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Artigo 122 - Indução, Instigação ou Auxílio ao Suicídio

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13/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/16
ART. 122. - INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
 
a) Conceito:
 Suicídio: "é a deliberada destruição da própria vida" Euclides Custódio da Silveira.
 Obs.: por razões que se prendem à impossibilidade de punição do suicídio e à política
criminal (impossibilidade da dissuasão) não se incrimina a prática do suicídio. Mas é ilícito,
pois atinge um bem indisponível.
 Então a lei pune quem age induzindo, instigando ou auxiliando outrem a suicidar-se.
 
b) Objeto jurídico: a vida humana (art. 5o., caput, da CF).
 
c) Sujeitos:
 1) ativo: qualquer pessoa (crime comum);
 2) passivo: qualquer pessoa, não obstante dever se tratar de pessoa determinada,
não perfazendo o delito o induzimento genérico. A pessoa deverá ter discernimento, senão o
crime poderá ser homicídio - o sujeito passivo deve agir voluntaria e conscientemente.
 
d) Tipo objetivo:
 Conduta típica: Induzir ou instigar (concurso moral) alguém ao suicídio ou prestar-lhe
auxílio (concurso físico).
 Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem
a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que
induz.
 Instigar: é estimular, incitar, acoroçoar alguém ao suicídio. A idéia suicida preexiste.
Ex. A está doente e indeciso entre a luta contra a doença e a morte. B o instiga a se matar.
 Prestar auxílio: o agente colabora fornecendo os meios necessários para que a vítima
alcance o propósito de matar-se. Ex. empréstimo de arma, de veneno, de corda, etc. Ou
Conselhos de como se matar. Ex. dose de veneno.
 Omissão: é discutida a possibilidade da prática deste crime por omissão.
 Parte da doutrina entende possível, por aquele que conscientemente omite ação a
que estava obrigado em razão da posição de garante (art. 13, § 2º., CP).
 
13/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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e) Tipo subjetivo: dolo - consciência e vontade de induzir, instigar ou auxiliar outrem ao
suicídio, podendo fazer de forma espontânea ou a pedido da vítima. Pode ser direto, querer,
ou eventual, assumir conscientemente o risco do evento danoso.
 Para alguns há o dolo específico - elemento subjetivo do tipo ou do injusto = desejo de
que a vítima morra. José Frederico Marques e Euclides Custódio da Silveira. Contra: Júlio
Fabbrini Mirabete, Damásio de Jesus, Luis Regis Prado.
 
f) Consumação: duas correntes:
 1) consuma-se com a instigação, o induzimento ou o auxílio (delito instantâneo e de
mera conduta). A aplicação da pena, todavia, está sujeita à superveniência do evento morte
ou lesão corporal grave. Condição objetiva de punibilidade. Aníbal Bruno, Nelson Hungria,
Galdino Siqueira.
 2) consuma-se com o resultado natural (morte ou lesão corporal da natureza grave). O
resultado não é condição objetiva de punibilidade, mas elemento do tipo. Júlio Fabbrini
Mirabete, Magalhães Noronha, José Frederico Marques, Damásio de Jesus, Heleno Fragoso,
Euclides Custódio da Silveira.
 
g) Tentativa: inadmissível - não havendo o resultado morte ou lesão corporal de natureza
grave o fato é atípico. Ocorrendo qualquer dos dois o delito consumou-se.
 
h) Formas qualificadas - PARÁGRAFO ÚNICO
 I - se o crime é cometido por motivo egoístico, que desvela desprezo pela vida alheia.
Exs.: instiga ou ajuda, para recebimento der herança ou de seguro ou visa eliminar um rival.
 II - se a vítima for menor ou tem diminuída, por qualquer causa a capacidade de
resistência.
 
