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TGP Acesso à Justiça

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Acesso à Justiça
O processo deve ser manipulado de modo a propiciar às partes o acesso à justiça, o qual se resolve, na expressão muito feliz da doutrina brasileira recente, em acesso à ordem jurídica justa.
•         O acesso não é a mera admissão ao processo, ou possibilidade de ingresso em juízo. É indispensável que o maior número possível de pessoas seja admitido a demandar e a defender-se adequadamente.
•         Acesso à justiça - idéia central a que converge toda a oferta constitucional e legal de princípios e garantias. Assim:
•
•         a) Oferece-se ampla admissão de pessoas e causas ao processo (universalidade da jurisdição), depois
•         b) Garante-se a todas elas (no cível e no criminal) a observância das regras que consubstanciam o devido processo legal, para que
•         c) Possam participar intensamente da formação do convencimento do juiz que irá julgar a causa (princípio do contraditório), podendo exigir dele a
•         d) Efetividade de uma participação em diálogo.
•         Eis a dinâmica dos princípios e garantias do processo, na sua interação teleológica apontada para a pacificação com justiça.
•         Para a efetividade do processo é preciso a) Tomar consciência dos escopos motivadores de todo o sistema (sociais, políticos, jurídicos) e, b) Superar os óbices que a experiência mostra estarem a ameaçar a boa qualidade de seu produto final. Esses óbices situam-se em quatro "pontos sensíveis“:
•         a) A admissão ao processo (ingresso em juízo).
•         Eliminar as dificuldades econômicas que impeçam o litígio ou dificultem uma defesa adequada.
•         A oferta constitucional de assistência jurídica integral e gratuita (art. 5º, LXXIV) há de ser cumprida, seja quanto ao juízo civil como ao criminal.
•         Eliminar o óbice jurídico do impedimento de litigar para a defesa de interesses supra-individuais (difusos e coletivos); a regra individualista segundo a qual cada qual só pode litigar para a defesa de seus próprios direitos (CPC, art. 6°) está sendo abalada pela Lei da Ação Civil Pública (lei 7.347/85), que permite ao Ministério Público e às associações pleitear judicialmente em prol de interesses coletivos ou difusos.
•         b) O modo-de-ser do processo. Deve-se observar o devido processo legal, o contraditório.
•         
c) A justiça das decisões. O juiz deve pautar-se pelo critério de justiça, seja
•         1) Ao apreciar a prova,
•         2) Ao enquadrar os fatos em normas e categorias jurídicas ou
•         3) Ao interpretar os textos de direito positivo.
•         Não deve exigir uma prova tão precisa e exaustiva dos fatos, que torne impossível a demonstração destes e impeça o exercício do direito material pela parte. Entre duas interpretações aceitáveis, deve pender por aquela que conduza a um resultado mais justo, ainda que aparentemente a vontade do legislador seja em sentido contrário (a mens legis nem sempre corresponde à mens legislatoris);
•         d) Efetividade das decisões. Todo processo deve dar a quem tem um direito tudo aquilo e precisamente aquilo que ele tem o direito de obter.
•         O uso adequado de medidas cautelares constitui poderoso instrumental capaz de assegurar os bons resultados das decisões e medidas definitivas que virão. A prisão do devedor de alimentos, a aplicação de multas diárias para o descumprimento de obrigações de fazer ou não-fazer (Const., art. 5º, LXVII) devem concorrer para que o processo cumpra com rapidez e integralmente as suas funções. Os arts. 461 e 461-A do CPC investem o juiz, já em continuação à fase cognitiva do processo, de amplos poderes destinados a pressionar o obrigado a cumprir obrigações de fazer, de não-fazer ou de entregar coisa certa, reconhecidas em sentença, sem necessidade de instaurar o processo executivo segundo os modelos tradicionais.
VI - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Unidade I - O Processo e o Direito Processual
1. As funções do Estado moderno
bem comum.
