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09 - Dos Crimes contra a VIda

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1 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
 
DIREITO PENAL 
PARTE ESPECIAL 
PROFESSOR MÁRCIO TADEU 
DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL 
PROF. FERNANDO MARTINS 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
INDUZIR, INSTIGAR E AUXILIAR O SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO............. 03 
 
INFANTICÍDIO ........................................................................................ 07 
 
ABORTO .................................................................................................. 10 
 
EXERCÍCIOS ........................................................................................... 17 
 
COMENTÁRIOS ....................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO E A AUTOMUTILAÇÃO 
 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão 
corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 
129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 3º A pena é duplicada: 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; II - se a 
vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
 § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio 
da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador 
de grupo ou de rede virtual. 
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal 
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou 
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não 
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do 
art. 129 deste Código. 
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor 
de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 
121 deste Código. 
 
O crime não pune o suicídio pois mesmo que tentado, a vitima não merece ser 
punida, além do princípio da alteridade, a vitima precisa é de ajuda, e não responder um 
processo criminal, e nem a mutilação, pois esta já é punida pelo crime de lesão corporal 
(art 129 CP). O crime pune a voluntariedade de um terceiro que faz surgir/reafirma a 
ideia/ presta assistência material para a vitima suicidar-se ou se automutilar. 
Suicídio: qualquer comportamento intencional de tirar a própria vida, ex, 
enforcamento, envenenamento por pesticidas, atirar em si mesmo com armas de fogo, 
pular de um local alto. 
Automutilação: qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta 
ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio, ex, cortar a própria pele, bater em 
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DIREITO PENAL 
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si mesmo, queimar-se, em geral as áreas onde são produzidos os ferimentos são os 
braços, pernas, abdômen ou áreas expostas. 
 
Sujeitos do crime 
É crime bicomum, sendo praticável por qualquer pessoa, lembrando que como o 
suicídio/automutilação é um ato voluntario e consciente, deve a vitima (sujeito passivo) 
ter capacidade plena de seus atos. 
 
Obs: tem que ser a pessoa determinável e não um induzimento genérico como em 
uma musica ou filme. 
 
Conduta 
 
Três formas de praticar o crime; 
 
Induzimento: o agente ativo faz nascer o interesse na vitima em suicidar-se ou 
praticar automutilação. 
Instigação: reforça a ideia (incentiva) ideia já existente do sujeito passivo a se 
suicidar ou auto mutilar-se. 
Auxilio material: presta ao agente assistência material, facilitando a execução do 
suicídio ou automutilação. 
A) se o agente induz, instiga e presta auxilio, vai responder por crime único 
B) a conduta cai em uma conduta comissiva, mas já a conduta omissiva tem 
divergência, por exemplo o caso de ao ser perguntado se pode se matar ou automutilar-
se, e a pessoa não diz nada e não tenta convencer ao contrario, estaria instigando por 
uma omissão, entendo que apenas a conduta cairia sob quem tem o dever jurídico de 
evitar o evento, ou também o fato de prestar auxilio deve ser sempre comissivo, pois por 
omissão não cairia, talvez pelo fato de omissão de socorro qualificada pela morte. 
C) o auxilio pode ser em qualquer dos atos, desde que não intervenha diretamente 
nos atos executórios, pois se o autor ático por ex, puxa a corta, mete a espada, aperta 
um botão, amarra a corda em uma pedra e no pescoço da vitima, abre a torneira, corta a 
pessoa estaria diante de um homicídio ou lesão corporal. 
D) quem começa fazer um auxilio ao suicídio, e depois com a vitima pedindo socorro 
se omite, também responderá por homicídio aquele que impede a intenção salvadora de 
terceiro. 
E) se for doente mental/menor de 14/incapaz ou qualquer outro que não pode 
oferecer resistência ou discernimento responde por homicídio art 121 CP (se resultado 
morte) ou lesão corporal art 129 § 2º (se resulta em lesão gravíssima) (art 122 §§ 6º e 
7º CP ) 
 
Elemento Subjetivo 
 
✓ Somente na forma dolosa (p/ existir crime culposo precisa de previsão legal 
art 18 II § único CP). 
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✓ também poderá responde por dolo eventual, ex, o pai que sabe que sua filha 
tem condutas suicidas, e à expulsa de casa dando um foda-se se ela ficar 
triste e se suicidar. 
 
Consumação e tentativa 
 
Se o agente induz/instiga/auxilia materialmente a vítima a cometer suicídio ou a 
automutilar-se, sendo assim tornou-se crime formal, não necessita nem mesmo que a 
vítima tente se matar ou se automutile, estes resultados serão mero exaurimento da 
conduta. 
 
✓ o que na lei anterior ficava impune, agora será punido se da 
automutilação ou suicídio frustrado não resultar em nada ou 
resultar em lesão corporal de natureza leve pois será mero 
exaurimento do induzimento, instigação, auxilio material a lesão 
ou suicídio. 
 
Haverá tentativa com a nova lei 13.968/19, já que como é crime formal, agente 
pode tentar induzir/instigar/auxiliar e não conseguir por fatores externos a sua vontade. 
 
Qualificadoras 
 
✓ 1 a 3 anos de reclusão - Se da automutilação ou suicídio não consumado 
(suicídio frustrado), resultar em lesão corporal grave ou gravíssima . 
✓ 2 a 6 anos de reclusão - Se o suicídio se consuma (vitima morrer) ou da 
automutilação sobrevém resulta morte . 
 
 Majorantes 
 
✓ Aumenta pena em metade : Se o agente é líder/coordenador de grupo ou 
de rede virtual. 
 
✓ Aumenta a pena até o dobro: Se é praticado por meio de computador/rede 
social/transmitida em tempo real. 
 
✓ Duplica a pena: 
 
✓ Praticado por motivo egoístico:com interesses pessoais como 
buscando receber a herança ou ocupar o cargo. 
✓ Prática por motivo torpe: motivo que causa repulsa na sociedade, como 
só para ver a pessoa morrer e filmar. 
✓ Prática por motivo fútil: motivo pequeno/ínfimo, como instigar a se 
matar para ficar com herança de 1000 R$. 
✓ Idade: menor de 18 anos. 
✓ Vitima com capacidade de resistência diminuida: pode ser ébrio, 
enfermo, depressiva. 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Obs¹: se tiver bêbado e drogado, esse não tinha nem como pensar em nada, 
responderá por homicídio. 
Obs²: se a vitima foi coagida, é homicídio doloso. 
 
Ação penal - pública incondicionada. 
 
