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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 2 HISTÓRICO ....................................................................................... 4 2.1 Análises clínicas .......................................................................... 6 2.2 Profissionais que atuam em análises clínicas ............................. 7 3 LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS ..................................... 11 3.1 Tipos de laboratórios clínicos .................................................... 12 3.2 Exames realizados em Laboratórios clínicos ............................ 14 3.3 Principais exames realizados .................................................... 33 4 LEGISLAÇÃO DE ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS...................................................... 35 4.1 Infraestrutura física de um laboratório – RDC nº 50/2002. ........ 37 5 LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA ......................................... 41 5.1 SISLAB – Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública 42 5.2 Biossegurança Laboratorial (NB3/NBA3) .................................. 44 5.3 Sistema Gerenciador De Ambiente Laboratorial (GAL) ............. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 46 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 49 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 HISTÓRICO Fonte: lacliu.com.br As Análises Clínicas no Brasil nunca tiveram autonomia acadêmica, mas sempre foram ligadas as Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais tarde, as Faculdades de Biomedicina. Assim como não há Faculdade de Análises Clínicas, não há Conselhos que representem diretamente esta profissão. As Análises Clínicas no Brasil atualmente são regulamentadas por três Conselhos: o de Farmácia, o de Biomedicina e o de Medicina. Não existe uma Faculdade autônoma de Análises Clínicas, mas sempre dependeu do curso de Farmácia na modalidade Análises Clínicas, embora outros profissionais pudessem trabalhar nesta área. Os cursos de Biomedicina e de Medicina não são específicos para esta área, embora no primeiro caso a faculdade tenha se adaptado da sua principal função, já que pela lei 6.684/79 as atribuições do Biomédico eram referidas a análise do meio ambiente, serviços de radiologia, hemoterapia e radiodiagnóstico e pesquisa científica. Hoje as Análises Clínicas são regulamentadas por lei. Embora tenham sido criados cursos de Farmácia anexos aos cursos de Medicina no Rio de Janeiro e em Salvador, a criação do curso de Farmácia em Ouro Preto em 1839 pela Assembleia Provincial constitui-se em um marco, na medida em que este passa a constituir-se no primeiro curso autônomo desta 5 área no Brasil. Esta iniciativa tentou normatizar uma realidade onde predominava amplamente a medicina popular, complementada pela ação de práticos e de alguns poucos profissionais com formação acadêmica. Somente em 1874 foram adquiridos equipamentos para a montagem do gabinete de Física e do laboratório de Química, embora dedicados à farmácia, esta prática ainda era subvencionada pelo governo a pessoas particulares. Mais tarde, em 1891, permitiu-se a compra na Europa de aparelhos, máquinas e material de laboratório necessários ao ensino prático. No início do século é que realmente a Escola de Farmácia começa a se delinear como iniciadora das análises clínicas com a criação dos laboratórios de Química Orgânica e Biológica, laboratório de Química Analítica e Toxicologia. Em função do ressurgimento da peste, com a lembrança da primeira pandemia no VI século, que atingiu todo o mundo romano, a do século XIV que aniquilara um quarto da população da Europa, o novo grande ciclo, iniciado na China e alcançando a América do Sul pelo Paraguai e Argentina, aportando à cidade de Santos em outubro de 1899, o governo federal designou Oswaldo Cruz, para juntamente com Adolpho Lutz e Vital Brazil, verificar a real etiologia da epidemia de Santos. Confirmado oficialmente que “a moléstia reinante em Santos era a peste bubônica”, as autoridades sanitárias decidiram instituir laboratórios para produção de vacina e soro contra a peste: Instituto Butantã, em São Paulo, e no Instituto Soroterápico Municipal no Rio de Janeiro, em 1900. A partir daí, começam a acorrer ao Instituto estudantes de medicina, em busca de estágio ou de orientação para suas teses, então indispensáveis para a graduação. Novos temas de pesquisa foram sendo rapidamente adotados em diversos domínios: hematologia, bacteriologia, protozoologia, virologia, imunologia e helmintologia, delineando a atividade analítica. Nascia o Instituto Oswaldo Cruz. Inaugurado em 1908, o Curso de Aplicação foi a primeira escola brasileira de pós-graduação, verdadeira inovação no panorama científico nacional. Nele se ensinava e trabalhava, durante dois anos, sobre métodos de investigação e experimentação em microscopia, microbiologia, imunologia, física e química biológica, e parasitologia lato sensu. Uma rede estadual de saúde foi formada em São Paulo em 1892, com a criação do Instituto Bacteriológico e do laboratório de Análises Químicas e 6 Bromatológicas e a incorporação do Instituto Vacinogênico, do Laboratório Farmacêutico e dos Hospitais Públicos. Desde os primeiros anos, o Instituto Bacteriológico pode intervir com grande impacto nas condições de saúde da população paulista, ajudando a controlar a difusão da febre amarela em quase todo o território do Estado, debelando uma epidemia de febre bubônica em Santos e combatendo “o cólera” e a febre tifoide que grassavam na Capital. Enquanto isso, o Laboratório Bromatológico atuava, junto aos órgãos da polícia estadual, no controle às fraudes e às contaminações de alimentos. Em 1940, os dois grandes laboratórios públicos foram unidos, graças à ampliação das instalações físicas, e denominado Instituto Adolfo Lutz. 2.1 Análises clínicas Fonte: amorbiomedico.blogspot.com A análise clínica é o ramo de conhecimento que trabalha com o estudo de alguma substância de forma a coletar dados e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Essas análises ocorrem a partir de um exame feito a pedido de um profissional habilitado da área da saúde, geralmente o médico, e são entregues em laboratórios próprios para realização desses exames. As análises podem ser realizadas por vários profissionais diferentes como: farmacêuticos, bioquímicos, médicos ou biomédicos, sendo que esses, 7 devem ter previamente o conhecimento necessário na área de análise clínica,conforme as regras da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão fiscalizador. Segundo os sistemas CFBio/CRBios (Conselhos regionais e federais de Biologia) o Biólogo também é respaldado por lei, para atuar em análises clínicas. Os conselhos de Biologia afirmam que não existe impedimento técnico e nem legal para que o Biólogo atue na área de análises clínicas, desde que cumpra os pressupostos e requisitos regulamentados pelos conselhos da categoria. O exercício legal da profissão de biólogo, bem como suas características e diretrizes, está respaldado pela lei nº 6.684/79. A análise clínica ajuda a diagnosticar algum dado ou característica que possa ajudar no diagnóstico de alguma anomalia ou problema de saúde. O exame pode incluir, por exemplo, a coleta de materiais como urina, sangue, fezes ou outros, para serem analisadas e servirem para construir dados. Como esse material pode variar de natureza e de utilidade, os profissionais que irão analisá- lo também são variados. 