2. Legislação e jurisdição
Legislação: estabelece normas que vão reger as variadas relações, dizendo o que é licito ou não.
Jurisdição do estado: tem a finalidade de assegurar a prevalência do direito positivo do país.
3. Direito material e direito processual
D.Material: corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida ( D. Civil, penal, tributário..)
Direito Processual: complexo de normas e princípios que regem o exercício do estado, da ação pelo demandante e defesa pelo demandado.(instrumento a serviço do D. material
4. A instrumentalidade do processo
Aspecto positivo: processo capaz de servir a ordem jurídica justa, consciência dos objetivos a atingir e saber superar os óbices ( a instrumentalidade busca o serviço da paz social!)
Aspecto Negativo: princípio da instrumentalidade das formas, sobre o qual as exigências formais do processo devem ser seguidas a risca, sob pena de invalidade (somente)
5. Linhas evolutivas
Direito adjetivo(uma vez lesado adquiria forças para obter em juízo a reparação da lesão sofrida) 2º Autonomista/Conceitual=  as teorias e parte cientifica eram mais importante.
Unidade II - Princípios Gerais do Direito Processual
2. Princípio da imparcialidade do juiz
Somente através da garantia de juiz imparcial o processo pode apresentar um instrumento ético, técnico para a solução de conflitos individuais com a justiça (a incapacidade subjetiva do juiz, se origina da suspeita de imparcialidade)
3. Princípio da igualdade
Princípio da igualdade real e proporcional (tratamento desigual aos desiguais
4. Princípios do contraditório e da ampla defesa
Contraditório constituído por 2 elementos: informação e reação
5. Princípio da ação - processos inquisitivo e acusatório
Principio da ação: a jurisdição é inerte.
Processo inquisitivo: a função de acusar, defender e julgar encontram-se num único órgão o juiz.
Processo Acusatório: (adotado pelo Brasil) inquérito policial, ou seja, processo administrativo, nessa fase é confidencial não admitindo a figura do contraditório.
6. Princípios da disponibilidade e da indisponibilidade
Disponibilidade: comum no direito civil.
Indisponibilidade: Comum no direito penal ( obrigatoriedade) o crime é uma lesão irreparável no interesse coletivo.
7. Princípio dispositivo e princípio da livre investigação das provas - verdade formal e verdade real.
Princípio dispositivo:o juiz depende na causa, da iniciativa das partes +  provas + alegações em que se fundamentara a decisão.
Livre investigação: tanto civil quanto penal, as partes são livres para conseguir suas provas.
Verdade formal: (comum no civil) aquilo que resulta verdadeiro em face das provas.
Verdade real: ( o que realmente acontece no momento do crime, humanamente impossível!)
8. Princípio do impulso oficial
Princípio pelo qual compete ao juiz mover o procedimento de fase em fase até exaurir a função jurisdicional, dever do juiz de exaurir o processo.
9. Princípio da oralidade
Recomenda-se a prevalência da palavra falada sobre a escrita nos processos.
10. Princípio da persuasão racional do juiz
Regula a apreciação e a avaliação das provas existentes nos autos, indicando que o juiz deve formar livremente sua convicção. Que está entre a prova legal e segundo sua consciência.
11. A exigência de motivação (os porquês) das decisões judiciais
O princípio da motivação determina que a autoridade administrativa deve apresentar as razões que a levaram a tomar uma decisão.
12. Princípio da publicidade
A presença do público nas audiências e a possibilidade dos autos por qualquer pessoa, representam o mais seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores públicos, advogados, o povo é juiz dos juízes.
13. Princípio da lealdade processual
É reprovável que as partes se sirvam do processo faltando ao dever de verdade, agindo deslealmente empregando artifícios fraudulentos.
14. Princípios da economia e da instrumentalidade das formas
Se o processo é um instrumento, não poderá exigir um dispêndio exagerado com relação aos bens que estão emdisputa.
