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UNIDADE I FANESE Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Diretor Geral M.Sc. Ionaldo Vieira Carvalho Diretor Financeiro André Monteiro Freitas Presidente do Conselho Bárbara Monteiro Freitas Coordenador Acadêmico José Albérico Gonçalves Ferreira Autoras M.Sc. Ivania Souto de Moraes M.Sc. Lea Monteiro Rocha M.Sc. Luciana Cristina Andrade Costa Franco Revisor de Educação a Distância M.Sc. Mário Vasconcelos Andrade Ilustrações e Editoração Eletrônica TECNED - Tecnologias Educacionais FANESE Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe Diretor Geral M.Sc. Ionaldo Vieira Carvalho Diretor Financeiro André Monteiro Freitas Presidente do Conselho Bárbara Monteiro Freitas Coordenador Acadêmico José Albérico Gonçalves Ferreira Autoras M.Sc. Ivania Souto de Moraes M.Sc. Lea Monteiro Rocha M.Sc. Luciana Cristina Andrade Costa Franco Revisor de Educação a Distância M.Sc. Mário Vasconcelos Andrade Ilustrações e Editoração Eletrônica TECNED - Tecnologias Educacionais 3 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ALUNO Caro aluno (a), Para um bom aproveitamento da disciplina Direitos Humanos e Sustentabilida- de na modalidade de ensino à distância, chamamos sua atenção para os seguintes aspectos: • Leitura dos Objetivos Específicos de cada Unidade; • Estudo do conteúdo disponibilizado no Ambiente Virtual FANESE ou por mídia impressa; • Pontualidade na entrega das atividades agendadas; • Participação nos Fóruns e Chats; • Interação com seu tutor; • Realização dos Exercícios; • Atenção especial para as datas das provas presenciais. Lembre-se: Você contará sempre com o apoio da Tutoria para solucionar dúvidas, discutir o conteúdo da Disciplina e orientações sobre as atividades. 4 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação EMENTA Os princípios norteadores dos Direitos Humanos. Direitos Humanos e Cidadania. Relação Homem e Meio Ambiente. Direitos Humanos e Meio Ambiente. Ética e Responsabilidade Social. Gestão socialmente responsável. Sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentável. OBJETIVOS • Desenvolver nos alunos a visão sistêmica e integradora acerca das te- máticas Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; • Permitir que os alunos conheçam os principais conceitos e fundamentos da Sustentabilidade; • Permitir ao aluno um maior conhecimento sobre como a proteção do Meio Ambiente é uma forma de implementação de Direitos Humanos; • Levar os alunos a entender a importância do alinhamento entre os con- ceitos de Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; 4 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação EMENTA Os princípios norteadores dos Direitos Humanos. Direitos Humanos e Cidadania. Relação Homem e Meio Ambiente. Direitos Humanos e Meio Ambiente. Ética e Responsabilidade Social. Gestão socialmente responsável. Sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentável. OBJETIVOS • Desenvolver nos alunos a visão sistêmica e integradora acerca das te- máticas Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; • Permitir que os alunos conheçam os principais conceitos e fundamentos da Sustentabilidade; • Permitir ao aluno um maior conhecimento sobre como a proteção do Meio Ambiente é uma forma de implementação de Direitos Humanos; • Levar os alunos a entender a importância do alinhamento entre os con- ceitos de Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; 5 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE I - Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos • Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos • Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania • Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação UNIDADE II – Ética e Responsabilidade Social Empresarial • Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social Empresarial • Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial • Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável UNIDADE III – Sustentabilidade • Tema 1 - Relação Homem e Ambiente • Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvi- mento Sustentável • Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos 6 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação SUMÁRIO Orientações Gerais Para o Aluno ............................................................................ 3 EMENTA .................................................................................................................. 4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 4 SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................... 5 SUMÁRIO ............................................................................................................... 6 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................ 7 UNIDADE I – OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS ..... 8 Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos ......................... 9 Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania .......................................................... 18 Tema 3 – Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação .......... 20 UNIDADE II – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................... 23 Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social .............. 23 Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial ................ 24 Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável .................................................. 25 UNIDADE III – SUSTENTABILIDADE ................................................................... 31 Tema 1 – Relação Homem e Ambiente .............................................................. 31 Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvimento Sustentável ....................................................................................................... 34 Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos ........................................ 36 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 37 6 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação SUMÁRIO Orientações Gerais Para o Aluno ............................................................................ 3 EMENTA .................................................................................................................. 4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 4 SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................... 5 SUMÁRIO ............................................................................................................... 6 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................ 7 UNIDADE I – OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS ..... 8 Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos ......................... 9 Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania .......................................................... 18 Tema 3 – Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação .......... 20 UNIDADE II – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................... 23 Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social .............. 23 Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial ................ 24 Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável .................................................. 25 UNIDADE III – SUSTENTABILIDADE ................................................................... 31 Tema 1 – Relação Homem e Ambiente .............................................................. 31 Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvimento Sustentável .......................................................................................................34 Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos ........................................ 36 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 37 7 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Apresentação APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro (a) aluno (a), Este material foi elaborado com o objetivo de informar e orientar em pesquisas e estudos de conceitos relacionados ao tema Direitos Humanos e Sustentabilidade. A concepção dessa disciplina visa evidenciar uma ampla compreensão do estudo dos Direitos Humanos e a Sustentabilidade para a sociedade atual, através da exploração de conceitos relacionados ao assunto e análise da sua importância na formação social do indivíduo com uma postura reflexiva e crítica diante da realidade do mundo e da vida contemporânea. Os conceitos relacionados à Sustentabilidade já vem sendo discutidos por pessoas e organizações por todo o mundo, devido a grande preocupação com as questões ambientais. Contudo, entende-se que para tornar a Sustentabilidade viável, é preciso discutir a questões relacionadas à cidadania, diversidade e direitos humanos. Pelo ensino a distância você poderá entender melhor sobre este assunto, fazendo um curso que abrirá novos horizontes profissionais para quem deseja refletir sobre as questões de responsabilidade socioambientais e as alternativas para a implementação da sustentabilidade. Seja bem-vindo e bons estudos. 