Buscar

Gramática comparada - Teoria e exercícios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fernanda Mussalim
Doutora e Mestre em Linguística pela Universidade Estadual de 
Campinas (Unicamp). Graduada em Letras pela Unicamp. Docente da Uni-
versidade Federal de Uberlândia, atua na graduação e na pós-graduação 
do Instituto de Letras e Linguística dessa universidade.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Os estudos linguísticos 
do século XIX: a gramática 
comparada e histórica
Primeiras considerações
O século XIX em Linguística caracterizou-se pelos estudos comparatistas e históricos da língua. 
Esses estudos desenvolveram um método de manipulação de dados linguísticos enquanto dados lin-
guísticos e trataram, pela primeira vez, a linguagem em si mesma e por si mesma, sem abordá-la em 
função de outros projetos, ou seja, sem subordiná-la ao estudo da retórica, da lógica, da poética ou 
da filosofia. 
O início desses estudos do século XIX se deu a partir da descoberta da língua brahmi (sânscrito) 
por eruditos e tradutores ingleses, no final do século XVIII. William Jones (1746-1794), promotor inglês 
da Sociedade Asiática e juiz que exercia seu ofício na burocracia colonial em Calcutá, ao entrar em 
contato com o sânscrito (1786), percebeu que essa língua, o latim e o grego apresentavam muitas afi-
nidades tanto nas raízes dos verbos quanto nas formas gramaticais. A partir dessas observações, Jones 
levantou a hipótese de que tantas e tão grandes semelhanças não poderiam ser atribuídas ao acaso: ao 
contrário, deveriam servir de evidência de que essas três línguas tinham uma origem comum. 
Esse evento acaba por desencadear na Europa um movimento de estudos comparativos e histó-
ricos. Nesses estudos, essa mesma constatação a que chegou Jones foi recuperada por vários pesqui-
sadores, dando origem a um grande desenvolvimento no conhecimento sobre a linguagem e sobre a 
formação das línguas. Esse trabalho investigativo também permitiu que fosse agrupada uma grande 
quantidade de dados linguísticos, além de possibilitar que se incorporassem aos estudos da linguagem, 
de modo definitivo, alguns princípios:
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
28 |
o de que é possível, por meio da comparação dos elementos gramaticais das línguas:::: 1, estabe-
lecer as correspondências formais entre elas; 
o de que as línguas mudam no tempo;::::
o de que é possível relacionar grupos de línguas, por elas terem uma demonstrável origem ::::
comum (a metáfora de famílias de línguas é formulada nesse contexto); 
o de que é possível reconstruir, por comparações e inferências, vários aspectos desses estágios ::::
anteriores não documentados. 
O sucesso inicial desse empreendimento comparativo e histórico foi muito grande, mas o seu 
efeito foi ainda maior. As correspondências encontradas entre as línguas estudadas eram apresentadas 
em enunciados descritivos que tinham, conforme descreve Faraco (2004, p. 30), mais ou menos a se-
guinte forma: 
“Dados os elementos a, b, c numa língua X e o contexto estrutural E, resultaram, na língua Y ou na 
subfamília W, as mudanças p, q, r.”
Esse tipo de enunciado, definidor de bloco de correspondências entre as línguas e bem caracte-
rístico dos estudos histórico-comparativos, “vai favorecer a construção da ideia da imanência, isto é, da 
ideia de que fatos linguísticos são condicionados só e apenas por fatos linguísticos” (FARACO, 2004, p. 
31), o que será decisivo para a fundação da Linguística como um campo científico de estudos da lingua-
gem, cujo marco simbólico é o trabalho de William Jones, em 17862.
A construção da ideia de imanência pode ser observada na intuição, que perpassou todo o sécu-
lo XIX, de que as línguas humanas são totalidades organizadas. Essa intuição teve uma formulação no 
trabalho de A. Schleicher (1821-1867), botânico de formação e adepto do pensamento evolucionista de 
sua época, que concebia a língua como um organismo vivo “com existência própria independente de 
seus falantes, sendo sua história vista como uma ‘história natural’, isto é, como um fluxo que se realiza 
por força de princípios invariáveis e idênticos às leis da natureza” (FARACO, 2004, p. 33). Essa concepção 
de língua de Schleicher é extremamente coerente com sua posição teórica frente à Linguística: para ele, 
a Linguística pertence às ciências naturais e sua cientificidade decorre disso.