15. Princípio do duplo grau de jurisdição
Indica a possibilidade de revisão por via de recurso, das causas das julgadas pelo juiz de primeiro grau, garante assim, um novo julgamento ( segunda instância).
Unidade III - Norma Processual: Objeto e Natureza
1. Norma material e norma instrumental
Norma material: Disciplinam imediatamente a cooperação entre pessoas e os conflitos de interesse.(regulamenta o convívio entre as pessoas)
Normas instrumentais: Apenas de forma indireta contribuem para a resolução de conflitos interindividuais( regulamenta o funcionamento do processo)
2. Objeto da norma processualSolução dos conflitos e controvérsias processuais. Quanto ao Juiz: Atribuição de poderes necessários para resolvê-los.
3. Natureza da norma processual
Norma de interesse público normalmente que se impõe pela lógica (cogente), com  o caráter eminentemente técnico.
Unidade IV - Fontes da Norma Processual
1. Fontes de direito em geral
Lei, usos e costumes, negócio jurídico.
2. Fontes abstratas da norma processual
Lei, usos e costumes, negócio jurídico.
2. Fontes concretas da norma processual
São aquelas através das quais, as fontes legislativas já examinadas em abstrato efetivamente atuam no Brasil. Ex.: Constitucionais, Legislação complementar à Constituição, Fontes Ordinárias.
Unidade V - Eficácia da Lei Processual no Espaço e no Tempo
1. Dimensões da norma processual
Aplica-se apenas no território. Tem eficácia limitada no espaço e no tempo.
2. Eficácia da norma processual no espaço
A jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo território nacional, mas não significa que o juiz nacional deva em qualquer circunstância, ignorar a regra processual estrangeira.
3. Eficácia da norma processual no tempo
A processual começa a vigorar 45 dias depois de publicada.
Unidade VI - Interpretação da Lei Processual
1. Interpretação da lei, seus métodos e resultados
Interpretar a lei consiste em determinar o seu significado e fixar o seu alcance. Métodos: gramatical , lógico, sistemático, histórico, comparativo.
2. Interpretação e integração
Atividade através da qual se preenche as lacunas verificadas na lei. Dá -se, o nome de integração, analogia, princípios gerais do direito.
3. Interpretação e integração da lei processual
Estão subordinadas às mesmas regras que regem a interpretação e integração dos demais ramos do direito. Admitira interpretação extensiva e aplicação analogia bem como suplemento dos princípios gerais do direito.
Unidade VII - Jurisdição: Conceito e Princípios Fundamentais
1. Conceito de jurisdição
Função do Estado mediante o qual este substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente buscar a pacificação do conflito que os envolve com justiça.
1.2. Caráter substitutivo
Exercendo a jurisdição, o Estado substitui, com uma atividade sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação.
1.3. Escopo jurídico de atuação do direito
É a atuação, cumprimento e realização das  normas e direitos substancial ( direito objetivo)
1.4. Outras características da jurisdição (lide, inércia, definitividade)
Lide: é a existência do conflito de interesses que leva o interessado a dirigir-se ao juiz e a pedir uma solução. Inércia: os órgãos jurisdicionais são, por sua própria índole, inertes.
definitividade: conflito interindividual , depois apreciado, julgado, considera-se solucionado para sempre.
1.5. Jurisdição, legislação, administração
Jurisdição: pacifica-se, situações conflitantes fazendo justiça em caso concreto.
1.6. Princípios inerentes à jurisdição
Investidura, aderência ao território, indelegalibilidade, inevitabidade, inafastabilidade , juiz natural, inércia. Pag. 161, 162,163 e 164.
1.7. Dimensões da jurisdição
a jurisdição, sem sombra de dúvida, engloba a execução, vez que esta contém os dois elementos básicos do conceito da função jurisdicional, quais sejam: caráter substitutivo e escopo de atuação do direito).