8 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos UNIDADE I - OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS Refletir sobre a importância dos direitos humanos ou diretos fundamentais (como também são conhecidos) no mundo atual é de extrema importância. Questões relacionadas as desigualdades e injustiças frequentemente são relacionadas as violações dos direitos básicos dos indivíduos. Trazer esse assunto à pauta das discussões sociais resgata o sentido de participação política do cidadão em sua comunidade. Ainda existe muitos equívocos e distorções sobre a natureza e os objetivos dos estudos sobre Direitos Humanos. Grande parte das pessoas costumam pensar que o escopo dos Direitos Humanos são os malfeitores que apesar dos seus delitos são defendidos pelos Direitos Humanos. É importante ressaltar que na história da civilização humana, o papel dos Direitos Humanos sempre foi fundamental, desde a abolição da escravatura, passando pelas mediações de conflito em zonas de guerra, no combate ao individualismo de regimes totalitaristas, no apoio a causas sociais de desigualdades e discriminação. A multidisciplinaridade do tema Direitos Humanos faz com que o mesmo seja indispensável aos produtores econômicos, trabalhadores, religiosos, educadores, administradores, agentes públicos, ambientalistas, além dos profissionais do Direito. A verdade é que não podemos pensar em solucionar os complexos problemas atuais como por exemplo o aquecimento global do clima, violência nas grandes cidades, desenvolvimento predatório sem respeito as questões ambientais, sem Direitos Humanos. Para entendermos melhor essa relação, iremos explorar alguns conceitos importantes e entender a evolução histórica de alguns fatos relacionados aos Direitos Humanos. Faremos uma breve contextualização do tema e abordaremos a sua relação com a Cidadania e o Meio Ambiente. Boa leitura! 8 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos UNIDADE I - OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS Refletir sobre a importância dos direitos humanos ou diretos fundamentais (como também são conhecidos) no mundo atual é de extrema importância. Questões relacionadas as desigualdades e injustiças frequentemente são relacionadas as violações dos direitos básicos dos indivíduos. Trazer esse assunto à pauta das discussões sociais resgata o sentido de participação política do cidadão em sua comunidade. Ainda existe muitos equívocos e distorções sobre a natureza e os objetivos dos estudos sobre Direitos Humanos. Grande parte das pessoas costumam pensar que o escopo dos Direitos Humanos são os malfeitores que apesar dos seus delitos são defendidos pelos Direitos Humanos. É importante ressaltar que na história da civilização humana, o papel dos Direitos Humanos sempre foi fundamental, desde a abolição da escravatura, passando pelas mediações de conflito em zonas de guerra, no combate ao individualismo de regimes totalitaristas, no apoio a causas sociais de desigualdades e discriminação. A multidisciplinaridade do tema Direitos Humanos faz com que o mesmo seja indispensável aos produtores econômicos, trabalhadores, religiosos, educadores, administradores, agentes públicos, ambientalistas, além dos profissionais do Direito. A verdade é que não podemos pensar em solucionar os complexos problemas atuais como por exemplo o aquecimento global do clima, violência nas grandes cidades, desenvolvimento predatório sem respeito as questões ambientais, sem Direitos Humanos. Para entendermos melhor essa relação, iremos explorar alguns conceitos importantes e entender a evolução histórica de alguns fatos relacionados aos Direitos Humanos. Faremos uma breve contextualização do tema e abordaremos a sua relação com a Cidadania e o Meio Ambiente. Boa leitura! 9 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos Você saberia responder o que são Direitos Humanos? Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição, baseando-se no princípio de respeito em relação ao indivíduo. A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem ter asseguradas, desde o nascimento, as mínimas condições necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade natural de cada pessoa pode valer-se como resultado da organização social. É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos. (grifo do autor). 1 No passado, não havia direitos humanos. A noção de direitos humanos foi escrita ao longo dos últimos 03 milênios da civilização. Estudos sobre direitos humanos ganharam demasiada importância ao longo da história, tendo em vista que suas bases sustentam a proteção da dignidade da pessoa humana de maneira universal, ou seja, abrangendo todos os seres humanos. Contudo, analisar o processo de evolução dos Direitos Humanos exige do indivíduo esforço e comprometimento na superação das dificuldades que se impõe na busca pelos jovens ideais democráticos da sociedade brasileira. Trata-se de um conceito sustentando sob dois vértices principais: 1º fundamentos desses direitos; 2º categoria jurídica desses direitos. O primeiro é de grande relevância para as áreas de filosofia, sociologia e ciência política, enquanto que o segundo relaciona-se com a definição de regras, leis que regulam os direitos fundamentais da pessoa humana. A concretização dos direitos humanos também conhecidos como diretos fundamentais deu-se, nas variadas Cartas Fundamentais criadas ao longo da história da humanidade e efetivamente se concretizou no ordenamento jurídico pátrio, com a proporção que hoje se concebe, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil (1988) - a Constituição Cidadã, como uma consequência histórica da passagem dos direitos naturais universais em direitos positivos particulares,e, depois, em direitos positivos universais (PIOVESAN, 2004). São considerados humanos, os direitos conferidos a todo e qualquer sujeito, no intuito de se resguardar sua dignidade, direitos esses que “a sociedade política tem o dever de consagrar e garantir” (HERKENHOFF, 1994, p. 31), todos decorrentes de alterações no pensamento filosófico, jurídico e político da humanidade, e que, positivados, convencionou-se designar por “direitos fundamentais”. A concepção atual de direitos humanos foi moldada ao longo dos anos a partir de ideias e pensamentos de diferentes povos, desenvolvendo-se através de diversas 1 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20 DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006. 10 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos civilizações, mas que tinham em comum as mesmas necessidades: - Proteção contra o abuso do poder do Estado; - Garantia do respeito à dignidade humana. Os primeiros indícios de reconhecimento de direitos do homem podem ser encontrados nas sociedades do antigo Egito e Mesopotâmia, três milênios antes de Cristo. Já nessa época, havia alguns mecanismos para proteção do indivíduo perante o poder do Estado. Para compor a contextualização sobre os Direitos Humanos, selecionamos 03 marcos históricos considerados importantes que contribuíram para a evolução dos mesmos: o Código de Ur-Nammu, o código de Hamurabi, a Lei das Doze Tábuas. Em alguns estudos, o Cilindro de Ciro é considerado um dos documentos mais antigos vinculado ao tema. Nele consta uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 a.C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. O Cilindro de Ciro apresentava características inovadoras, especialmente em relação a religião, onde era declarada a liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos humanos.2 Por volta de 2040 a.C., o Código de Ur-Nammu3 surgiu na Suméria, trazendo o princípio da reparabilidade, conhecido atualmente como danos morais (SILVA, 1999). Neste documento, constam costumes antigos transformados em leis e as penas pecuniárias para delitos ao invés de penas talianas4. Foi descoberto em 1952 pelo professor e assiriólogo Samuel Noah Kromer, da Universidade da Pensilvânia. Já o Código de Hamurabi ou Hammurabi, elaborado 03 séculos depois do Código de Ur-Nammu, representa um conjunto de leis escritas da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. e foi descoberto por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. Trata-se de um conjunto de leis escritas composto por cerca de 282 artigos, talhados em uma enorme pedra escura, Essas normas jurídicas tiveram grande importância na organização do Estado babilônico. Para formular esta lei, Hamurabi se baseou no princípio de uma lei mais antiga: a “Lei Talião”4. O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma cultura comum. Em um primeiro momento, podemos chegar à conclusão de que o código escrito por Hamurabi seria caracterizado por um princípio de equidade. No entanto, as punições e direitos criados por essa lei também levavam em consideração a posição social dos que estavam envolvidos em cada uma das situações descritas pelo texto. Sendo assim, a punição de um crime ocorrido entre escravos não seria a mesma quando um escravo realizasse algo contra o seu senhor. A organização social da época que era dividida em três classes, que pesavam na aplicação do código: 2 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20 DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006. Disponível em http://dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/cilindro/index.htm, acessado no dia 21 de janeiro de 2016. 