A tipificação do crime tem muita aproximação, com o combate ao jogo da baleia azul 
que propiciou um grande aumento de automutilação e suicídio entre jovens, conduta 
grandemente espalhada nas redes sociais e havendo até mesmo hashtags do jogo. O jogo 
é baseado em uma serie de desafio dados a vitima, que normalmente uma por dia vão se 
agravando, das quais envolvem auto-mutilação até chegar ao suicídio. 
Lembrando que foi sancionada a Lei 13.819, de 2019, que institui a Política Nacional 
de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. O texto determina a notificação 
compulsória, pelos estabelecimentos de saúde, dos casos de violência autoprovocada, 
incluindo tentativas de suicídio e a automutilação. 
 
 
 
O jogo da Baleia Azul é 
crime de Induzir o Suicídio - O 
jogo da Baleia Azul propõe 50 
desafios, tendo como etapa final 
o suicídio, entre os desafios estão à automutilação desenhando 
baleias no corpo, assistir filmes de terror e ficar doente. Os 
jovens vão trocando mensagens em um grupo em redes sociais 
e os curadores ficam responsáveis por propor desafios. 
O que tem sido considerado jogo para alguns, é motivo de 
preocupação para outros, o que é chamado de jogo, começou 
em 2015 com uma notícia falsa na internet, sendo divulgado 
por um veículo estatal da Rússia: “Era um ‘fake news’, mas 
existe um efeito que, sendo verdadeira ou não, a notícia gera 
um contágio, principalmente entre os jovens. O jogo não 
existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter 
passado a existir.” 
 
 
 
 
 INFANTICÍDIO 
 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, 
durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
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 Estado Puerperal 
 
Estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à 
volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o 
espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do 
organismo materno às suas condições anteriores ao processo de gestação. 
Puerpério vem de puer (criança) e parere (parir). Importante frisar que o puerpério 
não quer significar que sempre seja acarretado por uma perturbação psíquica, sendo 
necessário que fique averiguado ter esta realmente sobrevindo na capacidade de 
entendimento ou autodeterminação da parturiente, ficando clara a seguinte decisão 
jurídica nesse sentido: 
Estado puerperal também é um fato biológico bem estabelecido que a parturição 
desencadeia numa súbita queda nos níveis hormonais e alterações bioquímicas no sistema 
nervoso central. A disfunção ocorreria no eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovariano, e 
promoveria estímulos psíquicos com subsequente alteração emocional. Em situações 
especiais, como nas gestações indesejadas, conduzidas em segredo, não assistidas e com 
parto em condições extremas, uma resposta típica de transtorno dissociativo da 
personalidade e com desintegração temporária do ego (O conceito de Ego é visão da 
Psicologia com abordagem voltada a Psicanálise) poderiam ocorrer. 
 
 
Estado puerperal é o conjunto de 
alterações físicas e psíquicas em 
decorrência do parto. É o período que 
vai do deslocamento e expulsão da 
placenta até o retorno do organismo materno às condições pré-
gravídicas, podendo durar até 8 semanas após o parto. 
 
 
 
Para o reconhecimento do infanticídio não basta que o fato tenha sido praticado 
durante o estado puerperal. Como a lei fala em influência, deve existir uma relação de 
causalidade entre o puerpério e a morte do nascente ou do neonato. Se a morte não é 
decorrência daquele estado, haverá homicídio, e não infanticídio. 
Tendo em vista, porém, que o estado puerperal é ocorrência relativamente frequente 
e de difícil comprovação, a jurisprudência tem presumido a sua influência no crime 
praticado durante o parto, ou logo depois, dispensando a prova pericial. Tal presunção, 
entretanto, é relativa, admitindo prova em contrário. 
Só há infanticídio quando o crime é praticado durante o parto, ou logo após: se é 
praticado antes do início do parto, haverá aborto. Se não é praticado logo após o parto, 
haverá homicídio. 
Muito já se discutiu a respeito do alcance da expressão logo após. Hoje, prevalece o 
entendimento de que a questão deverá ser analisada diante de cada caso concreto. 
Haverá infanticídio se o fato for praticado “enquanto durar o estado puerperal”. 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Do Concurso de Pessoas 
 
O crime é próprio. Só pode ser praticado pela mãe puérpera. Existe controvérsia 
sobre a possibilidade do concurso de pessoas no crime de infanticídio. 
 
 
Uma primeira corrente sustentava 
que o crime não admite o concurso 
de pessoas, pois a condição de mãe e o 
estado puerperal são circunstâncias 
personalíssimas, que não se comunicam aos coautores e partícipes. 
Assim, o terceiro que concorre para o infanticídio deverá responder por 
homicídio. 
Prevalece, porém, o entendimento de que a condição de mãe e o 
estado puerperal são elementares do crime, e, na forma dos artigos 29 
e 30, CÓDIGO PENAL, comunicam-se aos coautores e partícipes. Assim, 
o terceiro que realiza a conduta juntamente com a mãe (coautor), ou 
que a induz, instiga ou auxilia (partícipe) no cometimento do crime, 
responderá também por infanticídio. 
 
 
Mais complexa é a hipótese em que o fato principal é praticado por terceiro, 
contando com o auxílio secundário da mãe puérpera. Adotadas as regras gerais do 
concurso de pessoas, ambos deveriam responder por homicídio. 
 
Embora correta do ponto de vista técnico, tal solução levaria ao 
absurdo de se punir mais gravemente a mãe quando pratica conduta de 
menor gravidade. Em razão disso, a doutrina majoritária sustenta que, 
em tal hipótese, por equidade, o terceiro deverá responder por 
homicídio e a mãe por infanticídio. 
 
Forma de Homicídio Privilegiado 
 
De acordo com Fernando Capez: 
 
“Trata-se de uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo 
privilégio é concedido em virtude da “influência do estado puerperal” 
sob o qual se encontra a parturiente. É que o estado puerperal, por 
vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais 
diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto inibição, levando-
a a eliminar a vida do infante 
 
O sujeito passivo é o nascente ou o neonato, ou seja, aquele que está nascendo ou 
que acabou de nascer. Se a mãe mata outro filho, ou outra pessoa, sob a influência do 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
estado puerperal, responderá por homicídio, embora possa ser reconhecida, em seu favor, 
a causa de diminuição de pena do artigo. 26, parágrafo único, CÓDIGO PENAL. 
 
Erro quanto a pessoa 
 
Haverá infanticídio, porém, se por erro justificado pelas circunstâncias, a mãe mata 
terceiro supondo matar o nascente ou neonato. É o chamado infanticídio putativo. O 
infanticídio e o aborto tutelam a vida humana e para diferenciá-los é necessário dizer que 
o primeiro protege a vida extrauterina, e o segundo, a vida intrauterina. 
É necessário, portanto, estabelecer com exatidão, o momento em que a vida deixa 
de ser considerada intrauterina e passa a extrauterina. A solução é obtida pela 
interpretação sistemática do artigo. 123, CÓDIGO PENAL. A partir do início do parto 
(“durante o parto”), a vida humana já não é considerada intrauterina e passa a ser 
tutelada pelos crimes de homicídio e infanticídio, que protegem a vida extrauterina. 
 
