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História-Era Vargas

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1
HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
A REVOLUÇÃO DE 1930
Em virtude da crise econômica mundial, o presidente 
Washington Luís antecipou a eleição presidencial para 
março de 1930. O mineiro Antônio Carlos Andrade já 
vinha se preparando para suceder a W. Luís desde 1926, 
pois depois de um paulista, o próximo presidente seria 
mineiro, como mandava a regra da política do café com 
leite. Porém, os cafeicultores paulistas pressionaram 
o presidente para que retirasse seu apoio ao mineiro 
Antônio Carlos e apoiasse outro paulista, Júlio Prestes, 
para sucedê-lo. Estava rompido o acordo entre mineiros 
e paulistas.
O mineiro Antônio Carlos procurou se unir a outras 
oligarquias dissidentes, como a gaúcha e a paraibana, formando 
a Aliança Liberal, que lançou a candidatura do gaúcho Getúlio 
Dorneles Vargas para presidente. A campanha eleitoral foi 
bastante acirrada, pois Vargas lançou propostas que agradavam 
aos dissidentes do café com leite, às camadas urbanas, aos 
tenentes e até mesmo aos operários. No entanto, contrariando a 
expectativa da maioria dos brasileiros, Vargas foi derrotado nas 
urnas, o que demonstrava o funcionamento da velha prática da 
fraude eleitoral.
Após a eleição, Getúlio e seu vice, o paraibano João Pessoa, 
pareciam conformados com a derrota, afi nal eles também já 
haviam participado dessa famigerada prática eleitoral, tão 
em voga da República das Oligarquias. Meses depois, sem 
que o candidato eleito, Júlio Prestes tivesse tomado posse, 
aconteceu um fato inusitado: João Pessoa foi assassinado no 
Recife. A oposição acusa o então presidente Washington Luís 
e Júlio Prestes pelo acontecido. O crime provocou uma grande 
comoção nacional, o que resultou em várias manifestações de 
rua por várias cidades do Brasil. O povo saiu às ruas e as elites 
se assustaram. “Façamos a revolução antes que o povo a faça”, 
teria dito o mineiro Antônio Carlos Andrade. A essa altura, 
civis e militares se moviam nos bastidores para sair às ruas e 
derrubar as velhas oligarquias. Era o começo da revolução que 
levaria Getúlio ao poder em 3 de novembro daquele histórico 
ano de 1930.
Tropas rebeldes tomaram o poder em várias capitais, tendo 
iniciado pelo Rio Grande do Sul, terra natal de Vargas. Poucos 
foram os governadores que não aderiram de imediato ao 
movimento revolucionário, a exemplo de Manuel Dantas do 
Estado de Sergipe. A maioria dos tenentes declara seu apoio ao 
movimento, excetuando o herói da Coluna Prestes, Luis Carlos, 
que considerou a Revolução muito burguesa. Uma junta militar 
invadiu o Palácio e depôs o Presidente W. Luis. Militares de vários 
Estados marcharam para a capital federal. Vargas seguiu de trem 
e foi recebido com grande entusiasmo. A junta militar ainda 
hesitou em entregar o poder ao Vargas, mas o clamor das ruas 
exigia o gaúcho na presidência. Começava ali um longo governo 
de 15 anos do político mais populista da História do Brasil.
Bibliografi a Indicada: Boris, Fausto. A Revolução de 1930. Companhia das Letras. São 
Paulo. 1997. 16ª edição.
O GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS 
(1930 - 1934)
Assim que assume a presidência, Vargas decreta a suspensão 
da Constituição de 1891. Daí por diante, o presidente provisório 
passa a governar por decretos. Era provisório pois Vargas assumiu 
depois de uma Revolução e era necessário convocar novas 
eleições para que o povo decidisse se ele continuaria ou não. 
Isso é o princípio básico de uma democracia: a vontade do povo. 
Os decretos de Vargas foram bem variados: nomeia ministros, 
interventores (governadores provisórios para os Estados), cria a 
Ordem dos Advogados do Brasil, regulamenta as profi ssões de 
médico, dentista e enfermeiros, cria leis de proteção aos animais, 
etc. O tempo foi passando e Vargas parecia que havia esquecido 
de algo muito importante: a nova eleição.
A população paulista era a mais insatisfeita com o governo 
provisório de Vargas. Não era para menos, São Paulo foi 
duplamente prejudicado pela Revolução de 1930, pois teve um 
presidente deposto e outro impedido de tomar posse. Além disso, 
Vargas havia nomeado um interventor (o tenente João Alberto) 
que desagradara a maioria dos paulistas. O Partido Democrático, 
que havia apoiado a Revolução de 1930, também demonstrava 
insatisfação com a demora de Getúlio em convocar novas eleições.