i) Suicídio conjunto:
 1) pacto de morte: duas pessoas combinam se matar - caso ambos colaborem para o
evento morte (abrindo a torneira de gás, vedando o ambiente) e sobrevivem = homicídio
tentado; se apenas uma delas sobrevive = homicídio consumado. Se apenas uma colabora
para o evento morte - se a que colaborou sobrevive = homicídio consumado (ex.: um atira no
outro e depois tenta se matar, mas não morre); se a outra sobrevive = instigação (ex.: um
atira no outro, que não morre, e depois, acreditando na morte do primeiro, se mata).
 b) roleta russa: arma com um só projétil, rolando o tambor. O sobrevivente comete o
crime do art. 122.
 c) duelo americano: uma arma carregada, outra não. O sobrevivente comete o crime
do art. 122.
 d) fraude: homicídio. Ex.: afirmar falsamente que a arma está descarregada.
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 e) falta de discernimento da vítima: homicídio (induzir um louco a se matar).
 
j) Pena
 1) tipo simples (art. 122, caput) - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se a vítima
morre;
 2) reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se a vítima sofre lesão corporal de natureza
grave.
 3) Tipo qualificado (parágrafo único) - a pena do caput aplicada em dobro.
 
l) Ação penal: pública incondicionada.
 
 
ART. 123. - INFANTICÍDIO
 
a) Conceito: é a morte dada pela mãe ao próprio filho, durante o parto ou logo após, sob a
influência do estado puerperal.
 Três sistemas:
 a) sistema psicológico: fundado no motivo honra, que é o temor à vergonha da
maternidade ilegítima;
 b) sistema fisiopsicológico ou fisiopsíquico: apoiado no estado puerperal. O Código
Penal atual adota esse sistema.
 c) misto (ou composto): agrega os dois sistemas - Anteprojeto Hungria 1963.
 
b) Objeto jurídico: a vida humana (art. 5o., caput, da CF).
 
c) Sujeitos:
 1) ativo: crime próprio - a mãe, que mata o próprio filho durante o parto ou logo após,
sob a influência do estado puerperal.
 Puerpério: "(de puer e parere) é o período que vai da dequitação (isto é, do
deslocamento e expulsão da placenta) à volta do organismo às condições pré-gravídicas" (R.
Briquet) - A. Almeida Jr. e J. B. O. Costa Jr.. Sua duração é, pois, de seis a oito semanas
(Lee), "conquanto alguns limitem o uso da expressão puerpério ao prazo de seis a oito dias".
Obs.: o estado puerperal gera uma simples influência psíquica. Além disso = doença mental
(art. 26, "caput) ou perturbação da saúde mental (art. 26, p. ú.).
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 A melhor solução é deixar a conceituação da elementar "logo após" para análise do
caso concreto, entendendo-se que há delito de infanticídio enquanto perdurar a influência do
estado puerperal.
 - Concurso de pessoas: discutível
 I - não há: porque o estado puerperal é circunstância pessoal, insuscetível de
extensão aos co-autores ou partícipes - o terceiro responderia por homicídio.
 II - há: regra do art. 30 do CP. O estado puerperal é elementar do tipo infanticídio,
essencial a sua configuração.
 III - posição mista: punição por homicídio se o terceiro pratica ato executório
consumativo, e por infanticídio se apenas é partícipe do ato da mãe.
 2) passivo: é o ser humano nascente - na etapa de transição da vida uterina para a
extra-uterina - ou recém-nascido (elemento normativo do tipo).
 
d) Tipo objetivo:
 Matar: de qualquer maneira - delito de forma livre. A conduta típica pode ser
cometida por ação (sufocação, estrangulamento) ou omissão (mãe que deixa de fazer a
ligadura do cordão umbilical).
 Durante o parto ou logo após são elementos normativos do tipo, que exigem um juízo
cognotivo para sua exata compreensão.Parto - é o conjunto de processos fisiológicos, mecânicos e psicológicos através dos
quais o feto separa-se do organismo materno. Seu início é marcado pelo período de
dilatação do colo do útero e seu término pela completa separação da criança do organismo
materno, com a expulsão da placenta e o corte do cordão umbilical.
 Logo após - Bento de Faria se refere ao prazo de oito dias, em que ocorre a queda do
cordão umbilical. Flamínio Fávero se inclina para a orientação de deixar ao julgador a
apreciação do conceito do termo. Damásio de Jesus estende o prazo até enquanto perdurar a
influência do estado puerperal. O prazo se estende durante o estado transitório de
desnormalização psíquica (RT 442/409).
 Obs.: não basta que a conduta tenha lugar durante o parto ou logo após: é preciso,
demais disso, a existência de um vínculo causal entre a morte da criança dada naquele lapso
temporal e o estado puerperal.
 Cabe à perícia determinar se a conduta delituosa foi realmente impulsionada pelas
perturbações físicas e psíquicas decorrentes do parto.
 
