Buscar

avaliação antropometrica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AVALIAÇÃO 
NUTRICIONAL
Renata Costa de Miranda 
Avaliação Antropométrica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Aplicar as técnicas de mensuração antropométrica de peso, estatura 
e determinação do índice de massa corporal. 
 � Reconhecer a técnica de mensuração antropométrica das circunfe-
rências corporais. 
 � Enumerar as técnicas de mensuração antropométrica das dobras 
cutâneas.
Introdução
A avaliação antropométrica é um dos elementos utilizados para compor 
a avaliação nutricional. Ela se baseia na mensuração das dimensões físi-
cas do corpo que podem ser avaliadas isoladamente ou em associação 
para indicar condições de saúde e doença, por exemplo, o progresso 
do crescimento ou os riscos nutricionais que surjam ao longo da vida.
Neste capítulo, você irá estudar o que é avaliação antropométrica e a 
sua importância na avaliação nutricional. Também, conhecerá as técnicas 
para a realização das principais medidas antropométricas utilizadas na 
avaliação do estado nutricional de indivíduos e coletividades, além dos 
instrumentos empregados em tais medidas, bem como as vantagens e 
limitações de uso de cada uma.
Antropometria básica 
A palavra antropometria tem origem grega, foi criada por meio dos termos 
anthro (corpo) e metria (medida). Apresenta-se como um método de investiga-
ção científica em nutrição, se ocupando da medição das variações das dimen-
sões físicas e da composição global do corpo humano. Desta forma, a avaliação 
nutricional é composta pela avaliação antropométrica, que compõe o exame 
físico, juntamente das avaliações dietética, clínica, metabólica e bioquímica. 
A utilização das informações antropométricas, para o diagnóstico nutricional, 
tem sido chamada de antropometria nutricional, essencial no diagnóstico 
e monitoramento do estado nutricional de indivíduos e coletividades, tanto 
na prática clínica, quanto em estudos epidemiológicos (VASCONCELOS, 
2008; TADDEI, 2011). 
Na avaliação antropométrica, são usadas as medidas corporais associadas 
entre si, formando, então, os índices e seus respectivos indicadores, com base 
em padrões de referência. Por intermédio dos indicadores antropométricos, é 
possível estudar e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento, 
de acordo com a faixa etária e sexo, avaliar a massa corporal total, estimar a 
composição corporal e a distribuição de gordura, permitindo, assim, identificar 
indivíduos que apresentem risco ou agravo nutricionais (VASCONCELOS, 
2008). 
Existem vantagens e desvantagens (limitações) no uso da avaliação an-
tropométrica, devendo, portanto, ser realizada e interpretada com cautela, 
observando-se o conjunto de outros indicadores da avaliação nutricional a 
fim de se evitar conclusões equivocadas a respeito da situação alimentar e 
nutricional de um indivíduo ou população. 
Contudo, as vantagens de sua aplicação são justificadas pelo uso de equi-
pamentos de baixo custo e portáteis, por suas técnicas não invasivas, pela 
obtenção rápida dos resultados e fidedignidade do método. Mesmo com todas 
essas vantagens, deve-se considerar algumas situações em que os indicadores 
antropométricos se tornam limitantes, pois não identificam carências nutricio-
nais específicas, não permitindo detectar alterações recentes na composição 
e distribuição dos tecidos corporais, além de depender do estado de saúde e 
hidratação do paciente. 
Apesar de ser composta por procedimentos aparentemente simples, a 
avaliação antropométrica deve ser realizada por um avaliador capacitado 
e treinado para o uso de técnicas corretas de coleta, proporcionando maior 
precisão das medidas. Assim, coleta deve ser realizada cuidadosamente, em 
ambiente apropriado e seguindo padronização. Os instrumentos utilizados 
na aferição das medidas precisam adequados e, frequentemente, calibrados. 