Por que Getúlio Vargas estava demorando a convocar novas 
eleições? A explicação não é tão difícil de entender: o coronelismo 
estava estruturado há muito tempo e se Vargas convocasse 
eleições imediatamente, certamente os velhos chefes políticos 
locais voltariam ao poder e poderiam restabelecer a velha ordem 
da República Velha. Portanto, quanto mais tempo durasse o 
governo provisório de Vargas, mais fragilizados fi cariam os velhos 
mandatários e mais forte fi caria Vargas. O que o presidente não 
esperava era uma Revolução dos paulistas, eclodida em julho de 
1932.
11 10 28 14 14 01
APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTONB
CAPÍTULO 3.2 ERA VARGAS
HISTÓRIA
09 00 34 43 44 27
2 EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR2 EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR
HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
A Política Cafeeira
A maior consequência da Quebra da Bolsa de Valores de 
Nova York no Brasil foi sobre o café, nosso principal produto 
de exportação. Desde o fi nal do século XIX, o Brasil já vinha 
enfrentando alguns problemas devido ao excesso de produção. 
Os governos da República Velha fi zeram algumas intervenções 
com a intenção de valorizar o produto. No entanto, nada se 
compara aos efeitos devastadores dos anos 30. Era preciso salvar 
o Brasil dos efeitos da crise mundial de 1929. Era necessário 
evitar o colapso econômico do País·
Para evitá-lo, o governo Vargas instituiu uma nova política 
cafeeira, visando o equilíbrio entre a oferta e a procura, a 
elevação dos preços e a contenção dos excessos de produção, 
pois a produção cafeeira do Brasil era superior à mundial.
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC 
(Conselho Nacional do Café), que foi substituído em 1933 pelo 
DNC (Departamento Nacional do Café). Dentro desta nova 
política tornou-se fundamental queimar milhares de sacas de 
café que estavam estocadas. Foram queimadas cerca de 80 
milhões de sacas de café.
Liberalismo e Centralismo
Saber quem perdeu a Revolução de 1930 é fácil, o difícil é 
saber quem ganhou, devido à extrema heterogeneidade da 
frente revolucionária. De um lado estavam os tenentes que 
ocupavam um destacado papel no governo, eram favoráveis 
a mudanças e, por isso, achavam desnecessárias as eleições, 
que para eles só trariam de volta as oligarquias tradicionais. Do 
outro lado, os constitucionais liberais defendiam as eleições 
urgentes. Vargas manobrava inteligentemente os dois grupos. 
Ora fazendo concessões aos tenentes, permitindo-lhes uma 
infl uência política, como João Alberto, nomeado interventor 
em São Paulo, ora acenando com eleições, como a publicação 
do Código Eleitoral de fevereiro de 1932 e o decreto de 15 de 
março, que marcava para 3 de maio de 1933 as eleições para uma 
Assembleia Constituinte.
A Revolução Constitucionalista de 1932
Nesta caricatura vemos um Bandeirante gigante (paulista) 
esmagando o pequenino Vargas. Foi de São Paulo que partiram 
as primeiras manifestações em prol da reconstitucionalização do 
país. Vargas estava no poder, em caráter “provisório”, desde 1930 
e nem sinal de eleições.
“A revolução não se fez para assumir a tutela da 
Nação senão para entregar à Nação o governo de si 
mesma. Se a Nação entender, pelo voto de seus genuínos 
representantes, organizar-se antes de um modo do que 
de outro, devemos nos inclinar diante de sua soberania. 
Podemos e devemos instruir o povo, convertendo-o 
às ideias que nos parecem mais acertadas; mas não é 
lícito impor-lhe o nosso pensamento e vontade. Seria o 
despotismo. O Partido Democrático não pode desviar-
se desta linha. No frontispício de seu programa, como a 
doirar a cúpula dos compromissos assumidos, fi gura a bela 
tricotomia americana dogoverno do povo, pelo povo e 
para o povo”.
Declaração do Partido Democrático de São Paulo, 13 de janeiro de 1932, in 
Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de história do Brasil.
São Paulo: Hucitec, 1986, p. 152-153
O manifesto do Partido Democrático (24-3-1931), partido 
que nascera em São Paulo em 1926 e era representado por 
industriais e elementos da classe média, - repercutiu em vários 
estados, incentivando vários grupos constitucionalistas. 
Os paulistas exigiram, além de uma nova Constituição, um 
interventor que fosse paulista e civil, pois Getúlio havia colocado, 
como interventor de São Paulo, o tenente pernambucano João 
Alberto. Além disso, a aristocracia paulista pretendia retomar o 
poder político, de onde fora desalojada pela Revolução de 1930.