2.2 Profissionais que atuam em análises clínicas – ensino superior. 1) Farmacêutico De acordo com a Resolução CNE/CES (Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação) número 02/02 capacita o farmacêutico ao exercício em todas as áreas de atuação profissional. A Resolução, em seu artigo 5º, referência que a formação do farmacêutico tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de inúmeras competências e habilidades específicas. Os incisos XI, XII, XIII e XXX fazem referências à competências na área das análises clínicas, tais como: realizar, interpretar, emitir laudos e pareceres e responsabilizar-se tecnicamente por análises clínico-laboratoriais, incluindo os exames hematológicos, citológicos, citopatológicos e histoquímicos, biologia molecular, bem como análises toxicológicas, dentro dos padrões de qualidade e normas de segurança; realizar procedimentos relacionados à coleta de material para fins de análises laboratoriais e toxicológicas; avaliar a interferência de 8 medicamentos, alimentos e outros interferentes em exames laboratoriais; gerenciar laboratório de análises clínicas e toxicológicas. Os farmacêuticos formados, de acordo com a Resolução 04/69, do Conselho Federal de Educação (CFE), com habilitação em Farmácia Bioquímica, estão aptos ao exercício das análises clínicas, sem necessidade de especialização para o título de farmacêutico-bioquímico, pois a normativa regulatória já o contempla. 2) Bioquímico A RN36 do CFQ (Conselho Federal de Química), o decreto-lei 85.877/81 (sobre os profissionais da química, inclusive os bioquímicos) e a RN224 reforçam a atuação do profissional da química (ou seja, também os bioquímicos) na área clínica, ao permitir a atuação em análise química e físico-química, químico- biológica, bromatológica, toxicológica e legal. Artº 4: “Compete ainda aos profissionais de Química, embora não privativo ou exclusivo, o exercício das atividades mencionadas no art. Iº, quando referentes a: órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública ou a seus departamentos especializados, no âmbito de suas atribuições''. O Prof. Wagner Pederzoli, presidente do CRQ-2ª Região/MG, expediu um ofício, aonde discorre sobre a legalidade da atuação do Bioquímico em análises clínicas. Esse ofício tornou-se mais um documento oficial, que respalda o Bioquímico para a prática nessa área. Nesse documento oficial, conclui-se que: “Assim, fica clara a competência dos Bioquímicos para a realização das atividades retrocitadas, ” (referência as atividades e locais de trabalho descritas no decreto n. º 85.877/1981 e reproduzidas no parágrafo anterior) não havendo qualquer impedimento legal para a execução das referidas atividades, bem como para exercer a competente Responsabilidade Técnica pelos laboratórios e respectivos laudos”. 3) Biomédico Nas análises clínicas, o biomédico é responsável por diagnosticar uma doença, verificar o resultado de um teste de parternidade, o resultado de um 9 exame de laboratório, assinar laudos técnicos, responsabilizar-se e executar o processamento do sangue, suas sorologias e exames pré-transfussionais, assumir assessorias, chefias técnicas e a direção dessas atividades. A maioria dos profissionais dessa área decidem trabalhar em laboratórios de análises clínicas. 4) Biólogo O campo de atuação desse profissional é abrangente, podendo trabalhar no estudo de células tronco e também com a análise clínica. Dentro disso, esse profissional pode realizar diversas atividades como diagnósticos biológicos, ambientais e moleculares, diagnósticos específicos das análises clínicas, patológicas e citológicas (fazer exames, interpretar resultados, emitir laudos, fazer o aconselhamento genético, etc.). A Resolução CFBio nº 12/1993 autoriza a realização de exames laboratoriais pelo profissional da Biologia, desde que tenham sido cursadas as seguintes disciplinas: anatomia humana, biofísica, bioquímica, citologia, fisiologia humana, histologia, imunologia, microbiologia e parasitologia. Em defesa da atuação dos Biólogos, o Sistema CFBio/CRBios sustenta que, nos termos da Lei n° 6.684/1979, especialmente seu art. 2°, inciso III, c/c o inciso II do art. 10, c/c o art. 1º da Lei nº 7.017/82 e ainda do inciso III do art. 11 do Decreto nº 88.438/83, a legislação conferiu autorização para o exercício de tal atividade, de acordo com a formação curricular do Biólogo, o que foi regulamentado nos termos das Resoluções CFBio n°s 12/93 e 10/03. 5) Enfermeiro Em laboratórios de análises clínicas e mais precisamente na coleta dos exames, a atuação da enfermagem está assegurada pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS) na Portaria do nº CVS-01, de 18 de janeiro de 2000, que trata das condições de funcionamento dos laboratórios de análises clinicas, patologia clínica e congêneres. Esta portaria habilita os seguintes profissionais de Enfermagem para atuar em setor de coleta: o Enfermeiro, o Técnico de Enfermagem e o auxiliar de Enfermagem. A mesma portaria no subitem VI. 3.2, trata que o enfermeiro, http://www.cfbio.gov.br/artigos/RESOLUcaO-CFBio-N%C2%BA-12-DE-19-DE-JULHO-DE-1993 10 também, pode assumir a responsabilidade pela coordenação dos programas de coleta domiciliar de material humano. A Resolução COFEN -146, de 1 de junho de 1992 preconiza a presença/responsabilidade de um enfermeiro nos locais onde existem ações de enfermagem sendo executadas (COFEN,1992). Destaca-se que esta resolução aplica-se aos laboratórios de análises clínicas em que haja auxiliares e/ou técnicos de enfermagem realizando ações de enfermagem, como: punção venosa, sondagens, coleta de secreções de feridas e drenos, em geral; curativos em feridas após a realização da coleta, manipulação de cateteres centrais e periféricos, orientações sobre o preparo e coleta dos exames, administração de medicação, auxílio a outros profissionais em procedimentos mais complexos, entre outras atividades. O profissional enfermeiro, paulatinamente, está inserindo-se nessa área de atuação e, em decorrência de sua formação, contribui para a garantia da qualidade da assistência prestada, bem como se responsabiliza pelo gerenciamento dos recursos humanos e materiais do laboratório, propiciando a promoção de uma interação multidisciplinar. Assim, encontra- se em condições de desenvolver as ações relativas à coleta de material biológico. 6) Veterinário O veterinário, ou médico veterinário, é o profissional responsável por realizar cirurgias e oferecer assistência clínica à animais silvestres e domésticos. Para os profissionais que desejam realizar análises laboratoriais, é necessário fazer uma especialização em análises clínicas veterinárias. Assim, ele poderá realizar exames laboratoriais em espécies animais, interpretarresultados, coletar e preservar amostras, realizar o processamento das mesmas e assinar laudos técnicos. Assim, tantos animais de pequeno como os de grande porte, podem ser submetidos a exames como de ácido úrico, hipersensibilidade, dentre outros. 