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Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 1 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Aula 8 – Receita pública AFO p/ TCE-RJ Prof. Sérgio Machado Prof. Marcel Guimarães Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 2 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Sumário INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 5 INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS (RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA) ............................................................................ 6 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS ................................................................................................................................... 10 ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ............................................................................................................... 12 PREVISÃO ........................................................................................................................................................... 13 LANÇAMENTO ..................................................................................................................................................... 14 ARRECADAÇÃO .................................................................................................................................................... 14 RECOLHIMENTO ................................................................................................................................................... 14 CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ..................................................................................... 16 CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA ............................................................................................................ 17 Categoria econômica ..................................................................................................................................... 21 Origem .......................................................................................................................................................... 26 Espécie .......................................................................................................................................................... 39 Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita ..................................................................... 40 Tipo .............................................................................................................................................................. 40 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROCEDÊNCIA OU OBRIGATORIEDADE ................................................................................ 44 CLASSIFICAÇÃO POR FONTE/DESTINAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................. 46 CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO .................................................................................... 50 CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL (QUEM?) ................................................................................................................. 51 CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA (EM QUAL ORÇAMENTO?) ........................................................................ 52 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO IMPACTO NA SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA .................................................................. 53 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À REGULARIDADE (OU PERIODICIDADE) ................................................................................. 54 QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 55 LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 74 GABARITO - CESPE ................................................................................................................................ 79 RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 80 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 3 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Dica de um concursado para um concurseiro Busque o apoio de seus amigos e familiares! Coloque fotos deles em seu local de estudo. Mentalidade dos campeões 🏆 Você está onde está por causa de quem era, mas onde você vai depende inteiramente de quem você escolhe ser. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 4 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) www.marcelguimaraes.com.br @profsergiomachado @prof.marcelguimaraes Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 5 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Introdução Para começar, você sabe o que é uma receita? 🤔 “Claro que sei, professor! Receita é dinheiro entrando no bolso. 💰 Muito fácil! Vamos! Passa logo para o próximo tópico!” Calma, porque não é bem assim! 😅 Em primeiro lugar, vale destacar que a arrecadação das receitas públicas tem papel primordial na Atividade Financeira do Estado (AFE). Lembra dela? Pois é. Sem a arrecadação das receitas públicas o Estado não consegue alcançar a sua finalidade: o bem comum da coletividade. Mas não se esqueça: arrecadar recursos não é o fim: é somente o meio para alcançar o fim. ☝ “Tá certo, professor. Então o que é mesmo uma receita?” 🤨 Bom, aí depende! 😅 “Depende de que, professor?” Depende se estamos falando de receita em sentido amplo ou em sentido estrito. 😄 De acordo com o Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2020: • Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias. • Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias. AFE Receita pública (obter) Despesa pública (despender) Crédito público (criar) Orçamento público (administrar) Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 6 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Receitas públicas amplo = Rec. Orçamentárias + Rec. Extraorçamentárias Receitas públicas estrito = Rec. Orçamentárias Simplificando: receita pública em sentido amplo é qualquer ingresso de dinheiro nos cofres públicos! Dinheiro entrou na conta? É receita sem sentido amplo! Não importa se esse dinheiro é do Estado ou se ele tem que devolver esse dinheiro. É bem simples: qualquer ingresso de recursos financeiro é considerado receita pública em sentido amplo. “E em sentido estrito, professor?” Em sentido estrito, nós não consideramos os ingressos extraorçamentários (receitas extraorçamentárias). Somente as receitas públicas orçamentárias! ☝ “Tá! Mas o que são ingressos ou receitas extraorçamentárias e receitas orçamentárias?” 🧐 É isso que nós vamos ver agora! 😃 Mas, desde já, saiba que, normalmente, quando falamos em “receita pública”, estamos nos referindo a receita pública em sentido estrito! 😁 Ingressos extraorçamentários(receita extraorçamentária) “Ah, professor! Eu já sei! Agora que eu pensei melhor, a receita orçamentária é aquela que está prevista no orçamento, na LOA. E a receita extraorçamentária não está! Não é assim?” 😏 Não! Não é assim! E esse é o erro que muita gente (inclusive muita gente boa) comete! Veja bem: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público. Você irá fazer a pergunta: esses recursos pertencem ao Poder Público? 🤔 • Se sim: é receita orçamentária; • Se não: é receita extraorçamentária. “Beleza, professor. Mas você ainda não falou o que é uma receita orçamentária e uma receita extraorçamentária...” 😅 Pois não! Vamos lá então! 