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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE

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UNIDADE I
FANESE 
Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe
Diretor Geral
M.Sc. Ionaldo Vieira Carvalho
Diretor Financeiro
André Monteiro Freitas
Presidente do Conselho
Bárbara Monteiro Freitas
Coordenador Acadêmico
José Albérico Gonçalves Ferreira
Autoras
M.Sc. Ivania Souto de Moraes
M.Sc. Lea Monteiro Rocha
M.Sc. Luciana Cristina Andrade Costa Franco 
Revisor de Educação a Distância
M.Sc. Mário Vasconcelos Andrade
Ilustrações e Editoração Eletrônica
TECNED - Tecnologias Educacionais
FANESE 
Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe
Diretor Geral
M.Sc. Ionaldo Vieira Carvalho
Diretor Financeiro
André Monteiro Freitas
Presidente do Conselho
Bárbara Monteiro Freitas
Coordenador Acadêmico
José Albérico Gonçalves Ferreira
Autoras
M.Sc. Ivania Souto de Moraes
M.Sc. Lea Monteiro Rocha
M.Sc. Luciana Cristina Andrade Costa Franco 
Revisor de Educação a Distância
M.Sc. Mário Vasconcelos Andrade
Ilustrações e Editoração Eletrônica
TECNED - Tecnologias Educacionais
3
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ALUNO
Caro aluno (a),
Para um bom aproveitamento da disciplina Direitos Humanos e Sustentabilida-
de na modalidade de ensino à distância, chamamos sua atenção para os seguintes 
aspectos: 
•	 Leitura dos Objetivos Específicos de cada Unidade;
•	Estudo do conteúdo disponibilizado no Ambiente Virtual FANESE ou por 
mídia impressa;
•	Pontualidade na entrega das atividades agendadas;
•	Participação nos Fóruns e Chats;
•	 Interação com seu tutor;
•	Realização dos Exercícios; 
•	Atenção especial para as datas das provas presenciais. 
Lembre-se: Você contará sempre com o apoio da Tutoria para solucionar dúvidas, 
discutir o conteúdo da Disciplina e orientações sobre as atividades.
4
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
EMENTA
Os princípios norteadores dos Direitos Humanos. Direitos Humanos e Cidadania. 
Relação Homem e Meio Ambiente. Direitos Humanos e Meio Ambiente. Ética 
e Responsabilidade Social. Gestão socialmente responsável. Sustentabilidade. 
Desenvolvimento Sustentável. 
OBJETIVOS
•	Desenvolver nos alunos a visão sistêmica e integradora acerca das te-
máticas Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; 
•	Permitir que os alunos conheçam os principais conceitos e fundamentos 
da Sustentabilidade;
•	Permitir ao aluno um maior conhecimento sobre como a proteção do Meio 
Ambiente é uma forma de implementação de Direitos Humanos;
•	 Levar os alunos a entender a importância do alinhamento entre os con-
ceitos de Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente;
4
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
EMENTA
Os princípios norteadores dos Direitos Humanos. Direitos Humanos e Cidadania. 
Relação Homem e Meio Ambiente. Direitos Humanos e Meio Ambiente. Ética 
e Responsabilidade Social. Gestão socialmente responsável. Sustentabilidade. 
Desenvolvimento Sustentável. 
OBJETIVOS
•	Desenvolver nos alunos a visão sistêmica e integradora acerca das te-
máticas Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente; 
•	Permitir que os alunos conheçam os principais conceitos e fundamentos 
da Sustentabilidade;
•	Permitir ao aluno um maior conhecimento sobre como a proteção do Meio 
Ambiente é uma forma de implementação de Direitos Humanos;
•	 Levar os alunos a entender a importância do alinhamento entre os con-
ceitos de Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Meio Ambiente;
5
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I - Os Princípios Norteadores dos 
Direitos Humanos
•	 Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos
•	 Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania
•	 Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação
UNIDADE II – Ética e Responsabilidade Social 
Empresarial
•	 Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social 
Empresarial
•	 Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial
•	 Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável
UNIDADE III – Sustentabilidade
•	 Tema 1 - Relação Homem e Ambiente
•	 Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvi-
mento Sustentável
•	 Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos
6
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
SUMÁRIO
Orientações Gerais Para o Aluno ............................................................................ 3
EMENTA .................................................................................................................. 4
OBJETIVOS ............................................................................................................ 4
SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................... 5
SUMÁRIO ............................................................................................................... 6
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................ 7
UNIDADE I – OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS ..... 8
Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos ......................... 9
Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania .......................................................... 18
Tema 3 – Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação .......... 20
UNIDADE II – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................... 23
Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social .............. 23
Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial ................ 24
Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável .................................................. 25
UNIDADE III – SUSTENTABILIDADE ................................................................... 31
Tema 1 – Relação Homem e Ambiente .............................................................. 31
Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvimento 
Sustentável ....................................................................................................... 34
Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos ........................................ 36
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 37
6
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
SUMÁRIO
Orientações Gerais Para o Aluno ............................................................................ 3
EMENTA .................................................................................................................. 4
OBJETIVOS ............................................................................................................ 4
SÍNTESE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................... 5
SUMÁRIO ............................................................................................................... 6
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................ 7
UNIDADE I – OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS ..... 8
Tema 1 – Introdução e Contextualização dos Direitos Humanos ......................... 9
Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania .......................................................... 18
Tema 3 – Direitos Humanos e Meio Ambiente: introdução a sua relação .......... 20
UNIDADE II – ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................... 23
Tema 1 – Introdução e Contextualização da Responsabilidade Social .............. 23
Tema 2 – Questões Éticas e a Responsabilidade Social Empresarial ................ 24
Tema 3 – A Gestão Socialmente Responsável .................................................. 25
UNIDADE III – SUSTENTABILIDADE ................................................................... 31
Tema 1 – Relação Homem e Ambiente .............................................................. 31
Tema 2 – O Conceito e a Evolução de Sustentabilidade e o Desenvolvimento 
Sustentável .......................................................................................................34
Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Humanos ........................................ 36
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 37
7
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Apresentação
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro (a) aluno (a), 
Este material foi elaborado com o objetivo de informar e orientar em pesquisas 
e estudos de conceitos relacionados ao tema Direitos Humanos e Sustentabilidade. 
A concepção dessa disciplina visa evidenciar uma ampla compreensão do estudo dos 
Direitos Humanos e a Sustentabilidade para a sociedade atual, através da exploração 
de conceitos relacionados ao assunto e análise da sua importância na formação social 
do indivíduo com uma postura reflexiva e crítica diante da realidade do mundo e da 
vida contemporânea. 
Os conceitos relacionados à Sustentabilidade já vem sendo discutidos por pessoas 
e organizações por todo o mundo, devido a grande preocupação com as questões 
ambientais. Contudo, entende-se que para tornar a Sustentabilidade viável, é preciso 
discutir a questões relacionadas à cidadania, diversidade e direitos humanos. 
Pelo ensino a distância você poderá entender melhor sobre este assunto, fazendo 
um curso que abrirá novos horizontes profissionais para quem deseja refletir sobre as 
questões de responsabilidade socioambientais e as alternativas para a implementação 
da sustentabilidade.
Seja bem-vindo e bons estudos.
8
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
UNIDADE I - OS PRINCÍPIOS 
NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS
Refletir sobre a importância dos direitos humanos ou diretos fundamentais 
(como também são conhecidos) no mundo atual é de extrema importância. Questões 
relacionadas as desigualdades e injustiças frequentemente são relacionadas as 
violações dos direitos básicos dos indivíduos. Trazer esse assunto à pauta das 
discussões sociais resgata o sentido de participação política do cidadão em sua 
comunidade. 
Ainda existe muitos equívocos e distorções sobre a natureza e os objetivos dos 
estudos sobre Direitos Humanos. Grande parte das pessoas costumam pensar que 
o escopo dos Direitos Humanos são os malfeitores que apesar dos seus delitos 
são defendidos pelos Direitos Humanos. É importante ressaltar que na história da 
civilização humana, o papel dos Direitos Humanos sempre foi fundamental, desde a 
abolição da escravatura, passando pelas mediações de conflito em zonas de guerra, 
no combate ao individualismo de regimes totalitaristas, no apoio a causas sociais de 
desigualdades e discriminação. 