1.8. Poderes inerentes à jurisdição
Caracteriza-se pelo processo de ação ou acusatório pelo equilíbrio do juiz com a necessidade de provocação das partes e acréscimos dos poderes dessas. Brasil, processo de ação tanto civil como penal. ( O juiz pode ter o seu poder aumentado).
2. Espécies de Jurisdição
Penal ou civil, dos organismos judiciais: Especial ou comum. Critério hierárquico: Superior ou inferior. Jurisdição de direito ou de equidade.
2.1. Unidade da jurisdição
Expressão do poder estatal soberano, não comporta divisão.
2.2. Jurisdição penal ou civil
Penal: Juízes estaduais comuns, pela justiça militar, federal e eleitoral.
Civil: Justiça estadual, federal, trabalhista e eleitoral.
2.3. Relacionamento entre jurisdição penal e civil
Ex.: quem comete furto responde com obrigação de restituir o objeto furtado (D.Civil), e fica sujeito as penas do CP.
2.4. Jurisdição especial ou comum
A Constituição instituiu vários organismos judiciários, cada um deles constituindo uma unidade administrativa autônoma e recebendo da própria lei maior os limites de sua competência.
2.5. Jurisdição superior ou inferior
Duplo grau de jurisdição, princípio consistente na possibilidade de um mesmo processo, após julgamento pelo juiz inferior, perante o qual teve início, voltar a ser objeto de julgamento, agora por órgãos superiores (segunda estância)
2.6. Jurisdição de direito ou de equidade
Decidir por equidade significa por decidir sem as limitações impostas pela precisa regulamentação legal.
3. Limites da Jurisdição
3.1 Generalidades:  Existem limitações internas de cada Estado, limitações internacionais, essas limitações não atingem o direito processual penal.
3.2. Limites internacionais
Quem dita os limites internacionais da jurisdição de cada Estado, são as normas internas deste mesmo estado, tendo em conta a conveniência e a viabilidade.
3.3. Limites internacionais de caráter pessoal
A imunidade de pessoas físicas, (chefes de Estado, agentes diplomáticos), refere-se tanto a jurisdição civil como a penal.
3.4. Limites internos
Dívidas de jogo, valor ínfimo (princípio da insignificância)
4. Jurisdição Voluntária
A tais  atos praticados pelo juiz: Ex.; Publicação de testamento particular, legalização de livros comerciais, vistos em balanços, interdição, etc.
4.1. Administração pública de interesses privados
Atos jurídicos que também interessam a coletividade. Ex.; casamento.
4.2. Jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária
Em processo de interdição (voluntária ) pode acabar sendo contenciosa, pois o interditado pode discordar frontalmente do requerente.
PODER JUDICIÁRIO 
1 – Poder Judiciário e função jurisdicional
O Poder Judiciário é um conjunto sistematizado de juízos e tribunais destinados a exercitar a função jurisdicional do Estado. Daí podemos definir função jurisdicional como uma das funções fundamentais do Estado e Poder Judiciário como a organização criada para permitir o exercício da função jurisdicional.
2 – Princípios do Poder Judiciário
a) Princípio da Desconcentração – o serviço jurisdicional é realizado por uma multiplicidade de órgãos estatais;
b) Princípio da Territorialidade – define a competência territorial dos órgãos;
c) Princípio da Adequação – adequa a matéria do litígio aos órgãos; 
d) Princípio do Duplo Grau de Jurisdição – proporciona a revisão das decisões.
3 – Ingresso na magistratura em outros sistemas jurídicos
a) Estados Unidos da América e Suíça – os magistrados são escolhidos por meio do instrumento democrático do voto popular.
b) Inglaterra – os magistrados são nomeados pelo chefe do Poder Executivo.
c) França e Itália – os magistrados são nomeados pelo Conselho Superior da Magistratura, composto por juízes, professores de direito e advogados, nomeados pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo.