3 - Ur-Nammu (reinou 2047-2030 A.C.) foi o fundador da terceira dinastia de seu Sumer em que iniciou o chamado seu período III (2047-1750 A.C.) também conhecido como o renascimento sumério. 4 - Terno usado para aplicação de penas seguindo a lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes. 10 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos civilizações, mas que tinham em comum as mesmas necessidades: - Proteção contra o abuso do poder do Estado; - Garantia do respeito à dignidade humana. Os primeiros indícios de reconhecimento de direitos do homem podem ser encontrados nas sociedades do antigo Egito e Mesopotâmia, três milênios antes de Cristo. Já nessa época, havia alguns mecanismos para proteção do indivíduo perante o poder do Estado. Para compor a contextualização sobre os Direitos Humanos, selecionamos 03 marcos históricos considerados importantes que contribuíram para a evolução dos mesmos: o Código de Ur-Nammu, o código de Hamurabi, a Lei das Doze Tábuas. Em alguns estudos, o Cilindro de Ciro é considerado um dos documentos mais antigos vinculado ao tema. Nele consta uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 a.C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. O Cilindro de Ciro apresentava características inovadoras, especialmente em relação a religião, onde era declarada a liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos humanos.2 Por volta de 2040 a.C., o Código de Ur-Nammu3 surgiu na Suméria, trazendo o princípio da reparabilidade, conhecido atualmente como danos morais (SILVA, 1999). Neste documento, constam costumes antigos transformados em leis e as penas pecuniárias para delitos ao invés de penas talianas4. Foi descoberto em 1952 pelo professor e assiriólogo Samuel Noah Kromer, da Universidade da Pensilvânia. Já o Código de Hamurabi ou Hammurabi, elaborado 03 séculos depois do Código de Ur-Nammu, representa um conjunto de leis escritas da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. e foi descoberto por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. Trata-se de um conjunto de leis escritas composto por cerca de 282 artigos, talhados em uma enorme pedra escura, Essas normas jurídicas tiveram grande importância na organização do Estado babilônico. Para formular esta lei, Hamurabi se baseou no princípio de uma lei mais antiga: a “Lei Talião”4. O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma cultura comum. Em um primeiro momento, podemos chegar à conclusão de que o código escrito por Hamurabi seria caracterizado por um princípio de equidade. No entanto, as punições e direitos criados por essa lei também levavam em consideração a posição social dos que estavam envolvidos em cada uma das situações descritas pelo texto. Sendo assim, a punição de um crime ocorrido entre escravos não seria a mesma quando um escravo realizasse algo contra o seu senhor. A organização social da época que era dividida em três classes, que pesavam na aplicação do código: 2 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20 DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006. Disponível em http://dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/cilindro/index.htm,acessado no dia 21 de janeiro de 2016. 3 - Ur-Nammu (reinou 2047-2030 A.C.) foi o fundador da terceira dinastia de seu Sumer em que iniciou o chamado seu período III (2047-1750 A.C.) também conhecido como o renascimento sumério. 4 - Terno usado para aplicação de penas seguindo a lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes. 11 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos • Awilum (filho de homem): classe mais alta, composta por homens livres, proprietários de terras, que não dependiam do palácio e do templo. Se descumprissem as regras eram aplicadas penas pecuniárias; • Mushkenum (classe intermediária): Camada intermediária, funcionários públicos, que tinham certas regalias no uso de terras. Se violassem as nor- mas ora teriam penas reparatórias pecuniárias ora teriam penas capitais; • Wardum (escravo marcado): Escravos, que podiam ser comprados e vendidos até que conseguissem comprar sua liberdade. Penas cruéis e de morte habitualmente. Algo muito interessante no Código de Hamurabi são as leis que regulam os salários e os preços das mercadorias. Pela legislação de Hamurabi as pessoas que detinham uma menor condição financeira pagavam menos por determinados produtos e serviços, ao passo que aqueles detentores de condições financeiras boas pagavam mais. De acordo com os artigos 215, 216 e 217 (respectivamente) do Código5, • Se um médico fez em um awilum uma incisão difícil com uma placa de bronze e curou o awilum ou (se) abriu a nakkaptum de um awilum com uma faca de bronze e curou o olho do awilum: ele tomará 10 siclos de prata. • Se foi o filho de um Mushkenum: tomará 5 siclos de prata. • Se foi um escravo de um awilum, o dono do escravo dará ao médico 2 siclos de prata. Através do Código de Hamurabi, pode-se afirmar que o mesmo promoveu a proteção dos bens e dos cidadãos, por esta razão o mesmo é considerado um marco importante para a evolução dos estudos dos Direitos Humanos. Pontos principais do código de Hamurabi: lei de talião (olho por olho, dente por dente) - falso testemunho - roubo e receptação – estupro – família – escravos - ajuda de fugitivos. Em 450 a.C. surge a Lei das XII Tábuas (Lex Duodecim Tabularum), documento que formava o cerne da constituição da República Romana e constituía a origem do direito romano. Lei das Doze Tábuas versava sobre organização e procedimento judicial, normas para os inadimplentes, poder pátrio, sucessão e tutela, propriedade, servidões, delitos, direito público e direito sagrado, além Trata-se de um marco para os direitos humanos, pois traz consigo a origem textos consagradores da liberdade, da propriedade e da proteção aos direitos do cidadão, num contexto político de queda da monarquia e o nascimento da república romana. Para Castilho (2010), esses códigos continham algo que com um pouco de esforço podia ser conceituado como direitos humanos. No entanto, não previam - e é compreensível que o fizessem - qualquer direito do indivíduo perante o soberano. Dessa forma, sem previsão e lei, os direitos individuais dependiam exclusivamente de eventual magnanimidade do rei. 5 - CÓDIGO DE HAMURABI. In: CARLETI, Amilcare. Brocardos Jurídicos, 1986, p. 142. 