😄 Ingressos receita pública em sentido amplo Ingressos extraorçamentários Receita orçamentária receita pública em sentido estrito Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 7 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Segundo o MTO 2020, receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) 8ª edição dá uma definição bem parecida (praticamente a mesma coisa, mas em outras palavras): ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por ativos e passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio Líquido da Entidade. “Certo, agora traduz aí, professor, por favor!” 😅 É para já! 😉 Receitas extraorçamentárias são ingressos de recursos financeiros que não pertencem ao Poder Público. Esse dinheiro só está momentaneamente transitando pela conta da Administração Pública (caráter temporário). A Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Por exemplo: se a Administração Pública recebesse R$ 100,00 em receitas extraorçamentárias, o ativo iria aumentar em R$ 100,00, mas o passivo também iria aumentar em R$ 100,00. No final das contas, o Patrimônio Líquido (PL) não seria alterado, porque PL = A – P. “Entendi, mas que recursos transitórios são esses? Pode dar um exemplo?” 🧐 Claro! 😃 São exemplos: • Depósitos em caução: como previsto no artigo 56, da Lei 8.666/93, por exemplo, a Administração pode exigir uma garantia contratual. É como se a Administração dissesse: “contratado, você vai prestar um serviço para mim, mas eu quero uma garantia, pois se o contrato não for bem executado, pelo menos eu já vou estar mais seguro. Se houver algum sinistro, pelo menos eu já vou ter alguma quantia na minha conta. Então deposite aqui 5% do valor do contrato e quando ele acabar, eu lhe devolvo a quantia em dinheiro, atualizada monetariamente”. Esse dinheiro vai ficar na conta do Poder Público, mas não pertence a ele. Pertence ao contratado! • Restos a Pagar inscritos no exercício: essa explicação está muito relacionada à contabilidade pública. No balanço financeiro, os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária (Lei 4.320/64, parágrafo único). Esse foi um jeito encontrado para fazer com que o Balanço Financeiro “fechasse”. Por enquanto, só grave que os Restos a Pagar inscritos no exercício são receitas Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 8 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ extraorçamentárias (e em contrapartida, o pagamento de restos a pagar é despesa extraorçamentária 😉). • Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO): são empréstimos destinados a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. Funciona assim: digamos que a Administração Pública possui uma receita de impostos para receber em só no final do ano, mas ela está precisando do dinheiro logo agora: no início do ano. Então, o Poder Público procura uma instituição financeira: “banco, me antecipa essa quantia que vou receber de impostos. Quando eu receber o dinheiro, no final do ano, eu lhe pago”. O banco assim o faz. Perceba que esse dinheiro que entrou na conta da Administração pertence ao banco, e não à Administração! É a mesma coisa que uma empresa faz quando quer antecipar títulos, duplicatas, ou que você faz quando quer antecipar seu 13º ou alguma receita futura (só que a Administração deve seguir algumas regras previstas em lei). 😄 Preste atenção! Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias! “E, professor, esse ingresso da operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) está previsto na LOA? Porque eu lembro que uma das exceções ao princípio da exclusividade era a operação de crédito por ARO.” 🤨 Muito cuidado aqui! 😬 Não confunda o ingresso da operação de crédito por ARO com a autorização para contratação de operação de crédito por ARO. O que pode constar na LOA (a exceção ao princípio da exclusividade) é a autorização para contratação de operação de crédito por ARO. O ingresso dos recursos decorrentes dessa operação não será previsto na LOA, porque ele nada mais é do que uma antecipação dos recursos já previstos. Por exemplo: se a Administração quiser antecipar R$ 1.000,00 que irá receber em novembro, ela receberá somente R$ 900,00, por conta dos descontos (quem aqui já estudou matemática financeira? 👋). Se esses R$ 900,00 forem previstos, haverá uma dupla contagem: vai parecer que a Administração terá uma receita de R$ 1.900,00, quando, na verdade, ela só irá receber os R$ 1.000,00 inicialmente previstos. Os R$ 900,00 pertencem ao banco. Pense no sentido inverso: é como se a Administração pegasse R$ 900,00 emprestado hoje e pagasse R$ 1.000,00 (por conta dos juros) depois de um tempo. Preste atenção! O ingresso de operações de crédito por ARO não é previsto na LOA! O que é previsto é a autorização para contratação de operações de crédito por ARO. • Retenções da folha de pagamento (contribuição sindical, previdenciária, etc.): mas somente quando essas retenções não pertencem ao ente. Por exemplo: se a União contrata um serviço, ela deve reter o Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS) e depois repassar essa quantia ao devido Município, pois trata-se de um imposto de competência municipal. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 9 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ • Emissão de papel-moeda: imprimir cédulas 💵 💵 💵 🤑 • Outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros: se aumentou o ativo e o passivo ao mesmo tempo, é receita extraorçamentária. Para fechar, quero dar só mais um exemplo: Seu amigo quer tomar um banho de piscina e lhe pede um favor: “segura aqui essa nota de R$ 50,00 enquanto eu dou um mergulho, por favor, senão eu vou molhar o meu dinheiro”. Você pega a nota e coloca no seu bolso. O dinheiro entrou no seu bolso? Sim. O dinheiro é seu? Não. Você tem que devolver? Sim. Então você não passa de um mero depositário e esse foi um ingresso extraorçamentário (ou receita extraorçamentária). Questões para fixar FCC – Prefeitura de Recife - PE - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019 As receitas públicas denominadas extraorçamentáriascorrespondem a ingressos financeiros dos quais o ente é apenas depositário, que geram uma disponibilidade financeira em contrapartida a uma obrigação financeira. Comentários: Exatamente! Receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis (obrigação financeira). Ou seja: a Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Gabarito: Certo FCC – TRT-8ª – Analista judiciário – 2016 As receitas públicas, do ponto de vista orçamentário, podem ser classificadas como receitas orçamentárias e extraorçamentárias. São receitas extraorçamentárias os valores registrados em depósitos administrativos e judiciais. Comentários: É isso aí! 😄 As receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. Bons exemplos de receitas extraorçamentárias são os depósitos (sejam eles administrativos ou judiciais): aqueles recursos não pertencem ao Estado, que, nesse caso, está agindo somente como mero depositário. Gabarito: Certo IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016 Classificam-se como receitas extraorçamentárias as entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiros. Comentários: Isso mesmo! Os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Isso é uma entrada compensatória. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 10 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Gabarito: Certo Receitas orçamentárias Se você entendeu bem o que são receitas extraorçamentárias, vai “tirar de letra” as receitas orçamentárias. 