4 – Ingresso na magistratura no Brasil
a) Aprovação do candidato em concurso de provas e títulos – os candidatos submetem-se a concursos públicos contendo provas e análise de títulos (classificatória). Após a nomeação, deve-se passar por um estágio probatório de dois anos.As promoções dos magistrados observaram o critério de antiguidade e merecimento.
b) Escolha do candidato entre os membros do Ministério Público e da advocacia (quinto constitucional) – o art. 94 da CF estabelece que um quinto das vagas dos TRF’s e dos Tribunais dos Estados será composta por membros do Ministério Público e da Advocacia. Ressalta-se que outros tribunais também terão estes membros em sua composição, porém não obedecerá o quinto. Para os membros do Ministério Público e da Advocacia não há estágio probatório.
C – Escolha pelo Presidente da República – os ministros do STF são nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros natos, maiores de trinta e cinco anos, com notório saber jurídico e reputação ilibada, sem a prévia eleboração de listas. A nomeação dos ministros dos Tribunais Superiores também é prerrogativa concedida ao Presidente da República, com observância dos nomes constantes nas listas. 
5 – Garantias da magistratura
a) Independência do juiz – não há subordinação a nenhum outro órgão.
b) Vitaliciedade – superado o estágio probatório, o magistrado adquire vitaliciedade na função.
c) Inamovibilidade – garantia pelo qual os juízes não podem ser removidos do local onde exercem a jurisdição, exceto por seu consentimento ou interesse público.
d) Irredutibilidade de vencimentos – os vencimentos não podem sofrer reduções.
6 – Vedações impostas aos membros do judiciário
a) Exercer, em conjunto com a magistratura, outro cargo ou função, admitindo-se apenas uma de magistério;
b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participações em relação aos processos em que exerce a jurisdição;
c) Dedicar-se a atividade político-partidária;
d) Receber, a qualquer título, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções contidas em lei;
e) Exercer a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou , antes de decorridos três anos do afastamento por aposentadoria ou exoneração.
7 – Órgãos do Poder Judiciário
I – Órgãos de função administrativa ou fiscalizadora (EC nº 45/2004)
a – Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – Organismo de controle externo do Poder Judiciário, composto por membros da sociedade civil, capaz de exercer a fiscalização administrativa dos atos do referido Poder.
a.1 – Composição do CNJ
01 ministro do STF (presidente do Conselho);
01 ministro do STJ (Corregedor-geral);
01 ministro do TST;
01 desembargador de TJ;
01 juiz estadual;
01 desembargador do TRF;
01 juiz federal;
01 desembargador do TRT;
01 juiz do trabalho;
01 membro do Ministério Público da União;
01 membro do Ministério Público Estadual;
02 advogados;
02 cidadãos (01 indicado pela Câmara dos Deputados e 01 indicado pelo Senado Federal).
b – Conselho da Justiça Federal e Escola Nacional de Formação e aperfeiçoamento de Magistrado.
O conselho exerce atribuição de supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeira e segunda instâncias.
A escola terá como incumbência o oferecimento e regulação dos cursos oficiais para ingresso e promoção nas carreiras da magistratura.
II – Órgãos de competência jurisdicional – prestam a tutela jurisdicional, de acordo com a competência estabelecida na CF/88.
a – Supremo Tribunal Federal (STF) – composto por 11 ministros , escolhidos e nomeados pelo Presidente da República , dentre brasileiros natos , maiores de trinta e cinco anos de idade, com notório saber jurídico e reputação ilibada, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal. Competência originária (art. 102, I, da CF).
b – Superior Tribunal de Justiça (STJ) – é composto por, no mínimo 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, dentre brasileiros com mais de 35 e menos 65 anos de idade, com notório saber jurídico e reputação ilibada, sendo 1/3 pelos desembargadores dos TRFs; 1/3 pelos desembargadores dos TJs dos Estados e Distrito Federal; e 1/3 por membros do MP e por advogados. Competência originária (Art. 105, I, da CF)
c – Tribunal Superior do Trabalho (TST) – constitui órgão superior para julgamento das causas trabalhistas. Abaixo situam-se o Tribunal Regional do Trabalho e dos juízes do trabalho. Competência estabelecida no art. 114 da CF.
d – Superior Tribunal Eleitoral (TSE) – órgão máximo da Justiça Eleitoral. Abaixo encontram-se o Tribunal Regional Eleitoral e os juízes eleitorais.