12 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Ainda de acordo com o autor, a necessidade primordial da época de ordenação social era econômica, pois o mundo movia-se historicamente motivado pelo dinheiro das navegações às cruzadas. IMPORTANTE: Obviamente muitos outros fatos históricos contribuíram para a evolução do e para aprofundamento do estudo sobre o tema, sugere-se a leitura do artigo A evolução dos Direitos Humanos, disponível em http://www.conteudojuridico. com.br/artigo, a-evolucao-dos-direitos-humanos,42785.html#end, bem como no ambiente da webaula. Ressalta-se também a influência filosófico-religiosa das ideias difundidas por Zoroastro, Confúcio, Buda e até mesmo Jesus Cristo sobre a igualdade de todos os homens e a necessidade de tolerância, respeito e generosidade influenciando na evolução dos direitos humanos. Outros documentos que afirmam os direitos individuais, como a Carta Magna (1215), a Petição de Direito (1628), a Constituição dos Estados Unidos (1787), a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração dos Direitos dos Estados Unidos (1791) são os precursores escritos para muitos dos documentos de direitos humanos atuais. Carta Magna (1215) Na idade média, destaca-se a Carta Magna de 1215 (ou Grande Carta) como fato importante na contextualização dos Direitos Humanos. Redigida no latim medieval e outorgada em 15 de junho de 1215. Depois do Rei João da Inglaterra ter violado um número de leis antigas e costumes pelos quais Inglaterra tinha sido governada, os seus súbditos forçaram–no a assinar a Carta Magna, que enumera o que mais tarde veio a ser considerado como direitos humanos. Entre eles estava o direito da igreja de estar livre da interferência do governo, o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade, e serem protegidos de impostos excessivos. Isto estabeleceu o direito das viúvas que possuíam propriedade a decidir não voltar a casar–se, e estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei. Isto também contém provisões que proíbem o suborno e a má conduta oficial. Amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no desenvolvimento da democracia moderna, a Carta Magna foi um ponto de viragem crucial na luta para estabelecer a liberdade. Petição de Direito (1628) Quatro séculos depois, novamente em resposta a uma série de violações da lei cometidas pelo rei da Inglaterra, que desta vez era Carlos I, o Parlamento, em 1628, durante o período que antecedeu a guerra civil inglesa, elaborou a Petition of Right (Petição de Direitos), uma declaração de liberdades civis, que foi um marco registrado no desenvolvimento dos direitos humanos. 12 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Ainda de acordo com o autor, a necessidade primordial da época de ordenação social era econômica, pois o mundo movia-se historicamente motivado pelo dinheiro das navegações às cruzadas. IMPORTANTE: Obviamente muitos outros fatos históricos contribuíram para a evolução do e para aprofundamento do estudo sobre o tema, sugere-se a leitura do artigo A evolução dos Direitos Humanos, disponível em http://www.conteudojuridico. com.br/artigo, a-evolucao-dos-direitos-humanos,42785.html#end, bem como no ambiente da webaula. Ressalta-se também a influência filosófico-religiosa das ideias difundidas por Zoroastro, Confúcio, Buda e até mesmo Jesus Cristo sobre a igualdade de todos os homens e a necessidade de tolerância, respeito e generosidade influenciando na evolução dos direitos humanos. Outros documentos que afirmam os direitos individuais, como a Carta Magna (1215), a Petição de Direito (1628), a Constituição dos Estados Unidos (1787), a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração dos Direitos dos Estados Unidos (1791) são os precursores escritos para muitos dos documentos de direitos humanos atuais. Carta Magna (1215) Na idade média, destaca-se a Carta Magna de 1215 (ou Grande Carta) como fato importante na contextualização dos Direitos Humanos. Redigida no latim medieval e outorgada em 15 de junho de 1215. Depois do Rei João da Inglaterra ter violado um número de leis antigas e costumes pelos quais Inglaterra tinha sido governada, os seus súbditos forçaram–no a assinar a Carta Magna, que enumera o que mais tarde veio a ser considerado como direitos humanos.Entre eles estava o direito da igreja de estar livre da interferência do governo, o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade, e serem protegidos de impostos excessivos. Isto estabeleceu o direito das viúvas que possuíam propriedade a decidir não voltar a casar–se, e estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei. Isto também contém provisões que proíbem o suborno e a má conduta oficial. Amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no desenvolvimento da democracia moderna, a Carta Magna foi um ponto de viragem crucial na luta para estabelecer a liberdade. Petição de Direito (1628) Quatro séculos depois, novamente em resposta a uma série de violações da lei cometidas pelo rei da Inglaterra, que desta vez era Carlos I, o Parlamento, em 1628, durante o período que antecedeu a guerra civil inglesa, elaborou a Petition of Right (Petição de Direitos), uma declaração de liberdades civis, que foi um marco registrado no desenvolvimento dos direitos humanos. 13 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos A Petição de Direito, iniciada por Sir Edward Coke, baseou–se em estatutos e cartas anteriores e afirmou quatro princípios: (1) nenhum tributo poderia ser cobrado sem o consentimento do Parlamento; (2) nenhuma pessoa poderia ser presa sem justa causa apresentada; (3) nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos; (4) a lei marcial (restritiva de direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz. Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) Em 1776, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, documento no qual, as Treze Colônias na América do Norte declararam sua independência da Grã-Bretanha bem como justificativas para o ato. Filosoficamente, a Declaração acentuou dois temas: os direitos individuais e o direito de revolução. Estas ideias tornaram–se largamente apoiadas pelos americanos e também se difundiram internacionalmente, influenciando em particular a Revolução Francesa. A Constituição dos Estados Unidos da América (1787) e a Declaração dos Direitos (1791) Em 1787, foi discutida e aprovada a primeira e única Constituição dos Estados Unidos, que prevê um sistema de alterações por meio de Emendas (ao longo dos anos foram aprovadas apenas 27 emendas). Foram necessários seis anos de discussão após a independência dos Estados Unidos, que eram colônia inglesa até 1776. As dez primeiras emendas da Constituição, a Declaração dos Direitos, entraram em vigor no dia 15 de dezembro de 1791 (conhecidas como Bill of Rights - Lista de Direitos), limitando os poderes do governo federal dos Estados Unidos e para proteger os direitos de todos os cidadãos, residentes e visitantes no território americano. Dentre diversos aspectos importantes, destaca-se a limitação do poder estatal e o estabelecimento de vários direitos fundamentais. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) Indiscutivelmente, foi na França, em 26/08/1789, que se deu a consagração do reconhecimento aos direitos fundamentais com a Declaração dos Direitos Fundamentais do Homem e do Cidadão, dando caráter constitucional e influenciou as constituições seguintes, que passaram a trazer sua declaração de forma expressa. É um documento composto por um preâmbulo e 17 artigos que definem os direitos naturais e imprescritíveis, como a liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão. A declaração reconhece a igualdade perante a lei e a justiça e reforça e, ainda, reforça o princípio da independência entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. 14 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Esse elenco de direitos coincidia com as aspirações de amplas massas populares em sua luta contra os privilégios da aristocracia. No entanto, em última instância, eram direitos que primeiramente satisfaziam às necessidades da burguesia, dentro do processo de constituição do mercado livre (direitos da liberdade: livre iniciativa econômica; livre manifestação da vontade; livre-cambismo; liberdade de pensamento e expressão; liberdade de ir e vir; liberdade política e mão-de-obra livre), e consequentemente criavam as condições de consolidação do modo de produção capitalista. (DORNELLES, João Ricardo W. O que são direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1193. P.21) O texto da declaração proclama os princípios da liberdade, da igualdade, da propriedade, da legalidade e as garantias individuais liberais. A Primeira Convenção de Genebra (1864) O documento original da primeira Convenção de Genebra, em 1864, estipulava o cuidado de soldados feridos. Em 1864, dezesseis países europeus e vários estados americanos assistiram a uma conferência em Genebra, a convite do Conselho Suíço Federal, com a iniciativa do Comité de Genebra. A conferência diplomática foi celebrada com o objetivo de adotar uma convenção para o tratamento de soldados feridos em combate. Os princípios fundamentais foram estabelecidos na Convenção e foram mantidos pelas Convenções posteriores de Genebra especificando a obrigação de ampliar o cuidado, sem discriminação, ao pessoal militar ferido ou doente, mantendo o respeito para com eles e com a marca de transportes de pessoal médico e equipa distinguidos pela cruz vermelha sobre um fundo branco. As Nações Unidas (1945) Em 1945, cinquenta nações reuniram–se em San Francisco e formaram a Organização das Nações Unidas para proteger e promover a paz. A Segunda Guerra Mundial tinha alastrado de 1939 até 1945, e à medida que o final se aproximava, cidades por toda a Europa e Ásia estendiam–se em ruínas e chamas. Milhões de pessoas estavam mortas, milhões mais estavam sem lar ou a passar fome. As forças russas estavam a cercar o remanescente da