O avaliador deve optar por realizar a aferição da medida sempre do mesmo 
lado do corpo. Caso meça o outro lado, por qualquer motivo que seja, este 
fato deve ser documentado. As medidas necessitam ser realizadas de duas a 
três vezes, podendo ser útil o auxílio de um assistente durante a realização 
delas para registrar os resultados, enquanto o avaliador as lê em voz alta. Ao 
Avaliação Antropométrica2
término, o avaliador calcula e registra a média de cada medida aferida. Qualquer 
dificuldade encontrada no momento da mensuração deve ser documentada 
como, por exemplo, a presença de edema (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012, 
TADDEI, 2011; BRASIL, 2011). 
Caso mais de um profissional estiver conduzindo tais procedimentos, 
medidas de precisão entre eles devem ser estabelecidas, comparando-se os 
resultados para, assim, reduzir a variabilidade e os erros associados (TAD-
DEI, 2011). As medidas antropométricas mais utilizadas na composição da 
avaliação nutricional são: o peso ou massa corporal, a estatura (altura ou 
comprimento), as circunferências ou perímetros e as dobras ou pregas 
cutâneas (VASCONCELOS, 2008).
Peso
O peso ou massa corporal é a soma de todos os componentes corpóreos 
(massa óssea, massa muscular, massa gorda ou adiposa e massa residual), 
sendo aferido em balanças mecânicas de plataforma ou eletrônicas, balanças 
pediátricas ou, até mesmo, estimado a partir de equações que levam em 
consideração outras medidas antropométricas. No momento da pesagem, o 
indivíduo deve manter-se ereto e imóvel, com os braços ao longo do corpo, 
os pés juntos e sem calçados, vestindo apenas roupas leves. A medida do 
peso, normalmente, é associada a outras variáveis, como a estatura, podendo, 
contudo, ser usada isoladamente como estratégia de acompanhamento por 
fornecer uma estimativa grosseira dos estoques totais de gordura e músculo. 
Em casos, em que exista presença de edema ou vísceromegalia, a utilização 
do peso sozinho dificulta a avaliação do estado nutricional geral (MAHAN; 
ESCOTT-STUMP, 2012). 
O significado da medida do peso sofre variação, de acordo com o contexto 
em que é avaliado. O peso atual ou real, por exemplo, é aquele aferido no 
momento da avaliação antropométrica. Esta medida pode ser influenciada por 
alterações no estado de fluidos do indivíduo. Já, o peso usual ou habitual 
é o mencionado pelo indivíduo e corresponde ao peso que o paciente, nor-
malmente, mantém, podendo, inclusive, coincidir com o peso atual. É uma 
informação essencial a ser coletada, principalmente, na avaliação de risco 
nutricional, em casos patológicos. Enquanto isto, o peso ideal ou desejável é 
aquele considerado adequado para que determinado indivíduo mantenha um 
bom estado de saúde. No que diz respeito à adequação do peso, ele reflete a 
porcentagem de peso acima ou abaixo do ideal. E o peso ajustado é obtido 
3Avaliação Antropométrica
a partir da correção do peso ideal, quando a adequação do peso for inferior 
a 95% ou superior a 115%. Da mesma forma, a perda de peso é uma infor-
mação extremamente relevante, necessitando ser levantada ou observada, 
pois dependendo do percentual de perda, em função do tempo, pode servir 
como um indicador de risco nutricional (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012; 
BLACKBURN et al., 1997).
Estatura 
A estatura (altura ou comprimento) expressa o processo de crescimento 
linear do corpo humano, sendo medida, preferencialmente, a partir do uso 
de um estadiômetro fixo ou portátil. Como alternativa a esses instrumen-
tos, pode-se utilizar uma fita métrica devidamente fixada na parede. Nos 
casos em que a estatura necessita ser estimada, é usada uma fita métrica 
flexível e inelástica, além da régua antropométrica (VASCONCELOS, 
2008; BRASIL, 2011). 
