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1 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL PROFESSOR MÁRCIO TADEU DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL PROF. FERNANDO MARTINS http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 2 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu SUMÁRIO INDUZIR, INSTIGAR E AUXILIAR O SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO............. 03 INFANTICÍDIO ........................................................................................ 07 ABORTO .................................................................................................. 10 EXERCÍCIOS ........................................................................................... 17 COMENTÁRIOS ....................................................................................... 23 http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 3 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu DOS CRIMES CONTRA A VIDA INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO E A AUTOMUTILAÇÃO Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. § 3º A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. O crime não pune o suicídio pois mesmo que tentado, a vitima não merece ser punida, além do princípio da alteridade, a vitima precisa é de ajuda, e não responder um processo criminal, e nem a mutilação, pois esta já é punida pelo crime de lesão corporal (art 129 CP). O crime pune a voluntariedade de um terceiro que faz surgir/reafirma a ideia/ presta assistência material para a vitima suicidar-se ou se automutilar. Suicídio: qualquer comportamento intencional de tirar a própria vida, ex, enforcamento, envenenamento por pesticidas, atirar em si mesmo com armas de fogo, pular de um local alto. Automutilação: qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio, ex, cortar a própria pele, bater em http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 4 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu si mesmo, queimar-se, em geral as áreas onde são produzidos os ferimentos são os braços, pernas, abdômen ou áreas expostas. Sujeitos do crime É crime bicomum, sendo praticável por qualquer pessoa, lembrando que como o suicídio/automutilação é um ato voluntario e consciente, deve a vitima (sujeito passivo) ter capacidade plena de seus atos. Obs: tem que ser a pessoa determinável e não um induzimento genérico como em uma musica ou filme. Conduta Três formas de praticar o crime; Induzimento: o agente ativo faz nascer o interesse na vitima em suicidar-se ou praticar automutilação. Instigação: reforça a ideia (incentiva) ideia já existente do sujeito passivo a se suicidar ou auto mutilar-se. Auxilio material: presta ao agente assistência material, facilitando a execução do suicídio ou automutilação. A) se o agente induz, instiga e presta auxilio, vai responder por crime único B) a conduta cai em uma conduta comissiva, mas já a conduta omissiva tem divergência, por exemplo o caso de ao ser perguntado se pode se matar ou automutilar- se, e a pessoa não diz nada e não tenta convencer ao contrario, estaria instigando por uma omissão, entendo que apenas a conduta cairia sob quem tem o dever jurídico de evitar o evento, ou também o fato de prestar auxilio deve ser sempre comissivo, pois por omissão não cairia, talvez pelo fato de omissão de socorro qualificada pela morte. C) o auxilio pode ser em qualquer dos atos, desde que não intervenha diretamente nos atos executórios, pois se o autor ático por ex, puxa a corta, mete a espada, aperta um botão, amarra a corda em uma pedra e no pescoço da vitima, abre a torneira, corta a pessoa estaria diante de um homicídio ou lesão corporal. D) quem começa fazer um auxilio ao suicídio, e depois com a vitima pedindo socorro se omite, também responderá por homicídio aquele que impede a intenção salvadora de terceiro. E) se for doente mental/menor de 14/incapaz ou qualquer outro que não pode oferecer resistência ou discernimento responde por homicídio art 121 CP (se resultado morte) ou lesão corporal art 129 § 2º (se resulta em lesão gravíssima) (art 122 §§ 6º e 7º CP ) Elemento Subjetivo ✓ Somente na forma dolosa (p/ existir crime culposo precisa de previsão legal art 18 II § único CP). http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 5 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu ✓ também poderá responde por dolo eventual, ex, o pai que sabe que sua filha tem condutas suicidas, e à expulsa de casa dando um foda-se se ela ficar triste e se suicidar. Consumação e tentativa Se o agente induz/instiga/auxilia materialmente a vítima a cometer suicídio ou a automutilar-se, sendo assim tornou-se crime formal, não necessita nem mesmo que a vítima tente se matar ou se automutile, estes resultados serão mero exaurimento da conduta. ✓ o que na lei anterior ficava impune, agora será punido se da automutilação ou suicídio frustrado não resultar em nada ou resultar em lesão corporal de natureza leve pois será mero exaurimento do induzimento, instigação, auxilio material a lesão ou suicídio. Haverá tentativa com a nova lei 13.968/19, já que como é crime formal, agente pode tentar induzir/instigar/auxiliar e não conseguir por fatores externos a sua vontade. Qualificadoras ✓ 1 a 3 anos de reclusão - Se da automutilação ou suicídio não consumado (suicídio frustrado), resultar em lesão corporal grave ou gravíssima . ✓ 2 a 6 anos de reclusão - Se o suicídio se consuma (vitima morrer) ou da automutilação sobrevém resulta morte . Majorantes ✓ Aumenta pena em metade : Se o agente é líder/coordenador de grupo ou de rede virtual. ✓ Aumenta a pena até o dobro: Se é praticado por meio de computador/rede social/transmitida em tempo real. ✓ Duplica a pena: ✓ Praticado por motivo egoístico:com interesses pessoais como buscando receber a herança ou ocupar o cargo. ✓ Prática por motivo torpe: motivo que causa repulsa na sociedade, como só para ver a pessoa morrer e filmar. ✓ Prática por motivo fútil: motivo pequeno/ínfimo, como instigar a se matar para ficar com herança de 1000 R$. ✓ Idade: menor de 18 anos. ✓ Vitima com capacidade de resistência diminuida: pode ser ébrio, enfermo, depressiva. