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Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 8 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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Aula 8 – Receita pública 
AFO p/ TCE-RJ 
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Sumário 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 5 
INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS (RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA) ............................................................................ 6 
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS ................................................................................................................................... 10 
ETAPAS DA RECEITA PÚBLICA ............................................................................................................... 12 
PREVISÃO ........................................................................................................................................................... 13 
LANÇAMENTO ..................................................................................................................................................... 14 
ARRECADAÇÃO .................................................................................................................................................... 14 
RECOLHIMENTO ................................................................................................................................................... 14 
CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ..................................................................................... 16 
CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA ............................................................................................................ 17 
Categoria econômica ..................................................................................................................................... 21 
Origem .......................................................................................................................................................... 26 
Espécie .......................................................................................................................................................... 39 
Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita ..................................................................... 40 
Tipo .............................................................................................................................................................. 40 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROCEDÊNCIA OU OBRIGATORIEDADE ................................................................................ 44 
CLASSIFICAÇÃO POR FONTE/DESTINAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................. 46 
CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO .................................................................................... 50 
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL (QUEM?) ................................................................................................................. 51 
CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA (EM QUAL ORÇAMENTO?) ........................................................................ 52 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO IMPACTO NA SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA .................................................................. 53 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À REGULARIDADE (OU PERIODICIDADE) ................................................................................. 54 
QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 55 
LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 74 
GABARITO - CESPE ................................................................................................................................ 79 
RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 80 
 
 
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Dica de um concursado para um concurseiro 
Busque o apoio de seus amigos e familiares! Coloque fotos deles em seu local de estudo. 
 
Mentalidade dos campeões 🏆 
Você está onde está por causa de quem era, mas onde você vai depende inteiramente de quem você escolhe ser. 
 
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Introdução 
Para começar, você sabe o que é uma receita? 🤔 
“Claro que sei, professor! Receita é dinheiro entrando no bolso. 💰 Muito fácil! Vamos! Passa logo para o 
próximo tópico!” 
Calma, porque não é bem assim! 😅 
Em primeiro lugar, vale destacar que a arrecadação das receitas públicas tem papel primordial na 
Atividade Financeira do Estado (AFE). Lembra dela? 
 
Pois é. Sem a arrecadação das receitas públicas o Estado não consegue alcançar a sua finalidade: o bem 
comum da coletividade. Mas não se esqueça: arrecadar recursos não é o fim: é somente o meio para alcançar 
o fim. ☝ 
“Tá certo, professor. Então o que é mesmo uma receita?” 🤨 
Bom, aí depende! 😅 
“Depende de que, professor?” 
Depende se estamos falando de receita em sentido amplo ou em sentido estrito. 😄 De acordo com o 
Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2020: 
• Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, 
que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos 
financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas 
compensatórias. 
• Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias. 
AFE
Receita
pública
(obter)
Despesa 
pública
(despender)
Crédito 
público
(criar)
Orçamento 
público
(administrar)
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Receitas públicas amplo = Rec. Orçamentárias + Rec. Extraorçamentárias 
 
Receitas públicas estrito = Rec. Orçamentárias 
 
Simplificando: receita pública em sentido amplo é qualquer ingresso de dinheiro nos cofres públicos! 
Dinheiro entrou na conta? É receita sem sentido amplo! Não importa se esse dinheiro é do Estado ou se ele tem 
que devolver esse dinheiro. É bem simples: qualquer ingresso de recursos financeiro é considerado receita 
pública em sentido amplo. 
“E em sentido estrito, professor?” 
Em sentido estrito, nós não consideramos os ingressos extraorçamentários (receitas 
extraorçamentárias). Somente as receitas públicas orçamentárias! ☝ 
“Tá! Mas o que são ingressos ou receitas extraorçamentárias e receitas orçamentárias?” 🧐 
É isso que nós vamos ver agora! 😃 
Mas, desde já, saiba que, normalmente, quando falamos em “receita pública”, estamos nos referindo a 
receita pública em sentido estrito! 😁 
Ingressos extraorçamentários(receita extraorçamentária) 
“Ah, professor! Eu já sei! Agora que eu pensei melhor, a receita orçamentária é aquela que está prevista no 
orçamento, na LOA. E a receita extraorçamentária não está! Não é assim?” 😏 
Não! Não é assim! E esse é o erro que muita gente (inclusive muita gente boa) comete! 
Veja bem: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a 
sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público. 
Você irá fazer a pergunta: esses recursos pertencem ao Poder Público? 🤔 
• Se sim: é receita orçamentária; 
• Se não: é receita extraorçamentária. 
“Beleza, professor. Mas você ainda não falou o que é uma receita orçamentária e uma receita 
extraorçamentária...” 😅 
Pois não! Vamos lá então! 😄 
Ingressos
receita pública em sentido amplo
Ingressos extraorçamentários
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito
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Segundo o MTO 2020, receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter 
temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos 
exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) 8ª edição dá uma definição bem parecida 
(praticamente a mesma coisa, mas em outras palavras): ingressos extraorçamentários são recursos financeiros 
de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a 
autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por 
ativos e passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio 
Líquido da Entidade. 
“Certo, agora traduz aí, professor, por favor!” 😅 
É para já! 😉 
Receitas extraorçamentárias são ingressos de recursos financeiros que não pertencem ao Poder Público. 
Esse dinheiro só está momentaneamente transitando pela conta da Administração Pública (caráter 
temporário). A Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os 
recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). 
Por exemplo: se a Administração Pública recebesse R$ 100,00 em receitas extraorçamentárias, o ativo iria aumentar em 
R$ 100,00, mas o passivo também iria aumentar em R$ 100,00. No final das contas, o Patrimônio Líquido (PL) não seria 
alterado, porque PL = A – P. 
 
