 
A estrutura e o símbolo no românico e no gótico 
 
 
Na arquitetura românica, as características mais significativas são a 
utilização da abóbada, os pilares maciços que sustentam, as paredes 
espessas com aberturas estreitas usadas como janelas e as abóbadas de 
berço e abóbada de aresta. As edificações eram grandes e sólidas e eram 
chamadas de “fortalezas de Deus”. Foi um período marcado por 
peregrinações e construção de mosteiros e igrejas ao longo destes 
caminhos. (PROENÇA, 2010) 
Com o início do século XII, tem início uma economia fundamentada 
no comércio, fazendo com que a população se desloque para as cidades e 
apareça a burguesia urbana. Mais conhecida pelos arcos ogivais que 
possibilitaram a construção de igrejas mais altas, essa arquitetura era 
caracterizada pela presença das rosáceas, a abóbada de nervuras, os 
arcobotantes e os belíssimos vitrais. O berço desta arquitetura é a França, 
mas se estende por outros países da Europa, como é o caso da 
Alemanha. (PROENÇA, 2010) 
A grande contribuição estética e técnica das obras resultantes dessa 
linguagem reside nas possibilidades estruturais que se abrem, 
principalmente, a partir da evolução dos arcos plenos. É inegável, também, 
o valor simbólico de tais obras, que servem de referência ao se projetar 
edificações em que a espiritualidade é o tema central. Isso significa que 
devemos projetar catedrais góticas e românicas hoje? É claro que não, 
mas é essencial compreender o valor de seus aspectos estruturais, 
formais, funcionais e simbólicos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 e 5: diagrama de uma igreja românica e de uma catedral gótica. 
 Fonte: PROENÇA, 2010 
 
 
Alberti e a De Re Aedificatoria 
A obra de Leon Battista Alberti, ​De Re Aedificatoria​, trata 
essencialmente da construção, desde a casa, tratada como a pequena 
cidade, e à cidade, entendida como a grande casa. A partir de uma série 
de postulado, Alberti escreve a obra como um tratado de arquitetura, 
dividido em 10 partes, a exemplo de Vitrúvio, tratando dos seguintes 
temas: o delineamento; a matéria; a construção; edifícios para fins 
universais; edifícios para fins particulares; o ornamento; o ornamento de 
edifícios sagrados; o ornamento de edifícios públicos profanos; o 
ornamento de edifícios privados; o restauro das obras. (CHOAY, 2007) 
 
Alberti defende a oposição do o artesão ao arquiteto, este último um 
intelectual, que “pela força da razão e do poder do seu espírito” (CHOAY, 
2007, pg.79), terá que responder às exigências da arquitetura em 
estrutura, forma e função. 
Alberti faz paralelos entre o edifício e o corpo, defendendo que a 
arquitetura, assim como o corpo humano, é constituído por forma 
(formato), matéria, ossatura (estrutura), tendões e ligamentos (cimento), 
carne (preenchimento de vãos) e pele (os revestimentos). Para ele, a 
edificação consiste em seis partes básicas: localização, área, planta, 
parede, cobertura e aberturas ou vãos. (CHOAY, 2007) 
Alberti expõe ainda três princípios: frugalidade ou economia, duração 
e dialogia. O primeiro defende que se deve escolher a melhor opção, a 
mais econômica, mas confiável, de maneira a não ser possível subtrair 
nada ao edifício. Esta operação indica que o projeto necessita de tempo de 
análise, reflexão e amadurecimento, inscrevendo-se no tempo e, para isso, 
implica o trabalho interdisciplinar e de várias mãos, entre os quais peritos e 
clientes, que devem se comunicar a contento, perfazendo o princípio de 
dialogia. (CHOAY, 2007) Este tratado, tal como o de Vitrúvio, sobrevive até 
hoje como uma forma de se pensar a arquitetura e o urbanismo de 
maneira responsável. Estes tratados, é claro, precisam ser sempre revistos 
e interpretados para a realidade local. 
 
