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História dos antibioticos e Infecções Hospitalares

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História dos antimicrobianos
Parte 1
Slide 1:
As primeiras descrições sobre o uso de antimicrobianos datam de 3.000 anos, quando os médicos chineses usavam bolores para tratar tumores inflamatórios e feridas infectadas. O valor dos bolores, possivelmente, devia-se à ação de antibióticos produzidos pelos fungos neles presentes e absolutamente desconhecidos naquela época.
Os sumérios recomendavam emplastros com uma mistura de vinho, cerveja e ameixas. O valor terapêutico desta última mistura, certamente, era decorrente da ação antimicrobiana do álcool contido no vinho e na cerveja, e do ácido acético contido no zimbro. 
Há registro dos gregos, nos anos de 40-90 dc, utilizando vinho, mel e geleia real como antimicrobianos. O vinho era utilizado sob a forma de compressas, exerce efeito antibacteriano e antiviral devido à ação do álcool e de polifenóis existentes em sua composição. Já o mel, utilizado em bandagens, exerce efeito antisséptico graças à sua alta osmolaridade, desidratando as bactérias, e à liberação de água oxigenada, letal para os microrganismos. Da mesma maneira, a geleia real, segregada por abelhas- obreiras e alimento das abelhas- rainhas, exerce ação antimicrobiana, podendo ter ação tópica em feridas infectadas.
Slide 2: 
Durante a idade média, a utilização a ciência pouco evoluiu, e as doenças eram tratadas com preces e com métodos violentos, como as sangrias.
Já no século XVI, com o desenvolvimento da alquimia, as drogas medicinais passaram a ser obtidas por métodos laboratoriais. O maior conhecimento desses métodos permitiu o estudo de plantas medicinais e da extração dos seus princípios ativos.
Uma das primeiras substâncias antimicrobianas foi a quinina, extraída da arvore cinchona no Peru, com notável efeito antitérmico e antimalárico. Outra substancia isolada nessa época foi a Emetina, extraída de um arbusto nativo do Brasil e utilizado desde tempos antigos pelos indígenas no tratamento de diarreias. 
Slide 3:
A demonstração da origem infecciosa das doenças estimulou os estudos para o surgimento dos primeiros quimioterápicos de ação sistêmica. Os trabalhos pioneiros nesse campo devem-se à Paul Ehrlich, que elaborou as teorias sobre a ação das drogas antimicrobianas e estabeleceu os princípios básicos da quimioterapia. 
Em 1910, Ehrlinch e colaboradores estudaram a ação quimioterápica do composto atoxil, para o tratamento da sífilis e da febre recorrente.Com suas descobertas, Paul Ehrlich é considerado o pai da quimioterapia e abriu caminho para o desenvolvimento da pesquisa e da indústria químico-farmacêutica, objetivando a obtenção de novas substancias medicamentosas sintetizadas em laboratório. 
Parte 02 – Resumo
Slide 01:
Em 1912, Gaspar Vianna, notável pesquisador brasileiro, demonstrou que o tártaro emético (tartarato de antimônio e potássio apresentava atividade terapêutica na leishmaniose tegumentar, iniciando, assim, o tratamento racional das doenças parasitárias. Mais tarde, esse medicamento passou a ser utilizado, também, na cura do calazar e da esquistossomose.
Slide 02:
Na década de 1920, surgiram a pamaquina, de ação antimalárica, além da suramina e a triparsamida,drogas ainda hoje utilizadas no tratamento da tripanossomíase africana. Data também dessa época a introdução de drogas antiamebianas de síntese, como o glicobiarsol e outros.
Slide 03:
O próximo grande passo na história das drogas antimicrobianas ocorreu na década de 1930, com a demonstração da atividade terapêutica das sulfonamidas contra as infecções bacterianas sistêmicas. Já conhecidas desde o início do século XX, Eisenberg, em 1913, tivesse verificado que essas substâncias exerciam um efeito antibacteriano in vitro. Domagk (Fig do slide), em 1932, pela primeira vez demonstrou a atividade antibacteriana das sulfas in vivo, utilizando a sulfamidocrisoidina (Prontosil rubrum ®) no tratamento de infecções em camundongos. Em 1933, a droga foi experimentada em um paciente com sepse estafilocócica, curando-o, estabelecendo-se em definitivo o valor do novo medicamento.