Chama-se altura, quando a medição ocorre em pé, nas crianças maiores 
de dois anos até a idade adulta. No momento da mensuração, o indivíduo 
deve estar ereto, com os braços ao longo do corpo, sem calçados e/ou adornos 
na cabeça. É importante posicioná-lo de forma com que os calcanhares, as 
panturrilhas, as nádegas, a escápula e a parte posterior da cabeça, quando 
possível, encostem na superfícievertical do estadiômetro. A cabeça deve 
ser posicionada, com ajuda do avaliador, no plano horizontal de Frankfurt, 
em que uma linha imaginária passa pelas bordas inferiores da abertura dos 
orbitais (olhos), de maneira alinhada com as margens superiores dos con-
dutores auditivos externos (orelhas) (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012; 
BRASIL, 2011). Observe na Figura 1 a ilustração do posionamento descrito 
para medição da altura.
Por outro lado, é denominado comprimento, quando a medição é realizada 
em decúbito dorsal (deitado, de ventre para cima), em crianças até dois anos de 
idade (mesmo que elas já fiquem de pé), com a utilização de um infantômetro 
ou régua antropométrica (VASCONCELOS, 2008; BRASIL, 2011). Veja na 
Figura 2 a aferição do comprimento. 
Avaliação Antropométrica4
Figura 1. Aferição da altura em indivíduos maiores de dois 
anos.
Fonte: Brasil (2011).
Parte posterior da cabeça
Ombros
Nádegas
Panturrilhas
Calcanhares
Figura 2. Aferição do comprimento em indivíduos até dois anos.
Fonte: Brasil (2011).
Parte mais
alta da 
cabeça
Parte de trás
cabeça
Ombros
Nádegas
Panturrilhas
Calcanhares
Encostar
cursos na
sola dos
pés, com
calcanhar
e pés em 
90°
Pressionar joelhos
(estender pernas)
Segurar a cabeça no
Plano do Frankfurt.
5Avaliação Antropométrica
Além do método direto de medição da estatura, existem os métodos indire-
tos que funcionam como uma alternativa para os casos de pacientes acamados e 
incapazes de ficarem em pé ou de maneira ereta, em situações como escoliose, 
cifose (curvatura da coluna), paralisia ou paralisia cerebral, distrofia muscular 
e contraturas (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012).
Os métodos indiretos de mensuração da estatura podem ser realizados com auxílio de 
régua antropométrica e fita métrica e são, por exemplo: a medida da altura do joelho, 
a envergadura ou meia envergadura (extensão do braço) e a altura recumbente (em 
posição deitada). Após a realização da medida mais conveniente, aplica-se o valor 
encontrado em equações de estimativa que podem variar de acordo com sexo, faixa 
etária e grupo populacional de interesse (VITOLO, 2008; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012). 
Índice de Massa Corporal (IMC)
As medidas corporais abordadas são conhecidas como medidas primárias. 
Contudo, quando são utilizadas de forma combinada, ou seja, duas ou mais 
medidas associadas, constituem as medidas secundárias, os chamados índices 
antropométricos. O índice mais utilizado para o diagnóstico nutricional é o 
IMC (VITOLO, 2008). 
Este índice foi proposto por Lambert Quetelet, reconhecido como o pai 
da antropometria. Expressa a relação entre o peso corporal (kg) e o quadrado 
da estatura (m):
IMC =
Peso (kg)
Estatura2 (m)
O IMC se caracteriza por ser facilmente cálculado com base em medidas 
de baixo custo e não invasivas, podendo ser utilizado para identificar o estado 
nutricional em todas as fases da vida (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012). 
Nas crianças e adolescentes, o indicador IMC para idade, relaciona o índice à 
idade cronológica do indivíduo. Em gestantes, ele é utilizado em associação à 
semana gestacional. Já, em adultos e idosos, o IMC é aplicado isoladamente 
e com pontos de corte diferenciados (VITOLO, 2008). 
Avaliação Antropométrica6
Enquanto que, em adultos, a classificação apropriada (eutrofia) do estado 
nutricional varia entre 18,5 e 24,99 kg/m2, em idosos, ela corresponde aos 
valores de 22 e 26,99 kg/m2. Assim, os valores abaixo ou acima da faixa 
correspondente à eutrofia são considerados baixo peso ou sobrepeso/obesi-
dade, respectivamente (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995; THE 
NUTRITION SCREENING INITIATIVE, 1994).