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 6 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Obs¹: se tiver bêbado e drogado, esse não tinha nem como pensar em nada, responderá por homicídio. Obs²: se a vitima foi coagida, é homicídio doloso. Ação penal - pública incondicionada. A tipificação do crime tem muita aproximação, com o combate ao jogo da baleia azul que propiciou um grande aumento de automutilação e suicídio entre jovens, conduta grandemente espalhada nas redes sociais e havendo até mesmo hashtags do jogo. O jogo é baseado em uma serie de desafio dados a vitima, que normalmente uma por dia vão se agravando, das quais envolvem auto-mutilação até chegar ao suicídio. Lembrando que foi sancionada a Lei 13.819, de 2019, que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. O texto determina a notificação compulsória, pelos estabelecimentos de saúde, dos casos de violência autoprovocada, incluindo tentativas de suicídio e a automutilação. O jogo da Baleia Azul é crime de Induzir o Suicídio - O jogo da Baleia Azul propõe 50 desafios, tendo como etapa final o suicídio, entre os desafios estão à automutilação desenhando baleias no corpo, assistir filmes de terror e ficar doente. Os jovens vão trocando mensagens em um grupo em redes sociais e os curadores ficam responsáveis por propor desafios. O que tem sido considerado jogo para alguns, é motivo de preocupação para outros, o que é chamado de jogo, começou em 2015 com uma notícia falsa na internet, sendo divulgado por um veículo estatal da Rússia: “Era um ‘fake news’, mas existe um efeito que, sendo verdadeira ou não, a notícia gera um contágio, principalmente entre os jovens. O jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir.” INFANTICÍDIO Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 7 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Estado Puerperal Estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às suas condições anteriores ao processo de gestação. Puerpério vem de puer (criança) e parere (parir). Importante frisar que o puerpério não quer significar que sempre seja acarretado por uma perturbação psíquica, sendo necessário que fique averiguado ter esta realmente sobrevindo na capacidade de entendimento ou autodeterminação da parturiente, ficando clara a seguinte decisão jurídica nesse sentido: Estado puerperal também é um fato biológico bem estabelecido que a parturição desencadeia numa súbita queda nos níveis hormonais e alterações bioquímicas no sistema nervoso central. A disfunção ocorreria no eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovariano, e promoveria estímulos psíquicos com subsequente alteração emocional. Em situações especiais, como nas gestações indesejadas, conduzidas em segredo, não assistidas e com parto em condições extremas, uma resposta típica de transtorno dissociativo da personalidade e com desintegração temporária do ego (O conceito de Ego é visão da Psicologia com abordagem voltada a Psicanálise) poderiam ocorrer. Estado puerperal é o conjunto de alterações físicas e psíquicas em decorrência do parto. É o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta até o retorno do organismo materno às condições pré- gravídicas, podendo durar até 8 semanas após o parto. Para o reconhecimento do infanticídio não basta que o fato tenha sido praticado durante o estado puerperal. Como a lei fala em influência, deve existir uma relação de causalidade entre o puerpério e a morte do nascente ou do neonato. Se a morte não é decorrência daquele estado, haverá homicídio, e não infanticídio. Tendo em vista, porém, que o estado puerperal é ocorrência relativamente frequente e de difícil comprovação, a jurisprudência tem presumido a sua influência no crime praticado durante o parto, ou logo depois, dispensando a prova pericial. Tal presunção, entretanto, é relativa, admitindo prova em contrário. Só há infanticídio quando o crime é praticado durante o parto, ou logo após: se é praticado antes do início do parto, haverá aborto. Se não é praticado logo após o parto, haverá homicídio. Muito já se discutiu a respeito do alcance da expressão logo após. Hoje, prevalece o entendimento de que a questão deverá ser analisada diante de cada caso concreto. Haverá infanticídio se o fato for praticado “enquanto durar o estado puerperal”. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 http://pt.wikipedia.org/wiki/Placenta http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez http://pt.wikipedia.org/wiki/Gesta%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Parturiente&action=edit&redlink=1 8 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Do Concurso de Pessoas O crime é próprio. Só pode ser praticado pela mãe puérpera. Existe controvérsia sobre a possibilidade do concurso de pessoas no crime de infanticídio. Uma primeira corrente sustentava que o crime não admite o concurso de pessoas, pois a condição de mãe e o estado puerperal são circunstâncias personalíssimas, que não se comunicam aos coautores e partícipes. Assim, o terceiro que concorre para o infanticídio deverá responder por homicídio. Prevalece, porém, o entendimento de que a condição de mãe e o estado puerperal são elementares do crime, e, na forma dos artigos 29 e 30, CÓDIGO PENAL, comunicam-se aos coautores e partícipes. Assim, o terceiro que realiza a conduta juntamente com a mãe (coautor), ou que a induz, instiga ou auxilia (partícipe) no cometimento do crime, responderá também por infanticídio. Mais complexa é a hipótese em que o fato principal é praticado por terceiro, contando com o auxílio secundário da mãe puérpera. Adotadas as regras gerais do concurso de pessoas, ambos deveriam responder por homicídio. Embora correta do ponto de vista técnico, tal solução levaria ao absurdo de se punir mais gravemente a mãe quando pratica conduta de menor gravidade. Em razão disso, a doutrina majoritária sustenta que, em tal hipótese, por equidade, o terceiro deverá responder por homicídio e a mãe por infanticídio. Forma de Homicídio Privilegiado De acordo com Fernando Capez: “Trata-se de uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo privilégio é concedido em virtude da “influência do estado puerperal” sob o qual se encontra a parturiente. É que o estado puerperal, por vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto inibição, levando- a a eliminar a vida do infante O sujeito passivo é o nascente ou o neonato, ou seja, aquele que está nascendo ou que acabou de nascer. Se a mãe mata outro filho, ou outra pessoa, sob a influência do http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinsthttp://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 9 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu estado puerperal, responderá por homicídio, embora possa ser reconhecida, em seu favor, a causa de diminuição de pena do artigo. 