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Pratica-processual-no-novo-processo-civil-darlan

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DARLAN	BARROSO
Mestre	em	Direito.	Especialista	em	Direito	Processual	Civil	pela	PUC-SP.	Professor	de	Processo	Civil	e	Direito	Internacional
e	Coordenador	Pedagógico	dos	cursos	preparatórios	para	o	Exame	de	Ordem	no	Complexo	Educacional	Damásio	de	 Jesus.
Autor	de	várias	obras.	Advogado.
JULIANA	FRANCISCA	LETTIÈRE
Mestre	em	Direito	Civil	pela	Pontifícia	Universidade	Católica	de	São	Paulo	–	PUC-SP.	Especialista	em	Direito	Processual
Civil.	 Graduada	 pela	 PUC-SP.	 Professora	 convidada	 no	 curso	 de	 Direito	 de	 Família	 e	 Sucessões	 do	 COGEAE‑PUC-	 SP.
Professora	de	Direito	Processual	Civil	e	Prática	Processual	Civil	e	Administrativa	na	Faculdade	de	Direito	Damásio	de	Jesus	e
Professora	na	área	de	Concursos	Jurídicos.	Autora	de	diversas	obras	jurídicas.	Foi	professora	na	Fundação	Armando	Álvares
Penteado	 –	 FAAP,	 no	 Curso	 de	Graduação	 em	Direito	 e	 de	 Pós-	 -Graduação	 Lato	 Sensu,	 em	Direito	 Civil	 da	Universidade
Presbiteriana	Mackenzie,	 e	 também	no	 Curso	 de	 Pós-Graduação	 Lato	 Sensu,	 em	Direito	 Processual	 Civil	 na	Universidade
Municipal	de	São	Caetano	do	Sul.	Advogada.
AGRADECIMENTOS
Apesar	de	Leda	não	estar	mais	conosco	fisicamente,	parece	que	ela	nunca	se	foi...	Foram	muitos	os	ensinamentos,	tantos
os	exemplos,	carinhos	e	demonstração	de	sabedoria	que	sua	presença	ficará	marcada	pelo	resto	de	minha	vida.
Foi	pela	Leda	que	conheci	a	Juliana,	amiga	que	tenho	o	prazer	de	compartilhar	esse	trabalho	e	outros	que	ainda	virão.
Ao	amigo	Roberto	B.	Dias	da	Silva,	devo	um	agradecimento	especial,	pois	foi	de	nosso	convívio	na	advocacia,	que	aprendi
a	prática	jurídica	civil.	Devo	ao	Roberto	os	ensinamentos	de	como	escrever	com	simplicidade	e	correção	técnica	e	gramatical.
À	Sandra,	pela	amizade	sincera	de	sempre.	Ao	meu	filho	Pedro,	já	que,	por	muitas	vezes,	ficamos	privados	da	convivência,
para	poder	escrever,	advogar,	ser	professor	e	dirigir	cursos	preparatórios.
Aos	nossos	alunos	e	ex-alunos,	com	o	carinho	que	guardo	por	todos,	agradeço	o	estímulo	e	a	troca	de	experiências.	É	um
grande	estímulo	receber	mensagens	como	“professor	quando	sairá	a	nova	edição?”.	É	isso	que	nos	motiva	a	escrever.
Nessa	edição,	registro	meu	agradecimento	especial	à	professora	Ana	Carolina	Victalino	por	todo	auxílio	na	atualização	e
contribuições	nos	 estudos	 sobre	o	novo	Código	de	Processo	Civil.	A	 contribuição	dessa	 jovem	processualista	nos	 trouxe	o
desafio	de	repensar	muitos	institutos	do	processo	civil	que	antes	eram	interpretados	com	base	em	uma	Constituição	e	Código
revogados.
Quando	paramos	para	escrever	algo,	surge	a	ansiedade	de	ver	a	reação	de	nossos	leitores,	a	quem	não	podemos	(autores)
deixar	de	agradecer	pela	confiança,	carinho	e	respeito	de	sempre	com	nossos	trabalhos.
DARLAN	BARROSO
À	eterna	mestra	e	amiga	Leda	Pereira	da	Mota	(in	memorian).
Houve	toda	uma	geração	de	alunos	–	muitos	dos	quais	hoje	professores	ou	profissionais	atuantes	do	direito	–	que	tiveram
a	grata	honra	de	ter	a	Dra.	Leda	Mota	como	professora,	seja	na	PUC-SP,	seja	na	UNIP,	seja	no	Curso	Robortella	ou	em	alguns
dos	inúmeros	cursos	e	palestras	por	ela	ministrados,	e	com	muita	felicidade	fiz	parte	deste	seleto	grupo.
Ter	 sido	 aluna	 da	 Leda	 não	 foi	 uma	 mera	 oportunidade	 de	 aprender	 Direito	 Constitucional,	 mas	 a	 possibilidade	 de
aprender	o	direito	como	uma	ciência	em	constante	evolução,	entender	sua	beleza,	sua	lógica	e	quão	apaixonante	seria	atuar
utilizando-o.
Falar	 daquela	 que	 seria	 a	 professora	 paradigma	 de	 Paulo	 Freire,	 que	 a	 todos	 seduziu	 com	 seu	 amor	 e	 carinho	 pelo
magistério,	é	lembrar	da	amiga	de	todas	as	horas,	exemplo	de	profissional	e	apoio	constante	diante	das	decisões.
À	Prof.	Betina	Rizzato	Lara.	Somente	os	profundos	conhecedores	de	uma	matéria	podem	efetivamente	inovar	ou	ousar,	e
aqui	se	enquadra	a	Prof.	Betina,	que	inovou	sem	desnaturar,	sem	agredir	o	processo	civil,	sempre	tendo	em	vista	as	raízes
dos	institutos	processuais.
Fui	aluna	da	Betina	durante	a	graduação	e	graças	à	sua	paixão	pelo	direito	processual	civil	consegui	enxergar	a	beleza	e	a
lógica	 dessa	 matéria,	 sem	 jamais	 esquecer	 de	 sua	 importância.	 Mais	 que	 isso,	 Betina	 possui	 o	 condão	 de	 traduzir	 a
complexidade	 do	 processo,	 seus	 conceitos	 e	 fundamentos	 de	 forma	 extremamente	 clara,	 característica	 esta	 aliada	 à
constante	instigação	ao	raciocínio	processual	em	temas	polêmicos	e	atuais.
É	graças	a	esta	lição,	jamais	esquecida,	que	procurei	aperfeiçoar	meus	conhecimentos,	o	que	culminou	no	magistério	em
seara	tão	encantadora.
Em	cada	aula	ministrada,	em	cada	linha	aqui	escrita	busquei	tributar	minha	gratidão	à	Leda	e	à	Betina,	ao	retransmitir
aos	alunos	que	tive,	tenho	e	terei	e	aos	leitores	deste	livro	a	lição	recebida.
Ao	amigo	Darlan,	pois	não	basta	o	conhecimento	jurídico,	se	não	tivermos	um	grande	amigo	a	nos	incentivar	e	ajudar.
Ao	Prof.	Carlos	Eduardo	de	Abreu	Boucault	pela	amizade	e	pelas	oportunidades.
À	 Fernanda	 Rocha	 Lourenço	 Levy,	 cujo	 profissionalismo	 e	 vasto	 conhecimento	 encantam.	 Agradeço	 a	 oportunidade
oferecida	pela	vida,	de	 ter	sido	sua	aluna	no	mestrado	e	ante	o	convívio	profissional.	Graças	a	ela	 tive	a	oportunidade	de
vivenciar	uma	realidade	jurídica	completamente	nova	em	minha	atuação	e	seu	profundo	e	sólido	saber	–	mas	acima	de	tudo
inovador,	atual	e	moderno	–	possibilitou	a	experiência	e	a	crença	em	novas	realidades	jurídicas.
À	Nilcea	Silveira	Duarte	e	à	Lilian	Mitie	Higashinaka,	pela	ajuda	inestimável	na	pesquisa.
Sob	 a	 batuta	 da	 Profa.	 Fernanda	 fiz	 parte	 do	 Núcleo	 de	 Prática	 Jurídica	 da	 Uninove,	 tanto	 como	 professora,	 como
orientadora	no	Serviço	de	Assistência	 Jurídica	 gratuita,	 tendo	 como	companheiros	de	 trabalho	profissionais	 competentes:
Sandra	Regina	Garcia	Olivan	Bayer,	Cíntia	Regina	Béo,	Marcelo	de	Almeida	e	Daniel	Alberto	Casagrande.	A	todos	agradeço	a
oportunidade	de	aprendizado,	pois	só	se	aprende	com	quem	realmente	sabe	e	em	especial	à	Sandra	que	desenvolveu	um
maravilhoso	trabalho	de	mediação	e	conciliação,	trabalho	este	que	só	foi	possível	pelo	fato	de	ela	e	de	Fernanda	conhecerem
como	ninguém	o	exercício	da	advocacia	e	por	 terem	conhecimento	em	psicologia	 suficiente	para	 tal	mister.	Em	razão	da
atuação	delas,	naquele	momento,	foi	possível	ver	e	viver	o	real	sentido	do	Acesso	à	Justiça.
Aos	meus	alunos,	que	sempre	foram	e	serão	fonte	de	aprendizado	e	inspiração.
À	Linda,	ao	Gi,	ao	Ângelo	e	a	todos,	por	tudo,	sempre.
JULIANA	FRANCISCA	LETTIÈRE
NOTA	DOS	AUTORES	À	7.ª	EDIÇÃO
A	sétima	edição	do	livro	Prática	Processual	no	Novo	CPC	foi	totalmente	revista	para	conter	as	atualizações	trazidas	pelo
novo	Código	de	Processo	Civil,	com	inclusão	de	novas	petições	relevantes.
A	edição	também	ganhou	um	nome	novo.	Preferimos	agora	incluir	no	nome	a	referência	à	prática	processual,	pois	o	livro
se	funda	muito	no	Processo	Civil,	bem	como	incluir	o	“Novo	CPC”	 (até	a	6.ª	edição	a	obra	era	chamada	de	“Prática	Jurídica
Civil”).
O	livro	ganhou	novo	capítulo	sobre	as	tutelas	provisórias	e	as	petições	que	surgiram	com	a	sistemática	introduzida	pelo
NCPC.	Também	foi	 totalmente	reorganizado	em	conformidade	com	a	nova	 lógica	e	estrutura	do	Código,	 com	a	revisão	de
todo	o	processo	de	conhecimento	de	rito	comum,	as	novidades	dos	ritos	especiais,	o	cumprimento	de	sentença	e	a	ação	de
execução.
As	petições	antigas	foram	atualizadas	e	inseridos	os	novos	modelos.
A	obra	conta	com	mais	de	110	modelos	(petições,	requerimentos,	contrato,	procuração	etc.).
Nosso	 principal	 objetivo	 foi	 abordar	 a	 prática	 do	 Novo	 CPC	 com	 uma	 visão	 técnica	 da	 ciência	 processual	 civil	 e	 com
enfoque	no	dia-a-dia	dos	profissionais	do	direito	na	prática	civil,	também	com	conteúdo	destinado	aqueles	que	se	preparam
para	o	Exame	de	Ordem	e	concursos	públicos	com	exigência	de	peças	processuais.
Esperamos	que	a	7.ª	edição	–	que	conta	com	toda	a	tradição	da	Editora	Revista	dos	Tribunais	–	possa	auxiliar	acadêmicos,
estudantes	 que	 se	 preparam	 para	 o	 Exame	 de	 Ordem	 e	 concursos	 para	 a	 advocacia
pública,	 e,	 especialmente,	 aos
profissionais	do	direito,	com	material	atualizado	e	de	consulta	didática	na	prática	processual	civil.
PREFÁCIO	À	1.ª	EDIÇÃO
Fiquei	 imensamente	 feliz	e	orgulhosa	com	o	convite	 feito	pelos	autores	para	a	apresentação	deste	 trabalho.	 Juliana	 foi
minha	 aluna	 na	 graduação	 e	 Darlan	 no	 curso	 de	 especialização,	 ambos	 na	 PUC-SP,	 na	 área	 de	 processo	 civil,	 e	 é	muito
gratificante	como	professora	ver	os	alunos	trilhando	o	caminho	do	magistério	e	da	literatura	jurídica.
No	exercício	de	anos	da	advocacia	e	hoje,	como	juíza	de	direito,	posso	afirmar	que,	apesar	das	dificuldades	peculiares	de
cada	atividade,	a	advocacia	apresenta	desafios	maiores,	a	se	iniciar	pela	escolha	da	ação	correta	a	ser	ajuizada	a	partir	do
problema	que	é	 trazido	pelo	cliente	ao	advogado.	Após,	a	 função	de	convencimento	do	magistrado,	seja	para	obtenção	da
tutela	jurisdicional	pleiteada	como	para	o	acolhimento	de	argumentos	da	defesa.
E	para	ajudar	na	realização	dessa	difícil	tarefa	os	autores	conseguiram	realizar	uma	obra	dotada	de	qualidade	ímpar,	na
medida	 em	 que	 de	 forma	 simples,	 acessível	 e	 didática	 foram	 conjugadas	 breves	 lições	 teóricas	 com	modelos	 e	 exemplos
práticos.
Na	introdução	são	abordados	alguns	aspectos	acerca	da	redação	jurídica,	com	orientações	básicas	para	a	elaboração	de
uma	petição,	 inclusive	no	 tocante	à	 sua	 formatação.	 Se	a	 finalidade	é	 sempre	o	 convencimento,	 contribui	muito	para	um
resultado	positivo	a	apresentação	de	uma	petição	de	agradável	leitura	e	fácil	compreensão	pelo	magistrado.