Uma outra formulação da intuição de que as línguas são totalidades organizadas aparece no tra-
balho de W. D. Whitney (1827-1894). O linguista concebe que cada língua é uma instituição social, que 
funciona, portanto, de acordo com leis próprias. Ferdinand Saussure admirava muito essa formulação 
de Whitney a ponto de assumi-la no seu Curso de Linguística Geral, desenvolvendo-a e levando-a às últi-
mas consequências – no interior de sua proposta teórica, obviamente. Na verdade, como analisa Faraco 
(2004), é Saussure que dará o arremate ao senso de sistema autônomo que atravessou o século XIX, 
elaborando a ideia de que a língua é um sistema de signos independente.
Feitas essas considerações, apresentaremos, a seguir, um pouco do debate teórico do século XIX, 
a partir das formulações e reformulações em torno da problemática da mudança linguística. Para tanto, 
seguiremos Faraco (2004; 2005). 
1 Por isso a denominação gramática comparada. 
2 O marco simbólico da fundação da Linguística enquanto ciência é 1786 (século XVIII), com o trabalho de William Jones. O marco simbólico da 
fundação da Linguística moderna é 1916 (século XX), com a publicação do Curso de Linguística Geral, de Ferdinand Saussure.
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
29|
Um pouco do debate: formulações e reformulações 
em torno da problemática da mudança linguística 
De acordo com Faraco (2004), na sequência da apresentação dos resultados do trabalho de 
William Jones, houve uma verdadeira febre de estudos sânscritos:
escreveram-se gramáticas e dicionários; ::::
fundou-se, em 1795 em Paris, a Escola de Estudos Orientais, centro importante de investigação ::::
histórico-comparativa;
Friedrich Schlegel (1772-1829) e Franz Bopp (1791-1867), intelectuais que estudaram na Escola ::::
de Estudos Orientais, desenvolveram a chamada gramática comparativa;
F. Schlegel publicou, em 1808, seu texto :::: Sobre a língua e a sabedoria dos hindus, que é conside-
rado o ponto de partida dos estudos comparativos germânicos;
F. Bopp publicou, em 1816, seu livro :::: Sobre o Sistema de Conjugação da Língua Sânscrita em 
Comparação com o da Língua Grega, Latina, Persa e Germânica, em que, pela comparação 
detalhada da morfologia verbal de cada uma dessas línguas, demonstrou as correspon-
dências sistemáticas que havia entre elas, fundamento para se revelar empiricamente seu 
efetivo parentesco.
Todos esses estudos criaram o método comparativo, procedimento central nos estudos de 
linguística histórica. A partir do método comparativo, descreve-se uma língua (sua forma fonética, sua 
organização sintática etc.) não por meio de uma análise interna dela mesma, mas pela comparação com 
outras diferentes línguas. 
O estudo propriamente histórico, entretanto, estabeleceu-se apenas mais tarde, com Jacob 
Grimm (1785-1863), um dos irmãos que ficaram famosos como coletadores de histórias infantis tradicio-
nais. Em seu livro Deutsche Grammatik, Grimm interpretou a existência de correspondências fonéticas 
sistemáticas entre as línguas como resultado de mutações regulares no tempo. O estudioso chegou a essa 
conclusão após analisar o grupo germânico das línguas indo-europeias, que tinha seus dados distribu-
ídos em uma sequência de 14 séculos, o que possibilitou o estabelecimento da sucessão histórica das 
formas que estava comparando. A partir de seus estudos, ficou claro, afirma Faraco (2004, p. 33), “que a 
sistematicidade das correspondências entre as línguastinha a ver com o fluxo histórico e, mais especifi-
camente, com a regularidade dos processos de mudança linguística”.
Há, portanto, uma diferença importante entre o trabalho de Bopp, anteriormente citado, em que 
o linguista buscava estabelecer o parentesco entre as línguas a partir do estudo de textos de diferentes 
línguas, sem, entretanto, pretender seguir nenhuma cronologia entre eles, e o trabalho de Grimm, que, 
diferentemente, pretendia estabelecer a sucessão das formas que descrevia. Essa foi a primeira altera-
ção substancial que ocorreu no direcionamento dos estudos linguísticos do século XIX.
No último quarto desse século, ocorreu também uma nova alteração nesse direcionamento. Uma 
nova geração de linguistas relacionados com a Universidade de Leipzig propôs um novo programa de 
pesquisa questionando os pressupostos tradicionais da prática histórico-comparativa e estabelecendo 
uma orientação metodológica diferente, bem como um conjunto de postulados teóricos para a inter-
pretação da mudança linguística. O ano de 1878 é considerado o marco inicial desse novo movimento 
teórico, que ficou conhecido como o movimento neogramático. Nesse ano, ocorreu a publicação do 
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
30 |
primeiro número da revista fundada por Hermann Osthoff (1847-1909) e Karl Brugmann (1849-1919), 
intitulada Investigações morfológicas. O prefácio, assinado pelos dois autores, é tido como o manifesto 
neogramático. Conforme nos relata Faraco (2004), nesse prefácio Osthoff e Brugman criticaram a con-
cepção de língua que a via como possuindo uma existência independente e postularam que, em vez 
disso, a língua deveria ser vista como ligada ao indivíduo falante, porque as mudanças linguísticas se 
originam nele. Esse postulado introduziu uma orientação psicológica subjetivista na interpretação dos 
fenômenos de mudança.