26, parágrafo único, CÓDIGO PENAL. Erro quanto a pessoa Haverá infanticídio, porém, se por erro justificado pelas circunstâncias, a mãe mata terceiro supondo matar o nascente ou neonato. É o chamado infanticídio putativo. O infanticídio e o aborto tutelam a vida humana e para diferenciá-los é necessário dizer que o primeiro protege a vida extrauterina, e o segundo, a vida intrauterina. É necessário, portanto, estabelecer com exatidão, o momento em que a vida deixa de ser considerada intrauterina e passa a extrauterina. A solução é obtida pela interpretação sistemática do artigo. 123, CÓDIGO PENAL. A partir do início do parto (“durante o parto”), a vida humana já não é considerada intrauterina e passa a ser tutelada pelos crimes de homicídio e infanticídio, que protegem a vida extrauterina. Tipo objetivo O núcleo do tipo é matar, que significa destruir, eliminar. O crime é de forma livre, podendo ser praticado por qualquer meio de execução, comissivo ou omissivo. O infanticídio por omissão, entretanto, não se confunde com o crime de exposição ou abandono de recém-nascido qualificado pela morte (artigo. 134, CÓDIGO PENAL). Este é crime preterdoloso, em que o sujeito pretende apenas abandonar o recém-nascido, para ocultar desonra pessoal, e acaba dando causa ao resultado morte por culpa. Tipo subjetivo. ✓ O crime é punido a título de dolo: direto ou eventual. ✓ Não foi prevista a modalidade culposa. Consumação e tentativa ✓ O crime é material: consuma-se com a morte do nascente ou do neonato. ✓ A tentativa é admissível. Classificação Doutrinária 1- Crime Próprio (aquele cujo tipo penal exige uma qualidade ou condição especial dos sujeitos ativos ou passivos); 2 – Crime de Forma Livre (aquele que pode ser praticado de qualquer forma, sem o comportamento especial previamente definido); 3 – Crime Comissivo (aquele que o tipo penal prevê um comportamento positivo, ou seja, uma ação); 4 – Crime Material (aquele cuja consumação depende da produção do resultado definido no tipo penal); 5 – Crime Instantâneo De Efeitos Permanentes (aquele que o resultado da conduta praticada pelo agente é permanente e irreversível); http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 10 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu 6 – Crime de Dano (aquele que para a sua consumação deve haver a efetiva lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo); 7 – Crime Unissubjetivo (aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa); 8 – Crime Plurissubsistente (aquele em que existe possibilidade real de se percorrer, passadamente, as fases do iter criminis); 9 – Crime Progressivo (aquele que ocorre quando da conduta inicial que realiza um tipo de crime o agente passa a ulterior atividade, realizando outro tipo de crime, de que aquele é etapa necessária ou elemento constitutivo). ABORTO Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 11 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Formas de aborto: ✓ Auto aborto e consentimento para aborto (art.124) ✓ Aborto sem o consentimento da gestante (art.125) ✓ Aborto com o consentimento da gestante (art.126) ✓ Aborto qualificado (art. 127) ✓ Aborto legal (art. 128) O STF decidiu recentemente pela descriminalização do aborto de criança anencefalia Desde que seja por desejo da mãe, há a possibilidade da interrupção da gravidez, no caso de feto anencefálico. Recentemente, o STF julgou procedente a ADPF no 54, ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), para dar interpretação conforme a Constituição Federal aos arts. 124, 126, caput, e 128, I e II do CP, para que, sem redução de texto, seja declarada a inconstitucionalidade, com eficácia erga omnes (para todos) e efeito vinculante, de qualquer outra interpretação que obste a realização voluntária de antecipação terapêutica de parto de feto anencefálico. Como requisito, deve ser diagnosticada por profissional médico legalmente habilitado. Desta forma, dispensa autorização judicial ou administrativa. STF decidiu recentemente pela descriminalização do aborto até 03 meses de gestação Com o voto de Luiz Roberto Barroso, a 1ª Turma do STF, em 29/11/16, por maioria, entendeu que a interrupção da gravidez até o terceiro mês de gestação não pode ser equiparada ao aborto. A decisão não é vinculante, mas com certeza irá influenciar outros magistrados e tribunais. Barroso disse que a criminalização de atos como o julgado ferem diversos direitos fundamentais, entre eles, os sexuais e reprodutivos da mulher. “Que não pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada.” O ministro também ressaltou a autonomia da mulher, o direito de escolha de cada um e a paridade entre os sexos. Mencionou ainda a questão da integridade física e psíquica da gestante. “Que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez.” Especificamente sobre a condição social da mulher que decide abortar, Barroso criticou o impacto da criminalização do ato sobre as classes mais pobres. “É que o tratamento como crime, dado pela lei penal brasileira, impede que estas mulheres, que não têm acesso a médicos e clínicas privadas, recorram ao sistema público de saúde para se submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência, multiplicam-se os casos de automutilação, lesões graves e óbitos.” A criminalização, continuou Barroso, viola o princípio da proporcionalidade por não proteger devidamente a vida do feto ou impactar o número de abortos praticados no país. “Apenas impedindo que sejam feitos de modo seguro”, disse. “A medida é desproporcional http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 12 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu em sentido estrito, por gerar custos sociais (problemas de saúde pública e mortes) superiores aos seus benefícios.” “Praticamente nenhum país democrático e desenvolvido do mundo trata a interrupção da gestação durante o primeiro trimestre como crime, aí incluídos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá,França, Itália, Espanha, Portugal, Holanda e Austrália.” Sujeitos do crimes e questões pertinentes O Art. 125, possui como sujeito ativo qualquer pessoa, tratando-se de crime comum, possuindo dupla subjetividade passiva, no caso o feto e a gestante, protegendo a incolumidade física desta e a vida daquele. Inicialmente, cabe conceituarmos o que é o aborto, que nada mais é que a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto. Nesta linha de raciocínio, para identificarmos em que tipo penal o caso concreto se enquadra, devemos inicialmente verificar qual a intenção do agente, bem como sua consciência em relação à condição da mulher gestante. O agente enquanto completamente inconsciente da gravidez, ao praticar um ato contra uma gestante, não será responsabilizado caso haja qualquer resultado contra o feto, nem por qualquer agravação de crime pelo resultado aborto ou aceleração de parto, tendo em vista que de acordo com a teoria finalista (atualmente adotada pela doutrina majoritária) não é possível separar a ação e a vontade do agente (requisitos do fato típico). Ou seja, no caso do desconhecimento do sujeito ativo com relação à gravidez, não há que se dizer em dolo ou culpa, tendo em vista a leitura do Art. 18 em seus incisos I e II. Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. ✓ Não há previsão legal para o ABORTO CULPOSO, tornando-se fato atípico. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 13 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Exemplos de auto aborto: Situação 01: uma mulher desejando interromper a gestação, ingere uma substância qualquer que causa a morte do feto, sem contudo provocar-se a expulsão. Em decorrência de sua conduta o feto morre, mas continua biologicamente ligado ao corpo da mãe. Há a remoção cirúrgica do feto morto, onde se constata que a morte foi provocada pela ingestão dolosa do fármaco. Não houve a expulsão do feto, contudo, caracterizou-se o aborto. Situação 02: a gestante realiza procedimento que retira o feto em formação do útero sem que lhe seja vulnerada integridade física, morrendo depois de retirado uma vez que sua vida, considerando seu estágio de formação, era inviável fora do útero. Igualmente há o aborto, porque não foi iniciado ou realizado um parto, mas sim uma manobra que, por sua natureza, visava a interrupção da gestação que que invariavelmente culminaria na morte do feto. Situação 03: Desejando interromper a gestação, a mulher insere objeto perfurante em seu corpo, atingindo e lesionando o útero e o feto, provocando a expulsão e morte do nascituro. Igualmente, caracteriza-se o aborto. Sujeito ativo possui desígnios autônomos para o homicídio da gestante e o aborto: O agente deve responder por homicídio, elencado no Art. 121 do Código Penal, caso a morte da mulher se consume, ou pela tentativa de homicídio caso, por circunstâncias alheias a sua vontade, não haja a morte da gestante. Além disso, deve o agente responder pelo crime de aborto, previsto no Artigo 125 do CP, caso haja a morte do feto, ou pelo crime de tentativa de aborto caso o feto nasça em perfeitas condições. Vale ressaltar que em todos os resultados obtidos, existe o concurso formal impróprio ou imperfeito de ambos os crimes, tendo em vista o desígnio autônomo para cada crime, aplicando-se então cumulativamente a pena dos dois crimes. Desta forma, as possibilidades seriam: ✓ Caso haja a consumação dos dois crimes, o agente deve responder pelo crime de homicídio (Art. 121) em concurso formal impróprio ou imperfeito com o crime de aborto (Art. 125). ✓ - Caso haja a consumação da morte da mulher e o feto nasça em perfeitas condições o agente deve responder pelo crime de homicídio (Art. 121) em concurso formal impróprio ou imperfeito com o crime de tentativa de aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II). ✓ - Caso não haja morte da mulher porém ocorra a consumação do aborto, o agente responderá pelo crime de tentativa de homicídio (Art. 121 c/c Art. 14, II) em concurso formal impróprio com o crime de aborto (Art. 125). http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 14 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu ✓ - Caso nenhum dos dois crimes se consumem, o agente responde na modalidade tentada para os crimes de homicídio e aborto em concurso formal imperfeito (Art. 121 c/c Art. 14, II e Art. 125 c/c Art. 14, II) NÃO há que se falar em Lesão Corporal Grave ou Gravíssima por Aceleração de Parto Ou Aborto (Art. 129, § 1º inciso IV ou § 2º inciso V) no caso da gestante sofrer apenas lesões e não vir a óbito, tendo em vista a intenção do agente ser a prática do homicídio e do aborto. Sujeito ativo possui a única intenção de praticar o aborto, não desejando ou assumindo o risco para a morte da gestante. Aqui será imputado ao mesmo o crime de aborto (Art. 125) se efetivamente houver a morte do feto. Caso não haja a morte do feto, o sujeito ativo será responsabilizado pela tentativa de aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II). Além disso, o legislador previu a possibilidade de um resultado preterdoloso com relação à incolumidade da gestante, incluindo o Art. 127 do Código Penal, que trata do crime de aborto na forma qualificada, com dolo no aborto e culpa no resultado lesão corporal grave ou morte, acarretando um aumento de pena. Com isso, encontramos as seguintes possibilidades: ✓ - No caso de haver o aborto e nenhum prejuízo para a gestante, o sujeito ativo responderá somente pelo aborto (Art. 125). ✓ - Caso haja a consumação do crime de aborto e morte ou lesão corporal grave da gestante, o agente deve responder pelo crime de aborto qualificado (Art. 127 c/c Art. 125). ✓ - Caso não haja a consumação do crime de aborto (gestante já encontrava-se em estágio avançado de gravidez e feto nasce e sobrevive) e ocorra a morte da gestante, o agente deve responder pelo crime de aborto qualificado (Art. 127 c/c Art. 14, II). Este é o caso traz maior divergência entre os grandes mestres doutrinadores do Direito Penal, onde alguns seguem a linha da tentativa do aborto qualificado (Art. 127 c/c Art. 125 c/c Art. 14, II), outros do aborto qualificado consumado (Art. 127 c/c Art. 125) e outros da tentativa do aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II) e homicídio culposo em concurso formal. Tentativa de aborto qualificado – Tal posicionamento é o majoritário, possuindo como defensores os grandes mestres Luiz Flávio Gomes, Mirabete e Nelson Hungria. Tal interpretação é uma exceção à regra de não ser possível a forma tentada para crimes preterdolosos, justificando a tentativa no crime doloso e consumação no crime culposo. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 15 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Aborto Qualificado Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Verifica-se que o legislador explicitamente acrescenta a possibilidade de aumento de pena não somente em consequência do aborto, mas também dos meios empregados para provocá-lo.Ou seja, independente do resultado ter sido a morte do feto, havendo morte da gestante em consequência dos meios empregados estará caracterizada a qualificadora do crime de aborto previsto no Art. 125. Tal posicionamento é adotado pelo doutrinador Fernando Capez, que inclusive compara tal interpretação com a adotada para o crime de latrocínio (Súmula 610 do STF), onde independente da subtração patrimonial, é confirmada com a morte do sujeito passivo. Súmula 610 STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. Admito, entretanto, que a imputação em virtude desta interpretação torna-se extremamente penosa, se compararmos com os crimes em separado, quais sejam o crime de aborto consumado e o de homicídio culposo, porém não há como desprezar a explicitude do legislador ao considerar que a morte advinda dos meios empregados para provocar o aborto são suficientes para qualificar o crime previsto no Art. 125, além do que o crime de latrocínio possui a mesma característica, mesmo não havendo a consecução da subtração da coisa alheia móvel. Sujeito ativo deseja somente a morte da mulher e não deseja o aborto Como em todos os casos anteriores, devemos começar pela intenção do agente. Só que neste caso o mesmo deseja matar a mulher porém não pretende atingir o feto. Isto se torna muito difícil, tendo em vista que a morte da gestante acarretará a morte do feto, tratando-se de um caso de dolo eventual para o crime de aborto. Diante dos fatos expostos, o agente deverá responder por homicídio, (Art. 121), caso a morte da mulher se consume, ou pela tentativa de homicídio caso, por circunstâncias alheias a sua vontade, não haja a morte da gestante. Com relação ao aborto, o mesmo deverá responder por aborto consumado (dolo eventual) (Art. 125) em concurso formal impróprio com o homicídio ou sua tentativa. No caso de haver a aceleração de parto e o feto nasça em perfeitas condições, o agente somente será responsabilizado pelo Art. 121 do Código Penal. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 16 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu Sujeito ativo deseja somente lesionar a gestante e causa aceleração de parto ou aborto Destacamos que quando a intenção do agente era de somente lesionar a gestante e em consequência há a aceleração de parto ou o aborto, o mesmo responderá pelo crime de lesão corporal grave ou gravíssima (Art. 129, §1º inciso IV ou §2º inciso V). Porém, se houver o aborto e a gestante morrer em virtude da lesão, haverá o crime de lesão corporal seguida de morte (Art. 129, §3º), tendo em vista que a morte da gestante agrava mais a pena que o aborto. Da mesma forma que se o sujeito passivo, sofrendo lesões graves e gravíssimas, ao sujeito ativo somente será imputado o crime de lesões gravíssimas. Se o feto nascer com vida e morrer após o nascimento em virtude das práticas adotadas pelo sujeito ativo. O posicionamento deste subscritor é de que o sujeito ativo responderá por aborto consumado (Art. 125), embora existam interpretações que considerem a tentativa de aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II) em concurso formal com o homicídio culposo (Art. 121, §3º). Para justificar tal entendimento recorro ao Art. 4º do Código Penal Brasileiro. Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Ora, se se considera praticado o crime no momento da ação, mesmo sendo outro o momento do resultado, como seria possível o sujeito ativo responder pelo crime de homicídio (matar alguém), se no momento da ação, somente seria possível o crime de aborto. Da mesma forma não se pune o responsável por homicídio com aumento de pena se no momento da ação o sujeito passivo possuía 59 anos e 11 meses, porém vem a falecer com mais de 60 anos. Soma-se a isto, o fato do aborto ser considerado a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto, objetivo alcançado pelo sujeito ativo, embora em momento posterior. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 17 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu 01 – ( ) - (PMMG/SOLDADO /ADAPTADA) - Não se pune o aborto praticado por médico, se não há outro meio de salvar a vida da gestante. No caso de a gravidez resultar de estupro e o aborto é praticado por médico e precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal, reduz de metade a pena imposta. 02 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) - Não se pune o aborto praticado por médico se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou do seu representante legal, se incapaz. 03 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) - Não constitui infração penal provocar aborto em si mesma. 04– ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) - É permitido provocar aborto com o consentimento da gestante, em qualquer hipótese. 05 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) - Quando o aborto praticado por terceiro configura crime, as penas são aumentadas de um terço se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza leve ou grave. 06 – ( ) - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça é crime cuja pena é de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 07 – ( ) - Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.. 08 – ( ) - (CESPE/TJ-SE) - Acerca dos crimes culposos, dolosos e preterdolosos e dos crimes contra a pessoa e contra o patrimônio, assinale a opção correta. Tratando-se do crime de homicídio, a incidência de circunstância qualificadora de caráter objetivo, por si só, afasta o reconhecimento do privilégio, cuja natureza é subjetiva. 09 – ( ) - (CESPE/TJ-BA) - Acerca dos crimes contra a pessoa, o infanticídio representa hipótese de homicídio privilegiado, contendo o tipo penal um elemento subjetivo personalíssimo, qual seja, a influência do estado puerperal. 10 – ( ) - (CESPE/TJ-BA) -Acerca dos crimes contra a pessoa, o ordenamento jurídico penal brasileiro não prevê tipo penal que incrimine o suicídio consumado, já que é impossível punir um morto; todavia, a tentativa de suicídio é punível, com vistas à prevenção e à repressão da conduta. 11 – ( ) - (CESPE/PC-BA) - Considerando que, em determinada casa noturna, tenha ocorrido, durante a apresentação de espetáculo musical, incêndio acidental em decorrência do qual morreram centenas de pessoas e que a superlotação do local e a falta de saídas de emergência, entre outras irregularidades, tenham contribuído para esse resultado, A causa jurídica das mortes, nesse caso, pode ser atribuída a acidente ou a suicídio, descartando-se a possibilidade de homicídio, visto que não se pode supor que promotores, realizadores e apresentadores de shows em casas noturnas tenham, deliberadamente, intenção de matar o público presente. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 18 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu 12 – ( ) - (CESPE/PC-RN/ESCRIVÃO) - Com relação aos crimes contra a pessoa, não é punido o médico que pratica aborto, mesmo sem o consentimento da gestante, quando a gravidez é resultado de crime de estupro. 13 – ( ) - (CESPE/PC-RN/ESCRIVÃO) - Com relaçãoaos crimes contra a pessoa, a mulher que mata o filho logo após o parto, por estar sob influência do estado puerperal, não comete crime. 14 – ( ) - (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO)- Considere a seguinte situação hipotética. Antônio, com intenção homicida, envenenou Bruno, seu desafeto. Minutos após o envenenamento, Antônio jogou o que supunha ser o cadáver de Bruno em um lago. No entanto, a vítima ainda se encontrava viva, ao contrário do que imaginava Antônio, e veio a falecer por afogamento. Nessa situação, Antônio agiu com dolo de segundo grau, devendo responder por homicídio doloso qualificado pelo emprego de veneno. 15 – ( ) - (CESPE/DPE-PI/DEFENSOR PÚBLICO) - Quanto aos crimes contra a pessoa, no delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente. 16 – ( ) - (CESPE/DPE-PI/DEFENSOR PÚBLICO) - Quanto aos crimes contra a pessoa, no delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, não se admite exceção à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. 17 - (CESPE/DPE/AC/DEFENSOR PÚBLICO) - Uma mulher grávida, prestes a dar à luz, chorava compulsivamente na antessala de cirurgia da maternidade quando uma enfermeira, condoída com a situação, perguntou o motivo daquele choro. A mulher respondeu-lhe que a gravidez era espúria e que tinha sido abandonada pela família. Após dar à luz, sob a influência do estado puerperal, a referida mulher matou o próprio filho, com o auxílio da citada enfermeira. As duas sufocaram o neonato com almofadas e foram detidas em flagrante. Nessa situação hipotética, A) a mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de infanticídio; a primeira na qualidade de autora e a segunda na qualidade de partícipe, conforme prescreve a teoria monista da ação. B) a mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de infanticídio; a primeira na qualidade de autora e a segunda na qualidade de coautora, visto que o estado puerperal consiste em uma elementar normativa e se estende a todos os agentes. C) a mulher deverá ser autuada pelo crime de infanticídio e a enfermeira, pelo crime de homicídio, já que o estado puerperal é circunstância pessoal e não se comunica a todos os agentes. D) a mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de homicídio, consoante as determinações legais estabelecidas pelas reformas penais de 1940 e 1984, que rechaçam a compreensão de morte do neonato por honoris causae. E) a mulher deverá ser autuada pelo crime de infanticídio e a enfermeira, pelo crime de homicídio, uma vez que o estado puerperal é circunstância personalíssima e não se comunica a todos os agentes. 18 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ DEFENSOR PÚBLICO) - Tratando-se de http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 19 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu delito de infanticídio, dispensa-se a perícia médica caso se comprove que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal, por haver presunção juris tantum de que a mulher, durante ou logo após o parto, aja sob a influência desse estado. 19 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ DEFENSOR PÚBLICO) - Nas figuras típicas do aborto, as penas serão aumentadas de um terço, se, em consequência do delito, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave, independentemente de o resultado ser produzido dolosa ou culposamente, não havendo responsabilização específica pelas lesões. 20 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ DEFENSOR PÚBLICO) - Segundo a jurisprudência do STJ, são absolutamente incompatíveis o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio, não sendo, portanto, penalmente admissível que, por motivo torpe ou fútil, se assuma o risco de produzir o resultado. 21 – ( ) - Caso o delito de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação, A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 22– ( ) - (FCC/MPE-PE) - Em qualquer hipótese não pratica crime a gestante que consente no aborto. 23 – ( ) - (CESPE/PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA) - O Código Penal brasileiro permite três formas de abortamento legal: o denominado aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o aborto eugênico, permitido para impedir a continuação da gravidez de fetos ou embriões com graves anomalias; e o aborto humanitário, empregado no caso de estupro. 24– ( ) - (FUNIVERSA/PC- DF/DELEGADO DE POLÍCIA/ ADAPTADA) - Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o parto. Para tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do hospital. Nessa situação hipotética, segundo a doutrina majoritária, por ser o estado puerperal uma circunstância incomunicável, Dora responderá por infanticídio enquanto Carmem responderá por homicídio doloso. 25– ( ) - (FUNIVERSA/PC- DF/AGENTE DE POLÍCIA/ADAPTADA) - Maria descobriu que estava grávida e comunicou tal fato a João, seu marido, e, de comum acordo, resolveram pela prática abortiva. Para tanto, João realizou manobras que resultaram na expulsão e morte do feto. Nessa situação, João responde pelo crime de provocar aborto com o consentimento da gestante, e Maria responde como coautora de tal delito. 26– ( ) - FUNIVERSA/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/ADAPTADA) - Maria, três dias após a realização, por João, seu marido, de um aborto por ela consentido, passou mal e foi levada ao hospital por seu marido, onde se constatou que a expulsão do feto foi parcial, provocando infecção generalizada na gestante, que veio ao óbito. Nessa situação, João responderá por homicídio culposo mediante a imperícia nos meios abortivos empregados. 27 – (FGV/OAB) - Paloma, sob o efeito do estado puerperal, logo após o parto, durante a madrugada, vai até o berçário onde acredita encontrar–se http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 20 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu seu filho recém nascido e o sufoca até a morte, retornando ao local de origem sem ser notada. No dia seguinte, foi descoberta a morte da criança e, pelo circuito interno do hospital, é verificado que Paloma foi a autora do crime. Todavia, constatou– se que a criança morta não era o seu filho, que se encontrava no berçário ao lado, tendo ela se equivocado quanto à vítima desejada. Diante desse quadro, Paloma deverá responder pelo crime de a) homicídio culposo. b) homicídio doloso simples. c) infanticídio. d) homicídio doloso qualificado. 