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DIREITO PROCESSUAL PENAL
HABEAS CORPUS
ATUALIZADO EM 25/06/2017
HABEAS CORPUS[endnoteRef:1] [1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.] 
1. Conceito
É a ferramenta constitucionalmente assegurada (art. 5º, LXVIII), que almeja a tutela do direito líquido e certo de locomoção, próprio ou alheio, contra a ilegalidade ou abuso de poder garantindo assim a nossa prerrogativa de ir, vir ou ficar. OBS. a doutrina brasileira do HC, capitaneada por Rui Barbosa, foi superada em 1926 e admitia que o HC tutelasse outros direitos, que atualmente são acobertados pelo MS. 
Requisitos:
· Violência – vis corporalis – física ou material OU
· Coação – vis compulsiva - ameaça, medo ou intimidação E
obs. a ameaça à liberdade deve ser objetiva, iminente e plausível. STJ – não cabe em face de ato normativo em tese.
· Ilegalidade OU
· Abuso de poder
Obs2. Tratamento infraconstitucional – Art. 647.  Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
1. ORIGEM
Os doutrinadores não são unânimes quanto à origem do habeas corpus. Afirmam alguns que este tem suas bases no Direito Romano, pelo qual todo cidadão podia postular, exigir a exibição do homem livre que havia sido detido ilegalmente. Entretanto, parece-nos que a origem mais provável do habeas corpus tenha sido de fato na Inglaterra, mais especificamente no ano de 1215, com a Magna ChartaLibertatum.
Em 1679, no reinado de Carlos II, surge o Habeas Corpus Act, consagrando-se o writ of habeas corpus, como remédio eficaz para a soltura de pessoa ilegalmente presa ou detida.
As leis inglesas, desde a Magna Carta até o Habeas Corpus Act, serviram de base à Constituição dos Estados Unidos da América, em 1778, que no seu artigo I, seção 9, referiu-se ao habeas corpus.
Em 1789, foi incluído na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Atualmente, o instituto está difundido em quase todas as legislações do Mundo.
O habeas corpus no Brasil
Nascido na Inglaterra e propagado aos demais países civilizados, o habeas corpus foi introduzido em nosso país com a vinda de D. João VI, quando foi expedido o Decreto de 23 de maio de 1821.
A Constituição de 1824 trazia implicitamente o instituto do habeas corpus ao estabelecer que ninguém seria preso sem culpa formada. Porém, já no Código de Processo Criminal de 1932 esse writ aparece expressamente.
Com a Carta republicana de 1891, o instituto do habeas corpus é citado expressamente pela primeira vez em um texto constitucional, no artigo 72, parágrafo 22, que assim dispunha: “Dar-se-á o habeas corpus sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência, ou coação, por ilegalidade, ou abuso de poder”.
Foi então que surgiu uma famosa polêmica entre dois brilhantes juristas brasileiros: Pedro Lessa e Ruy Barbosa.O primeiro defendia que o habeas corpus limitava-se a sanar violação ao direito de ir e vir, enquanto que Ruy Barbosa defendia que o texto constitucional não restringia a concessão de writ, estendendo este para casos de natureza não-penal e para a proteção de qualquer direito que tivesse como pressuposto de exercício a liberdade de locomoção. A posição de Ruy Barbosa foi acolhida pelo Supremo Tribunal Federal, que passou a entender que o habeas corpus não deveria limitar-se apenas a impedir a prisão injusta e a garantir a livre locomoção, podendo resguardar a violação de qualquer outro direito (havendo decisões acolhendo o habeas corpus até para conceder reintegração de funcionário ao serviço público).
Entretanto, em 1926 houve uma reforma constitucional que restabeleceu a finalidade clássica (defendida por Pedro Lessa) do habeas corpus de tutelar somente a liberdade de locomoção.
Com a Constituição de 1934, foi novamente previsto o habeas corpus e introduzido o mandado de segurança, encerrando definitivamente a polêmica.
As Constituições de 1937, 1946 e 1967 continuaram assegurando o habeas corpus.
Com o Ato Institucional n. 5/68, o habeas corpus sofreu restrições, pois ficou suspensa sua garantia nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular. Tal suspensão perdurou até 31 de dezembro de 1978, quando, então, foi restaurada a amplitude desse remédio constitucional.
2. Natureza jurídica
O CPP enquadra o HC como um recurso, não devendo ser seguido. Lembre que o CPP é de 1942.
A doutrina majoritária (Ada Pelegrini) e a jurisprudência (STF e STJ) discordam. O HC deve ser visto como uma ação autônoma de impugnação, estabelecendo uma nova relação processual e podendo ser utilizada na fase investigativa e até mesmo durante a execução penal. Pode, inclusive, ser impetrado no IP ou mesmo após ter sido encerrado o processo.
3. Legitimidade
3.1. Legitimidade ativa
É albergada a qualquer pessoa. Percebe-se que o HC é uma ação penal popular não condenatória. Só não se admite no Brasil HC apócrifo. Nada impede que o menor, o inimputável por doença mental, a pessoa jurídica e o analfabeto impetrem HC. 
STF – a ausência de necessidade de capacidade postulatória abrange também os recursos decorrentes da interposição do HC. – ATENÇÃO: - Há divergência. DP – DEFENDER A 
CAPACIDADE!!
INF/STF 747 – Julho 2014
	#OUSESABER #DEOLHONAQUESTÃO #PERGUNTACOMCARADEPROVA
ADMITE-SE HC APÓCRIFO? 
Não há qualquer previsão constitucional e/ou legal quanto à legitimidade ativa para impetração de tal remédio constitucional.
Dessa forma, qualquer pessoa pode impetrar o mesmo - seja ela nacional ou estrangeira, com residência ou em trânsito no país, independentemente de sua capacidade civil ou mental, em benefício próprio ou de terceiro. Inclusive, o próprio MP pode adentrar com tal instrumento.