resistência alemã na bombardeada capital alemã de Berlim. No Oceano Pacífico, os fuzileiros estado–unidenses ainda combatiam firmemente as forças japonesas entrincheiradas em ilhas tais como Okinawa. Em abril de 1945, delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco cheios de optimismo e esperança. O objetivo da Conferência das Nações Unidas na Organização Internacional era formar um corpo internacional para promover a paz e prevenir futuras guerras. Os ideais da organização foram declarados no preâmbulo da sua carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados 14 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Esse elenco de direitos coincidia com as aspirações de amplas massas populares em sua luta contra os privilégios da aristocracia. No entanto, em última instância, eram direitos que primeiramente satisfaziam às necessidades da burguesia, dentro do processo de constituição do mercado livre (direitos da liberdade: livre iniciativa econômica; livre manifestação da vontade; livre-cambismo; liberdade de pensamento e expressão; liberdade de ir e vir; liberdade política e mão-de-obra livre), e consequentemente criavam as condições de consolidação do modo de produção capitalista. (DORNELLES, João Ricardo W. O que são direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1193. P.21) O texto da declaração proclama os princípios da liberdade, da igualdade, da propriedade, da legalidade e as garantias individuais liberais. A Primeira Convenção de Genebra (1864) O documento original da primeira Convenção de Genebra, em 1864, estipulava o cuidado de soldados feridos. Em 1864, dezesseis países europeus e vários estados americanos assistiram a uma conferência em Genebra, a convite do Conselho Suíço Federal, com a iniciativa do Comité de Genebra. A conferência diplomática foi celebrada com o objetivo de adotar uma convenção para o tratamento de soldados feridos em combate. Os princípios fundamentais foram estabelecidos na Convenção e foram mantidos pelas Convenções posteriores de Genebra especificandoa obrigação de ampliar o cuidado, sem discriminação, ao pessoal militar ferido ou doente, mantendo o respeito para com eles e com a marca de transportes de pessoal médico e equipa distinguidos pela cruz vermelha sobre um fundo branco. As Nações Unidas (1945) Em 1945, cinquenta nações reuniram–se em San Francisco e formaram a Organização das Nações Unidas para proteger e promover a paz. A Segunda Guerra Mundial tinha alastrado de 1939 até 1945, e à medida que o final se aproximava, cidades por toda a Europa e Ásia estendiam–se em ruínas e chamas. Milhões de pessoas estavam mortas, milhões mais estavam sem lar ou a passar fome. As forças russas estavam a cercar o remanescente da resistência alemã na bombardeada capital alemã de Berlim. No Oceano Pacífico, os fuzileiros estado–unidenses ainda combatiam firmemente as forças japonesas entrincheiradas em ilhas tais como Okinawa. Em abril de 1945, delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco cheios de optimismo e esperança. O objetivo da Conferência das Nações Unidas na Organização Internacional era formar um corpo internacional para promover a paz e prevenir futuras guerras. Os ideais da organização foram declarados no preâmbulo da sua carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados 15 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”. A Carta da nova organização das Nações Unidas entrou em efeito no dia 24 de outubro de 1945, uma data que é comemorada todos os anos como o Dia das Nações Unidas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Somente em 24 de outubro de 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas agiram para garantir os direitos das gerações futuras para evitar novas experiências como as ocorridas no conflito. Representantes das Nações Unidas da maioria dos países adotaram formalmente a Declaração Universal dos Direitos do Homem em 10 de dezembro de 1948. O primeiro esboço do documento foi apresentado na Assembleia Geral da ONU em 1946 e repassado à Comissão de Direitos Humanos para ter caráter universal. Representantes de oito países ficaram responsáveis pela elaboração do termo em um comitê coordenado por Eleanor Roosevelt, viúva do presidente americano Franklin Roosevelt, em 1947. A assinatura do texto final contou com representantes de 50 países. As bases do documento estão na defesa contra a opressão e a discriminação. Pela declaração, todos são iguais e têm direito à dignidade e liberdade fundamentais sem a existência de discriminação por raça, cor, gênero, nacionalidade, religião ou política. O documento garante o direito à vida e à liberdade de expressão, além da educação, desenvolvimento e trabalho. A partir do Século XIX, uma série de constituições efetiva os direitos fundamentais em seus textos. Dentre elas: • Constituição Espanhola (1812), • Constituição Portuguesa (1822), • Constituição Belga (1831). • Constituição Brasileira (1824) • Constituição Mexicana (1917), • Constituição de Weimar (Alemanha - 1919) No Brasil, desde a Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I, já eram previstos diversos direitos fundamentais do homem. A evolução da previsão de direitos humanos fundamentais nas constituições brasileiras deverá ser objeto de um curso específico, mas podemos adiantar que essa característica se repetiu em todas as nossas constituições, que a partir de então sempre traziam sempre em seu bojo uma extensa enumeração desses direitos. Os direitos humanos no Brasil são garantidos na Constituição de 1988. Nessa constituição, consagra no artigo primeiro o princípio da cidadania, dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho. Ao longo da constituição, encontra-se no artigo 5º o direito a vida, a privacidade, a igualdade, a liberdade, além de outros, conhecidos como direitos fundamentais, que podem ser divididos entre direitos 16 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos individuais, coletivos, difusos e de grupos. Os direitos individuais têm como sujeito ativo o indivíduo humano, os direitos coletivos envolvem a coletividade como um todo, direitos difusos, aqueles que não conseguimos quantificar e identificar os beneficiários e os direitos de grupos são, conforme o Código de Defesa do Consumidor, são direitos individuais “homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”. A Carta Internacional dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado em comum por nações no mundo inteiro, mas não possui nenhuma força de lei. Assim, desde 1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado na Declaração, para estabelecer os mecanismos necessários para fazer cumprir a sua implementação e uso. A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 1976. Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos constituem o que é conhecido como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”. O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o direito à vida, à liberdade de expressão, à religião e votação. O Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a educação, a saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas e proíbem discriminação. O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu uma Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Composta por dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar que cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpre os seus termos. A Comissão examina relatórios enviados pelos países de cinco em cinco anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite conclusões sobre o funcionamento de um país. Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos também concordaram que a Comissão para os Direitos Humanos pode investigar alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo estado. Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos tribunais desse país. Depois de investigação, a Comissão publica os resultados. Estas conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as alegações, o Estado deve tomar medidas para remediar o abuso. Documentos de Direitos Humanos Subsequentes Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as Nações Unidas adotaram mais de vinte tratados principais elaborando ainda mais os direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir abusos específicos tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais como refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres 16 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos individuais, coletivos, difusos e de grupos. Os direitos individuais têm como sujeito ativo o indivíduo humano, os direitos coletivos envolvem a coletividade como um todo, direitos difusos, aqueles que não conseguimos quantificar e identificar os beneficiários e os direitos de grupos são, conforme o Código de Defesa do Consumidor, são direitos individuais “homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”. A Carta Internacional dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado em comum por nações no mundo inteiro, mas não possui nenhuma força de lei. Assim, desde1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado na Declaração, para estabelecer os mecanismos necessários para fazer cumprir a sua implementação e uso. A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 1976. Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos constituem o que é conhecido como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”. O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o direito à vida, à liberdade de expressão, à religião e votação. O Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a educação, a saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas e proíbem discriminação. O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu uma Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Composta por dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar que cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpre os seus termos. A Comissão examina relatórios enviados pelos países de cinco em cinco anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite conclusões sobre o funcionamento de um país. Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos também concordaram que a Comissão para os Direitos Humanos pode investigar alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo estado. Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos tribunais desse país. Depois de investigação, a Comissão publica os resultados. Estas conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as alegações, o Estado deve tomar medidas para remediar o abuso. Documentos de Direitos Humanos Subsequentes Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as Nações Unidas adotaram mais de vinte tratados principais elaborando ainda mais os direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir abusos específicos tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais como refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres 17 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos (Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 1979), e crianças (Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989). Outros tratados cobrem a discriminação racial, a prevenção de genocídio, os direitos políticos de mulheres, proibição de escravidão e tortura. Cada um destes tratados estabeleceu uma comissão de peritos para regular a implementação das disposições do tratado pelos seus estados constituintes. Convenção Europeia dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos do Homem serviu como inspiração para a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, um dos mais significativos acordos na Comunidade Europeia. A Convenção foi adotada em 1953 pelo Conselho da Europa, uma organização intergovernamental estabelecida em 1949 e composta de quarenta e sete Estados Membros da Comunidade Europeia. Este corpo foi formado para reforçar os direitos humanos e promover a democracia e o estado de direito. A Convenção é feita cumprir através do Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo, França. Qualquer pessoa que afirme ser vítima de uma violação em qualquer um dos países da Comunidade Europeia que assinaram e ratificaram a Convenção poderá procurar ajuda no Tribunal Europeu. A pessoa deve primeiro ter esgotado todos os recursos no tribunal do seu país natal e ter apresentado um pedido no Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo. Instrumentos de Direitos Humanos para as Américas, África e Ásia Na América do Norte e do Sul, África e Ásia, documentos regionais para a proteção e promoção de direitos humanos estendem a Carta Internacional de Direitos Humanos. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos pertence aos estados interamericanos, as Américas, e entrou em vigor em 1978. Os Estados Africanos criaram a sua própria Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1981) e os Estados Muçulmanos criaram a Declaração dos Direitos Humanos do Cairo no Islão (1990). A Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986) foi criada pela Comissão Asiática dos Direitos Humanos, fundada nesse ano por um grupo de juristas e ativistas de direitos humanos em Hong Kong. A Carta é descrita como “uma carta do povo”, porque nenhuma carta governamental foi emitida até ao momento. Atividade do Fórum: Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=uCnIKEOtbfc e assista ao vídeo A História dos Direitos Humanos. Em seguida, participe do fórum emitindo suas considerações a cerca da importância dos Direitos Humanos na sociedade. 18 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania Todos os cidadãos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem ter asseguradas, desde o nascimento, as condições mínimas necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade natural de cada pessoa e os meios de que a pessoa pode valer-se como resultado da organização social. É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos. Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer que tais direitos correspondem a necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que devem ser atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada a todas as pessoas. Assim, por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, porque sem ela a pessoa não existe. Então, a preservação da vida é uma necessidade de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres humanos, vamos percebendo a existência de outras necessidades que são também fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas outras coisas. De acordo com Campello e Silveira (2011), em seu artigo intitulado de Cidadania e direitos humanos6 nem sempre os conceitos de direitos humanos e cidadania caminharam juntos. Somente no final da Idade Média, com a superação do absolutismo e advento do Estado de Direito, a partir de lutas estabelecidas para esse fim, o conceito de cidadania está atrelado ao desenvolvimento dos direitos humanos. Uma leitura atenta da história ou da trajetória dos direitos humanos leva a refletir conjuntamente sobre os conceitos de dignidade e de cidadania, na medida em que emergem da necessidade de proteger a pessoa humana em suas diversas dimensões. Thomas Hobbes enriqueceu o conceito de cidadania, individualizando-a e relacionando-a ao momento em que o sujeito, no seu estado de natureza e buscando a paz diante da “guerra perpétua”, voluntariamente se submete ao soberano. Para Hobbes, neste estado de submissão, o indivíduo se reconhece como cidadão, limitando sua vontade e recebendo em troca a proteção doEstado. Foi a partir do Estado moderno a cidadania adquiriu viés político, identificada num contexto de participação do indivíduo na formação da vontade da sociedade e do seu governo; os direitos humanos, por sua vez, tiveram sua origem e fundamento no 6 - Disponível em http://faa.edu.br/revistas/docs/RID/2011/RID_2011_06.pdf, acessado em 21 de janeiro de 2016. 18 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania Todos os cidadãos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem ter asseguradas, desde o nascimento, as condições mínimas necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade natural de cada pessoa e os meios de que a pessoa pode valer-se como resultado da organização social. É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos. Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer que tais direitos correspondem a necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que devem ser atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada a todas as pessoas. Assim, por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, porque sem ela a pessoa não existe. Então, a preservação da vida é uma necessidade de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres humanos, vamos percebendo a existência de outras necessidades que são também fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas outras coisas. De acordo com Campello e Silveira (2011), em seu artigo intitulado de Cidadania e direitos humanos6 nem sempre os conceitos de direitos humanos e cidadania caminharam juntos. Somente no final da Idade Média, com a superação do absolutismo e advento do Estado de Direito, a partir de lutas estabelecidas para esse fim, o conceito de cidadania está atrelado ao desenvolvimento dos direitos humanos. Uma leitura atenta da história ou da trajetória dos direitos humanos leva a refletir conjuntamente sobre os conceitos de dignidade e de cidadania, na medida em que emergem da necessidade de proteger a pessoa humana em suas diversas dimensões. Thomas Hobbes enriqueceu o conceito de cidadania, individualizando-a e relacionando-a ao momento em que o sujeito, no seu estado de natureza e buscando a paz diante da “guerra perpétua”, voluntariamente se submete ao soberano. Para Hobbes, neste estado de submissão, o indivíduo se reconhece como cidadão, limitando sua vontade e recebendo em troca a proteção do Estado. Foi a partir do Estado moderno a cidadania adquiriu viés político, identificada num contexto de participação do indivíduo na formação da vontade da sociedade e do seu governo; os direitos humanos, por sua vez, tiveram sua origem e fundamento no 6 - Disponível em http://faa.edu.br/revistas/docs/RID/2011/RID_2011_06.pdf, acessado em 21 de janeiro de 2016. 