 A multidisciplinaridade do tema Direitos Humanos faz com que o mesmo seja 
indispensável aos produtores econômicos, trabalhadores, religiosos, educadores, 
administradores, agentes públicos, ambientalistas, além dos profissionais do Direito. 
A verdade é que não podemos pensar em solucionar os complexos problemas 
atuais como por exemplo o aquecimento global do clima, violência nas grandes 
cidades, desenvolvimento predatório sem respeito as questões ambientais, sem 
Direitos Humanos.
Para entendermos melhor essa relação, iremos explorar alguns conceitos 
importantes e entender a evolução histórica de alguns fatos relacionados aos Direitos 
Humanos. Faremos uma breve contextualização do tema e abordaremos a sua relação 
com a Cidadania e o Meio Ambiente.
Boa leitura!
8
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
UNIDADE I - OS PRINCÍPIOS 
NORTEADORES DOS DIREITOS HUMANOS
Refletir sobre a importância dos direitos humanos ou diretos fundamentais 
(como também são conhecidos) no mundo atual é de extrema importância. Questões 
relacionadas as desigualdades e injustiças frequentemente são relacionadas as 
violações dos direitos básicos dos indivíduos. Trazer esse assunto à pauta das 
discussões sociais resgata o sentido de participação política do cidadão em sua 
comunidade. 
Ainda existe muitos equívocos e distorções sobre a natureza e os objetivos dos 
estudos sobre Direitos Humanos. Grande parte das pessoas costumam pensar que 
o escopo dos Direitos Humanos são os malfeitores que apesar dos seus delitos 
são defendidos pelos Direitos Humanos. É importante ressaltar que na história da 
civilização humana, o papel dos Direitos Humanos sempre foi fundamental, desde a 
abolição da escravatura, passando pelas mediações de conflito em zonas de guerra, 
no combate ao individualismo de regimes totalitaristas, no apoio a causas sociais de 
desigualdades e discriminação. 
 A multidisciplinaridade do tema Direitos Humanos faz com que o mesmo seja 
indispensável aos produtores econômicos, trabalhadores, religiosos, educadores, 
administradores, agentes públicos, ambientalistas, além dos profissionais do Direito. 
A verdade é que não podemos pensar em solucionar os complexos problemas 
atuais como por exemplo o aquecimento global do clima, violência nas grandes 
cidades, desenvolvimento predatório sem respeito as questões ambientais, sem 
Direitos Humanos.
Para entendermos melhor essa relação, iremos explorar alguns conceitos 
importantes e entender a evolução histórica de alguns fatos relacionados aos Direitos 
Humanos. Faremos uma breve contextualização do tema e abordaremos a sua relação 
com a Cidadania e o Meio Ambiente.
Boa leitura!
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
Tema 1 – Introdução e Contextualização dos 
Direitos Humanos
Você saberia responder o que são Direitos Humanos? Os direitos humanos são 
direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, 
nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição, baseando-se no 
princípio de respeito em relação ao indivíduo.
A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos 
fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais 
porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se 
desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem 
ter asseguradas, desde o nascimento, as mínimas condições necessárias para se 
tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os 
benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e 
de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade 
natural de cada pessoa pode valer-se como resultado da organização social. É a esse 
conjunto que se dá o nome de direitos humanos. (grifo do autor). 1
No passado, não havia direitos humanos. A noção de direitos humanos foi escrita 
ao longo dos últimos 03 milênios da civilização. Estudos sobre direitos humanos 
ganharam demasiada importância ao longo da história, tendo em vista que suas bases 
sustentam a proteção da dignidade da pessoa humana de maneira universal, ou seja, 
abrangendo todos os seres humanos. 
Contudo, analisar o processo de evolução dos Direitos Humanos exige do indivíduo 
esforço e comprometimento na superação das dificuldades que se impõe na busca 
pelos jovens ideais democráticos da sociedade brasileira. Trata-se de um conceito 
sustentando sob dois vértices principais: 1º fundamentos desses direitos; 2º categoria 
jurídica desses direitos. O primeiro é de grande relevância para as áreas de filosofia, 
sociologia e ciência política, enquanto que o segundo relaciona-se com a definição de 
regras, leis que regulam os direitos fundamentais da pessoa humana.
A concretização dos direitos humanos também conhecidos como diretos 
fundamentais deu-se, nas variadas Cartas Fundamentais criadas ao longo da história 
da humanidade e efetivamente se concretizou no ordenamento jurídico pátrio, com 
a proporção que hoje se concebe, com a promulgação da Constituição da República 
Federativa do Brasil (1988) - a Constituição Cidadã, como uma consequência histórica 
da passagem dos direitos naturais universais em direitos positivos particulares,e, 
depois, em direitos positivos universais (PIOVESAN, 2004).
São considerados humanos, os direitos conferidos a todo e qualquer sujeito, no 
intuito de se resguardar sua dignidade, direitos esses que “a sociedade política tem 
o dever de consagrar e garantir” (HERKENHOFF, 1994, p. 31), todos decorrentes 
de alterações no pensamento filosófico, jurídico e político da humanidade, e que, 
positivados, convencionou-se designar por “direitos fundamentais”.
A concepção atual de direitos humanos foi moldada ao longo dos anos a partir 
de ideias e pensamentos de diferentes povos, desenvolvendo-se através de diversas 
1 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20
DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006.
10
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
civilizações, mas que tinham em comum as mesmas necessidades: - Proteção contra 
o abuso do poder do Estado; - Garantia do respeito à dignidade humana.
Os primeiros indícios de reconhecimento de direitos do homem podem ser 
encontrados nas sociedades do antigo Egito e Mesopotâmia, três milênios antes de 
Cristo. Já nessa época, havia alguns mecanismos para proteção do indivíduo perante 
o poder do Estado.
Para compor a contextualização sobre os Direitos Humanos, selecionamos 03 
marcos históricos considerados importantes que contribuíram para a evolução dos 
mesmos: o Código de Ur-Nammu, o código de Hamurabi, a Lei das Doze Tábuas. Em 
alguns estudos, o Cilindro de Ciro é considerado um dos documentos mais antigos 
vinculado ao tema. Nele consta uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro II depois 
de sua conquista da Babilônia em 539 a.C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu 
em 1971 a todos seus idiomas oficiais. O Cilindro de Ciro apresentava características 
inovadoras, especialmente em relação a religião, onde era declarada a liberdade de 
religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu sentido 
humanista e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos humanos.2
Por volta de 2040 a.C., o Código de Ur-Nammu3 surgiu na Suméria, trazendo o 
princípio da reparabilidade, conhecido atualmente como danos morais (SILVA, 1999). 
Neste documento, constam costumes antigos transformados em leis e as penas 
pecuniárias para delitos ao invés de penas talianas4. Foi descoberto em 1952 pelo 
professor e assiriólogo Samuel Noah Kromer, da Universidade da Pensilvânia.
Já o Código de Hamurabi ou Hammurabi, elaborado 03 séculos depois do Código 
de Ur-Nammu, representa um conjunto de leis escritas da Mesopotâmia. Acredita-se 
que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. e foi descoberto por 
uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente 
a cidade de Susa, atual Irã.
Trata-se de um conjunto de leis escritas composto por cerca de 282 artigos, 
talhados em uma enorme pedra escura, Essas normas jurídicas tiveram grande 
importância na organização do Estado babilônico. Para formular esta lei, Hamurabi 
se baseou no princípio de uma lei mais antiga: a “Lei Talião”4.
O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma 
cultura comum. Em um primeiro momento, podemos chegar à conclusão de que o 
código escrito por Hamurabi seria caracterizado por um princípio de equidade. No 
entanto, as punições e direitos criados por essa lei também levavam em consideração 
a posição social dos que estavam envolvidos em cada uma das situações descritas 
pelo texto. Sendo assim, a punição de um crime ocorrido entre escravos não seria a 
mesma quando um escravo realizasse algo contra o seu senhor. 