e) Tipo subjetivo: Dolo - vontade livre e consciente de matar o nascente ou recém-nascido
durante o parto ou logo após (dolo direito), como assumir conscientemente o risco do êxito
letal (eventual).
 Não existe a modalidade culposa. 
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f) Consumação: delito material - consuma-se com a morte do nascente ou recém-nascido.
 
g) Tentativa: crime plurissubsistente - admite a tentativa.
 
h) Pena: detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
 
i) Ação penal: pública incondicionada, competindo ao Júri o seu julgamento.
 
 
ARTS. 124-8. – ABORTO
 
a) Conceito: é a interrupção do processo de gravidez, com a morte do feto.
 Há seis figuras:
1ª.) aborto provocado pela própria gestante ou auto-aborto (art. 124, 1a. parte);
2ª.) consentimento da gestante a que outrem lhe provoque o abortamento (art. 124, 2a. parte);
3ª.) aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125);
4ª.) idem, mas com o consentimento da gestante, ou aborto consensual (art. 126);
5ª.) aborto qualificado (art. 127);
6ª.) aborto legal (art. 128).
 
b) Objeto jurídico:
 A vida humana (art. 5o., caput, da CF). A vida do ser humano em formação = vida
intra-uterina.
 No aborto provocado por terceiro tutela-se também a vida e a incolumidade física e
psíquica da mulher grávida.
 O objeto material do delito é o embrião ou o feto humano vivo, implantado no útero
materno.
 
c) Sujeitos:
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 a) ativo:
I - no auto-aborto é a própria mãe (crime próprio);
II - nos demais casos (consentido ou não), qualquer pessoa (crime comum).
 
 b) passivo: é o ser humano em formação (óvulo = até 3 semanas; embrião = de 3
semanas a 3 meses; feto = após 3 meses).
 Obs.: caso sejam vários os fetos, a morte dada a eles conduz ao concurso de delitos.
 
d) Tipo objetivo
 Provocar (dar causa a, originar, promover, ocasionar) aborto (é a morte dada ao
nascituro intra uterum ou pela provocação de sua expulsão) - elemento normativo do tipo, de
valoração extra-jurídica.
 - O ato de provocar pode ser praticado por qualquer meio (delito de forma livre) - por
ação (ministrar remédio abortivo - citotec), ou por omissão (médico que, dolosamente, não
toma medidas para evitar o aborto espontâneo ou acidental uma vez que tem o dever jurídico
de impedir esse resultado).
 - O delito pressupõe gravidez em curso, sendo indispensável a prova de que o ser em
gestação se encontrava vivo quando da intervenção abortiva e de que sua morte foi
decorrência precisa da mesma.
 - O estágio da evolução do ser humano em formação não importa a caracterização do
delito de aborto. O termo inicial para a prática do delito é o começo da gravidez: duas
correntes:
I - do ponto de vista biológico - é marcada pela fecundação;
II - do ponto de vista jurídico - com a implantação do óvulo fecundado no endométrio, ou seja,
com sua fixação no útero materno (nidação). Assim, o aborto tem como limite mínimo para
sua existência a nidação, que ocorre cerca de catorze dias após a concepção. O termo final
é o início do parto.
 Obs.: a gravidez interrompida deve ser a normal, e não a patológica - como a extra-
uterina (quando a gravidez se desenvolve fora do útero, como na parede uterina (intersticial),
na trompa (tubária), no ovário (ovárica) ou entre o ovário e a trompa (tubo-ovárica). Ou molar,
que consiste em uma formação neoplasmática - produto conceptivo degenerado, inapto a
produzir uma vida nova.
 - O momento da morte do feto não importa para a caracterização do crime de aborto:
pode o feto morrer no útero materno, ou ser expulso ainda vivo e morrer em decorrência das
manobras abortivas ou porque o estágio de sua evolução não tenha possibilitado a
continuidade dos processos vitais.
 - Os processos abortivos podem ser químicos, físicos ou psíquicos: químicos -
provocam a intoxicação do organismo (fósforo, chumbo, mercúrio, arsênico, quinina,
estricnina, ópio, etc.); físicos - são mecânicos (traumatismo do ovo por punção, dilatação do
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colo do útero, curetagem, bolsas de água quente, escalda-pés, choque elétricos por máquina
estática, etc.); psíquicos ou morais (sugestão, susto, terror, choque moral, etc.).
 