Tipo objetivo 
 
O núcleo do tipo é matar, que significa destruir, eliminar. O crime é de forma livre, 
podendo ser praticado por qualquer meio de execução, comissivo ou omissivo. O 
infanticídio por omissão, entretanto, não se confunde com o crime de exposição ou 
abandono de recém-nascido qualificado pela morte (artigo. 134, CÓDIGO PENAL). Este é 
crime preterdoloso, em que o sujeito pretende apenas abandonar o recém-nascido, para 
ocultar desonra pessoal, e acaba dando causa ao resultado morte por culpa. 
 
Tipo subjetivo. 
 
✓ O crime é punido a título de dolo: direto ou eventual. 
✓ Não foi prevista a modalidade culposa. 
 
Consumação e tentativa 
✓ O crime é material: consuma-se com a morte do nascente ou do neonato. 
✓ A tentativa é admissível. 
 
Classificação Doutrinária 
 
1- Crime Próprio (aquele cujo tipo penal exige uma qualidade ou condição especial dos 
sujeitos ativos ou passivos); 
2 – Crime de Forma Livre (aquele que pode ser praticado de qualquer forma, sem o 
comportamento especial previamente definido); 
3 – Crime Comissivo (aquele que o tipo penal prevê um comportamento positivo, ou 
seja, uma ação); 
4 – Crime Material (aquele cuja consumação depende da produção do resultado definido 
no tipo penal); 
5 – Crime Instantâneo De Efeitos Permanentes (aquele que o resultado da conduta 
praticada pelo agente é permanente e irreversível); 
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6 – Crime de Dano (aquele que para a sua consumação deve haver a efetiva lesão ao 
bem jurídico protegido pelo tipo); 
7 – Crime Unissubjetivo (aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa); 
8 – Crime Plurissubsistente (aquele em que existe possibilidade real de se percorrer, 
passadamente, as fases do iter criminis); 
9 – Crime Progressivo (aquele que ocorre quando da conduta inicial que realiza um tipo 
de crime o agente passa a ulterior atividade, realizando outro tipo de crime, de que 
aquele é etapa necessária ou elemento constitutivo). 
 
 
 ABORTO 
 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é 
maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento 
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 
 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas 
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento 
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
 
 
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 Formas de aborto: 
 
✓ Auto aborto e consentimento para aborto (art.124) 
✓ Aborto sem o consentimento da gestante (art.125) 
✓ Aborto com o consentimento da gestante (art.126) 
✓ Aborto qualificado (art. 127) 
✓ Aborto legal (art. 128) 
 
O STF decidiu recentemente pela descriminalização do aborto de criança 
anencefalia 
 
Desde que seja por desejo da mãe, há a possibilidade da interrupção da 
gravidez, no caso de feto anencefálico. Recentemente, o STF julgou 
procedente a ADPF no 54, ajuizada pela Confederação Nacional dos 
Trabalhadores na Saúde (CNTS), para dar interpretação conforme a Constituição 
Federal aos arts. 124, 126, caput, e 128, I e II do CP, para que, sem redução 
de texto, seja declarada a inconstitucionalidade, com eficácia erga omnes 
(para todos) e efeito vinculante, de qualquer outra interpretação que obste a 
realização voluntária de antecipação terapêutica de parto de feto anencefálico. 
Como requisito, deve ser diagnosticada por profissional médico legalmente 
habilitado. Desta forma, dispensa autorização judicial ou administrativa. 
 
STF decidiu recentemente pela descriminalização do aborto até 03 meses de 
gestação 
 
Com o voto de Luiz Roberto Barroso, a 1ª Turma do STF, em 29/11/16, por maioria, 
entendeu que a interrupção da gravidez até o terceiro mês de gestação não pode ser 
equiparada ao aborto. A decisão não é vinculante, mas com certeza irá influenciar outros 
magistrados e tribunais. Barroso disse que a criminalização de atos como o julgado ferem 
diversos direitos fundamentais, entre eles, os sexuais e reprodutivos da mulher. “Que não 
pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada.” 
O ministro também ressaltou a autonomia da mulher, o direito de escolha de cada um 
e a paridade entre os sexos. Mencionou ainda a questão da integridade física e psíquica 
da gestante. “Que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da 
gravidez.” 
Especificamente sobre a condição social da mulher que decide abortar, Barroso 
criticou o impacto da criminalização do ato sobre as classes mais pobres. “É que o 
tratamento como crime, dado pela lei penal brasileira, impede que estas mulheres, que 
não têm acesso a médicos e clínicas privadas, recorram ao sistema público de saúde para 
se submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência, multiplicam-se os casos 
de automutilação, lesões graves e óbitos.” 
A criminalização, continuou Barroso, viola o princípio da proporcionalidade por não 
proteger devidamente a vida do feto ou impactar o número de abortos praticados no país. 
“Apenas impedindo que sejam feitos de modo seguro”, disse. “A medida é desproporcional 
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em sentido estrito, por gerar custos sociais (problemas de saúde pública e mortes) 
superiores aos seus benefícios.” 
 
 
 “Praticamente nenhum país 
democrático e desenvolvido do mundo 
trata a interrupção da gestação durante 
o primeiro trimestre como crime, aí 
incluídos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá,França, 
Itália, Espanha, Portugal, Holanda e Austrália.” 
 
 
 
Sujeitos do crimes e questões pertinentes 
 
O Art. 125, possui como sujeito ativo qualquer pessoa, tratando-se de crime 
comum, possuindo dupla subjetividade passiva, no caso o feto e a gestante, protegendo a 
incolumidade física desta e a vida daquele. Inicialmente, cabe conceituarmos o que é o 
aborto, que nada mais é que a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto. 
Nesta linha de raciocínio, para identificarmos em que tipo penal o caso concreto se 
enquadra, devemos inicialmente verificar qual a intenção do agente, bem como sua 
consciência em relação à condição da mulher gestante. 
O agente enquanto completamente inconsciente da gravidez, ao praticar um ato 
contra uma gestante, não será responsabilizado caso haja qualquer resultado contra o 
feto, nem por qualquer agravação de crime pelo resultado aborto ou aceleração de parto, 
tendo em vista que de acordo com a teoria finalista (atualmente adotada pela doutrina 
majoritária) não é possível separar a ação e a vontade do agente (requisitos do fato 
típico). Ou seja, no caso do desconhecimento do sujeito ativo com relação à gravidez, não 
há que se dizer em dolo ou culpa, tendo em vista a leitura do Art. 18 em seus incisos I e 
II. 
 