“Entendi, mas que recursos transitórios são esses? Pode dar um exemplo?” 🧐 
Claro! 😃 São exemplos: 
• Depósitos em caução: como previsto no artigo 56, da Lei 8.666/93, por exemplo, a Administração 
pode exigir uma garantia contratual. É como se a Administração dissesse: “contratado, você vai 
prestar um serviço para mim, mas eu quero uma garantia, pois se o contrato não for bem executado, 
pelo menos eu já vou estar mais seguro. Se houver algum sinistro, pelo menos eu já vou ter alguma 
quantia na minha conta. Então deposite aqui 5% do valor do contrato e quando ele acabar, eu lhe 
devolvo a quantia em dinheiro, atualizada monetariamente”. Esse dinheiro vai ficar na conta do 
Poder Público, mas não pertence a ele. Pertence ao contratado! 
• Restos a Pagar inscritos no exercício: essa explicação está muito relacionada à contabilidade 
pública. No balanço financeiro, os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita 
extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária (Lei 4.320/64, 
parágrafo único). Esse foi um jeito encontrado para fazer com que o Balanço Financeiro 
“fechasse”. Por enquanto, só grave que os Restos a Pagar inscritos no exercício são receitas 
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extraorçamentárias (e em contrapartida, o pagamento de restos a pagar é despesa 
extraorçamentária 😉). 
• Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO): são empréstimos 
destinados a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. Funciona assim: 
digamos que a Administração Pública possui uma receita de impostos para receber em só no final 
do ano, mas ela está precisando do dinheiro logo agora: no início do ano. Então, o Poder Público 
procura uma instituição financeira: “banco, me antecipa essa quantia que vou receber de impostos. 
Quando eu receber o dinheiro, no final do ano, eu lhe pago”. O banco assim o faz. Perceba que esse 
dinheiro que entrou na conta da Administração pertence ao banco, e não à Administração! É a 
mesma coisa que uma empresa faz quando quer antecipar títulos, duplicatas, ou que você faz 
quando quer antecipar seu 13º ou alguma receita futura (só que a Administração deve seguir 
algumas regras previstas em lei). 😄 
Preste atenção! 
Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de 
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias! 
“E, professor, esse ingresso da operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) está 
previsto na LOA? Porque eu lembro que uma das exceções ao princípio da exclusividade era a operação de crédito 
por ARO.” 🤨 
Muito cuidado aqui! 😬 
Não confunda o ingresso da operação de crédito por ARO com a autorização para contratação de 
operação de crédito por ARO. O que pode constar na LOA (a exceção ao princípio da exclusividade) é a 
autorização para contratação de operação de crédito por ARO. O ingresso dos recursos decorrentes dessa 
operação não será previsto na LOA, porque ele nada mais é do que uma antecipação dos recursos já previstos. 
Por exemplo: se a Administração quiser antecipar R$ 1.000,00 que irá receber em novembro, ela receberá somente R$ 
900,00, por conta dos descontos (quem aqui já estudou matemática financeira? 👋). Se esses R$ 900,00 forem previstos, 
haverá uma dupla contagem: vai parecer que a Administração terá uma receita de R$ 1.900,00, quando, na verdade, ela 
só irá receber os R$ 1.000,00 inicialmente previstos. Os R$ 900,00 pertencem ao banco. Pense no sentido inverso: é como 
se a Administração pegasse R$ 900,00 emprestado hoje e pagasse R$ 1.000,00 (por conta dos juros) depois de um tempo. 
Preste atenção! 
O ingresso de operações de crédito por ARO não é previsto na LOA! O que é previsto é a 
autorização para contratação de operações de crédito por ARO. 
 
• Retenções da folha de pagamento (contribuição sindical, previdenciária, etc.): mas somente 
quando essas retenções não pertencem ao ente. Por exemplo: se a União contrata um serviço, ela 
deve reter o Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS) e depois repassar essa quantia ao 
devido Município, pois trata-se de um imposto de competência municipal. 
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• Emissão de papel-moeda: imprimir cédulas 💵 💵 💵 🤑 
• Outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros: se aumentou o ativo e o 
passivo ao mesmo tempo, é receita extraorçamentária. 
Para fechar, quero dar só mais um exemplo: 
Seu amigo quer tomar um banho de piscina e lhe pede um favor: “segura aqui essa nota de R$ 50,00 enquanto eu dou um 
mergulho, por favor, senão eu vou molhar o meu dinheiro”. Você pega a nota e coloca no seu bolso. 
O dinheiro entrou no seu bolso? Sim. 
O dinheiro é seu? Não. 
Você tem que devolver? Sim. 
Então você não passa de um mero depositário e esse foi um ingresso extraorçamentário (ou receita extraorçamentária). 
Questões para fixar 
FCC – Prefeitura de Recife - PE - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019 
As receitas públicas denominadas extraorçamentáriascorrespondem a ingressos financeiros dos quais o ente é apenas 
depositário, que geram uma disponibilidade financeira em contrapartida a uma obrigação financeira. 
Comentários: 
Exatamente! Receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a 
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis (obrigação financeira). Ou seja: a 
Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os recursos entram, mas 
também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). 
Gabarito: Certo 
FCC – TRT-8ª – Analista judiciário – 2016 
As receitas públicas, do ponto de vista orçamentário, podem ser classificadas como receitas orçamentárias e 
extraorçamentárias. São receitas extraorçamentárias os valores registrados em depósitos administrativos e judiciais. 
Comentários: 
É isso aí! 😄 As receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a 
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam 
à autorização legislativa. Bons exemplos de receitas extraorçamentárias são os depósitos (sejam eles administrativos ou 
judiciais): aqueles recursos não pertencem ao Estado, que, nesse caso, está agindo somente como mero depositário. 
Gabarito: Certo 
IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016 
Classificam-se como receitas extraorçamentárias as entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiros. 
Comentários: 
Isso mesmo! Os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Isso é uma entrada 
compensatória. 
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Gabarito: Certo 
Receitas orçamentárias 
Se você entendeu bem o que são receitas extraorçamentárias, vai “tirar de letra” as receitas 
orçamentárias. 😄 
Ora, se as receitas extraorçamentárias são aquelas que não pertencem ao Poder Público, as receitas 
orçamentárias são justamente aquelas que pertencem ao Poder Público. Elas são, de fato, disponibilidades 
da Administração Pública. Atenção para o nome: “disponibilidades”. É algo que está disponível para ser 
utilizado! 
Veja como ela está descrita no MTO 2020: receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos 
financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. 
Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de 
recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades 
públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder 
Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força princípio da universalidade, estão 
previstas na LOA. 
Viu só? São disponibilidades, elemento novo, integram o patrimônio do Poder Público e aumentam o 
patrimônio líquido da entidade, porque não há contrapartida no passivo (como ocorre nas receitas 
extraorçamentárias). 
 