7) Médico Reconhecida pelo MEC em 1977 como especialidade médica e representada pela SBPC/ML desde 1944, ainda como área de atuação, a especialidade possui um papel fundamental no setor de saúde e na assistência 11 e segurança do paciente, uma vez que 70% das decisões clínicas são pautadas em resultados de exames. O foco de atuação do especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial abrange as 3 bem definidas fases do fluxo laboratorial: Fase pré-analítica: auxiliando os médicos assistentes na indicação dos exames necessários para o diagnóstico correto de cada um dos pacientes avaliados, além da garantia da qualidade dos processos de coleta e transporte das amostras biológicas. Fase analítica: na definição das metodologias ideais para cada tipo de exame e na garantia da qualidade dos testes realizados. Fase pós-analítica: elaborando laudos os resultados obtidos e auxiliando os médicos assistentes na interpretação clínico-laboratorial, com benefício direto aos pacientes e, finalmente, atuando na visão sistêmica sobre este fluxo, na gestão dos processos e dos sistemas de acreditação, como o PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, da SBPCML. Nesta atuação contamos com uma equipe multiprofissional, conjuntamente com biomédicos, biólogos, bioquímicos, técnicos e enfermeiros, além de médicos de outras especialidades afins. 3 LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS Fonte: ung.br 12 Os laboratórios de análises clínicas são locais de prestação de serviço destinada à análise de amostras biológicas, com a finalidade de oferecer apoio ao diagnóstico e ao terapêutico. Essas análises são uma série de exames ou testes indicados por um profissional de saúde habilitado, geralmente o médico, afim de diagnosticar ou atestar uma patologia, averiguar os níveis séricos de substâncias no corpo, entre outros. Eles também podem ser utilizados para a realização de exames de rotina, conhecidos como check-up. Fundamentados em um processo dinâmico que se inicia na coleta do espécime diagnóstico (amostra biológica obtida adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial) e termina com a emissão de um laudo. As amostras necessárias para os exames, são coletadas dos pacientes, e em seguida analisadas. Por exemplo, na coleta de urina, o paciente segue todo um procedimento indicado pelo médico ou pelo laboratório para a coleta da amostra. Depois ocorre a manipulação e conservação do material, e por último, acontece a análise em laboratório, em que é emitido um laudo diagnóstico. Anteriormente, a margem de erro para os resultados era elevada, pois a análise não era feita com equipamentos de alta tecnologia. Mas ainda podem ocorrer erros derivados da falha em equipamentos, erros de digitação ou por fatores externos provocados pelo paciente como a ingestão de medicamentos, erros no jejum, transporte incorreto da amostra, dentre outros. 3.1 Tipos de laboratórios clínicos Os tipos de Laboratório Clínicos são: Laboratório Geral, Laboratório de Apoio, Laboratório de Referência, Laboratório Principal (matriz), Laboratório Satélite (filial), Laboratório Especializado e Laboratório de Ensino. Laboratório Clínico: Instalação destinada à realização de exames biológicos, microbiológicos, sorológicos, químicos, imunohematológicos, hematológicos, biofísicos, citológicos, patológicos, ou outros exames, de material ou amostra de paciente, com a finalidade de fornecer informações para o diagnóstico, prevenção ou tratamento de qualquer doença ou deficiência de seres humanos, ou para a avaliação da saúde dos mesmos. 13 Laboratório de Apoio: Laboratório clínico que executa exames em amostras enviadas por outros laboratórios. Laboratório de Ensino: Laboratório clínico que também é utilizado para fins didáticos ou de treinamento. Laboratório Especializado: Laboratório clínico que realiza exames referentes a uma ou mais especialidades do laboratório clínico. Laboratório de Referência: Laboratório clínico de excelência, reconhecido formalmente por entidade de cunho científico, nacional ou internacional, governamental ou privada, utilizado para comprovação de resultados laboratoriais. Laboratório Geral: Laboratório clínico que realiza exames de análises clínicas, anatomia patológica e citopatologia. Laboratório Independente: Laboratório clínico que não está ligado a qualquer instituição. Laboratório Institucional: Laboratório clínico que está subordinado administrativamente a uma instituição pública ou privada. Laboratório Principal: Laboratório clínico sede de uma organização laboratorial, que tenha laboratórios satélites. Laboratório Satélite (filial): Laboratório clínico que faz parte de um mesmo estabelecimento comercial, porém de localização diversa, que realiza parte dos exames e envia os demais para o Laboratório Principal. 14 3.2 Exames realizados em Laboratórios clínicos Fonte: famesp.com.br Uma das principais finalidades dos exames laboratoriais é auxiliar o raciocínio médico após a obtenção da história clínica e a realização do exame físico. Os exames laboratoriais, para serem realizados, passam por processo dinâmico que é dividido em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Para tanto, todas as fases de execução dos exames, sobretudo a pré- analítica, devem ser conduzidas seguindo o rigor técnico necessário para garantir a segurança do paciente e resultados exato Os exames laboratoriais, para serem realizados, passam por processo dinâmico que é dividido em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Fase pré-analítica Consiste na preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação analítica. Ou seja, engloba todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou fora do laboratório de análises clínicas. A fase pré-analítica concentra a maior parte dos equívocos que podem gerar resultados não consistentes com o quadro clínico do paciente. Estima-se que problemas nessa etapa sejam responsáveis por cerca de 70% dos erros ocorridos nos laboratórios. Entre eles, vale destacar os aspectos relacionados à 15 orientação do paciente, como a necessidade ou não do jejum e o intervalo adequado deste, o tipo de alimentação, a prática de exercício físico, o uso de medicamentos capazes de interferir na análise e mudanças abruptas nos hábitos da rotina diária precedendo a coleta. Fonte: slideplayer.com.br Monitorar e controlar a fase pré-analítica é tarefa altamente complexa porque muitas das variáveis envolvidas estão fora do alcance do laboratório. Podemos dividir a fase pré-analítica em cinco etapas: Requisição ou Pedido de exame Preparo do paciente Coleta Identificação e Armazenamento Transporte 1) Requisição ou pedido de exame: O processo para realização dos exames laboratoriais inicia-se com o pedido de exame, feito geralmente durante a consulta médica. É necessário que o profissional descreva corretamente a solicitação desejada. O maior número possível de informações no pedido, sempre ajuda na hora de realizar o exame. 16 A solicitação do exame acontece principalmente por dois motivos: para confirmar ou rejeitar um diagnóstico, ou para obter parâmetros para acompanhamento. É por este motivo que um pedido e um resultado corretos auxiliam muito na decisão adequada para condução do tratamento do paciente. 2) Preparo do paciente Esta etapa é de orientação e cuidado do paciente. Neste momento de pré- coleta o pacientedeve receber todas as informações necessárias para a realização do exame e não se deve esperar que as orientações sejam dadas pelo profissional que requisitou o exame, mas sim pelo laboratório. O paciente deve receber do laboratório informações sobre o tempo de jejum, a realização de exercícios físicos, o consumo de bebida alcoólica, dentre outras. O PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos) indica que essas orientações devam ser fornecidas por escrito, quando o cliente for responsável pela coleta, facultando o fornecimento na forma verbal para as instruções simples. O DICQ (Sistema Nacional de Acreditação), 2011 estabelece que: “As instruções para coleta de material ou amostra pelo próprio paciente/cliente, devem ser disponibilizadas de forma escrita e/ou verbal, em linguagem acessível”. Exemplos de exames para os quais se recomendam instruções escritas: Provas hormonais funcionais. Exames de urina: rotina, cultura, dosagem de tempo marcado. Pesquisa de sangue oculto e provas digestivas funcionais. Espermograma e análise de sêmen. Coleta de escarro expectorado. Coleta de exames microbiológicos em hospitais. 