e) Tipo subjetivo: dolo - vontade livre e consciente de produzir a morte do feto. Admite-se o
dolo direito (traumatismo do ovo por punção), como o eventual (agredir mulher sabendo do
estado de gravidez).
 Não há a figura culposa. Porém, o terceiro que, culposamente, causa o aborto,
responde por lesão corporal culposa.
 
f) Consumação: com a morte do ovo, do embrião ou do feto (crime material e instantâneo).
 
g) Tentativa: é admitida. P. ex.: se das manobras abortivas sobrevem a aceleração do parto,
mas o feto sobrevive, ou não interrompem a gravidez.
 Se expulso o feto com vida e sua morte é provocada por nova conduta, haverá
concurso material de delitos (aborto tentado e homicídio ou infanticídio, consumados).
 
h) Espécies de aborto:
 
I - Auto-aborto e aborto consentido
- auto-aborto: art. 124, 1a. parte - "provocar aborto em si mesma". Crime próprio: é sujeito
ativo apenas a mulher grávida.
- aborto consentido: art. 124, 2a. parte - ocorre quando a gestante consente que outrem lhe
provoque o aborto. A gestante não provoca o aborto em si mesma, mas consente que outro o
faça. Este incorrerá no delito do art. 126, CP.
 Assim, o art. 124 não admite co-autoria. O terceiro que realiza o aborto consentido
pela gestante é autor de delito autônomo, o do art. 126. Porém admite-se a participação (Luiz
Regis Prado, Damásio, Mirabete). Conforme Damásio explica: "De ver-se que ela (gestante)
consente na provocação; o terceiro provoca. Os verbos do tipo são consentir (art. 124, 2a.
parte) e provocar (art. 126). se o sujeito intervém na conduta de a gestante consentir,
aconselhando, v. g., deve responder como partícipe do crime do art. 124. Agora, se, de
qualquer modo, concorrer no fato do terceiro provocador, responderá como partícipe do crime
do artigo 126 do CP.
 
II - Aborto provocado por terceiro
1) sem o consentimento da gestante (art. 125): o agente emprega força física, a ameaça
ou a fraude para a realização das manobras abortivas. Ex, o agente ministra à mulher grávida
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substância abortiva ou nela realiza intervenção cirúrgica para a extração do feto sem o seu
conhecimento.
 O não consentimento ocorre também quando: a gestante ase mostra contrária;
desconhece a gravidez ou o processo abortivo.
2) com o consentimento da gestante (art. 126). Porém, aplica-se a pena do art. 125 (par.
único do art. 126) se:
2.1) a gestante não for maior de catorze anos:
2.2) a gestante for alienada ou débil mental; ou
2.3) o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
 Nas duas primeiras hipóteses presume-se a ausência do consentimento. Na última, a
não-concordância é real. Exs. fraude: induz-se a gestante a acreditar que sua vida corre risco
grave em razão da gravidez. A violência, neste caso, refere-se àquela empregada para a
obtenção do consentimento.
 - É indispensável, para a ocorrência do aborto consensual, o consentimento da
gestante do início ao fim da conduta. Se a gestante desiste e o terceiro continua, caracteriza-
se o crime do art. 125.
 