Ressalta-se que a Justiça eleitoral não possui juízes de carreira.
e – Superior Tribunal Militar (STM) – órgão máximo da Justiça Militar, composto por 15 ministros, o qual compete o julgamento dos crimes praticados por militares, conforme legislação especial. Abaixo encontram-se os Tribunais Militares e os Juízes Militares.
f – Tribunais Regionais Federais e Justiça Federal – possui competência para julgamento das lides cíveis nas quais estejam envolvidas pessoas jurídicas de direito público, como a União, suas autarquias, empresas públicas ou fundações, bem como para o processamento de causas relacionadas ao direito indígena.
g – Tribunais de Justiça e Juízes de Direito – competência segundo o critério de exclusão da causas federais.
Condições da ação
O exercício, por um sujeito, do direito de ação fica condicionado a elas.
O direito processual pressupõe um direito material, que é, por exemplo, o previsto no Código Civil. O direito material não acontece sozinho, e fazemo-lo valer por meio da ação e do processo para buscar a jurisdição.
Trilogia:
1. Ação;
2. Processo,
3. Jurisdição.
Essa é a base estrutural dessa disciplina chamada Teoria Geral do Processo. É a forma de fazer valer o direito material. Sem processo, não se consegue exercê-lo. Inclusive muitas vezes o sujeito tem o direito material, mas pode ou desconhecer o direito processual ou faltar um de seus elementos para que ele possa buscar a tutela jurisdicional e conseguir o exercício do direito material. Quando aprendemos, no primeiro semestre, os conceitos doutrinários de vigência e eficácia, em que primeira é a presença de uma norma no ordenamento jurídico enquanto a segunda é a aceitação e aplicabilidade que tal norma adquire no corpo social, aqui a concepção deve ser diferente: o só fato de existir o direito material, por exemplo o previsto no Código Civil, já significa que ele é eficaz e já gera efeitos. Tanto que, por outro lado, sem o direito material também não há que se falar em direito processual. A presença das normas de direito material é o que enseja a busca da tutela jurisdicional na ocorrência de conflitos. Em resumo, trate “eficaz” como “aquilo que gera efeitos jurídicos”.
Com isso, já entendemos a importância do ente “ação”. Precisamos, então, entender seus elementos.
Titularidade
O primeiro diz respeito à titularidade. Vejam a indenização: um é obrigado a indenizar e outro é titular do direito de receber a indenização; aquele será o titular da obrigação. Então, para que ajuizemos uma ação contra alguém que tenha batido em nosso carro, não bastaria provar que o carro está batido e mostrar um instituto legal que nos daria o direito de receber (a norma de direito material). A titularidade tem que ser mostrada, ou seja, devemos provar, primeiramente, que somos o titular do direito de receber a indenização, ao mesmo tempo temos que provar que o sujeito que nos bateu é titular da obrigação de indenizar.
É possível, na vida prática, que as coisas se compliquem, como, por exemplo, se o carro que nos bateu não era de propriedade do sujeito que o conduzia. Neste caso, o direito material reserva ao dono do carro, não ao condutor, a obrigação de pagar. Até caberia, posteriormente, ação de regresso contra o motorista, mas já se tratará de outro processo. Mas, de primeira mão, a relação jurídica daquela indenização era entre o dono do carro que bateu e o dono do carro batido.