“Beleza. Mas como assim, as receitas orçamentárias, via de regra, estão previstas na LOA, professor? E por 
que você marcou tanto isso?” 🤔 
Isso é por conta daquilo que estávamos conversando: o critério utilizado para classificar se uma receita é 
orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA. 
Receitas orçamentárias
Pertencem ao Estado
Integram o patrimônio 
público
Aumentam o saldo 
financeiro
via de regra, estão previstas 
na LOA
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Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. Normalmente (via de regra), ela está 
prevista, mas nem sempre é assim. 🙄 
Preste atenção! 
Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA 
Por exemplo: uma receita de doação. Não dá para planejar muito bem o quanto será arrecadado em doações. Pode 
acontecer de um bilionário decidir doar milhões de reais para a Administração Pública naquele ano, não é mesmo? E você 
acha que a Administração Pública vai recusar esse dinheiro? Claro que não! 😄 
Portanto, essa receita, que não estava prevista na LOA, constituirá elemento novo para o patrimônio público, pertencerá 
ao Poder Público e, por conseguinte, será considerada uma receita orçamentária. 
Então é o seguinte: se uma receita foi prevista no orçamento, com certeza, ela será uma receita 
orçamentária. Agora, se a receita não está prevista no orçamento, não é possível afirmar se ela é uma receita 
orçamentária ou extraorçamentária. 
Portanto, se uma questão afirmar que determinada receita não está prevista na LOA, você ainda não 
consegue dizer se ela é orçamentária ou extraorçamentária. 😬 
Fiz questão de enfatizar esse ponto, porque as bancas adoram fazer confusão com isso aqui. É terreno 
fértil de pegadinhas. Mas você a partir de agora você já está vacinado(a)! Lembre-se: o critério correto para 
definir se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não ao Poder Público. 
Para resumir tudo isso, preparei esse quadro para você: 
Tipo de receita 
Previsão na LOA? 
(critério incorreto) 
Pertence ao Poder Público? 
(critério correto) 
Orçamentária Sim ou Não Sim 
Extraorçamentária Não Não 
“Ok, professor. Entendi. Agora, só para concluir, você poderia dar exemplos de receitas orçamentárias?” 😄 
Claro! 😃 Veremos muitos ao longo da aula, mas já adianto alguns: receita de imposto de renda, receita 
de taxas de limpeza urbana, receitas de aluguéis, receitas de serviços prestados, receitas de vendas de bens 
e de obtenção de empréstimos. 
E para finalizar, uma curiosidade: 
Curiosidade 
Para o mestre Aliomar Baleeiro, entrada ou ingresso é todo e qualquer dinheiro (com ou sem correspondência no passivo) 
carreado para os cofres públicos. 
E quando ele vai fazer a classificação das entradas ou ingressos, ele considera que: 
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Movimentos de fundo ou de caixa: possuem contrapartida, não são elementos novos (de simples acréscimo). Exemplos: 
empréstimos ao Tesouro, cauções, fianças, depósitos, indenizações; e 
Receita Pública: é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou 
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. 
Assim, para esse autor, existem dois itens distintos: a) Movimentos de fundo ou de caixa; b) Receita Pública. 
⚠ Mas atenção: o ordenamento jurídico brasileiro (art. 11, da Lei 4.320/64) não segue essa conceituação, visto que 
considera como receitas públicas os recursos que possuem contrapartida no passivo, como, por exemplo, as operações de 
crédito. Ou seja: operações de crédito são receitas públicas! 
Portanto, esses conceitos de Aliomar Baleeiro não são utilizados na prática em nosso país, mas às vezes aparecem em 
provas. Por isso, na eventualidade de uma cobrança literal (se na sua prova vier assim “igualzinho”), marque certo! 😄 
Questões para fixar 
IADES – PC-DF - Perito Criminal - Ciências Contábeis – 2016 
Classificam-se como receitas extraorçamentárias as receitas arrecadadas no exercício, que não estavam previstas no 
orçamento. 
Comentários: 
Opa, opa, opa! Já avisei que o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é 
a sua previsão na LOA. 
Uma receita arrecadada no exercício, que não estava prevista no orçamento, pode perfeitamente ser uma receita 
orçamentária! Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. 
O critério que nós utilizamos para determinar se a receita é orçamentáriaou extraorçamentária é se ela pertence ou não 
ao Poder Público. 😉 
Gabarito: Errado 
Etapas da Receita Pública 
De acordo com o MTO 2020, as etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos 
econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem 
sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento. 
E segundo o MCASP 8ª edição, as etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em: 
• Previsão; 
• Lançamento; 
• Arrecadação; e 
• Recolhimento. 
Para memorizar isso, você pode utilizar o mnemônico: PLAR. 😃 
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“Certo, mas por que você destacou as etapas de ‘previsão’ e ‘lançamento’, colocando-as em itálico, 
professor?” 🤨 
Hum! Muito bem observado! 😄 
Isso é porque nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. 
Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas. Em outras palavras: 
receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas. 
Ou você acha que a Administração vai recusar dinheiro só porque ele não estava previsto ou porque ele 
não foi lançado? 😅 
Exemplo de receita que não passa pelas etapas de previsão e lançamento: doação em espécie recebida pelos entes 
públicos. 💵 
Previsão 
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta 
orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em 
especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma: 
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das 
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro 
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da 
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas 
utilizadas. 
A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas 
leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo. 
Como dito anteriormente, a previsão não é uma etapa obrigatória para a arrecadação da receita, isto é, 
a receita pode ser arrecadada mesmo que não tenha sido prevista. 😉 
P
• Previsão
L
• Lançamento
A
• Arrecadação
R
• Recolhimento
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Lançamento 
Lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa 
que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art. 53 da Lei 4.320/64). 
Lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito 
passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível (art. 142, Código Tributário Nacional – CTN). 
⚠ Agora atenção: da mesma forma que acontece na previsão, algumas receitas não percorrem a etapa 
do lançamento, conforme se depreende do art. 52 da Lei nº 4.320/1964: 
Art. 52 são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento 
determinado em lei, regulamento ou contrato. 
Preste atenção! 
Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento 
É interessante observar também que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de 
lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. 😉 
Arrecadação 
A arrecadação corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou 
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. 
Por exemplo: a arrecadação ocorre quando você paga o boleto do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em um 
banco privado. Esse banco é somente um agente arrecadador daqueles recursos, que posteriormente serão recolhidos à 
conta específica do Tesouro. 
⚠ Mais uma vez, atenção: em contabilidade pública, por força do art. 35 da Lei 4.320/64, é no momento 
da arrecadação que as receitas orçamentárias são consideradas para fins de registro nos balanços 
orçamentário e financeiro (regime de caixa). Já nos balanços patrimonial e na DVP (Demonstração das 
Variações Patrimoniais), vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de 
competência). 
Confira o art. 35 da Lei 4.320/64 na íntegra: 
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I - as receitas nele arrecadadas; 
II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
Recolhimento 
Agora sim! Finalmente o dinheiro chegou na conta do ente público! 😅 Os recursos foram arrecadados 
(por algum agente arrecadador ou instituição financeira autorizada) e agora serão recolhidos à conta do ente 
público. 
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Portanto, recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, 
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o 
princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir 
transcrito: 
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de 
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. 
Para finalizar, deixo você com um esquema fornecido pelo MCASP 8ª edição: 
 
Questões para fixar 
CESPE – FNDE- Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais – 2012 
Toda receita orçamentaria passará, necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e lançamento. 
Comentários: 
Opa! Aqui você tem que lembrar que não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e 
lançamento. Receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas 
normalmente. Não há problema algum aí! 😄 
Gabarito: Errado 
 
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Classificações da receita orçamentária 
“Está certo, professor. Já entendi o que é receita orçamentária e extraorçamentária. Também já entendi as 
etapas da receita orçamentária. O que mais eu tenho que saber sobre receitas públicas?” 🤔 
Vou direto ao ponto: você tem que saber classificar as receitas! 😄 
“Classificar, professor? Como assim?” 🧐 
É! Classificar significa distribuir em classes, de acordo com um sistema, método ou critérios de 
classificação. E aqui nas receitas públicas nós temos alguns critérios de classificação. 
“Como assim ‘critérios de classificação’?” 🤔 
São somente “jeitos” de se classificar algo. 😄 
Por exemplo: digamos que você tem uma coleção de animais de pelúcia. O primeiro método de classificação é “por espécie 
de animal”. Então, você separa os ursos 🐻, os leões 🦁, os cachorros 🐶, etc. O segundo método é “por cores”. Portanto, 
você separa os brancos ⚪, os azuis 🔵, os laranjas 🔶, etc. O terceiro método é “por tamanho”. Você separa os pequenos, 
os médios e os grandes. 
 