3) Coleta A obtenção da amostra biológica se dá mais frequentemente pela coleta de sangue, e pode ser o momento de maior tensão para o paciente. Os profissionais devem agir com cuidado e atenção. Seguir protocolos específicos de coletas, auxilia na diminuição de erros que poderiam ocorrer nesta etapa. 17 Coleta da amostra: Separar os materiais adequados para realização da coleta. Realizar a coleta utilizando os equipamentos de proteção individual necessários. Descartar os materiais contaminados em lixo apropriado e de maneira segura. Centrifugar o sangue quando necessário e separar o soro ou plasma adequadamente. Caso falte algum dado necessário para o bom desempenho, deve-se sanar o problema ou adiar a coleta até que todas as informações estejam corretas. O preparo e organização dos equipamentos e do profissional também são de suma importância para a qualidade do trabalho fornecido neste momento. Exemplo de coleta de amostra – coleta de sangue Condições para a coleta O que é necessário para a coleta de sangue Sala bem iluminada e ventilada Pinça Pia Cadeira reta com braçadeira regulável ou maca Garrote Pipetas Pasteur Algodão hidrófilo Etiquetas para identificação de amostras Álcool iodado a 1% ou álcool etílico a 70% Caneta Agulha descartável Recipiente de boca larga, com parede rígida e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2% Seringa descartável Avental e máscara Sistema a vácuo: suporte, tubo e agulha descartável Luvas descartáveis Tubos de ensaio com tampa Estantes para tubos O que deve ser feito antes da coleta da amostra de sangue: - Identifique os tubos para colocação da amostra. 18 - Escreva na etiqueta os dados do paciente: nome, número do registro, data de nascimento, sexo, data da coleta, número ou código de registro da amostra e o nome da instituição solicitante. (Em algumas unidades, utiliza-se apenas códigos ou abreviaturas em lugar do nome do paciente.) Como fazer coleta de sangue com seringa e agulha descartáveis 1- Coloque a agulha na seringa sem retirar a capa protetora, não toque na parte inferior da agulha. 2- Movimente o êmbolo e pressione-o para retirar o ar. 3- Ajuste o garrote e escolha a vela. 4- Faça a antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70% ou álcool iodado a 1 %. Não toque mais no local desinfetado. 5- Retire a capa da agulha e faça a punção; 6- Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir na seringa. 7- Colete aproximadamente 10 ml de sangue. Em crianças, colete de 2 a 5 ml. 8- Separe a agulha da seringa com o auxílio de uma pinça, descarte a agulha em recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%. 9- Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o braço estendido, sem dobrá-lo. 10- Transfira o sangue para um tubo de ensaio sem anticoagulante, escorra delicadamente o sangue pela parede do tubo. Este procedimento evita a hemólise da amostra. Descarte a seringa no mesmo recipiente de descarte da agulha. Como proceder quando a coleta é feita com sistema a vácuo: 1- Rosqueie a agulha no adaptador (canhão). Não remova a capa protetora de plástico da agulha; 2- Ajuste o garrote e escolha a veia; 3- Faça a anti-sepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70% ou álcool iodado a 1%. Não toque mais no local desinfetado; 19 4- Remova o protetor plástico da agulha. Faça a punção; 5- Introduza o tubo no suporte, pressionando-o até o limite; 6- Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir no tubo; 7- Separe a agulha do suporte com o auxílio de uma pinça. Descarte a agulha em recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%; 8- Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o braço estendido, sem dobrá-lo. Como fazer uma coleta múltipla 1) Utilize o sistema a vácuo. 2) Troque os tubos à medida em que for colhendo as amostras desejadas. 3) Todos os demais procedimentos são iguais ao do sistema a vácuo. Falhas mais comuns na coleta das amostras: 1) Amostra insuficiente 2) Amostra em tubo incorreto 3) Amostra inadequada 4) Identificação incorreta (do paciente e da amostra). Após obtenção das amostras, outro cuidado é o de encaminhá-las nos prazos adequados para assegurar a qualidade do material para análise. 20 4) Identificação e Armazenamento Identificação Fonte: saosebastiaolaboratorio.com.br As amostras deverão ser identificadas adequadamente e individualmente. Amostras com identificação inadequada não devem ser processadas. As etiquetas devem ser colocadas de forma a não ocultar o nível do volume da amostra contida e não cobrir o código de barras da etiqueta. Armazenamento Fonte: heraldo.es 21 Respeitar o tempo de preparo e as condições de armazenamento para preservar a integridade e estabilidade da amostra; Evitar congelamentos e descongelamentos consecutivos; Material genético viral é extremamente lábil, portanto, facilmente degradado pelo armazenamento inapropriado ou pela demora em seu processamento. 5) Transporte A última etapa da fase pré-analítica tem como primeiro passo o bom armazenamento do material coletado. Identificação e recipientes corretos evitam resultados alterados e também a perda do material. É importante utilizar maletas adequadas, veículos adaptados, controlar a relação tempo e temperatura a que é exposto o material, utilização de frascos adequados, tudo pensando na segurança e na preservação das boas condições do material biológico para análise. A RDC 302/2005 da Anvisa prevê no parágrafo 6.1.10: “A amostra de paciente deve ser transportada e preservada em recipiente isotérmico, quando requerido, higienizável, impermeável, garantindo a sua estabilidade desde a coleta até a realização do exame, identificado com a simbologia de risco biológico, com os dizeres “espécimes para diagnóstico” e com nome do laboratório responsável pelo envio. ” É importante que o veículo tenha informações por escrito em casos de acidentes. Deve-se evitar agitação das amostras. Todos os materiais devem ser manuseados por pessoas portando equipamentos de segurança. O transporte até a área técnica deve ser eficiente e rápido. Acondicionar os tubos ou frascos, contendo o material biológico, dentro de saco ou pote plástico, na posição vertical, antes de colocar na caixa térmica, de modo a evitar derramamentos e quebras. A caixa térmica deverá conter quantidade de gelo reciclável compatívelcom a quantidade de material que estiver sendo enviado, ser bem vedada e não possuir espaços vazios em seu interior. 