Após,	 os	 autores	 passam	 a	 analisar	 questões	 práticas	 e	 prévias	 ao	 ajuizamento	 de	 uma	 ação,	 como	 o	 contrato	 de
honorários	advocatícios,	o	instrumento	de	mandato	e	regras	de	competência.	É	feita,	ainda,	uma	abordagem	teórica	sobre	as
tutelas	de	urgência,	com	destaque	para	as	principais	diferenças	entre	a	tutela	antecipada,	cautelares	e	liminares,	tema	este
de	vital	importância	pela	possibilidade	de	se	evitar,	com	referidas	tutelas,	os	efeitos	danosos	do	trâmite	normalmente	longo
de	um	processo.
A	 obra	 segue	 com	 a	 análise	 das	 petições	 no	 processo	 de	 conhecimento,	 processo	 de	 execução,	 processo	 cautelar,	 nos
procedimentos	especiais,	nas	ações	constitucionais	e	nas	ações	de	direito	de	família,	com	destaque	sobre	os	principais	pontos
acerca	de	cada	tema,	acompanhados	dos	modelos	das	petições.
Conclui-se,	 após	 a	 leitura	 deste	 trabalho	que,	 se	 sua	 finalidade	precípua	 é	 auxiliar	 aqueles	 que	 iniciam	o	 exercício	 da
advocacia,	 as	 orientações	 nele	 contidas	 devem	 ser	 seguidas	 por	 todos	 os	 operadores	 do	 direito	 ao	 longo	 de	 sua	 vida
profissional.
BETINA	RIZZATO	LARA
1. REDAÇÃO	JURÍDICA
1.1	O	que	é	petição?
O	termo	petição	pode	receber	inúmeros	significados,	mas	o	que	mais	reflete	a	realidade	da	prática	jurídica	é	que	a	petição
representa	o	instrumento	de	comunicação	do	advogado	com	o	processo.	Como	regra,	é	por	meio	de	petições	que	são	praticados
os	atos	processuais	das	partes	com	o	objetivo	de	obter	um	provimento	jurisdicional	favorável	a	quem	peticiona.
No	 processo	 civil	 comum,	 não	 obstante	 a	 doutrina	 clássica	 invocar	 a	 existência	 do	 princípio	 da	 oralidade,	 a	 regra	 é	 no
sentido	de	que	os	atos	processuais	sejam	praticados	pelos	advogados	na	forma	escrita.	Na	verdade,	a	oralidade	ficou	mitigada
aos	 atos	 praticados	 em	 audiência	 (que	 acabam	 sendo	 reduzidos	 a	 termo	 –	 incluídos	 no	 termo	 de	 audiência),	 nos	 juizados
especiais	 e	 na	 jurisdição	 trabalhista,	 nos	 quais	 é	 admitida	 a	 propositura	 de	 ação	 por	 meio	 oral	 (reduzida	 a	 termo	 pelo
serventuário	competente).
Até	mesmo	nos	processos	eletrônicos,	a	petição	mantém	a	mesma	importância	do	antigo	processo	físico	de	papel,	a	única
diferença	é	que	a	peça	processual	do	advogado	é	remetida	por	upload	no	formato	digital	 (normalmente	em	PDF)	no	sistema
fornecido	pelos	tribunais.
Assim,	a	petição	é	o	principal	meio	para	a	prática	de	atos	processuais	pelas	partes	no	processo.
Com	efeito,	não	podemos	deixar	de	ter	em	mente	que	as	petições	são	instrumentos	de	comunicação.	A	redação	do	texto	deve
ter	a	preocupação	com	a	finalidade	de	levar	uma	mensagem	a	um	destinatário,	esperando	e	confiando	em	uma	resposta.	Nesse
caso,	o	advogado	leva	uma	pretensão	(mensagem)	ao	Estado-juiz	(destinatário)	para	que	possa	ser	oferecido	um	provimento
jurisdicional.
As	 petições	 visam	 a	 influenciar	 na	 convicção	 do	 magistrado.	 O	 advogado	 se	 vale	 desse	 poderoso	 instrumento	 para
convencer	 o	 juiz	 de	 que	 seu	 cliente	 tem	 determinado	 direito	 assegurado	 no	 ordenamento	 jurídico.	 Não	 se	 trata	 de	 mera
narrativa	de	fatos	e	de	direitos,	mas	de	texto	articulado	para	atuar	na	inteligência	do	magistrado.
O	termo	petição	deriva	do	latim	petitio	(do	verbo	petere),	que	significa	o	ato	de	reclamar,	invocar	uma	providência,	solicitar
ou	expor	alguma	pretensão	diante	de	alguma	autoridade.
Dessa	 forma,	 considerando	 a	 importância	 da	 petição	 para	 a	 prática	 jurídica	 da	 advocacia,	 inclusive	 sua	 exigência	 em
concursos	públicos	e	exames	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil,	nos	próximos	capítulos	teceremos	algumas	regras	gerais	para
a	 redação	 jurídica,	 passando,	 em	 seguida,	 ao	 estudo	 dos	 modelos	 das	 petições	 nas	 diversas	 modalidades	 de	 processos	 e
procedimentos	do	Processo	Civil.
1.2	Questão	de	estilo	ou	de	técnica?
Logo	de	início,	devemos	traçar	as	diferenças	entre	aquilo	que	é	denominado	de	estilo	e	a	técnica.	Os	profissionais	do	direito,
comumente,	têm	incorrido	em	verdadeiras	aberrações	jurídicas	ao	confundir	o	estilo	com	a	técnica.
O	estilo	compreende	a	maneira	ou	traço	pessoal	de	agir,	ou	ainda	as	características	do	comportamento	individual	da	pessoa:
o modo	de	falar,	escrever,	vestir-se	etc.	O	estilo	decorre	das	preferências	pessoais	e,	portanto,	cada	indivíduo	tem	a	liberdade
de	criar	suas	características	próprias.
Por	outro	lado,	a	técnica	não	é	pessoal,	não	está	disposta	segundo	a	vontade	de	cada	pessoa.	A	técnica	decorre	de	preceitos
ou	normas	estabelecidos	pela	ciência,	no	nosso	caso,	das	regras	estabelecidas	pelo	direito.
TÉCNICA	–	encontra	fundamento	na	ciência	(o	erro	pode	caracterizar	prejuízo	na	prática	ou	mesmo	em	provas	e	concursos).
ESTILO	–	traço	pessoal	de	redação	(sem	prejuízo	formal	quando	o	interlocutor	utiliza	estilo	diverso	dos	demais).
Ao	 confundir	 técnica	 com	 estilo,	 o	 profissional	 do	 direito	 incorre	 em	 erro	 ou	 vício	 que	 denota	 o	 despreparo	 e	 o
desconhecimento	das	regras	de	sua	profissão.
Por	exemplo,	ao	redigir	o	preâmbulo	de	uma	petição,	temos	visto	as	seguintes	formas:
(	NOME	DO	AUTOR),	já	qualificado	nos	autos	da	AÇÃO	PELO	PROCEDIMENTO	COMUM,	de	número	em	epígrafe,	que	move	em	face	de	(	NOME
DO	RÉU),	vem,	por	seu	procurador,	com	fundamento	no	art.	319	do	CPC/2015,	expor	e	requerer	a	Vossa	Excelência	o	seguinte.
(	NOME	DO	AUTOR),	nos	autos	da	AÇÃO	PELO	PROCEDIMENTO	COMUM	proposta	por	(	NOME	DO	RÉU),	vem,	nos	termos	do	art.	319	do	CPC,	à
presença	de	Vossa	Excelência,	expor	e	requerer	o	seguinte.
Ambos	 os	 preâmbulos	 estão	 corretos	 tecnicamente.	 No	 entanto,	 cada	 advogado	 optou	 por	 empregar	 o	 seu	 estilo	 (traço
Ambos	 os	 preâmbulos	 estão	 corretos	 tecnicamente.	 No	 entanto,	 cada	 advogado	 optou	 por	 empregar	 o	 seu	 estilo	 (traço
pessoal)	na	redação	e	no	modo	de	posicionar	os	elementos	do	preâmbulo.	Não	houve	alteração	da	técnica.	Agora,	vejamos	os
próximos	exemplos:
Em	um	preâmbulo	de	petição	inicial:
(	NOME	DO	AUTOR),	 (qualificação),	 vem,	 por	 seu	 advogado,	 impetrar	AÇÃO	 PELO	 PROCEDIMENTO	 COMUM	 em	 face	 de	 (	NOME	DO	 RÉU),
(qualificação),	pelos	motivos	a	seguir	expostos.
Em	um	endereçamento	da	petição	inicial:
EXCELENTÍSSIMO	SENHOR	DOUTOR	JUIZ	DE	DIREITO	DO	FÓRUM	JOÃO	MENDES	JÚNIOR	1	EM	SÃO	PAULO
No	 primeiro	 caso,	 o	 redator	 usou	 equivocadamente	 o	 verbo	 impetrar,	pois	 a	 técnica	 determina	 que	 tal	 expressão	 seja
utilizada	 apenas	 nas	 ações	 mandamentais.	 O
correto,	 como	 será	 mencionado	 posteriormente,	 seria	 o	 uso	 do	 verbo	propor,
como	trataremos	adiante.
Já	no	segundo	exemplo,	o	erro	está	no	mau	uso	do	termo	fórum	e	da	indicação	do	nome	do	prédio	em	que	está	instalado	o
Poder	Judiciário.	A	técnica	determina	o	uso	da	palavra	foro	para	a	indicação	de	competência	territorial,	bem	como	estabelece	a
denominação	da	divisão	territorial	da	jurisdição,	sendo	que	o	correto	seria:
EXCELENTÍSSIMO	SENHOR	DOUTOR	JUIZ	DE	DIREITO	DA	VARA	CÍVEL	DO	FORO	CENTRAL	DA	COMARCA	DA	CAPITAL	DE
SÃO	PAULO.
Assim,	tome	cuidado	para	não	dar	seu	estilo	pessoal	àquilo	que	contém	regra	técnica	no	direito,	isso	apenas	demonstra	que
o	profissional	desconhece	a	ciência	da	qual	se	propôs	estudar.
Note-se	 que	 no	 processo	 civil	 vige	 o	 princípio	 da	 instrumentalidade	 das	 formas,	 afastando	 um	 rigorismo	 exacerbado	 e
visando	à	finalidade	essencial	a	que	se	destinam	os	atos	praticados	(art.	188	do	CPC/2015).
Contudo,	isso	não	autoriza	uma	distorção	interpretativa	para	que	o	profissional	seja	desleixado.
1.3	Orientações	gerais	para	redação	jurídica
1.3.1	Clareza,	lógica	e	objetividade
As	ideias	–	fatos,	fundamentos	jurídicos	e	pedido	–	devem	ser	expressas	sem	obscuridade.	A	redação	deverá	ser	simples	e
direta,	para	que	o	destinatário	da	petição	a	compreenda	sem	dificuldade.
Lembre-se	sempre	que	o	objetivo	da	peça	é	convencer	o	magistrado	de	que	o	cliente	esteve	envolvido	em	determinado	fato
que	 desencadeou	consequências	 jurídicas	passíveis	 da	 outorga	 de	 um	 provimento	 jurisdicional	 favorável	 ao	pedido	para
solucionar	uma	lide.
Muitas	vezes,	a	falta	de	clareza	e	o	rebuscamento	do	texto	–	com	o	uso	de	palavras	inúteis	ao	contexto	–	criam	um	óbice	no
diálogo	entre	advogado	e	juiz,	o	que,	consequentemente,	frustra	a	pretensão	do	cliente.
Importante:	A	petição	é	o	instrumento	para	o	advogado	atuar	na	convicção	do	magistrado	de	que	seu	cliente	tem	algum	direito	em	relação	ao	fato
narrado.
A	técnica	argumentativa	deve	estar	disposta	em	uma	ordem	lógica	que	permita	a	compreensão	da	tese.
Escreva	para	convicção	e	não	apenas	para	demonstrar	conhecimento	de	vocabulário	rico.
Indique	sempre	a	premissa	maior	e	depois	a	premissa	menor.
Além	disso,	para	a	obtenção	da	clareza,	o	advogado	deverá	ter	preocupação	com	a	lógica,	ou	seja,	deverá	ordenar	as	ideias
de	modo	a	permitir	a	compreensão	coerente.	Para	isso:
a)	ordene	os	fatos	na	ordem	cronológica;
b)	 separe	 a	 petição	 em	 “Dos	 fatos”,	 “Do	 direito”	 e	 “Do	 pedido”,	 especialmente	 quando	 o	 texto	 for	 longo,	 isso	 ajuda	 a
estabelecer	a	lógica	no	discurso	jurídico;
c)	para	cada	parágrafo	use	apenas	uma	ideia	ou	fato;
d)	narre	apenas	os	fatos	relevantes	para	a	solução	do	conflito	ou	incidente	processual;
e)	os	parágrafos	devem	estar	atrelados	ou	conexos,	por	exemplo:
Caio	e	Tício	celebraram	contrato	de	compra	e	venda	pelo	qual	este	se	obrigou	à	entrega	de	40	(quarenta)	sacas	de	café...
No	entanto,	Tício	não	cumpriu	a	obrigação	no	prazo	determinado,	apresentando	a	alegação	de	que	a	plantação	não	atingiu	o	resultado	esperado.
No	entanto,	Tício	não	cumpriu	a	obrigação	no	prazo	determinado,	apresentando	a	alegação	de	que	a	plantação	não	atingiu	o	resultado	esperado.
f)	ao	redigir	a	tese	(do	direito)	o	raciocínio	jurídico	sempre	se	desenvolve	em	um	círculo	vicioso	(para	cada	tese	autônoma):
1.º)	Indicação	do	tema	a	ser	tratado;
2.º)	Citação	dos	fundamentos	jurídicos	(legislação,	jurisprudência	e	doutrina);
3.º)	Relação	do	direito	(fundamento	jurídicos)	com	o	fato	apresentado;
4.º)	Conclusão	da	ideia	com	a	apresentação	do	objetivo	da	peça.
Vejamos:
Formação	do
raciocínio
jurídico
Redação	da	tese
Tema
(relação	jurídica)
=>
A	ação	versa	sobre	responsabilidade	civil	(indicar	o	tema	central	que	será	objeto	de	discussão).