ATENÇÃO: No entanto, não se admite o HC apócrifo, sem assinatura - Nesse sentido, jurisprudência do STJ:
HABEAS CORPUS PREVENTIVO. PROGRESSÃO DE REGIME DEFERIDA. PRETENSÃO DE OBSTAR A INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO PELO MPF. PETIÇÃO SEM ASSINATURA. WRIT NÃO CONHECIDO.
1. A exordial do mandamus não atende aos requisitos do art. 654, § 1º, alínea "c" do Código de Processo Penal, uma vez que não foidevidamente assinada pelo impetrante.
2. Nos termos da orientação jurisprudencial desta Corte, embora o Habeas Corpus possa ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente da assistência de Advogado, a ausência da assinatura na petição inicial, por si só, inviabiliza o conhecimento da impetração. Precedentes. 
3. Parecer ministerial pelo não conhecimento da ordem.
4. Writ não conhecido. (STJ - HC 85565 / SP - Relator(a) Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO - T5 - DJ 03/12/2007 p. 346)
Obs. Obrigatoriamente em português. 
Obs. o HC exige capacidade processual – VERDADEIRO. Pegadinha. O cachorro não pode impetrar HC. Capacidade processual é a capacidade de ser parte e se confunde com personalidade jurídica. Não confundir com capacidade postulatória.
Atente-se, porém, que “embora o réu tenha capacidade para formular pedido de habeas corpus, não é de se reconhecer a ele capacidade postulatória para impetrar ação de reclamação (RISTF, art. 156) para garantir a autoridade da decisão concessiva de habeas corpus que não estaria sendo cumprida pelo tribunal apontado coator, uma vez tratar-se de atividade privativa de advogado” (STF).
Situações especiais
1. Pessoa jurídica
Pessoa jurídica: pode ser impetrante, mas não pode ser paciente de HC.Recentemente, o STF decidiu que não cabe HC para trancar ação penal proposta contra pessoa jurídica, ainda que em crimes ambientais, justamente pelo fato de que a pessoa jurídica não pode ser afetada em sua liberdade de locomoção.
2. Magistrado
O juiz pode conceder HC de ofício: art. 654, § 2º, CPP:§ 2º - Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
*#DIZERODIREITO
Neste julgado, duas conclusões devem ser destacadas:
I - A reclamação ao STF somente é cabível se houver necessidade de preservação da competência da Corte ou para garantia da autoridade de suas decisões (art. 102, I, “l”, da CF/88). A reclamação não se destina a funcionar como sucedâneo recursal ("substituto de recurso") nem se presta a atuar como atalho processual destinado a submeter o processo ao STF “per saltum”, ou seja, pulando-se todas as instâncias anteriores. As competências originárias do STF se submetem ao regime de direito estrito, não admitindo interpretação extensiva. Em outras palavras, o rol de competências originárias do STF não pode ser alargado por meio de interpretação.
II – A regra prevista no art. 654, § 2º, do CPP não dispensa a observância do quadro de distribuição constitucional das competências para conhecer do “habeas corpus”. Assim, somente o órgão jurisdicional competente para a concessão da ordem a pedido pode conceder o “writ” de ofício. Em outras palavras, o Tribunal pode conceder habeas corpus de ofício, mas para isso acontecer é necessário que ele seja o Tribunal competente para apreciar eventual pedido de habeas corpus relacionado com este caso. STF. Plenário. Rcl 25509 AgR/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/2/2017 (Info 854).
3. Terceiro
Terceiro que impetra HC em favor de outrem:
· A doutrina afirma que o terceiro tem legitimidade, mas pode, no caso concreto, ser reconhecida sua falta de interesse de agir.Isso porque algumas vezes pode acontecer de o paciente não ter interesse em discutir aquele assunto naquele momento processual.
· Por essa razão, recomenda-se que se intime o paciente acerca de um HC impetrado por terceiro.
4. Ministério Público:
O membro do MP pode impetrar habeas corpus, tanto perante o juízo de primeiro grau, quanto perante os tribunais locais, conforme expressamente prevê o art. 32 da Lei n.º 8.625/93. Todavia, para se evitar que os objetivos do habeas corpus sejam desvirtuados pelo membro do MP, faz-se necessário, conforme já decidiu o STF, que o paciente manifeste-se previamente, para que esclareça se está ou não de acordo com a impetração. Se o MP visa satisfazer, ainda que reflexamente, os interesses da acusação, não caberá HC.
O MP, no entanto, somente pode impetrar HC quando manifesto o interesse da defesa: Assentou-se a ilegitimidade do Ministério Público para postular o reconhecimento de incompetência de juízo, por intermédio de habeas corpus, quando não manifesto o interesse da defesa. (...) Considerou-se que a alegação de ilegalidade na resolução que conferiu competência a determinado juízo constituiria iniciativa exclusiva da defesa, pois somente caberia a ela argüi-la em benefício do réu. HC 91510/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 11.11.2008.
Legitimidade do Ministério Público e Incompetência Absoluta
Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria, não conheceu de habeas corpus impetrado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte em que requerida, ante disposição da Constituição Estadual e da lei de organização judiciária, a declaração de incompetência absoluta de vara criminal para julgamento dos pacientes. A impetração sustentava a inconstitucionalidade formal da resolução do tribunal de justiça que fixou a competência da vara, haja vista a contrariedade com a Constituição potiguar (art. 72, IV, a) e com o princípio da reserva legal — v. Informativo 495. Assentou-se a ilegitimidade do Ministério Público para postular o reconhecimento de incompetência de juízo, por intermédio de habeas corpus, quando não manifesto o interesse da defesa. Ressaltou-se que, apesar de a resolução questionada haver sido revogada, os novos diplomas normativos não prejudicariam o mérito do writ, uma vez que somente atribuíram idêntica competência a outras varas, além daquela em que julgado o paciente. Considerou-se que a alegação de ilegalidade na resolução que conferiu competência a determinado juízo constituiria iniciativa exclusiva da defesa, pois somente caberia a ela argui-la em benefício do réu. Ademais, entendeu-se que se admitir a possibilidade de o parquet, que atua como parte no processo penal, impetrar habeas corpus em hipóteses como estas violaria o princípio do devido processo legal, com prejuízo para o exercício da ampla defesa. Vencido o Min. Marco Aurélio, que reputava o Ministério Público parte legítima para esta impetração, porquanto estaria em jogo o princípio do juiz natural relativamente a processo-crime que poderia desaguar no cerceio à liberdade de ir e vir dos pacientes. HC 91510/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 11.11.2008.