Slide 4: 
A Medicina de Guerra fez a introdução dos antibióticos na prática médica em hospitais para o tratamento de infecções. A Segunda Guerra Mundial provocou um Grande desenvolvimento da indústria químico- farmacêutica de síntese, originando-se daí inúmeros novos quimioterápicos: novas sulfas de ação mais prolongada, Como o sulfametoxazol; novos antimaláricos, como a cloroquina, a amodiaquina e a primaquina; novos anti-helmínticos, como a piperazina (já empregada anteriormente no tratamento da gota) e a dietilcarbamazina; inúmeras outras inovações na quimioterapia alta eficácia, melhor comodidade posológica e baixa toxicidade
Slide 05:
O termo antibiose foi criado por Vuillemin, em 1889, para designar o processo natural de seleção pelo qual um ser vivo combate um outro para assegurar sua sobrevivência, ou seja, substância que matasse os microorganismos sem produzir ação lesiva sobre o corpo humano.
A descoberta da penicilina em si, em 1928, é uma história amplamente difundida e é usada como exemplo em várias demonstrações sobre o método científico e sobre a ação do acaso em Medicina:
Fleming viajou e deixou acidentalmente uma amostra de Staphylococcus aureus ser contaminada por esporos do fungo Penicillium notatum, que cresceu na placa gerando um halo de inibição de crescimento. Ele observou que culturas dessa bactéria deixadas sobre uma bancada tinham-se contaminado por um fungo do ar e que ao redor do fungo contaminante não existia Crescimento do estafilococo. 
Slide 06:
Apesar de Fleming ter isolado a penicilina em 1928, seu uso terapêutico mostrou-se muito pequeno de início devido à impossibilidade de se reproduzir satisfatoriamente o experimento; à falta de incentivos de seus superiores para utilizar a penicilina em portadores de sífilis (o que limitou seu uso a pequenas afecções de pele e olhos); e à incapacidade de obter grandes quantidades de penicilina estável.
Os estudos para o uso da penicilina para fins quimioterápicos sistêmicos iniciaram-se com Howard Florey um patologista australiano que trabalhava na Universidade de Oxford (Inglaterra), a partir de colônias de P. notatum fi nanciado pela Fundação Rockefeller parceria com o bioquímico alemão Ernst Chain sob a condição de não testar a nova substância em seres humanos
Durante seus estudos, Florey e Chain concluíram que a penicilina não era uma enzima, como Fleming pensara, mas uma substância química, que se estabilizava ao ser liofilizada. Além disso, trataram com sucesso quatro ratos inoculados com cepas letais de Streptococcus.
Slide 07:
As dificuldades técnicas para a obtenção da penicilina, em 1941, na Inglaterra, eram grandes, acentuadas pelos transtornos impostos pela Segunda Guerra Mundial na Europa. Por isso, Florey e seu grupo migraram para os EUA, onde o suporte técnico e científico de outros pesquisadores e as facilidades materiais e financeiras permitiram a obtenção, em escala industrial, do antibiótico que revolucionou o tratamento das infecções causadas por bactérias gram-positivas, treponemas e cocos gram-negativos.
Foi durante a guerra, em 1941, que Florey rompeu o acordo com seus financiadores e iniciou a inoculação em humanos.
Slide 08:
 Premio Nobel – Apenas enfatizar a importância dos estudos do Alexander Fleming, Ernst Chain e Howard Florey;
Slide 09:
A era da antibioticoterapia estava, então, iniciada, envolvendo novos técnicos e cientistas, com novos métodos, equipamentos e materiais relacionados à química, à biologia e à farmacologia, e exigindo a montagem de novas estruturas de produção e comercialização da nova droga. O resultado final deste processo científico e tecnológico
refletiu- se na mudança de expectativa de inúmeras doenças infecciosas, antes de difícil tratamento, apresentando agora melhor prognóstico, com elevado índice de cura e poucas sequelas.
Exemplificação vendo a imagem do slide.