Quem tem o dever de indenizar é quem age com culpa. Logo, se um ladrão furtar ou roubar o carro em seguida bate em alguém, o fato é dito escusável: o dono está isento da obrigação de pagar justamente porque não agiu com culpa, como ao assumira responsabilidade de emprestar o carro a um motorista com 15 dias de carteira, ou ao deixar as chaves expostas ao alcance de uma criança.
Esta foi a titularidade.
Legitimação
Ao falar em legitimação, estamos falando que aquela parte autora é "a parte legítima para estar no pólo ativo da demanda." O que é pólo ativo e pólo passivo da demanda? Basta voltar ao esquema A-J-R. O pólo ativo é o autor, o pólo passivo é o réu. Temos que trabalhar, portanto, sempre com a legitimidade ou legitimação ativa e passiva. Titular da obrigação é o legitimado passivo, titular do direito é legitimado ativo. Vejam: Sandro “Cenoura” é dono de um carro que foi batido por Mané Galinha, conduzindo um carro de propriedade de Bené, e a vítima (Cenoura) move ação contra Barbantinho. O juiz extinguirá o processo imediatamente pois Barbantinho não é legitimado passivo: ele nada tem a ver com o processo, com os bens envolvidos, não é autor nem vítima.
Caso de erro médico: a priori, se um cirurgião plástico desfigurar o rosto de alguém, caberá à pessoa e não a mais ninguém ajuizar uma ação por danos materiais e morais. O titular da ação indenizatória é quem sofreu o dano, então ele é o legitimado ativo; representantes nem podem ser cogitados neste momento, logo, qualquer outra pessoa que não a própria “vítima” do médico é considerada ilegítima ativamente, pois não poderão ajuizar a ação indenizatória, já que não são titulares do direito de ação, que são direitos personalíssimos. Do outro lado, o legitimado passivo será o médico, que praticou o erro médico, ou então a equipe médica, com cada um dos médicos respondendo na medida de sua culpabilidade. Eventualmente poderemos ter até o próprio hospital figurando como pólo passivo. Entretanto, se do erro médico decorrer morte, o direito de receber indenização por tais danos cairá para os herdeiros, por causa do fenômeno da sucessão, que, automaticamente, com o evento da morte, os legitima para ajuizar tal ação. Até porque a procuração não faria sentido nenhum, já que o morto não pode passar uma. O próprio direito é transferido aos herdeiros, não apenas a legitimação. Morto não pode mais ser titular de direitos.
Observação: não é o advogado quem de fato move a ação; quem pratica a ação é o cliente, por intermédio do advogado, que é seu representante.
Possibilidade jurídica do pedido
Quando movemos uma ação, temos um pedido? Evidente. Primeiramente, o que a lei veda se torna juridicamente impossível, como dívida de jogo e apostas em brigas entre animais.
E o que é considerado juridicamente possível? A lei não traz tudo claramente; ela traz um conjunto normativo que apenas nos dá uma idéia; temos, portanto, que fazer uma análise e uma composição sistemática até que dali extraiamos o entendimento sobre a possibilidade jurídica do pedido. Se necessário, devemos usar até a analogia.
Interesse de agir
Aqui começa uma leve complicação. Quando temos interesse em agir, em ajuizar uma ação? Primeiro ponto: temos interesse em agir se temos a titularidade do direito material. Surge o interesse de agir quanto àquele que foi lesado na batida de carro, por exemplo. Quando o motorista que bateu resiste à pretensão, outro interesse surgiu: o interesse processual, no momento em que surge a lide. O interesse de buscar a tutela jurisdicional é o interesse secundário, que é o interesse processual. Assim, dizemos que o interesse quanto ao direito material é o interesse primário. Por que isso? Quando essa lide surge, inicialmente surge a vontade da pessoa prejudicada de receber o que lhe é de direito. Esse é o interesse primário. É que pode ser que o mau motorista, apesar de ruim de roda, seja uma pessoa razoável e resolva pagar prontamente pelo dano, sem a necessidade da intervenção do Estado para isso. Dessa forma, o interesse secundário, que seria o processual, nem chegou a nascer.