III - Aborto qualificado pelo resultado
 - as penas dos arts. 125 e 126 são aumentadas de 1/3 se, em conseqüência do aborto
ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza
grave; e são duplicadas se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevem a morte.
 O resultado mais grave é imputado a título de culpa (art. 19, CP). Havendo dolo (direto
ou eventual) ocorrerá concurso formal.
 - Não ocorrendo a morte do feto, mas a lesão corporal grave ou a morte da gestante,
o agente responde pela tentativa de aborto qualificado.
 - Não ocorre a qualificadora quando houver lesão grave necessária p/ o aborto (lesão
do útero, p. ex.). Nesses casos é ela conseqüência normal do fato.
IV) Aborto necessário
 Havendo conflitos de interesses da mãe e do feto, em alguns casos, devem
prevalecer os da mãe. São casos excludentes de criminalidade, as quais tornam lícita a
prática do aborto.
 Art. 128:
 i) se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
 - tem natureza terapêutica - o aborto necessário (ou terapêutico) consiste na
intervenção cirúrgica realizada com o propósito de salvar a vida da gestante. Baseia-se no
estado de necessidade, excludente da ilicitude da conduta, quando não houver outro meio
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apto a afastar o risco de morte. Ex. riscos advindos de anemias profundas, diabete grave,
leucemia, cardiopatias, etc.
 ii) se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
 - aborto sentimental (ético ou humanitário) - "significa o reconhecimento claro do
direito da mulher a uma maternidade consciente". Jimenez de Asúa.
 - Para a realização do aborto pelo médico não é preciso sentença condenatória e
tampouco autorização judicial, bastando que a intervenção se encontre calcada em
elementos sérios de convicção. Exs.: BO, declarações, etc.
 - Se a gravidez resulta de atentado violento ao pudor, aplica-se o dispositivo,
isentando o agente, pela aplicação da analogia in bonan partem. Assim, Mirabete e Damásio.
Luiz Regis Prado entende que não, porque a norma em questão é não-incriminadora
excepcional.
 
i) Penas:
1) para o auto-aborto e aborto consentido: detenção, de 1 a 3 (art. 124).
2) para o aborto sem o consentimento: reclusão, de 3 a 10 (art. 125).
3) para o aborto com o consentimento: reclusão, de 1 a 4 (art. 126).
4) para o aborto qualificado - com ou sem o consentimento: penas dos arts. 125 e 125,
aumentadas de 1/3, se a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e duplicadas, se
sobrevém a morte (art. 127).
 
j) Ação penal: pública incondicionada. Tribunal do Júri.
Exercício 1:
Aponte a alternativa correta, tendo em vista as afirmações abaixo
1ª.) Embora o induzimento e a instigação sejam situações semelhantes, pode-se distinguir o
ato de induzir, que traduz a iniciativa do agente, criando na mente da vítima o desejo do
suicídio quando esta ainda não pensava nele, do ato de instigar, que se refere à conduta de
reforçar, acoroçoar, estimular a idéia preexistente de suicídio.
2ª.) Haverá auxílio no ministrar instruções sobre o modo de empregar os meios para matar-
se, no criar as condições de viabilidade do suicídio, no frustrar a vigilância de outrem, no
impedir ou dificultar o imediato socorro.
3ª.) Caso o agente pratique duas condutas (induzir e auxiliar), será responsabilizado pela
prática de dois crimes, revelando sua conduta um dolo mais intenso, inclusive.
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A)
somente a primeira está correta.
B)
somente a segunda está correta.
C)
somente a terceira está errada.
D)
todas estão corretas.
E)
todas estão erradas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
B) 
C) 
Exercício 2:
Faça a correspondência das colunas abaixo, assinalando a alternativa correta.
 