😄 Ora, se as receitas extraorçamentárias são aquelas que não pertencem ao Poder Público, as receitas orçamentárias são justamente aquelas que pertencem ao Poder Público. Elas são, de fato, disponibilidades da Administração Pública. Atenção para o nome: “disponibilidades”. É algo que está disponível para ser utilizado! Veja como ela está descrita no MTO 2020: receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força princípio da universalidade, estão previstas na LOA. Viu só? São disponibilidades, elemento novo, integram o patrimônio do Poder Público e aumentam o patrimônio líquido da entidade, porque não há contrapartida no passivo (como ocorre nas receitas extraorçamentárias). “Beleza. Mas como assim, as receitas orçamentárias, via de regra, estão previstas na LOA, professor? E por que você marcou tanto isso?” 🤔 Isso é por conta daquilo que estávamos conversando: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA. Receitas orçamentárias Pertencem ao Estado Integram o patrimônio público Aumentam o saldo financeiro via de regra, estão previstas na LOA Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 11 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. Normalmente (via de regra), ela está prevista, mas nem sempre é assim. 🙄 Preste atenção! Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA Por exemplo: uma receita de doação. Não dá para planejar muito bem o quanto será arrecadado em doações. Pode acontecer de um bilionário decidir doar milhões de reais para a Administração Pública naquele ano, não é mesmo? E você acha que a Administração Pública vai recusar esse dinheiro? Claro que não! 😄 Portanto, essa receita, que não estava prevista na LOA, constituirá elemento novo para o patrimônio público, pertencerá ao Poder Público e, por conseguinte, será considerada uma receita orçamentária. Então é o seguinte: se uma receita foi prevista no orçamento, com certeza, ela será uma receita orçamentária. Agora, se a receita não está prevista no orçamento, não é possível afirmar se ela é uma receita orçamentária ou extraorçamentária. Portanto, se uma questão afirmar que determinada receita não está prevista na LOA, você ainda não consegue dizer se ela é orçamentária ou extraorçamentária. 😬 Fiz questão de enfatizar esse ponto, porque as bancas adoram fazer confusão com isso aqui. É terreno fértil de pegadinhas. Mas você a partir de agora você já está vacinado(a)! Lembre-se: o critério correto para definir se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não ao Poder Público. Para resumir tudo isso, preparei esse quadro para você: Tipo de receita Previsão na LOA? (critério incorreto) Pertence ao Poder Público? (critério correto) Orçamentária Sim ou Não Sim Extraorçamentária Não Não “Ok, professor. Entendi. Agora, só para concluir, você poderia dar exemplos de receitas orçamentárias?” 😄 Claro! 😃 Veremos muitos ao longo da aula, mas já adianto alguns: receita de imposto de renda, receita de taxas de limpeza urbana, receitas de aluguéis, receitas de serviços prestados, receitas de vendas de bens e de obtenção de empréstimos. E para finalizar, uma curiosidade: Curiosidade Para o mestre Aliomar Baleeiro, entrada ou ingresso é todo e qualquer dinheiro (com ou sem correspondência no passivo) carreado para os cofres públicos. E quando ele vai fazer a classificação das entradas ou ingressos, ele considera que: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 12 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Movimentos de fundo ou de caixa: possuem contrapartida, não são elementos novos (de simples acréscimo). Exemplos: empréstimos ao Tesouro, cauções, fianças, depósitos, indenizações; e Receita Pública: é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. Assim, para esse autor, existem dois itens distintos: a) Movimentos de fundo ou de caixa; b) Receita Pública. ⚠ Mas atenção: o ordenamento jurídico brasileiro (art. 11, da Lei 4.320/64) não segue essa conceituação, visto que considera como receitas públicas os recursos que possuem contrapartida no passivo, como, por exemplo, as operações de crédito. Ou seja: operações de crédito são receitas públicas! Portanto, esses conceitos de Aliomar Baleeiro não são utilizados na prática em nosso país, mas às vezes aparecem em provas. Por isso, na eventualidade de uma cobrança literal (se na sua prova vier assim “igualzinho”), marque certo! 😄 Questões para fixar IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016 Classificam-se como receitas extraorçamentárias as receitas arrecadadas no exercício, que não estavam previstas no orçamento. Comentários: Opa, opa, opa! Já avisei que o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA. Uma receita arrecadada no exercício, que não estava prevista no orçamento, pode perfeitamente ser uma receita orçamentária! Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. O critério que nós utilizamos para determinar se a receita é orçamentáriaou extraorçamentária é se ela pertence ou não ao Poder Público. 😉 Gabarito: Errado Etapas da Receita Pública De acordo com o MTO 2020, as etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento. E segundo o MCASP 8ª edição, as etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em: • Previsão; • Lançamento; • Arrecadação; e • Recolhimento. Para memorizar isso, você pode utilizar o mnemônico: PLAR. 😃 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 13 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Certo, mas por que você destacou as etapas de ‘previsão’ e ‘lançamento’, colocando-as em itálico, professor?” 🤨 Hum! Muito bem observado! 😄 Isso é porque nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas. Em outras palavras: receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas. Ou você acha que a Administração vai recusar dinheiro só porque ele não estava previsto ou porque ele não foi lançado? 😅 Exemplo de receita que não passa pelas etapas de previsão e lançamento: doação em espécie recebida pelos entes públicos. 💵 Previsão Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma: Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo. Como dito anteriormente, a previsão não é uma etapa obrigatória para a arrecadação da receita, isto é, a receita pode ser arrecadada mesmo que não tenha sido prevista. 😉 P • Previsão L • Lançamento A • Arrecadação R • Recolhimento Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 14 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Lançamento Lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art. 53 da Lei 4.320/64). Lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível (art. 142, Código Tributário Nacional – CTN). ⚠ Agora atenção: da mesma forma que acontece na previsão, algumas receitas não percorrem a etapa do lançamento, conforme se depreende do art. 52 da Lei nº 4.320/1964: Art. 52 são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. Preste atenção! Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento É interessante observar também que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria. 😉 Arrecadação A arrecadação corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. Por exemplo: a arrecadação ocorre quando você paga o boleto do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em um banco privado. Esse banco é somente um agente arrecadador daqueles recursos, que posteriormente serão recolhidos à conta específica do Tesouro. ⚠ Mais uma vez, atenção: em contabilidade pública, por força do art. 35 da Lei 4.320/64, é no momento da arrecadação que as receitas orçamentárias são consideradas para fins de registro nos balanços orçamentário e financeiro (regime de caixa). Já nos balanços patrimonial e na DVP (Demonstração das Variações Patrimoniais), vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de competência). Confira o art. 35 da Lei 4.320/64 na íntegra: Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; II - as despesas nele legalmente empenhadas. Recolhimento Agora sim! Finalmente o dinheiro chegou na conta do ente público! 