Parte 3
Slide 1: Resistencia bacteriana
A descoberta de novos antimicrobianos mostrou­se importante, sobretudo pela observação de quea sensibilidade das bactérias às drogas podia sofrer variações, encontrando­se microrganismos pertencentes a uma mesma espécie nos quais algumas estirpes ou raças eram sensíveis, enquanto outras eram resistentes à ação de um mesmo antibiótico. Por isso houve uma verdadeira corrida contra o tempo para desenvolver novas drogas, com mecanismos de ação diferentes.
GRÁFICO: falar que a parte de cima mostra o ano no qual o ATB foi criado e abaixo o ano em que foi detectada resistência a ele. Alguns demoram muito pouco, outros demoram mais e isso ocorre de acordo com vários mecanismos de resistência, podendo ocorrer mais de um em alguns casos.
Slide 2: 
Início da era dos semissintéticos e produção dos análogos da penicilina: A partir de 1959 descobriram o método prático de obtenção do ácido 6­aminopenicilânico (6­APA), substância que constitui o núcleo central da penicilina G. A introdução de novos radicais sobre o 6­APA permitiu o surgimento de novos antibióticos penicilínicos, caracterizados por terem parte de sua obtenção realizada pelo processo fermentativo natural e parte resultante de reações químicas programadas em laboratório. Inaugurava­se, assim, a era dos antibióticos semissintéticos.
Desde então, inúmeras foram as penicilinas semissintéticas descobertas, com propriedades antimicrobianas e farmacodinâmicas diferentes da penicilina G natural.
Slide 3:
Análogos semissintéticos da cefalosporina C: em 1945 foi descoberta a cefalosporina C, a partir de um fungo, e em 1961 seu anel central foi semissintetizado em laboratório e radicais foram acrescentados, dando origem as cefalosporinas semissintéticas, de notável atividade bactericida sobre bactérias grampositivas e gram­negativas, mesmo as produtoras de penicilinase. A primeira substância assim obtida foi a cefalotina.
Sua evolução as dividiu inicialmente em três gerações de acordo com seu espectro de atividade. Ate que na década de 1980 foi descoberto a cefepime, que tinha alto espectro de ação.
1G: gram +
2G: gram + e gram –
3G: gram –
4G: amplo espectro (1984: Cefepime)
Slide 4
Início da era dos sintéticos e Quinolonas: A partir da década de 1980 as crescentes descobertas na bioquímica e farmacêutica permitiram o desenvolvimento de moléculas sintéticas com capacidade antimicrobiana. A primeira classe desenvolvida foram as quinolonas. No início, as resistências às quinolonas desenvolveram-se lentamente, em comparação com outras classes de antibióticos, no entanto, sua utilidade está agora ameaçada pelo rápido surgimento de resistência que normalmente surge como resultado de alterações nas enzimas alvo da droga. Até agora, mais de 10.000 quinolonas foram sintetizadas. Principais: ciprofloxacino, levofloxacino etc.
Slide 4
Daptomicina (LIPOPEPTÍDEOS): foi avaliada pela primeira vez no final dos anos 1980; no entanto, ensaios foram interrompidos devido a efeitos musculoesqueléticos adversos, mas o agente foi ressuscitado e lançado nos EUA em 2003.
É muito efetivo contra bactérias gram + multirresistentes e por isso deve ser utilizada apenas em casos extremos, como uma das últimas opções terapêuticas.
Slide 5
Oxazolidinonas: Essa foi a última classe de antibióticos descoberta que está disponível para uso clínico. Apesar de ser descoberta no ano de 1987, só foi liberada para uso em humanos no ano 2000. Não mostram resistência cruzada com qualquer outro antimicrobiano e podem ser administradas por vias oral e parenteral. Somente a linezolida é disponível para uso clínico. Tem potente ação contra microrganismos gram-positivos, micobactérias e anaeróbios e com baixa toxicidade.