A organização social da época que era dividida em três classes, que pesavam na 
aplicação do código:
2 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20
DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006.
 Disponível em http://dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/cilindro/index.htm, acessado no dia 21 de janeiro de 2016.
3 - Ur-Nammu (reinou 2047-2030 A.C.) foi o fundador da terceira dinastia de seu Sumer em que iniciou o chamado seu período III (2047-1750 A.C.) também 
conhecido como o renascimento sumério. 
4 - Terno usado para aplicação de penas seguindo a lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, 
consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por 
olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes.
10
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
civilizações, mas que tinham em comum as mesmas necessidades: - Proteção contra 
o abuso do poder do Estado; - Garantia do respeito à dignidade humana.
Os primeiros indícios de reconhecimento de direitos do homem podem ser 
encontrados nas sociedades do antigo Egito e Mesopotâmia, três milênios antes de 
Cristo. Já nessa época, havia alguns mecanismos para proteção do indivíduo perante 
o poder do Estado.
Para compor a contextualização sobre os Direitos Humanos, selecionamos 03 
marcos históricos considerados importantes que contribuíram para a evolução dos 
mesmos: o Código de Ur-Nammu, o código de Hamurabi, a Lei das Doze Tábuas. Em 
alguns estudos, o Cilindro de Ciro é considerado um dos documentos mais antigos 
vinculado ao tema. Nele consta uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro II depois 
de sua conquista da Babilônia em 539 a.C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu 
em 1971 a todos seus idiomas oficiais. O Cilindro de Ciro apresentava características 
inovadoras, especialmente em relação a religião, onde era declarada a liberdade de 
religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu sentido 
humanista e inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos humanos.2
Por volta de 2040 a.C., o Código de Ur-Nammu3 surgiu na Suméria, trazendo o 
princípio da reparabilidade, conhecido atualmente como danos morais (SILVA, 1999). 
Neste documento, constam costumes antigos transformados em leis e as penas 
pecuniárias para delitos ao invés de penas talianas4. Foi descoberto em 1952 pelo 
professor e assiriólogo Samuel Noah Kromer, da Universidade da Pensilvânia.
Já o Código de Hamurabi ou Hammurabi, elaborado 03 séculos depois do Código 
de Ur-Nammu, representa um conjunto de leis escritas da Mesopotâmia. Acredita-se 
que foi escrito pelo rei Hamurabi, aproximadamente em 1700 a.C. e foi descoberto por 
uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente 
a cidade de Susa, atual Irã.
Trata-se de um conjunto de leis escritas composto por cerca de 282 artigos, 
talhados em uma enorme pedra escura, Essas normas jurídicas tiveram grande 
importância na organização do Estado babilônico. Para formular esta lei, Hamurabi 
se baseou no princípio de uma lei mais antiga: a “Lei Talião”4.
O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma 
cultura comum. Em um primeiro momento, podemos chegar à conclusão de que o 
código escrito por Hamurabi seria caracterizado por um princípio de equidade. No 
entanto, as punições e direitos criados por essa lei também levavam em consideração 
a posição social dos que estavam envolvidos em cada uma das situações descritas 
pelo texto. Sendo assim, a punição de um crime ocorrido entre escravos não seria a 
mesma quando um escravo realizasse algo contra o seu senhor. 
A organização social da época que era dividida em três classes, que pesavam na 
aplicação do código:
2 - O que são Direitos Humanos? Direitos Humanos: Noção e significado, disponível em:<http://www.ceut.com.br/mandacaru/O%20QUE%20SAO%20
DIREITOS%20HUMANOS%20-%20Dalmo%20Dallari.doc> Acesso em: 02.08.2006.
 Disponível em http://dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/cilindro/index.htm,acessado no dia 21 de janeiro de 2016.
3 - Ur-Nammu (reinou 2047-2030 A.C.) foi o fundador da terceira dinastia de seu Sumer em que iniciou o chamado seu período III (2047-1750 A.C.) também 
conhecido como o renascimento sumério. 
4 - Terno usado para aplicação de penas seguindo a lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, 
consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por 
olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes.
11
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
•	Awilum (filho de homem): classe mais alta, composta por homens livres, 
proprietários de terras, que não dependiam do palácio e do templo. Se 
descumprissem as regras eram aplicadas penas pecuniárias;
•	Mushkenum (classe intermediária): Camada intermediária, funcionários 
públicos, que tinham certas regalias no uso de terras. Se violassem as nor-
mas ora teriam penas reparatórias pecuniárias ora teriam penas capitais; 
•	Wardum (escravo marcado): Escravos, que podiam ser comprados e 
vendidos até que conseguissem comprar sua liberdade. Penas cruéis e 
de morte habitualmente. 
Algo muito interessante no Código de Hamurabi são as leis que regulam os salários 
e os preços das mercadorias. Pela legislação de Hamurabi as pessoas que detinham 
uma menor condição financeira pagavam menos por determinados produtos e serviços, 
ao passo que aqueles detentores de condições financeiras boas pagavam mais. 
De acordo com os artigos 215, 216 e 217 (respectivamente) do Código5,
•	Se um médico fez em um awilum uma incisão difícil com uma placa de 
bronze e curou o awilum ou (se) abriu a nakkaptum de um awilum com uma 
faca de bronze e curou o olho do awilum: ele tomará 10 siclos de prata.
•	Se foi o filho de um Mushkenum: tomará 5 siclos de prata.
•	Se foi um escravo de um awilum, o dono do escravo dará ao médico 2 
siclos de prata. 
Através do Código de Hamurabi, pode-se afirmar que o mesmo promoveu a 
proteção dos bens e dos cidadãos, por esta razão o mesmo é considerado um marco 
importante para a evolução dos estudos dos Direitos Humanos. Pontos principais do 
código de Hamurabi: lei de talião (olho por olho, dente por dente) - falso testemunho 
- roubo e receptação – estupro – família – escravos - ajuda de fugitivos.
Em 450 a.C. surge a Lei das XII Tábuas (Lex Duodecim Tabularum), documento 
que formava o cerne da constituição da República Romana e constituía a origem 
do direito romano. Lei das Doze Tábuas versava sobre organização e procedimento 
judicial, normas para os inadimplentes, poder pátrio, sucessão e tutela, propriedade, 
servidões, delitos, direito público e direito sagrado, além 
Trata-se de um marco para os direitos humanos, pois traz consigo a origem textos 
consagradores da liberdade, da propriedade e da proteção aos direitos do cidadão, 
num contexto político de queda da monarquia e o nascimento da república romana.
Para Castilho (2010), esses códigos continham algo que com um pouco de 
esforço podia ser conceituado como direitos humanos. No entanto, não previam - e 
é compreensível que o fizessem - qualquer direito do indivíduo perante o soberano. 
Dessa forma, sem previsão e lei, os direitos individuais dependiam exclusivamente 
de eventual magnanimidade do rei. 
5 - CÓDIGO DE HAMURABI. In: CARLETI, Amilcare. Brocardos Jurídicos, 1986, p. 142.
12
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
Ainda de acordo com o autor, a necessidade primordial da época de ordenação 
social era econômica, pois o mundo movia-se historicamente motivado pelo dinheiro 
das navegações às cruzadas.
IMPORTANTE: Obviamente muitos outros fatos históricos contribuíram para a 
evolução do e para aprofundamento do estudo sobre o tema, sugere-se a leitura do 
artigo A evolução dos Direitos Humanos, disponível em http://www.conteudojuridico.
com.br/artigo, a-evolucao-dos-direitos-humanos,42785.html#end, bem como no 
ambiente da webaula. 
Ressalta-se também a influência filosófico-religiosa das ideias difundidas por 
Zoroastro, Confúcio, Buda e até mesmo Jesus Cristo sobre a igualdade de todos 
os homens e a necessidade de tolerância, respeito e generosidade influenciando na 
evolução dos direitos humanos.
Outros documentos que afirmam os direitos individuais, como a Carta Magna 
(1215), a Petição de Direito (1628), a Constituição dos Estados Unidos (1787), a 
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração 
dos Direitos dos Estados Unidos (1791) são os precursores escritos para muitos dos 
documentos de direitos humanos atuais.