28 – (FUNCAB/PC-ES/DELEGADO) - Anderson, ginecologista, foi procurado por Zéfira, que estava grávida de seu amante Josenildo. Zéfira solicitou que Anderson interrompesse sua gravidez, mediante a utilização de uma curetagem, objetivando esconder a traição. Anderson, que era inimigo de Josenildo, efetuou um procedimento cirúrgico causando a expulsão do embrião e, para se vingar de Josenildo, retirou os dois ovários de Zéfira. Assim, pode-se afirmar: a) Zéfira deve responder pelo crime de aborto provocado com o consentimento da gestante (artigo 124 do CP), em concurso de agentes com Anderson. b) Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (artigo 126 do CP) com a causa de aumento de pena prevista no artigo 127 do CP. c) Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização de função – artigo 129, § 2º, III do CP), em concurso formal.d) Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização de função - artigo 129, § 2º, III, do CP), em concurso material. e) Anderson deve responder pelo crime de lesão corporal gravíssima (se resulta aborto). 29 – (FUNCAB/PC-ES/ESCRIVÃO) - Maria, que estava sob a influência do estado puerperal, em face de ter acabado de dar à luz, estando sonolenta pela medicação que lhe fora ministrada, ao revirar na cama, acabou sufocando seu filho, que se encontrava ao seu lado na cama, matando-o. Logo, Maria: a) deverá responder pelo crime de homicídio doloso. b) deverá responder pelo crime de homicídio culposo. c) deverá responder pelo crime de infanticídio doloso. d) deverá responder pelo crime de infanticídio culposo. e) não deverá responder por crime algum, pois foi um acidente. 30 – ( ) – No caso do Crimes previsto no Art. 122 do CP, se o suicídio se consuma ou a automutilação resulta morte a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 31 - (VUNESP/PC-SP/PAPILOS- COPISTA) - Assinale a alternativa que contém o crime que tem expressa causa de aumento de pena se praticado por motivo egoístico. a) Homicídio culposo. b) Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 21 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu c) Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. d) Aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante. e) Infanticídio. 32 - (MP-MG/Juiz) Assinale a alternativa INCORRETA: a) O aborto social ou econômico não é permitido pela lei brasileira. b) O feto é titular do direito à vida no autoaborto. c) O óvulo fecundado não tem a proteção penal. d) Praticado aborto necessário pela gestante, presente o estado de necessidade. e) Ocorrendo lesão corporal grave no aborto provocado pela própria gestante, incabível a forma qualificada. 01.E 02.C 03.E 04.E 05.E 06.E 07.C 08.E 09.C 10.E 11.E 12.E 13.E 14.E 15.E 16.E 17.B 18.C 19.E 20.E 21.E 22.E 23.E 24.E 25.E 26.E 27.C 28.C 29.B 30.B 31.C 32.C 33.C 01 - ERRADO. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 02 – CERTO. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 22 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu 03 - ERRADO. Autoaborto é crime. Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. 04. ERRADO. É permitido provocar aborto com o consentimento da gestante, em qualquer hipótese. Não. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 05 – ERRADO. Quando o aborto praticado por terceiro configura crime, as penas são aumentadas de um terço se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza leve ou grave. 08 – ERRADO. Tratando-se do crime de homicídio, a incidência de circunstância qualificadora de caráter objetivo não afasta o reconhecimento do privilégio, cuja natureza é subjetiva. É perfeitamente possível a coexistência entre o crime de formação de quadrilha armada e o de roubo qualificado pelo uso de arma e pelo concurso de agentes, porquantos bens jurídicos tutelados são distintos e os crimes, autônomos. são dois bens jurídicos distintos: QUADRILHA OU BANDO: PERIGO ABSTRATO. ROUBO QUALIFICADO (AUMENTO DE PENA) PELO USO DE ARMA: PERIGO CONCRETO. 09 – CERTO. O infanticídio representa hipótese de homicídio privilegiado, contendo o tipo penal um elemento subjetivo personalíssimo, qual seja, a influência do estado puerperal. Assim defende vários doutrinadores com Fernando Capez. 10 – ERRADO. Acerca dos crimes contra a pessoa, o ordenamento jurídico penal brasileiro não prevê tipo penal que incrimine o suicídio consumado, já que é impossível punir um morto; a tentativa de suicídio não é punível. 11 – ERRADO. Não se descarta a possibilidade de homicídio, neste caso homicídio doloso por dolo eventual ou homicídio culposo dependendo da análise. 12 – ERRADO. É punido o médico que pratica aborto, sem o consentimento da gestante, quando a gravidez é resultado de crime de estupro. 13 – ERRADO. A mulher que mata o filho logo após o parto, por estar sob influência do estado puerperal, comete infanticídio. 14 – ERRADO. Antônio agiu com dolo de PRIMEIRO grau, respondendo, em regra por tentativa de homicídio. situação descreve o que é denominado aberratio causae (dolo geral), que trata-se de um erro na causa que produz o delito. Ocorre quando o sujeito, pensando ter atingido o resultado que queria (Bruno ter morrido por envenenamento), pratica nova conduta com finalidade diversa (jogar o corpo de Bruno no lago) sendo que, posteriormente, verifica-se que o resultado foi provocado por essa nova conduta (Bruno morre devido ao afogamento). Nesse caso, considera-se a conduta como única, dado que http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 23 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu o agente, independentemente por meio de qual conduta, atingiu o resultado pretendido, agindo assim com dolo geral. Não se aplica, nesse caso, as circunstâncias agravantes. 15 – ERRADO. No delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente. Errado, pois a condição de ser FILHO (por tanto descendente) é elementar do tipo penal. Se não é filho então não será infanticídio. Obs.: se a mãe, por erro, matar o filho de outra pessoa pensando ser o dela, haverá erro sobre a pessoa art. 20 p 3º do CP e, por tanto, ela responderá por infanticídio. 16 – ERRADO. No delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, se admite exceção à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. A gestante que concedeu o aborto responde pelo art. 124 do CP e aquele que provocou o aborto responde pelo 126. Isso é uma exceção pluralística à teoria monista, pois eles responderam por crimes diferentes. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Crime de mão própria: não admite coautoria. Admite participação. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 17 - Letra B. Apesar das divergências encontrada na doutrina, a maioria dos estudiosos e da jurisprudência conduz o entendimento que o estado puerperal é uma elementar do tipo, assim, essa elementar subjetiva cominica-se aos demais agentes da conduta. Portanto, mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de infanticídio; a primeira na qualidade de autora e a segunda na qualidade de coautora, visto que o estado puerperal consiste em uma elementar normativa e se estende a todosos agentes. Nesse sentido Bitencourtt, Professor Renato Brasileiro...e outros. 18 – CERTO - Tratando-se de delito de infanticídio, dispensa-se a perícia médica caso se comprove que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal, por haver presunção juris tantum de que a mulher, durante ou logo após o parto, aja sob a influência desse estado. Reconhecimento do estado puerperal e prova pericial – TJSP: “Apresenta-se de relativo valor probante a conclusão para verificação do estado puerperal, assumido relevo também as demais circunstâncias que fazem gerar a forte presunção de delictum exceptum” (RT 506/362). A TJSP RT 506/362 reafirma a idéia de que o estado puerperal não é a única vertente que deve ser analisada em um caso de infanticídio, devendo também nos virarmos para outros fatores, como a questão da honra, da moral, do psicológico da genitora e de suas condições financeiras. “O reconhecimento do estado puerperal deve ser interpretado de maneira suficientemente ampla, de modo a abranger o variável período do choque puerperal. A influência deste estado é efeito normal e corriqueiro de qualquer parto e, dada a sua http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 24 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu grande frequência, deve ser admitido sem maior dificuldade.” (TACRIM-SP – AC – Rel. Fernandes Braga – JUTACRIM 83/383) 19 – ERRADO. Nas figuras típicas do aborto, as penas serão aumentadas de um terço, se, em consequência do delito, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave, independentemente de o resultado ser produzido dolosa ou culposamente, não havendo responsabilização específica pelas lesões. a questao nao fala nada de aborto culposo, ela diz que o resultado lesao corporal grave (ou morte grifo meu) causado pelo aborto fosse culposo, ou seja, as consequências trazidas à gestante pela pratica do aborto. O erro esta no final ".. não havendo responsabilização específica pelas lesões.". Correto seria: havendo, pois se sobrevier a morte a pena será duplicada, e no caso em tela, lc grave, a pena é aumentada de 1/3"; 20 – ERRADO.- NFORMATIVO 583 DO STJ. HOMICÍDIO. Incompatibilidade entre dolo eventual e a qualificadora de motivo fútil. A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? A pessoa que cometeu homicídio com dolo eventual pode responder pela qualificadora de motivo fútil? 1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compatíveis entre si. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. 2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é incompatível com o dolo eventual, tendo em vista a ausência do elemento volitivo. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). 21 – ERRADO. Caso o delito de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio seja praticado por motivo egoístico ou caso seja a vítima menor ou, ainda, por qualquer causa, seja sua capacidade de resistência eliminada ou diminuída, a pena será duplicada. Embora a questão esteja quase toda correta, peca ao utilizar o termo "eliminada", pois o art. 122, § único fala apenas em diminuída a capacidade de resistência. Vejamos: Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Pode parecer bobagem, mas se a capacidade de entendimento da vítima é ELIMINADA, não temos o crime de induzimento ao suicídio, mas HOMICÍDIO por autoria mediata. Para que o crime de induzimento ao suicídio se caracterize é necessário que a vítima tenha ALGUMA capacidade de discernimento. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 25 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu 22– ERRADO. Não é em qualquer hipótese . 23 – ERRADO. O Código Penal brasileiro permite três formas de abortamento legal: o denominado aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o aborto fruto de aborto e aborto de criança anincéfala. 24– ERRADO. Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o parto. Para tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do hospital. Nessa situação hipotética, segundo a doutrina majoritária, Dora e Carmem responderam por infanticídio. 25– ERRADO. Maria descobriu que estava grávida e comunicou tal fato a João, seu marido, e, de comum acordo, resolveram pela prática abortiva. Para tanto, João realizou manobras que resultaram na expulsão e morte do feto. Nessa situação, João responde pelo crime de provocar aborto com o consentimento da gestante, e Maria responde como coautora de tal delito. 26– ERRADO. João responderá pelo art. 127 do CP (forma qualificada). Trata-se de uma exceção, pois pune a tentativa de crime preterdoloso. 27– Letra “C”. Infanticídio. 28– Letra “C”. Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da gestante (artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização de função – artigo 129, § 2º, III do CP), em concurso formal. 29 – Letra “B”. Maria, que estava sob a influência do estado puerperal, em face de ter acabado de dar à luz, estando sonolenta pela medicação que lhe fora ministrada, ao revirar na cama, acabou sufocando seu filho, que se encontrava ao seu lado na cama, matando-o. Logo, Maria deverá responder pelo crime de homicídio culposo. 31 - Letra “C”. Causa de aumento de pena se praticado por motivo egoístico. c) Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. 32 - Letra “C”. O óvulo fecundado tem a proteção penal. É o caso do crime de aborto. 33- Letra “C”. Getúlio deve responder por crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, por uma única vez, com pena duplicada pela prática do crime por motivo egoístico. http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605 26 DIREITO PENAL Prof. Márcio Tadeu http://diferencialcursos.com.br/ http://bit.ly/difinst http://bit.ly/difFB http://bit.ly/difyoutb https://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5562992229605
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