Obs. Intervenção das partes.
- MP: só há previsão legal para intervenção do MP em 2ª Instância, mas deve ser aplicada à primeira.
- Querelante: também não há previsão. STF – é viável a intervenção do querelante.
- Assistente de acusação – com a Lei 12.403 passou a requerer prisão preventiva. Ele agora tem interesse recursal.
*Admite-se a intervenção de terceiros no processo de habeas corpus?
• Regra: NÃO. 
• Exceção: em habeas corpus oriundo de ação penal privada, admite-se a intervenção do querelante no julgamento do HC, uma vez que ele tem interesse jurídico na decisão. STJ. 5ª Turma. RHC 41.527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info 557). 
3.2. Legitimidade passiva
É o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder que compromete a liberdade de locomoção. Normalmente é um funcionário público, mas nada impede que o HC seja impetrada por um ato de particular, notadamente nas relações médico hospitalares. Ex. hospital que se nega a dar alta em razão do não pagamento.
· Autoridade (delegado de polícia, promotor de justiça, juiz de direito, presidente de tribunal, etc.) – nos casos de ilegalidade ou abuso de poder – AUTORIDADE COATORA. 
· Particular –somente nos casos de ilegalidade - COATOR
Membro do MP pode ser autoridade coatora? R: Sim, principalmente em casos de requisição de IP. Ex: requisição de instauração de IP em caso de flagrante ocorrência de prescrição.
De quem é a competência para julgar HC contra ato de Promotor de Justiça/Procurador da República? R: Será do Tribunal de Justiça (ou TRF), porque eventualmente poderá ser necessário avaliar o cometimento de abuso de poder.
3.3. Paciente
É o beneficiado da ordem. ADVERTÊNCIA: Cabe HC em favor de pessoa jurídica? NÃO. Em favor de animal? NÃO. Ex. em favor de um chipanzé que estava em condições impróprias, pleiteando que o chipanzé fosse trocado de estabelecimento. Fosse para outro zoológico. Esse HC perdeu o objeto por ele ter morrido.
Efeito extensivo – se o argumento for comum/objetivo. Compete ao próprio Tribunal estender os efeitos na decisão que conceder HC. Se não fizer – embargos de declaração. Se mantiver – HC ao Tribunal imediatamente superior.
*O fato de o denunciado ter aceitado a proposta de suspensão condicional do processo formulada pelo Ministério Público (art. 89 da Lei 9.099/1995) não constitui empecilho para que seja proposto e julgado habeas corpus em seu favor, no qual se pede o trancamento da ação penal. Isso porque o réu que está cumprindo suspensão condicional do processo fica em liberdade, mas ao mesmo tempo terá que cumprir determinadas condições impostas pela lei e pelo juiz e, se desrespeitá-las, o curso do processo penal retomará. Logo, ele tem legitimidade e interesse de ver o HC ser julgado para extinguir de vez o processo. STJ. 5ª Turma. RHC 41.527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info 557). 
4. Modalidades
a) Habeas Corpus repressivo ou liberatório: A liberdade de locomoção já foi cerceada e o provimento da ação importa a expedição de alvará de soltura. 
· A ordem será: alvará de soltura ou contraordem de prisão (nesse caso se ainda não foi cumprido).
· Alvará de soltura clausulado: “se o réu não estiver preso por outro motivo”.???
b)Habeas Corpus preventivo: Existe o risco iminente à liberdade de locomoção, de forma que a procedência da ordem importa na expedição de salvo conduto.
obs. deve haver a indicação específica e individualizada dos atos. Não cabe quando o risco for meramente hipotético. ex. STJ – na cabe HC preventivo em favor de motorista que não quer se submeter ao bafômetro.
Art. 660 (...) § 4º - Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
Se o HC for impetrado de forma preventiva e a coação se verificar antes de seu julgamento, este poderá ser convertido em liberatório. Nesse sentido já decidiu o STF no caso “Daniel Dantas”: HC 95009/SP, rel. Min. Eros Grau, 6.11.2008
c) Habeas corpus suspensivo: para Luiz Flávio Gomes, ele tem cabimento quando o mandado prisional já foi expedido, mas ainda não foi cumprido. Neste caso, a procedência do HC importa na expedição de uma contra ordem ou de um contra mandado de prisão.
d) Habeas corpus profilático: Nele o risco à liberdade de locomoção existe, mas é remoto ou periférico.Suspender atos ou medidas que possam importar em prisão futura com aparência de legalidade, porém intrinsicamente contaminada por ilegalidade anterior. Potencialidade de que o constrangimento venha a ocorrer. Ex. denegação de acesso aos autos da investigação. A liberdade do cliente pode ser violada futuramente.
e) Habeas Corpus trancativo: é aquele impetrado para extinguir sumariamente determinado procedimento em virtude da patente ilegalidade ou da ausência de justa causa, que nada mais é do que o lastro probatório de sustentabilidade da persecução. O provimento da ordem culmina na determinação de extinção do procedimento. Ex. médica que atropelou criança.
f) Habeas Corpus nulificador: neste caso, a declaração de nulidade, em virtude do provimento da ordem, importa na reconstrução do processo a partir da ocorrência do vício. 