Carta Magna (1215)
Na idade média, destaca-se a Carta Magna de 1215 (ou Grande Carta) como fato 
importante na contextualização dos Direitos Humanos. Redigida no latim medieval e 
outorgada em 15 de junho de 1215.
Depois do Rei João da Inglaterra ter violado um número de leis antigas e costumes 
pelos quais Inglaterra tinha sido governada, os seus súbditos forçaram–no a assinar 
a Carta Magna, que enumera o que mais tarde veio a ser considerado como direitos 
humanos. Entre eles estava o direito da igreja de estar livre da interferência do 
governo, o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade, e 
serem protegidos de impostos excessivos. Isto estabeleceu o direito das viúvas que 
possuíam propriedade a decidir não voltar a casar–se, e estabeleceu os princípios 
de processos devidos e igualdade perante a lei. Isto também contém provisões que 
proíbem o suborno e a má conduta oficial.
Amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no 
desenvolvimento da democracia moderna, a Carta Magna foi um ponto de viragem 
crucial na luta para estabelecer a liberdade.
Petição de Direito (1628)
Quatro séculos depois, novamente em resposta a uma série de violações da lei 
cometidas pelo rei da Inglaterra, que desta vez era Carlos I, o Parlamento, em 1628, 
durante o período que antecedeu a guerra civil inglesa, elaborou a Petition of Right 
(Petição de Direitos), uma declaração de liberdades civis, que foi um marco registrado 
no desenvolvimento dos direitos humanos.
12
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
Ainda de acordo com o autor, a necessidade primordial da época de ordenação 
social era econômica, pois o mundo movia-se historicamente motivado pelo dinheiro 
das navegações às cruzadas.
IMPORTANTE: Obviamente muitos outros fatos históricos contribuíram para a 
evolução do e para aprofundamento do estudo sobre o tema, sugere-se a leitura do 
artigo A evolução dos Direitos Humanos, disponível em http://www.conteudojuridico.
com.br/artigo, a-evolucao-dos-direitos-humanos,42785.html#end, bem como no 
ambiente da webaula. 
Ressalta-se também a influência filosófico-religiosa das ideias difundidas por 
Zoroastro, Confúcio, Buda e até mesmo Jesus Cristo sobre a igualdade de todos 
os homens e a necessidade de tolerância, respeito e generosidade influenciando na 
evolução dos direitos humanos.
Outros documentos que afirmam os direitos individuais, como a Carta Magna 
(1215), a Petição de Direito (1628), a Constituição dos Estados Unidos (1787), a 
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração 
dos Direitos dos Estados Unidos (1791) são os precursores escritos para muitos dos 
documentos de direitos humanos atuais.
Carta Magna (1215)
Na idade média, destaca-se a Carta Magna de 1215 (ou Grande Carta) como fato 
importante na contextualização dos Direitos Humanos. Redigida no latim medieval e 
outorgada em 15 de junho de 1215.
Depois do Rei João da Inglaterra ter violado um número de leis antigas e costumes 
pelos quais Inglaterra tinha sido governada, os seus súbditos forçaram–no a assinar 
a Carta Magna, que enumera o que mais tarde veio a ser considerado como direitos 
humanos.Entre eles estava o direito da igreja de estar livre da interferência do 
governo, o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade, e 
serem protegidos de impostos excessivos. Isto estabeleceu o direito das viúvas que 
possuíam propriedade a decidir não voltar a casar–se, e estabeleceu os princípios 
de processos devidos e igualdade perante a lei. Isto também contém provisões que 
proíbem o suborno e a má conduta oficial.
Amplamente visto como um dos documentos legais mais importantes no 
desenvolvimento da democracia moderna, a Carta Magna foi um ponto de viragem 
crucial na luta para estabelecer a liberdade.
Petição de Direito (1628)
Quatro séculos depois, novamente em resposta a uma série de violações da lei 
cometidas pelo rei da Inglaterra, que desta vez era Carlos I, o Parlamento, em 1628, 
durante o período que antecedeu a guerra civil inglesa, elaborou a Petition of Right 
(Petição de Direitos), uma declaração de liberdades civis, que foi um marco registrado 
no desenvolvimento dos direitos humanos.
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
A Petição de Direito, iniciada por Sir Edward Coke, baseou–se em estatutos e 
cartas anteriores e afirmou quatro princípios:
(1) nenhum tributo poderia ser cobrado sem o consentimento do Parlamento;
(2) nenhuma pessoa poderia ser presa sem justa causa apresentada;
(3) nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos;
(4) a lei marcial (restritiva de direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz.
Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776)
Em 1776, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados 
Unidos da América, documento no qual, as Treze Colônias na América do Norte 
declararam sua independência da Grã-Bretanha bem como justificativas para o ato. 
Filosoficamente, a Declaração acentuou dois temas: os direitos individuais e o 
direito de revolução. Estas ideias tornaram–se largamente apoiadas pelos americanos 
e também se difundiram internacionalmente, influenciando em particular a Revolução 
Francesa.
A Constituição dos Estados Unidos da América (1787) e a 
Declaração dos Direitos (1791)
Em 1787, foi discutida e aprovada a primeira e única Constituição dos Estados 
Unidos, que prevê um sistema de alterações por meio de Emendas (ao longo dos anos 
foram aprovadas apenas 27 emendas). Foram necessários seis anos de discussão 
após a independência dos Estados Unidos, que eram colônia inglesa até 1776.
As dez primeiras emendas da Constituição, a Declaração dos Direitos, entraram 
em vigor no dia 15 de dezembro de 1791 (conhecidas como Bill of Rights - Lista de 
Direitos), limitando os poderes do governo federal dos Estados Unidos e para proteger 
os direitos de todos os cidadãos, residentes e visitantes no território americano. 
Dentre diversos aspectos importantes, destaca-se a limitação do poder estatal e o 
estabelecimento de vários direitos fundamentais.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)
Indiscutivelmente, foi na França, em 26/08/1789, que se deu a consagração 
do reconhecimento aos direitos fundamentais com a Declaração dos Direitos 
Fundamentais do Homem e do Cidadão, dando caráter constitucional e influenciou 
as constituições seguintes, que passaram a trazer sua declaração de forma expressa.
É um documento composto por um preâmbulo e 17 artigos que definem os direitos 
naturais e imprescritíveis, como a liberdade, propriedade, segurança e resistência à 
opressão. A declaração reconhece a igualdade perante a lei e a justiça e reforça e, 
ainda, reforça o princípio da independência entre os poderes executivo, legislativo 
e judiciário.
14
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
Esse elenco de direitos coincidia com as aspirações de 
amplas massas populares em sua luta contra os privilégios 
da aristocracia. No entanto, em última instância, eram 
direitos que primeiramente satisfaziam às necessidades da 
burguesia, dentro do processo de constituição do mercado 
livre (direitos da liberdade: livre iniciativa econômica; livre 
manifestação da vontade; livre-cambismo; liberdade de 
pensamento e expressão; liberdade de ir e vir; liberdade 
política e mão-de-obra livre), e consequentemente criavam 
as condições de consolidação do modo de produção 
capitalista. (DORNELLES, João Ricardo W. O que são 
direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1193. P.21)
O texto da declaração proclama os princípios da liberdade, da igualdade, da 
propriedade, da legalidade e as garantias individuais liberais. 
A Primeira Convenção de Genebra (1864)
O documento original da primeira Convenção de Genebra, em 1864, estipulava 
o cuidado de soldados feridos. Em 1864, dezesseis países europeus e vários estados 
americanos assistiram a uma conferência em Genebra, a convite do Conselho Suíço 
Federal, com a iniciativa do Comité de Genebra. A conferência diplomática foi 
celebrada com o objetivo de adotar uma convenção para o tratamento de soldados 
feridos em combate.
Os princípios fundamentais foram estabelecidos na Convenção e foram mantidos 
pelas Convenções posteriores de Genebra especificando a obrigação de ampliar o 
cuidado, sem discriminação, ao pessoal militar ferido ou doente, mantendo o respeito 
para com eles e com a marca de transportes de pessoal médico e equipa distinguidos 
pela cruz vermelha sobre um fundo branco.