Osthoff e Brugman também afirmavam que o objetivo principal do pesquisador não era chegar à 
língua original indo-europeia (uma criação hipotética), mas apreender a natureza da mudança, a partir 
do estudo de línguas vivas atuais. Isso porque o que lhes interessava era investigar os mecanismos da 
mudança e, a partir deles, desvendar os princípios gerais do movimento histórico das línguas e não 
apenas reconstruir estágios remotos das mesmas. Nesse sentido, avalia Faraco (2004, p. 35), o que se 
tem aqui é uma perspectiva diferente para os estudos históricos: “trata-se antes de criar uma teoria da 
mudança do que apenas arrolar correspondências sistemáticas entre línguas e, a partir delas, recons-
truir o passado”.
Para estabelecer seus postulados, portanto, os dois autores criticaram tanto o objetivo central, 
quanto o pressuposto de independência das línguas, formulados pela geração de linguistas anterior. 
Osthoff e Brugman criticavam ainda, em seus antecessores, o fato de eles facilmente interpretarem 
as irregularidades percebidas no processo da mudança linguística como exceções fortuitas e casuais. 
De acordo com os neogramáticos, interpretar as irregularidades dessa maneira significaria admitir que 
as línguas não são suscetíveis de estudo científico. Contrapondo-se a essa situação, eles estabelece-
ram que “as mudanças sonoras se davam num processo de regularidade absoluta, isto é, as mudanças 
afetavam a mesma unidade fônica em todas as suas ocorrências, no mesmo ambiente, em todas as 
palavras, não admitindo exceções” (FARACO, 2004, p. 35). Se houvesse exceções, isso ocorreria por um 
dos dois motivos: 
o princípio efetivo ainda não tinha sido descoberto; ::::
a regularidade da mudança tinha sido afetada pelo processo de :::: analogia.
A hipótese de que, se houvesse exceções era porque o princípio da mudança ainda não tinha sido 
descoberto, foi inspirada, conforme Faraco (2005), pelo trabalho de Karl Verner (1846-1896). Explicaremos 
em que sentido.
Jacob Grimm havia formulado um princípio sobre a mudança linguística que ficou conhecido 
como a lei de Grimm. O linguista postulou, para o germânico, uma mutação que adveio do período 
pré-histórico dessa língua. Essa mutação foi resumida por Lyons (apud PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 13) da 
seguinte maneira: 
“As consoantes aspiradas indo-europeias (bh, dh, gh) tornaram-se não aspiradas (b, d, g); as con-
soantes sonoras (b, d, g) tornaram-se surdas (p, t, k); e as consoantes surdas (p, t, k) tornaram-se 
aspiradas (f, th3, h).”
Essa série de correspondências atesta um mecanismo de mutação de consoantes, o que permitiu 
que Grimm formulasse o pressuposto de que “a mudança fonética é uma tendência geral” (PAVEAU; 
SARFATI, 2006, p. 13), apesar de não ocorrer sempre que há condições para isso. Verner, por sua vez, es-
3 O símbolo /th/ é equivalente ao /θ/, que usaremos a seguir. Esse fonema representa o som do th no inglês (por exemplo, em think).
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
31|
tudando também a mutação das consoantes no ramo germânico das línguas indo-europeias, demons-
trou que as exceções – isto é, os casos em que, para Grimm, supostamente não ocorre a mudança – 
eram apenas aparentes. Em um artigo de 1875, Verner mostrou que as consoantes do indo-europeu /p/ 
/t/ /k/ haviam se transformado em /f/ /θ/ /h/, no ramo germânico, somente quando, no indo-europeu, 
as consoantes não ocorriam depois de sílabas fracas. Se, entretanto, ocorressem antes de sílabas fracas, 
/p/ /t/ /k/ se transformariam em /b/ /d/ /g/. Desse modo, o linguista pôde demonstrar que 
[...] as mudanças não haviam afetado uniformemente aquelas três unidades tomadas em si (como estava na formulação 
de Grimm): na verdade, elas haviam passado por processos diferentes de mudança (mas ainda regulares) conforme sua 
ocorrência num ou noutro tipo de contexto linguístico. (FARACO, 2005, p. 142) 
Essa formulação, que introduzia o ambiente linguístico das unidades como condicionante do tipo 
de mudança que elas sofreriam, recebeu o nome de lei de Verner. Tal lei, além de reforçar a confiança dos 
linguistas no princípio da regularidade da mudança, também inspirou a hipótese dos neogramáticos, já 
referida anteriormente, de que a regularidade da mudança sonora era absoluta, pois estava subordinada 
a leis – chamadas leis fonéticas – que não admitiam exceções: as leis se aplicariam a todos os casos subme-
tidos às mesmas condições. Isso fez com que os linguistas buscassem formulá-las com precisão ou, então, 
em último caso, fornecessem boas explicações para os casos das palavras que deveriam ter sido alteradas 
conforme determinadas leis fonéticas, mas não foram. A “boa explicação” que formularam para tais casos 
foi que a regularidade da mudança é, conforme já apontado, afetada pelo princípio de analogia. 