Ao virmos a expressão "falta interesse processual" em várias petições de defesa, podemos daí inferir que falta interesse de agir porque falta um dos elementos da ação. Uma mãe pode perfeitamente ajuizar uma ação de alimentos em nome do filho, em que ela figurará apenas como representante, suprimindo a incapacidade da criança para buscar a tutela jurisdicional. O interesse é da criança. Entretanto, pode ocorrer de a mãe ajuizar a ação em nome dela própria. Qual será o erro? A mãe não tem interesse de agir e, neste caso, nem mesmo legitimidade. Não pode ter interesse de agir quem não tem o direito material, que, neste caso, é claramente da criança, não dela. Quem está imerso no conflito de interesses é quem está legitimado, no caso, o filho. Há algumas aulas atrás, o professor falou da época em que ele advogava para bancos, e que um correntista ajuizara uma ação por o banco aparentemente ter-lhe negado o extrato da conta corrente. Mas o sujeito partiu logo para a busca da tutela jurisdicional, sem antes verificar se realmente não teria como haver o extrato, como tentando numa segunda máquina de auto-atendimento, ou, na falha desta, fazendo um requerimento formal e entregando-o ao banco para que, com um prazo definido, lhe entregasse o extrato da conta. O processo contra o banco foi extinto exatamente por carência de ação.
Art. 267 do Código de Processo Civil:
	CAPÍTULO III
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
        Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
        I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
        
        [...]
        Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
        [...]
Concorrer = estarem juntas as condições: o processo é extinto sem entrar na resolução do mérito. Por isso é necessário que se saiba muita teoria processual. No caso concreto acima, bastava que o despreparado advogado do correntista entendesse um pouco de processo para lhe poupar tempo e custas de honorários advocatícios que foram pagos pelo seu cliente.
Art. 269: trata da extinção do processo com a prova da existência de mérito.
	Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
        I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
        II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
        III - quando as partes transigirem; 
        IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; 
        V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
Se faltar qualquer uma delas, a legitimação para agir, possibilidade jurídica do pedido ou interesse de agir, dizemos que o sujeito está em carência de ação, ou que o sujeito é carecedor do direito de ação. Foi mais ou menos como Barack Obama se livrou de ações que questionaram sua elegibilidade: a dita “motion for dismissal” foi impetrada pelo seu advogado não para contadizer o mérito, o cerne da questão, mas a legitimidade de agir, pois alegava que um eleitor não era considerado parte legítima para propor a impugnação de candidatura durante o período eleitoral. ²
Ao falar em carência de ação, pode-se, no exemplo da batida de veículos ilustrada acima, mover uma ação contra Bené, certo? Quanto a essa ação, Cenoura, o dono do carro batido, não é carecedor da ação. Quais os elementos constitutivos da ação, como vimos recentemente?
1. Partes;
2. Causa de pedir;
3. Pedido.
No caso da ação da batida, falta legitimidade passiva por parte de Barbantinho, que foi alvo da ação e que, como dito, nada tinha a ver com a história. Basta, portanto, mudar um dos elementos da ação, como por exemplo as partes, e a carência de ação é rapidamente removida.
Além da conseqüência jurídica que falamos, há outras: falamos de litispendência, que é quando temos duas lides iguais pendentes de julgamento. Para isso, temos que aferir a possível identidade de ações. Litispendência está definida no art. 301, § 1º do CPC:
	Art. 301.  Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
        [...]
        V - litispendência;   
        
        [...]
        § 1o  Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.[...]
Coisa julgada: estudaremos mais à frente neste semestre. A partir do momento em que aquela causa tenha tido julgamento e tenha transitado em julgado, ela se tornará imutável. Logo, não se pode ajuizar outra ação igual. Conexão e continência de ações, que já estudamos, também são conseqüências.

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