Slide 6
Teixobactina: Pela 1ª vez desde 87, grupo descobre nova classe de antibióticos. O que é fundamentalmente novo na teixobactina é que ela ataca a fabricação de lipídios, moléculas que servem de "tijolo" para construir a parede celular das bactérias. Normalmente bactérias são capazes de evoluir por meio de mutações que alteram o "alvo" do fármaco, tornando-se imune à substância. Mas é improvável que bactérias adquiram mutações que alterem componentes tão fundamentais como os lipídios sem inviabilizar seu próprio funcionamento.
Porém só estará disponível para uso em pelo menos 10 anos de estudos e testes.
A vancomicina, outro antibiótico que ataca a produção de lipídios, foi um daqueles contra os quais as bactérias mais demoraram para criar resistência. Foram cerca de três décadas até que os patógenos imunes aparecessem.
Slide 7
Era pós-antibiótica: Em um cenário de crescimento da resistência microbiana aos antibióticos existentes no mercado, a busca por novos medicamentos tornou-se um desafio da saúde pública. Devido à emergência deste tema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou em 2014 que a resistência a antibióticos está colocando pacientes em risco tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, à medida que bactérias responsáveis por diversas infecções perigosas desenvolvem resistência às substâncias que costumavam combatê-las.
Era pós-antibiótico: Chegamos a um ponto em que os antibióticos não conseguem combater algumas bactérias. Esses medicamentos já perdem a batalha para dezessete micro-organismos multirresistentes, causando, nos Estados Unidos, mais mortes que a aids. A preocupação de médicos e cientistas em todo o mundo é que, sem o investimento em pesquisas e um plano contra o abuso de medicamentos, podemos voltar, rapidamente, à época em que os antibióticos não existiam.
Hoje apenas universidades se empenham a desenvolver novos antibióticos e a velocidade na descoberta de novas drogas está muito abaixo da rapidez com que as bactérias desenvolvem resistência aos fármacos existentes.
Muito disso se deve ao uso indiscriminado de ATBs na medicina, agronomia e no manejo de animais.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/saude/a-era-pos-antibiotico 
Parte 4
Slide 1:
	Ainda sem a descoberta de uma vacina efetiva para a COVID-19, causadora dessa pandemia que estamos vivendo e que, até HOJE (05/10/2020), já foi responsável por aproximadamente 145 mil mortes no Brasil – Um novo sinal de alerta tem chamado atenção tanto da Organização Mundial de Saúde quanto de instituições sanitárias do Brasil e do Mundo: a automedicação com ATB (sem prescrição médica) por quem sente um ou mais sintomas do novo Coronavírus.
	Existem vários problemas que podem se associar ao uso indiscriminado desses antibióticos, basta lembrar que muitos deles podem apresentar características de hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, desencadear sintomas locais e sistêmicos, como sintomas gastrointestinais, confusão mental principalmente em idosos, e etc (JUNIOR, 2018). No entanto, um dos aspectos que mais chamam atenção é a possibilidade de desencadear o surgimento de bactérias resistentes, que como citamos anteriormente acabam sendo um desafio para os profissionais da saúde visto a limitação que se tem de disponibilidade de antimicrobianos específicos. Essa resistência adquirida acontece após a ingestão do medicamento, pois a bactéria tem a capacidade de desenvolver seus mecanismos de defesas através de mutação ou compartilhamento de material genético. 
Slide 2: uso de antimicrobianos na COVID-19
	O que sabemos a respeito da COVID é algo extremamente recente, no artigo “o uso de antimicrobianos na covid-19 e coinfecções – o que sabemos”, publicado a três semanas atrás (10/09/2020), é constatado que infecções virais respiratórias (como as causadas pela covid19) predispõe os pacientes a terem co-infecções respiratórias, levando ao aumento da gravidade e mortalidade pela covid-19. Ainda nesse pensamento, tem um outro estudo que trata da pandemia atual, intitulado de “ Clinical Course and risk factors for mortality of adult impatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study” que mostra a associação de óbitos com coinfecções bacterianas. Nele, aproximadamente 50% dos pacientes avaliados e que foram à óbito, possuíam uma infecção bacteriana secundária.