Pronto! É isso que nós vamos fazer com as receitas! Só que aqui nós vamos separar por Natureza de 
receita, por fonte/destinação, por esfera, etc. 😉 
“E para que isso, professor? Para que ter essetrabalho de classificar as receitas? É só para eu ter mais matéria 
para estudar?” 😫 
Não! 😂 Não é só para você ter mais matéria para estudar. A classificação das receitas nos ajuda a 
administrar o planejamento e a execução orçamentária (o nome da nossa disciplina é Administração 
Financeira e Orçamentária, está lembrando disso? 😏). 
Por espécie de 
animal
Ursos
Leões
Cachorros
Por cores
Brancos
Azuis
Laranjas
Por tamanho
Pequeno
Médio
Grande
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Ah! E aqui vai uma dica (que eu mesmo usava) para auxiliar a compreensão e a memorização das 
classificações: associe cada classificação a uma pergunta. 
“Como assim, professor?” 🤨 
É o seguinte: cada classificação busca responder uma pergunta. Portanto, quando você ver uma 
classificação, lembre logo de sua pergunta! Assim você facilmente irá lembrar do que se trata e não cairá em 
pegadinhas. 😉 
Por exemplo: a classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento 
Fiscal (OF), da Seguridade Social (OSS) ou de Investimento das Empresas Estatais (OI). Portanto, a pergunta a ser 
respondida aqui é: “em qual orçamento?” 🤔 Portanto, quando você ver a classificação por esfera orçamentária 
imediatamente pense na pergunta: “em qual orçamento?”. 
Preste atenção! 
Associe cada classificação a uma pergunta 
“Espera aí, professor. Antes de estudarmos cada uma das classificações, me responde essa pergunta: todos 
os entes precisam classificar a receita orçamentária? Para a União é muito fácil. Ela tem muitos recursos à sua 
disposição. Mas eu fico imaginando aquele município lá no cafundó do Judas. Ele também tem que classificar a 
receita?” 
A resposta é: SIM! 😄 
De acordo com o MTO 2020, a classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa, 
é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para 
atendimento das respectivas necessidades. 
Muito bem. Agora vamos conversar sobre as classificações mais cobradas em provas de concursos 
públicos, quais sejam: 
• natureza de receita; 
• procedência ou obrigatoriedade; 
• fonte/destinação de recursos; 
• identificador de resultado primário; 
• institucional; e 
• esfera orçamentária; 
• quanto ao impacto na situação patrimonial líquida. 
Classificação por Natureza de Receita 
Essa classificação é muito importante e, provavelmente, é a mais cobrada em provas. 😄 
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a 
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres 
públicos. 
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Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento 
real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔 
Preste atenção! 
Classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da 
receita nos cofres públicos? 
Questões para fixar 
COSEAC – UFF - Assistente em Administração – 2019 
A classificação orçamentária da receita pública por natureza visa identificar a origem do recurso segundo: 
A) o fato gerador 
B) a classificação institucional. 
C) a classificação funcional. 
D) a função. 
E) a aplicação. 
Comentários: 
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso 
segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos. 
Gabarito: A 
A classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita, ou seja, podemos dizer que é a mais 
“detalhista”. Por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. É 
tanto que o MTO assim discorre essa classificação no âmbito federal: 
“a codificação das Naturezas de Receita em vigor para a União aplica lógica integralmente voltada para a 
gestão das receitas orçamentárias. Os códigos são estruturados de forma a proporcionar extração de 
informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e transparência, sem a necessidade de 
qualquer procedimento paralelo para concatenar dados. Essa é a premissa que pauta a estrutura de 
codificação da classificação orçamentária”. 
Só que essa classificação não é tão simples assim. Para começo de história, ela sofreu uma alteração 
recente (em 2015). A antiga codificação foi dada pela Portaria interministerial STN SOF n. 163/2001. 
“O que é codificação, professor?” 🤔 
É uma sequência de números (dígitos), um código, que especifica aquela receita. É como se fosse o “CPF 
da receita”, sendo que cada dígito que está ali possui um significado. 😏 
Então, continuando... 
Essa codificação antiga, válida para a União, era estruturada em seis níveis, conforme segue: 
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As duas letras “A” e as duas letras “S” indicam que eram dois dígitos no nível da Alínea e dois dígitos no nível da Subalínea. 
A categoria econômica (C) era o nível mais abrangente, sendo a subalínea (SS) o mais analítico. 
A figura a seguir exemplifica isso: 
 
⚠ Agora atenção: essa é a codificação antiga, ok?! Não precisa memorizar isso. Coloquei só para ilustrar 
e para evitar que você caia em alguma pegadinha que faça referência à antiga codificação. 
Em 2015, por meio da Portaria STN SOF 05/2105, adotou-se uma nova estrutura de codificação. A grande 
novidade (e vantagem) é que ela cria a possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com 
aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa. 
Por exemplo: com a nova estrutura de codificação é possível identificar imediatamente se aquela multa que está sendo 
recolhida é uma multa referente ao Imposto de Renda. Antes isso não era possível! Era bem mais difícil! Ou seja: hoje 
podemos associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas. 
“Que legal. E como essa codificação faz isso, professor?” 😄 
Bom, a associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos (assim como na antiga 
codificação), cujas posições ordinais têm o seguinte significado: 
 
Mas perceba que agora não temos mais 6 níveis (categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e 
subalínea). Temos 5 níveis. Os três primeiros foram mantidos, os dois últimos foram alterados, justamente para 
possibilitar essa associação de que estamos falando. Veja que o número de dígitos em cada nível também 
mudou. O nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita” possui 4 dígitos e o nível 
“tipo” possui somente 1 dígito. 
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“Professor, está um pouco abstrato ainda. Me dá um exemplo?” 
Na hora! Vamos utilizar o exemplo dado pelo MTO 2020: se a União estiver recolhendo o Imposto de 
Renda Pessoa Física (IRPF), ela irá alocar essa receita pública na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1, 
segundo o esquema a seguir: 
 