A mudança por analogia era entendida como a alteração na forma fonética de certos elementos 
de uma língua por interferência de seus paradigmas gramaticais regulares. Ou seja: quando uma mu-
dança sonora ocorresse em um elemento e afetasse certos padrões gramaticais, era possível “retificar” 
isso, mudando a forma resultante da mudança, de maneira a colocá-la nos moldes dos padrões gra-
maticais regulares da língua. Como exemplo, consideraremos a palavra latina honor e algumas de suas 
formas de declinação:
honos – honosis, honosem
honos – honoris, honorem
 
De acordo com os estudos comparativistas, o s original, reconstruído do indo-europeu, manteve-se 
tanto em posição final quanto em posição inicial de palavra. Em posição intervocálica, no entanto, mudou 
para r. Desse modo, de uma fase anterior, em que ocorria somente s (honos – honosis, honoses), passou-se a 
uma fase em que o s só era encontrado em posição final de palavra. Nos demais contextos, s transformava-
-se em r (honos – honoris, honorem). Essa é a lei fonética que explica essa mudança.Como explicar, então, que em latim não temos honos, mas honor? Como explicar essa irregula-
ridade? Explica-se pelo princípio da analogia. A lei da mudança fonética, sempre aplicada a todos os 
casos, gera honos, mas, devido à pressão exercida pelo padrão morfológico da língua, em relação às pa-
lavras terminadas em r (como cultor, cultoris; amor, amoris; labor, laboris), honos transforma-se em honor. 
Ou seja, a lei fonética é aplicada gerando honos (portanto não há exceções nem irregularidades no plano 
fônico) e, por analogia, é que se chega à forma honor. É por essa razão que, para os neogramáticos, as 
exceções às leis fonéticas eram apenas aparentes.
Esse rigor metodológico dos neogramáticos no enfrentamento dos problemas da mudança lin-
guística foi muito importante no desenvolvimento da linguística histórica, pois introduziu “o desafio de 
que os resíduos deviam receber uma análise completa, não aceitando que fossem vistos como meros 
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
32 |
desvios ou ocorrências casuais, fortuitas” (FARACO, 2004, p. 37). Entretanto, os estudos empíricos vie-
ram mostrar que a realidade da história das línguas é muito mais complexa e, por isso, soluções para 
fenômenos irregulares, por meio de conceitos como o da analogia, ou por meio de qualquer outro de 
caráter puramente interno, não auxiliam muito no real desvendamento dessa complexidade. É preciso, 
como apontaram as diversas críticas feitas aos neogramáticos, que se assuma um arcabouço teórico 
que também leve em conta, para a compreensão dos fenômenos da mudança linguística, as relações 
entre língua e sociedade, tal como têm considerado os estudos de sociolinguística. O imanentismo, 
para esclarecer fenômenos relacionados à história das línguas acaba por obscurecer a compreensão de 
tais fenômenos.
Um outro ponto também bastante questionado na proposta dos neogramáticos diz respeito ao 
psicologismo e ao subjetivismo que estavam na base da concepção desses teóricos. A redução da lín-
gua à psique individual (as mudanças linguísticas se originam nos falantes), explica Faraco (2004, p. 38), 
“simplifica as questões, ao desconsiderar as complexas questões que estão envolvidas na constituição e 
funcionamento da psique, em especial a tensão entre o social e o individual”. 
Texto complementar
Características da mudança
(FARACO, 2005, p. 44-51)
[...] Vamos agora discutir algumas características dessa mudança, esclarecendo certos concei-
tos que são hoje mais ou menos consensuais entre os linguistas e que, muitas vezes, colidem com 
tradicionais julgamentos do chamado senso comum, isto é, com as representações que se têm da 
realidade linguística em contextos não científicos. [...]