Fundamentos
jurídicos	=>
Nesse	sentido,	o	art.	...	do	CC/2002	estabelece	que:	(Transcrição	ou	paráfrase	da	legislação	pertinente).
Na	mesma	linha,	a	Súmula	“x”	do	STJ	consolidou	o	entendimento	que...
Vinculação
fática	=>
No	 caso	 concreto,	 o	 Autor	 foi	 vítima	 de	 ato	 praticado	 pelo	 réu	 e,	 portanto,	 estamos	 diante	 de	 situação	 que	 evidencia	 a
presença	 dos	 requisitos	 da	 responsabilidade	 subjetiva...	 conforme	 estabelece	 o	 artigo	 anteriormente	 citado,	 bem	 como	 a
interpretação	da	jurisprudência.	(Não	basta	citar	o	fundamento	jurídico.	É	importante	que	o	advogado	faça	a	vinculação	do
fato	com	o	direito	alegado).
Conclusão	=>
Portanto,	 estão	 presentes	 os	 requisitos	 para	 a	 condenação	 do	 réu	 ao	 dever	 de	 indenizar	 o	 Autor	 pelos	 danos
experimentados...	(Fechamento	da	ideia).
A	cada	nova	 tese	autônoma,	o	profissional	poderá	abrir	um	novo	sub-tópico	dentro	do	 “Do	direito”	 e	 reiniciar	o	 ciclo	do
raciocínio	jurídico.
Importante:	Os	parágrafos	e	capítulos	da	petição	devem	estar	dispostos	de	forma	harmônica.	O	redator	deve	partir	da	narrativa	de	um	fato,	com
a	apresentação	da	problemática.	Depois	deverá	expor	o	raciocínio	jurídico	e,	por	fim,	dar	a	conclusão	do	que	se	espera	do	órgão	jurisdicional.	Por
exemplo:	ocorreu	um	acidente...	(fato);	a	parte	culpada	tem	o	dever	legal	de	indenizar	a	vítima	pelos	danos	sofridos...	(argumentos	jurídicos);	logo,
requer	a	condenação	ao	pagamento...	(conclusão).
Evite	parágrafos	longos	e	a	perda	do	sujeito	dentro	do	texto.
Além	disso,	o	advogado	deve	abster-se	do	uso	frequente	da	linguagem	indireta.	Vejamos	os	exemplos:
Não	é	outro	o	entendimento	da	doutrina...
Melhor	seria:	O	entendimento	predominante...
Ou	ainda:	O	entendimento	da	doutrina	é	no	sentido...
O	 uso	 da	 linguagem	 indireta,	 muitas	 vezes,	 dificulta	 a	 compreensão	 pelo	 leitor	 (magistrado	 ou	 parte	 adversa)	 e	 viola	 a
clareza	 e	 a	 objetividade	 necessárias	 aos	 textos	 jurídicos.	 O	 advogado	 deve	 se	 preocupar	 em	 escrever	 um	 texto	 que	 seja	 de
agradável	leitura	e	fácil	compreensão,	caso	contrário,	não	atingirá	o	objetivo	a	que	se	presta:	o	convencimento	do	magistrado.
1.3.2	Uso	correto	da	língua	portuguesa
O	 profissional	 do	 direito	 deve	 escrever	 corretamente,	 com	 precisão	 gramatical	 e	 o	 emprego	 da	 linguagem	 culta,
demonstrando	conhecimento	e	riqueza	no	vocabulário.	João	Guimarães	Rosa	afirma	que	“não	é	possível	dialogar	com	pessoas
que	manifestam	por	escrito	a	sua	incompetência”.	2
De	fato,	o	jurista	deve	escrever	de	forma	correta	e	culta.
No	entanto,	a	linguagem	culta	não	deve	conter	exageros	capazes	de	tornar	o	texto	incompreensível	ou	de	difícil	leitura.	O
texto	deve	ser	claro,	de	fácil	compreensão	e	sem	rebuscamento.
Por	outro	lado,	também	devemos	advertir	que	o	uso	da	linguagem	culta	se	opõe	à	linguagem	popular.	É	inadmissível	que	o
profissional	do	direito	se	comunique	no	processo	da	mesma	forma	que	a	parte.	É	comum	ouvirmos	de	alguns	clientes:	Quero
colocar	fulano	no	pau,	quando,	na	realidade,	eles	querem	expressar	o	desejo	de	propor	uma	ação	em	face	de	alguém.	Ou	ainda:
Fulano	catou	meu	imóvel,	quando	o	cliente	tem	o	objetivo	de	informar	que	alguém	tomou	posse	de	um	determinado	bem.
A	boa	técnica	repudia	a	adoção	de	gírias	ou	da	linguagem	popular,	ao	menos	que	isso	seja	absolutamente	necessário	para	o
caso,	por	exemplo,	em	transcrições	de	depoimentos	ou	em	referência	à	fala	de	outrem,	mas	nunca	como	linguagem	própria	do
advogado.
1.3.3	Independência	e	não	subordinação
Ao	elaborar	suas	petições,	o	advogado	deve	ter	cuidado	para	não	dar	ao	 texto	caráter	de	subordinação	entre	advogado	e
magistrado	ou	membros	do	Ministério	Público.
Devemos	lembrar	que	o	Estatuto	da	Advocacia,	Lei	federal	8.906/1994,	determina	em	seu	art.	6.º	que	não	há	hierarquia	ou
subordinação	entre	advogados,	magistrados	ou	membros	do	Ministério	Público.
Evidentemente,	o	advogado	deverá	se	manifestar	no	processo	com	respeito	e	urbanidade	em	relação	aos	demais	sujeitos	da
relação,	mas	nunca	atribuir	ao	 texto	 jurídico	ou	atuação	oral	 tom	de	submissão	que	conduza	à	uma	posição	profissional	de
inferioridade	em	relação	às	demais	carreiras.
Por	essa	razão,	é	necessário	repelir,	por	exemplo,	o	uso	exagerado
ou	constante	das	seguintes	expressões:
Ora,	Excelência,	com	todo	respeito	e	acatamento...
Vem,	respeitosamente...	ou,	ainda	,	mui	respeitosamente...
Data	maxima	venia...,	data	venia	(com	licença	ou	respeito)
Vem	o	Suplicante...
Se	digne	Vossa	Excelência...
r. sentença	ou	respeitável	sentença...
v. acórdão	ou	venerando	acórdão...
Muitas	vezes,	tais	expressões	acabam	sendo	hipócritas	e	exageradas.	Nota-se	que	o	advogado	está	recorrendo	e	sustenta	em
suas	 razões	 recursais	 que	 o	 ato	 merece	 ser	 reformado,	 mas	 acaba	 rebuscando	 o	 texto	 com	 falsos	 elogios	 ao	 ato	 judicial
recorrido.	Assim,	por	que	chamar	de	r.	sentença?	Na	verdade,	tais	adjetivos	abreviados	são	desnecessários.
Repita-se	 que	 não	 se	 trata	 de	 tolerar	 a	 arrogância	 ou	 falta	 de	 educação	 do	 advogado.	 O	 advogado	 deve	 ser	 respeitoso,
educado,	mas,	para	 isso,	não	precisa	se	colocar	em	situação	de	 inferior	em	relação	ao	magistrado	ou	membro	do	Ministério
Público.
O	 advogado	 deve	 redigir	 suas	 petições	 com	 prevalência	 da	 independência	 e	 urbanidade	 próprias	 da	 essência	 de	 sua
profissão.
1.4	Expressões	ou	linguagem	não	recomendadas
Instrumento	 de	 procuração.	 O	 correto	 seria	 instrumento	 de	 mandato,	 uma	 vez	 que	 a	 procuração	 é	 o	 instrumento	 do
negócio	jurídico	denominado	de	“mandato”.
Procedência	da	ação.	O	correto	é	o	uso	da	expressão	procedência	do	pedido,	já	que	o	magistrado	ao	prolatar	a	sentença	não
julga	a	ação	 (que	é	o	direito	 subjetivo	de	provocar	a	 jurisdição),	mas	 sim	o	pedido	 formulado	na	ação.	Tanto	o	art.	487,	 I,	 3
quanto	o	art.	490	do	CPC/2015	4	adotaram	tal	terminologia.
Juiz	federal	do	trabalho.	Não	existe	juiz	federal	do	trabalho.	A	carreira	de	juiz	do	trabalho	está	prevista	no	art.	111,	III,	da
CF/1988	e	recebeu	a	denominação	de	juiz	do	trabalho.	Por	outro	lado,	os	arts.	106	e	109	da	CF/1988	tratam	da	Justiça	Federal,
que	é	composta	de	juízes	federais,	esses	sim	denominados	pela	Constituição	de	juízes	federais.
Na	verdade,	tal	confusão	se	dá	pelo	fato	de	os	magistrados	da	Justiça	do	Trabalho	pertencerem	ao	Poder	Judiciário	da	União,
como	ocorre	também	com	a	Justiça	Federal.	Ou	seja,	essas	Justiças	estão	vinculadas	à	União,	e	não	aos	Estados,	mas	são	órgãos
dotados	de	denominações	diferenciadas.	A	definição	é	da	Constituição,	e	não	da	prática,	vejamos:
Art.	106.	São	órgãos	da	Justiça	Federal:
I	–	os	Tribunais	Regionais	Federais;
II	–	os	Juízes	Federais	(destacamos).
Art.	111.	São	órgãos	da	Justiça	do	Trabalho:
I	–	o	Tribunal	Superior	do	Trabalho;
II	–	os	Tribunais	Regionais	do	Trabalho;
III	–	Juízes	do	Trabalho	(destacamos).
Através.	Tício	celebrou	contrato	através	de	seu	procurador...	O	correto	seria:	celebrou	contrato	por	meio	de	seu	procurador.	O
termo	através	representa	de	lado	a	lado,	atravessadamente	ou	por	entre,	sendo	usado,	portanto,	em	construções	como:	Vejo	o
sol	através	da	janela.
Modismos	 (idiotismo	 de	 linguagem).	Devem	 ser	 evitadas	 as	 expressões:	 bem	 de	 ver;	 a	 nível	 de;	 vou	 estar	 assinando	 a
petição...	O	correto	seria:	assinarei	a	petição.	Atualmente,	diante	de	uma	onda	de	gerundismo,	com	o	emprego	do	verbo	estar
antes	do	verbo	principal,	são	usados	dois	verbos	para	expressar	a	mesma	coisa	–	Vou	estar	 falando	–,	quando,	 na	 realidade,
bastaria	o	verbo	falarei.
Em	função	de.	Deve	ser	usado	apenas	quando	expressar	dependência	(por	exemplo:	Tício	vive	em	função	do	 trabalho),	 e
não	para	 substituir	em	razão	de.	Assim,	 em	vez	de	dizer	os	 prazos	 foram	 suspensos	 em	 função	 da	 greve,	o	 correto	 seria:	os
prazos	foram	suspensos	em	razão	da	greve.
É	quando.	Temos	 constatado	 o	 uso	 comum	 do	 termo	 é	 quando	 para	 atribuir	 respostas	 ou	 significados,	 por	 exemplo:	 o
agravo	 de	 instrumento	 é	 quando	 ocorrer	 decisão	 interlocutória.	No	 entanto,	 tal	 uso	 está	 errado.	 Quando	é	 uma	 conjunção
subordinativa	indicativa	de	circunstância	temporal	(em	que	época,	ocasião,	momento).
Cuidado	 com	o	pleonasmo!	O	 pleonasmo	 é	 a	 redundância	 de	 termos	 com	 o	 mesmo	 significado.	 Em	 casos	 excepcionais
poderá	ser	admitido	para	dar	ênfase	à	expressão.	De	modo	geral,	no	entanto,	devem	ser	evitadas	expressões	como:
Há	muito	tempo	atrás...	Bastaria	há	muito	tempo.
Acordo	amigável...	Todo	acordo	decorre	de	concessões	recíprocas,	portanto,	é	amigável	ou	consensual,	sendo	desnecessária	a	repetição.	Meios	de
prova.	Nos	 requerimentos	 de	 provas	 é	 comum	 o	 uso	 da	 seguinte	 frase:	 “Requer,	 provar	 o	 alegado	 por	 todos	 os	meios	 de	 prova	 em	 Direito...”.	 É
redundância!	Basta	dizer	provas	ou	meios.
O	mesmo,	como	prenome.	Caio	traiu	sua	mulher,	pois	o	mesmo	foi	visto	saindo	de	um	motel	com	a	amante.	Não	se	deve	usar
o mesmo	para	substituir	prenome.	Preferir	este,	esse	ou	aquele,	ela,	ele	etc.
Uso	de	ditados	ou	expressões	populares.	Nas	petições	(ou	qualquer	outro	tipo	de	escrito	jurídico)	não	é	recomendável	o
uso	de	ditados	populares,	como:	a	decisão	caiu	como	uma	luva,	cada	macaco	no	seu	galho	etc.
1.5	Expressões	que	exigem	cuidado	no	uso
Mandato	e	mandado.	Mandato	representa	negócio	jurídico	pelo	qual	alguém	outorga	a	outrem	poderes	de	representação	(o
mandato	 tem	 por	 instrumento	 a	 procuração).	 Por	 outro	 lado,	 mandado	 equivale	 à	 ordem	 judicial	 (advém	 de	 mandar,
mandatum).
Foro,	 fórum	e	 juízo	ou	vara.	Foro	representa	competência	 territorial.	 5	A	palavra	 foro	 sempre	estará	 relacionada	a	um
local.	Por	exemplo:	Foro	da	Comarca	de	Santos,	Foro	da	Comarca	da	Capital	de	São	Paulo.
Fórum	é	o	prédio	no	qual	está	instalado	o	órgão	jurisdicional,	tem	conotação	de	estrutura	física	(edifício).	Por	exemplo:	Fórum	João	Mendes	Júnior,
Fórum	Pedro	Lessa	etc.	A	palavra	fórum	não	está	relacionada	com	competência	jurisdicional,	portanto,	não	deve	ser	usada	no	endereçamento	das
petições.