 
 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo; 
 Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
 
✓ Não há previsão legal para o ABORTO CULPOSO, tornando-se fato 
atípico. 
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Exemplos de auto aborto: 
 
Situação 01: uma mulher desejando interromper a gestação, ingere uma substância 
qualquer que causa a morte do feto, sem contudo provocar-se a expulsão. Em 
decorrência de sua conduta o feto morre, mas continua biologicamente ligado ao corpo da 
mãe. Há a remoção cirúrgica do feto morto, onde se constata que a morte foi provocada 
pela ingestão dolosa do fármaco. Não houve a expulsão do feto, contudo, 
caracterizou-se o aborto. 
Situação 02: a gestante realiza procedimento que retira o feto em formação do útero 
sem que lhe seja vulnerada integridade física, morrendo depois de retirado uma vez que 
sua vida, considerando seu estágio de formação, era inviável fora do útero. Igualmente 
há o aborto, porque não foi iniciado ou realizado um parto, mas sim uma manobra que, 
por sua natureza, visava a interrupção da gestação que que invariavelmente culminaria 
na morte do feto. 
Situação 03: Desejando interromper a gestação, a mulher insere objeto perfurante 
em seu corpo, atingindo e lesionando o útero e o feto, provocando a expulsão e morte do 
nascituro. Igualmente, caracteriza-se o aborto. 
 
 Sujeito ativo possui desígnios autônomos para o homicídio da gestante e 
o aborto: 
 
O agente deve responder por homicídio, elencado no Art. 121 do Código Penal, caso 
a morte da mulher se consume, ou pela tentativa de homicídio caso, por circunstâncias 
alheias a sua vontade, não haja a morte da gestante. Além disso, deve o agente 
responder pelo crime de aborto, previsto no Artigo 125 do CP, caso haja a morte do feto, 
ou pelo crime de tentativa de aborto caso o feto nasça em perfeitas condições. Vale 
ressaltar que em todos os resultados obtidos, existe o concurso formal impróprio ou 
imperfeito de ambos os crimes, tendo em vista o desígnio autônomo para cada crime, 
aplicando-se então cumulativamente a pena dos dois crimes. Desta forma, as 
possibilidades seriam: 
 
✓ Caso haja a consumação dos dois crimes, o agente deve responder pelo crime 
de homicídio (Art. 121) em concurso formal impróprio ou imperfeito com o 
crime de aborto (Art. 125). 
✓ - Caso haja a consumação da morte da mulher e o feto nasça em perfeitas 
condições o agente deve responder pelo crime de homicídio (Art. 121) em 
concurso formal impróprio ou imperfeito com o crime de tentativa de aborto 
(Art. 125 c/c Art. 14, II). 
✓ - Caso não haja morte da mulher porém ocorra a consumação do aborto, o 
agente responderá pelo crime de tentativa de homicídio (Art. 121 c/c Art. 14, 
II) em concurso formal impróprio com o crime de aborto (Art. 125). 
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✓ - Caso nenhum dos dois crimes se consumem, o agente responde na 
modalidade tentada para os crimes de homicídio e aborto em concurso formal 
imperfeito (Art. 121 c/c Art. 14, II e Art. 125 c/c Art. 14, II) 
 
NÃO há que se falar em Lesão Corporal Grave ou Gravíssima por 
Aceleração de Parto Ou Aborto (Art. 129, § 1º inciso IV ou § 2º inciso V) no 
caso da gestante sofrer apenas lesões e não vir a óbito, tendo em vista a 
intenção do agente ser a prática do homicídio e do aborto. 
 
Sujeito ativo possui a única intenção de praticar o aborto, não desejando ou 
assumindo o risco para a morte da gestante. 
 
Aqui será imputado ao mesmo o crime de aborto (Art. 125) se efetivamente houver 
a morte do feto. Caso não haja a morte do feto, o sujeito ativo será responsabilizado pela 
tentativa de aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II). Além disso, o legislador previu a 
possibilidade de um resultado preterdoloso com relação à incolumidade da gestante, 
incluindo o Art. 127 do Código Penal, que trata do crime de aborto na forma qualificada, 
com dolo no aborto e culpa no resultado lesão corporal grave ou morte, acarretando um 
aumento de pena. Com isso, encontramos as seguintes possibilidades: 
 
✓ - No caso de haver o aborto e nenhum prejuízo para a gestante, o sujeito 
ativo responderá somente pelo aborto (Art. 125). 
✓ - Caso haja a consumação do crime de aborto e morte ou lesão corporal grave 
da gestante, o agente deve responder pelo crime de aborto qualificado (Art. 
127 c/c Art. 125). 
✓ - Caso não haja a consumação do crime de aborto (gestante já encontrava-se 
em estágio avançado de gravidez e feto nasce e sobrevive) e ocorra a morte 
da gestante, o agente deve responder pelo crime de aborto qualificado (Art. 
127 c/c Art. 14, II). 
 
Este é o caso traz maior divergência entre os grandes mestres 
doutrinadores do Direito Penal, onde alguns seguem a linha da 
tentativa do aborto qualificado (Art. 127 c/c Art. 125 c/c Art. 14, II), 
outros do aborto qualificado consumado (Art. 127 c/c Art. 125) e 
outros da tentativa do aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II) e homicídio 
culposo em concurso formal. 
 
Tentativa de aborto qualificado – Tal posicionamento é o majoritário, possuindo 
como defensores os grandes mestres Luiz Flávio Gomes, Mirabete e Nelson Hungria. Tal 
interpretação é uma exceção à regra de não ser possível a forma tentada para crimes 
preterdolosos, justificando a tentativa no crime doloso e consumação no crime culposo. 
 
 
 
 
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Aborto Qualificado 
 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são 
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza 
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a 
morte. 
 
Verifica-se que o legislador explicitamente acrescenta a possibilidade de aumento de 
pena não somente em consequência do aborto, mas também dos meios empregados para 
provocá-lo.Ou seja, independente do resultado ter sido a morte do feto, havendo morte 
da gestante em consequência dos meios empregados estará caracterizada a qualificadora 
do crime de aborto previsto no Art. 125. 
Tal posicionamento é adotado pelo doutrinador Fernando Capez, que inclusive 
compara tal interpretação com a adotada para o crime de latrocínio (Súmula 610 do STF), 
onde independente da subtração patrimonial, é confirmada com a morte do sujeito 
passivo. 
 
Súmula 610 STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se 
consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
 
Admito, entretanto, que a imputação em virtude desta interpretação torna-se 
extremamente penosa, se compararmos com os crimes em separado, quais sejam o crime 
de aborto consumado e o de homicídio culposo, porém não há como desprezar a 
explicitude do legislador ao considerar que a morte advinda dos meios empregados para 
provocar o aborto são suficientes para qualificar o crime previsto no Art. 125, além do 
que o crime de latrocínio possui a mesma característica, mesmo não havendo a 
consecução da subtração da coisa alheia móvel. 
 