A mudança é contínua
A primeira característica é que a mudança se dá em todas as línguas. É próprio de todas elas 
– como, aliás, de qualquer outra realidade humana e até mesmo da natureza em geral, como nos 
mostram geólogos e biólogos – passar por transformações no correr do tempo, mutabilidade que 
se dá de forma contínua, ininterrupta.
Assim, cada estado de língua, definível no presente e em qualquer ponto do passado, é sem-
pre resultado de um longo e contínuo processo histórico; do mesmo modo que, em cada momento 
do tempo, as mudanças estão ocorrendo, ainda que imperceptíveis aos falantes. Dessa maneira, se 
o português do século XIII era diferente do português de hoje, o português do futuro será diferente 
do de hoje: entre eles há um ininterrupto processo de mudança.
É óbvio que, se uma língua deixar de ser falada, ela não conhecerá mais, por isso mesmo, 
mudanças. O desaparecimento de uma língua é resultado do desaparecimento da própria so-
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
33|
ciedade que a fala, ou porque integralmente aniquilada, como no caso de muitas sociedades 
indígenas no Brasil desde 1500; ou porque progressiva e completamente assimilada por outra, 
como no caso da assimilação da sociedade etrusca pela romana no século III a.C.
Nesses casos, o desaparecimento total da língua interrompe o fluxo histórico. Diferente é, 
porém, a situação de línguas como o latim. Nenhuma sociedade fala hoje o latim propriamente 
dito. Contudo, de certa maneira, ele continua sendo falado, embora de forma bastante alterada, 
pelas sociedades que falam as chamadas línguas românicas como o português, o espanhol, o 
francês, o italiano, o romeno, o sardo, o catalão.
Nesse caso, embora se possa dizer que o latim está há muito extinto, o fluxo histórico nunca 
se interrompeu: houve um longo, complexo e, principalmente, ininterrupto processo histórico de 
transformações do latim que resultou nas diferentes línguas românicas.
Da mesma forma, o latim era um estágio de uma história ininterrupta que recua às remotas 
e perdidas origens pré-históricas dos povos indo-europeus. O que era nesse longínquo ponto do 
tempo apenas um conjunto de variedades dialetais é hoje um emaranhado universo de línguas 
raramente compreensíveis entre si, resultado de milênios e milênios de ininterruptas mudanças 
e de contínua diferenciação.
A mudança é lenta e gradual
O que deve ficar claro, nessa altura, é que se, de um lado, a mudança linguística é contínua 
como estamos discutindo; ela é, por outro lado, lenta e gradual, isto é, a mudança nunca se dá abrup-
tamente, do dia para a noite. Ao mesmo tempo, a mudança de uma língua para a outra, ou de um 
estágio de língua para outro, nunca ocorre de forma global e integral: as mudanças vão ocorrendo 
gradativamente, isto é, vão atingindo partes da língua e não o seu conjunto; e mais: a gradualidade 
do processo histórico se evidencia ainda pelo fato de que a substituição de uma forma (x) por outra 
(y) passa sempre por fases intermediárias. Há o momento (quase sempre longo) em que o x e y co-
existem como variantes; depois há o momento (também normalmente longo) da luta entre o x e y 
seguida do desaparecimento de x e da implementação hegemônica de y.
Daí se dizer, em linguística histórica, que a mudança não é discreta, ou seja, x não é trocado 
diretamente e de imediato por y; ao contrário, há sempre, no processo histórico, períodos de coexis-
tência e concorrência das formas em variação até a vitória de uma sobre a outra.
Por isso, nunca é possível dizer que num determinado momento o latim, por exemplo, deixou 
repentinamente de ser falado e foi integralmente substituído pelo português: as mudanças foram 
lenta, gradual e continuamente ocorrendo e resultaram, ao cabo de vários séculos, numa forma de 
falar que, identificada com o Estado que se formou no ocidente da Península Ibérica, terminou por 
receber o nome de português.
Ou, dito de outra maneira e usando as palavras de Câmara Jr.,
[...] é inconcebível, por exemplo, que de súbito, no território lusitânico da Península Ibérica, uma forma latina como 
lupum pudesse ter passado imediatamente para lobo, sem a longa cadeia evolutiva que na realidade se verificou. 
(1972a, pp. 35-36)
[...]
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
34 |
Costuma-se justificar a lentidão e a gradualidade da mudança linguística com fundamento na 
necessidade dos falantes de terem a intercomunicação permanentemente garantida. Nessa linha 
de raciocínio, mudanças abruptas e repentinas são impossíveis, pois se, ocorressem, destruiriam as 
próprias bases de interação socioverbal.