😅 Os recursos foram arrecadados (por algum agente arrecadador ou instituição financeira autorizada) e agora serão recolhidos à conta do ente público. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 15 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Portanto, recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito: Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. Para finalizar, deixo você com um esquema fornecido pelo MCASP 8ª edição: Questões para fixar CESPE – FNDE- Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais – 2012 Toda receita orçamentaria passará, necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e lançamento. Comentários: Opa! Aqui você tem que lembrar que não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento. Receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas normalmente. Não há problema algum aí! 😄 Gabarito: Errado Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 16 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Classificações da receita orçamentária “Está certo, professor. Já entendi o que é receita orçamentária e extraorçamentária. Também já entendi as etapas da receita orçamentária. O que mais eu tenho que saber sobre receitas públicas?” 🤔 Vou direto ao ponto: você tem que saber classificar as receitas! 😄 “Classificar, professor? Como assim?” 🧐 É! Classificar significa distribuir em classes, de acordo com um sistema, método ou critérios de classificação. E aqui nas receitas públicas nós temos alguns critérios de classificação. “Como assim ‘critérios de classificação’?” 🤔 São somente “jeitos” de se classificar algo. 😄 Por exemplo: digamos que você tem uma coleção de animais de pelúcia. O primeiro método de classificação é “por espécie de animal”. Então, você separa os ursos 🐻, os leões 🦁, os cachorros 🐶, etc. O segundo método é “por cores”. Portanto, você separa os brancos ⚪, os azuis 🔵, os laranjas 🔶, etc. O terceiro método é “por tamanho”. Você separa os pequenos, os médios e os grandes. Pronto! É isso que nós vamos fazer com as receitas! Só que aqui nós vamos separar por Natureza de receita, por fonte/destinação, por esfera, etc. 😉 “E para que isso, professor? Para que ter essetrabalho de classificar as receitas? É só para eu ter mais matéria para estudar?” 😫 Não! 😂 Não é só para você ter mais matéria para estudar. A classificação das receitas nos ajuda a administrar o planejamento e a execução orçamentária (o nome da nossa disciplina é Administração Financeira e Orçamentária, está lembrando disso? 😏). Por espécie de animal Ursos Leões Cachorros Por cores Brancos Azuis Laranjas Por tamanho Pequeno Médio Grande Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 17 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Ah! E aqui vai uma dica (que eu mesmo usava) para auxiliar a compreensão e a memorização das classificações: associe cada classificação a uma pergunta. “Como assim, professor?” 🤨 É o seguinte: cada classificação busca responder uma pergunta. Portanto, quando você ver uma classificação, lembre logo de sua pergunta! Assim você facilmente irá lembrar do que se trata e não cairá em pegadinhas. 😉 Por exemplo: a classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento Fiscal (OF), da Seguridade Social (OSS) ou de Investimento das Empresas Estatais (OI). Portanto, a pergunta a ser respondida aqui é: “em qual orçamento?” 🤔 Portanto, quando você ver a classificação por esfera orçamentária imediatamente pense na pergunta: “em qual orçamento?”. Preste atenção! Associe cada classificação a uma pergunta “Espera aí, professor. Antes de estudarmos cada uma das classificações, me responde essa pergunta: todos os entes precisam classificar a receita orçamentária? Para a União é muito fácil. Ela tem muitos recursos à sua disposição. Mas eu fico imaginando aquele município lá no cafundó do Judas. Ele também tem que classificar a receita?” A resposta é: SIM! 😄 De acordo com o MTO 2020, a classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa, é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas necessidades. Muito bem. Agora vamos conversar sobre as classificações mais cobradas em provas de concursos públicos, quais sejam: • natureza de receita; • procedência ou obrigatoriedade; • fonte/destinação de recursos; • identificador de resultado primário; • institucional; e • esfera orçamentária; • quanto ao impacto na situação patrimonial líquida. Classificação por Natureza de Receita Essa classificação é muito importante e, provavelmente, é a mais cobrada em provas. 😄 A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 18 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔 Preste atenção! Classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? Questões para fixar COSEAC – UFF - Assistente em Administração – 2019 A classificação orçamentária da receita pública por natureza visa identificar a origem do recurso segundo: A) o fato gerador B) a classificação institucional. C) a classificação funcional. D) a função. E) a aplicação. Comentários: A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos. Gabarito: A A classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita, ou seja, podemos dizer que é a mais “detalhista”. Por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. É tanto que o MTO assim discorre essa classificação no âmbito federal: “a codificação das Naturezas de Receita em vigor para a União aplica lógica integralmente voltada para a gestão das receitas orçamentárias. Os códigos são estruturados de forma a proporcionar extração de informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e transparência, sem a necessidade de qualquer procedimento paralelo para concatenar dados. Essa é a premissa que pauta a estrutura de codificação da classificação orçamentária”. Só que essa classificação não é tão simples assim. Para começo de história, ela sofreu uma alteração recente (em 2015). A antiga codificação foi dada pela Portaria interministerial STN SOF n. 163/2001. “O que é codificação, professor?” 🤔 É uma sequência de números (dígitos), um código, que especifica aquela receita. É como se fosse o “CPF da receita”, sendo que cada dígito que está ali possui um significado. 😏 Então, continuando... Essa codificação antiga, válida para a União, era estruturada em seis níveis, conforme segue: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 19 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ As duas letras “A” e as duas letras “S” indicam que eram dois dígitos no nível da Alínea e dois dígitos no nível da Subalínea. A categoria econômica (C) era o nível mais abrangente, sendo a subalínea (SS) o mais analítico. A figura a seguir exemplifica isso: ⚠ Agora atenção: essa é a codificação antiga, ok?! Não precisa memorizar isso. Coloquei só para ilustrar e para evitar que você caia em alguma pegadinha que faça referência à antiga codificação. Em 2015, por meio da Portaria STN SOF 05/2105, adotou-se uma nova estrutura de codificação. A grande novidade (e vantagem) é que ela cria a possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa. Por exemplo: com a nova estrutura de codificação é possível identificar imediatamente se aquela multa que está sendo recolhida é uma multa referente ao Imposto de Renda. Antes isso não era possível! Era bem mais difícil! Ou seja: hoje podemos associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas. “Que legal. E como essa codificação faz isso, professor?” 