Para decisões com trânsito em julgado manifestamente nulas, nada impede que o HC seja impetrado em detrimento da revisão criminal, por ser julgado em rito sumaríssimo e por permitir a concessão de liminar.
g) Habeas Corpus para extinção da punibilidade: a decisão que extingue a punibilidade é cognoscível de ofício em qualquer grau de jurisdição. Ela pode ser pleiteada no bojo do processo principal ou por meio de HC. Trata-se de decisão apta à coisa julgada material. Uma vez impetrado HC com tal finalidade, o processo principal estará prejudicado, por força de uma decisão terminativa de mérito (art. 651 CPP – afirma que a procedência de HC não traz nenhum impedimento à evolução do processo. Essa regra é aqui excepcionada).Art. 651.  A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
h) Habeas Corpus exofficio: não há no Brasil ação de ofício de cunho condenatória, mas existe uma ação não condenatória de ofício prevista constitucionalmente, respeitadas as regras de competência. Os juízes e tribunais concederão ordem de HC ao tomar conhecimento de eventual ilegalidade ou abuso de poder, respeitadas as regras de competência. Não é um cheque em branco – ART. 654, §2º. § 2o  Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
5. Competência para julgamento[footnoteRef:1] [1: No concurso do TRF3/2016 (Banca própria), foi proposta a seguinte situação hipotética: “Em virtude de um ofício encaminhado pelo COAF, noticiando movimentações bancárias suspeitas, um Procurador da República requisitou a instauração de Inquérito Policial, para apurar a suposta prática de lavagem de dinheiro e de crimes financeiros. A Polícia Federal instaurou o inquérito, tendo o Delegado determinado, de plano, o indiciamento do investigado. Desejando questionar a ordem de indiciamento e a própria instauração do inquérito policial, a defesa decide impetrar habeas corpus, tendo o advogado dúvidas acerca de quem seja a autoridade competente para apreciar a ação constitucional”, sendo considerada correta a seguinte alternativa “A análise da ordem de indiciamento compete ao juiz de primeira instância e a da instauração do inquérito policial ao Tribunal Regional Federal”.] 
A estruturação da competência para julgamento do HC vai seguir três regras hermenêuticas.
5.1. Primeira regra interpretativa (resolve 90% dos casos): normalmente a competência para julgar o HC é definida por quem seja a autoridade coatora. Verifique quem julga essa autoridade quando ela pratica crime. 
	Autoridade coatora
	Competência
	Particular
	Juiz de primeiro grau
	Delegado Estadual
	Juiz de primeiro grau
	Delegado Federal
	Juiz Federal de primeiro grau
	Membro do MP estadual
	Tribunal de Justiça
	Membro do MPU que atua em primeiro grau *
	TRF
	Juiz estadual de primeiro grau
	TJ
	Juiz Federal de primeiro grau*
	TRF
	Membro do MPU que atua perante tribunal *
	STJ
	Membro do TJ ou do TRF 
	STJ
	Turma Recursal 
	TJ ou TRF
	Membro de Tribunal Superior
	STF
*Membro do MPU – MPF, MPT, MPM, MPDF
* Juiz Federal, Juiz Militar, Juiz Trabalhista
OBS. Com o cancelamento da sumula 690 STF, reconhecemos que se autoridade coatora é a turma recursal do juizado o HC será julgado no TJ ou TRF. O STF abandonou essa competência ao perceber o número de HC tratando de casos básicos, como chute na canela da sogra. 
Sumula 690-STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de "habeas corpus" contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais.
Atualmente a questão está assim posta:
· HC contra ato do juiz dos juizados: competência da Turma Recursal.
· HC contra ato da Turma Recursal: competência do Tribunal de Justiça.
OBS. O que seria autoridade coatora? É o responsável funcional por aquela ordem. Cuidado com a indicação de membro do MP como autoridade coatora. Em relação ao juiz também. Os membros do MP podem funcionar como coatores quando requisitam a instauração de inquérito ou quando presidem inquérito ministerial. Quanto à atuação do juiz, é necessário diferenciar o responsável pela coação, do mero detentor do preso, pois este último não é responsável pelo cárcere e não figura no polo passivo do HC.
Obs. Competência da Justiça Militar:
- em razão de punição disciplinar:
· Militar das Forças Armadas – Justiça Federal (Justiça Militar da União não julga atos disciplinares).
· Militar estadual – Justiça Militar Estadual
- em razão de crime militar
· União ou Estadual – Justiça Militar respectiva
- STM: Oficiais Generais das Forças Armadas. (Comandantes – STJ), Juiz Auditor ou Conselho de Justiça
- Juiz Auditor: constrangimento antes do processo
- Conselho: constrangimento após início do processo
Obs. Competência da Justiça do Trabalho:
- EC 45/04 – JT é competente para julgar MS, HC e HD (STF – essa previsão não atribuiu competência criminal genérica à Justiça do Trabalho).
- juiz de direito que exerce competência trabalhista – HC no TRT
- tem que ter relação com a matéria trabalhista. Se não tiver – TRF
5.2. Segunda regra interpretativa: para identificarmos a competência do STF para julgar HC, adotaremos os seguintes critérios:
a) Se o paciente está submetido à jurisdição do STF compete a ele o julgamento do HC – art. 102, I, d.
Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros, o Procurador-Geral da República, Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente. 
b) Se o coator está subsumido à jurisdição do STF o HC será por ele julgado, mesmo que esta autoridade não pertença ao Poder Judiciário, respeitando-se a competência do STJ – art. 102, I, i. ADVERTÊNCIA: é essencial orespeito à competência constitucional do STJ para julgar HC, ou seja, aqui a autoridade coatora estará submetida à jurisdição do STF, mas o HC contra ela será julgado pelo STJ.
O habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância
Observações:
1. “Quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal.”– ex. PGR delega função a Procurador Regional. Se o Procurador Regional for a autoridade coatora, a competência será do STF.
2. Não cabem embargos de divergência (divergência entre as turmas) contra decisão proferida por Turma do Supremo em HC, seja ele de impetração originária ou em sede de ROC.