Juízo	ou	vara	são	 termos	que	refletem	competência	 funcional	 (em	razão	da	matéria,	hierarquia	ou	pessoa	da	ação)	do	órgão	 jurisdicional.	Por
exemplo:	Excelentíssimo	Senhor	Juiz	de	Direito	da	Vara	Cível...
Propor,	interpor,	opor,	apresentar	e	impetrar.	Ao	elaborar	o	preâmbulo	da	petição,	 tome	cuidado	com	o	uso	do	verbo
adequado	para	cada	espécie	de	petição.	Vejamos:
Propor	é	 o	 verbo	utilizado	para	 ação	 (petição	 inicial).	 Por	 exemplo:	NOME	DO	AUTOR	FULANO	DE	TAL	vem	propor	ação	 pelo	 rito...	O	 verbo
propor	sempre	estará	relacionado	com	o	ato	de	apresentar	a	petição	inicial	(exercício	do	direito	de	ação).
Apresentar	(ou	oferecer)	é	utilizado	para	as	petições	comuns	ou	 incidentais,	como	contestação	 (vem	apresentar	contestação...),	exceções	 (que
também	poderão	receber	o	termo	arguir).
Interpor	(opor	sobre)	apenas	será	utilizado	para	recursos.	Por	exemplo:	NOME	DO	AUTOR	FULANO	DE	TAL	vem,	nos	termos	do	art.	1.009	do
CPC/2015,	interpor	recurso	de	apelação...	O	termo	interpor	denota	a	existência	de	duplo	grau	de	jurisdição:	como	regra,	o	recurso	é	julgado	por	um
órgão	hierarquicamente	superior	àquele	que	proferiu	o	julgado.
Opor	será	usado	para	apresentação	de	embargos,	nos	quais	não	há	mudança	de	hierarquia	do	grau	de	jurisdição.
Impetrar	 é	 verbo	 exclusivo	 para	 referência	 à	 propositura	 de	 ações	 mandamentais:	 habeas	 corpus,	 habeas	 data,	 mandado	 de	 segurança	 e
mandado	de	injunção.
Resumidamente:
Verbo Uso	adequado Petições
Propor
Para	 todas	 as	 petições	 que	 tiverem	 natureza	 de
Todas	as	petições	iniciais
Propor
Para	 todas	 as	 petições	 que	 tiverem	 natureza	 de
ação
Todas	as	petições	iniciais
Arguir Para	as	questões	de	ordem	pública	ou	exceções
Incidente	de	suspeição	e	impedimento.
Preliminares	em	contestação
Interpor
Recursos	 (sujeitos	 ao	 duplo	 grau	 de	 jurisdição	 –
hierarquia)
Apelação
Agravos
Recurso	especial
Recurso	extraordinário
Recurso	ordinário
Opor
Recursos	que	não	geram	duplo	grau	 (julgamento
pelo	mesmo	órgão)
Embargos	de	declaração
Embargos	de	divergência
Impetrar Apenas	para	as	ações	mandamentais
Mandado	de	segurança
Habeas	corpus
Mandado	de	injunção
Habeas	data
Apresentar	 ou
oferecer
Demais	peças	processuais
Contestação
Rol	 de	 testemunhas,	 quesitos	 dos	 assistentes	 técnicos,
memoriais,	contrarrazões	etc.
Vem,	 vêm	 e	 veem.	 Vem	 e	 vêm	 são	 relativos	 ao	 verbo	 vir,	 que,	 no	 contexto	 jurídico,	 revelam	 o	 ato	 de	 apresentar-se,
comparecer	em	juízo.	Vem	(sem	acento)	é	usado	no	singular	e	vêm	(com	acento),	no	plural,	quando	fizer	referência	a	mais	de
uma	pessoa.	Por	exemplo:
(	NOME	DO	AUTOR),	por	seu	advogado,	vem	propor	ação	pelo	rito...
(	NOME	DO	AUTOR	E	SUA	MULHER),	representados	por	seu	advogado,	vêm	propor...
Por	outro	lado,	veem	é	relativo	ao	verbo	ver,	perceber	com	a	visão	(conjugação	de	eles	veem	–	terceira	pessoa	do	presente	do
indicativo).	Portanto,	veem	não	deve	ser	utilizado	no	preâmbulo	das	petições.
Residente	à	rua	ou	residente	na	rua?	O	correto	é	o	uso	da	preposição	na	(em	+	a),	que	dá	noção	de	lugar.
Face	a,	em	face	de	ou	contra?	O	autor	promove	a	ação	face	ao	réu,	em	face	do	réu	ou	contra	o	réu?	Na	verdade	a	expressão
mais	adequada	seria	em	face	de,	pelo	fato	de	que,	tecnicamente,	a	ação	é	movida	contra	o	Estado	(direito	de	ação	é	o	direito	de
movimentar	a	máquina	judiciária)	e	este	desenvolve	sua	atividade	em	face	do	réu.
No	entanto,	não	é	errado	o	uso	da	expressão	contra,	 já	que,	 em	muitos	momentos,	o	próprio	Código	de	Processo	Civil	 se
valeu	dela.	Por	exemplo:	execução	de	quantia	certa	contra	devedor	solvente.
Repetição	 de	 palavras	 em	 início	 de	 parágrafo.	 Cuidado	 com	 a	 repetição	 exagerada	 dos	 termos	 destarte,	 com	 efeito,
depreende-se,	 infere-se,	 outrossim,	 em	 outras	 palavras	 etc.	 Muitas	 vezes,	 essas	 expressões	 são	 desnecessárias	 e	 podem	 ser
suprimidas	sem	prejuízo	à	compreensão	do	texto.
Nossa	melhor	doutrina...	A	mais	acertada	jurisprudência...	O	juiz	não	agiu	com	o	seu	costumeiro	acerto...	A	jurisprudência
bem	 está	 a	 demonstrar...	 O	 douto	 magistrado...	 Não	 é	 outro	 o	 entendimento...	 São	 expressões	 inúteis	 e	 que	 reduzem	 a
objetividade	do	texto,	o	melhor	seria:	A	esse	respeito,	o	Tribunal	(nome)	proferiu	acórdão	com	a	seguinte	ementa:	ou	ainda,	Nesse
sentido	Fulano	de	Tal...
Justiça!	(Não...!)	É	comum	encontrarmos	como	encerramento	das	petições	um	brado	por	Justiça!:	requer	que	o	pedido	seja
acolhido	por	medida	de	lídima	Justiça!	(muitas	vezes	até	com	certo	exagero	e	ênfase	na	exclamação	“!!!!!”).
O	 encerramento	 da	 petição	 com	 a	 invocação	 de	 lídima	 Justiça!	 é	 equivocado	 e	 demonstra	 o	 desconhecimento	 do	 real
significado	da	palavra,	além	de	banalizar	toda	discussão	filosófica	a	respeito	da	conceituação.	Na	verdade,	o	que	se	espera	do
Poder	Judiciário	não	é	a	aplicação	da	justiça,	mas	sim	a	definição	do	direito,	ou	seja,	daquilo	que	está	previsto	na	lei.	O	conceito
de	justiça	não	é	universal	ou	absoluto,	tampouco	reflete	na	dinâmica	do	processo	obrigatoriamente	a	aplicação	da	lei.	Devemos
lembrar	que,	em	muitos	casos,	a	aplicação	da	lei	não	é	justa.
A	esse	respeito,	ao	iniciar	o	discurso	O	que	é	Justiça?,	Hans	Kelsen	adverte:	6
Quando	Jesus	de	Nazaré,	no	julgamento	perante	o	pretor	romano,	admitiu	ser	rei,	disse	ele:	“Nasci	e	vim	a	este	mundo	para	dar	testemunho	da
verdade”.	Ao	que	Pilatos	perguntou:	“O	que	é	a	verdade?”.	Cético,	o	romano	obviamente	não	esperava	resposta	a	essa	pergunta,	e	o	Santo	também	não
a	deu.	Dar	testemunho	da	verdade	não	era	o	essencial	em	sua	missão	como	rei	messiânico.	Ele	nascera	para	dar	testemunho	da	justiça,	aquela	justiça
que	Ele	desejava	concretizar	no	reino	de	Deus.	E,	por	essa	justiça,	morreu	na	cruz.
Dessa	forma,	emerge	da	pergunta	de	Pilatos	–	o	que	é	verdade?	–,	através	do	sangue	do	crucificado,	uma	outra	questão,	bem	mais	veemente,	a
eterna	questão	da	humanidade:	o	que	é	justiça?
Nenhuma	outra	questão	foi	tão	passionalmente	discutida;	por	nenhuma	outra	foram	derramadas	tantas	lágrimas	amargas,	tanto	sangue	precioso;
nenhuma	outra,	ainda,	as	mentes	mais	ilustres	–	de	Platão	a	Kant	–	meditaram	tão	profundamente.	E,	no	entanto,	ela	continua	até	hoje	sem	resposta.
Talvez	por	se	tratar	de	uma	dessas	questões	para	as	quais	vale	o	resignado	saber	de	que	o	homem	nunca	encontrará	uma	resposta	definitiva;	deverá
apenas	tentar	perguntar	melhor	(destacamos).
Vocabulários	 plurissignificantes.	Algumas	 palavras	 possuem	 significados	 equívocos,	 ou	 seja,	 mais	 de	 um	 sentido.	 No
direito,	tal	fenômeno	é	comum,	sendo	necessário	ao	jurista	cuidado	especial	para	não	realizar	a	troca	de	conceitos.
Palavras	em	 latim.	O	 latim	apenas	deve	 ser	usado	quando	a	 expressão	 for	 essencial	para	a	argumentação;	não	 se	deve
rebuscar	 o	 texto	 com	 expressões	 ou	 frases	 inteiras	 em	 latim	 apenas	 para	 tentar	 embelezá-lo.	 Algumas	 expressões	 como
periculum	 in	 mora,	 fumus	 boni	 juris,	 a	 quo,	 ad	 quem	 etc.	 podem	 ser	 empregadas	 nas	 petições,	 pois	 são	 de	 uso	 comum	 no
cotidiano	forense.
No	entanto,	se	é	possível	falar	coisa	julgada,	não	rebusque	o	texto	com	res	judicata,	e	assim	por	diante.
1.6	Entonação	das	palavras
O	texto	jurídico	destina-se	ao	convencimento,	pois	aquele	que	escreve	deseja	levar	o	magistrado	a	aceitar	a	tese	exposta	na
petição.	Assim,	cuidado	com	a	entonação	das	palavras.
Quando	estiver	se	referindo	às	alegações	da	parte	contrária,	sempre	use	expressões	de	descrédito,	que	deixem	em	dúvida	as
afirmações:	sustenta	o	réu,	alega	o	réu,	em	relação	à	alegação	de	suposta	violação	dos	deveres	do	casamento	etc.	Ou	seja,	 “ele
diz...”	–	não	que	eu	concorde	(ou	confesse).
Por	outro	 lado,	ao	referir-se	às	 suas	alegações,	use	expressões	de	certeza	 (e	não	de	dúvida).	O	réu	atravessou	o	semáforo
vermelho,	e	não:	Parece	que	o	réu	atravessou	o	semáforo.
1.7	Nomenclatura	das	partes
As	partes	são	denominadas	no	processo	civil	de	modo	diverso	da	nomenclatura	utilizada	pelo	direito	material	e,	portanto,
nas	petições	podem	ser	utilizadas	as	seguintes	formas:
Processo Nomenclatura
Conhecimento Autor	/	Réu
Intervenção	de	terceiros
Assistente	/	Assistido
Denunciante	/	Denunciado
Reconvenção	(mesmo	na	contestação	pelo	CPC/2015)
Réu	reconvinte
Autor	reconvindo
Recursos
Recorrente	/	Recorrido
Apelante	/	Apelado
Agravante	/	Agravado
Embargante	/	Embargado
Execução	(inclusive	cumprimento	de	sentença) Exequente	/	Executado	(Credor/Devedor	=	nomenclatura	do	direito	material)
Procedimentos	de	jurisdição	voluntária Requerente	/	Requerido	Interessados
Mandado	de	segurança Impetrante	/	Impetrado
Em	relação	à	nomenclatura	das	partes	na	petição,	é	importante	destacar	que	deve	ser	evitada	a	identificação	repetida	das
partes	pela	terminologia	atribuída	pelo	direito	material.	Na	petição	inicial,	resposta	ou	recursos,	o	advogado	deverá	fazer,	logo
em	seu	início,	a	relação	entre	a	nomenclatura	processual	e	aquela	dada	pelo	direito	material	(locador,	locatário;	comodatário,
contratante,	donatário	etc.)	para,	depois,	apenas	referir-se	às	partes	pelo	nome	processual.
Por	exemplo:	O	Autor,	na	qualidade	de	locatário.	Posteriormente,	as	partes	não	serão	denominadas	na	petição	de	locador	e	locatário,	mas	sim	de
Autor	e	Réu.
Além	disso,	cumpre	ressaltar	que	é	correto	usar	letra	maiúscula	para	Autor	e	Réu	todas	as	vezes	em	que	se	estiver	fazendo
referência	a	uma	pessoa	determinada,	já	que	o	nome	processual	está	substituindo	um	nome	próprio	(por	exemplo:	em	vez	de
reiteradamente	usar	o	nome	Tício	na	petição,	o	redator	deverá	se	utilizar	do	nome	processual	Autor	ou	Réu).
1.8	Regras	de	formatação	e	padrões	da	prática
Em	primeiro	lugar,	não	podemos	deixar	de	lembrar	que	toda	e	qualquer	petição	deve	ser	limpa,	bem	redigida	e	agradar	ao
leitor.	A	leitura	é	um	ato	que	passa	pelo	sentido	humano	da	visão,	portanto,	a	estética	e	formatação	devem	convergir	para	o
estímulo	a	ela.	Ao	escrever	uma	petição,	o	advogado	deve	ter	em	mente	que	tal	texto	deve	ser	completamente	lido	pelo	juiz	e
compreendido,	para	que,	ao	final,	seja	assegurado	ao	cliente	determinado	provimento.