 Sujeito ativo deseja somente a morte da mulher e não deseja o aborto 
 
Como em todos os casos anteriores, devemos começar pela intenção do agente. Só 
que neste caso o mesmo deseja matar a mulher porém não pretende atingir o feto. Isto 
se torna muito difícil, tendo em vista que a morte da gestante acarretará a morte do feto, 
tratando-se de um caso de dolo eventual para o crime de aborto. 
Diante dos fatos expostos, o agente deverá responder por homicídio, (Art. 121), 
caso a morte da mulher se consume, ou pela tentativa de homicídio caso, por 
circunstâncias alheias a sua vontade, não haja a morte da gestante. Com relação ao 
aborto, o mesmo deverá responder por aborto consumado (dolo eventual) (Art. 125) em 
concurso formal impróprio com o homicídio ou sua tentativa. No caso de haver a 
aceleração de parto e o feto nasça em perfeitas condições, o agente somente será 
responsabilizado pelo Art. 121 do Código Penal. 
 
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Sujeito ativo deseja somente lesionar a gestante e causa aceleração de 
parto ou aborto 
 
Destacamos que quando a intenção do agente era de somente lesionar a gestante e 
em consequência há a aceleração de parto ou o aborto, o mesmo responderá pelo crime 
de lesão corporal grave ou gravíssima (Art. 129, §1º inciso IV ou §2º inciso V). Porém, se 
houver o aborto e a gestante morrer em virtude da lesão, haverá o crime de lesão 
corporal seguida de morte (Art. 129, §3º), tendo em vista que a morte da gestante 
agrava mais a pena que o aborto. 
Da mesma forma que se o sujeito passivo, sofrendo lesões graves e gravíssimas, ao 
sujeito ativo somente será imputado o crime de lesões gravíssimas. 
 
Se o feto nascer com vida e morrer após o nascimento em virtude das 
práticas adotadas pelo sujeito ativo. 
 
 O posicionamento deste subscritor é de que o sujeito ativo responderá por aborto 
consumado (Art. 125), embora existam interpretações que considerem a tentativa de 
aborto (Art. 125 c/c Art. 14, II) em concurso formal com o homicídio culposo (Art. 121, 
§3º). Para justificar tal entendimento recorro ao Art. 4º do Código Penal Brasileiro. 
 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
Ora, se se considera praticado o crime no momento da ação, mesmo sendo outro o 
momento do resultado, como seria possível o sujeito ativo responder pelo crime de 
homicídio (matar alguém), se no momento da ação, somente seria possível o crime de 
aborto. 
Da mesma forma não se pune o responsável por homicídio com aumento de pena se 
no momento da ação o sujeito passivo possuía 59 anos e 11 meses, porém vem a falecer 
com mais de 60 anos. Soma-se a isto, o fato do aborto ser considerado a interrupção da 
gravidez com a consequente morte do feto, objetivo alcançado pelo sujeito ativo, embora 
em momento posterior. 
 
 
 
 
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01 – ( ) - (PMMG/SOLDADO 
/ADAPTADA) - Não se pune o aborto 
praticado por médico, se não há outro 
meio de salvar a vida da gestante. No caso 
de a gravidez resultar de estupro e o 
aborto é praticado por médico e precedido 
de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal, reduz 
de metade a pena imposta. 
 
02 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) 
- Não se pune o aborto praticado por 
médico se a gravidez resulta de estupro e 
o aborto é precedido de consentimento da 
gestante ou do seu representante legal, se 
incapaz. 
 
03 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) 
- Não constitui infração penal provocar 
aborto em si mesma. 
 
04– ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) - 
É permitido provocar aborto com o 
consentimento da gestante, em qualquer 
hipótese. 
 
05 – ( ) - (FCC/MPE-PE/ADAPTADA) 
- Quando o aborto praticado por terceiro 
configura crime, as penas são aumentadas 
de um terço se, em consequência do 
aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal 
de natureza leve ou grave. 
 
06 – ( ) - Induzir ou instigar alguém a 
suicidar-se ou a praticar automutilação ou 
prestar-lhe auxílio material para que o faça 
é crime cuja pena é de detenção de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
07 – ( ) - Se da automutilação ou da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal 
de natureza grave ou gravíssima, a pena é 
de reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.. 
 
08 – ( ) - (CESPE/TJ-SE) - Acerca dos 
crimes culposos, dolosos e preterdolosos e 
dos crimes contra a pessoa e contra o 
patrimônio, assinale a opção correta. 
Tratando-se do crime de homicídio, a 
incidência de circunstância qualificadora de 
caráter objetivo, por si só, afasta o 
reconhecimento do privilégio, cuja 
natureza é subjetiva. 
 
09 – ( ) - (CESPE/TJ-BA) - Acerca dos 
crimes contra a pessoa, o infanticídio 
representa hipótese de homicídio 
privilegiado, contendo o tipo penal um 
elemento subjetivo personalíssimo, qual 
seja, a influência do estado puerperal. 
 
10 – ( ) - (CESPE/TJ-BA) -Acerca dos 
crimes contra a pessoa, o ordenamento 
jurídico penal brasileiro não prevê tipo 
penal que incrimine o suicídio consumado, 
já que é impossível punir um morto; 
todavia, a tentativa de suicídio é punível, 
com vistas à prevenção e à repressão da 
conduta. 
 
11 – ( ) - (CESPE/PC-BA) - 
Considerando que, em determinada casa 
noturna, tenha ocorrido, durante a 
apresentação de espetáculo musical, 
incêndio acidental em decorrência do qual 
morreram centenas de pessoas e que a 
superlotação do local e a falta de saídas de 
emergência, entre outras irregularidades, 
tenham contribuído para esse resultado, A 
causa jurídica das mortes, nesse caso, 
pode ser atribuída a acidente ou a suicídio, 
descartando-se a possibilidade de 
homicídio, visto que não se pode supor 
que promotores, realizadores e 
apresentadores de shows em casas 
noturnas tenham, deliberadamente, 
intenção de matar o público presente. 
 
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12 – ( ) - (CESPE/PC-RN/ESCRIVÃO) 
- Com relação aos crimes contra a pessoa, 
não é punido o médico que pratica aborto, 
mesmo sem o consentimento da gestante, 
quando a gravidez é resultado de crime de 
estupro. 
 
13 – ( ) - (CESPE/PC-RN/ESCRIVÃO) 
- Com relaçãoaos crimes contra a pessoa, 
a mulher que mata o filho logo após o 
parto, por estar sob influência do estado 
puerperal, não comete crime. 
 