3. Também não cabem embargos infringentes, já que o rol taxativo do art. 333 do RISTF não traz o HC. 
4. STF tem admitido o julgamento do MÉRITO de forma monocrática, concedendo ou denegando a ordem, quando a jurisprudência estiver consolidada quanto à matéria versada. (Regimento Interno).
5.3. Terceira regra interpretativa: a competência do STJ para julgar HC tem como referência os seguintes parâmetros: 
a) Se o paciente está submetido à jurisdição do STJ compete a ele o julgamento do HC – art. 105, I, d.
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais
b) Se o coator está subsumido à jurisdição do STJ o HC será por ele julgado, mesmo que esta autoridade não pertença ao Poder Judiciário – art. 105, I, c. ADVERTÊNCIA: o ponto fora da curva – duas autoridades que têm foro por prerrogativa no STF, mas quando forem coatoras os HCs serão impetrados no STJ – Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas. É assimétrico.Prova oral do MPF. 
Os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral
RESUMO – competência para julgar HC.
STF
	Coator
	PRES/VICE
	PGR
	C.N.
	STF
	T.Sup.
	TCU
	DIPLOM
	-
	-
	Paciente
	PRES/VICE
	PGR
	C.N.
	STF
	T.Sup.
	TCU
	DIPLOM
	F. Arm.
	Min. E. 
STJ
	Coator
	GOV
	TJ/TRF
	TCE
	TRT
	MP - trib
	TRE
	TCM
	F. Arm.
	Min. E. 
	Paciente
	GOV
	TJ/TRF
	TCE
	TRT
	MP - trib
	TRE
	TCM
	-
	-
 
obs. Crimes comuns
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus:
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. – Dessa forma, ou juiz nunca poderá conceder HC de ofício de decisão sua que decretou a prisão do acusado. Pode até revogar.
10.1 Súmula 691-STF
Sumula 691-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de "habeas corpus" impetrado contra decisão do relator que, em "habeas corpus" requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Entendimento do STF com base no art. 102, I, i(Relator não é Tribunal Superior, razão pela qual não cabia HC ainda. Deveria ser aguardada a decisão da Turma).
Vedação à supressão de instância – revela-se inviável o HC per saltum. Ex. TJ/SP nem conheceu a apelação por ser intempestiva. Não cabe HC impetrado no STJ. Deve haver a análise do TJ. 
Obs.A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem admitido o afastamento, “hic et nunc”, da Súmula 691/STF, em hipóteses nas quais a decisão questionada divirja da jurisprudência predominante nesta Corteou, então, veicule situações configuradoras de abuso de poder ou de manifesta ilegalidade.
10.3 Súmula 606-STF
Sumula 606-STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
O STF é composto pelo Plenário e por duas Turmas. A decisão de uma Turma, contudo, é considerada decisão do próprio STF, de modo que não existe recurso previsto para o Plenário das decisões da Turma. Daí se justifica a existência dessa súmula.
Intimação da sessão de julgamento
É indispensável apenas a intimação para a data de julgamento inicial do HC.A partir daí o advogado deverá acompanhar o novo dia de julgamento caso este seja remarcado.
Se o advogado requerer a intimação ela é obrigatória.
HC 95682/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 14.10.2008. (HC-95682)
#INFO. 839/STF – 2016
A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas corpus só é necessária se houver pedido expresso para a realização de sustentação oral. STF. 2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/9/2016 (Info 839).
6. Cabimento do HC
Art. 648.  A coação considerar-se-á ilegal:
        I - quando não houver justa causa;
        II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
        III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
        IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
        V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
        VI - quando o processo for manifestamente nulo;
        VII - quando extinta a punibilidade.
O art. 648 de forma não exaustiva apresenta as hipóteses que justificam o manejo do HC. 
ATENÇÃO- a decisão denegatória de HC não faz coisa julgada material, não impedindo, pois, a renovação do pedido, salvo se constituir mera reiteração de impetração anteriormente denegada. A matéria também, mesmo que idêntica, não estará preclusa para outras vias – recurso.
6.1. Por ausência de justa causa
Obs. enquadramento terminológico: para LFG, esta expressão pode significar ausência de lastro probatório mínimo (justa causa formal) ou ausência de legalidade lato sensu (justa causa material).
Obs. enquadramento persecutório: 
· Faltar justa causa à investigação - deve ser trancada. HC trancativo.
Obs. autoridade coatora é quem determinou a investigação. Portaria ou flagrante– Delegado. Requisição MP, Judiciário – Promotor/Juiz.
No caso de manifesta atipicidade, existência de causa de extinção da punibilidade ou ausência de requerimento do ofendido, quando for o caso.
· Faltar justa causa para o processo – extinto sem julgamento de mérito.
No caso de manifesta atipicidade, existência de causa de extinção da punibilidade, ausência de requerimento do ofendido, quando for o caso, ausência de pressupostos processuais ou condições da ação e ausência de justa causa.
· Faltar justa causa para prisão (ilegal) – relaxamento da prisão. 
6.2. Quando o agente está preso por mais tempo que a lei determina
A única prisão que tem prazo LEGAL é a temporária (5 + 5. Obs. hediondo, tráfico, terrorismo, tortura: 30 + 30). A prisão temporária é a prisão cautelar que por imperativo legal tem prazo de duração. (lei 7960/89), por sua vez, encerrado o prazo e mantido o cárcere a ilegalidade é manifesta, ensejando HC para o pronto relaxamento com a expedição de alvará de soltura. Vencido o prazo, o investigado deveria ser colocado em liberdade imediatamente, independentemente de alvará de soltura.
Renato: preventiva e definitiva (ultrapassa prazo da sentença ou não concede benefício) também. 
6.3. Por incompetência da autoridade coatora
Se a prisão é decretada por autoridade incompetente, ela é manifestamente ilegal, devendo ser relaxada. E se o inquérito tramita perante autoridade incompetente? O HC almeja trancar a investigação. Se, no entanto, isso não for feito e o MP oferecer denúncia com base nesse inquérito, haverá mera irregularidade, já que os vícios da investigação não contaminam o processo.Renato – não há que se falar em autoridade policial incompetente. Não há jurisdição e sim atribuição. Aqui o HC deve ser impetrado com base no inciso I – ausência de justa causa.