Veja o mesmo exemplo, mas em outra representação gráfica: 
 
Entendeu? 😄 
Começamos por um nível mais abrangente (categoria econômica) e depois vamos descendo para o nível 
mais analítico, detalhando cada vez mais essa receita. E você tem que saber essa ordem! Você não precisa, 
obrigatoriamente, saber decorado o que cada dígito significa, apesar de que isso ajuda a resolver algumas 
questões. Mas você precisa sabera ordem em que esses níveis aparecem e como classificar as receitas dentro 
de cada um desses níveis (nós veremos isso a seguir). 
“Beleza. Mas como é que eu vou memorizar a ordem, professor?” 😕 
Bom, antigamente se utilizava o mnemônico COERAASS, mas essa codificação não existe mais, lembra? 
A União passou a utilizar a nova estrutura de codificação a partir de 2016 e os Estados, DF, e municípios a partir 
de 2018. Portanto, a partir de 2018, essa codificação se aplica obrigatoriamente a todos os entes da federação. 
O novo mnemônico, então, é o seguinte: 
C O E DDDD T 
Observe: são 4 letras “D” porque o nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da 
receita” possui 4 dígitos. 😉 
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Então, você pode simplesmente memorizar isso ou você pode memorizar com essa historinha que eu vou 
contar (e era assim que eu, professor Sérgio, memorizava. Essa vai para os meus alunos e alunas praticantes de 
CrossFit): 😄 
No CrossFit, todo dia temos um treino diferente. Você fica é ansioso(a) para saber qual é o treino do dia. 
Bom, existe um treino muito famoso chamado DT. (se quiser saber como é esse treino, clique aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=nwaJL0B2pt8 ). 
Imagine que você já suspeita que o treino de hoje seja o DT e já chega perguntando, querendo confirmar: “qual é? É DT?” 
Só que você não fala assim “bonitinho”. Você não fala “qual é”. Você fala “coé”. 😂 E você junta as frases! 
Pronto! Agora imagine você chegando na academia e perguntando: “COE, DT”? 😃 
Está aqui o seu mnemônico! 😂 
É. Uma viagem. Eu sei. Mas é como eu digo: se você lembrar disso na prova e acertar a questão, está valendo! 😅 
Agora vamos aprender como classificar as receitas dentro de cada um desses níveis. 
Categoria econômica 
Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, classificam as receitas 
orçamentárias em: 
• Receitas Correntes (código 1); e 
• Receitas de Capital (código 2). 
Portanto, via de regra, quando um código iniciar com o dígito 1, você já sabe que se trata de uma receita 
corrente. Quando iniciar com o dígito 2, receita de capital. 😄 
“Por que você disse ‘via de regra’, professor?” 
Porque, segundo o MCASP 8ª edição, é possível que o código de uma receita corrente se inicie com o 
dígito 2! Isso está mais relacionado à contabilidade pública, mas, como esse conhecimento pode lhe ajudar a 
resolver questões de AFO, vou dar uma “pincelada”. 
Serão receitas correntes: 
• Todos os códigos cujo o primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas correntes”); e 
• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o 
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros) , “4” (Multas e Juros da Dívida 
Ativa), “5” (Multas quando não se aplicar o tipo 2), “6” (Juros quando não se aplicar o tipo 2), “7” 
( Multas da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4) ou “8” (Juros da Dívida Ativa quando não 
se aplicar o tipo 4). 
E serão receitas de capital: 
• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o 
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa). 
 
 
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Então, ficamos assim: 
• Código começa com o dígito 1: você já sabe que é receita corrente. Não pode ser outra! 😅 
• Código começa com o dígito 2: 
o Se o oitavo dígito for 2, 4, 5, 6, 7 ou 8: é receita corrente; 
o Se o oitavo dígito for 1 ou 3: é receita de capital. 
Dica do professor 
É mais fácil você memorizar o que será receita de capital. Todo o resto será receita corrente! 😉 
 
Perceba que é a classificação quanto à categoria econômica (a qual, verdade seja dita, “está dentro” da 
classificação por natureza) que divide as receitas (e as despesas) em correntes e de capital. Não é a classificação 
por natureza. Deve-se prestar atenção a esse detalhe em provas, olha só: 
Questões para fixar 
CESPE – MPU - Técnico de Apoio Especializado/Orçamento – 2010 
Em relação à natureza, as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de capital. 
Comentários: 
Não! Na verdade, é em relação à categoria econômica que as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de 
capital. 
Gabarito: Errado 
“Beleza, entendi tudo isso aí sobre a codificação e sobre a classificação. Mas o que são receitas correntes e 
receitas de capital, professor?” 
Vamos lá! 😃 
As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras 
do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para 
financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉 
 
 
Classificação 
por natureza 
de receita
Categoria 
econômica
Código começa 
com 1
(1.O.E.DDDD.T)
Receita 
corrente
Código começa 
com 2
(2.O.E.DDDD.T)
Termina com 2, 
4, 5, 6, 7 ou 8
Receita 
corrente
Termina com 1 
ou 3
Receita de 
capital
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De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas 
provenientes de: 
• tributos; 
• de contribuições; 
• da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); 
• da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); 
• de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando 
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); 
• demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes). 
Já as receitas de capital aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa 
das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. 
De acordo com o § 2º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, receitas de capital são as provenientes de: 
• realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas; 
• conversão, em espécie, de bens e direitos; 
• recebimento de recursos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a 
atender Despesas de Capital; 
• superávit do Orçamento Corrente. 
“Eita, professor! Agora não entendi nada! Essas listas aí são enormes!” 😬 
Essas são as origens das receitas. Vou explicar já, já, no próximo tópico! 😄 
Mas, antes, devo fazer uma observação sobre receitas intraorçamentárias. 
 
Receitas intraorçamentárias 
“Afff, professor! 😫 Você já falou de receitas orçamentárias, receitas extraorçamentárias e agora me vem com 
receitas intraorçamentárias?” 
É, porque é importante que você saiba disso! 😄 
“Tá certo. Então, espera aí, professor. O radical ‘intra’ dá a ideia de algo que está ‘dentro’. O radical ‘extra’ 
dá ideia de que está ‘fora’. As receitas extraorçamentárias transitam por fora do orçamento. Então as receitas 
intraorçamentárias transitam dentro do orçamento? É isso?” 
A ideia é essa mesmo! E quando eu digo “dentro do orçamento”, eu quero dizer dentro do orçamento de 
um mesmo ente federativo! 
De acordo com o MTO 2020, operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas 
intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública 
integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam 
novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus 
órgãos. 
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Por exemplo: a Administração Pública de um município é composta por dois órgãos: órgão A e órgão B. O órgão A envia 
recursos para o órgão B, de forma que o primeiro registra uma despesa intraorçamentária e o último registra uma receita 
intraorçamentária. 
Veja que essa receita intraorçamentária não representa uma nova entrada de recursos nos cofres públicos, pois aquele 
dinheiro continua dentro do município. É como se o dinheiro fosse sacado da conta do município e posteriormente 
depositado naquela mesma conta! O que há de novo aí? Nada! 
 