	Por conta disso, o tratamento com ATB em pacientes com COVID-19 acaba sendo justificada, (usadas como garantiaempírica para possível coinfecção) já que várias literaturas evidenciam uma elevada associação de coinfecção com pneumonia bacteriana secundária, principalmente causada por pneumococo e s.aureus (Mostrar o gráfico ao lado que mostra a % de coinfecção e os principais agentes causadores).
	Vários pontos devem se levar em consideração ao selecionar a terapia antimicrobiana empírica para coinfecção e até mesmo em relação a duração do tratamento na covid-19.
	Não existe uma terapia medicamentosa comprovada em relação ao covid-19. As recomendações sobre o uso dos antibióticos em pacientes com covid-19 são variáveis de acordo com os países. Há locais em que a indicação é em grande proporção em pacientes com diagnóstico confirmado de COVID19, enquanto em outros orientam em pacientes que apresentem “covid19 e pneumonia”. 
	Os fundamentos de administração de antibióticos devem continuar sendo aplicados e incentivados nos tempos de COVID-19. No entanto, é urgentemente necessário o desenvolvimento de uma política antimicrobiana específica para COVID-19, até mesmo para evitar o surgimento de efeitos colaterais em grande massa, como desenvolvimento de bactérias multirresistentes devido uso inadequado e/ou desnecessário de antimicrobianos.
Slide 3
	Além dos antibióticos que estão sendo empregados, muita das vezes, como tratamento coadjuvante da COVID-19, alguns outros fármacos estão sendo estudados visto seus potenciais efeitos terapêuticos diante do novo Coronavírus. Dentre eles temos, como agentes virais:
1.	Redemzevir: fármaco usado para tratamento da Ebola, que se mostrou eficaz na inibição da SARS-COV-2, MERS-COV e SARS-COV1 em testes in vitru, inclusive em associação com outros fármacos como Cloroquina e IFN-beta e atualmente está na fase 3 de teste – embora haja estudos que contradizem a eficácia, relatando que são poucos efetivos contra covid19.
2.	Flavipiravir: fármaco usado para tratamento de doenças causas por RNA vírus (febre amarela) e infecções causadas por outros vírus. Esse fármaco demonstrou eficácia em tratamento de pacientes com covid-19 e estudos in vitru. No entanto, apresenta forte potencial teratogênico e de agravamento de quadros cardíacos.
3.	Lopinavir: usado no tratamento do HIV e, quando associado ao Ritonavir, demostrou alguma eficácia em pacientes com SARSCOV1 e SARSCOV2 in vitru. Alguns estudos em pacientes demonstram eficácia enquanto outros ineficácia. Estudos avançados encontram-se em fase 2.
4.	Oseltamivir: usado no tratamento da influenza A e B e infecções causadas por ortomixovírus. Vem sendo testado em associação com outros fármacos como cloroquina e flavipiravir no tratamento da COVID. Estudos em Fase 3.	 
5.	Duranavir: usado para tratamento do HIV e cuja efetividade contra SARSCOV2 vem sendo investigada, com eficiência atestada in vitro. Estudos em Fase 3 verificando eficácia e segurança do fármaco em pacientes com COVID 19.
Antimicrobianos e antimaláricos
1.	Cloroquina: usado no tratamento de malária e doenças autoimunes, com eficácia questionável. Alguns estudos demonstram atividade in vitru contra uma gama de vírus, incluindo da SARS-COV2, com mecanismos não elucidados; enquanto outros apresentam opinião contrárias. 
2.	Hidroxicloroquina: antimalárico e usado em AR e LES. Assim como a Cloroquina existem resultados de estudos divergentes a cerca da eficácia da Hidroxicloroquina no combate à COVID-19. Estudos em fases variáveis entre I e IV avaliando seus benefícios.
3.	Ivermectina: antiparasitário usado na medicina humana e veterinária. Alguns estudos evidenciaram potencial terapêutico in vitru contra SARSCOV-2, no entanto ainda não há comprovação de eficácia in vivo e de segurança para uso clínico na COVID-19. Os estudos mais recentes utilizando a ivermectina se encontram em Fase III.
Infecções Hospitalares
Define-se infecção hospitalar (IH) como aquela adquirida dentro do ambiente hospitalar. Mas na prática, denominam-se as infecções que se manifestam após 48 horas da admissão do paciente no hospital. 