Apesar de ser internacionalmente utilizado, é importante reconhecer que o IMC apre-
senta uma importante limitação no que diz respeito à sua incapacidade de distinguir 
a composição corporal do indivíduo. Portanto, dois indivíduos, com composição 
corporal completamente diferente, podem apresentar o mesmo valor de IMC, como por 
exemplo, um obeso e um atleta. Por essa razão, o IMC pode dignosticar os indivíduos 
de maneira incorreta, geralmente, subestimando a prevalência de excesso de peso 
(elevado percentual de gordura corporal) e, a partir disso, o risco de doenças crônicas 
não transmissíveis (ANJOS, 1992).
Circunferências corporais 
Circunferências ou perímetros são medidas antropométricas que permitem 
avaliar o crescimento de partes do corpo e a distribuição de tecidos, por meio 
de fita métrica flexível e inelástica, com atenção para não comprimir a pele 
no processo de aferição (VASCONCELOS, 2008; NACIF; VIEBIG, 2007). 
Os perímetros cefálico, abdominal e torácico são, geralmente, medidos 
em crianças até cinco anos de idade, a fim de serem avaliados o crescimento e 
o desenvolvimento adequados de determinados órgãos. Estas medidas podem, 
ainda, ser relacionadas entre si para estabelecer disgnósticos nutricionais, 
como é o caso da relação perímetro torácico e perímetro cefálico (VASCON-
CELOS, 2008). 
Também, as circunferências do braço ou braquial e da panturrilha são 
realizadas com fita métrica flexível e inelástica no lado não dominante do 
corpo. Elas podem ser usadas como indicadores de reservas de massa magra 
e gorda, identificando presença de desnutrição (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 
2012). Desta forma, circunferência do braço é medida no ponto médio entre o 
processo acrômio da escápula e o processo olécrano na ponta do cotovelo. Esta 
7Avaliação Antropométrica
medida é, usualmente, combinada à medida da dobra cutânea do tríceps para 
calcular, de modo indireto, a área muscular e a área de gordura do braço. A su-
perfície muscular do braço, sem considerar, a área óssea é, então, estabelecida, 
a partir de uma correção (subtração) que varia conforme o sexo do indivíduo. 
Tal medida se configura como uma boa indicação das reservas de gordura e 
músculo esquelético em adultos. Sendo assim, pode ser utilizada na avaliação 
de uma possível desnutrição proteico-energética, resultado de enfermidade 
crônica, estresse, distúrbios alimentares, cirurgias múltiplas ou uma dieta 
inadequada (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012; VASCONCELOS, 2008). 
Já, a medida da circunferência da panturrilha precisa ser realizada posi-
cionando a fita na circunferência máxima da panturrilha. Ela fornece a medida 
mais sensível da massa muscular nos idosos, sendo, também, recomendada 
na avaliação nutricional de pacientes acamados, porque permite a estimativa 
de peso e estatura. Deve-se, porém, dar atenção a presença de edema nos 
membros inferiores, muito comum em gestantes e idosos, antes de considerar 
a medição dessa circunferência (VASCONCELOS, 2008).
Logo, as circunferências da cintura, do quadril e do pescoço dizem 
respeito, direta e indiretamente, à concentração de gordura, principalmente, 
na região abdominal que caracteriza risco de doenças crônicas associadas à 
obesidade e à síndrome metabólica. 
A circunferência da cintura é avaliada no ponto médio entre a crista 
ilíaca e o rebordo da última costela, no final da expiração (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 1995). Tanto na prática, quanto em estudos científicos, 
a circunferência da cintura é aquela que apresenta uma maior variação com 
relação às diferentes técnicas de medição empregadas. Muitas vezes, ela é 
calculada na parte mais estreita do tronco, entre a crista ilíaca e o rebordo 
da última costela, mas também, pode ser: na altura da cicatriz umbilical; um 
centímetro acima da cicatriz umbilical; um centímetro acima da crista ilíaca; 
na altura da crita ilíaca; ou, até mesmo, no ponto logo abaixo da última costela. 