19 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos pensamento jusnaturalista7, com ênfase na dignidade humana, a qual ensejou um rol de direitos imanentes ao ser humano e que devem ser preservados contra violações de toda ordem pelo simples fato de o indivíduo existir como pessoa humana. Tais conceitos apareceram com conotações próprias, cabendo enfatizar que originalmente os direitos humanos inerentes ao ser humano independeriam da vontade política da sociedade. A partir de uma série de mudanças históricas e culturais, estes conceitos, a princípio independentes, passaram a ser analisados em conjunto, convergindo para um único tronco de ideias pautadas pela premissa de que as pessoas deveriam possuir direitos essenciais para uma existência digna, e também de que seria importante ampliar cada vez mais tais direitos. Foi assim, com base na dignidade humana, que se aproximaram o discurso do direito internacional dos direitos humanos e o da cidadania. Benevides (2009) explica que a cidadania e os direitos da cidadania dizem respeito a determinada ordem jurídico-política vigente em um Estado ou país, que também define e garante quem é cidadão. Assim, não se configuram como direitos universais, já que estão inseridos na Constituição de cada nação. Por isso, é possível identificar o cidadão brasileiro, o cidadão argentino e definir os direitos e deveres desses cidadãos, variáveis de acordo com as determinações de cada país. Portanto, a ideia de cidadania é eminentemente política e não se liga a valores universais, mas a decisões políticas. Nesse aspecto pontual, é que se situam as divergências entre direitos da cidadania e direitos humanos. Em muitos casos, há convergência entre esses direitos, pois são semelhantes, mas os direitos humanos são mais amplos e abrangentes. O direito de cidadania não poderá violá-los. O conceito de cidadania compreende os direitos civis, políticos, sociais, econômicos e difusos, que incorporam, expressam e se vinculam aos valores de liberdade, justiça, igualdade e solidariedade. Este posicionamento está em consonância com o pensamento de Hannah Arendt8, que vê a cidadania enquanto consciência do indivíduo sobre o direito de ter direitos. “A cidadania é um direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e direitos humanos não é um dado. É um construído na convivência coletiva, que requer o acesso ao espaço público. É este acesso que permite a construção de um mundo comum através do processo de asserção dos direitos humanos.” Em complemento, pode-se inferir que a cidadania passou a constituir-se em todos aqueles direitos conferidos ao cidadão não apenas pelo fato de a dignidade exigir a efetivação desses direitos, mas também pelo fato de que é ela própria condição para o exercício da cidadania. Paulo Ferreira da Cunha9 destaca que a cidadania possui novos desafios e que estes já não podem ser superados com o “direito de olhos fechados”. É preciso uma abordagem a mais abrangente possível, capaz de compreender um “direito de olhos bem abertos às realidades e aos problemas sociais”. Por isso, continuamos enfatizando 7 - Direito natural (Latim ius naturali) ou jusnaturalismo é uma teoria que procura fundamentar a partir da razão prática uma crítica a fim de distinguir o que não é razoável na prática do que é razoável e, por conseguinte, o que é realmente importante considerar na prática em oposição ao que não o é. 8 - ARENDT, Hannah. The origins of totalitarianism. Nova York: Harcourt Brace Jovanovitch, 1993. pp. 299-302. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pp. 146-166. 9 - CUNHA, Paulo Ferreira. Constituição viva: cidadania e direitos humanos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 61 20 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos que, em suas respectivas dimensões, os direitos humanos conformam um pacote de direitos essenciais dentro da sociedade – isto é, criam oportunidades claras para o desenvolvimento da cidadania, além de contribuir para sua efetividade. Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, tendo como contrapartida a realização dos deveres. Isso implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticose socioeconômicos, bem como na participação e contribuição para o bem-estar da sociedade. A cidadania deve ser entendida como processo contínuo, uma construção coletiva, significando a concretização dos direitos humanos. Cidadão é todo aquele que participa, colabora e argumenta sobre as bases do direito, ou seja, é um agente atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão implica em não se deixar oprimir nem subjugar, mas enfrentar o desafio para defender e exercer seus direitos. Atividade do Fórum: Sobre a relação existente entre Direitos Humanos e Cidadania, exponha no Fórum as suas percepções a respeito do assunto. Os Direitos Humanos garantem o exercício da Cidadania, ou a Cidadania garantem o cumprimento dos Direitos Humanos? Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação Qual a relação entre Diretos Humanos e Meio Ambiente? Seria um ambiente equilibrado é direito fundamental humano? Entende-se por meio ambiente como o conjunto de todo o patrimônio natural ou físico (água, ar, solo, energia, fauna, flora), artificial (edificações, equipamentos e alterações produzidas pelo homem) e cultural (costumes, leis, religião, criação artística, linguagem, conhecimentos) que possibilite o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. Afinal, “o ser humano precisa da natureza para o seu sustento e ao mesmo tempo a natureza, marcada pela cultura, precisa do ser humano para ser preservada e para poder manter ou recuperar seu equilíbrio”.10 Já discutimos anteriormente que os direitos humanos são categorizados como direitos fundamentais e que “os direitos fundamentais são assim denominados por serem conferidos pela Constituição e por terem função fundamentadora e legitimadora do sistema jurídico-político do chamado Estado de Direito”.11 A ligação entre Direitos Humanos e Meio Ambiente pode ser verificada a partir da classificação que alguns autores atribuem aos direitos humanos. Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 classifica os direitos humanos em direitos de primeira, segunda e terceira geração, compreendendo que tais direitos correspondem, respectivamente, aos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade, completando assim o lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. 10 - BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. Desafios à sociedade e ao Cristianismo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 73“ 11 - ROCHA, José de Albuquerque. Estudos sobre o Poder Judiciário. Ed. Malheiros, 1995. 12 - FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Direitos Humanos Fundamentais. Ed. Saraiva. p. 57. 20 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos que, em suas respectivas dimensões, os direitos humanos conformam um pacote de direitos essenciais dentro da sociedade – isto é, criam oportunidades claras para o desenvolvimento da cidadania, além de contribuir para sua efetividade. Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, tendo como contrapartida a realização dos deveres. Isso implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticos e socioeconômicos, bem como na participação e contribuição para o bem-estar da sociedade. A cidadania deve ser entendida como processo contínuo, uma construção coletiva, significando a concretização dos direitos humanos. Cidadão é todo aquele que participa, colabora e argumenta sobre as bases do direito, ou seja, é um agente atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão implica em não se deixar oprimir nem subjugar, mas enfrentar o desafio para defender e exercer seus direitos. Atividade do Fórum: Sobre a relação existente entre Direitos Humanos e Cidadania, exponha no Fórum as suas percepções a respeito do assunto. Os Direitos Humanos garantem o exercício da Cidadania, ou a Cidadania garantem o cumprimento dos Direitos Humanos? Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação Qual a relação entre Diretos Humanos e Meio Ambiente? Seria um ambiente equilibrado é direito fundamental humano? Entende-se por meio ambiente como o conjunto de todo o patrimônio natural ou físico (água, ar, solo, energia, fauna, flora), artificial (edificações, equipamentos e alterações produzidas pelo homem) e cultural (costumes, leis, religião, criação artística, linguagem, conhecimentos) que possibilite o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. Afinal, “o ser humano precisa da natureza para o seu sustento e ao mesmo tempo a natureza, marcada pela cultura, precisa do ser humano para ser preservada e para poder manter ou recuperar seu equilíbrio”.10 Já discutimos anteriormente que os direitos humanos são categorizados como direitos fundamentais e que “os direitos fundamentais são assim denominados por serem conferidos pela Constituição e por terem função fundamentadora e legitimadora do sistema jurídico-político do chamado Estado de Direito”.11 A ligação entre Direitos Humanos e Meio Ambiente pode ser verificada a partir da classificação que alguns autores atribuem aos direitos humanos. Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 classifica os direitos humanos em direitos de primeira, segunda e terceira geração, compreendendo que tais direitos correspondem, respectivamente, aos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade, completando assim o lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. 10 - BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. Desafios à sociedade e ao Cristianismo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 73“ 11 - ROCHA, José de Albuquerque. Estudos sobre o Poder Judiciário. Ed. Malheiros, 1995. 12 - FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Direitos Humanos Fundamentais. Ed. Saraiva. p. 57. 21 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos A terceira geração de direitos humanos para o mencionado autor, qual seja, a fraternidade, está ligada especialmente à qualidade de vida e à solidariedade entre os seres humanos. O surgimento do direito ao meio ambiente e dos demais direitos fundamentais da terceira geração é, assim, explicado por, Bobbio (1992, p. 6)13 assinala que “ao lado dos direitos, que foram chamados de direitos da segunda geração, emergiram hoje os chamados direitos da terceira geração [...] O mais importante deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de viver num ambiente não poluído”. O direito ao meio ambiente é um exemplo de “direito fundamental como um todo”, à medida que representa um leque paradigmático das situações suscetíveis de considerações, no âmbito de normas tuteladoras de direitos fundamentais. Nessa esteira, o direito ao meio ambiente, como direito fundamental da terceira geração, pode referir-se ao direito de o Estado: a) omitir-se de intervir no meio ambiente (direito de defesa); b) de proteger o cidadão contra terceiros que causem danos ao meio ambiente (direito de proteção); c) de permitir a participação do cidadão nos procedimentos relativos à tomada de decisões sobre o meio ambiente (direito ao procedimento); e finalmente, de realizar medidas fáticas, tendentes a melhorar o meio ambiente (direito de prestações de fato). O reconhecimento definitivo do direito ao meio ambiente, como direito fundamental da terceira geração, já foi feito pelos ordenamentos jurídicos de vários Estados. Nesse sentido, importa observar que, no sistema constitucional brasileiro, o art. 225, caput, da Constituição Federal, impõe o entendimento de que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um dos direitos fundamentais. Daí por que o meio ambiente é considerado bem de uso comum do povo, e essencial à sadia qualidade de vida. Portanto, hoje em dia podemos incluir o meio ambiente saudável e equilibrado como um dos direitos fundamentais humanos, mas infelizmente temos visto ainda grandes violações dos Direitos Humanos no Brasil, incluindo aí a degradação do meio ambiente. Isto tem repercutido negativamente no cenário mundial, mostrando que aindatemos grande e difícil caminho a percorrer. Dessa forma logo se vislumbra a conexão entre Direitos Humanos e Meio Ambiente, posto que este último sendo previsto expressamente no texto constitucional constitui-se como direito fundamental e inerente a toda uma coletividade. Entender o meio ambiente como direito humano fundamental significa que sua realização é condição necessária para a garantia de uma vida digna e sadia a qualquer ser humano. A própria sobrevivência do planeta, garantia de um mundo para as presentes e futuras gerações, depende da preservação do meio ambiente. Só se pode falar na realização de outros direitos, a partir da garantia do maior deles, que é o direito à vida e ao mundo que habitamos de um modo saudável. Nas palavras de Édis Milaré14, “o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio configura-se, na verdade, como extensão do direito à vida, quer sob o enfoque 13 - BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 14 - Milaré, Edis. Direito do Ambiente. Revista dos Tribunais. 2004 22 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade I Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos da própria existência física e saúde dos seres humanos, quer quanto ao aspecto da dignidade desta existência – a qualidade de vida – que faz com que valha a pena viver.” Atividade do Fórum: Como os Direitos Humanos e o exercício da Cidadania podem contribuir para o desenvolvimento de ações que auxiliem na preservação do Meio ambiente? Vá até o Fórum e compartilhe suas reflexões sobre o assunto. 36 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Unidade III Sustentabilidade Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Hu- manos Existe uma estreita relação de interdependência entre direitos humanos, meio ambiente e sustentabilidade. O que a urbanização, combinada (ou não) com processos produtivos, vem fazendo com o meio ambiente atingiu uma escala irreversível nos últimos tempos. As práticas depredadoras do meio ambiente estariam, assim, ferindo direitos fundamentais, inclusive, o próprio direito à vida. Os direitos humanos, o meio ambiente e a sustentabilidade não podem ser considerados temas conflitantes. É importante que a integração entre as ações socioambientais sejam vistas pelas diversas áreas do saber como um pré-requisito importante na implementação da Sustentabilidade, sendo esta vista como um forma de assegurar os Direitos Humanos através do exercício da Cidadania, Pensando nessa direção, entende-se que é desconexo reivindicarmos direitos fundamentais cometendo abusos na exploração aos recursos naturais e meio ambiente, uma vez que esse é considerado um direito fundamental. A cada dia aumenta a exploração e degradação ambiental, e infelizmente, ainda nos dias de hoje a preservação da natureza e o consumo consciente dos recursos naturais não renováveis, só ganha destaque efetivo em virtude da potencialidade do dano, ou quando envolve um interesse econômico ou político. Destaca-se também que as condutas individuais de muitas pessoas são, ao mesmo tempo, censuráveis. O que deve pensar um indivíduo, ao descartar conscientemente na natureza, de forma imprópria e criminosa, resíduos provenientes de suas atividades, por mais básicas que sejam? Tal conduta estaria, assim, desrespeitando o direito dos outros componentes da sociedade a um meio ambiente saudável. A liberdade em poder poluir conforme a sua vontade jamais poderá ser inserida no rol dos direitos. As inter-relações existentes entre direitos fundamentais, meio ambiente e sustentabilidade só serão bem-entendidas com uma melhor comunicabilidade entre os povos, uma vez que os três núcleos da análise são temas universais. Não é coerente falar-se em direitos fundamentais sem levar em conta o comportamento do homem com relação ao seu meio. A Constituição resguarda o “direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado”, legitima a positivação de um dos mais nobres direitos do homem. Sem ele, os outros direitos correm o risco de ficar sem sentido. É nesse ponto que se completa o tripé: quem usa o meio ambiente respeitando os direitos fundamentais tem mais chance de atingir a sustentabilidade. O homem fará valer sua característica de distinção das outras espécies, quando voltar seus esforços e inteligência para pensar de forma efetivas nas soluções interdisciplinares contra as desumanidades. 37 DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE Referências REFERÊNCIAS ARAUJO. José Salvador Pereira. 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