22 Fonte: aedb.br Recipientes de transporte Microtubo com tampa de rosca - Transporte de plasma para Biologia Molecular (PCR). Fonte: inovelaboratorio.com.br Tubo de poliestireno com tampa - Transporte de soro para pesquisa de anticorpos IgM e IgG. 23 Fonte: interlabdist.com.br Cary blair - Transporte de amostra fecal - Coprocultura - Conservação em temperatura ambiente - Após inoculado transportar refrigerado (2-8ºC) Fonte: globaltradebr.com.br STUART - Transporte de secreções em geral - Cultura para Streptococcus pyogenes - Conservação em temperatura ambiente 24 - Após inoculado transportar refrigerado (2-8ºC) Fonte: primecirurgica.com.br REGAN LOWE - Transporte de swab de nasofaringe - Coqueluche - Conservação refrigerado (2-8ºC) - Após inoculado transportar em temperatura ambiente - Fornecido apenas para unidade sentinela. Fonte: prefeitura.sp.gov.br Frasco de hemocultura - Transporte de sangue -Sistema automatizado de cultura para aeróbios (tampa verde), anaeróbios (tampa laranja) e pediátrico (tampa amarela) 25 - Conservação em temperatura ambiente -Após inoculado transportar em temperatura ambiente Fonte: deskgram.net Kit meningite bacteriana Composto por: - 01 Frasco de Ágar Chocolate - 02 Frascos vazios estéreis - 02 Lâminas em portas-lâmina. Fonte: hutec.com.br Kit meningococcemia Composto por: - 01 Frasco vazio estéril para soro – Látex; 26 - 01 Frasco para Hemocultura Automatizado. - Utilizar para pacientes com quadro hemorrágico (petéquias, sufusões, equimoses e lesões) Fonte: hutec.com.br Meio de transporte viral (MTV) - Transporte de swab de nasofaringe - Pesquisa de vírus respiratórios: Sarampo, H1N1 e Rubéola - Conservação: congelado (-20ºC) - Após inoculado transportar refrigerado (2-8ºC) Fonte: lacen.saude.pr.gov.br 27 Fase analítica Inicia-se com a validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno na amplitude normal e patológica, e se encerra, quando a determinação analítica gera um resultado. Esta segunda fase dos exames laboratoriais é realizada a análise do material coletado. São diversos os processos envolvidos nessa fase, na dependência do método analítico empregado, envolvimento de pessoas e, sobretudo, o emprego de métodos de controle para garantia de resultados mais acertados. Análise Após o material coletado e devidamente preparado os laboratórios iniciam o processo de análise do material. Os profissionais da saúde devem ficar atentos e conhecer em profundidade os sistemas analíticos que empregam, os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do equipamento e do método, além do método de controle adotado, como o controle estatístico dos processos. Apesar de a análise se basear muitas vezes em um sistema automatizado e que possui alta tecnologia, há necessidade da atuação do profissional, de fundamental importância para a garantia da qualidade dos resultados. Fazem parte do seu trabalho nessa fase: Verificação de instrumentos e reagentes Verificação do estado de controle dos sistemas monitorização dos processos de análises Manutenção de soroteca. O profissional que conhece bem seus sistemas já terá identificado os pontos críticos e que requerem maior cuidado, com protocolos estabelecidos de checagem para atuação de modo preventivo. Fará ainda a monitorização regular dos testes por meio de métodos de Controle Interno da Qualidade, porque todos os procedimentos de medidas estão sujeitos a variações. O propósito do CIQ, que é um controle estatístico de processos, é buscar assegurar que o desempenho dos métodos seja mantido dentro dos limites esperados de variação. É importante poder contar com instrumentos, insumos (reagentes, calibradores, água reagente) e ferramentas de avaliação, adequados para executar com eficiência a fase analítica. http://qualichart.com.br/conteudo/3-aplicacoes-para-o-gerenciamento-da-qualidade-analitica-laboratorios-clinicos.html http://qualichart.com.br/index.html 28 Controle da Qualidade: De acordo com Oliveira, C.A. e Mendes, M.E (2010), ainda hoje, com equipamentos e métodos modernos, existem 14% de chances de ocorrerem erros nas análises, na fase analítica. No Brasil, foram criadas normas e determinações para assegurar que os laboratórios se dediquem a cuidar da qualidade, sendo obrigatória a realização do Controle Interno da Qualidade, para monitorar a imprecisão e também a participação em ensaios de proficiência, que é o Controle Externo da Qualidade, para verificação da exatidão. É como está definido na RDC 302/2005 da Anvisa. É necessário também que os laboratórios de análises clínicas disponibilizem conteúdos de qualificação e formação profissional, para aperfeiçoamento do seu pessoal. Após realizar análise do controle interno e sendo consideradas em conformidade, são feitas as análises das amostras de pacientes. Fluxo de dados: Os resultados obtidos das amostras de pacientes serão cuidadosamente transportados para o computador, ou através da interface de SOFTWARE entre o analisador e o Sistema de Informática Laboratorial (SIL). Os resultados dos exames devem ser verificados e liberados por pessoal de nível superior: médicos, bioquímicos, biomédicos, antes de liberados para a fase seguinte. Se o programa de interface permite, ou o SIL, a liberação pode muitas vezes ser feita de forma eletrônica, de especial valor para o caso de processamento de grande número de amostras. O fluxo de dados envolve a fase analítica e a pós analítica. A primeira porque algumas verificações podem implicar em necessidade de refazer a análise da amostra do paciente, se o resultado não for considerado aceitável. Os critérios para verificação de resultados devem estar documentados em POP e devem incluir o “delta check” e análise de nível crítico. Muitas vezes essa última é considerada como pertencente à fase pós analíticos, mas, por ser realizada por pessoal de nível superior e envolvida nos processos analíticos, pode ser entendida também como pertencente a essa fase. http://www.qualichart.com.br/blog/vale-a-pena-saber-rdc-3022005-da-anvisa/ 29 Fase pós-analítica Inicia-se, após a geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo finalizada, após a entrega do laudo conforme legislação vigente. Após a coleta do material e a análise dos dados, o exame laboratorial passa pela última etapa, a pós-analítica. Nela há envio e interpretação dos resultados e consequentemente o diagnóstico e tratamento. Segundo a RDC 302/2005 da Anvisa: “ 4.20 Fase pós-analítica: fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, para a interpretação pelo solicitante.” A fase pós-analítica se materializa no laudo do exame. Sua qualidade como mídia e conteúdo para a informação que representam devem merecer grande cuidado. O laudo deve tangibilizar qualidade e confiabilidade de resultados para os clientes finais: pacientes, médicos, compradores de serviços. As etapas dessa fase: Preparo do laudo dos exames Impressão, ou transmissão do laudo Recebimento do laudo Tomada de decisão 1) Preparo do laudo do paciente Uma vez que os resultados são aprovados e liberados, os dados são utilizados para a confecção do laudo. Esse processo é feito pelo Sistema de Informações Laboratoriais, que deve seguir a legislação vigente. Abaixo seguem alguns itens do regulamento da RDC 302/2005 da Anvisa, com as orientações que os laboratórios devem seguir, a respeito dos laudos: 6.2.10 o laudo emitidopelo laboratório de apoio deve estar disponível e arquivado pelo prazo de 5 (cinco) anos. 6.3.1 o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir instruções escritas para emissão de laudos, que contemplem as situações de rotina, plantões e urgências. http://www.qualichart.com.br/blog/vale-a-pena-saber-rdc-3022005-da-anvisa/ 30 6.3.2 o laudo deve ser legível, sem rasuras de transcrição, escrito em língua portuguesa, datado e assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado. 6.3.3 o laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: a) identificação do laboratório. b) endereço e telefone do laboratório. c) identificação do responsável técnico (rt). d) nº. de registro do rt no respectivo conselho de classe profissional. e) identificação do profissional que liberou o exame. f) nº. Registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do profissional. g) nº. De registro do laboratório clínico no respectivo conselho de classe profissional h) nome e registro de identificação do cliente no laboratório. i) data da coleta da amostra. j) data de emissão do laudo. k) nome do exame, tipo de amostra e método analítico; l) resultado do exame e unidade de medição. m) valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação. n) observações pertinentes. 