Tal situação pode gerar problemas, como a falta de padronização entre os 
dados, levando a comparações equivocadas (VITOLO, 2008). 
Assim, a circunferência do quadril é medida posicionando-se a fita 
métrica na área mais saliente do quadril e, é utilizada, principalmente, na 
relação cintura/quadril (RCQ que possui consistente associação ao risco 
cardiovascular (VITOLO, 2008; VASCONCELOS, 2008). 
Da mesma maneira, associação semelhante se encontranos valores elevados 
da circunferência do pescoço, que é uma medida relacionada, positivamente, 
ao IMC, sendo, portanto, uma ferramenta de indicação para excesso de peso. 
Avaliação Antropométrica8
Ela também é aferida com fita métrica flexível e inelástica na altura média 
do pescoço (VITOLO, 2008).
Existem, ainda, as medidas de circunferência do pulso e largura do cotovelo realizadas 
com fita métrica e régua antropométrica, respectivamente. Quando estas medidas 
são associadas à estatura, por exemplo, são capazes de determinar a compleição ou 
estrutura óssea do indivíduo (pequena, média ou grande), ajudando na estimativa 
do peso ideal (VITOLO, 2008).
Dobras cutâneas
Dobras ou pregas cutâneas são medidas antropométricas que permitem estimar 
a composição corporal, precisamente, a gordura corporal, a partir da espessura 
da dobra de gordura ou da dobra subcutânea. Tal medida admite que há uma 
associação direta entre a distribuição da gordura subcutânea e a gordura 
corporal interna em indivíduos de mesma faixa etária e sexo (VITOLO, 2008; 
VASCONCELOS, 2008). 
A partir de estudos científicos, verificou-se que a utilização da medida de 
gordura subcutânea, em locais específicos, oferece boa estimativa da gordura 
corporal total. As dobras cutâneas podem ser calculadas em diversas partes do 
corpo, porém, as dobras facilmente avaliadas e que melhor correspondem à 
estimativa de gordura corporal total são aquelas localizadas acima do tríceps 
(dobra cutânea tricipital) e do bíceps (dobra cutânea bicipital), abaixo da 
escápula (dobra cutânea subescapular) e acima da crista ilíaca (dobra cutânea 
suprailíaca). 
A mensuração ocorre, preferencialmente, do lado direito do corpo e para isso 
é utilizado um instrumento de precisão chamado de adipômetro ou plicômetro, 
mas também, reconhecido como compasso ou calibrador. Na determinação das 
dobras cutâneas, se deve dar preferência à utilização de adipômetros com vali-
dade e reconhecimento científicos (VASCONCELOS, 2008; VITOLO, 2008). 
A avaliação da dobra cutânea tricipital necessita ser realizada sobre o 
músculo posterior do braço (triceps), especificamente, no ponto médio entre 
a projeção lateral do acrômio da escápula e a margem inferior do olécrano 
da ulna. Agora, para medir a dobra cutânea bicipital é utilizado o mesmo 
9Avaliação Antropométrica
ponto médio da dobra tricipital, contudo, a medida deve ser realizada, por sua 
vez, na parte anterior do braço, sobre o músculo biceps. Já, a dobra cutânea 
subscapular é calculada cerca de um centímetro abaixo do ângulo inferior 
da escápula, em um ângulo de 45º. A mensuração da dobra cutânea suprai-
líaca, por sua vez, deve ocorrer acima da crista ilíaca, na linha axilar media. 
Além das dobras mencionadas, existem outras menos utilizadas, mas que se 
destacam na avaliação de populações específicas, como é o caso da dobra 
cutânea peitoral, da dobra cutânea axilar média, da dobra cutânea abdominal, 
da dobra cutânea da panturrilha e dobra cutânea da coxa (VITOLO, 2018). 