“A chamada Revolução Constitucionalista de São Paulo, que 
encheu o ano de 1932, não foi um mero fruto de circunstâncias. 
Nem foi a explosão de um irresistível sentimento de revanche. Foi, 
antes, um ato deliberado, longa e friamente calculado e pensado 
pelos responsáveis e dirigentes máximos do PRP, objetivando 
a retomada do poder do qual haviam sido desalojados tão 
violentamente».
As manifestações antigetulistas levaram o PRP a aliar-se ao 
Partido Democrático, seu antigo inimigo, formando-se a’ Frente 
Única Paulista (FUP) contra o Governo provisório,
A nomeação de Pedro de Toledo, paulista e civil, para 
interventor de São Paulo não impediu a eclosão do movimento 
revolucionário.
Em 23 de maio de 1932, a reação contra um grupo de 
estudantes, que já havia investido contra alguns jornais 
favoráveis a Getúlio, resultou na morte de quatro manifestantes, 
Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, cujas Iniciais formaram a 
sigla revolucionária paulista: MMDC.
A revolução armada explodiu a 9 de julho de 1932, sob a 
liderança militar dos generais Isidoro Dias Lopes (SP) e Bertoldo 
Klinger (MT) e a liderança civil de Francisco Morato e Pedro de 
Toledo.
São Paulo contava inicialmente com o apoio dos rebeldes 
mineiros liderados por Artur Bernardes e dos rebeldes gaúchos 
liderados por Borges de Medeiros: ambos foram presos pelas 
forças legais.
São Paulo, que pensava, segundo a propaganda, que o 
movimento não passaria de “uma simples parada militar, mera 
marcha triunfal até o Rio” viu-se envolvido num grande confl ito 
armado. Perdendo seus aliados, não possuindo condições bélico-
militares, acusado de fazer; um movimento separatista, São 
Paulo se rendeu às forças federais. 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
Entretanto, se a Revolução Paulista de 1932 foi um fracasso 
do ponto de vista militar, foi um sucesso do ponto de vista 
político, pois em 1933 Getúlio Vargas promoveu eleições para 
a Assembleia Constituinte, que se instalou a 10 de novembro, 
sendo responsável pela elaboração de uma nova Constituição, 
promulgada em 1934.
Esse movimento revelou a existência de duas concepções de 
Estado: de um lado, o liberalismo, que pressupõe o indivíduo acima 
do Estado e, do outro, o intervencionismo do Estado na política, na 
economia e nas relações entre classes, produzindo o centralismo.
A Constituição De 1934
Promulgada em 16 de julho, infl uenciada pela 
Constituição alemã de Weimar, a nova Constituição 
brasileira, liberal e centralizadora, estabelecia:
• Regime presidencial e federativo;
• Extinção do cargo de vice-presidente;
• Voto secreto e feminino (pela primeira vez no Brasil);
• Ensino primário obrigatório e gratuito;
• Autonomia dos sindicatos e representação classista;
• Restrição à imigração (visava principalmente aos japoneses);
• Nacionalização das empresas estrangeiras de seguros;
• Proibição a empresas estrangeiras de se apossarem 
de órgãos de divulgação;
• Obrigação às empresas estrangeiras de manterem, no 
mínimo, dois terços de empregados brasileiros;
• Criação do mandado de segurança para a defesa dos 
direitos e liberdades individuais;
• Três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo.
O poder Legislativo era formado pelo Senado e pela 
Câmara. Havia dois senadores por estado, com mandato 
de oito anos. Os deputados eram eleitos por quatro anos, 
com um número proporcional ao número de habitantes de 
cada estado.
Uma das novidades dessa Constituição era a 
representação classista, isto é, os sindicatos de patrões e 
empregados podiam eleger seus deputados, que tinham os 
mesmos direitos dos outros parlamentares.
Logo após a promulgação da Constituição, o Congresso 
Nacional realizou uma eleição indireta para presidente da 
República. Vargas derrotou o também gaúcho Borges de 
Medeiros (foram 175 votos contra 59 votos). Dessa forma, 
terminava o governo provisório de Vargas.
O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE VAR-
GAS (1934-1937)
A Polarização Ideológica 
Tal qual ocorria na Europa, a década de 1930 no Brasil também 
foi marcada pela intensa rivalidade entre duas ideologias 
antagônicas: uma fascista e outra comunista. 
A Ação Integralista Brasileira (AIB) - Nascida em São Paulo em 
1932, fundada e liderada por Plínio Salgado, a AIB caracterizou-
se por ideologia e métodos fascistas. Invocando sempre a 
bandeira de luta contra:
O “perigo comunista” ou “ameaça vermelha”, a AIB conseguiu 
congregar elementos das altas camadas sociais, do alto clero e 
da cúpula militar. Pretendia a criação de um “Estado Integral”, 
ditatorial, com um só partido e um chefe único.