Não há, nesse sentido, na história das línguas, momentos de transformações radicais, num 
ponto bem localizado do tempo, de uma estrutura linguística. O que há é um processo contínuo e 
ininterrupto, mas lento e gradual, de mudança.
O que pode haver são períodos em que as mudanças parecemse intensificar. Exemplo disso 
são as muitas mudanças por que passou o inglês durante o século e meio posterior à conquista da 
Inglaterra pelos normandos de 1066, época em que a língua da administração e da classe dominante 
foi o francês. Mesmo aí, porém, o processo de mudanças, embora relativamente mais rápido, foi 
apenas gradual (atingiu partes da língua) e suficientemente lento, a ponto de nunca inviabilizar a 
interação socioverbal.
[...]
A mudança é (relativamente) regular
Outro aspecto que caracteriza a mudança linguística é a sua regularidade. Isso quer dizer que, 
dadas as mesmas condições (isto é, no mesmo contexto linguístico, no mesmo período de tempo e 
na mesma língua ou variedade de uma língua), um elemento – quando em processo de mudança – 
é, progressiva e normalmente, alcançado em todas as suas ocorrências. 
Em outras palavras, observa-se que as mudanças linguísticas não são fortuitas, nem se dão a 
esmo, sem rumo. Desencadeada a mudança, há regularidade e generalidade no processo, atingindo 
de forma bastante sistemática o mesmo elemento, dadas as mesmas condições, em todas as suas 
ocorrências.
Assim, por exemplo, os encontros consonantais /kl-/ e /pl-/ do latim se transmudaram regu-
larmente, quando no início da palavra, na consoante / -/ em espanhol (grafada ll) e na consoante 
/ -/ em português (grafada ch), como se pode observar pela seguinte listagem de correspondências:
Latim Espanhol Português
Clamare llamar chamar
clave llave chave
plenu lleno cheio
plicare llegar chegar
A regularidade observada na mudança linguística nos permite estabelecer correspondências 
sistemáticas entre duas ou mais línguas ou entre dois ou mais estágios da mesma língua, tornando 
assim possível a reconstituição da história.
Foram justamente essas correspondências sistemáticas que forneceram a base inicial para 
a constituição da reflexão histórica em linguística. Foi a partir da percepção da sistematicidade 
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
35|
de correspondências entre línguas diferentes que se chegou, no início do século XIX, ao chamado 
método comparativo [...], com o qual foi possível revelar cientificamente o efetivo parentesco en-
tre línguas, reuni-las em grupos (metaforicamente chamados de famílias) e reconstituir aspectos 
de seus estágios anteriores comuns.
Foi nesse mesmo processo – à medida que também se percebeu ser a sistematicidade dessas 
correspondências resultado de sucessivas mudanças no eixo do tempo – que se construíram os es-
tudos propriamente históricos. [...]
Deve ficar claro, nesse ponto, que, embora a regularidade seja uma característica da mudança 
linguística, ela nunca deve ser entendida como absoluta.
Estudos linguísticos
1. Enumere os princípios incorporados aos estudos da linguagem a partir do trabalho investigativo 
comparativo e histórico.
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
36 |
2. Qual a concepção de língua subjacente nos estudos realizados pelos neogramáticos?
3. A ideia de imanência atravessou todo o século XIX. Cite dois trabalhos que deram uma formulação 
para a intuição de que as línguas humanas são totalidades organizadas. 
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
37|
4. O procedimento central nos estudos de Linguística Histórica foi o método comparativo. O que se 
podia fazer a partir desse método?
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
38 |
Gabarito
1. A partir dos estudos comparativos e históricos, os seguintes princípios foram incorporados aos 
estudos da linguagem: o de que é possível, por meio da comparação dos elementos gramaticais 
das línguas, estabelecer as correspondências formais entre elas; o de que as línguas mudam no 
tempo; o de que é possível relacionar grupos de línguas, por elas terem uma demonstrável origem 
comum; e o de que é possível reconstruir, por comparações e inferências, vários aspectos desses 
estágios anteriores não documentados. 
2. Os neogramáticos postulavam que a língua deveria ser vista como ligada ao indivíduo falante 
porque as mudanças linguísticas se originam nele. Esse postulado, diferentemente da orientação 
histórico-comparativa anterior, introduziu uma orientação psicológica subjetivista na interpreta-
ção dos fenômenos de mudança.
3. A intuição de que as línguas são totalidades organizadas teve uma formulação no trabalho do 
botânico A. Schleicher, para quem a língua era como um organismo vivo com existência própria, 
independente de seus falantes, e outra no trabalho de W. D. Whitney, que concebia a língua como 
uma instituição social, cujo funcionamento é regido por leis próprias.