É o mesmo quando você tem uma carteira com duas divisórias e uma cédula de R$ 100,00 dentro. Você retira a cédula da 
divisória 1 e coloca na divisória 2. Mudou alguma coisa? Você enriqueceu? Não! O mesmo dinheiro continua dentro da 
mesma carteira! 😄 
As receitas intraorçamentárias servem justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das 
contas governamentais. 
“E como é que eu identifico as receitas intraorçamentárias, professor? Qual o código delas?” 🧐 
Essa é fácil: 😄 
• Quando o primeiro dígito for 7: Receitas Correntes Intraorçamentárias; 
• Quando o primeiro dígito for 8: Receitas de Capital Intraorçamentárias. 
O que aconteceu foi que a Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/06, que alterou a Portaria 
Interministerial STN/SOF nº 163/01, incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital 
Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas 
classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das 
categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital (as categorias econômicas continuam sendo 
somente duas: receitas correntes e receitas de capital). 
Dessa forma, os códigos a serem utilizados seriam: 
 
Órgão 
A
Órgão 
B
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Resumindo 
Receitas orçamentárias: previstas (ou não) no orçamento; 
Receitas extraorçamentárias: transitam por fora do orçamento; 
Receitas intraorçamentárias: transitam por dentro do orçamento do mesmo ente. 
Questões para fixar 
VUNESP – TJ-SP - Administrador Judiciário – 2019 
As receitas, cuja arrecadação ocorre dentro do exercício financeiro, contribuem para o aumento das disponibilidades 
financeiras do Estado e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e nas ações 
orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas, e provenientes de tributos, contribuições, exploração do 
patrimônio, entre outras, são classificadas como 
A) correntes. 
B) de transferência. 
C) intraorçamentárias. 
D) financeiras. 
E) arrecadatórias. 
Comentários: 
As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral 
com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos 
programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉 
Gabarito: Certo 
CESPE – CGM de João Pessoa - PB - Auditor Municipal de Controle Interno - Geral – 2018 
As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 — aplicação 
direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da 
seguridade social —, mas não são capazes de possibilitar a anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das 
contas governamentais. 
Comentários: 
A banca praticamente copiou o texto do MTO, mas alterou o final, porque as receitas intraorçamentárias servem 
justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das contas governamentais. 
Confira o texto do MTO 2020: “as receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade 
de aplicação 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal 
e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identificadas, evitam a dupla contagem na consolidação das 
contas governamentais.” 
Gabarito: Errado 
CESPE – Telebras - Analista Superior – Administrativo – 2015 
As receitas intraorçamentárias são receitas correntes, pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público 
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. 
Comentários: 
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Isso aí não é receita intraorçamentária! 😅 
Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e 
demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente 
federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de 
receitas entre seus órgãos. 
Essas receitas pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências 
contratuais pactuadas para posterior devolução, são receitas extraorçamentárias, porque não pertencem ao Poder 
Público, que, nesse caso, está atuando como mero depositário. 
Gabarito: Errado 
Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – CGM - RJ - Contador - Conhecimentos Específicos – 2015 
As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e 
entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera de governo. 
Comentários: 
Correto! Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre 
órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do 
mesmo ente federativo. 
Gabarito: Certo 
Origem 
Chegou a hora de explicar aquilo que prometi! 😄 
A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com 
vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos, ou seja, a 
origem identifica de onde procedem aquelas receitas! 
Dentro da classificação por natureza de receita, primeiro classificamos por categoria econômica (receitas 
correntes ou de capital). Esse é o primeiro dígito do código. O próximo passo é classificar por origem. Esse já é 
o segundo dígito do nosso código (C O E DDDD T, lembra?) 😏 
Tomemos aquele exemplo do MTO, sobre o recolhimento pela União do Imposto de Renda Pessoa Física 
(IRPF). Primeiro identificamos que se trata de uma receita corrente, mas ainda não estamos satisfeitos. 
Queremos mais detalhes. Queremos saber qual é a procedência dessa receita orçamentária. Então vamos fazer 
um detalhamento das categorias econômicas. Quem faz isso é justamente a origem. Neste exemplo, a receita 
corrente é procedente da origem “impostos taxas e contribuições de melhoria”, observe: 
 
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“Beleza, estou entendendo, professor. Mas que origens são essas? Quais são as origens?” 
Muito bem! Aqui estão elas (e preste atenção a essa parte. Isso despenca em provas de concurso): 
 
“Professor, nas origens das receitas correntes, você pulou o número 8. Vai do 7 para o 9!” 
É assim mesmo! 7 é dígito das “transferências correntes” e 9 é o dígito de “outras receitas correntes”. 😅 
A partir de agora, vamos explicar o que significa cada uma dessas origens, começando com as origens que 
compõem as receitas correntes: 
Origens que compõem as receitas correntes 
1. Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria (antes chamada de “receitas tributárias”): são 
decorrentesda arrecadação dos tributos previstos no art. 145 da Constituição Federal. 
Estas receitas foram durante muito tempo denominadas de “tributárias”. Entretanto, a partir da edição 
do MTO 2017, passaram a ser identificadas como “Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria”. 
Lembre-se: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria 
pentapartida”). Esta origem abrange somente 3 (três) das cinco espécies: impostos, taxas e contribuições de 
melhoria. 
 