Tendo como lema a trilogia “Deus, Pátria e Família” os homens 
da Ação Integralista Brasileira usavam “camisas verdes” e tinham 
uma saudação especial: “Anauê!”
A Aliança Nacional Libertadora (ANL) - Surgiu como um 
movimento de Frente Popular, de composição variada contra o 
fascismo, congregando elementos dos mais diferentes escalões 
sociais, desde operários até algumas patentes militares.
Desde sua fundação contava com a ativa participação de 
comunistas. A Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente 
honorário era Luís Carlos Prestes, propunha: reforma agrária, 
constituição de um governo popular, cancelamento das dívidas 
externas e nacionalização das empresas estrangeiras.
“Muito signifi cativo era o fato de que o integralismo e a Aliança 
Nacional Libertadora constituíam os primeiros movimentos 
políticos nacionais de aguda orientação ideológica. Os 
componentes da desconhecida Aliança Liberal, ‘que haviam feito 
a Revolução de 1930, não passavam de políticos locais unidos 
pelo desejo comum de derrubar a estreita elite governante da 
República Velha...’”.
A Intentona Comunista de 1935
Fonte:https://conhecimentocientifi co.r7.com/intentona-comunista-conheca-a-tentativa-
de-golpe-contra-getulio-vargas/
Os violentos choques entre integralistas e comunistas eram 
habilmente utilizados na Era Vargas, que mostrava à classe média 
e aos militares os perigos de uma política aberta.
O medo à “subversão vermelha” e os discursos extremados de 
Luís Carlos Prestes levaram o Congresso Nacional a promulgar uma 
Lei de Segurança Nacional, concedendo ao governo federal amplos 
poderes para reprimir a ação da Aliança Nacional Libertadora.
Invadindo o quartel-general da ANL, em 13 de julho de 1935, 
e confi scando seus documentos, o governo pode acusar que o 
movimento era fi nanciado pelo comunismo internacional.
A prisão de alguns líderes, o fechamento da Aliança Nacional 
Libertadora e a impossibilidade, agora, de chegar legalmente ao 
poder levaram a ala mais radical da ANL a uma rebelião armada 
em novembro de 1935: era a Intentona Comunista, facilmente 
debelada pelas forças fi éis ao governo.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
A vitória do governo contra os comunistas que se rebelaram 
em Natal, Recife e Rio de Janeiro trouxeram como resultado o 
maior reforço do poder central.
Vargas saiu fortalecido do episódio. Decretou o estado de 
sítio, que se prolongou até 1937. O país marchava para a ditadura 
do Estado Novo.
O Golpe De 1937
Em 1936, em meio à intensa agitação política,preparavam-se os planos para eleição presidencial que 
deveria se realizar em janeiro de 1938. Vários candidatos 
disputariam aquela eleição: observe a charge abaixo.
Getúlio Vargas, que não pretendia deixar o governo, 
prepara um golpe de Estado, no que é apoiado pelos generais 
Góes Monteiro e Dutra. O plano golpista está preparado. As 
oposições, tanto políticas como militares, foram sufocadas.
“A boa política mandava criar um ambiente emocional 
que permitisse a rápida aceitação do golpe e da nova 
Constituição como medida de emergência e da salvação 
nacional. E isso foi conseguido com o Plano Cohen”.
O fantasioso Plano Cohen, forjado pelo Capitão 
Olímpio Mourão Filho, era, segundo o próprio governo, 
um plano comunista para tomar o poder através do 
assassinato de grandes personagens da política nacional.
Diante da “radicalização comunista’’, Getúlio conseguiu 
do Congresso o decreto de Estado de guerra”.
O golpe, marcado para 15 de novembro, aniversário da 
Proclamação da República, teve seu desfecho a 10 de novembro 
de 1937. O Congresso foi fechado. Uma nova Constituição, que 
já estava sendo elaborada desde 1936 por Francisco Campos, 
foi outorgada. A eleição não se realizou.
Na noite do mesmo dia 10 de novembro, Getúlio fazia uma 
proclamação ao povo, justificando a necessidade de um governo 
autoritário: nascia, assim, o Estado Novo.
O ESTADO NOVO (1937-1945)
A Constituição De 1937 (A Polaca)
Elaborada por Francisco Campos e baseada principalmente 
na Constituição polonesa - por isso conhecida como a Polaca -, 
a nova Constituição brasileira foi outorgada no mesmo dia do 
golpe, isto é, 10 de novembro de 1937. Do ponto de vista legal, 
essa Constituição nunca foi legitimada, pois sua aprovação 
dependeria de um plebiscito que jamais se realizou.