Processo tramitando em juízo incompetente – importa na remessa do processo ao órgão competente. Segundo Ada, quando a incompetência é absoluta, todos os atos são imprestáveis e devem ser renovados perante o órgão competente, por sua vez se a incompetência é relativa os atos decisórios serão anulados, mas os instrutórios serão aproveitados no juízo competente (art. 567 CPP). (2) STF = se a incompetência é relativa não há a invalidação de atos. Se for absoluta aplica o art. 567.
6.4. Quando houver cessado o motivo da coação
A hipótese caracteriza o termômetro da necessidade empregada notadamente à manutenção da preventiva, que segue a cláusula rebus sic stantibus.Se a preventiva não mais se justifica exige-se a sua revogação (art. 316), que poderá ser pleiteada no HC com a consequente expedição de alvará de soltura.
A competência para revogar é do juiz que decretou a prisão. Denegando esse pedido, aí sim passará a ser autoridade coatora, a ensejar o HC. 
6.5. Quando o agente não é admitido a prestar fiança
A fiança (contracautela) é direito do indivíduo. A consequência do pagamento é o alvará de soltura. O inciso V do art. 648 do CPP admite interpretação extensiva, abrangendo a liberdade provisória com fiança e sem fiança (art. 310, III), sendo que o HC é o instrumento para a obtenção do instituto. Quando ele foi redigido não havia liberdade sem fiança.
Com a lei 12.403/11 a liberdade provisória com fiança deixou de ser apenas uma medida de contracautela (evita medida cautelar), e passou a funcionar também como medida cautelar autônoma. Até 4 anos – autoridade policial.
6.6. Quando o processo é manifestamente nulo
Nesse caso, o HC, como instrumento, pretende que o ato viciado e os que dele decorrem sejam nulificados e isso se justifica pelo princípio da consequencialidade. CONCLUSÃO: o processo será reconstruído a partir da ocorrência do vício.
Se for nulidade absoluta pode ser inclusive após o trânsito em julgado, se não prejudicar o réu.
STF – também pode ser utilizada no caso de indeferimento do reconhecimento de ilicitude de prova, quando essa análise não demandar dilação probatória.
6.7. Para que seja declarada a extinção da punibilidade
Tribunal dá provimento à ordem - é uma decisão terminativa de mérito – coisa julgada material, sendo imperiosa a extinção do processo principal.
Deve o juiz declarar de ofício e a qualquer momento.
São as causas do art. 107 CP e outras previstas na parte especial e na legislação especial: peculato culposo com reparação de dano até sentença irrecorrível; cheque sem provisão de fundos com pagamento até o recebimento da denúncia, crimes contra a ordem tributária e Previdência com cumprimento total do parcelamento, que fora formalizado até o recebimento da denúncia, completado período de prova sem revogação da suspensão condicional do processo, livramento condicional e suspensão condicional da pena.
7. HIPÓTESES EM QUE CABE O HC
*É cabível impetração de habeas corpus para que seja analisada a legalidade de decisão que determina o afastamento de prefeito do cargo, quando a medida for imposta conjuntamente com a prisão. STJ. 5ª Turma. HC 312.016-SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 16/4/2015 (Info 561).
7.1 Cabe habeas corpus nas prisões civis (AI-Agr 423.277/SC – Agravo Regimental no Agravo de Instumento – Rel: Min. Sepúlveda Pertence – Publicação: DJ 11/04/2003 – 1ª Turma)
7.2 Cabe habeas corpus no caso de deferimento de quebra de sigilo bancárioou outros (STF – 1ª Turma – HC 84.869/SP – Rel. Min. Sepúlveda Pertence – Julgamento: 21/06/2005 – Publicação: DJ 19/08/2005)
7.3 Cabe habeas corpus em favor de beneficiado com sursis processual (HC 89179/RS, rel. Min. Carlos Britto, 21.11.2006). Q - cabehc no curso de processo suspenso, nos termos do art. 89 da lei 9099.
7.4 Cabe habeas corpus em caso de apreensão ilegal de documentos (HC 86600/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 18.12.2006)
7.5 Cabe habeas corpus contra demora no julgamento de habeas corpus(HC 91986/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 11.9.2007)
7.6 Cabe habeas corpus para trancar IP instaurado há muito tempo(HC 96.666-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, em 4/9/2008)
7.7 Cabe habeas corpus para discutir a existência ou não de impedimento ou suspeição de magistrado (HC 92893/ES, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.10.2008)
7.8 Cabe habeas corpus para evitar que a pessoa seja obrigada a realizar exame de DNA fora de sua comarca (RHC 95183/BA, rel. Min. Cármen Lúcia, 9.12.2008)
7.9 Cabe habeas corpus para a devolução definitiva de passaporte (HC 128.938-SP, Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 4/8/2009)
*É possível que o Ministro Relator do STJ ou do STF decida monocraticamente o habeas corpus nas hipóteses autorizadas pelo regimento interno? • Precedente divulgado no Info 857: NÃO. Cabe ao colegiado o julgamento de habeas corpus. • Posição majoritária no STF: SIM. O Ministro Relator pode decidir monocraticamente habeas corpus nas hipóteses autorizadas pelo regimento interno, sem que isso configure violação ao princípio da colegialidade. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. HC 137265 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017; STF. 2ª Turma. HC 131550 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2015. STF. 1ª Turma. HC 120496/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/3/2017 (Info 857).