14 – ( ) - (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR 
PÚBLICO)- Considere a seguinte 
situação hipotética. Antônio, com intenção 
homicida, envenenou Bruno, seu desafeto. 
Minutos após o envenenamento, Antônio 
jogou o que supunha ser o cadáver de 
Bruno em um lago. No entanto, a vítima 
ainda se encontrava viva, ao contrário do 
que imaginava Antônio, e veio a falecer 
por afogamento. Nessa situação, Antônio 
agiu com dolo de segundo grau, devendo 
responder por homicídio doloso qualificado 
pelo emprego de veneno. 
15 – ( ) - (CESPE/DPE-PI/DEFENSOR 
PÚBLICO) - Quanto aos crimes contra a 
pessoa, no delito de infanticídio incide a 
agravante prevista na parte geral do CP 
consistente no fato de a vítima ser 
descendente da parturiente. 
 
16 – ( ) - (CESPE/DPE-PI/DEFENSOR 
PÚBLICO) - Quanto aos crimes contra a 
pessoa, no delito de aborto, quando a 
gestante recebe auxílio de terceiros, não 
se admite exceção à teoria monista, 
aplicável ao concurso de pessoas. 
 
17 - (CESPE/DPE/AC/DEFENSOR 
PÚBLICO) - Uma mulher grávida, 
prestes a dar à luz, chorava 
compulsivamente na antessala de 
cirurgia da maternidade quando uma 
enfermeira, condoída com a situação, 
perguntou o motivo daquele choro. A 
mulher respondeu-lhe que a gravidez 
era espúria e que tinha sido 
abandonada pela família. Após dar à 
luz, sob a influência do estado 
puerperal, a referida mulher matou o 
próprio filho, com o auxílio da citada 
enfermeira. As duas sufocaram o 
neonato com almofadas e foram 
detidas em flagrante. Nessa situação 
hipotética, 
A) a mulher e a enfermeira deverão ser 
autuadas pelo crime de infanticídio; a 
primeira na qualidade de autora e a 
segunda na qualidade de partícipe, 
conforme prescreve a teoria monista da 
ação. 
B) a mulher e a enfermeira deverão ser 
autuadas pelo crime de infanticídio; a 
primeira na qualidade de autora e a 
segunda na qualidade de coautora, visto 
que o estado puerperal consiste em uma 
elementar normativa e se estende a todos 
os agentes. 
C) a mulher deverá ser autuada pelo crime 
de infanticídio e a enfermeira, pelo crime 
de homicídio, já que o estado puerperal é 
circunstância pessoal e não se comunica a 
todos os agentes. 
D) a mulher e a enfermeira deverão ser 
autuadas pelo crime de homicídio, 
consoante as determinações legais 
estabelecidas pelas reformas penais de 
1940 e 1984, que rechaçam a 
compreensão de morte do neonato por 
honoris causae. 
E) a mulher deverá ser autuada pelo crime 
de infanticídio e a enfermeira, pelo crime 
de homicídio, uma vez que o estado 
puerperal é circunstância personalíssima e 
não se comunica a todos os agentes. 
 
18 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ 
DEFENSOR PÚBLICO) - Tratando-se de 
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delito de infanticídio, dispensa-se a perícia 
médica caso se comprove que a mãe 
esteja sob a influência do estado 
puerperal, por haver presunção juris 
tantum de que a mulher, durante ou logo 
após o 
parto, aja sob a influência desse estado. 
 
19 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ 
DEFENSOR PÚBLICO) - Nas figuras 
típicas do aborto, as penas serão 
aumentadas de um terço, se, em 
consequência do delito, a gestante sofrer 
lesão corporal de natureza grave, 
independentemente de o resultado ser 
produzido dolosa ou culposamente, não 
havendo responsabilização específica pelas 
lesões. 
 
20 – ( ) - (CESPE/DPE-MA/ 
DEFENSOR PÚBLICO) - Segundo a 
jurisprudência do STJ, são absolutamente 
incompatíveis o dolo eventual e as 
qualificadoras do homicídio, não sendo, 
portanto, penalmente admissível que, por 
motivo torpe ou fútil, se assuma o risco de 
produzir o resultado. 
 
21 – ( ) - Caso o delito de induzimento, 
instigação ou auxílio a suicídio ou a 
automutilação, A pena é aumentada até o 
dobro se a conduta é realizada por meio da 
rede de computadores, de rede social ou 
transmitida em tempo real. 
 
22– ( ) - (FCC/MPE-PE) - Em 
qualquer hipótese não pratica crime a 
gestante que consente no aborto. 
 
23 – ( ) - (CESPE/PC-TO/DELEGADO 
DE POLÍCIA) - O Código Penal brasileiro 
permite três formas de abortamento legal: 
o denominado aborto terapêutico, 
empregado para salvar a vida da gestante; 
o aborto eugênico, permitido para impedir 
a continuação da gravidez de fetos ou 
embriões com graves anomalias; e o 
aborto humanitário, empregado no caso de 
estupro. 
 
24– ( ) - (FUNIVERSA/PC-
DF/DELEGADO DE POLÍCIA/ 
ADAPTADA) - Dora resolveu matar seu 
filho recém-nascido logo após o parto. 
Para tanto, recebeu ajuda de Carmem, 
enfermeira do hospital. Nessa situação 
hipotética, segundo a doutrina majoritária, 
por ser o estado puerperal uma 
circunstância incomunicável, Dora 
responderá por infanticídio enquanto 
Carmem responderá por homicídio doloso. 
 
25– ( ) - (FUNIVERSA/PC-
DF/AGENTE DE POLÍCIA/ADAPTADA) - 
Maria descobriu que estava grávida e 
comunicou tal fato a João, seu marido, e, 
de comum acordo, resolveram pela prática 
abortiva. Para tanto, João realizou 
manobras que resultaram na expulsão e 
morte do feto. Nessa situação, João 
responde pelo crime de provocar aborto 
com o consentimento da gestante, e Maria 
responde como coautora de tal delito. 
 
26– ( ) - FUNIVERSA/PC-DF/AGENTE 
DE POLÍCIA/ADAPTADA) - Maria, três 
dias após a realização, por João, seu 
marido, de um aborto por ela consentido, 
passou mal e foi levada ao hospital por seu 
marido, onde se constatou que a expulsão 
do feto foi parcial, provocando infecção 
generalizada na gestante, que veio ao 
óbito. Nessa situação, João responderá por 
homicídio culposo mediante a imperícia 
nos meios abortivos empregados. 
 
27 – (FGV/OAB) - Paloma, sob o efeito 
do estado puerperal, logo após o 
parto, durante a madrugada, vai até o 
berçário onde acredita encontrar–se 
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seu filho recém nascido e o sufoca até 
a morte, retornando ao local de 
origem sem ser notada. No dia 
seguinte, foi descoberta a morte da 
criança e, pelo circuito interno do 
hospital, é verificado que Paloma foi a 
autora do crime. Todavia, constatou–
se que a criança morta não era o seu 
filho, que se encontrava no berçário 
ao lado, tendo ela se equivocado 
quanto à vítima desejada. Diante 
desse quadro, Paloma deverá 
responder pelo crime de 
a) homicídio culposo. 
b) homicídio doloso simples. 
c) infanticídio. 
d) homicídio doloso qualificado. 
 