Tributos
Impostos
Taxas
Contribuições de 
melhoria
Empréstimos 
compulsórios
Contribuições 
especiais
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“Mas espera aí, professor. O que é tributo mesmo?” 🤔 
A melhor definição é dada pelo artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66): 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada. 
Mas, em provas de AFO e Direito Financeiro, você também pode encontrar definição dada pela Lei 
4.320/64: 
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os 
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, 
destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 
Pronto! Agora vamos rapidamente explicar as três espécies de tributos abrangidas nessa origem: 
• Imposto é a obrigação pecuniária perante o Estado, independentemente da prestação de uma 
atividade específica, de natureza geral e indivisível, sem caráter de sanção. 
• Taxas decorrem do poder de polícia ou da utilização efetiva ou potencial de um bem ou serviço 
oferecido pelo Estado, de forma divisível e específica. 
• Contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária. 
Para fechar, preste atenção na seguinte jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF): 
As custas, a taxa judiciária e os emolumentos são taxas 
2. Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico (CIDE) e 
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF. 
Não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria (que pertencem à origem 
“impostos, taxas e contribuições de melhoria”). São espécies tributárias distintas! 
As receitas de contribuições são, portanto, as seguintes: 
• Contribuições sociais: tributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos 
sociais previstos na CF, tais como a saúde, a previdência, a assistência social e a educação. 
• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): tributo classificado no orçamento 
público como uma espécie de contribuição que alcança determinada atividade econômica, como 
instrumento de sua atuação na área respectiva, conforme dispõe o art. 149 da CF. Exemplos: 
CIDE-Combustíveis e CIDE-Tecnologia. 
• Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: a determinadas 
categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as 
instituíram. Observação importante: não transita pelo orçamento da União! 
É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas acima e as contribuições 
confederativas. 
Conforme o art. 8º da CF/88: 
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Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (…) 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada 
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei. 
Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembleia geral da 
categoria, além da contribuição sindical, prevista em lei. A primeira (confederativa) não é tributo, pois será 
instituída pela assembleia geral e não por lei. A segunda (sindical) é instituída por lei, portanto compulsória, e 
encontra sua regra no art. 149 da CF, possuindo assim natureza de tributo. 
“Por que você está me explicando isso, professor?” 🤔 
Para você não cair em pegadinhas que afirmam que a contribuição confederativa é um tributo e, por 
conseguinte, pertence à origem “receitas de contribuições”. Não é a contribuição confederativa, mas sim a 
contribuição sindical, ok? 😉 
• Contribuição para o custeio de Serviço de Iluminação Pública (COSIP): possui a finalidade de 
custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição é dos Municípios e do 
Distrito Federal. 
Então, ficamos assim: 
Tributos (direito 
tributário) 
Receitas de impostos, taxas e 
contribuições de melhoria (AFO) 
Receita de contribuições (AFO) 
Impostos Impostos Contribuições sociais 
Taxas Taxas CIDE 
Contribuições de 
melhoria 
Contribuições de melhoria 
Contribuições de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas 
Contribuições 
Contribuição para o custeio do serviço de 
iluminação pública (COSIP) 
Empréstimos 
compulsórios 
 
Só para constar, aqui na Administração Financeira e Orçamentária, os empréstimos compulsórios são 
classificados como operações de crédito. 😄 
3. Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens 
mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. Simplificando: se o Estado possui um 
patrimônio e está ganhando dinheiro por conta da exploração desse patrimônio, então trata-se de uma receita 
patrimonial. 😉 
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Destacam-se, neste agrupamento (origem) as Receitas Imobiliárias (aluguéis, arrendamentos, foros e 
laudêmios), Taxa de Ocupação de Imóveis, Receitas de Valores Mobiliários (juros de títulos de renda, 
dividendos), Receitas de Concessões e Permissões e Compensações Financeiras (royalties do Petróleo). 
Agora preste atenção a essa pegadinha: apesar da nomenclatura “taxa”, a taxa pela ocupação de imóvel 
cedido a particular não representa contraprestação a serviço público específico e divisível, tampouco se refere 
ao exercício do poder de polícia. Por isso, não constitui taxa, espécie tributária prevista no art. 77 do Código 
Tributário Nacional. 
Preste atenção 
Taxa de ocupação de imóvel é receita patrimonial 
4. Receita Agropecuária: receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos naturais vegetais 
em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de cultivo agrícola, de cultivo de espécies 
florestais para produção de madeira, celulose e para proteção ambiental, de extração de madeira em florestas 
nativas, de coleta de produtos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas. 
5. Receita Industrial: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como 
a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a comercialização de bens relacionados às 
indústrias mecânica, química e de transformação em geral. 
6. Receita de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como 
comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc. 
Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa (e não mediante taxas). 
Preste atenção 
Receita de serviços são oriundas de tarifas (preço público), e não taxas 
“Preço público? Tarifa? Isso é diferente de taxa? Comoé isso, professor?” 🤨 
É comum haver confusão entre os conceitos de taxa e preço público (tarifa), por isso que esse ponto 
costuma ser explorado em provas. 
Segundo o MCASP 8ª edição, a distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está 
descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal (STF): 
“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são 
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que 
a instituiu”. 
Assim, conforme afirmado anteriormente, preço público (ou tarifa) decorre da utilização de serviços 
públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública, de forma direta ou por 
delegação para concessionária ou permissionária, coloca à disposição da população, que poderá escolher se os 
contrata ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo direito privado. 
A taxa decorre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos impostos, os serviços 
públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses 
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serviços), específicos e divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo Estado. 
O tema é regido pelas normas de direito público. 
Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público. 
Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços 
forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório 
(por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços 
é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (legalidade, 
anterioridade, etc). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica, 
o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria 
facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público. 
 