É importante observar que essas infecções podem ocorrer não somente em pacientes, mas também em funcionários, isto é, trabalhadores da área da saúde, e mesmo em visitantes.
Por um lado, infecções adquiridas na comunidade podem se manifestar após a internação no hospital. Por exemplo, uma criança em período de incubação da varicela pode manifestar a doença até 3 semanas após a internação, sem que esta seja uma IH.
Por outro lado, um paciente que transfusão de sangue ou derivados dentro do hospital e, 6 meses após, apresenta hepatite B, está apresentando um IH. Outro exemplo, é o da infecção no sitio cirúrgico, que pode acontecer até 30 dias depois do ato cirúrgico ou até 3 meses após a colocação de implantes, e que será detectado após a alta hospitalar.
A identificação da infecção se ela é ou não hospitalar, não vai importar tanto para o tratamento do paciente. É importante, porque se for uma infecção hospitalar, deve-se buscar conhecer as circunstâncias envolvidas na infecção, como matérias e medicamentos que o paciente foi exposto, com o objetivo de prevenir novas infecções por esse microrganismo e também na identificação de microrganismos comuns daquele hospital, ou da ala do hospital.
As IH podem ser classificadas em exógenas e endógenas, com base em seu modo de aquisição.
Exógenas: Adquiridas a partir de microrganismos externos ao paciente. É o caso das infecções por instrumentos contaminados, inoculadas por meio de cateteres, lotes de medicamento ou soros contaminados. Em geral, são responsáveis por surtos e são de controle e prevenção mais fáceis. Correspondem a menos de 30% das IH.
Endógenas: Causadas por microrganismos da própria microbiota do paciente. São decorrentes da condição de saúde em que o paciente se encontra, e por ocorrer principalmente em pacientes mais frágeis, tende a ser mais graves e de controle mais difíceis.
Modos Transmissão:
Por contato direto: Contato entre pessoas, por gotículas, aerossóis, provocando, pro exemplo pneumonia, tubérculo, dentre outros.
Por contato indireto: Ocorre por objetos ou pelas mãos de profissionais de saúde, que portam microrganismos adquiridos de outro paciente. É provavelmente a forma mais frequente de transmissão, mas é de fácil controle e prevenção. 
Comissões de controle de infecção hospitalar
A Lei n. 9.431 (1997) determina que todos os hospitais do país são obrigados a manter um Programa de controle de IH, com o objetivo de reduzir ao máximo tanto a incidência quanto a gravidade das HI. Para esse programa. A Lei estabelece a criação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. 
A Portaria n. 2.616 (1998) determina a composição da Comissão: Um representante de cada serviço, um representante da administração, dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, etc.
Funções da CCIH: Elabora e implantar o PCIH. Estabelelecer e implantar normas e rotinas referentes aos procedimentos e atos relevantes para o controle e prevenção das IH. Realizar a capacitação dos profissionais. Estabelecer um programa de uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais relevantes das IH. Além disso, investir e controlar surtos.
A medida isolada mais simples, mais eficaz e de maior importância na prevenção e no controle da disseminação de infecções é a higienização das mãos. As mãos devem ser lavadas com água e sabão ou higienizadas com solução alcoólica em diversas situações, como: antes e após contato com paciente; antes de manipular dispositivos invasivos; antes e depois de utilizar luvas. Além da antissepsia do local.
Saúde ocupacional: Um dos principais problemas importantes no controle das infecções hospitalares se refere à aquisição de infecções pelos profissionais da saúde. As duas principais vias são por meio de exposição a sangue e a outros fluidos corporais, e por aerossóis no caso da tuberculose.
Estima-se que o risco de adquirir uma infecção após um acidente percutâneo com sangue contaminado seja: 0,3% para o HIV; 3 a 10% para o vírus da hepatite C; e 30% ou mais para o vírus da hepatite B.
Não reencaparagulhas após o uso; descartar de forma correta agulhas e outros materiais perfurocortantes. Profilaxia pós exposição de HIV e Hepatite B.