 
 
O apelo religioso do barroco 
 
De acordo com Koenigsberger et. al (1975 ​apud BAETA, 2017), a 
cidade barroca foi planejada com intuito de impressionar por seu traçado, 
caracterizado por avenidas retilíneas com pomposos jardins italianos. 
Também tentava impressionar pela arquitetura de suas igrejas, palácios e 
fontes. Mas a questão mais complexa era o planejamento de perspectivas 
monumentais que valorizassem tais obras e, de fato, emocionassem. 
Os arquitetos e urbanistas tomaram a ideia dos pintores barrocos, tal 
como Caravaggio. As cidades italianas se converteram em atrativos com 
intenções teatrais e dramáticas da monarquia absolutista. Da mesma 
forma, a ornamentação de igrejas alimentava o interesse popular 
premeditado ao transformar o interior da igreja em algo parecido com um 
cenário onde a missa se celebrava quase como uma representação teatral. 
De mesmo modo, a cidade barroca se converteu em um grande cenário 
para a exibição da corte, da nobreza e de outros personagens ricos e 
poderosos. A arquitetura representava a mudança política e social que 
transformou a cidade-estado, com seus cidadãos livres, na capital da 
monarquia absolutista. (KOENIGSBERGER; MOS SE, 1975, p. 82-83 ​apud 
BAETE, 2017) 
Portanto, é importante saber que a arquitetura é vista como um meio 
de propagar o catolicismo e ampliar sua influência. Um exemplo disso é a 
Basílica de São Pedro, no Vaticano, que é um dos exemplos mais 
significativos da arquitetura e do urbanismo do século XVII na Itália. Em 
 
forma de elipse, a praça é cercada por duas grandes colunatas cobertas, 
que se estendem em curva tanto para a esquerda como para a direita, mas 
estão ligadas em linha reta aos dois extremos da fachada da igreja. A 
partir disso, é importante compreendermos que, tão importante quanto 
entender as soluções compositivas desta arquitetura, é compreender as 
suas motivações. (BAETA, 2017) 
 
Figura 6: imagem aérea da Praça de São Pedro, no Vaticano. 
 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_de_S%C3%A3o_Pedro 
 
A contribuição dos historicismos 
Arquitetura revivalista ou historicista é o nome dado a produção 
arquitetônica que centrava seus esforços em recuperar e recriar a 
arquitetura dos tempos passados. As tendências revivalistas na arquitetura 
surgiram na Europa a partir do século XVIII. 
Em alguns casos, a arquitetura historicista foi fiel aos modelos do 
passado, muito embora utilizando técnicas e materiais de sua própria 
época, já em outros casos, houveram combinações menos ortodoxas. Na 
 
Inglaterra surge nessa época a arquitetura neogótica, que atinge seu auge 
em obras do século XIX como o Parlamento Britânico. Também no século 
XVIII desenvolve-se no Norte da Europa a arquitetura neoclássica que, 
especialmente em sua última fase, resgata a severa harmonia dos templos 
greco-romanos. Estes estilos passaram rapidamente a outros países 
europeus e às Américas, e logo surgiram outros estilos revivalistas como o 
neo-renascimento, o neo-românico, o neomourisco, o neobarroco e outros. 
Essaarquitetura, no entanto, motivou a criação de vários catálogos 
de elementos arquitetônicos de tempos passados que muito contribuíram 
para a história e posterior análise da arquitetura. Jean-Nicolas-Louis 
Durant foi responsável por difundir um sistema de estruturas modulares e 
regras distributivas e tipológicas, no qual as formas clássicas podiam ser 
adequadas a programas sem precedentes históricos. Vale lembrar, no 
entanto, que o historicismo inscreveu a arquitetura dos séculos XVIII e XIX 
em um estilo antigo. 
 