😄 Bom, a associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos (assim como na antiga codificação), cujas posições ordinais têm o seguinte significado: Mas perceba que agora não temos mais 6 níveis (categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea). Temos 5 níveis. Os três primeiros foram mantidos, os dois últimos foram alterados, justamente para possibilitar essa associação de que estamos falando. Veja que o número de dígitos em cada nível também mudou. O nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita” possui 4 dígitos e o nível “tipo” possui somente 1 dígito. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 20 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Professor, está um pouco abstrato ainda. Me dá um exemplo?” Na hora! Vamos utilizar o exemplo dado pelo MTO 2020: se a União estiver recolhendo o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), ela irá alocar essa receita pública na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1, segundo o esquema a seguir: Veja o mesmo exemplo, mas em outra representação gráfica: Entendeu? 😄 Começamos por um nível mais abrangente (categoria econômica) e depois vamos descendo para o nível mais analítico, detalhando cada vez mais essa receita. E você tem que saber essa ordem! Você não precisa, obrigatoriamente, saber decorado o que cada dígito significa, apesar de que isso ajuda a resolver algumas questões. Mas você precisa sabera ordem em que esses níveis aparecem e como classificar as receitas dentro de cada um desses níveis (nós veremos isso a seguir). “Beleza. Mas como é que eu vou memorizar a ordem, professor?” 😕 Bom, antigamente se utilizava o mnemônico COERAASS, mas essa codificação não existe mais, lembra? A União passou a utilizar a nova estrutura de codificação a partir de 2016 e os Estados, DF, e municípios a partir de 2018. Portanto, a partir de 2018, essa codificação se aplica obrigatoriamente a todos os entes da federação. O novo mnemônico, então, é o seguinte: C O E DDDD T Observe: são 4 letras “D” porque o nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita” possui 4 dígitos. 😉 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 21 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Então, você pode simplesmente memorizar isso ou você pode memorizar com essa historinha que eu vou contar (e era assim que eu, professor Sérgio, memorizava. Essa vai para os meus alunos e alunas praticantes de CrossFit): 😄 No CrossFit, todo dia temos um treino diferente. Você fica é ansioso(a) para saber qual é o treino do dia. Bom, existe um treino muito famoso chamado DT. (se quiser saber como é esse treino, clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nwaJL0B2pt8 ). Imagine que você já suspeita que o treino de hoje seja o DT e já chega perguntando, querendo confirmar: “qual é? É DT?” Só que você não fala assim “bonitinho”. Você não fala “qual é”. Você fala “coé”. 😂 E você junta as frases! Pronto! Agora imagine você chegando na academia e perguntando: “COE, DT”? 😃 Está aqui o seu mnemônico! 😂 É. Uma viagem. Eu sei. Mas é como eu digo: se você lembrar disso na prova e acertar a questão, está valendo! 😅 Agora vamos aprender como classificar as receitas dentro de cada um desses níveis. Categoria econômica Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, classificam as receitas orçamentárias em: • Receitas Correntes (código 1); e • Receitas de Capital (código 2). Portanto, via de regra, quando um código iniciar com o dígito 1, você já sabe que se trata de uma receita corrente. Quando iniciar com o dígito 2, receita de capital. 😄 “Por que você disse ‘via de regra’, professor?” Porque, segundo o MCASP 8ª edição, é possível que o código de uma receita corrente se inicie com o dígito 2! Isso está mais relacionado à contabilidade pública, mas, como esse conhecimento pode lhe ajudar a resolver questões de AFO, vou dar uma “pincelada”. Serão receitas correntes: • Todos os códigos cujo o primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas correntes”); e • Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros) , “4” (Multas e Juros da Dívida Ativa), “5” (Multas quando não se aplicar o tipo 2), “6” (Juros quando não se aplicar o tipo 2), “7” ( Multas da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4) ou “8” (Juros da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4). E serão receitas de capital: • Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa). Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 22 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Então, ficamos assim: • Código começa com o dígito 1: você já sabe que é receita corrente. Não pode ser outra! 😅 • Código começa com o dígito 2: o Se o oitavo dígito for 2, 4, 5, 6, 7 ou 8: é receita corrente; o Se o oitavo dígito for 1 ou 3: é receita de capital. Dica do professor É mais fácil você memorizar o que será receita de capital. Todo o resto será receita corrente! 😉 Perceba que é a classificação quanto à categoria econômica (a qual, verdade seja dita, “está dentro” da classificação por natureza) que divide as receitas (e as despesas) em correntes e de capital. Não é a classificação por natureza. Deve-se prestar atenção a esse detalhe em provas, olha só: Questões para fixar CESPE – MPU - Técnico de Apoio Especializado/Orçamento – 2010 Em relação à natureza, as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de capital. Comentários: Não! Na verdade, é em relação à categoria econômica que as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de capital. Gabarito: Errado “Beleza, entendi tudo isso aí sobre a codificação e sobre a classificação. Mas o que são receitas correntes e receitas de capital, professor?” Vamos lá! 😃 As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉 Classificação por natureza de receita Categoria econômica Código começa com 1 (1.O.E.DDDD.T) Receita corrente Código começa com 2 (2.O.E.DDDD.T) Termina com 2, 4, 5, 6, 7 ou 8 Receita corrente Termina com 1 ou 3 Receita de capital Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 23 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas provenientes de: • tributos; • de contribuições; • da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); • da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); • de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); • demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes). Já as receitas de capital aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. De acordo com o § 2º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, receitas de capital são as provenientes de: • realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas; • conversão, em espécie, de bens e direitos; • recebimento de recursos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender Despesas de Capital; • superávit do Orçamento Corrente. “Eita, professor! Agora não entendi nada! Essas listas aí são enormes!” 😬 Essas são as origens das receitas. Vou explicar já, já, no próximo tópico! 😄 Mas, antes, devo fazer uma observação sobre receitas intraorçamentárias. Receitas intraorçamentárias “Afff, professor! 😫 Você já falou de receitas orçamentárias, receitas extraorçamentárias e agora me vem com receitas intraorçamentárias?” É, porque é importante que você saiba disso! 