28 – (FUNCAB/PC-ES/DELEGADO) - 
Anderson, ginecologista, foi procurado 
por Zéfira, que estava grávida de seu 
amante Josenildo. Zéfira solicitou que 
Anderson interrompesse sua gravidez, 
mediante a utilização de uma 
curetagem, objetivando esconder a 
traição. Anderson, que era inimigo de 
Josenildo, efetuou um procedimento 
cirúrgico causando a expulsão do 
embrião e, para se vingar de 
Josenildo, retirou os dois ovários de 
Zéfira. Assim, pode-se afirmar: 
a) Zéfira deve responder pelo crime de 
aborto provocado com o consentimento da 
gestante (artigo 124 do CP), em concurso 
de agentes com Anderson. 
b) Anderson deve responder pelo crime de 
aborto com o consentimento da gestante 
(artigo 126 do CP) com a causa de 
aumento de pena prevista no artigo 127 do 
CP. 
c) Anderson deve responder pelo crime de 
aborto com o consentimento da gestante 
(artigo 126 do CP) e lesão corporal 
gravíssima (se resulta perda ou inutilização 
de função – artigo 129, § 2º, III do CP), 
em concurso formal.d) Anderson deve responder pelo crime de 
aborto com o consentimento da gestante 
(artigo 126 do CP) e lesão corporal 
gravíssima (se resulta perda ou inutilização 
de função - artigo 129, § 2º, III, do CP), 
em concurso material. 
e) Anderson deve responder pelo crime de 
lesão corporal gravíssima (se resulta 
aborto). 
 
29 – (FUNCAB/PC-ES/ESCRIVÃO) - 
Maria, que estava sob a influência do 
estado puerperal, em face de ter 
acabado de dar à luz, estando 
sonolenta pela medicação que lhe fora 
ministrada, ao revirar na cama, 
acabou sufocando seu filho, que se 
encontrava ao seu lado na cama, 
matando-o. Logo, Maria: 
a) deverá responder pelo crime de 
homicídio doloso. 
b) deverá responder pelo crime de 
homicídio culposo. 
c) deverá responder pelo crime de 
infanticídio doloso. 
d) deverá responder pelo crime de 
infanticídio culposo. 
e) não deverá responder por crime algum, 
pois foi um acidente. 
 
30 – ( ) – No caso do Crimes previsto no 
Art. 122 do CP, se o suicídio se consuma 
ou a automutilação resulta morte a pena é 
de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
31 - (VUNESP/PC-SP/PAPILOS-
COPISTA) - Assinale a alternativa que 
contém o crime que tem expressa 
causa de aumento de pena se 
praticado por motivo egoístico. 
a) Homicídio culposo. 
b) Aborto provocado pela gestante ou com 
seu consentimento. 
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c) Induzimento, instigação ou auxílio ao 
suicídio. 
d) Aborto provocado por terceiro com 
consentimento da gestante. 
e) Infanticídio. 
 
32 - (MP-MG/Juiz) Assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) O aborto social ou econômico não é 
permitido pela lei brasileira. 
b) O feto é titular do direito à vida no 
autoaborto. 
c) O óvulo fecundado não tem a proteção 
penal. 
d) Praticado aborto necessário pela 
gestante, presente o estado de 
necessidade. 
e) Ocorrendo lesão corporal grave no 
aborto provocado pela própria gestante, 
incabível a forma qualificada. 
 
 
 
 
 
01.E 02.C 03.E 04.E 05.E 06.E 07.C 08.E 09.C 10.E 
11.E 12.E 13.E 14.E 15.E 16.E 17.B 18.C 19.E 20.E 
21.E 22.E 23.E 24.E 25.E 26.E 27.C 28.C 29.B 30.B 
31.C 32.C 33.C 
 
01 - ERRADO. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
02 – CERTO. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
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03 - ERRADO. Autoaborto é crime. Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir 
que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. 
 
04. ERRADO. É permitido provocar aborto com o consentimento da gestante, em 
qualquer hipótese. Não. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 
quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante 
fraude, grave ameaça ou violência 
 
05 – ERRADO. Quando o aborto praticado por terceiro configura crime, as penas são 
aumentadas de um terço se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza leve ou grave. 
 
08 – ERRADO. Tratando-se do crime de homicídio, a incidência de circunstância 
qualificadora de caráter objetivo não afasta o reconhecimento do privilégio, cuja natureza 
é subjetiva. É perfeitamente possível a coexistência entre o crime de formação de 
quadrilha armada e o de roubo qualificado pelo uso de arma e pelo concurso de agentes, 
porquantos bens jurídicos tutelados são distintos e os crimes, autônomos. são dois bens 
jurídicos distintos: QUADRILHA OU BANDO: PERIGO ABSTRATO. ROUBO QUALIFICADO 
(AUMENTO DE PENA) PELO USO DE ARMA: PERIGO CONCRETO. 
09 – CERTO. O infanticídio representa hipótese de homicídio privilegiado, contendo o tipo 
penal um elemento subjetivo personalíssimo, qual seja, a influência do estado puerperal. 
Assim defende vários doutrinadores com Fernando Capez. 
 
10 – ERRADO. Acerca dos crimes contra a pessoa, o ordenamento jurídico penal 
brasileiro não prevê tipo penal que incrimine o suicídio consumado, já que é impossível 
punir um morto; a tentativa de suicídio não é punível. 
 
11 – ERRADO. Não se descarta a possibilidade de homicídio, neste caso homicídio doloso 
por dolo eventual ou homicídio culposo dependendo da análise. 
 
12 – ERRADO. É punido o médico que pratica aborto, sem o consentimento da gestante, 
quando a gravidez é resultado de crime de estupro. 
 
13 – ERRADO. A mulher que mata o filho logo após o parto, por estar sob influência do 
estado puerperal, comete infanticídio. 
 
14 – ERRADO. Antônio agiu com dolo de PRIMEIRO grau, respondendo, em regra por 
tentativa de homicídio. situação descreve o que é denominado aberratio causae (dolo 
geral), que trata-se de um erro na causa que produz o delito. Ocorre quando o sujeito, 
pensando ter atingido o resultado que queria (Bruno ter morrido por envenenamento), 
pratica nova conduta com finalidade diversa (jogar o corpo de Bruno no lago) sendo que, 
posteriormente, verifica-se que o resultado foi provocado por essa nova conduta (Bruno 
morre devido ao afogamento). Nesse caso, considera-se a conduta como única, dado que 
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o agente, independentemente por meio de qual conduta, atingiu o resultado pretendido, 
agindo assim com dolo geral. Não se aplica, nesse caso, as circunstâncias agravantes. 
 