É	 por	 meio	 da	 linguagem	 escrita	 que	 o	 advogado	 convence	 o	 magistrado	 de	 que	 seu	 cliente	 tem	 razão	 em	 determinada
pendenga.	Portanto,	o	juiz	deve	ter	interesse	por	ler	o	texto.
A	redação	deve	ser	agradável	aos	olhos	do	magistrado	a	ponto	de
instigá-lo	a	ler	e	compreender	a	petição	inteiramente.
Assim,	influenciam	na	capacidade	e	vontade	de	leitura	os	seguintes	aspectos:
a) tamanho,	espécie	de	fonte	ou	tipo	de	letra	(a	letra	e	seu	tamanho	devem	ser	agradáveis	para	a	leitura);
b) adequada	 organização	 do	 texto	 (o	 texto	 deve	 estar	 disposto	 de	 maneira	 que	 o	 leitor	 entenda	 a	 lógica	 do	 raciocínio
proposto);
c) coesão	na	exposição	das	ideias	e	fatos;
d) papel	branco;
e) impressão	apenas	na	parte	frontal;
f) inexistência	de	rasuras	ou	borrões;
g) sobriedade	no	uso	de	cores;	h)	adequação	das	margens;
i) adequação	nas	transcrições	e	indicação	da	fonte;
j) não	utilização	de	cores,	logotipos	7	e	desenhos	desnecessários	ou	exagerados;
k)	o	texto	deve	conter	parágrafos	e	estar	justificado;
l) evitar	o	uso	de	abreviaturas,	ao	menos	que	sejam	comuns	ou	oficiais	(por	exemplo,	RE,	REsp,	INSS,	IPC,	INPI,	ONU	etc.);
m) para	petições	e	documentos	digitalizados	para	processos	eletrônicos	é	fundamental	que	o	advogado	certifique-se	de	que
o arquivo	está	intacto	e	com	leitura	compatível.
1.8.1	Formatação:	papel,	letra	e	margens	para	processo	físico
Não	existe	norma	ou	previsão	 legal	para	definição	das	margens,	 espécie	de	papel	 ou	 tipo	de	 letra.	No	entanto,	 a	prática
firmou	regras	de	bom	senso.
Antes	de	 tudo,	devemos	 lembrar	que	o	advogado,	pelas	normas	do	Estatuto	da	Advocacia	e	da	Ordem	dos	Advogados	do
Brasil	–	EAOAB	e	do	Código	de	Ética	e	Disciplina,	deve	ter	conduta	discreta	e	agir	conforme	a	dignidade	da	profissão.
Assim,	sugerimos	o	uso	apenas	da	frente	da	folha	de	papel	branco	de	boa	qualidade	e	em	formato	A4	(21	x	29,7	cm).
Tipo	de	letra	usual
Times	New	Roman	–	com	tamanho	de	12	a	14	(usar	letra	como	modelo)
Arial	–	com	tamanho	de	12	a	14
Já	para	as	margens,	impera	outra	regra	de	bom	senso.	É	necessário	lembrar	que	a	petição	será	furada	para	ser	juntada	aos
autos;	assim,	a	margem	esquerda	do	papel	deverá	ser	maior.
Por	outro	lado,	conhecendo	os	magníficos	recursos	da	informática,	não	mais	se	admite	a	existência	de	petições	sem	a	devida
justificação	das	margens	(texto	blocado	em	ambas	as	margens),	com	rasuras	e	borrões,	e	sem	recuo	para	cada	novo	parágrafo.
Para	 os	 processos	 eletrônicos,	 o	 comum	 é	 a	 remessa	 da	 petição	 por	 meio	 de	 download	do	 arquivo	 em	 formato	 PDF	 e,
portanto,	poderão	ser	utilizadas	as	mesmas	características	da	petição	protocolizada	na	forma	impressa.
1.8.2	Comunicação	impressa
Nas	petições	o	advogado	poderá	incluir	como	cabeçalho	o	seu	nome	ou	o	nome	da	sociedade	da	qual	faz	parte,	com	menção
Nas	petições	o	advogado	poderá	incluir	como	cabeçalho	o	seu	nome	ou	o	nome	da	sociedade	da	qual	faz	parte,	com	menção
do	número	de	inscrição	da	sociedade	na	OAB.
O	art.	44	do	Novo	Código	de	Ética	Profissional	impõe	as	diretrizes	para	a	comunicação	do	advogado	(cartões	e	materiais	de
escritório),	sendo	relevante	destacar:
a)	Deverá	fazer	constar	o	nome	do	advogado	ou	da	sociedade,	com	os	respectivos	números	de	inscrições;
b)	Poderão	ser	referidos	títulos	acadêmicos	do	advogado	e	as	distinções	honoríficas	relacionadas	à	vida	profissional;
c)	Poderá	haver	referência	às	instituições	jurídicas	da	qual	o	advogado	faça	parte	e	indicação	de	especialidades;
d)	É	possível	a	indicação	de	endereço,	e-mail,	site,	página	eletrônica,	QR-code,	logotipo	e	fotografia	do	escritório,	o	horário	de
atendimento	e	os	idiomas	em	que	o	cliente	poderá	ser	atendido;
e)	 Não	 é	 permitida	 a	 utilização	 de	 fotografias	 pessoais	 ou	 de	 terceiros	 em	 cartões	 de	 visita	 dos	 advogados,	 bem	 como	 a
menção	 a	 qualquer	 emprego,	 cargo	 ou	 função	 ocupada,	 atual	 ou	 pretérita,	 em	 qualquer	 órgão	 ou	 instituição,	 salvo	 a	 de
professor	universitário.
1.8.3	Devo	usar	artigos	nos	preâmbulos	das	petições?
Na	maioria	das	vezes,	as	petições	encontram	fundamento	na	legislação	processual	e,	neste	caso,	é	recomendada	a	indicação
do	artigo	que	fundamenta	a	peça	e	seu	nome	logo	no	preâmbulo,	inclusive	como	justificativa	de	sua	utilização.
Por	exemplo:
(	NOME	DO	AUTOR)	Fulano	de	tal,	(qualificação),	vem,	por	seu	advogado,	nos	termos	do	art.	700	do	CPC/2015	propor	AÇÃO	MONITÓRIA	em	face
de...
O	cabimento	da	ação	monitória,	como	foi	utilizado	no	exemplo	anterior,	tem	fundamento	no	dispositivo	legal	mencionado,
justificando	sua	utilização	logo	no	início	do	discurso.
Na	 verdade,	 podemos	 afirmar	 que	 no	 preâmbulo	 das	 peças	 apenas	 se	 sugere	 o	 uso	 dos	 artigos	 que	 fundamentem	 a
petição,	e	nunca	aqueles	relativos	ao	direito	material,	que	devem	ser	citados	quando	da	argumentação	jurídica	(no	recheio	da
peça),	como	consequência	dos	fatos	que	foram	narrados.
1.8.4	Transcrições	e	citações
Para	 a	 fundamentação	 jurídica	 das	 petições	 é	 recomendável	 o	 uso	 de	 transcrições	 ou	 citações	 de	 textos	 da	 doutrina,	 da
jurisprudência	ou	mesmo	da	legislação,	como	forma	de	realçar	a	aplicação	do	dispositivo	legal	cabível	ao	caso.
Sabemos	que	a	parte,	por	meio	de	seu	advogado,	expõe	um	fato	ao	magistrado	e,	simultaneamente,	lhe	apresenta	o	direito
que	entende	aplicável	ao	caso,	reforçando	a	argumentação	com	referências	ao	entendimento	já	aplicado	pelos	tribunais	e	as
lições	doutrinárias.
Essa	lógica	é	muito	relevante	para	atuar	na	convicção	do	magistrado	e	fazer	com	que	o	pedido	seja	acolhido.
Como	regra,	o	magistrado	é	conhecedor	do	direito	e,	portanto,	não	seria	necessário,	em	tese,	levar	os	artigos	de	lei	para	as
petições.
No	 entanto,	 não	 estamos	 falando	 de	 pretender	 ensinar	 direito	 ao	 juiz,	 mas	 sim	 realizar	 citações	 e	 transcrições	 com	 a
finalidade	interpretativa	–	aplicação	do	direito	a	um	caso	concreto.
No	 que	 se	 refere	 à	 legislação,	 não	 se	 pode	 esquecer	 que	 “a	 parte,	 que	 alegar	 direito	 municipal,	 estadual,	 estrangeiro	 ou
consuetudinário,	provar-lhe-á	o	teor	e	a	vigência,	se	assim	o	determinar	o	juiz”	(art.	376	do	CPC/2015).
As	citações	poderão	ser	realizadas	por	meio	de	paráfrase	ou	por	transcrições	literais.
Na	paráfrase,	o	redator,	com	suas	palavras,	expõe	a	ideia	de	outrem,	mas	sem	alterar	o	significado	original.	Por	exemplo:
Em	relação	à	petição	 inicial,	o	Prof.	Humberto	Theodoro	 Júnior	ensina	 8	que	constitui	ela	o	veículo	de	manifestação	 formal	da
demanda,	instrumento	pelo	qual	o	autor	revela	ao	juiz	a	pretensão	que	espera	em	face	do	réu	com	a	finalidade	de	encerrar	a	lide.
No	entanto,	em	se	tratando	de	transcrição,	a	cópia	seria	fiel	ao	original,	como	se	vê:	“O	veículo	de	manifestação	formal	da
demanda	é	a	petição	inicial,	que	revela	ao	juiz	a	lide	e	contém	o	pedido	da	providência	jurisdicional,	frente	ao	réu,	que	o	autor
julga	necessária	para	compor	o	litígio”.
Em	ambos	os	casos	o	autor	da	petição	deverá	indicar	a	fonte	da	transcrição	ou	paráfrase,	com	a	seguinte	fórmula:	Autor.
Título	da	Obra.	Edição.	Local:	Editora,	ano	da	publicação.	volume,	número	da	página	 (p.	ou	pp.).	Veja	o	exemplo:	Humberto
Theodoro	Júnior.	Curso	de	direito	processual	civil.	39.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Forense,	2003.	vol.	1,	p.	319.
Além	 disso,	 na	 hipótese	 de	 transcrição,	 o	 texto	 copiado	 deverá	 estar	 “entre	 aspas”	 e,	 preferencialmente,	 com	 margens
diferenciadas	do	texto	da	petição.
diferenciadas	do	texto	da	petição.
Caso	deseje	negritar	ou	destacar	 (sublinhado)	 parte	 relevante	 do	 texto	 transcrito,	 ao	 final	 deverá	 ser	 feita	menção	 a	 tal
alteração:	O	negrito	não	consta	do	original,	O	original	não	ostenta	os	negritos	e	sublinhados,	Negritamos,	Destaques	não	constam
no	original	etc.
A	indicação	da	fonte	é	obrigatória	para	presentar	os	direitos	do	titular	do	texto	ou	a	origem	fidedigna.	A	fonte	poderá	ser
indicada	entre	parênteses,	dentro	do	próprio	texto,	ou	por	meio	de	notas	de	rodapé,	aquilo	que	preferir	o	autor	do	texto	em
razão	de	estilo.
Modelos	de	transcrições	e	citações:
a) Jurisprudência
Em	se	tratando	de	transcrição	de	jurisprudência,	sugerimos	a	seguinte	forma:
Em	relação	à	necessidade	de	provas	do	estado	de	pobreza	para	a	concessão	da	assistência
judiciária	gratuita,	o	STJ	tem	se
manifestado	da	seguinte	forma:
“Processual	civil.	Assistência	 judiciária	gratuita.	Comprovação	da	hipossuficiência.	Desnecessidade.	Lei	1.060/1950,	arts.	4.º	e	7.º.	 (...)	Esta	Corte,
interpretando	 tais	 dispositivos,	 consolidou	 o	 entendimento	 de	 que	 a	 simples	 afirmação	 da	necessidade	da	 Justiça	 Gratuita	 é	 suficiente	 para	 o
deferimento	do	benefício,	visto	que	o	mencionado	art.	4.º	foi	recepcionado	pela	Constituição	Federal”	 (STJ,	5.ª	T.,	REsp	200390/SP,	rel.	Min.	Edson
Vidigal,	j.	24.10.2000,	v.u.).	(O	original	não	ostenta	os	negritos).
Na	indicação	da	fonte	da	jurisprudência	é	utilizada	a	seguinte	formatação:
(STJ,	5.ª	T.,	REsp	200390/SP,	rel.	Min.	Edson	Vidigal,	j.	24.10.2000,	v.u.)	Ordem:	Tribunal,	órgão	interno	do	tribunal,	espécie	de	recurso	e	número,
magistrado	relator,	data	do	julgamento	ou	publicação	no	diário	oficial	e	indicação	da	espécie	de	votação
(v.u.	=	unânime,	p.m.	=	por	maioria)
Cuidado!	Inventar	ou	alterar	julgado	ou	texto	de	doutrina	constitui	litigância	de	má-fé,	nos	termos	dos	art.	80	do	CPC/2015,
além	 de	 caracterizar	 infração	 disciplinar	 nos	 termos	 do	 Estatuto	 da	 OAB,	 nos	 seguintes	 termos:	 “Art.	 34.	 Constitui	 infração
disciplinar:	 (...)	XIV	–	deturpar	o	 teor	de	dispositivo	de	 lei,	de	citação	doutrinária	ou	de	 julgado,	bem	como	de	depoimentos,
documentos	e	alegações	da	parte	contrária,	para	confundir	o	adversário	ou	iludir	o	juiz	da	causa”.
b) Legislação
A	citação	da	lei	poderá	ser	por	transcrição	literal	ou	por	uso	de	paráfrase,	vejamos	os	exemplos:
O	Código	de	Processo	Civil	autoriza	a	concessão	de	tutela	de	urgência,	nos	seguintes	termos:
“Art.	300.	A	tutela	de	urgência	será	concedida	quando	houver	elementos	que	evidenciem	a	probabilidade	do	direito	e	o	perigo	de	dano	ou	o
risco	ao	resultado	útil	do	processo.