As Nações Unidas (1945)
Em 1945, cinquenta nações reuniram–se em San Francisco e formaram a 
Organização das Nações Unidas para proteger e promover a paz.
A Segunda Guerra Mundial tinha alastrado de 1939 até 1945, e à medida que 
o final se aproximava, cidades por toda a Europa e Ásia estendiam–se em ruínas 
e chamas. Milhões de pessoas estavam mortas, milhões mais estavam sem lar ou 
a passar fome. As forças russas estavam a cercar o remanescente da resistência 
alemã na bombardeada capital alemã de Berlim. No Oceano Pacífico, os fuzileiros 
estado–unidenses ainda combatiam firmemente as forças japonesas entrincheiradas 
em ilhas tais como Okinawa.
Em abril de 1945, delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco 
cheios de optimismo e esperança. O objetivo da Conferência das Nações Unidas na 
Organização Internacional era formar um corpo internacional para promover a paz e 
prevenir futuras guerras. Os ideais da organização foram declarados no preâmbulo 
da sua carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados 
14
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
Esse elenco de direitos coincidia com as aspirações de 
amplas massas populares em sua luta contra os privilégios 
da aristocracia. No entanto, em última instância, eram 
direitos que primeiramente satisfaziam às necessidades da 
burguesia, dentro do processo de constituição do mercado 
livre (direitos da liberdade: livre iniciativa econômica; livre 
manifestação da vontade; livre-cambismo; liberdade de 
pensamento e expressão; liberdade de ir e vir; liberdade 
política e mão-de-obra livre), e consequentemente criavam 
as condições de consolidação do modo de produção 
capitalista. (DORNELLES, João Ricardo W. O que são 
direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1193. P.21)
O texto da declaração proclama os princípios da liberdade, da igualdade, da 
propriedade, da legalidade e as garantias individuais liberais. 
A Primeira Convenção de Genebra (1864)
O documento original da primeira Convenção de Genebra, em 1864, estipulava 
o cuidado de soldados feridos. Em 1864, dezesseis países europeus e vários estados 
americanos assistiram a uma conferência em Genebra, a convite do Conselho Suíço 
Federal, com a iniciativa do Comité de Genebra. A conferência diplomática foi 
celebrada com o objetivo de adotar uma convenção para o tratamento de soldados 
feridos em combate.
Os princípios fundamentais foram estabelecidos na Convenção e foram mantidos 
pelas Convenções posteriores de Genebra especificandoa obrigação de ampliar o 
cuidado, sem discriminação, ao pessoal militar ferido ou doente, mantendo o respeito 
para com eles e com a marca de transportes de pessoal médico e equipa distinguidos 
pela cruz vermelha sobre um fundo branco.
As Nações Unidas (1945)
Em 1945, cinquenta nações reuniram–se em San Francisco e formaram a 
Organização das Nações Unidas para proteger e promover a paz.
A Segunda Guerra Mundial tinha alastrado de 1939 até 1945, e à medida que 
o final se aproximava, cidades por toda a Europa e Ásia estendiam–se em ruínas 
e chamas. Milhões de pessoas estavam mortas, milhões mais estavam sem lar ou 
a passar fome. As forças russas estavam a cercar o remanescente da resistência 
alemã na bombardeada capital alemã de Berlim. No Oceano Pacífico, os fuzileiros 
estado–unidenses ainda combatiam firmemente as forças japonesas entrincheiradas 
em ilhas tais como Okinawa.
Em abril de 1945, delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco 
cheios de optimismo e esperança. O objetivo da Conferência das Nações Unidas na 
Organização Internacional era formar um corpo internacional para promover a paz e 
prevenir futuras guerras. Os ideais da organização foram declarados no preâmbulo 
da sua carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados 
15
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida 
trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”.
A Carta da nova organização das Nações Unidas entrou em efeito no dia 24 de 
outubro de 1945, uma data que é comemorada todos os anos como o Dia das Nações 
Unidas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
Somente em 24 de outubro de 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, as 
Nações Unidas agiram para garantir os direitos das gerações futuras para evitar novas 
experiências como as ocorridas no conflito. Representantes das Nações Unidas da 
maioria dos países adotaram formalmente a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem em 10 de dezembro de 1948.
O primeiro esboço do documento foi apresentado na Assembleia Geral da ONU 
em 1946 e repassado à Comissão de Direitos Humanos para ter caráter universal. 
Representantes de oito países ficaram responsáveis pela elaboração do termo em 
um comitê coordenado por Eleanor Roosevelt, viúva do presidente americano Franklin 
Roosevelt, em 1947. A assinatura do texto final contou com representantes de 50 
países.
As bases do documento estão na defesa contra a opressão e a discriminação. 
Pela declaração, todos são iguais e têm direito à dignidade e liberdade fundamentais 
sem a existência de discriminação por raça, cor, gênero, nacionalidade, religião ou 
política. O documento garante o direito à vida e à liberdade de expressão, além da 
educação, desenvolvimento e trabalho.
A partir do Século XIX, uma série de constituições efetiva os direitos fundamentais 
em seus textos. Dentre elas: 
•	Constituição Espanhola (1812),
•	Constituição Portuguesa (1822),
•	Constituição Belga (1831).
•	Constituição Brasileira (1824)
•	Constituição Mexicana (1917), 
•	Constituição de Weimar (Alemanha - 1919)
No Brasil, desde a Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I, já eram 
previstos diversos direitos fundamentais do homem. A evolução da previsão de direitos 
humanos fundamentais nas constituições brasileiras deverá ser objeto de um curso 
específico, mas podemos adiantar que essa característica se repetiu em todas as 
nossas constituições, que a partir de então sempre traziam sempre em seu bojo uma 
extensa enumeração desses direitos.
Os direitos humanos no Brasil são garantidos na Constituição de 1988. Nessa 
constituição, consagra no artigo primeiro o princípio da cidadania, dignidade da pessoa 
humana e os valores sociais do trabalho. Ao longo da constituição, encontra-se no 
artigo 5º o direito a vida, a privacidade, a igualdade, a liberdade, além de outros, 
conhecidos como direitos fundamentais, que podem ser divididos entre direitos 
16
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
individuais, coletivos, difusos e de grupos. Os direitos individuais têm como sujeito 
ativo o indivíduo humano, os direitos coletivos envolvem a coletividade como um todo, 
direitos difusos, aqueles que não conseguimos quantificar e identificar os beneficiários 
e os direitos de grupos são, conforme o Código de Defesa do Consumidor, são direitos 
individuais “homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”.
A Carta Internacional dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado 
em comum por nações no mundo inteiro, mas não possui nenhuma força de lei. 
Assim, desde 1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos das 
Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado 
na Declaração, para estabelecer os mecanismos necessários para fazer cumprir a 
sua implementação e uso.
A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos 
Económicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 1976. 
Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos 
constituem o que é conhecido como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”.
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o 
direito à vida, à liberdade de expressão, à religião e votação. O Pacto Internacional 
dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a educação, a 
saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas 
e proíbem discriminação.
O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu 
uma Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Composta por 
dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar que 
cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpre os seus 
termos. A Comissão examina relatórios enviados pelos países de cinco em cinco 
anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite conclusões sobre 
o funcionamento de um país.
Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
também concordaram que a Comissão para os Direitos Humanos pode investigar 
alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo estado. 
Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos 
tribunais desse país. Depois de investigação, a Comissão publica os resultados. Estas 
conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as alegações, o Estado deve 
tomar medidas para remediar o abuso.
Documentos de Direitos Humanos Subsequentes
Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as 
Nações Unidas adotaram mais de vinte tratados principais elaborando ainda mais os 
direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir abusos específicos 
tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais 
como refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres 
16
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
individuais, coletivos, difusos e de grupos. Os direitos individuais têm como sujeito 
ativo o indivíduo humano, os direitos coletivos envolvem a coletividade como um todo, 
direitos difusos, aqueles que não conseguimos quantificar e identificar os beneficiários 
e os direitos de grupos são, conforme o Código de Defesa do Consumidor, são direitos 
individuais “homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”.