Para concluir, vale destacar, ainda, outro posicionamento (jurisprudência) do STF a respeito do assunto: 
Pedágio é tarifa (preço público) em razão de não ser cobrado compulsoriamente de quem não 
utilizar a rodovia. 
Não quer pagar pedágio? Ora, é só não utilizar a rodovia! 😅 Esse foi o raciocínio utilizado. 
7. Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos financeiros de outras 
pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento que 
não impliquem contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a 
utilização dos recursos recebidos vincula-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado. 
Simplificando: transferências correntes são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito 
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Então, 
funciona assim: 
Quando a transferência for destinada a atender despesas classificáveis em: 
• despesas correntes: trata-se de transferência corrente; 
• despesas de capital: trata-se de transferência de capital. 
Simples assim! 😅 
Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e 
instituições privadas, conforme segue: 
• intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo); 
• intergovernamental (governos diferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, 
por exemplo); 
• recebidas de instituições privadas. 
Taxa
Tarifa
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Neste item, destacam-se as Transferências de Convênios, receita bastante comum nos entes 
subnacionais. 
9. Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o 
enquadramento nas demais classificações da receita corrente, tais como indenizações, restituições, 
ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, entre outras. 
Em outras palavras: se você não conseguiu encaixar a receita corrente em nenhuma das origens 
anteriores, então coloque aqui em “outras receitas correntes”. 😄 
As mais importantes desse agrupamento são as multas! Elas também são um tipo de receita pública, de 
caráter não tributário, constituindo-se em ato de penalidade de natureza pecuniária aplicado pela 
Administração Púbica aos administrados (a definição de tributo, dada pelo art. 3º do CTN, afirma que o tributo 
não constitui sanção). Dependem, sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao 
respectivo órgão competente (poder de polícia). 
Portanto, multas não são tributos. Isso despenca em provas! 🤓 
Preste atenção 
Multas não são tributos! 
Outro ponto bastante explorado é a classificação da “alienação de bens apreendidos ou caucionados” 
como “outras receitas correntes”. 
Essa é uma pegadinha das boas! 😬 
“Por que, professor?” 🤨 
Porque, em geral, as alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens 
apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente! 
⚠ Então cuidado! Se você se deparar com uma alienação de bens, pergunte-se: é alienação de bens 
apreendidos ou caucionados? 
• Se sim: trata-se de receita corrente; 
• Se não: trata-se de receita de capital. 
Preste atenção 
Alienação de bens apreendidos ou caucionados = outras receitas correntes 
E para finalizar, devo destacar que, até 2015, as receitas de dívida ativa provenientes do não pagamento 
de receitas classificadas como correntes eram inseridas no agrupamento “Outras Receitas Correntes”. Mas 
isso mudou! 😱 
“Espera aí, professor. Eu não sei nem o que é dívida ativa!” 😅 
Ah! É o seguinte (em termos bem simples): quando o ente público possui algum valor a receber e o prazo 
que o devedor possui já transcorreu, o ente pode inscrever esse seu crédito em dívida ativa. 
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Então, perceba: dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível) do ente. É o contrário disso! É um 
ativo. É algo que o ente público tem a receber! 
Veja só como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e 
não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em 
decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de 
certeza e liquidez.” 
O assunto também é regulamentado no art. 39 da Lei 4.320/64: 
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como 
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. 
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão 
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua 
liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. 
A dívida ativa, portanto, pode ser: 
• Tributária: é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal 
relativa a tributos e respectivos adicionais e multas. 
• Não tributária: são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de 
empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou 
natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis outaxas de ocupação, custas 
processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, 
reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os 
créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, 
aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. 
Entendeu o que é dívida ativa? Então agora vem a informação importante para nós: lembra que a nova 
estrutura da codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela 
originadas? 
Pois é. Com isso, a dívida ativa não deverá mais ser classificada como “Outras Receitas Correntes “ou 
“Outras Receitas de Capital”. Ela acompanhará o principal, conforme demonstrado no quadro abaixo, que 
exemplifica a classificação de algumas receitas de dívida ativa, como as provenientes do não recebimento, em 
momento oportuno, de impostos, alugueis e amortização de empréstimos (lembrando que essas regras 
começaram a ser válidas em 2016 para União e em 2018 para Estados e municípios): 
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“Caramba, professor. Essas foram só as origens que compõem as receitas de capital? Como é que eu vou fazer 
para memorizar isso tudo?” 😣 
Ah! Não se desespere! Existe um mnemônico (muito famoso, inclusive) para isso. 😏 
Você me pergunta: “professor, eu vou tributar com o que?” 
Eu lhe respondo: 
Tributa Con PAISTO 
Esse é o mnemônico! 😂 
Onde: 
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e 
contribuições de melhoria”); 
• Con: receitas de Contribuições; 
• P: receita Patrimonial; 
• A: receita Agropecuária; 
• I: receita Industrial; 
• S: receita de Serviços; 
• T: Transferências correntes; e 
• O: Outras receitas correntes. 
 
 
 
 
 
 
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Questões para fixar 
FUNDATEC – SPGG-RS - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2018 
Em termos de classificação da receita orçamentária, “Origem” é o detalhamento das Categorias Econômicas, ou seja, o 
primeiro desdobramento, subdivisão das Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência 
das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. Em qual das alternativas abaixo todas as expressões 
correspondem a Origens de Receitas Correntes? 
A) Alienação de Bens – Operações de Crédito – Receita Industrial. 
B) Alienação de Bens – Receita Patrimonial – Receita de Serviços. 
C) Amortização de Empréstimos – Receita Patrimonial – Receita de Serviços. 
D) Contribuições – Operações de Crédito – Receita de Serviços. 
E) Contribuições – Receita Patrimonial – Receita Industrial. 
Comentários: 
É só lembrar do nosso mnemônico: Tributa Con PAISTO. 
Gabarito: E 
CESPE – TCE-PE – Analista – 2017 
De acordo com a classificação econômica da receita, a receita corrente tributária não se amolda à classificação tripartite 
dos tributos, pois não inclui as receitas com contribuições de melhoria, apesar de incluir a arrecadação das multas 
decorrentes de impostos e taxas. 
Comentários: 
Eita! Está tudo errado aqui! 😅 
Em primeiro lugar, a receita corrente tributária se amolda sim à classificação tripartite dos tributos. Ela inclui sim as 
receitas com contribuições de melhoria. 
Em segundo lugar, as multas não são tributos! Elas são classificadas na origem “outras receitas correntes”! 
Gabarito: Errado 
CESPE – ANP – Analista – 2013 
As receitas dos royalties são originadas pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos minerais, 
hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes. 
Comentários: 
É isso mesmo. As receitas patrimoniais (origem que compõe a categoria econômica das receitas correntes) são 
provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de 
participações societárias. 
Gabarito: Certo 
 
 
 
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Origens que compõem as receitas de capital 
1. Operações de Crédito: recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da 
contratação de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou externas. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou esse conceito, observe: 
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições: 
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, 
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes 
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive 
com o uso de derivativos financeiros; 
2. Alienação de Bens: ingressos financeiros provenientes da alienação de bens móveis, imóveis ou 
intangíveis de propriedade do ente público. O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da 
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, 
salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos. 
Aqui vale lembrar mais uma vez que, em regra, as alienações de bens são consideradas receitas de 
capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada 
receita corrente! 
 
3. Amortização de Empréstimos: ingressos financeiros provenientes da amortização de 
financiamentos ou empréstimos que o ente público haja previamente concedido (e não contraído. Se é uma 
receita, o ente está sendo pago por alguém, e não pagando a alguém 😉). 
⚠ Agora vem um ponto importante: embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria 
econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas 
Correntes / de Serviços / Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos 
Financeiros! 
“Por que, professor?” 🧐 
Porque os juros representam a remuneração do capital! 
Preste atenção 
Receita de juros serão sempre consideradas como receitas correntes 
 
Alienação de bens
Regra Receita de capital
Exceção: alienação de 
bens apreendidos ou 
caucionados
Receita corrente
(origem: outras receitas 
correntes)
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Portanto: 
Juros recebidos Classificação 
Categoria 
econômica 
Juros de Aplicação financeira Receita Patrimonial Receita corrente 
Juros associados a empréstimo 
concedido 
Receita de serviços (Serviços e Atividades 
Financeiras) 
Receita corrente 
Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente 
Só mais um detalhe: cuidado com a amortização da dívida! ☝ Essa é uma classificação da despesa 
orçamentária. Aqui nós estamos na receita! O nome da classificação é amortização de empréstimos! 
 
4.Transferências de Capital: recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou 
privado destinados a atender despesas com investimentos ou inversões financeiras, independentemente da 
contraprestação direta a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos recebidos 
vincula-se ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou 
entre entidades públicas e instituições privadas. 
Então, simplificando: transferências

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