§	1.º	Para	a	concessão	da	tutela	de	urgência,	o	juiz	pode,	conforme	o	caso,	exigir	caução	real	ou	fidejussória	idônea	para	ressarcir	os	danos	que	a
outra	parte	possa	vir	a	sofrer,	podendo	a	caução	ser	dispensada	se	a	parte	economicamente	hipossuficiente	não	puder	oferecê-la.
(...)
§	3.º	A	tutela	de	urgência	de	natureza	antecipada	não	será	concedida	quando	houver	perigo	de	irreversibilidade	dos	efeitos	da	decisão”	 (original
não	ostenta	os	grifos).
Importante	sobre	a	transcrição:
1) O	texto	deve	estar	entre	“aspas”	ou	em	itálico,	especialmente	para	indicar	que	a	autoria	é	de	terceiro	ou	pública	(como	no
caso	da	legislação).
2) O	texto	transcrito	deve	estar	com	recuo	de	paragrafação	diferenciado	do	texto	comum.
3) A	transcrição	poderá	ser	parcial.	O	autor	do	texto	não	precisa	transcrever	todos	os	incisos	ou	alíneas.	No	entanto,	quando
houver	supressão,	deverá	indicar	de	forma	expressa	com	(...)	ou	omissis.
4) Eventuais	negritos	ou	sublinhados	devem	ser	indicados	com	referência	no	final:	(original	não	ostenta	os	grifos),	ou	(grifo
nosso),	ou	(grifamos),	etc.
Ou	ainda,	é	possível	a	citação	por	meio	de	paráfrase	(sem	alteração	da	paragrafação):
O	art.	300	do	CPC/2015	autoriza	o	juiz	a	conceder	tutela	de	urgência	quando	houver	evidência	de	probabilidade	do	direito	e	perigo	de	dano,	bem
como	o	risco	de	resultado	inútil	do	processo.
No	primeiro	exemplo,	a	transcrição	foi	literal	e,	assim,	com	tabulação	diferente	e	entre	aspas	(ou	itálico),	o	texto	legislativo
foi	transcrito	ipsis	litteris.	No	segundo	caso,	na	paráfrase,	o	texto	legislativo	foi	 incluído	dentro	do	discurso	do	autor	da	peça
processual,	indicando,	contudo,	que	a	ideia	tem	origem	na	lei.	Em	ambos	os	casos,	não	poderá	o	escritor	adulterar	o	texto	ou	o
processual,	indicando,	contudo,	que	a	ideia	tem	origem	na	lei.	Em	ambos	os	casos,	não	poderá	o	escritor	adulterar	o	texto	ou	o
sentido,	sob	pena	de	caracterizar	a	má-fé	processual.	A	indicação	da	legislação	deve	ser	feita	da	seguinte	forma:
Indicação	de	lei:
Lei	12.016/2009	ou	Lei	12.016,	de	07	de	agosto	de	2009.
Indicação	de	artigos	(cuidado	com	as	vírgulas):
“O	art.	102,	I,	a,	da	CF/1988,	determina	que:”
c) Doutrina
A	doutrina	também	poderá	ser	citada	com	transcrição	ou	paráfrases.
Em	citação	de	doutrina,	a	boa	técnica	recomenda	que	a	fonte	seja	descrita	com	nome	da	obra	(em	itálico),	edição,	local	da
publicação,	dois	pontos:	nome	da	editora,	ano	da	publicação	e	p.	ou	pp.	para	a	numeração	das	páginas.
1.8.5	Encerramento	das	petições
Após	a	conclusão,	com	o	pedido	ou	requerimento,	as	petições	poderão	ser	encerradas	da	seguinte	forma:
Por	todo	o	exposto,	requer	à	Vossa	Excelência	a	condenação	do	Réu	ao	pagamento	do	valor	de	...
Termos	em	que,	pede	deferimento.	Local	e	data.
Advogado...	(nome	e	assinatura)
OAB...
No	lugar	de	“Termos	em	que,”	também	é	correta	a	expressão	“Nesses	termos,”.
No	 local	 de	 indicação	 da	 assinatura	 do	 advogado,	 é	 muito	 comum	 na	 prática	 encontrarmos	 profissionais	 que	 incluem	 a
expressão	p.p.	(abreviatura	de	por	procuração),	como	se	estivessem	subscrevendo	a	petição	por	procuração	de	seu	cliente.
Contudo,	a	inclusão	de	p.p.	antes	da	assinatura	do	advogado	é	errada.
O	advogado	assina	uma	petição	por	capacidade	postulatória	que	lhe	é	própria,	nos	termos	da	Constituição	da	República,	do
Código	de	Processo	Civil	e	do	Estatuto	da	Advocacia	e	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.	A	capacidade	de	assinar	petição	é	do
advogado;	 portanto,	 ele	 não	 pratica	 esse	 ato	 por	 procuração	 de	 seu	 cliente.	 Evidentemente	 o	 advogado	 está	 em	 juízo	 em
mandato	 outorgado	 por	 seu	 cliente;	 no	 entanto,	 tal	 representação	 é	 para	 falar	 em	 nome	 dele.	 Lembre-se:	 o	 ato	 de	 assinar
petições	é	prerrogativa	do	advogado,	que	não	cumpre	esse	ato	por	procuração.
1.9	Orientações	para	concursos	e	exames	práticos	da	OAB
Nos	 exames	 de	 segunda	 fase	 da	 Ordem	 dos	 Advogados	 do	 Brasil	 ou	 nos	 concursos	 para	 cargos	 de	 advocacia	 pública
(procuradoria	 dos	 Estados,	 dos	 Municípios,	 Advocacia-Geral	 da	 União),	 o	 candidato	 é	 submetido	 à	 elaboração	 de	 uma	 peça
prática	e	deverá	tomar	o	cuidado	de	não	criar	dados	que	o	identifiquem	como	candidato.
Ele	deverá	tão	somente	se	valer	dos	dados	e	informações	constantes	dos	problemas,	sem	a	criação	de	fatos	não	previstos	no
exame,	sob	pena	de	ter	a	prova	anulada.	Assim,	sugerimos	que	as	peças	sejam	elaboradas	na	forma	abstrata,	sem	criação	de
dado.
Ressalte-se	 que	 o	 candidato	 deverá	 se	 valer	 apenas	 dos	 dados	 do	 problema.	 Normalmente,	 incluem	 nome	 e	 cidade	 de
domicílio,	 mas	 não	 a	 qualificação	 completa.	 Além	 disso,	 deve	 o	 candidato	 evitar	 colocar	 seu	 nome	 ou	 número	 de	 seus
documentos	nas	peças,	em	especial	quando	do	encerramento	da	petição,	pois,	certamente,	terá	a	prova	anulada.
Assim,	 sugerimos	 que	 a	 petição	 seja	 abstrata,	 por	 exemplo:	 nome,	 nacionalidade,	 estado	 civil,	 profissão,	 portador	 do
documento	de	identidade	R.G.	n.º	(número)	etc.
Normalmente,	a	instrução	contida	no	caderno	de	prova	orienta	o	candidato	como	mencionar	no	texto	os	dados	fáticos	sem
que	isso	gere	identificação.	No	Exame	de	Ordem,	por	exemplo,	a	orientação	é	para	o	uso	de	reticências	(...)	para	as	lacunas.
2. MANDATO,	HONORÁRIOS	ADVOCATÍCIOS	E	GRATUIDADE	DA	JUSTIÇA
A	atividade	do	advogado	tem	início	no	momento	em	que	atende	seu	cliente	e	estabelece	com	ele	uma	relação	jurídica	de
prestação	de	 serviço.	O	 cliente	 contrata	 o	 advogado	para	 atividade	de	 assessoria/consultas	 ou	para	 atuação	 em	 juízo,	 lhe
confiando	poderes	para	falar	em	seu	nome	(por	meio	de	típico	contrato	de	mandato),	com	a	contraprestação	do	pagamento
de	honorários	advocatícios.
Portanto,	ambos	os	temas	são	de	grande	importância	na	prática	profissional	e	demandam	a	formalização	correta	de	toda
a	relação.
2.1	Mandato
O	Código	Civil	prevê	que	o	mandato	é	modalidade	de	contrato	ou	negócio	 jurídico	pelo	qual	alguém	outorga	a	outrem
poderes	de	representação,	conforme	previsão	do	art.	653	do	referido	diploma	legal.
O	 mandato	 poderá	 ser	 outorgado	 para	 a	 prática	 geral	 de	 atos	 da	 vida	 civil	 (ad	 negotia	 –	 mandato	 civil)	 ou	 para	 a
representação	em	juízo
(mandato	judicial	–	art.	692	do	CC/2002).
Na	prática	judiciária,	o	mandato	assume	relevante	importância,	uma	vez	que	o	advogado	age	em	juízo	em	nome	de	seu
cliente,	 na	 qualidade	 de	 mandatário	 ou	 procurador,	 como	 determinam	 os	 arts.	 103	 do	 CPC/2015	 e	 5.º	 do	 Estatuto	 da
Advocacia	e	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil,	ou	seja,	é	condição	para	o	exercício	da	prática	forense	que	o	advogado	esteja
agindo	em	mandato,	salvo	quando	peticionar	em	causa	própria	(situação	em	que	constará	isso	logo	no	preâmbulo	da	peça
processual,	por	exemplo.	Fulano	de	Tal,	qualificação,	advogado	em	causa	própria,	vem	(...)).
O	art.	103	do	CPC/2015	fez	questão	de	deixar	expresso	que	a	parte	será	representada	em	juízo	por	advogado	regularmente
inscrito	na	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil,	ressalvando	as	situações	legais	em	que	a	parte	poderá	atuar	em	causa	própria
quando	a	lei	atribuir	tal	faculdade.
2.1.1	Momento	e	forma	de	exibição	da	procuração
A	regra	é	no	sentido	de	que	o	advogado	deverá	exibir	o	instrumento	de	mandato	no	momento	de	seu	ingresso	nos	autos,
ou	seja,	o	advogado	apenas	poderá	praticar	os	atos	processuais	em	nome	de	seu	cliente	se	fizer	prova	do	mandato	(por	meio
da	procuração).
O	art.	104	do	CPC/2015	afirma	que	o	advogado	não	será	admitido	em	juízo	sem	procuração,	salvo:
a) atuação	para	evitar	preclusão,	decadência	ou	prescrição;	e
b) prática	de	ato	que	considere	urgente.
No	mesmo	sentido,	está	a	autorização	do	art.	5.º,	§	1.º,	do	Estatuto	da	Advocacia	e	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil,
pelos	 quais,	 alegando	 urgência,	 o	 advogado	 poderá	 praticar	 o	 ato	 processual	 sem	 a	 exibição	 da	 procuração,	 mas
comprometendo-se	 em	 juntar	 tal	 contrato	 no	 prazo	 de	 15	 dias,	 que	 podem	 ser	 prorrogados	 por	 mais	 15	 dias	 mediante
decisão	judicial.
O	ato	praticado	sob	o	protesto	de	futura	juntada	de	procuração	recebeu	a	denominação	de	mandato	de	caução	de	rato.	O
advogado	atua	sem	procuração,	mas	a	ratificação	de	seus	atos	dependerá	da	exibição	do	instrumento	de	mandato.
O	ato	não	ratificado	será	considerado	ineficaz,	respondendo	o	advogado	pelas	despesas	e	eventuais	perdas	e	danos	(art.
104,	§	2.º,	do	CPC/2015).
A	procuração	é	apresentada,1	como	regra,	pelo	autor	na	petição	inicial	e	pelo	réu	na	contestação,	mas,	nada	obsta	que	seja
juntada	no	curso	do	processo	por	meio	de	mera	petição.	Em	caso	de	procuração	apresentada	em	audiência,	fica	dispensada	a
petição	de	juntada,	uma	vez	que	a	procuração	será	juntada	mediante	autorização	no	termo	da	audiência.
Em	alguns	Estados,	a	juntada	de	procuração	poderá	impor	o	recolhimento	de	custas	processuais,	o	que	não	se	aplica	nas
situações	em	que	a	parte	é	beneficiária	da	gratuidade	processual	(na	prática,	verificar	as	regras	de	cada	tribunal).
2.1.2	Postulação	em	causa	própria
O	art.	106	do	CPC/2015	dispõe	expressamente	 sobre	a	atuação	do	advogado	em	causa	própria	 (o	que	não	há	nenhuma
vedação	legal	ou	ética).
Será	fundamental	observar:
a) Declaração	na	petição	inicial	ou	contestação	de	que	a	atuação	está	sendo	em	causa	própria,	por	exemplo:
FULANO	DE	TAL,	brasileiro,	solteiro,	advogado	regularmente	inscrito	na	OAB	sob	o	n...,	vem,	em	causa	própria	(art.	106,	I,	do	CPC),	propor...
b) Comunicar	ao	juízo	o	endereço	profissional	e	eventuais	mudanças,	especialmente	para	permitir	intimações	e	atos	de
comunicação.
2.1.3	O	instrumento	do	mandato
A	 procuração	 é	 o	 instrumento2	 do	 mandato,	 ou	 seja,	 celebrado	 o	 contrato	 (negócio	 jurídico)	 para	 a	 representação	 e
administração	de	interesses	de	outrem,	a	parte	outorgante	assina	a	procuração	ao	outorgado,	como	meio	de	fazer	prova	do
mandato,	conforme	estabelece	o	art.	653	do	CC/2002.	No	processo	civil,	os	instrumentos	são	documentos	elaborados	com	a
finalidade	de	fazer	prova	de	um	ato	ou	negócio	jurídico.	De	fato,	a	procuração	faz	prova	do	mandato.
Evidentemente,	por	ser	o	mandato	um	negócio	jurídico,	deverá	ele	estar	revestido	dos	requisitos	gerais	estabelecidos	no
Código	Civil,	como	capacidade,	legitimidade,	objeto	lícito	e	forma	legal.