4. O método comparativo permitia a descrição de uma língua (sua forma fonética, sua organização sin-
tática etc.) não por meio de uma análise interna dela mesma, mas pela comparação com diferentes 
línguas. 
Os estudos linguísticos do século XIX: a gramática comparada e histórica
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Referências
ALTHUSSER, Louis. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. 10. ed. Lisboa: Presença/Martins 
Fontes, 1974. (Data do original: 1970)
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires, Filosofando: introdução à filosofia. 3. 
ed. São Paulo: Moderna, 2003.
AUROUX, Sylvain. A Filosofia da Linguagem. Campinas: Unicamp, 1998.
BAKHTIN, Mikhail M. Discourse in the novel. In: _____. The Dialogic Imagination: four essays by M. M. 
Bakhtin. Austin: University of Texas Press, 1981. (Data do original: 1934)
_____. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1981. (Data do 
original: 1929)
_____. Toward a Philosophy of the Act. Austin: University of Texas Press, 1993. (Data do original: 
1921)
_____. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
(Data do original: 1953)
BENVENISTE, Émile. Os níveis de análise linguística. In: _____. Problemas de Linguística Geral I. 5. ed. 
Campinas: Pontes, 2005. (Data do original: 1966)
_____. Comunicação animal e linguagem humana. In: _____. Problemas de Linguística Geral I. 5. ed. 
Campinas: Pontes, 2005. (Data do original: 1966)
BERLINCK, Rosane; AUGUSTO, Marina R. A.; SCHER, Ana Paula. Sintaxe. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, 
Ana Christina (Orgs.). Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. v. 1.
BORGES NETO, José. De que trata a Linguística afinal? In: _____. Ensaios de Filosofia da Linguística. 
São Paulo: Parábola, 2004.
_____. Reflexões preliminares sobre o estruturalismo em Linguística. In: _____. Ensaios de Filosofia da 
Linguística. São Paulo: Parábola, 2004.
BOUQUET, Simon. Introdução à Leitura de Saussure. São Paulo: Cultrix, 1997.
BRUNER, Jerome. The ontogenesis of speech acts. Journal of Child Language, n. 2, p. 1-19, 1975.
BYBEE, Joan L. Morphology: a study of the relations between meaning and form. Amsterdam/Philadel-
phia: Jonhs Benjamins Publishing Company, 1985.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Dispersos de J. Mattoso Câmara JR. Seleção e Introdução por Eduardo 
Falcão Uchoa. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972.
_____. História da Linguística. 6. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1975.
_____. Estrutura da Língua Portuguesa. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 1980.
_____. História e Estrutura da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1985.
CHOMSKY, Noam. Novos Horizontesno Estudo da Linguagem e da Mente. São Paulo: Unesp, 2005.
DE LEMOS, Claudia Thereza Guimarães. Los procesos metafóricos y metonímicos como mecanismos de 
cambio. Substratum, Barcelona, v. 1, n. 1, p. 121-135, 1992.
_____. Língua e discurso na teorização sobre aquisição de linguagem. Letras de Hoje, Porto Alegre, 1995 
v. 30, n. 4, p. 9-28.
_____. A criança como ponto de interrogação. In: LAMPRECHT, Regina R. (Org.). Aquisição da Lingua-
gem. Questões e análises. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.
_____. Uma crítica (radical) à noção de desenvolvimento na Aquisição de Linguagem. In: LIER-DE-VITO, 
Maria Francisca; ARANTES, Lúcia (Orgs.). Aquisição, Patologias e Clínica da Linguagem. São Paulo: 
EDUC, FAPESP, 2006.
_____. Inter-relações entre a linguística e outras ciências. Boletim Abralin, n. 22. Florianópolis: 
Abralin,1998.
DIK, Simon. Function Grammar. Dordrecht/Cinnaminson: Foris, 1981.
_____. The Theory of Functional Grammar. Part I. Dodrecht: Foris, 1989.
_____. The Theory of Functional Grammar. Complex and derived constructions. Part II. Berlin/New York: 
Mouton de Gruyter, 1997.
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. 11. reimp. São Paulo: Cultrix, 2006.
DUCROT, Oswald. Estruturalismo e Linguística. São Paulo: Cultrix, 1970.
FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e Diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. Curitiba: 
Criar Edições, 2003. 
_____. Estudos pré-saussurianos. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Orgs.). Introdução à Linguística: fun-
damentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. v. 3.
_____. Linguística Histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas. Ed. ampliada. São Pau-
lo: Parábola, 2005.
FRISCH, Karl von. Bees, their Vision, Chemical Senses and Language. Ithaca, Cornell University Press, 
1950.
