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Aluna: Maria de Fatima Formiga Pedrosa Matricula: 202008355311 Prática como componente curricular – PCC: Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação. Valparaíso de Goiás – GO 2020 Universidade Estácio de Sá Trabalho de PCC apresentado como um dos requisitos para obtenção de nota na matéria de Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação ministrada pela professora Marta Teixeira do Amaral Montes. As desigualdades socioeconômicas estão diretamente relacionadas ao modo como cada sociedade está organizada, no Brasil, a sociedade está organizada em classes sociais, que pode ser definida como: a expressão do modo como as desigualdades estão estruturadas na sociedade capitalista. Existem diferentes classes sociais em cada estado brasileiro e também no mundo. Para restringir o campo de fala, esse trabalho abordará a realidade de um município do estado de Goiás, que é o município no qual eu resido, porém acredito que seja a realidade da maioria dos municípios brasileiros, já que o assunto a ser discorrido é a educação e de forma especial, o descaso com a educação pública, ou seja, não é exclusividade do município do qual faço parte. A cidade escolhida para a realização do trabalho foi Valparaíso de Goiás que é um município do estado de Goiás, segundo o IBGE, em 2017, ela já possuía cerca de 159.500 habitantes. Valparaíso possui uma área de 61,45 km², por se situar no entorno do Distrito Federal, sua economia é menos privilegiada, dependendo do setor informal que representa cerca de 40% da base de trabalhadores, estando a grande maioria ocupada na construção civil, outra parte do PIB é composta pelas pequenas empresas, que representam o comércio local da cidade. No campo educacional, a cidade possui 46 escolas públicas e 28 escolas privadas, além de 5 faculdades particulares. De acordo com o número de escolas particulares observadas, podemos perceber que existe uma preferencia cada vez maior da população de colocarem seus filhos em escolas particulares, com a justificativa de que o ensino é melhor, a estrutura da escola particular é melhor, existe mais disciplina e assim sucessivamente. As desigualdades educacionais realmente são gritantes, como na maioria dos estados brasileiros. Desigualdades essas que ficaram mais visíveis ainda, na pandemia causada pela Covid-19. Com o isolamento social, as aulas da rede pública foram suspensas por um determinado período, enquanto que, as aulas das escolas particulares continuaram a acontecer, porém na modalidade EAD, mas de qualquer forma, continuaram acontecendo, e isso já mostra uma certa desigualdade no âmbito escolar. Com o passar dos dias, as aulas da rede pública começaram a voltar, também na modalidade EAD, mas agora o desafio é outro, enquanto nas escolas particulares os alunos tem todo suporte que precisa, como uma boa infraestrutura, computadores, celulares, tablets, internet, tutores e a ajuda dos pais para ajudar nas tarefas de casa, na rede pública falta os itens básicos, como a internet, por exemplo. Segundo o site https://www.oxfam.org.br/blog/como-o-coronavirus-afeta-a-educacao-no-brasil/, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou em uma pesquisa divulgada em 2019 que 58% dos domicílios no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Os dados apontam ainda que, nas áreas rurais, 43% das escolas não têm acesso à internet. Além disso, a desigualdade no acesso à rede é ainda maior nas classes mais baixas, ou seja, na rede pública de ensino. Claro que a pandemia trouxe desafios para ambos os lados, escola pública e particular, porém fica claro qual é o lado mais desigual dessa história e toda essa desigualdade reforça mais ainda o discurso de que as escolas particulares são melhores, porém precisamos entender que isso não é culpa da escola, mas sim dos nossos governantes, que não disponibilizam recursos suficientes ou quando disponibilizam, os recursos são alvos fáceis de corrupção, o dinheiro é desviado ou gasto com burocracias, e na prática, não chegam nas escolas e assim só reforça o ciclo da desigualdade e o que era para ser um direito assegurado na Constituição Federal (educação) realmente torna-se um privilégio, pois muitos não conseguem o diploma de ensino médio, ou aqueles que conseguem tal diploma, entra para o rol dos analfabetos funcionais, até sabem ler e escrever o básico, porém não desenvolvem plenamente sua capacidade intelectual e isso impacta diretamente sua vida adulta, muitos não ingressam na faculdade e com isso viram mão de obra barata para o ciclo capitalista, a prova disso é o PIB da cidade de Valparaíso, que como já foi dito, 40% dos trabalhadores são do setor da construção civil ( pedreiros, serventes, pintores, etc.) , outra parte da população trabalha como funcionários nas lojas do comércio local, que a julgar pelo porte do comércio, não ganham grandes salários, pois são lojas como :supermercados, salões de beleza, padarias, oficinas, lojas de roupas, lojas de móveis, ou seja, são comércios que em sua grande maioria, não é requisito ter um ensino superior, e toda essa desigualdade que vem sendo alimentada desde a infância, alimenta mais ainda a balança da desigualdade, de um lado as pessoas de origem mais pobre ficam com o trabalho braçal e com os menores salários e do outro lado as pessoas mais favorecidas ficam com os altos salários e os cargos relativamente mais “importantes”, alimentando assim o eterno ciclo “ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres”. https://www.oxfam.org.br/blog/como-o-coronavirus-afeta-a-educacao-no-brasil/ https://cgi.br/noticia/releases/acesso-a-internet-por-banda-larga-volta-a-crescer-nos-domicilios-brasileiros/ https://cgi.br/noticia/releases/acesso-a-internet-por-banda-larga-volta-a-crescer-nos-domicilios-brasileiros/
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