8. HIPÓTESES EM QUE NÃO CABE O HC
*Habeas corpus não é o instrumento adequado para pleitear trancamento de processo de impeachment. A finalidade constitucional do habeas corpus é a da proteção do indivíduo contra qualquer ato limitativo ao direito de locomoção (art. 5o, LXVIII, da CF/88). O processo de impeachment pode resultar na aplicação de sanções de natureza político- administrativa. Dessa forma, ao se impetrar um HC contra o processo de impeachment, o que se está fazendo é buscando proteger o exercício de direitos políticos e não o direito de ir e vir. STF. Plenário. HC 134315 AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/6/2016 (Info 830).
*É incabível a utilização do “habeas corpus” com a finalidade de se obter a desclassificação de imputação de homicídio doloso, na modalidade dolo eventual, para homicídio culposo, na hipótese em que apurada a prática de homicídio na direção de veículo automotor. Isso porque os limites estreitos dessa via processual impossibilitam a análise apurada do elemento subjetivo do tipo penal para que se possa afirmar que a conduta do réu foi pautada por dolo eventual ou pela culpa consciente. Em outras palavras, não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na direção de veículo automotor. STF. 2ª Turma. HC 132036/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/3/2016 (Info 819) E 17/5/2016 (Info 826).
*#STF: Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser arguida através de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão criminal. STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 30/8/2016 (Info 837).
* O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autorização de visita de sua companheira no estabelecimento prisional. STF. 2ª Turma. HC 127685/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/6/2015 (Info 792).
*#OUSESABER: Segundo decidiu o STJ, NÃO é cabível Habeas Corpus para impugnar liminar que determinou a busca e apreensão de criança para acolhimento em família devidamente cadastrada junto a programa municipal de adoção, pois o caso não se enquadra na hipótese de ameaça de violência ou coação em liberdade de locomoção prevista no art. 5º, LXVIII, da CF/88.
*Não cabe habeas corpuspara reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ. Ex: o STJ deu provimento ao recurso interposto pelo MP e, com isso, piorou a situação do réu; a defesa impetra HC no STF contra o acórdão alegando que o STJ, no recurso especial, reexaminou provas, o que é vedado pela Súmula 7 da Corte (A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.). Esse HC não será conhecido pelo STF porque o impetrante busca questionar os pressupostos de admissibilidade do Resp. STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
8.1 Contra punições disciplinares militares
8.2 Contra identificação criminal fora das hipóteses legais (cabe MS)
Para pedir reabilitação – já foi cumprida a pena.
Para proteger confidencialidade entre advogado e cliente
Extração gratuita de cópia do processo criminal
Para requerer a inserção de outro acusado no polo passivo.
Contra decisão que afasta magistrado de suas funções
Contra anulação de processo que culminou na liberdade do acusado
Resolver sobre ônus de custas processuais
8.3 Restituição de coisas apreendidas (cabe MS)
8.4 Contradecisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula 693-STF).
8.5 Contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública (Súmula 694-STF).
8.6 Não cabe "habeas corpus" quando já extinta a pena privativa de liberdade(Súmula 695-STF) (Mas cabe revisão criminal nesse caso).
8.7 Não cabe HC contra a aplicação da pena de perda do cargo público(HC n. 91.760-PI / Relatora: Min. Cármen Lúcia)
8.8 Não cabe HC para questionar os chamados crimes de responsabilidade(HC 87817/PB, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.11.2009). Impeachment também.
*#OUSESABER: O HC é remédio constitucional para uso EXCLUSIVO da proteção da liberdade de ir e vir! No caso do processo de impeachment, não obstante possa resultar em violação de direitos, não se trata propriamente da liberdade de locomoção! Com esse entendimento, os Ministros do STF não conheceram do HC! (INFO 830)
8.9 Não cabe HC como sucedâneo de revisão criminal
8.10 Não cabe HC para pleitear declaração de inconstitucionalidade de lei em tese:
(HC 96425 ED/SP, rel. Min. Eros Grau, 3.3.2009)
Assim, o Estado de Defesa e o Estado de Sítio não suspendem a garantia fundamental do habeas corpus, mas diminuem sua abrangência, à medida que impõem uma maior restrição legal à liberdade de locomoção.
INF/STF 747 Julho 2014
7. Leitura do HC na visão das condições da ação
Se o HC é uma ação autônoma de impugnação, devemos analisar as condições da ação.
7.1. Legitimidade
Para Alfredo Buzaid, ela é a pertinência subjetiva da ação. No polo ativo teremos qualquer pessoa com capacidade processual e no polo passivo o autor da ilegalidade ou do abuso de poder, seja ele funcionário público ou particular.
7.2. Interesse de agir
- Interesse – necessidade: ele se caracteriza pela demonstração da existência de violência ou coação que compromete a liberdade de locomoção. Obs. percebe-se que no tramite do HC não haverá dilação probatória e a ação deve estar instruída com prova pré-constituída. Não há perícia, testemunhas, etc. obs. dentro do fator necessidade não se admite HC para impugnar ato normativo em tese. (STJ HC 140.861).
- Interesse – adequação: o HC é a ferramenta idônea de existir risco, mesmo que remoto, à liberdade. Caso contrário, a ferramenta adequada será o MS. (Súmulas 693, 694 e 695). Denegação de reabilitação criminal(réu já cumpriu a pena – não há risco à liberdade).
7.3. Possibilidade jurídica
Obs. Restrições: 
· Punições disciplinares militares: de acordo com o §2º do art. 142 da CF, não caberá HC para impugnar a medida, respeitando-se assim a hierarquia militar. ADVERTÊNCIA: vale lembrar que segundo o STF, o mérito da decisão não será discutido, mas a legalidade (pressupostos de legalidade – hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função, pena suscetível de ser aplicada disciplinarmente) pode ser discutida via HC (RE 338.840).
· Prisão administrativa: de acordo com o art. 650, §2º, não cabe HC para impugnar a prisão administrativa. Segundo, Tourinho Filho, a prisão administrativa foi sepultada pela CF 88, o que foi ratificado pela lei 12.403/11, de forma que o objeto da restrição não mais existe.
· Estado de sítio – analisar apenas a legalidade. O mérito não.