A Polaca suprimia a autonomia dos Estados, dava a Getúlio 
o poder de dissolver o Congresso Nacional, as Assembleias 
estaduais e as Câmaras municipais. O presidente poderia 
também reformar a própria constituição, controlar as forças 
armadas e concentrar todos os poderes em suas mãos.
As liberdades individuais desaparecem, visto que o governo 
poderia prender qualquer cidadão, invadir domicílios, violar 
correspondências, exilar e prender, mesmo sem qualquer 
justificativa.
As bandeiras estaduais foram queimadas e foram extintos todos 
os partidos políticos (incluindo a AIB, que havia apoiado o Golpe de 
1937). Os integralistas ficaram furiosos, pois sua instituição seria 
fechada e seu líder, Plínio Salgado expulso do país.
Depois da extinção da Ação Integralista Brasileira, alguns 
integralistas planejaram derrubar e matar Vargas, caso ele 
reagisse. A Intentona Integralista, porém, não conseguiu atingir 
seu objetivo. Ao invadir o Palácio Guanabara, os integralistas 
foram derrotados e presos. Tudo isso era usado por Vargas para 
justificar, perante a sociedade, a necessidade da ditadura.
A Política Administrativa
O DASP - Objetivando maior controle da administração 
pública, Getúlio Vargas institucionalizou, em 1938, o 
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). 
Deve-se notar que esse departamento serviu para ampliar seus 
poderes através do rígido controle da administração, pois servia 
também como órgão consultivo de Getúlio e seus ministros.
O DIP - O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) 
foi, ao lado da polícia secreta, chefiada por Filinto Muller, o mais 
importante instrumento de sustentação do regime ditatorial-
fascista do Estado Novo. Criado para a propaganda oficial do 
governo e para a censura funcionava como elemento controlador 
de toda a imprensa, determinando o que podia ou não ser 
publicado.
A Política Social e Econômica
Além dos órgãos administrativos citados, Getúlio Vargas 
usava outros triunfos para aumentar seu poder pessoal e o 
poder do Estado, como, por exemplo, uma simpática legislação 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
trabalhista e uma política econômica que se caracterizava pelo 
seu nacionalismo, intervencionismo estatal e protecionismo.
A política trabalhista - Completando uma política trabalhista, 
já iniciada com a criação do Ministério do Trabalho, em 1931, o 
Estado Novo regulamentou as relações entre trabalhadores e 
patrões. Os sindicatos tornaram-se dependentes e foi criado o 
imposto sindical.
“... como se sabe, trata-se [o imposto sindical] de uma 
contribuição anual obrigatória, correspondente a um dia de 
trabalho, pago por todo empregado, sindicalizado ou não. Outro 
aspecto que deve ser lembrado no exame da política trabalhista 
do regime de 1937 é o tratamento dado aos problemas salariais”.
Desde a Constituição de 1934, vinha sendo afirmado que a lei 
ordinária fixaria um salário mínimo, medida de certa importância 
se considerarmos que grande parte da força de trabalho não era 
qualificada. Somente em maio de 1940 surgiu um decreto-lei 
neste sentido. O país foi dividido em várias regiões para os fins da 
fixação do salário mínimo e estabeleceu-se uma escala variável, 
de acordo com a região.”
“Entre os direitos recém-adquiridos pelo proletariado e pelos 
trabalhadores no comércio, incluíam-se: jornada de trabalho 
de 8 horas, férias remuneradas, estabilidade no emprego, 
indenização por dispensa sem justa causa, convenção coletiva 
de trabalho, a regulamentação do trabalho dás mulheres e 
de menores, os Institutos de Aposentadoria e Pensões, que 
garantiam assistência àqueles grupos”.
Ainda em continuidade com as tendências do período anterior, 
foi consolidada a Justiça do Trabalho em 1939. Em 1943, foi 
elaborada a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), conjunto 
de leis trabalhistas inspiradas na Carta Del Lavouro do fascista 
Benito Mussolini.
A Industrialização 
Favorecida pela Segunda Guerra Mundial e pela consequente 
redução das importações de manufaturados em aproximadamente 
40%; pela diversificação agrária, com a produção abundante de 
matéria-prima, principalmente do algodão; pela desvalorização 
da moeda e o consequente aumento do preço dos produtos 
importados; pelo aumento do mercado consumidor interno com 
a abolição das taxas interestaduais e pela política econômica 
nacionalista e protecionista da Era Vargas, a industrialização no 
Brasil sofreu um grande impulso a partir de 1940.