A Carta Internacional dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado 
em comum por nações no mundo inteiro, mas não possui nenhuma força de lei. 
Assim, desde1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos das 
Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado 
na Declaração, para estabelecer os mecanismos necessários para fazer cumprir a 
sua implementação e uso.
A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos 
Económicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 1976. 
Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos 
constituem o que é conhecido como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”.
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o 
direito à vida, à liberdade de expressão, à religião e votação. O Pacto Internacional 
dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a educação, a 
saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas 
e proíbem discriminação.
O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu 
uma Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Composta por 
dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar que 
cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpre os seus 
termos. A Comissão examina relatórios enviados pelos países de cinco em cinco 
anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite conclusões sobre 
o funcionamento de um país.
Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
também concordaram que a Comissão para os Direitos Humanos pode investigar 
alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo estado. 
Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos 
tribunais desse país. Depois de investigação, a Comissão publica os resultados. Estas 
conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as alegações, o Estado deve 
tomar medidas para remediar o abuso.
Documentos de Direitos Humanos Subsequentes
Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as 
Nações Unidas adotaram mais de vinte tratados principais elaborando ainda mais os 
direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir abusos específicos 
tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais 
como refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres 17
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
(Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as 
Mulheres, 1979), e crianças (Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989). Outros 
tratados cobrem a discriminação racial, a prevenção de genocídio, os direitos políticos 
de mulheres, proibição de escravidão e tortura.
Cada um destes tratados estabeleceu uma comissão de peritos para regular a 
implementação das disposições do tratado pelos seus estados constituintes.
Convenção Europeia dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos do Homem serviu como inspiração para a 
Convenção Europeia dos Direitos Humanos, um dos mais significativos acordos na 
Comunidade Europeia. A Convenção foi adotada em 1953 pelo Conselho da Europa, 
uma organização intergovernamental estabelecida em 1949 e composta de quarenta e 
sete Estados Membros da Comunidade Europeia. Este corpo foi formado para reforçar 
os direitos humanos e promover a democracia e o estado de direito.
A Convenção é feita cumprir através do Tribunal Europeu de Direitos Humanos 
em Estrasburgo, França. Qualquer pessoa que afirme ser vítima de uma violação 
em qualquer um dos países da Comunidade Europeia que assinaram e ratificaram a 
Convenção poderá procurar ajuda no Tribunal Europeu. A pessoa deve primeiro ter 
esgotado todos os recursos no tribunal do seu país natal e ter apresentado um pedido 
no Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo.
Instrumentos de Direitos Humanos para as Américas, África 
e Ásia
Na América do Norte e do Sul, África e Ásia, documentos regionais para a proteção 
e promoção de direitos humanos estendem a Carta Internacional de Direitos Humanos.
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos pertence aos estados 
interamericanos, as Américas, e entrou em vigor em 1978.
Os Estados Africanos criaram a sua própria Carta dos Direitos Humanos e dos 
Povos (1981) e os Estados Muçulmanos criaram a Declaração dos Direitos Humanos 
do Cairo no Islão (1990).
A Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986) foi criada pela Comissão Asiática 
dos Direitos Humanos, fundada nesse ano por um grupo de juristas e ativistas de 
direitos humanos em Hong Kong. A Carta é descrita como “uma carta do povo”, 
porque nenhuma carta governamental foi emitida até ao momento.
Atividade do Fórum:
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=uCnIKEOtbfc e assista ao vídeo 
A História dos Direitos Humanos. Em seguida, participe do fórum emitindo suas 
considerações a cerca da importância dos Direitos Humanos na sociedade.
18
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
 Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania
Todos os cidadãos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir 
em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos 
fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais 
porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se 
desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem 
ter asseguradas, desde o nascimento, as condições mínimas necessárias para se 
tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os 
benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e 
de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade 
natural de cada pessoa e os meios de que a pessoa pode valer-se como resultado 
da organização social.
É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos.
Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer 
que tais direitos correspondem a necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se 
daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que devem ser 
atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada 
a todas as pessoas. Assim, por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, 
porque sem ela a pessoa não existe. Então, a preservação da vida é uma necessidade 
de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres 
humanos, vamos percebendo a existência de outras necessidades que são também 
fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas outras 
coisas.
De acordo com Campello e Silveira (2011), em seu artigo intitulado de Cidadania 
e direitos humanos6 nem sempre os conceitos de direitos humanos e cidadania 
caminharam juntos. Somente no final da Idade Média, com a superação do absolutismo 
e advento do Estado de Direito, a partir de lutas estabelecidas para esse fim, o conceito 
de cidadania está atrelado ao desenvolvimento dos direitos humanos.
Uma leitura atenta da história ou da trajetória dos direitos humanos leva a refletir 
conjuntamente sobre os conceitos de dignidade e de cidadania, na medida em que 
emergem da necessidade de proteger a pessoa humana em suas diversas dimensões. 
Thomas Hobbes enriqueceu o conceito de cidadania, individualizando-a e 
relacionando-a ao momento em que o sujeito, no seu estado de natureza e buscando 
a paz diante da “guerra perpétua”, voluntariamente se submete ao soberano. Para 
Hobbes, neste estado de submissão, o indivíduo se reconhece como cidadão, limitando 
sua vontade e recebendo em troca a proteção doEstado.
Foi a partir do Estado moderno a cidadania adquiriu viés político, identificada 
num contexto de participação do indivíduo na formação da vontade da sociedade e do 
seu governo; os direitos humanos, por sua vez, tiveram sua origem e fundamento no 
 6 - Disponível em http://faa.edu.br/revistas/docs/RID/2011/RID_2011_06.pdf, acessado em 21 de janeiro de 2016.
18
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
 Tema 2 – Direitos Humanos e Cidadania
Todos os cidadãos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir 
em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
A expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os direitos 
fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais 
porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se 
desenvolver e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem 
ter asseguradas, desde o nascimento, as condições mínimas necessárias para se 
tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os 
benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e 
de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade 
natural de cada pessoa e os meios de que a pessoa pode valer-se como resultado 
da organização social.
É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos.
Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer 
que tais direitos correspondem a necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se 
daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que devem ser 
atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada 
a todas as pessoas. Assim, por exemplo, a vida é um direito humano fundamental, 
porque sem ela a pessoa não existe. Então, a preservação da vida é uma necessidade 
de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres 
humanos, vamos percebendo a existência de outras necessidades que são também 
fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas outras 
coisas.
De acordo com Campello e Silveira (2011), em seu artigo intitulado de Cidadania 
e direitos humanos6 nem sempre os conceitos de direitos humanos e cidadania 
caminharam juntos. Somente no final da Idade Média, com a superação do absolutismo 
e advento do Estado de Direito, a partir de lutas estabelecidas para esse fim, o conceito 
de cidadania está atrelado ao desenvolvimento dos direitos humanos.
Uma leitura atenta da história ou da trajetória dos direitos humanos leva a refletir 
conjuntamente sobre os conceitos de dignidade e de cidadania, na medida em que 
emergem da necessidade de proteger a pessoa humana em suas diversas dimensões. 
Thomas Hobbes enriqueceu o conceito de cidadania, individualizando-a e 
relacionando-a ao momento em que o sujeito, no seu estado de natureza e buscando 
a paz diante da “guerra perpétua”, voluntariamente se submete ao soberano. Para 
Hobbes, neste estado de submissão, o indivíduo se reconhece como cidadão, limitando 
sua vontade e recebendo em troca a proteção do Estado.
Foi a partir do Estado moderno a cidadania adquiriu viés político, identificada 
num contexto de participação do indivíduo na formação da vontade da sociedade e do 
seu governo; os direitos humanos, por sua vez, tiveram sua origem e fundamento no 
 6 - Disponível em http://faa.edu.br/revistas/docs/RID/2011/RID_2011_06.pdf, acessado em 21 de janeiro de 2016.