2.2	Cláusulas	e	poderes
A	regra	é	no	 sentido	de	que	a	procuração	com	cláusula	 ad	 judicia	habilita	o	advogado	para	defesa	geral	do	 cliente	no
processo.	A	cláusula	geral	dá	capacidade	postulatória	ao	advogado	para	o	exercício	de	todos	os	atos	ordinários	do	processo,
como,	por	exemplo:	promover	a	ação,	contestar,	apresentar	petições	incidentais,	defesas	em	audiências,	 interpor	recursos,
promover	a	execução	da	sentença	etc.	(art.	5.º,	§	2.º,	do	EAOAB).
No	entanto,	alguns	atos	dependem	de	poderes	especiais:
•• Procuração	ad	 judicia	 et	 extra	 –	 autoriza	 o	 advogado	 atuar	 em	 juízo	 ou	 fora	 dele.	 Os	 poderes	 gerais	 habilitam	 o
advogado,	inclusive,	para	substabelecer	(o	que	não	demanda	poderes	especiais).
•• Poderes	especiais	–	necessitam	de	poderes	especiais	(que	devem	ser	previsto	nas	procurações	caso	seja	do	interesse	do
cliente	e	do	advogado)	os	atos	de	(art.	105	do	CPC/2015):
a) Receber	citação	–	a	citação	é	ato	que	deve	ser	realizado	na	pessoa	do	réu,	no	entanto,	o	advogado	pode	receber	poderes
especiais	da	parte	para	subscrever	o	ato	(poder	que	exige	cautela	no	uso);
b) Confessar	–	a	confissão	é	a	manifestação	da	parte	em	afirmar	fato	contrário	à	sua	pretensão.	Esse	é	o	poder	que	mais
exige	cautela	em	ser	incluído	em	uma	procuração.	Evidentemente,	o	advogado	não	tem	o	interesse	comum	em	falar	em	juízo
fatos	 contrários	 ao	 seu	 cliente,	 portanto,	 recomendamos	 que	 seja	 incluído	 na	 procuração	 apenas	 quando	 houver	 pedido
expresso	do	cliente	em	tal	sentido;
c) Reconhecer	a	procedência	do	pedido	–	também	é	poder	de	cuidado	extremo.	O	réu	poderá	em	juízo	aceitar	aquilo	que	o
autor	 demandar	 contra	 ele,	mas	 isso	 não	 é	 comum.	 Portanto,	 o	 advogado	 apenas	 deverá	 ter	 tal	 poder	 quando	 o	 próprio
cliente	lhe	demandar	que	reconheça	o	pedido	do	autor	(tal	pedido	gerará	a	prolação	de	sentença,	com	resolução	de	mérito	e
coisa	julgada	material);
d) Transigir	–	poder	para	fazer	acordo;
e) Desistir	–	poder	para	que	a	ação	seja	extinta	sem	resolução	de	mérito	(com	a	prolação	de	sentença,	sem	resolução	de
mérito);
f) Renunciar	o	direito	 sobre	o	qual	 se	 funda	a	 ação	–	 trata-se	de	 situação	muito	diversa	da	desistência.	A	 renúncia	ao
direito	equivale	ao	ato	de	disponibilização	do	direito	material	do	cliente;
g) Receber	e	dar	quitação	–	receber	quantias	e	declarar	a	satisfação	do	crédito;
h) Firmar	compromisso	–	estipulação	de	cláusula	compromissória	de	arbitragem;
i) Assinar	declaração	de	hipossuficiência	econômica	–	tal	previsão	foi	inovação	trazida	pelo	novo	Código	de	Processo	Civil,
especialmente	no	sentido	de	firmar	o	comando	de	que	o	próprio	advogado	poderá	fazer	a	declaração	de	pobreza,	desde	que
seja	detentor	de	poderes	especiais	para	tanto.
Os	 poderes	 gerais	 estão	 implícitos	 na	 procuração	 ad	 judicia,	 no	 entanto,	 os	 poderes	 especiais	 deverão	 ser	 indicados
expressamente	quando	necessários.
Em	 relação	 aos	 poderes	 especiais,	 sugerimos	 aos	 profissionais	 que	 tomem	 cuidado	 ao	 inserilos
indiscriminadamente	nas	procurações,	pois,	a	inclusão	leviana	poderá	gerar	prejuízos	ao	cliente	(como	ocorre	com	a
confissão,	renúncia	do	direito	etc.).
2.2.1	Formalidade	da	procuração3
2.2.1.1	Mandato	judicial
O	mandato	para	atuação	em	juízo	poderá	ser	por	instrumento	público	ou	particular,	sem	que	exista	exigência	legal	de	um
ou	de	outro.
O	Código	Civil	estabelece	no	art.	692	que	a	 formalidade	das	procurações	ad	 judicia	observará	a	previsão	contida	na	 lei
processual	e	no	Estatuto	da	Advocacia.
A	 lei	 processual,	 por	 sua	 vez,	 no	 art.	 105	 do	 CPC/2015,	 afirma	 que	 a	 procuração	 pode	 ser	 conferida	 por	 instrumento
público,	 realizado	 perante	 oficial	 de	 cartório,	 ou	mesmo	por	meio	 de	 instrumento	 particular,	 elaborado	 e	 assinado	 pelos
próprios	interessados.
Assim,	surgem	as	seguintes	 indagações:	é	necessário	o	reconhecimento	da	assinatura	do	outorgante	por	oficial	público
(firma	conhecida)?	Por	se	tratar	de	um	ato	jurídico,	deve	a	procuração	ser	subscrita
por	testemunhas?
As	 respostas	 devem	 ser	 negativas.	 Em	 primeiro	 lugar,	 pelo	 fato	 de	 a	 procuração	 ad	 judicia	 tratar-se	 de	 uma	 espécie
diferenciada	 de	 mandato,	 prevista	 basicamente	 no	 Código	 de	 Processo	 Civil,	 não	 há	 previsão	 de	 obrigatoriedade	 do
reconhecimento	de	firma	ou	assinatura	de	testemunhas.4
O	novo	Código	de	Processo	Civil	trouxe	expressamente	os	requisitos	para	a	procuração,	quais	sejam:
a) Pode	ser	assinada	na	forma	digital,	em	conformidade	com	a	lei;
b) Deverá	conter	nome	do	advogado,	a	inscrição	na	OAB	e	o	endereço	completo;
c) Se	o	outorgado	integrar	sociedade	de	advogados,	a	procuração	também	deverá	conter	o	nome	dessa,	com	seu	respectivo
número	de	inscrição	na	OAB	e	o	endereço	completo;
d) Referência	à	extensão	dos	poderes	em	relação	às	fases	do	processo,	caso	seja	apenas	para	a	fase	de	conhecimento.	Na
ausência	de	referência,	a	procuração	é	eficaz	para	todas	as	fases	do	processo,	inclusive	para	cumprimento	de	sentença.
2.2.1.2	Mandato	comum
O	 mandato	 para	 a	 prática	 de	 atos	 civis	 (sem	 a	 finalidade	 de	 apresentação	 em	 juízo)	 como	 regra	 poderá	 ser	 por
instrumento	particular,	salvo	se	houver	previsão	legal	em	sentido	contrário.5	O	instrumento	público	(procuração	lavrada	em
cartório)	apenas	será	exigido	quando	o	ato	a	ser	praticado	pelo	mandatário	também	exigir	documento	de	natureza	pública
(art.	657	do	CC/2002).6
A	forma	de	um	instrumento	particular	é	simples,	observando	apenas	os	requisitos	do	art.	654	do	CC/2002,	quais	sejam:
a) assinatura	do	outorgante;
b) a	indicação	da	data	e	do	lugar	onde	foi	passado;
c) qualificação	do	outorgante	e	do	outorgado;	e
d) objetivo	da	outorga	e	a	extensão	dos	poderes	conferidos.
Importante	mencionar	que	o	 terceiro	para	o	qual	o	mandatário	exibirá	o	 instrumento	poderá	exigir	que	a	procuração
contenha	firma	reconhecida,	conforme	estabelece	o	§	2.º	do	art.	654	do	CC/2002.
2.2.2	Modelos	de	procurações
Apresentamos	três	modelos	de	procurações	que,	em	razão	da	natureza	da	pessoa	e	capacidade,	podem	conter	diferentes
conteúdos.	Além	disso,	estão	dispostos	em	formatações	distintas	que	demonstram	os	diversos	estilos	de	procuração.
Modelo	1	–	Pessoa	física
PROCURAÇÃO	AD	JUDICIA
NOME	DO	OUTORGANTE,	 (nacionalidade),	(estado	civil),	(profissão),	portador	do	documento	de	identidade	RG.	n.	(número	do	documento)	e
inscrito	no	CPF	sob	o	n.	(número	do	documento),	domiciliado	na	Capital	de	São	Paulo,	onde	reside	na	rua	(endereço	completo),	neste	ato	nomeia	e
constitui	 como	 seu	bastante	procurador	o	advogado	 NOME	 DO	 ADVOGADO,	 (nacionalidade),	 (estado	 civil),	 inscrito	 na	OAB/Seccional	 sob	 o	n.
(número	de	inscrição	na	OAB),	com	escritório	na	Capital	de	São	Paulo,	na	rua	(endereço),	integrante	da	Sociedade	de
Advogados	“Nome”,	inscrita	na	OAB	sob	o	n...,	com	sede	em	....,	outorgandolhe	os	poderes	gerais	da	cláusula	ad	judicia,	especificamente	para	que
proponha	ação	em	face	de	(NOME	DO	RÉU),	podendo,	ainda,	exercer	poderes	especiais	para	receber,	dar	quitação,	transigir	[outros	poderes	em
conformidade	com	o	caso],	tudo	para	o	bom	e	fiel	cumprimento	do	mandato.
Local	e	data.
NOME	E	ASSINATURA	DO	OUTORGANTE
Modelo	2	––	Formulário	––	Pessoa	jurídica
PROCURAÇÃO	AD	JUDICIA
OUTORGANTE:	NOME	DA	EMPRESA,	sociedade	inscrita	no	CNPJ	(MF)	sob	o	n.	(n.	do	CNPJ),	com	sede	na	avenida	(endereço	completo),	neste	ato
representada	 por	 seu	 sócio-gerente,	 Sr.	 (NOME	 DO	 REPRESENTANTE),	 (nacionalidade),	 (estado	 civil),	 (profissão),	 portador	 do	 documento	 de
identidade	RG.	n.	(n.	do	documento)	e	inscrito	no	CPF	sob	o	n.	(n.	do	documento),	domiciliado	e	residente	na	rua	(endereço	completo).
OUTORGADOS:	NOME	DO	ADVOGADO,	(nacionalidade),	(estado	civil),	inscrito	na	OAB/Seccional	sob	o	n.	(n.	de	inscrição	na	OAB);	NOME	DO
ADVOGADO	e	 qualificação,	 ambos	 com	 escritório	 na	 Capital	 de	 São	 Paulo,	 na	 rua	 (endereço),	 ambos	 pertencentes	 à	 Sociedade	 de	 Advogados
“Nome”,	com	inscrição	na	OAB	sob	o	n.	...,	com	sede	em	...
PODERES:	 neste	 ato	 o	 OUTORGANTE	 constitui	 os	 OUTORGADOS	 como	 seus	 advogados,	 conferindo-lhes	 os	 poderes	 da	 cláusula	 ad	 judicia,
especificamente	para	que	defendam	seus	interesses	em	ação	que	lhe	move	(NOME	DO	AUTOR),	podendo,	ainda,	exercer	poderes	especiais	para
receber,	dar	quitação,	transigir	[outros	poderes	em	conformidade	com	o	caso],	tudo	para	o	bom	e	fiel	cumprimento	do	mandato.
Local	e	data.
NOME	E	ASSINATURA	DO	OUTORGANTE
Modelo	3	––	Procuração	a	rogo
PROCURAÇÃO	AD	JUDICIA	A	ROGO
Eu,	NOME,	(qualificação),	nomeio	e	constituo	meus	procuradores	os	advogados,	o	que	faço	a	rogo,	NOMES	ADVOGADOS	e
qualificação,	 a	 quem	 confiro	 amplos	 poderes	 para	 o	 foro	 em	 geral,	 com	 a	 cláusula	 ad	 judicia,	podendo	 representarme	 em
qualquer	 juízo,	 instância	 ou	 Tribunal,	 podendo	 propor	 contra	 quem	 de	 direito	 as	 ações	 competentes	 e	 defender-me	 nas
contrárias,7	 até	 final	decisão,	usando	os	 recursos	 legais	 e	 acompanhando-os;	 conferindo-lhes,	 ainda,	poderes	 especiais	para
confessar,	desistir,	transigir,	firmar	compromissos	ou	acordos,	receber	e	dar	quitação,	prestar	declarações,	bem	como	retificá-
las,	agindo	em	conjunto	ou	separadamente,	e	podendo,	ainda,	substabelecer	esta	para	outrem,	com	ou	sem	reservas	de	iguais
poderes,	 dando	 tudo	 por	 firme	 e	 valioso	 e,	 com	 poderes	 especiais	 para	 requerer,	 podendo	 praticar	 todo	 e	 qualquer	 ato
necessário	ao	bom	e	fiel	desempenho	deste	mandato.
Eu,	 NOME,	 (qualificação),	 assino	 a	 ROGO	 de	 NOME	 DO	 OUTORGANTE,	 acima	 qualificada	 pela	 presente	 procuração	 na
presença	de	duas	testemunhas	que	subscrevem	este	instrumento.
Local	e	data.