Desde 1939 que Getúlio e Sousa Costa, seu ministro da 
Fazenda, preparavam um Plano Quinquenal, que apresentava 
os seguintes itens principais: uma usina de aço, fábrica de 
aviões, usina hidrelétrica em Paulo Afonso, estradas de feno e de 
rodagem etc.
Manobrando inteligentemente, Vargas informou, em maio 
de 1940, ao Departamento de Estado Americano, que a Krupp, 
empresa alemã, estava disposta a construir uma usina de aço no 
Brasil: deve-se notar que a Alemanha de Hitler já havia iniciado a 
Segunda Guerra Mundial.
Esta manobra de Getúlio resultou na oferta norte-americana 
de um empréstimo de vinte milhões de dólares que seria feito 
pelo Eximbank.
Com o auxílio dos empréstimos feitos pelo Eximbank, foi 
iniciada a construção da usina de Volta Redonda, criando-se 
assim a Companhia Siderúrgica Nacional, que deveria produzir 
inicialmente 300 mil toneladas de aço por ano.
A partir de 1942, quando as relações Vargas-Roosevelt se 
tornaram mais amistosas e aumentaram os empréstimos do 
Eximbank, o governo federal ampliou os investimentos estatais 
no plano da infraestrutura. Nasceu a Companhia do Vale do 
Rio Doce. Estava garantido o controle da matéria-prima para a 
indústria pesada.Dentro desta mesma orientação nacionalista, 
havia sido criado o Conselho Nacional do Petróleo, em 1938, 
organismo subordinado diretamente ao chefe do governo.
Você percebeu que a política econômica de Vargas era bem 
diferente da época da República Velha? Enquanto os governantes 
da República Velha só viam o café como o elemento fundamental da 
nossa economia, Vargas tinha seus olhos voltados para a indústria, 
principalmente a de base (siderurgia, metalurgia e petroquímica). 
Poisé, meus amigos, apesar de toda a ditadura varguista, não 
devemos deixar de elogiar essas medidas na área econômica.
O Brasil e a Segunda Guerra Mundial
Com relação à Segunda Guerra Mundial, iniciada em 
1939, Getúlio mantinha posição de neutralidade, embora 
alguns personagens do seu governo, como Francisco 
Campos e Filinto Muller, preferissem a Alemanha a outras 
nações. Osvaldo Aranha e Lourival Fontes tendiam para o 
lado americano.
Porém, em janeiro de 1942, depois da Segunda 
Conferência dos Chanceleres Americanos, o governo 
rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo 
(Alemanha, Itália e Japão), permitindo a instalação de 
bases navais e aéreas no Nordeste brasileiro.
A reação alemã e o afundamento de navios brasileiros 
levaram o Brasil a declarar guerra ao Eixo em agosto de 1942.
Foi, sem dúvida alguma, muito importante a participação 
da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e da FAB (Força 
Aérea Brasileira) nos campos de guerra europeus.
As tropas brasileiras, sob o comando do general 
Mascarenhas de Morais, obtiverem grandes vitórias em 
Monte Castelo, Castelnuovo, Fornovo, Montese.
Você conseguiu observar a contradição de Vargas? Um 
governante com caráter fascista, lutando contra nações 
fascistas (Alemanha, Itália e Japão). Pois é, enquanto 
rolava a guerra, nossos soldados entraram em contato 
com soldados de países democráticos (França, Inglaterra 
e Estados Unidos) e os questionamentos sobre a postura 
do presidente Vargas foram inevitáveis. Militares, civis 
e organizações como a OAB (Ordem dos Advogados do 
Brasil) começaram a se manifestar, exigindo o fim do 
Estado Novo.
A Redemocratização Do País
“Com a vitória das Nações Unidades, que era, ao mesmo tempo, 
a derrota do nazifascismo, e a campanha que se desenvolvia no 
Brasil pela reconquista das liberdades democráticas, criara-se um 
clima impróprio para o regime ditatorial que se vinha mantendo 
no País (...). Não se podia admitir que permanecêssemos 
tolerando aqui o mesmo regime que havíamos ajudado a destruir 
na Europa”.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
“... Os próprios membros do governo, a começar pelos 
militares, começaram a compreender que era necessário mudar, 
que o Estado Novo já havia cumprido o seu papel histórico e era 
necessário substituí-lo, preferivelmente de modo pacífico, e, se 
possível, enquanto era tempo, pelo próprio governo.”
O ano de 1943 marcou-se pelo início das campanhas em prol 
da redemocratização. Neste ano, homens como Milton Campos, 
Afonso Arinos e outros lançaram um tímido manifesto, exigindo a 
redemocratização do País: era o Manifesto dos Mineiros.