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
pensamento jusnaturalista7, com ênfase na dignidade humana, a qual ensejou um rol 
de direitos imanentes ao ser humano e que devem ser preservados contra violações 
de toda ordem pelo simples fato de o indivíduo existir como pessoa humana. Tais 
conceitos apareceram com conotações próprias, cabendo enfatizar que originalmente 
os direitos humanos inerentes ao ser humano independeriam da vontade política da 
sociedade.
A partir de uma série de mudanças históricas e culturais, estes conceitos, a 
princípio independentes, passaram a ser analisados em conjunto, convergindo para 
um único tronco de ideias pautadas pela premissa de que as pessoas deveriam possuir 
direitos essenciais para uma existência digna, e também de que seria importante 
ampliar cada vez mais tais direitos. Foi assim, com base na dignidade humana, que se 
aproximaram o discurso do direito internacional dos direitos humanos e o da cidadania.
Benevides (2009) explica que a cidadania e os direitos da cidadania dizem respeito 
a determinada ordem jurídico-política vigente em um Estado ou país, que também 
define e garante quem é cidadão. Assim, não se configuram como direitos universais, 
já que estão inseridos na Constituição de cada nação. Por isso, é possível identificar o 
cidadão brasileiro, o cidadão argentino e definir os direitos e deveres desses cidadãos, 
variáveis de acordo com as determinações de cada país.
Portanto, a ideia de cidadania é eminentemente política e não se liga a valores 
universais, mas a decisões políticas. Nesse aspecto pontual, é que se situam as 
divergências entre direitos da cidadania e direitos humanos. Em muitos casos, há 
convergência entre esses direitos, pois são semelhantes, mas os direitos humanos 
são mais amplos e abrangentes. O direito de cidadania não poderá violá-los.
O conceito de cidadania compreende os direitos civis, políticos, sociais, 
econômicos e difusos, que incorporam, expressam e se vinculam aos valores de 
liberdade, justiça, igualdade e solidariedade. Este posicionamento está em consonância 
com o pensamento de Hannah Arendt8, que vê a cidadania enquanto consciência do 
indivíduo sobre o direito de ter direitos.
“A cidadania é um direito a ter direitos, pois a igualdade 
em dignidade e direitos humanos não é um dado. É um 
construído na convivência coletiva, que requer o acesso ao 
espaço público. É este acesso que permite a construção de 
um mundo comum através do processo de asserção dos 
direitos humanos.” 
Em complemento, pode-se inferir que a cidadania passou a constituir-se em todos 
aqueles direitos conferidos ao cidadão não apenas pelo fato de a dignidade exigir a 
efetivação desses direitos, mas também pelo fato de que é ela própria condição para 
o exercício da cidadania.
Paulo Ferreira da Cunha9 destaca que a cidadania possui novos desafios e que 
estes já não podem ser superados com o “direito de olhos fechados”. É preciso uma 
abordagem a mais abrangente possível, capaz de compreender um “direito de olhos 
bem abertos às realidades e aos problemas sociais”. Por isso, continuamos enfatizando 
7 - Direito natural (Latim ius naturali) ou jusnaturalismo é uma teoria que procura fundamentar a partir da razão prática uma crítica a fim de distinguir 
o que não é razoável na prática do que é razoável e, por conseguinte, o que é realmente importante considerar na prática em oposição ao que não o é.
8 - ARENDT, Hannah. The origins of totalitarianism. Nova York: Harcourt Brace Jovanovitch, 1993. pp. 299-302. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos 
humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, pp. 146-166.
9 - CUNHA, Paulo Ferreira. Constituição viva: cidadania e direitos humanos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 61
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
que, em suas respectivas dimensões, os direitos humanos conformam um pacote de 
direitos essenciais dentro da sociedade – isto é, criam oportunidades claras para o 
desenvolvimento da cidadania, além de contribuir para sua efetividade.
Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, tendo como contrapartida 
a realização dos deveres. Isso implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticose socioeconômicos, bem como na participação e contribuição para o bem-estar da 
sociedade. A cidadania deve ser entendida como processo contínuo, uma construção 
coletiva, significando a concretização dos direitos humanos.
Cidadão é todo aquele que participa, colabora e argumenta sobre as bases do 
direito, ou seja, é um agente atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão 
implica em não se deixar oprimir nem subjugar, mas enfrentar o desafio para defender 
e exercer seus direitos.
Atividade do Fórum: 
Sobre a relação existente entre Direitos Humanos e Cidadania, exponha no Fórum 
as suas percepções a respeito do assunto. Os Direitos Humanos garantem o exercício 
da Cidadania, ou a Cidadania garantem o cumprimento dos Direitos Humanos?
Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: 
introdução a sua relação
Qual a relação entre Diretos Humanos e Meio Ambiente? Seria um ambiente 
equilibrado é direito fundamental humano?
Entende-se por meio ambiente como o conjunto de todo o patrimônio natural ou 
físico (água, ar, solo, energia, fauna, flora), artificial (edificações, equipamentos e 
alterações produzidas pelo homem) e cultural (costumes, leis, religião, criação artística, 
linguagem, conhecimentos) que possibilite o desenvolvimento equilibrado da vida em 
todas as suas formas. Afinal, “o ser humano precisa da natureza para o seu sustento 
e ao mesmo tempo a natureza, marcada pela cultura, precisa do ser humano para ser 
preservada e para poder manter ou recuperar seu equilíbrio”.10 
Já discutimos anteriormente que os direitos humanos são categorizados como 
direitos fundamentais e que “os direitos fundamentais são assim denominados por 
serem conferidos pela Constituição e por terem função fundamentadora e legitimadora 
do sistema jurídico-político do chamado Estado de Direito”.11
A ligação entre Direitos Humanos e Meio Ambiente pode ser verificada a partir 
da classificação que alguns autores atribuem aos direitos humanos.
Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 classifica os direitos humanos em direitos de 
primeira, segunda e terceira geração, compreendendo que tais direitos correspondem, 
respectivamente, aos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade, completando 
assim o lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
10 - BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. Desafios à sociedade e ao Cristianismo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 73“
11 - ROCHA, José de Albuquerque. Estudos sobre o Poder Judiciário. Ed. Malheiros, 1995.
12 - FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Direitos Humanos Fundamentais. Ed. Saraiva. p. 57.
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
que, em suas respectivas dimensões, os direitos humanos conformam um pacote de 
direitos essenciais dentro da sociedade – isto é, criam oportunidades claras para o 
desenvolvimento da cidadania, além de contribuir para sua efetividade.
Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, tendo como contrapartida 
a realização dos deveres. Isso implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticos 
e socioeconômicos, bem como na participação e contribuição para o bem-estar da 
sociedade. A cidadania deve ser entendida como processo contínuo, uma construção 
coletiva, significando a concretização dos direitos humanos.
Cidadão é todo aquele que participa, colabora e argumenta sobre as bases do 
direito, ou seja, é um agente atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão 
implica em não se deixar oprimir nem subjugar, mas enfrentar o desafio para defender 
e exercer seus direitos.
Atividade do Fórum: 
Sobre a relação existente entre Direitos Humanos e Cidadania, exponha no Fórum 
as suas percepções a respeito do assunto. Os Direitos Humanos garantem o exercício 
da Cidadania, ou a Cidadania garantem o cumprimento dos Direitos Humanos?
Tema 3 - Direitos Humanos e Meio Ambiente: 
introdução a sua relação
Qual a relação entre Diretos Humanos e Meio Ambiente? Seria um ambiente 
equilibrado é direito fundamental humano?
Entende-se por meio ambiente como o conjunto de todo o patrimônio natural ou 
físico (água, ar, solo, energia, fauna, flora), artificial (edificações, equipamentos e 
alterações produzidas pelo homem) e cultural (costumes, leis, religião, criação artística, 
linguagem, conhecimentos) que possibilite o desenvolvimento equilibrado da vida em 
todas as suas formas. Afinal, “o ser humano precisa da natureza para o seu sustento 
e ao mesmo tempo a natureza, marcada pela cultura, precisa do ser humano para ser 
preservada e para poder manter ou recuperar seu equilíbrio”.10 
Já discutimos anteriormente que os direitos humanos são categorizados como 
direitos fundamentais e que “os direitos fundamentais são assim denominados por 
serem conferidos pela Constituição e por terem função fundamentadora e legitimadora 
do sistema jurídico-político do chamado Estado de Direito”.11
A ligação entre Direitos Humanos e Meio Ambiente pode ser verificada a partir 
da classificação que alguns autores atribuem aos direitos humanos.