A – Aborto I – É sujeito passivo aquele que tenha
alguma capacidade de resistência à
conduta do sujeito ativo.
B – Homicídio II – Consuma-se com a morte do
nascente ou recém-nascido.
C – Infanticídio III – Admite perfeitamente o dolo
eventual, como, por exemplo, no caso de
roleta-russa; motorista que efetua
manobras violentas, fazendo com que
caísse o ciclista que atropelara e que fora
projetado sobre o capô do automóvel.
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D – Induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio
IV – É a interrupção da gravidez com a
destruição do produto da concepção.
A)
A:IV; B:III, C:II e D:I
B)
B:I; C:II; A:III e D:IV
C)
B:II; A:I: D:IV e C:III
D)
C:III; B:I; A:II e D:IV
E)
D:I; A:IV; B:II e C:III
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 3:
Não se pune o aborto praticado por médico, se não há outro meio de salvar a vida da
gestante ou se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
A)
O texto acima se refere ao aborto legal, chamado o primeiro caso de aborto necessário e o
segundo de aborto sentimental.
B)
O texto acima trata de situações apenas desejadas pela doutrina, não cuidando a lei delas.
C)
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O texto acima se refere ao aborto legal, sendo o primeiro caso tratado pela doutrina como
aborto ético ou humanitário e o segundo de aborto terapêutico.
D)
Somente a parte final da afirmação está equivocada, pois no aborto sentimental é
desnecessário o consentimento da gestante.
E)
Além das situações relatadas no texto acima, também não se pune o aborto praticado por
médico, realizado para impedir que se agrave a situação de penúria ou miséria da gestante.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
B) 
D) 
C) 
E) 
B) 
A) 
Exercício 4:
Em relação ao infanticídio, é incorreto dizer:
A)
O infanticídio é um crime próprio.
B)
Aquele que colabora na prática do infanticídio, responde por infanticídio.
C)
A conduta típica é matar.
D)
Não é necessário, para configuração do crime, que o fato tenha ocorrido durante o parto ou
logo após, bastando que a mãe tenha agido sob influência do estado puerperal.
E)
Consuma-se o delito com a morte do nascente ou recém-nascido.
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O aluno respondeu e acertou.Alternativa(D)
Comentários:
D) 
Exercício 5:
A respeito do crime de induzimento e instigação ao suicídio podemos afirmar que:
A)
é pacífico o entendimento na doutrina e na jurisprudência de que a consumação
do crime ocorre somente se a vítima morrer ou sofrer lesão corporal grave.
B)
Instigar ao suicídio significa fazer nascer a ideia para a vítima 
C)
não é admitida a tentativa
D)
é admitida a tentativa
E)
a modalidade "prestar auxilio" ao suicídio não constitui elemento do tipo, portanto
não há caracterização do crime de instigação ou induzimento ao suicídio.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
E) 
C) 
Exercício 6:
A respeito do crime de instigação e induzimento ao suicídio podemos afirmar que:
A)
é processado mediante propositura de ação penal pública condicionada à
representação da vítima.
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B)
é processado mediante propositura de ação penal privada.
C)
é processado mediante propositura de ação penal pública incondicionada.
D)
é sempre processado mediante propositura de ação subsidiária.
E)
é processado mediante propositura de ação penal pública condicionada à
requisição do Ministro da Justiça.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
E) 
C) 
Exercício 7:
Suponha a seguinte situação: em razão dos meios empregados a genstante
sofreu lesões corporais de natureza grava em virtude do aborto provocado.
Assinale a alternativa correta e que esteja de acordo com o Código Penal:
A)
Trata-se de aborto necessário.
B)
O agente responde pelo tipo penal simples.
C)
Trata-se de aborto qualificado e o agente responde com aumento de pena de um
terço.
D)
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Trata-se de aborto qualificado e o agente responde com aumento de pena
equivalente até o dobro.
E)
Trata-se de aborto qualificado e o agente responde com aumento de pena até o
triplo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
B) 
A) 
D) 
E) 
C) 
Exercício 8:
A respeito do crime de induzimento e instigação ao suicídio podemos afirmar que:
A)
É pacífico na doutrina e na jurisprudência que a consumação do crime ocorre
somente se a vítima morrer ou sofrer lesão corporal grave.
B)
Instigar ao suicídio significa fazer nascer a ideia.
C)
Não é admitirda tentativa
D)
é admitida tentativa
E)
a modalidade "prestar auxilio" não constitui elemento do tipo, portanto, não
caracteriza esta modalidade criminosa.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Comentários:
B) 
E) 
D) 
C)

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