Nos anos que se seguiram, desenvolveu-se a campanha. Em 
1945, o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores exigiu 
eleições livres e liberdade de expressão, e José Américo de 
Almeida fez declarações anti-ditatoriais no jornal Correio da 
Manhã.
Pressionado, Vargas começou a ceder: renasceu o 
pluripartidarismo, com a criação da UDN, do PTB, do PSD, do 
PSP e a reabilitação do PCB.
A UDN (União Democrática Nacional) era um partido 
composto essencialmente por antigetulistas.
O PSP (Partido Social Progressista) teria, em São Paulo, seu 
principal centro de ação e em Ademar de Barros, representante 
da burguesia paulista, seu líder maior.
O PCB (Partido Comunista Brasileiro), criado em 1922 e 
extinto, por determinação do governo, alguns meses depois, 
funcionou na ilegalidade até 1945, ano da sua reabilitação.
O PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSD (Partido Social 
Democrático) foram, ambos criados por Getúlio.
O PSD era o partido dos grandes proprietários rurais e das 
oligarquias. O PTB representava o outro lado do varguismo: o 
lado popular. Vargas, assentado nas bases parlamentaristas do 
sindicalismo nacional por ele reformado, ao criar o PTB, visava 
esvaziar o PCB, aglutinando os operários num “partido dos 
trabalhadores”.
Em fevereiro de 1945, foi promulgado um Ato Adicional 
(emenda constitucional) através do qual Vargas assegurava 
eleições, que foram marcadas para 2 de dezembro. Em abril, 
Getúlio Vargas concedem liberdade aos presos políticos.
Intensificou-se a campanha eleitoral. A UDN apresentou o 
brigadeiro Eduardo Gomes como seu candidato a presidente 
da República. O general Eurico Gaspar Dutra foi o candidato da 
coligação PTB-PSD. O PCB, legalizado por Getúlio, apresentou a 
candidatura de Yedo Fiúza.
Durante a campanha eleitoral, surgiu um movimento liderado 
por comunistas e getulistas, conhecido como Queremismo, 
querendo que Getúlio Vargas continuasse no governo.
A aproximação de Getúlio com os comunistas alarmou os 
meios políticos do Brasil. Alguns acreditavam na possibilidade de 
um novo golpe de Getúlio.
No dia 29 de outubro, quatro dias após terem nomeado o seu 
irmão Benjamin Vargas para chefe de polícia do Distrito Federal, 
Getúlio Vargas foi deposto sem luta pelos generais Góes 
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra. O governo foi entregue a José 
Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal: era o fim da 
Era Vargas e da ditadura.
Nas eleições de dezembro saiu vitorioso o general 
Eurico Gaspar Dutra, candidato apoiado por Getúlio 
Vargas.
Vargas estaria planejando um novo golpe? Pelo sim, pelo 
não, era melhor que o presidente deixasse o poder o quanto 
antes. Vargas foi deposto, mas pode concorrer ao cargo de 
deputado federal e senador, ao mesmo tempo, por vários estados 
diferentes. Foi eleito em todos!!
Aspectos Culturais Do Brasil Na Era Vargas
Na Era Vargas (1930 a 1945), a cultura do Brasil 
apresentava forte influência dos países europeus, que 
apareciam nos vestuários, nos cortes e penteados dos 
cabelos e na aquisição de bens de consumo, como o carro. 
Todas essas informações chegavam ao país através de pessoas 
que iam passear ou morar na Europa, mas também através do 
cinema, que mostrava os valores e costumes das outras nações. 
O nacionalismo também estava em evidência, pois 
Getúlio foi o responsável pela nova Constituição do 
país.Um marco do crescimento intelectual do país foi 
a fundação da Universidade de São Paulo, em 1934, 
onde os intelectuais moldavam os interesses do Brasil. 
Na comunicação, o destaque era para a imprensa do rádio, que 
passou por um processo de transformação, sendo vista como 
instrumento de formação cultural. Através dela, as notícias e 
informações chegavam a boa parte da população. Antes, sua 
programação era voltada apenas para a música clássica, ópera 
e textos educativos. Daí surgiram as principais emissoras, como 
as redes Record, Tupi, Bandeirantes, Mayrink Veiga e Nacional. 
Surgiram os programas de auditório, transmitidos ao vivo, onde 
cantoras e cantores encantavam os ouvintes. Os principais 
artistas eram Carmem Miranda, Francisco Alves, Vicente 
Celestino, Dalva de Oliveira, Mário Reis, Orlando Silva, Sílvio 
Caldas, Emilinha Borba, Ari Barroso, Lamartine Babo, Noel Rosa, 
dentre outros.