Manoel Gonçalves Ferreira Filho12 classifica os direitos humanos em direitos de 
primeira, segunda e terceira geração, compreendendo que tais direitos correspondem, 
respectivamente, aos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade, completando 
assim o lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
10 - BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. Desafios à sociedade e ao Cristianismo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1998, p. 73“
11 - ROCHA, José de Albuquerque. Estudos sobre o Poder Judiciário. Ed. Malheiros, 1995.
12 - FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Direitos Humanos Fundamentais. Ed. Saraiva. p. 57.
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
A terceira geração de direitos humanos para o mencionado autor, qual seja, a 
fraternidade, está ligada especialmente à qualidade de vida e à solidariedade entre 
os seres humanos. O surgimento do direito ao meio ambiente e dos demais direitos 
fundamentais da terceira geração é, assim, explicado por, Bobbio (1992, p. 6)13 assinala 
que “ao lado dos direitos, que foram chamados de direitos da segunda geração, 
emergiram hoje os chamados direitos da terceira geração [...] O mais importante 
deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de viver num ambiente 
não poluído”.
O direito ao meio ambiente é um exemplo de “direito fundamental como um 
todo”, à medida que representa um leque paradigmático das situações suscetíveis 
de considerações, no âmbito de normas tuteladoras de direitos fundamentais. Nessa 
esteira, o direito ao meio ambiente, como direito fundamental da terceira geração, 
pode referir-se ao direito de o Estado: 
a) omitir-se de intervir no meio ambiente (direito de defesa);
b) de proteger o cidadão contra terceiros que causem danos ao meio ambiente 
(direito de proteção); 
c) de permitir a participação do cidadão nos procedimentos relativos à tomada 
de decisões sobre o meio ambiente (direito ao procedimento); e finalmente, 
de realizar medidas fáticas, tendentes a melhorar o meio ambiente (direito 
de prestações de fato).
O reconhecimento definitivo do direito ao meio ambiente, como direito fundamental 
da terceira geração, já foi feito pelos ordenamentos jurídicos de vários Estados. Nesse 
sentido, importa observar que, no sistema constitucional brasileiro, o art. 225, caput, 
da Constituição Federal, impõe o entendimento de que o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é um dos direitos fundamentais. Daí por que o meio 
ambiente é considerado bem de uso comum do povo, e essencial à sadia qualidade 
de vida.
Portanto, hoje em dia podemos incluir o meio ambiente saudável e equilibrado 
como um dos direitos fundamentais humanos, mas infelizmente temos visto ainda 
grandes violações dos Direitos Humanos no Brasil, incluindo aí a degradação do meio 
ambiente. Isto tem repercutido negativamente no cenário mundial, mostrando que 
aindatemos grande e difícil caminho a percorrer.
Dessa forma logo se vislumbra a conexão entre Direitos Humanos e Meio 
Ambiente, posto que este último sendo previsto expressamente no texto constitucional 
constitui-se como direito fundamental e inerente a toda uma coletividade.
Entender o meio ambiente como direito humano fundamental significa que sua 
realização é condição necessária para a garantia de uma vida digna e sadia a qualquer 
ser humano. A própria sobrevivência do planeta, garantia de um mundo para as 
presentes e futuras gerações, depende da preservação do meio ambiente. Só se 
pode falar na realização de outros direitos, a partir da garantia do maior deles, que é 
o direito à vida e ao mundo que habitamos de um modo saudável.
Nas palavras de Édis Milaré14, “o reconhecimento do direito a um meio ambiente 
sadio configura-se, na verdade, como extensão do direito à vida, quer sob o enfoque 
13 - BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
14 - Milaré, Edis. Direito do Ambiente. Revista dos Tribunais. 2004
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DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade I
Os Princípios Norteadores dos Direitos Humanos
da própria existência física e saúde dos seres humanos, quer quanto ao aspecto da 
dignidade desta existência – a qualidade de vida – que faz com que valha a pena viver.”
Atividade do Fórum: 
Como os Direitos Humanos e o exercício da Cidadania podem contribuir para o 
desenvolvimento de ações que auxiliem na preservação do Meio ambiente? Vá até o 
Fórum e compartilhe suas reflexões sobre o assunto.
36
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Unidade III
Sustentabilidade
Tema 3 – A Sustentabilidade e os Direitos Hu-
manos
Existe uma estreita relação de interdependência entre direitos humanos, meio 
ambiente e sustentabilidade. O que a urbanização, combinada (ou não) com processos 
produtivos, vem fazendo com o meio ambiente atingiu uma escala irreversível nos 
últimos tempos. 
As práticas depredadoras do meio ambiente estariam, assim, ferindo direitos 
fundamentais, inclusive, o próprio direito à vida. Os direitos humanos, o meio ambiente 
e a sustentabilidade não podem ser considerados temas conflitantes.
É importante que a integração entre as ações socioambientais sejam vistas pelas 
diversas áreas do saber como um pré-requisito importante na implementação da 
Sustentabilidade, sendo esta vista como um forma de assegurar os Direitos Humanos 
através do exercício da Cidadania,
Pensando nessa direção, entende-se que é desconexo reivindicarmos direitos 
fundamentais cometendo abusos na exploração aos recursos naturais e meio ambiente, 
uma vez que esse é considerado um direito fundamental. 
A cada dia aumenta a exploração e degradação ambiental, e infelizmente, ainda 
nos dias de hoje a preservação da natureza e o consumo consciente dos recursos 
naturais não renováveis, só ganha destaque efetivo em virtude da potencialidade do 
dano, ou quando envolve um interesse econômico ou político. 
Destaca-se também que as condutas individuais de muitas pessoas são, ao mesmo 
tempo, censuráveis. O que deve pensar um indivíduo, ao descartar conscientemente 
na natureza, de forma imprópria e criminosa, resíduos provenientes de suas atividades, 
por mais básicas que sejam? Tal conduta estaria, assim, desrespeitando o direito dos 
outros componentes da sociedade a um meio ambiente saudável. A liberdade em 
poder poluir conforme a sua vontade jamais poderá ser inserida no rol dos direitos.
As inter-relações existentes entre direitos fundamentais, meio ambiente e 
sustentabilidade só serão bem-entendidas com uma melhor comunicabilidade entre 
os povos, uma vez que os três núcleos da análise são temas universais.
Não é coerente falar-se em direitos fundamentais sem levar em conta o 
comportamento do homem com relação ao seu meio. A Constituição resguarda o 
“direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado”, legitima a positivação de 
um dos mais nobres direitos do homem. Sem ele, os outros direitos correm o risco de 
ficar sem sentido. É nesse ponto que se completa o tripé: quem usa o meio ambiente 
respeitando os direitos fundamentais tem mais chance de atingir a sustentabilidade.
O homem fará valer sua característica de distinção das outras espécies, quando 
voltar seus esforços e inteligência para pensar de forma efetivas nas soluções 
interdisciplinares contra as desumanidades.
37
DIREITOS HUMANOS E SUSTENTABILIDADE
Referências
REFERÊNCIAS
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janeiro de 2016
http://www.todamateria.com.br/direitos-humanos/ acesso: 15 de janeiro de 2016
http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=1224&id_
titulo=14930&pagina=3	acesso:	15	de	janeiro	de	2016
http://visaohumanistica.blogspot.com.br/2011/03/conceitos-basicos.html 
acesso: 21 de janeiro de 2016
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=7897,	acesso:	20	de	janeiro	de	2016
NOTA: Caro aluno, esta bibliografia contempla os assuntos relacionados neste 
material de forma mais detalhada e com uma quantidade de exemplos muito boa. 
Sua leitura proporcionará um esclarecimento mais aprimorado e uma ótima fonte de 
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