Assinatura	do	outorgante
Testemunhas:
Assinatura	testemunha	1
Assinatura
testemunha	2
2.3	Substabelecimento
O	substabelecimento	é	o	instrumento	de	transferência	de	poderes	recebidos	em	mandato.	O	substabelecimento	poderá	se
dar:
a) com	 reservas	 de	 poderes,	 situação	 em	 que	 aquele	 que	 substabelece	 conserva	 para	 si	 os	 poderes	 que	 recebeu,
continuando	a	atuar	no	processo.	Essa	modalidade	de	substabelecimento	pode	ser	conferida	em	favor	de	estagiários	para
que	possam	praticar	os	atos	previstos	no	Estatuto	(fazer	carga,	despachar	petições	com	o	juiz,	assinar	petições	de	juntadas,
assinar	as	demais	petições	em	conjunto	com	o	advogado	etc.).
b) sem	reservas	de	poderes,	nesta	modalidade,	o	advogado	que	substabelece	transfere	todos	os	poderes	que	recebeu	sem
reservar	nada	para	si,	ou	seja,
equivale	à	renúncia	do	mandato	(o	advogado	que	substabelecer	sem	reservas	de	poderes	não	poderá	praticar	mais	atos
no	processo).	Em	caso	de	substabelecimento	sem	reservas	de	poderes,	o	advogado	que	substabelecer	deverá	comunicar	o	seu
cliente,	uma	vez	que	está	deixando	o	processo	(equivalente	à	renúncia	do	mandato).
Em	 caso	 de	 substabelecimento	 sem	 reservas,	 o	 Código	 de	 Ética	 e	 Disciplina	 determina	 no	 art.	 26,	 §	 1.º,	 que	 “o
substabelecimento	do	mandato	sem	reservas	de	poderes	exige	o	prévio	e	inequívoco	conhecimento	do	cliente”.
2.3.1	Modelo	de	substabelecimento
Modelo	de	Substabelecimento
Substabeleço,	com	reservas	(ou	sem	reservas),	os	poderes	que	me	foram	conferidos	por	NOME	DO	OUTORGANTE	DO	MANDATO,	nos	autos	da
ação	de	procedimento	(nome	do	procedimento),	em	trâmite	perante	a	 (n.)	Vara	Cível	do	Foro,	processo	autuado	sob	o	n.	 (dados	do	processo),	a
NOMES	 DOS	 ADVOGADOS	 OU	 ESTAGIÁRIOS	 SUBSTABELECIDOS,	 (qualificação),	 advogado	 ou	 estagiário	 inscrito	 na	 OAB	 sob	 o	 n.	 (n.	 de
inscrição),	com	escritório	na	rua	(endereço	completo).
Local	e	data.
NOME	E	ASSINATURA	DO	ADVOGADO
Número	de	inscrição	na	OAB
2.4	Contrato	de	honorários	advocatícios
A	estipulação	de	mandato	por	particular	para	o	exercício	da	capacidade	postulatória	confere	ao	advogado	o	direito	de
perceber	honorários	advocatícios.
No	 atual	 sistema	do	Estatuto	 da	Advocacia	 e	 da	Ordem	dos	Advogados	 do	Brasil	 –	 EAOAB,	 os	 honorários	 advocatícios
poderão	ser:
a)	convencionados:	são	aqueles	estabelecidos	contratualmente	entre
cliente	e	advogado;
b)	 fixados	 por	 arbitramento	 judicial:	 os	 honorários	 serão	 arbitrados	 pelo	 juiz	 quando	 não	 houver	 contrato	 ou	 acordo
entre	o	advogado	e	seu	cliente	(art.	22,	§	2.º,	do	EAOAB);
c)	de	sucumbência:	os	honorários	de	sucumbência	são	aqueles	devidos	pela	parte	vencida	no	processo,	em	conformidade
com	 o	 disposto	 no	 art.	 85	 do	 CPC/2015,	 ou	 seja,	 o	 juiz	 deverá	 na	 sentença,	 condenar	 a	 parte	 vencida	 ao	 pagamento	 de
honorários	ao	advogado	da	parte	vencedora.	Por	sua	vez,	o	art.	23	do	referido	Estatuto	e	agora	também	o	art.	85	do	CPC/2015
determinam	que	os	honorários	de	 sucumbência	pertencem	ao	advogado	da	parte	vencedora.	No	caso	de	execução	e	ação
monitória,	os	honorários	são	fixados	no	início,	após	o	juízo	de	admissibilidade	positivo	da	petição	inicial	(arts.	827,	caput	e	§
2.º,	e	701	do	CPC/2015).
O	 art.	 48	 do	 Código	 de	 Ética	 Profissional	 determina	 que	 a	 prestação	 de	 serviços	 profissionais	 por	 advogado,
individualmente	ou	integrado	em	sociedades,	será	contratada,	preferencialmente,	por	escrito.
O	novo	regramento	do	Código	de	Ética,	estabelece:
a)	o	contrato	não	exige	forma	especial;
b)	deve	ser	claro	e	preciso	em	relação	à	extensão	dos	atos	que	serão	praticados	pelo	advogado	(atuação	total	ou	parcial	no
processo,	ou	mesmo	grau	de	jurisdição);
c)	previsão	de	valores	em	caso	de	transação	ou	acordo;
d)	eventual	compensação	de	créditos	e	as	questões	relativas	às	custas	e	despesas	processuais	(lembramos	que	o	advogado
apenas	poderá	realizar	compensação	de	créditos	caso	tenha	previsão	expressa	no	contrato	nesse	sentido);
e)	poderá	prever	a	contratação	de	profissionais	para	serviços	auxiliares;
f)	o	valor	dos	honorários,	com	observância	dos	valores	mínimos	estabelecidos	em	“Tabela	de	Honorários”	 instituída	por
cada	Conselho	Seccional	da	OAB,	sob	pena	de	caracterizar	aviltamento	de	honorários.
A	regra	imposta	pelo	Estatuto	da	Advocacia	e	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil	e	pelo	Código	de	Ética	e	Disciplina	é	que
os	honorários	devem	ser	pagos	sempre	em	pecúnia.
Entretanto,	 se	eventualmente,	por	necessidade	do	cliente,	o	advogado	 tiver	que	receber	honorários	com	a	participação
nos	bens	do	cliente,	admite-se	a	hipótese	de	cláusula	quota	litis.
A	cláusula	quota	litis,	para	que	seja	admitida	sob	o	aspecto	ético,	deve	cumprir	alguns	requisitos,	que	são	citados	pelo
professor	Marco	Antonio	Araujo	Jr.:8
a)	que	o	pagamento	dos	honorários	seja	feito	sempre	em	pecúnia,	entretanto,	se	não	for	pago	em	pecúnia,	em	razão	de
falta	de	condições	financeiras	do	cliente,
o	 que	 se	 admite	 em	 caráter	 de	 exceção,	 que	 conste	 no	 contrato	 escrito	 tal	 cláusula,	 informando	 a	 dificuldade
financeira	do	cliente;
b)	que	fique	expressa	no	contrato	a	quota	litis,	com	o	percentual	previamente	combinado	entre	as	partes;
c)	 que	 mesmo	 quando	 acrescido	 dos	 honorários	 de	 sucumbência,	 a	 vantagem	 do	 advogado	 não	 seja	 maior	 do	 que	 a
vantagem	do	cliente;
d)	que	o	advogado	assuma	o	custeio	integral	da	demanda,	em	razão	do	pacto	que	entabulou	com	o	cliente.
2.4.1	Honorários	advocatícios	no	novo	CPC
A	advocacia,	 com	a	participação	 e	 forte	 atuação	do	Conselho	Federal	na	 elaboração	do	novo	Código	de	Processo	Civil,
obteve	 grandes	 conquistas	 processuais,	 inclusive	 em	 relação	 aos	 honorários	 advocatícios,	 que	 acabou	 tendo	 nova
regulamentação,	com	os	seguintes	destaques	do	art.	85:
a)	A	sentença	condenará	o	vencido	ao	pagamento	de	honorários	ao	advogado	do	vencedor;
b)	Os	honorários	de	sucumbência	são	devidos	na	reconvenção,	no	cumprimento	de	sentença	(provisório	ou	definitivo,
resistida	ou	não)	e	nos	recursos	interpostos.	O	final	do	§	1.º,	utiliza	a	expressão	“cumulativamente”,	ou	seja,	em	conjunto
com	a	condenação	da	sucumbência	principal	da	ação;
c)	 Fixação	 entre	 de	 10	 e	 20%	 sobre	 o	 valor	 da	 condenação,	 do	 proveito	 econômico	 obtido	 ou,	 não	 sendo	 possível
mensurá-lo,	sobre	o	valor	atualizada	da	causa,	com	observância	dos	critérios	estabelecidos	nos	incisos	do	§	2.º;
d)	Nas	causas	em	que	a	Fazenda	Pública	for	parte,	a	fixação	de	honorários	observará	a	tabela	prevista	no	§	3.º;
e)	Na	ação	de	indenização	por	ato	ilícito	contra	pessoa,	o	percentual	de	honorários	incidirá	sobre	a	soma	das	prestações
vencidas	acrescidas	de	12	(doze)	prestações	incendas	(§	9.º);
f)	Havendo	perda	do	objeto	da	causa,	os	honorários	serão	devidos	por	quem	deu	causa	ao	processo	(§	10);
g)	 Os	 tribunais	 deverão	 majorar	 os	 honorários	 em	 recursos,	 levando	 em	 consideração	 o	 trabalho	 exercido	 pelo
profissional	 em	 razão	 do	 recurso,	 respeitando	 o	 limite	 máximo	 de	 20%	 e	 para	 Fazenda	 o	 limite	 estabelecido	 na	 tabela
prevista	no	§	3.º;
h)	 A	 verba	 de	 sucumbência	 fixada	 em	 embargos	 à	 execução	 rejeitados	 ou	 julgados	 improcedentes	 (sucumbência	 do
executado,	portanto),	serão	acrescidos	no	valor	principal	da	execução,	para	todos	os	efeitos	legais	(§	13);
i)	Os	honorários	constituem	direito	do	advogado,	com	natureza	alimentar,	sendo	assegurado	o	privilégio	dos	créditos
trabalhistas,	vedada	a	compensação	em	caso	de	sucumbência	parcial	(§	14);
j)	O	advogado	poderá	requerer	que	o	pagamento	dos	honorários	seja	efetuado	em	favor	da	sociedade	de	advogados	que
este	integra	na	qualidade	de	sócio	(§	15	–	com	a	manutenção	das	garantias	do	§	14);
k)	Os	juros	moratórios	incidirão	a	partir	da	data	do	trânsito	em	julgado	quando	a	sentença	fixar	em	quantia	certa	(§	16);
l)	Os	honorários	de	sucumbência	são	devidos	mesmo	quando	o	advogado	atuar	em	causa	própria	(§	17);
m)	Os	advogados	públicos	receberão	honorários	de	sucumbência	nos	termos	da	lei	(§	19);
O	novo	Código	de	Processo	Civil	 trouxe	ainda	a	previsão	no	sentido	de	que	os	honorários	de	sucumbência	poderão	ser
objeto	de	ação	autônoma	para	sua	definição	e	cobrança,	especialmente	quando	a	sentença	transitou	em	julgado	omissa	em
tal	 sentido	 (§	 18).	 Na	 verdade,	 o	 referido	 parágrafo	 torna	 sem	 eficácia	 a	 Súmula	 453	 do	 STJ	 que	 dispunha	 em	 sentido
absolutamente	inverso.
Ainda	no	tocante	aos	honorários,	válido	mencionar	que	o	novo	Código	de	Processo	Civil	prevê	expressamente	a	incidência
de	honorários	de	10%	no	cumprimento	de	sentença	se	não	ocorrer	o	pagamento	voluntário	nos	termos	do	art.	523,	§	1.º,	do
CPC/2015,	com	exceção	no	cumprimento	de	sentença	contra	a	Fazenda	Pública,	em	que	não	serão	devidos	honorários	que
enseje	 expedição	 de	 precatório,	 desde	 que	 não	 tenha	 sido	 impugnada	 (art.	 85,	 §	 7.º,	 do	 CPC/2015),	 e,	 por	 fim,	 na	 ação
monitória,	mesmo	que	haja	o	cumprimento	da	ordem	no	prazo	de	15	dias,	o	réu	deverá	pagar	os	honorários	de	5%,	ficando
isento	apenas	das	custas	processuais	(art.	701,	caput	e	§	1.º,	do	CPC/2015).
2.4.2	Modelo	de	contrato	de	honorários	advocatícios
O	 contrato	 de	 honorários	 advocatícios	 não	 necessita	 da	 assinatura	 de	 testemunhas,	 sendo	 certo	 que	 o	 Estatuto	 da
Advocacia	não	incluiu	tal	formalidade	como	condição	de	executoriedade	do	documento	particular	específico.
“Honorários	de	advogado.	Contrato.	Título	executivo.	Lei	8.906/1994.	1.	O	art.	24	da	Lei	8.906/1994	não	exige	a	assinatura	de	duas	testemunhas
para	que	o	contrato	de	honorários	seja	considerado	título	executivo.	2.	Recurso	especial	não	conhecido”	(STJ,	REsp	226.998/DF,	3.ª	T.,	j.	03.12.1999,
v.u.,	rel.	Min.	Carlos	Alberto	Menezes	Direito).
O	documento	assinado	pelo	advogado	e	seu	cliente,	por	mero	instrumento	particular,	é	título	executivo	extrajudicial	(art.
24,	caput,	do	EAOAB).
Vejamos	o	modelo:
CONTRATO	DE	PRESTAÇÃO	DE	SERVIÇOS	ADVOCATÍCIOS	E	DE	HONORÁRIOS
As	partes,	de	um	lado	(NOME	DO	CONTRATANTE),	(nacionalidade),	(estado	civil),	(profissão),	portador	da	cédula	de	identidade	RG	n.	(número
do	documento),	domiciliado	na	Capital	de	São	Paulo,	na	 rua	 (endereço	completo),	doravante	denominado	simplesmente	CONTRATANTE,	 e,	 de
outro	lado,	 NOME	DA	 SOCIEDADE	DE	ADVOGADOS	OU	DO	ADVOGADO,	 sociedade	 inscrita	 no	 CNPJ	 sob	 o	 n.	 (número);	 sediada	 na	 avenida
(endereço	completo),	doravante	denominado

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