Superbactérias
As bactérias são parte integral e inseparável da vida na terra. Muitas são inofensivas. Algumas são benéficas para seu hospedeiro, como é caso da nossa microbiota. Contudo, existe aquelas patogênicas e que até mesmo parte delas vivem na nossa microbiota, gerando doença em caso de desequilíbrio. E São dessas bactérias patogênicas que vamos falar.
A resistência dessas bactérias frente aos antibióticos se desenvolve de forma natural e espontânea. Os antibióticos servem nesse caso, para selecionar as cepas resistentes, que podem passar esse mecanismo de defesa para as próximas gerações.
A resistência antimicrobiana é inevitável e irreversível. O uso intenso de antibióticos na medicina, na produção de alimentos e na agricultura tem causado um aumento na resistência àquelas drogas em todo mundo.
A resistência antimicrobiana tornou-se o principal problema de saúde publica no mundo, afetando todos os países, desenvolvidos ou não. Na Europa e na América do Norte, Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), Streptococcus pneumoniae não susceptível à penicilina (PNSSP), enterococos resistente à vancomicina (VRE) e Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro ampliado (ESBL) têm emergido e se espalhado nos hospitais e nas comunidades.
Como surgiram essas bactérias: a resistência bacteriana surgiu basicamente com o surgimento, descoberta da penicilina, no início do século passado.
O estupendo sucesso da penicilina, no controle das infecções causadas por “bactérias Gram positivas”, levou à falsa concepção de que os antibióticos poderiam controlar e, eventualmente, erradicar todas as doenças infecciosas.
Entretanto, o aparecimento da bactéria Staphylococcus aureus, resistente à penicilina, na metade desse século, levou a uma devastadora epidemia hospitalar com esses agentes. Esta bactéria infectava, com freqüência, pacientes internados nas unidades cirúrgicas e pediátricas.
Assim, a euforia da descoberta do antibiótico é substituída subitamente pelo desencanto diante do número crescente de amostras bacterianas que, rapidamente, adquirem resistência a estas drogas.
Atualmente, muitos patógenos clinicamente importantes são resistentes para todos ou quase todos antibióticos.
É ingênuo acreditar que a única influência da hospitalização sobre a doença é diminuir ou parar o seu progresso. A internação do paciente, em um hospital não é passaporte para a saúde. Muito pelo contrário, hospitais constituem uma forte e importante fonte de infecções. Os hospitais são verdadeiras fortalezas das bactérias antibiótico-resistentes. O meio ambiente hospitalar alberga uma grande variedade de microorganismos, especialmente bactérias.
A prolongada luta contra as doenças infecciosas parecia estar, em parte, praticamente resolvida, pois as vacinas protegiam aproximadamente 8 de 10 crianças do mundo contra doenças mortais (como, varíola, difteria, tétano, tuberculose) e a “droga milagrosa”, os antibióticos tratavam eficazmente um grande número de doenças infecciosas. Com efeito, essas medidas criaram, no meio médico, uma falsa sensação de segurança, assim, os médicos passaram a usar o antibiótico de modo indiscriminado ou inadequado.
O meio hospitalar constitui um vasto e excelente habitat para bactérias adquirirem resistência aos antibióticos. De um modo geral, o paciente internado está imunodeprimido e sujeito a diversas terapias, medicamentosas e/ou invasivas que o torna susceptível a adquirir infecção hospitalar. Qualquer falha ou negligência, dos profissionais de saúde, em relação as medidas de controle de infecção hospitalar (como a lavagem das mãos), aumenta a chance de uma infecção hospitalar.
Resistência Bacteriana
Inativação antibiótico: A inativação enzimática é um mecanismo frequentemente relacionado com a produção de diferentes tipos de enzimas, que neutralizam ou inibem os efeitos dos antimicrobianos. Este mecanismo ocorre através da produção, destruindo-o antes que alcance o sitio de ação. A betalactamases e as aminoglicosidases, produzidas por Gram- negativas e Grampositivas.
Modificação do Sítio de Ação: Para impedir a ocorrência de qualquer efeito inibitório ou bactericida, a alteração do local-alvo de atuação de determinado antimicrobiano constitui um dos mais importantes mecanismos de resistência. As bactérias podem adquirir um gene que codifica um novo produto resistente ao antibiótico, substituindo o alvo original. A resistência a estes antimicrobianos é adquirida por mutações espontâneas em genes cromossômicos, levando a alterações no sítio de ação.