HARRIS, Zelig. Structural Linguistics. Chicago: The University of Chicago Press, 1960. (Data do original: 
1951)
ILARI, Rodolfo. O estruturalismo linguístico: alguns caminhos. In: MUSSALIM, Fernanda.; BENTES, Ana Cris-
tina (Orgs.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. v. 3.
KOVACCI, Ofelia. Tendencias Actuales de la Gramática. Buenos Aires: Marymar, 1977.
Referências
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
LÄHTEENMÄKI, Mika. A crítica de Saussure por Voloshinov e Iakubinski. In: FARACO, Carlos Alberto; 
TEZZA, Cristovão.; CASTRO, Gilberto de (Orgs.). Vinte Ensaios sobre Mikhail Bakhtin. São Paulo: 
Vozes, 2006.
LEMLE, Miriam. Conhecimento e biologia. Ciência Hoje, maio 2002 , v. 31, n. 182, p. 34-41.
LEPSCHY, Giulio. A Linguística Estrutural. São Paulo: Perspectiva, 1975. (Data do original: 1966)
LYONS, John. Linguagem e Linguística: uma introdução. Rio de Janeiro, LTC, 1987.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise do Discurso: a questão dos fundamentos. Cadernos de Estudos 
Linguísticos. Campinas: Unicamp-IEL, n. 19, jul./dez., 1990.
_____. Novas Tendências em Análise do Discurso. 3. ed. Campinas: Pontes/Ed. da Unicamp, 1997.
MALDIDIER, Denise. Elementos para uma história da Análise do Discurso na França. In: ORLANDI, Eni 
Puccinelli (Org.). Gestos de Leitura: da história no discurso. Campinas: Unicamp, 1994. 
MALMBERG, Bertil. As Novas Tendências da Linguística. São Paulo: Nacional/Edusp, 1971. (Data do 
original: 1966)
MUSSALIM, Fernanda. Análise do Discurso. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Ana Christina (Orgs.). In-
trodução à Linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. v. 2.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que Gramática Estudar na Escola? Norma e uso na Língua Portugue-
sa. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. 
OLIVEIRA, Roberta Pires de. Formalismos na Linguística: uma reflexão crítica. In: MUSSALIM, Fernan-
da; BENTES, Ana Christina (Orgs.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: 
Cortez, 2004. v. 3.
PAVEAU, Marie-Anne; SARFATI, Georges-Élia. As Grandes Teorias da Linguística: da gramática compa-
rada à pragmática. São Carlos: Claraluz, 2006.
PÊCHEUX, Michel. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Unicamp, 1988. 
(Data do original: 1975)
_____. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET, Françoise; HAK, Tony (Orgs.). Por uma Aná-
lise Automática do Discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Unicamp, 1990. 
(Data do original: 1969)
_____. O Discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes, 1990. (Data do original: 1983)
PEZATTI, Erotilde G. A Ordem de Palavras no Português: aspectos tipológicos e funcionais. Araraqua-
ra, 1992. Tese (Doutorado em Lingüística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Univer-
sidade Estadual Paulista.
_____. O funcionalismo em linguística. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Ana Christina (Orgs.). Introdu-
ção à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. v. 3.
PEZATTI, Erotilde G.; CAMACHO, Roberto Gomes. Aspectos Funcionais da Ordem de Constituintes. 
DELTA. Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, São Paulo, ago. 1997, v. 13, n. 2, 
p. 191-214. 
PIAGET, Jean. O desenvolvimento mental da criança. In: _____. Seis Estudos de Psicologia. 20. ed. re-
vista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994a.
Referências
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
_____. A linguagem e o pensamento do ponto de vista genético. In: _____. Seis Estudos de Psicologia. 
20. ed. revista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994b.
_____. Gênese e estrutura na psicologia da inteligência. In: _____. Seis Estudos de Psicologia. 20. ed. 
revista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994c.
PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2002.
POSSENTI, Sírio. Os Humores da Língua: análises linguísticas de piadas. Campinas: Mercado de 
Letras, 1998.
_____. Teoria do discurso: um caso de múltiplas rupturas. In: MUSSALIM, Fernanda.; BENTES, Ana Christina 
(Orgs.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. v. 3.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. (Data do original: 
1916)
SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da linguagem. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Ana Christina (Orgs.). 
Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. v. 2.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramaticalização de Verbos. Rio de Janeiro, 2002. Relatório de pesquisa (Pós-
Doutorado em Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
VOLOSHINOV, V. N. (BAKHTIN, M. M.). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 
2006. (Data do original: 1929)
VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e Linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
WILHELM, KLAUS K. Tradições Selvagens. Mente e Cérebro, set. 2007, ano XV, n. 176.
Referências
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br

Continue navegando