6.3.4 quando for aceita amostra de paciente com restrição, esta condição deve constar no laudo. 6.3.5 o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial que optarem pela transcrição do laudo emitido pelo laboratório de apoio, devem garantir a fidedignidade do mesmo, sem alterações que possam comprometer a interpretação clínica. 6.3.6 o responsável pela liberação do laudo pode adicionar comentários de interpretação ao texto do laboratório de apoio, considerando o estado do paciente e o contexto global dos exames do mesmo. 6.3.7 o laudo de análise do diagnóstico sorológico de anticorpos anti-hiv deve estar de acordo com a portaria MS nº 59/2003, suas atualizações ou outro instrumento legal que venha a substituí-la. 31 6.3.8 as cópias dos laudos de análise bem como dados brutos devem ser arquivados pelo prazo de 5 (cinco) anos, facilmente recuperáveis e de forma a garantir a sua rastreabilidade. 6.3.8.1 caso haja necessidade de retificação em qualquer dado constante do laudo já emitido, a mesma dever ser feita em um novo laudo onde fica clara a retificação realizada. Para o item 6.3.4, o ideal é fazer constar informações que possam advertir quanto a possíveis interferentes, como: “amostra hemolisada”; “amostra ictérica” “amostra lipêmica” ou outros como “opalescente”, “turva” ou de coloração anormal. O laudo deve indicar as situações nas quais a análise foi feita apesar das restrições da amostra, e eventualmente se a amostra foi submetida a um pré- tratamento. 2) Impressão ou transmissão do laudo Há um forte movimento para que a transmissão do laudo seja feita por meios eletrônicos, ao invés da tradicional utilização da impressão do mesmo. Há muitas formas de tornar isso mais presente que atualmente, tornando mais ágil a chegada da informação para o profissional que requisitou os exames. Atualmente observa-se uma maior adesão a esse movimento, onde vários laboratórios já disponibilizam os resultados/laudos de exames, pela internet em seus sites e afins. Num ambiente hospitalar essa prática é altamente recomendada, porque diminui o “TURN AROUND TIME – TAT” (tempo de resposta para entrega dos resultados dos exames solicitados o mais breve possível.) total, de especial valor nas urgências. A comunicação eletrônica dos laudos promove a redução de custos para as partes envolvidas: 32 Para o laboratório, há menor gasto com impressão, papel, tinta e impressora, com pessoal para cuidar deste processo e locais de guarda etc; Para o paciente, principalmente por dispensar o deslocamento até o laboratório, mesmo que ele tenha os gastos com impressão em sua residência. Se o laudo for analisado pelo médico em seu computador, esse custo não haveria, poupando ainda os recursos naturais. 3) Recebimento do laudo O destinatário dos resultados é o profissional habilitado que solicitou os exames, pois é quem tem mais propriedade para lidar com a informação. Os profissionais de laboratórios são os provedores de informações obtidas nas análises, representadas pelos laudos. O laboratório clínico deve dispor de assessoria científica para esclarecer dúvidas ou até indicar repetições da análise. Por isso, há necessidade de guardar as amostras caso haja necessidade de repetição. Nesse momento, quanto maior a confiança do profissional de laboratório em seus resultados, mais significativa será a assessoria. 4) Tomada de decisão Ao requisitar um teste, o clínico espera que no momento mais oportuno lhe seja fornecido um resultado confiável, que oriente sua tomada de decisão. As etapas existentes entre essas duas pontas, requisição do teste e recebimento do resultado, fogem ao seu conhecimento e são bastante complexas. O laboratório abriga um vasto arsenal de recursos, cuja compreensão escapa aos que não atuam diretamente nos seus processos. Na maioria das vezes o clínico solicita a participação do laboratório em duas situações: Para confirmar, ou para rejeitar um diagnóstico a partir de uma impressão clínica. Para obter parâmetros que orientem o controle de tratamento. 33 Outras indicações para exames são para estabelecer prognóstico; para triagem em grupos de pacientes e para detectar fatores de risco. Ao receber o laudo das análises por ele solicitadas, o profissional tem em mãos o resultado de todas essas fases e etapas. Com esse laudo tomará suas decisões. Acredita-se que esses laudos orientem cerca de 70% das decisões médicas. 3.3 Principais exames realizados Hematologia Coombs Direto Coombs Indireto Eritrograma Falcização Fator Rh Grupo sanguíneo Hemoglobina Hemograma Hematocrito Leucograma Morfologia das hemácias Plaquetas Prova do laço Células LE Velocidade de hemossedimentação Bioquímica Dosagem de: Ácido úrico Amilase Bilirrubinas Cálcio Cloro Colesterol HDL Colesterol LDL Colesterol total Creatinina Curva glicêmica Depuração de creatinina Fosfatase alcalina prostática Fosfatase ácida total Fosfatase alcalina Ferro serico Fosfatúria Fósforo Frutosamina Gama GT Glicose pós-prandial Glicose Hemoglobina glicada Magnésio Mucoproteinas 34 Proteínas totais e frações Potássio Proteinúria Sódio Transaminase oxaloacética (TGO) Transaminase pirúvica (TGP) Triglicerídeos Uréia Imunologia Titulação de ASLO Dosagem de beta HCG (Soro) Detecção de beta HCG urinário Sorologia para D. de Chagas - ELISA Sorologia para D. de Chagas - HP Sorologia para citomegalovirus IgG Sorologia para citomegalovirus IgM Detecção de fator anti-núcleo Hemaglutinação para Sífilis Sorologia para Hepatite B Sorologia para HIV 1 e 2 Teste do Latex Planoteste Detecção de Proteína C reativa Dosagem de PSA total Sorologia para Rubeola IgG Sorologia para Rubeola IgM Sorologia para Toxoplasmose IgG Sorologia para Toxoplasmose IgM VDRL Uroanálise Exame de Rotina da Urina – EAS Urocultura Urina de primeiro jato Urina 24 hrs Bacteriologia Bacterioscopia Antibiograma Coprocultura 35 Micológico (Exame Direto e Cultura) Cultura de secreção orofaringeCultura de secreção nasal Urocultura Parasitologia Parasitológico de fezes Baerman Pesquisa de criptosporideos Exame direto a fresco Detecção de gordura fecal Pesquisa de sangue oculto Pesquisa de ameba/giardia Pesquisa de leucócitos Pesquisa de Hematozoários Pesquisa de Microfilárias Cultura de Strongyloides em placa de agar 4 LEGISLAÇÃO DE ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS. Fonte: olindahoje.com.br As estruturas físicas de um laboratório, bem como outros estabelecimentos de saúde, são orientadas por resoluções e normas do 36 Ministério da Saúde, desenvolvidas principalmente pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A legislação vigente para a elaboração, montagem e funcionamento, abrange: Lei federal nº 6437/77 – Lei das infrações sanitárias; Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11/09/90) Leis estaduais e municipais Regulamentações do Ministério da Saúde, da ANVISA, da ANS, dos estados e municípios (Decretos, portarias, resoluções, instruções normativas). Regulamentos dos Conselhos de classe profissional. Algumas regulamentações são específicas para estrutura e funcionamento dos laboratórios como: RDC 302 de 13 de outubro de 2005, que dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento dos laboratórios clínicos. Essa RDC aponta todas as instruções para a realização do processo, desde a forma adequada para a coleta de material, até a emissão dos resultados dos exames. A RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002, que dispões sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. A RDC nº 189/03 que dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos de análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. ABNT NBR NM ISO 15189:2008 - Laboratórios de análises clínicas - Requisitos especiais de qualidade e competência. Esta Norma define os requisitos de qualidade e competência específicos para os laboratórios clínicos. ABNT NBR NM 318:2007 – Laboratório de análises clínicas - Informação proporcionada pelo fabricante com os reativos de diagnósticos in vitro para uso profissional. 