Diminuição da permeabilidade: A permeabilidade limitada constitui uma propriedade da membrana celular externa de lipopolissacarídeo das bactérias Gram-negativas. A permeabilidade dessa membrana reside na presença de proteínas especiais, as porinas, que estabelecem canais específicos pelos quais as substâncias podem passar para o espaço periplasmático e, em seguida, para o interior da célula. A permeabilidade limitada é responsável pela resistência intrínseca dos bacilos Gram-negativos à penicilina, eritromicina, clindamicina e vancomicina.
Bomba de efluxo: A especificidade do antibiótico pode variar em função da bomba de efluxo. O bombeamento é caracterizado pela ativação de antimicrobianos do meio intracelular para o extracelular; este mecanismo gera uma resistência bacteriana a determinados antimicrobianos, como é o caso da resistência às tetraciclinas codificada por plasmídeos em Escherichia coli.
Em 2017, OMS elencou as 12 famílias de bactérias que representam a maior ameaça para a saúde humana. A lista destaca, em particular, a ameaça de bactérias gram-negativas resistentes a múltiplos antibióticos. Essas bactérias têm capacidades inatas de encontrar novas formas de resistir ao tratamento e podem transmitir material genético que permite a outras bactérias se tornarem também resistentes aos fármacos.
A lista da OMS é dividida em três categorias de acordo com a urgência em que se necessitam novos antibióticos: prioridade crítica, alta ou média.
O grupo mais crítico de todos inclui bactérias multirresistentes, que são particularmente perigosas em hospitais, casas de repouso e entre os pacientes cujos cuidados exigem dispositivos como ventiladores e cateteres intravenosos.
Os micro-organismos destacados pela OMS foram selecionados segundo o grau de severidade das infecções que causam, seu poder de disseminação e a quantidade de antibióticos disponíveis que ainda são capazes de combatê-los.
Como se prevenir
· Lave as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes ou qualquer objeto que esteja próximo delas ou em uso por pacientes internados.
· Higienize as mãos com álcool em gel, sempre que possível.
· Só tome antibiótico se for prescrito pelo médico.
· Todos os pacientes portadores de superbactéria devem ficar isolados até terminarem o tratamento.
O número estimado de mortes decorrentes da resistência aos antibióticos a cada ano chega a 700.000. Em todo o mundo, 480.000 pessoas desenvolvem tuberculose multirresistente. Com o avanço desse quadro, acredita-se que a resistência aos antimicrobianos matará 10 milhões de pessoas anualmente, em 2050.
Caso novos remédios sejam criados para substituir os medicamentos que perdem seu poder de ação, o problema da resistência é momentaneamente contornado. A questão é que nenhuma nova classe de antibióticos foi desenvolvida desde 1980.
A resistência aos antimicrobianos também causa prejuízos econômicos, já que elva os custos do tratamento por exigir internações mais longas e cuidados mais intensivos.
Além disso, A OMS, cobra mais investimento nas aéreas de pesquisa para se descobrir novas estratégias e medicamentos capazes de deter essas superbactérias.
Novas abordagens
Pesquisadores da Universidade de Medicina de Washington Saint Louis descobriram compostos que têm o poder de bloquear a resistênciaàs tetraciclinas (antibióticos prescritos contra uma grande variedade de doenças. Como pneumonias e outras infecções do trato respiratório).
Pílula CRISPR: Tem o poder de editar o genoma, de modo a induzir bactérias nocivas a despedaçar seus próprios genes.
Para quem não está familiarizado com o tema, o CRISPR é uma parte do sistema de defesa bacteriano. Assim como nosso sistema imunológico pode se virar contra nós, os cientistas tentam agora induzir uma doença autodestrutiva nas bactérias resistentes a antibióticos. Quando aperfeiçoada, a pílula de CRISPR poderá mirar com precisão cepas específicas de microrganismos patogênicos, mantendo as bactérias da microbiota intactas.

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