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Beatriz Marinelli 7º termo Otites Médias Agudas É um processo inflamatório da mucosa da orelha média. As otites acometem 3 espaços; tuba auditiva, fenda timpânica e mastoide. Normalmente duram +/- 10 a 14 dias, porém, pode perdurar por até 2 meses. Estes fatores intrínsecos influência nas recidivas de otite. Rinite, refluxo e hipertrofia tonsilar podem ser corrigidos. →Fatores intrínsecos • Idade: mais novo, não sendo comum em RN. RN com otite deve-se preocupar. • História familiar; • Malformações craniofaciais: fissura palatina, orelha mais baixa →aumenta chance de infecções; • Deficiências imunológicas; • Rinite alérgicas; • Refluxo gastroesofágico; • Hipertrofia de tonsila faríngea. →Anatomia Esta é uma visão de “dentro para fora” da orelha média e mostra a tuba auditiva inflamada (hiperemia e exsudatos), membrana timpânica (separa orelha externa da média) e espaço epitimpânico com a presença de secreção. →Fatores Extrínsecos Os fatores extrínsecos podem ser mudados, estas medidas são muito importantes, com exceção a sazonalidade, todas as demais medidas devem ser estimuladas. As vacinações devem ser muito estimuladas. Beatriz Marinelli 7º termo • Tabagismo passivo; • Creches e berçários; • Falta de vacinação (pneumococo e influenza) – aumenta chance de infecção; • Mamadas na posição horizontal e chupetas; • Falta de aleitamento materno; • Baixo nível socioeconômicos e cultural; • Sazonalidade (inverno) • Infecções de vias aéreas superiores. →Patógenos A maioria dos patógenos são virais (80%) se resolvendo no máximo em 14 dias. A partir de 2 meses há uma transformação da mucosa, levando um metaplasia, passando a ser chamada depois de 3 meses de otite média crônica. • Os principais patógenos bacterianos envolvidos na OMA são o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), o Haemophilus influenzae (hemófilo) e a Moraxella catarrhallis (moraxela). • Streptococcus pyogenes e o Staphylococcus aureus, são bem menos frequentes. É importante ressaltar que as bactérias envolvidas nas otite médias são diferentes das otites externas, pois, são bactérias que habitam mucosa e são resistentes a outras respostas imunológicas. →Quadro Clínico • O surgimento abrupto de otalgia é o sintoma mais frequente na OMA - inicialmente surge sintomas gripais, depois de 1 e 2 dias surgem dores fortes durante a noite/ madrigada; • A presença de febre é também bastante característica; • Otorreia de surgimento agudo e recente também sugere o diagnóstico; • Concomitância de sintomas de infecção de vias aéreas superiores. Quanto mais novas as crianças são, mais sintomas sistêmicos terão e isso, as vezes, dificulta o diagnóstico, visto que não sabem referir o local doloroso, sendo a otorreia um acontecimento mais tardio. O exame físico detalhado é determinante para o diagnóstico correto, mas o choro em bebes pode causar hiperemia das membranas timpânicas. →Critérios diagnósticos • Abaulamento timpânico moderado a intenso; • Otorreia de início recente (48 h); • Abaulamento timpânico leve acompanhado de dor de início recente (48 h); • Intensa hiperemia timpânica. Normalmente estes critérios estão presentes na otoscopia, porém, em fase muito inicial a otoscopia pode ser normal. Ter um bom otoscópio é fundamental para o Beatriz Marinelli 7º termo diagnóstico. Com o paciente sentado. Isso ajudará a visualizar a secreção (efusão) na orelha média. Pode ocorrer a perda da transparência, abaulamento e hiperemia. Nos casos mais avançados observamos perfuração da membrana e otorreia, normalmente pulsátil. →Otoscopia Observe da direita para a esquerda a evolução clínica da otite média aguda. Inicialmente normal, evolui com hiperemia e congestão do cabo do martelo, posteriormente abaulamento discreto da membrana timpânica e perda da transparência e o abaulamento se acentua, nesta fase que pode ter a ruptura da membrana timpânica, principalmente nos quadrantes inferiores. →Amoxicilina O protocolo da amoxilina como melhor opção para casos de primeira infecção. Tem efetividade e baixos efeitos colaterais. Está aumentando a resistência bacteriana na comunidade, mas se utilizarmos drogas mais potentes iremos causar resistência precoce a estas drogas na comunidade. • A amoxicilina na dose de 40 a 50 mg/kg/dia, utilizada por via oral, a cada 12 horas, durante 10 dias. →Recomendações gerais para escolha antibiótica • Tratar com amoxicilina se não usou nos últimos 30 dias, não tem conjuntivite purulenta concomitante e não é alérgico. • Associar inibidor de betalactamase se usou amoxicilina nos últimos 30 dias ou tem conjuntivite purulenta associada ou tem histórico de OMA recorrente não responsiva à amoxicilina. • Reavaliar o paciente em 48 a 72 horas se os sintomas piorarem ou não melhorarem para considerar a troca do esquema antibiótico. →Tratamento inicial • Amoxicilina, 40-50 mg/kg/dia, em 2 doses diárias Ou • Amoxicilina, 90 mg/kg/dia, em 2 doses diárias Ou • Amoxicilina, 40-50 mg/kg/dia, associada a clavulanato, em 2 doses diárias • Alternativa (se alérgico): Axetilcefuroxima, 30 mg/kg/dia, em 2 doses diárias Ou • Ceftriaxona 50 mg/kg/dia, dose única diária, por 1-3 dias Beatriz Marinelli 7º termo →Falha terapêutica Está intimamente relacionada ao manejo dos antibióticos, ausência de orientações para fatores extrínsecos e intrínsecos. • em 48 a 72 horas Amoxicilina, 90 mg/kg/dia, associada a clavulanato, em 2 doses diárias ou • Ceftriaxona 50 mg/kg/dia, dose única diária, por 1-3 dias ou • Timpanotomia (consultar especialista)
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