Assim, a medida das dobras cutâneas é um método simples e de baixo 
custo, todavia a sua validade depende da precisão do avaliador, que necessita 
de exaustivo treinamento para o destacamento correto da prega. A precisão 
da medida diminui com o aumento da prega, impedindo uma precisa aferição 
em indivíduos obesos. Em casos de edema local ou generalizado, bem como 
desidratação do paciente, esta técnica se torna inviável ou pouco fidedigna 
(VITOLO, 2008). Outras limitações relacionadas ao uso das dobras cutâneas 
tratam das variações na quantidade e distribuição da gordura corporal, de 
acordo com o sexo, a idade, a etnia e, até mesmo a genética, além da precisão 
do instrumento utilizado (calibragem), bem como, a ausência de padrões de 
referências para diversas populações ao redor do mundo (VASCONCELOS, 
2008; VITOLO, 2008; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012).
Após a realização das medidas, as dobras podem ser utilizadas de forma 
isolada, com propósito de se avaliar sua adequação com relação a valores de 
referência ou como indicadores de acompanhamento, quando avaliadas de 
forma seriada. No entanto, para estimar a quantidade de gordura corporal, 
recomenda-se a utilização de equações que levem em consideração mais de 
uma dobra cutânea, tendo sido desenvolvidas e validadas em grupos popula-
cionais semelhantes ao de interesse para garantir melhor precisão no resultado 
(VITOLO, 2008).
Inicialmente, é preciso estimar a densidade corporal, geralmente, por 
meio da equação de Siri. De posse da densidade corporal, as equações mais 
utilizadas para estimar o percentual de gordura corporal total, em adultos, são 
as equações de Durnin e Womersly, sendo também aplicadas as de Jackson 
e Pollock. Em crianças e adolescentes, as mais empregadas são equações 
de Slaughter, que utilizam apenas duas dobras cutâneas, as dobras tricipital 
e subscapular. Tal equação leva em consideração o importante impacto da 
puberdade nessa fase da vida e a sua relação com a distribuição de gordura 
corporal (VITOLO, 2008).
Avaliação Antropométrica10
Com isso, ainda que a utilização das dobras cutâneas apresente algumas 
limitações intrínsecas e extrínsicas ao método, é possível considerá-las como 
um parâmetro antropométrico adequado e efetivo nas avaliações da compo-
sição corporal e, consequentemente, na avaliação nutricional de indivíduos 
e coletividades. 
ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal.estatura-2) como indicador do 
estado nutricional de adultos: revisão de literatura. Revista de Saúde Pública, v. 26, p. 
431-436, 1992.
BLACKBURN, G. et al. Nutrition and metabolic assessment of the hospitalized patient. 
Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v. 1, p. 11-22, 1977.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Orientações para a coleta 
e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de 
Vigilância Alimentar e Nutricional — SISVAN. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2012.
NACIF, M.; VIEBIG, R. F. Avaliação antropométrica nos ciclos da vida: uma visão prática. 
São Paulo: Metha, 2007.
TADDEI, J. A. A. C. Nutrição em saúde pública. Rio de Janeiro: Rubio, 2011.
THE NUTRITION SCREENING INITIATIVE. Incorporating nutrition screening and interven-
tions into medical practice: a monograph for physicians. Washington D.C. US: American 
Academy of Family Physicians; The American Dietetic Association; National Council 
on Aging Inc., 1994.
VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação nutricional de coletividades. 3. ed. Florianópolis: Editora 
da UFSC, 2008. 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of anthro-
pometry. Geneva: WHO, 1995. (WHO Technical Report Series, n. 854).
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações 
básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de 
saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004.
GOMES, L. P. S. et al. Métodos de obtenção de dados antropométricos confiáveis. 
Ciências Biológicas e de Saúde, v. 3, n. 1, p. 87-100, 2015.
11Avaliação Antropométrica
MELO, A. P. F. et al. Métodos de estimativa de peso corporal e altura em adultos hospita-
lizados: uma análise comparativa. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho 
Humano, v. 16, n. 4, p. 475-484, 2014.
NAVARRO, A. M.; MARCHINI, J. S. Uso de medidas antropométricas para estimar gordura 
corporal em adultos. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentos e Nutrição, 
v. 19, p. 31-47, 2000.
Avaliação Antropométrica12
Conteúdo:

Continue navegando

Outros materiais