15 – ERRADO. No delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP 
consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente. Errado, pois a condição de 
ser FILHO (por tanto descendente) é elementar do tipo penal. Se não é filho então não 
será infanticídio. Obs.: se a mãe, por erro, matar o filho de outra pessoa pensando ser o 
dela, haverá erro sobre a pessoa art. 20 p 3º do CP e, por tanto, ela responderá por 
infanticídio. 
 
16 – ERRADO. No delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, se 
admite exceção à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. A gestante que 
concedeu o aborto responde pelo art. 124 do CP e aquele que provocou o aborto responde 
pelo 126. Isso é uma exceção pluralística à teoria monista, pois eles responderam por 
crimes diferentes. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Crime de mão própria: não admite coautoria. Admite participação. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
17 - Letra B. Apesar das divergências encontrada na doutrina, a maioria dos estudiosos e 
da jurisprudência conduz o entendimento que o estado puerperal é uma elementar do 
tipo, assim, essa elementar subjetiva cominica-se aos demais agentes da conduta. 
Portanto, mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de infanticídio; a 
primeira na qualidade de autora e a segunda na qualidade de coautora, visto que o estado 
puerperal consiste em uma elementar normativa e se estende a todosos agentes. 
Nesse sentido Bitencourtt, Professor Renato Brasileiro...e outros. 
 
18 – CERTO - Tratando-se de delito de infanticídio, dispensa-se a perícia médica caso 
se comprove que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal, por haver presunção 
juris tantum de que a mulher, durante ou logo após o parto, aja sob a influência desse 
estado. Reconhecimento do estado puerperal e prova pericial – TJSP: “Apresenta-se de 
relativo valor probante a conclusão para verificação do estado puerperal, assumido relevo 
também as demais circunstâncias que fazem gerar a forte presunção de delictum 
exceptum” (RT 506/362). 
A TJSP RT 506/362 reafirma a idéia de que o estado puerperal não é a única vertente 
que deve ser analisada em um caso de infanticídio, devendo também nos virarmos para 
outros fatores, como a questão da honra, da moral, do psicológico da genitora e de suas 
condições financeiras. 
“O reconhecimento do estado puerperal deve ser interpretado de maneira 
suficientemente ampla, de modo a abranger o variável período do choque puerperal. A 
influência deste estado é efeito normal e corriqueiro de qualquer parto e, dada a sua 
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grande frequência, deve ser admitido sem maior dificuldade.” (TACRIM-SP – AC – Rel. 
Fernandes Braga – JUTACRIM 83/383) 
 
19 – ERRADO. Nas figuras típicas do aborto, as penas serão aumentadas de um terço, 
se, em consequência do delito, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave, 
independentemente de o resultado ser produzido dolosa ou culposamente, não havendo 
responsabilização específica pelas lesões. a questao nao fala nada de aborto culposo, ela diz que 
o resultado lesao corporal grave (ou morte grifo meu) causado pelo aborto fosse culposo, ou seja, 
as consequências trazidas à gestante pela pratica do aborto. O erro esta no final ".. não havendo 
responsabilização específica pelas lesões.". Correto seria: havendo, pois se sobrevier a morte a pena 
será duplicada, e no caso em tela, lc grave, a pena é aumentada de 1/3"; 
 
20 – ERRADO.- NFORMATIVO 583 DO STJ. HOMICÍDIO. Incompatibilidade entre dolo 
eventual e a qualificadora de motivo fútil. A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, 
II, do CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? A pessoa que 
cometeu homicídio com dolo eventual pode responder pela qualificadora de motivo fútil? 
1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, 
aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido 
praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se 
confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compatíveis 
entre si. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. 
2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é incompatível com o dolo eventual, 
tendo em vista a ausência do elemento volitivo. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. 
Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 
583). STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). 
 
21 – ERRADO. Caso o delito de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio seja 
praticado por motivo egoístico ou caso seja a vítima menor ou, ainda, por qualquer 
causa, seja sua capacidade de resistência eliminada ou diminuída, a pena será duplicada. 
Embora a questão esteja quase toda correta, peca ao utilizar o termo "eliminada", pois o 
art. 122, § único fala apenas em diminuída a capacidade de resistência. Vejamos: 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três 
anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
Pode parecer bobagem, mas se a capacidade de entendimento da vítima é ELIMINADA, 
não temos o crime de induzimento ao suicídio, mas HOMICÍDIO por autoria mediata. Para 
que o crime de induzimento ao suicídio se caracterize é necessário que a vítima tenha 
ALGUMA capacidade de discernimento. 
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22– ERRADO. Não é em qualquer hipótese . 
 
23 – ERRADO. O Código Penal brasileiro permite três formas de abortamento legal: o 
denominado aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o aborto fruto 
de aborto e aborto de criança anincéfala. 
 
24– ERRADO. Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o parto. Para 
tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do hospital. Nessa situação hipotética, 
segundo a doutrina majoritária, Dora e Carmem responderam por infanticídio. 
 
25– ERRADO. Maria descobriu que estava grávida e comunicou tal fato a João, seu 
marido, e, de comum acordo, resolveram pela prática abortiva. Para tanto, João realizou 
manobras que resultaram na expulsão e morte do feto. Nessa situação, João responde 
pelo crime de provocar aborto com o consentimento da gestante, e Maria responde como 
coautora de tal delito. 
 
26– ERRADO. João responderá pelo art. 127 do CP (forma qualificada). Trata-se de uma 
exceção, pois pune a tentativa de crime preterdoloso. 
 
27– Letra “C”. Infanticídio. 
 
28– Letra “C”. Anderson deve responder pelo crime de aborto com o consentimento da 
gestante (artigo 126 do CP) e lesão corporal gravíssima (se resulta perda ou inutilização 
de função – artigo 129, § 2º, III do CP), em concurso formal. 
 
29 – Letra “B”. Maria, que estava sob a influência do estado puerperal, em face de ter 
acabado de dar à luz, estando sonolenta pela medicação que lhe fora ministrada, ao 
revirar na cama, acabou sufocando seu filho, que se encontrava ao seu lado na cama, 
matando-o. Logo, Maria deverá responder pelo crime de homicídio culposo. 
 
31 - Letra “C”. Causa de aumento de pena se praticado por motivo egoístico. 
 
c) Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. 
 
32 - Letra “C”. O óvulo fecundado tem a proteção penal. É o caso do crime de aborto. 
 
33- Letra “C”. Getúlio deve responder por crime de induzimento, instigação ou auxílio 
ao suicídio, por uma única vez, com pena duplicada pela prática do crime por motivo 
egoístico. 
 
 
 
 
 
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