😄 “Tá certo. Então, espera aí, professor. O radical ‘intra’ dá a ideia de algo que está ‘dentro’. O radical ‘extra’ dá ideia de que está ‘fora’. As receitas extraorçamentárias transitam por fora do orçamento. Então as receitas intraorçamentárias transitam dentro do orçamento? É isso?” A ideia é essa mesmo! E quando eu digo “dentro do orçamento”, eu quero dizer dentro do orçamento de um mesmo ente federativo! De acordo com o MTO 2020, operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 24 de 86| www.direcaoconcursos.com.brAdministração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Por exemplo: a Administração Pública de um município é composta por dois órgãos: órgão A e órgão B. O órgão A envia recursos para o órgão B, de forma que o primeiro registra uma despesa intraorçamentária e o último registra uma receita intraorçamentária. Veja que essa receita intraorçamentária não representa uma nova entrada de recursos nos cofres públicos, pois aquele dinheiro continua dentro do município. É como se o dinheiro fosse sacado da conta do município e posteriormente depositado naquela mesma conta! O que há de novo aí? Nada! É o mesmo quando você tem uma carteira com duas divisórias e uma cédula de R$ 100,00 dentro. Você retira a cédula da divisória 1 e coloca na divisória 2. Mudou alguma coisa? Você enriqueceu? Não! O mesmo dinheiro continua dentro da mesma carteira! 😄 As receitas intraorçamentárias servem justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das contas governamentais. “E como é que eu identifico as receitas intraorçamentárias, professor? Qual o código delas?” 🧐 Essa é fácil: 😄 • Quando o primeiro dígito for 7: Receitas Correntes Intraorçamentárias; • Quando o primeiro dígito for 8: Receitas de Capital Intraorçamentárias. O que aconteceu foi que a Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/06, que alterou a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/01, incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital (as categorias econômicas continuam sendo somente duas: receitas correntes e receitas de capital). Dessa forma, os códigos a serem utilizados seriam: Órgão A Órgão B Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 25 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Resumindo Receitas orçamentárias: previstas (ou não) no orçamento; Receitas extraorçamentárias: transitam por fora do orçamento; Receitas intraorçamentárias: transitam por dentro do orçamento do mesmo ente. Questões para fixar VUNESP – TJ-SP - Administrador Judiciário – 2019 As receitas, cuja arrecadação ocorre dentro do exercício financeiro, contribuem para o aumento das disponibilidades financeiras do Estado e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e nas ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas, e provenientes de tributos, contribuições, exploração do patrimônio, entre outras, são classificadas como A) correntes. B) de transferência. C) intraorçamentárias. D) financeiras. E) arrecadatórias. Comentários: As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉 Gabarito: Certo CESPE – CGM de João Pessoa - PB - Auditor Municipal de Controle Interno - Geral – 2018 As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 — aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social —, mas não são capazes de possibilitar a anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas governamentais. Comentários: A banca praticamente copiou o texto do MTO, mas alterou o final, porque as receitas intraorçamentárias servem justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das contas governamentais. Confira o texto do MTO 2020: “as receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identificadas, evitam a dupla contagem na consolidação das contas governamentais.” Gabarito: Errado CESPE – Telebras - Analista Superior – Administrativo – 2015 As receitas intraorçamentárias são receitas correntes, pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Comentários: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 26 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Isso aí não é receita intraorçamentária! 😅 Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos. Essas receitas pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução, são receitas extraorçamentárias, porque não pertencem ao Poder Público, que, nesse caso, está atuando como mero depositário. Gabarito: Errado Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – CGM - RJ - Contador - Conhecimentos Específicos – 2015 As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera de governo. Comentários: Correto! Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Gabarito: Certo Origem Chegou a hora de explicar aquilo que prometi! 😄 A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos, ou seja, a origem identifica de onde procedem aquelas receitas! Dentro da classificação por natureza de receita, primeiro classificamos por categoria econômica (receitas correntes ou de capital). Esse é o primeiro dígito do código. O próximo passo é classificar por origem. Esse já é o segundo dígito do nosso código (C O E DDDD T, lembra?) 😏 Tomemos aquele exemplo do MTO, sobre o recolhimento pela União do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Primeiro identificamos que se trata de uma receita corrente, mas ainda não estamos satisfeitos. Queremos mais detalhes. Queremos saber qual é a procedência dessa receita orçamentária. Então vamos fazer um detalhamento das categorias econômicas. Quem faz isso é justamente a origem. Neste exemplo, a receita corrente é procedente da origem “impostos taxas e contribuições de melhoria”, observe: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 27 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Beleza, estou entendendo, professor. Mas que origens são essas? Quais são as origens?” Muito bem! Aqui estão elas (e preste atenção a essa parte. Isso despenca em provas de concurso): “Professor, nas origens das receitas correntes, você pulou o número 8. Vai do 7 para o 9!” É assim mesmo! 7 é dígito das “transferências correntes” e 9 é o dígito de “outras receitas correntes”. 😅 A partir de agora, vamos explicar o que significa cada uma dessas origens, começando com as origens que compõem as receitas correntes: Origens que compõem as receitas correntes 1. Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria (antes chamada de “receitas tributárias”): são decorrentesda arrecadação dos tributos previstos no art. 145 da Constituição Federal. Estas receitas foram durante muito tempo denominadas de “tributárias”. Entretanto, a partir da edição do MTO 2017, passaram a ser identificadas como “Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria”. Lembre-se: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria pentapartida”). Esta origem abrange somente 3 (três) das cinco espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Tributos Impostos Taxas Contribuições de melhoria Empréstimos compulsórios Contribuições especiais Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 28 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Mas espera aí, professor. O que é tributo mesmo?” 🤔 A melhor definição é dada pelo artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66): Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Mas, em provas de AFO e Direito Financeiro, você também pode encontrar definição dada pela Lei 4.320/64: Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. Pronto! Agora vamos rapidamente explicar as três espécies de tributos abrangidas nessa origem: • Imposto é a obrigação pecuniária perante o Estado, independentemente da prestação de uma atividade específica, de natureza geral e indivisível, sem caráter de sanção. • Taxas decorrem do poder de polícia ou da utilização efetiva ou potencial de um bem ou serviço oferecido pelo Estado, de forma divisível e específica. • Contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. Para fechar, preste atenção na seguinte jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF): As custas, a taxa judiciária e os emolumentos são taxas 2. Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico (CIDE) e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF. Não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria (que pertencem à origem “impostos, taxas e contribuições de melhoria”). São espécies tributárias distintas! As receitas de contribuições são, portanto, as seguintes: • Contribuições sociais: tributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na CF, tais como a saúde, a previdência, a assistência social e a educação. • Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): tributo classificado no orçamento público como uma espécie de contribuição que alcança determinada atividade econômica, como instrumento de sua atuação na área respectiva, conforme dispõe o art. 149 da CF. Exemplos: CIDE-Combustíveis e CIDE-Tecnologia. • Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: a determinadas categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as instituíram. Observação importante: não transita pelo orçamento da União! É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas acima e as contribuições confederativas. Conforme o art. 8º da CF/88: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 29 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (…) IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei. Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembleia geral da categoria, além da contribuição sindical, prevista em lei. A primeira (confederativa) não é tributo, pois será instituída pela assembleia geral e não por lei. A segunda (sindical) é instituída por lei, portanto compulsória, e encontra sua regra no art. 149 da CF, possuindo assim natureza de tributo. “Por que você está me explicando isso, professor?” 🤔 Para você não cair em pegadinhas que afirmam que a contribuição confederativa é um tributo e, por conseguinte, pertence à origem “receitas de contribuições”. Não é a contribuição confederativa, mas sim a contribuição sindical, ok? 😉 • Contribuição para o custeio de Serviço de Iluminação Pública (COSIP): possui a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal. Então, ficamos assim: Tributos (direito tributário) Receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria (AFO) Receita de contribuições (AFO) Impostos Impostos Contribuições sociais Taxas Taxas CIDE Contribuições de melhoria Contribuições de melhoria Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas Contribuições Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) Empréstimos compulsórios Só para constar, aqui na Administração Financeira e Orçamentária, os empréstimos compulsórios são classificados como operações de crédito. 😄 3. Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. Simplificando: se o Estado possui um patrimônio e está ganhando dinheiro por conta da exploração desse patrimônio, então trata-se de uma receita patrimonial. 😉 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 30 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Destacam-se, neste agrupamento (origem) as Receitas Imobiliárias (aluguéis, arrendamentos, foros e laudêmios), Taxa de Ocupação de Imóveis, Receitas de Valores Mobiliários (juros de títulos de renda, dividendos), Receitas de Concessões e Permissões e Compensações Financeiras (royalties do Petróleo). Agora preste atenção a essa pegadinha: apesar da nomenclatura “taxa”, a taxa pela ocupação de imóvel cedido a particular não representa contraprestação a serviço público específico e divisível, tampouco se refere ao exercício do poder de polícia. Por isso, não constitui taxa, espécie tributária prevista no art. 77 do Código Tributário Nacional. Preste atenção Taxa de ocupação de imóvel é receita patrimonial 4. Receita Agropecuária: receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos naturais vegetais em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de cultivo agrícola, de cultivo de espécies florestais para produção de madeira, celulose e para proteção ambiental, de extração de madeira em florestas nativas, de coleta de produtos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas. 5. Receita Industrial: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a comercialização de bens relacionados às indústrias mecânica, química e de transformação em geral. 6. Receita de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc. Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa (e não mediante taxas). Preste atenção Receita de serviços são oriundas de tarifas (preço público), e não taxas “Preço público? Tarifa? Isso é diferente de taxa? Comoé isso, professor?” 🤨 É comum haver confusão entre os conceitos de taxa e preço público (tarifa), por isso que esse ponto costuma ser explorado em provas. Segundo o MCASP 8ª edição, a distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal (STF): “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que a instituiu”. Assim, conforme afirmado anteriormente, preço público (ou tarifa) decorre da utilização de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública, de forma direta ou por delegação para concessionária ou permissionária, coloca à disposição da população, que poderá escolher se os contrata ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo direito privado. A taxa decorre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos impostos, os serviços públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 31 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ serviços), específicos e divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo Estado. O tema é regido pelas normas de direito público. Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (legalidade, anterioridade, etc). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público. Para concluir, vale destacar, ainda, outro posicionamento (jurisprudência) do STF a respeito do assunto: Pedágio é tarifa (preço público) em razão de não ser cobrado compulsoriamente de quem não utilizar a rodovia. Não quer pagar pedágio? Ora, é só não utilizar a rodovia! 😅 Esse foi o raciocínio utilizado. 7. Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos financeiros de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento que não impliquem contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos vincula-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado. Simplificando: transferências correntes são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Então, funciona assim: Quando a transferência for destinada a atender despesas classificáveis em: • despesas correntes: trata-se de transferência corrente; • despesas de capital: trata-se de transferência de capital. Simples assim! 😅 Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas, conforme segue: • intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo); • intergovernamental (governos diferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo); • recebidas de instituições privadas. Taxa Tarifa Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 32 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Neste item, destacam-se as Transferências de Convênios, receita bastante comum nos entes subnacionais. 9. Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o enquadramento nas demais classificações da receita corrente, tais como indenizações, restituições, ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, entre outras. Em outras palavras: se você não conseguiu encaixar a receita corrente em nenhuma das origens anteriores, então coloque aqui em “outras receitas correntes”. 😄 As mais importantes desse agrupamento são as multas! Elas também são um tipo de receita pública, de caráter não tributário, constituindo-se em ato de penalidade de natureza pecuniária aplicado pela Administração Púbica aos administrados (a definição de tributo, dada pelo art. 3º do CTN, afirma que o tributo não constitui sanção). Dependem, sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao respectivo órgão competente (poder de polícia). Portanto, multas não são tributos. Isso despenca em provas! 