Figura 7: catálogo de arquitetura desenvolvido por Jean-Nicolas-Louis Durant. 
 Fonte: https://pt.slideshare.net/NinditoNondito/jean-nicolaslouis-durand-44398255/12 
 
A postura eclética na arquitetura 
 
Em arquitetura, Ecletismo designa a atitude de alguns arquitetos 
que, no século XIX, utilizaram elementos escolhidos na história para 
produzir uma arquitetura de caráter novo. É importante entender que o 
ecletismo não foi uma forma de historicismo pois, enquanto este buscou 
reviver um passado e construiu representações da história, o ecletismo 
usos elementos e sistemas da história para inventar uma nova arquitetura. 
Um dos fatores mais interessantes do ecletismo foi o modo como 
utilizaram, sem preconceitos, recursos e materiais disponíveis e 
exploraram a tecnologia para solucionar novas tipologias de edificação e, 
deste modo, descobrir distintos valores de séculos passados. Para eles, 
composição significava um arranjo ou justaposição de elementos, 
formando um novo todo unitário de partes independentes e a obrigação de 
conceber um todo unitário deixou de ser um imperativo. A organização se 
baseava no planejamento axial, com disposição simétrica das partes em 
relação a um ou mais eixos. 
No ecletismo, houve um uso em larga escala do ferro e a própria 
estrutura se tornou a base do significado arquitetônico. A interação entre 
as novas tecnologias e a tradição levou ao racionalismo, tendência que 
buscou enfatizar a primazia da estrutura na arquitetura. No 
pós-modernismo, o ensaio Complexidade e contradição em arquitetura, de 
1966, de autoria de Robert Venturi, resgatou essas ideias, baseando-se 
 
em arquiteturas inclusivas, abrindo caminho para um espírito eclético na 
contemporaneidade. 
 
Figura 8: ​Biblioteca Sainte-Geneviève, Paris 
 Fonte: ​www.archdaily.com.br/br/01-58512/fotografia-respeite-o-arquiteto-por-franck-bohbot?ad_medium=gallery 
 
Para expandir: 
Assistam ao filme Maria Antonieta, de Sofia Coppola, 2007 (a diretora, é 
claro, é uma mulher - assista mais filmes de diretoras e roteiristas 
mulheres!). O enredo é sobre a princesa austríaca Maria Antonieta e vai 
desde o momento em que ela é enviada ainda adolescente à França para se 
casar com o príncipe Luis XVI, como parte de um acordo entre os países. Na 
corte de Versalles ela é envolvida em rígidas regras de etiqueta, disputas 
familiares e fofocas. Praticamente exilada, decide criar um universo à parte 
dentro da corte, no qual pode se divertir e aproveitar sua juventude. Só que, 
 
fora das paredes do palácio, a revolução está prestes a explodir. Prestem 
atenção aos detalhes, desde a arquitetura, o paisagismo e a tênis Allstar que 
a protagonista usa, em oposição às roupas pomposas da época. Divirtam-se, 
mas aproveitem para aprender! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BAETA, R.E. ​Urbanística x cenografia: a constituição da Roma barroca. In: A 
Cidade barroca na Europa e América Ibérica [online]. Salvador: EDUFBA, PPGAU, 
2017, pp. 190-327. ISBN 978-85-232-1997-0 
COLE, Emily. ​História ilustrada da arquitetura. ​São Paulo: Publifolha, 2014. 
COSTA, Rodrigo Henrique Araújo da. ​Reflexões sobre a historiografia da história 
antiga: apresentação de perspectivas de estudo para o egito antigo. Anais do 
XVII Encontro Estadual de História – ANPUH-PB, Paraíba, 2016. 
CHOAY, Françoise. ​A Regra e o Modelo: Sobre a Teoria da Arquitectura e do 
Urbanismo. ​Casal Cambra : Caleidoscópio, 2007 
GOMBRICH, E. H. ​A história da arte.​ Rio de Janeiro: LTC, 2008. 
PEDONE, Jaqueline Viel Caberlon. ​O espírito eclético. Dissertação (Mestrado). 
Porto Alegre, ​Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pesquisa e 
Pós-Graduação em Arquitetura, 2002. 
PROENÇA, Graça. ​História da Arte. ​São Paulo: Ed. Ática, 2010 
SCOPEL, Guerini, V. ​Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo I. Retirado de 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024250/ 
 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024250/

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