37 Esta Norma especifica os requisitos para as informações fornecidas pelo fabricante de produtos de diagnóstico in vitro incluindo os produtos reativos, calibradores, materiais de controle e componentes de reativos para uso profissional. ABNT NBR NM 319:2007 – Laboratórios de análises clínicas - Instruções de utilização dos equipamentos para diagnóstico in vitro para uso profissional. Esta Norma especifica os requisitos aplicáveis ao conteúdo das instruções de uso dos equipamentos para diagnóstico in vitro (IVD ou DIV) para utilização profissional. ABNT NBR NM 311-1:2007 – Laboratório de análises clínicas - Pré- analítico - Parte 1: Formulário de solicitação. Esta parte da norma estabelece as recomendações para o modelo dos formulários de solicitação de exames e seu uso correto. 4.1 Infraestrutura física de um laboratório – RDC nº 50/2002. Fonte: deolhonafarma.wordpress.com A RDC 50/2002 dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação dos projetos físicos de estabelecimentos 38 assistenciais de saúde. O laboratório deve atender a todas as especificações descritas nela. Ela foi criada para atualizar as normas existentes quanto a infraestrutura física de estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS), ou seja, é uma norma que busca definir as etapas de elaboração de projetos; dimensões dos ambientes; organização funcional; critérios para circulação interna e externa; condições de conforto; controle de infecção; instalações prediais; segurança contra incêndio, etc. Essa norma deve ser conhecida por todos os envolvidos com a infraestrutura dos EAS, gestores e administradores, fiscais de contrato, e participantes de estudos preliminares para reforma, ampliação e construção de EAS, entre outros. Por ser uma norma extensa, abaixo segue um pequeno resumo da parte I da mesma: Parte I Projeto de estabelecimentos assistenciais de saúde 1- Elaboração de projetos físicos Este capítulo descreve muito bem como devem ser as etapas de um projeto, seja ele de reforma, ampliação ou mesmo de nova construção de EAS. Um projeto precisa ter as seguintes etapas: 1. Estudo preliminar Neste primeiro momento, uma equipe multidisciplinar deve elaborar as necessidades do projeto, como o número de pavimentos, objetivo de cada espaço, atividades e equipamentos. Um bom exemplo é a reforma do sistema de ar-comprimido medicinal: Pode-se começar por um relatório apontando as deficiências do sistema e sugerindo melhorias, baseado nas normas vigentes, e/ou prever uma ampliação do fornecimento para novos pontos de consumo a serem criados. Começa-se então a estudar as possíveis reformas do sistema: instalações elétricas, hidráulicas arquitetura e normas específicas. É recomendada a contratação de profissional qualificado ou escritório de engenharia e arquitetura especializados para elaboração de o estudo preliminar. 39 2. Projeto Básico Nesta etapa serão apresentadas plantas baixas, com propostas como local de quadros elétricos, tubulações hidráulicas, fachadas, entre outros. Todas as informações deverão passar pela avaliação da equipe de projeto do EAS, para que sejam feitas as alterações necessárias. 3. Projeto Executivo Agora temos o projeto necessário para iniciar a obra, com todos os elementos bem detalhados, de modo que não restem dúvidas para a construtora que executará a obra. Muito importante neste ponto é executar a revisão do projeto antes do início da obra, pode ser necessário contratar uma empresa ou profissional para auxiliar, caso o EAS não conte com profissional com a experiência necessária. Espera-se que na revisão sejam observados minuciosamente os todos os elementos do projeto, desde o tipo de cimento ou estaca da fundação, até o tipo da tinta ou revestimento de piso. 4. Responsabilidades Nos projetos deverão constar os números de registro dos profissionais envolvidos tanto na elaboração dos projetos, como também na execução do projeto, no respectivo CREA. Na entrega dos projetos, deverão ser entregues as ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica), documento que dá ciência ao respectivo CREA da existência do projeto. O projeto também deverá ser enviado para aprovação nos órgãos de fiscalização, como Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, e demais entidades específicas para cada projeto. Estrutura básica: A estrutura básica de um laboratório de análises clínicas de médio porte requer uma área mínima em torno de 140m². De acordo com a RDC nº 050, as áreas mínimas para a prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia de patologia clínica são: Sala para coleta de material (3,6 m²) 40 Área para classificação e distribuição de amostras (3 m²) Sala de preparo de reagentes (3 m²) Laboratório de hematologia, parasitologia, urinálise, imunologia, bacteriologia, microbiologia, micologia, virologia, bioquímica ou biologia molecular (14 m²). Sala de preparo de soluções (9 m²) Sala de extração de ácidos nucléicos (8,5 m²) Antecâmara de paramentação exclusiva (2,8 m²) Sala de PCR (6,0 m²) Sala de revelação de géis (4 m²) Laboratório de suporte à UTI (8 m²) Laboratório de emergência (16 m²) O laboratório ainda deve ter os seguintes ambientes de apoio, com as áreas médias sugeridas: Área para registro de pacientes, incluindo sala de espera (24 m²) Depósito de material de limpeza (2 m²) Sala de esterilização de material (4 m²) Sanitários para pacientes e acompanhantes, incluindo portadores de necessidades especiais (10 m²) Sanitários para funcionários (5 m²) Copa (5m²) Quarto de plantão (quando houver funcionamento por 24 horas) Sala da administração (15 m²). 41 5 LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA Fonte: enfermeirascheilacristina.blogspot.com O laboratório de saúde pública tem como função básica promover atividades voltadas para o controle epidemiológico e sanitário de uma população. Suas principais ações estão fundamentadas em critérios epidemiológicos, tanto no campo da análise clínica quanto na resolução de problemas prioritários de saúde pública. No cumprimento de suas funções, o laboratório de saúde pública atende à demanda analítica de produtos afetos à vigilância sanitária como alimentos, medicamentos e saneantes domissanitários. Além disso realiza diagnósticos clínicos e epidemiológicos a partir de amostras oriundas de pacientes suspeitos de doenças de interesse sanitário. As atividades desenvolvidas no laboratório de saúde pública expõem os trabalhadores a uma variedade de riscos que estão associados aos materiais empregados e aos métodos utilizados. Visando minimizar ou eliminar os riscos, é essencial o estabelecimento de um programa de biossegurança para o laboratório. Tal programa deverá estabelecer uma estrutura física, administrativa e técnica compatível com as atividades a serem desenvolvidas. Os principais aspectos do planejamento de um laboratório são: segurança do pessoal, proteção da amostra, precisão dos resultados, eficiência no fluxo de trabalho, assim como a proteção do meio ambiente e dos riscos provenientes das atividades realizadas no seu interior. O laboratório de saúde pública deve 42 ser projetado para atender às condições de biossegurança, de acordo com a classe de risco dos organismos e agentes manipulados nas suas atividades. 