O samba era o gênero musical mais prestigiado pela 
população brasileira, que esperava atentamente o lançamento 
das marchinhas que deveriam fazer grande sucesso durante 
o carnaval. Nessa época, o carnaval deixava de ser uma 
manifestação cultural espontânea e informal para, aos poucos, 
transformar-se em um evento competitivo integrado por várias 
escolas de samba. Francisco Alves, Mário Reis, Carmem Miranda, 
Sílvio Caldas e Orlando Silva foram os mais famosos intérpretes 
de samba dessa época.
A capoeira: Já na década de 1920, com o apoio fundamental 
de intelectuais modernistas que procuraram reconstituir as 
bases ideológicas da nacionalidade, as práticas afro-brasileiras 
começaram a ser discutidas, e passaram a constituir um 
referencial cultural do país.  Ao final dos anos 30, a capoeira foi 
descriminalizada e passou de um extremo a outro, a ponto de ser 
defendida por historiadores e estudiosos como esporte nacional, 
considerada a verdadeira ginástica brasileira.  A manifestação já 
foi apontada como esporte, luta e folguedo, e erapraticada por 
diferentes grupos sociais, principalmente a partir do século XX.
A primeira novela transmitida por uma emissora de rádio foi 
“Em busca da felicidade”, em 1942, através da Rádio Nacional, do 
Rio de Janeiro.
O programa jornalístico transmitido todos os dias, às 19 horas, 
por todas as emissoras do Brasil, narrava os acontecimentos mais 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.2 - ERA VARGAS
importantes do país, recebia o nome de “Hora do Brasil”. Até 
hoje, o mesmo programa continua sendo apresentado, porém 
com o nome de “A Voz do Brasil”
Na literatura, percebemos que vários dos nossos autores se 
concentravam em pensar a identidade do povo brasileiro. Os 
escritores de destaque dessa época enxergavam o Brasil como 
uma nação composta por diferentes indivíduos e costumes. Por 
essa razão, a literatura se concentrou na chamada literatura 
regionalista, que tentava criar personagens e histórias ocorridas 
em regiões específicas do território brasileiro. Entre os mais 
importantes autores podemos destacar os nomes de Graciliano 
Ramos, José Lins do Rego e Érico Veríssimo.
Cândido Portinari era o grande nome da pintura, através 
da obra “Os Retirantes”. A arquitetura sofria uma revolução 
modernista, com o uso do concreto e do vidro, mais utilizados 
nos edifícios dos centros das capitais. Daí surgiram as primeiras 
construções da elite, com vidraças substituindo as paredes 
externas, a fim de aumentar a iluminação da mesma e permitir a 
visualização dos jardins.
O futebol se consagrou como diversão familiar, passando do 
caráter amador para o profissional. Os principais estádios do país 
eram o São Januário, no Rio de Janeiro, e o Pacaembu, em São 
Paulo. A partir da Copa do Mundo de 1938, com o Brasil ficando 
em terceiro lugar, o esporte tornou-se mais popular por aqui.
Apesar de todas essas manifestações artísticas de grande 
riqueza, devemos nos lembrar de que o governo Vargas também 
limitou a liberdade dos artistas dessa época. Entre os anos de 
1937 e 1945, o governo de Vargas proibiu a divulgação e a 
publicação de qualquer tipo de notícia ou manifestação artística 
que quisesse criticar o seu governo. Nessa época ele criou o 
Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, que tinha a 
tarefa de evitar as manifestações artísticas que falassem mal do 
governo e investir em propagandas que falassem bem de Vargas.
No DIP, sob a liderança do sergipano Lourival Fontes, iriam 
reunir-se os remanescentes do modernismo conservador 
representado pela corrente dos verde-amarelos. Foi esse grupo 
que traçou efetivamente as linhas mestras da política cultural 
do governo voltada para as camadas populares. Uma das metas 
fundamentais do projeto autoritário era obter o controle dos 
meios de comunicação, garantindo assim, tanto quanto possível, 
a homogeneidade cultural. A ideologia do regime era transmitida 
através das cartilhas infanto-juvenis e dos jornais nacionais, 
passando também pelo teatro, a música, o cinema, e marcando 
presença nos carnavais, festas cívicas e populares.
Dessa forma, entendemos que os quinze anos iniciais de 
Getúlio Vargas foram marcados por uma série de manifestações 
culturais e o crescimento dos mais variados tipos de veículos de 
comunicação. Por outro lado, a censura imposta durante uma 
parte de seu governo impediu que as manifestações artísticas 
fossem realmente livres, já que não poderiam criticar o governo 
ou abordar temas que fossem contrários aos ideais disseminados 
por Getúlio Vargas no tempo em que esteve à frente do país.

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