🤓 Preste atenção Multas não são tributos! Outro ponto bastante explorado é a classificação da “alienação de bens apreendidos ou caucionados” como “outras receitas correntes”. Essa é uma pegadinha das boas! 😬 “Por que, professor?” 🤨 Porque, em geral, as alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente! ⚠ Então cuidado! Se você se deparar com uma alienação de bens, pergunte-se: é alienação de bens apreendidos ou caucionados? • Se sim: trata-se de receita corrente; • Se não: trata-se de receita de capital. Preste atenção Alienação de bens apreendidos ou caucionados = outras receitas correntes E para finalizar, devo destacar que, até 2015, as receitas de dívida ativa provenientes do não pagamento de receitas classificadas como correntes eram inseridas no agrupamento “Outras Receitas Correntes”. Mas isso mudou! 😱 “Espera aí, professor. Eu não sei nem o que é dívida ativa!” 😅 Ah! É o seguinte (em termos bem simples): quando o ente público possui algum valor a receber e o prazo que o devedor possui já transcorreu, o ente pode inscrever esse seu crédito em dívida ativa. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 33 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Então, perceba: dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível) do ente. É o contrário disso! É um ativo. É algo que o ente público tem a receber! Veja só como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.” O assunto também é regulamentado no art. 39 da Lei 4.320/64: Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. § 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. A dívida ativa, portanto, pode ser: • Tributária: é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas. • Não tributária: são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis outaxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. Entendeu o que é dívida ativa? Então agora vem a informação importante para nós: lembra que a nova estrutura da codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas? Pois é. Com isso, a dívida ativa não deverá mais ser classificada como “Outras Receitas Correntes “ou “Outras Receitas de Capital”. Ela acompanhará o principal, conforme demonstrado no quadro abaixo, que exemplifica a classificação de algumas receitas de dívida ativa, como as provenientes do não recebimento, em momento oportuno, de impostos, alugueis e amortização de empréstimos (lembrando que essas regras começaram a ser válidas em 2016 para União e em 2018 para Estados e municípios): Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 34 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Caramba, professor. Essas foram só as origens que compõem as receitas de capital? Como é que eu vou fazer para memorizar isso tudo?” 😣 Ah! Não se desespere! Existe um mnemônico (muito famoso, inclusive) para isso. 😏 Você me pergunta: “professor, eu vou tributar com o que?” Eu lhe respondo: Tributa Con PAISTO Esse é o mnemônico! 😂 Onde: • Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e contribuições de melhoria”); • Con: receitas de Contribuições; • P: receita Patrimonial; • A: receita Agropecuária; • I: receita Industrial; • S: receita de Serviços; • T: Transferências correntes; e • O: Outras receitas correntes. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 35 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Questões para fixar FUNDATEC – SPGG-RS - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2018 Em termos de classificação da receita orçamentária, “Origem” é o detalhamento das Categorias Econômicas, ou seja, o primeiro desdobramento, subdivisão das Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. Em qual das alternativas abaixo todas as expressões correspondem a Origens de Receitas Correntes? A) Alienação de Bens – Operações de Crédito – Receita Industrial. B) Alienação de Bens – Receita Patrimonial – Receita de Serviços. C) Amortização de Empréstimos – Receita Patrimonial – Receita de Serviços. D) Contribuições – Operações de Crédito – Receita de Serviços. E) Contribuições – Receita Patrimonial – Receita Industrial. Comentários: É só lembrar do nosso mnemônico: Tributa Con PAISTO. Gabarito: E CESPE – TCE-PE – Analista – 2017 De acordo com a classificação econômica da receita, a receita corrente tributária não se amolda à classificação tripartite dos tributos, pois não inclui as receitas com contribuições de melhoria, apesar de incluir a arrecadação das multas decorrentes de impostos e taxas. Comentários: Eita! Está tudo errado aqui! 😅 Em primeiro lugar, a receita corrente tributária se amolda sim à classificação tripartite dos tributos. Ela inclui sim as receitas com contribuições de melhoria. Em segundo lugar, as multas não são tributos! Elas são classificadas na origem “outras receitas correntes”! Gabarito: Errado CESPE – ANP – Analista – 2013 As receitas dos royalties são originadas pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos minerais, hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes. Comentários: É isso mesmo. As receitas patrimoniais (origem que compõe a categoria econômica das receitas correntes) são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. Gabarito: Certo Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 36 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Origens que compõem as receitas de capital 1. Operações de Crédito: recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou externas. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou esse conceito, observe: Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições: III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros; 2. Alienação de Bens: ingressos financeiros provenientes da alienação de bens móveis, imóveis ou intangíveis de propriedade do ente público. O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos. Aqui vale lembrar mais uma vez que, em regra, as alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente! 3. Amortização de Empréstimos: ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou empréstimos que o ente público haja previamente concedido (e não contraído. Se é uma receita, o ente está sendo pago por alguém, e não pagando a alguém 😉). ⚠ Agora vem um ponto importante: embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas Correntes / de Serviços / Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos Financeiros! “Por que, professor?” 🧐 Porque os juros representam a remuneração do capital! Preste atenção Receita de juros serão sempre consideradas como receitas correntes Alienação de bens Regra Receita de capital Exceção: alienação de bens apreendidos ou caucionados Receita corrente (origem: outras receitas correntes) Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 8 37 de 86| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Portanto: Juros recebidos Classificação Categoria econômica Juros de Aplicação financeira Receita Patrimonial Receita corrente Juros associados a empréstimo concedido Receita de serviços (Serviços e Atividades Financeiras) Receita corrente Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente Só mais um detalhe: cuidado com a amortização da dívida! ☝ Essa é uma classificação da despesa orçamentária. Aqui nós estamos na receita! O nome da classificação é amortização de empréstimos! 4.Transferências de Capital: recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas com investimentos ou inversões financeiras, independentemente da contraprestação direta a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos vincula-se ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas. Então, simplificando: transferências
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