5.1 SISLAB – Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública O Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SISLAB) é o conjunto de redes nacionais de laboratórios, organizadas em sub-redes, por agravos ou programas, de forma hierarquizada por grau de complexidade das atividades relacionadas à vigilância em saúde – compreendendo a vigilância epidemiológica e vigilância em saúde ambiental, vigilância sanitária e assistência médica. A Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica e a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância em Saúde Ambiental, que compõem o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab), faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Laboratório de Saúde Pública (CGLAB), é responsável por assessorar e cooperar tecnicamente, junto aos estados e o Distrito Federal, na implementação da Rede Nacional de Laboratórios, em articulação com as demais unidades competentes, além de ajudar a promover o processo de educação permanente e de capacitação dos profissionais de vigilância em saúde. O Ministério da Saúde também auxilia no processo de elaboração de normas e medidas para o monitoramento, controle e prevenção da resistência microbiana em serviços de saúde, em articulação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e articula linhas prioritárias para o desenvolvimento de estudos, pesquisas, análises e outras atividades técnico científicas de interesse para o SUS. O monitoramento e o comportamento epidemiológico de doenças e agravos, objeto de controle no campo laboratorial junto ao Centro de Informações Estratégicas em Saúde (Cievs), nos âmbitos nacional e internacional, estão vinculados à Rede Nacional de Laboratórios para desenvolvimento adequado e planejado das políticas públicas na área da saúde. 43 As sub-redes do SISLAB são estruturadas observando suas especificidades, de acordo com a seguinte classificação de unidades laboratoriais, definidas na Portaria GM/MS Nº 2031, de 23 de setembro de 2004: I - Centros Colaboradores - CC II - Laboratórios de Referência Nacional – LRN III - Laboratórios de Referência Regional – LRR IV - Laboratórios de Referência Estadual – LRE V - Laboratórios de Referência Municipal – LRM VI - Laboratórios Locais – LL VII - Laboratórios de Fronteira - LF. A Portaria GM/MS Nº 2031, de 23 de setembro de 2004 em seu art. 3º estabelece: As unidades integrantes da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica executam as seguintes atividades principais: I - diagnóstico de doenças de notificação compulsória; II - vigilância de doenças transmissíveis e não transmissíveis; III - monitoramento de resistência antimicrobiana; IV - definição da padronização dos kits diagnósticos a serem utilizados na Rede. Quanto as principais atividades realizadas pelas unidades integrantes da Rede Nacional de Laboratórios, o Art. 4º dessa mesma portaria descreve: I - vigilância da qualidade da água para consumo humano II - vigilância da qualidade do ar; III - vigilância da qualidade do solo; IV - vigilância de fatores ambientais físicos e químicos; V - vigilância de fatores ambientais biológicos (vetores, hospedeiros, reservatórios e animais peçonhentos); e VI - monitoramento de populações humanas expostas aos fatores ambientais biológicos, químicos e físicos. 44 5.2 Biossegurança Laboratorial (NB3/NBA3) O Ministério da Saúde possui atualmente, 12 (doze) laboratórios em instituições de referência que foram construídos para realizar o diagnóstico laboratorial em condições de nível de biossegurança 3 (NB3). Esses Laboratórios com ambientes de contenção foram implantados com o objetivo de aprimorar a capacidade tecnológica, permitindo maior independência na realização de ensaios diagnósticos que pela sua complexidade exigem condições especiais de segurança. É importante ressaltar que o trabalho desenvolvido nos laboratórios com nível de contenção 3 baseia-se na avaliação de risco, cujos parâmetros encontram-se estabelecidos na classificação dos agentes biológicos especificados na legislação vigente, que após a avaliação de risco indicam quais os procedimentos a serem realizados com amostras que podem exigir níveis mais altos de confinamento biológico. *OBS: Nível de Biossegurança – NB3 O laboratório de nível de Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo risco para a comunidade. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação. A equipe profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos, potencialmente letais, devendo ser supervisionados por profissional altamente capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes. 5.3 Sistema Gerenciador De Ambiente Laboratorial (GAL) O Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) foi desenvolvido pela Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/SVS/MS), 45 em parceria com Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O GAL é um sistema informatizado construído para Laboratórios de Saúde Pública aplicado aos exames e ensaios de amostras de origem humana, animal e ambiental, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, o GAL tem como principais funções: “gerenciar e acompanhar as realizações das análises laboratoriais desde a sua solicitação até emissão do laudo final; gerar relatórios gerenciais e de produção de exames nas Redes de Laboratórios de Saúde Pública; enviar informações laboratoriais a outros sistemas, por meio de interface; subsidiar astomadas de decisões pelas Vigilâncias nas esferas Nacional, Estadual e Municipal.” O sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial - GAL tem como objetivo: Informatizar o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública das Redes Nacionais de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde Ambiental, proporcionando o gerenciamento das rotinas, o acompanhamento das etapas para realização dos exames/ensaios e a obtenção de relatórios produção / epidemiológicos / analíticos nas redes estaduais de laboratórios de saúde pública. Enviar os resultados dos exames laboratoriais de casos suspeitos ou confirmados (positivos/ negativos) das Doenças de Notificação Compulsórias (DNC) ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Auxiliar nas tomadas de decisões epidemiológicas e gerenciais dos laboratórios de saúde. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRBio – 04, Conselho Regional de Biologia 4º Região. Análises Clínicas. Disponível em: http://www.crbio04.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=148 5:analises-clinicas-. Acesso em 01 nov. 2018. BRASIL. Câmara dos deputados. Legislação Informatizada. Lei Nº 6.684, de 3 de setembro de 1979 - Publicação Original. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6684-3-setembro-1979- 377756-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em 01 nov. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de atenção básica. Liminar que proíbe enfermeiros de requisitar consultas e exames é revogada. 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