8. Sistema recursal do HC
Obs. mesmo que a matéria veiculada no HC não seja criminal seguirá a disciplina recursal do CPP, inclusive em relação aos prazos de interposição.
Cabe recurso em sentido estrito da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus. 
Cabe remessa obrigatória da decisão concessiva.
8.1. HC impetrado perante o juiz de primeiro grau
Sentença (procedência ou improcedência do HC) – RESE(art. 581, X). ATENÇÃO – não é apelação. ADVERTÊNCIA: da procedência da ordem em primeiro grau (somente), ainda caberá recurso exofficio (art. 574, I), já que o juiz está obrigado a remeter a decisão ao Tribunal, sob pena dela não transitar em julgado. Súmula 423 STF. Obs. quando juiz recebe prisão em flagrante e a relaxa – não é HC de ofício – não cabe recurso exofficio.
Pode interpor outro HC ao invés do RESE.
Legitimidade para o RESE – MP, querelante, assistente.
8.2. HC impetrado no TJ ou TRF
a) Deliberação monocrática na apreciação da liminar – agravo, de acordo com o regimento interno do respectivo tribunal. É o chamado agravo regimental. Se tiver previsão no Regimento.
b) Julgamento colegiado do mérito
· Improcedência da ordem – ROC (ou RE e Resp) – STJ (art. 105, II, a) - apreciado em única ou ÚLTIMA instância pelo STJ.
Obs. ROC – 5 dias. Se intempestivo – Tribunal pode conhecer de ofício. Não precisa de capacidade postulatória.
· Procedência da ordem – Resp (lei federal atingida) ou RE (CF atingida) - fundamentos vinculados.
8.3. Julgamento do HC pelo STJ
a) Decisão monocrática da liminar – agravo regimental
b) Julgamento colegiado do mérito
· Improcedência da ordem – ROC (ou RE) – STF (art. 102, II, a) – apreciado em única instância pelo STJ.
· Procedência da ordem –RE (CF atingida) - fundamentos vinculados.
ADVERTÊNCIA: o comum quando uma liminar era denegada era a impetrar outro HC, tendo como coator o Desembargador ou Ministro responsáveis pela decisão.O STF editou a súmula 691 afirmando não caber HC da denegação de liminar por Tribunal Superior, entendimento este que se estendeu aos Tribunais de segundo grau.CONCLUSÃO: logo, restaria à defesa aguardar o julgamento do mérito do HC ou apresentar agravo regimental. CONCLUSÃO2: o próprio STF mitigou os rigores da súmula quando houver manifesta ilegalidade na decisão. (HC 109.167). CONCLUSÃO3: mais recentemente, o STF passou a entender que a denegação do MÉRITO do HC pelo TRIBUNAL deve ser combatida por ROC, não se admitindo que a defesa impetre novo HC no Tribunal imediatamente Superior, dando-se prevalência à sistemática recursal (HC 109.956 – Relatoria do Ministro Marco Aurélio). É o que virá no novo Código.
*Não é cabível habeas corpus para o reexame dos pressupostos de admissibilidade dos recursos. A jurisprudência admite o “habeas corpus substitutivo”? • STJ e 1ª Turma do STF: NÃO (mas pode ser conhecido habeas corpus de ofício). • 2ª Turma do STF: SIM.
Não tem nos livros!!! É admissível a interposição de recurso ordinário para impugnar acórdão de Tribunal de Segundo Grau concessivo de ordem de habeas corpus na hipótese em que se pretenda questionar eventual excesso de medidas cautelares fixadas por ocasião de deferimento de liberdade provisória. A CF/88 não prevê o cabimento de recurso ordinário contra a decisão concessiva de HC. No entanto, ainda que a liberdade provisória tenha sido concedida, se as medidas cautelares impostas ao réu se mostram excessivas, ele terá interesse em interpor recurso ordinário, sendo este o instrumento adequado para impugnar a decisão. STJ. 5ª Turma. RHC 65.974-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
- O recursoordinário constitucional, como já afirmado, é uma garantia processual idealizada em favor do réu, de sorte que se a decisão foi concessiva, mas ainda assim gera riscos à liberdade do paciente, é natural que ele possa se utilizar deste recurso para impugnar a decisão.
*A proibição da “reformatio in pejus”, princípio imanente ao processo penal, aplica-se ao “habeas corpus”, cujo manejo jamais poderá agravar a situação jurídica daquele a quem busca favorecer. STF. 2ª Turma. HC 126869/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/6/2015 (Info 791). 
#POLÊMICANAJURIS: CABE HABEAS CORPUS DE DECISÃO MONOCRÁTICA?
1º ENTENDIMENTO (SUPERADO): É cabível habeas corpus em face de decisão monocrática proferida por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 127483/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26 e 27/8/2015 (Info 796).
2º ENTENDIMENTO: NÃO é cabível habeas corpus em face de decisão monocrática proferida por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 105959/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 17/2/2016 (Info 814). Caso a parte deseje impugnar decisão monocrática proferida por Ministro do STF, o instrumento processual cabível é o agravo regimental, no prazo de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 8.038/90 e art. 317 do Regimento Interno do STF. #MUDANÇADEENTENDIMENTO #CONSOLIDAÇÃODEENTENDIMENTO
*3º ENTENDIMENTO (MAJORITÁRIO): Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus. STF. 1ª Turmá. HC 139612/MG, Rel. Min. Alexándre de Moráes, julgádo em 25/4/2017 (Info 862) #SELIGANAEXCEÇÃO
#CONFIRMAÇÃODOENTENDIMENTO: Não cabe habeas corpus se a impetração for ajuizada em face de decisões monocráticas proferidas por Ministro do Supremo Tribunal Federal. STF. Plenário. HC 115787/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/5/2017 (Info 865)
LIMINAR EM HABEAS CORPUS
Apesar de não ser expressamente previsto, é perfeitamente possível a concessão de liminar em habeas corpus, utilizando-se por analogia a regra do MS (posição majoritária da doutrina e jurisprudência).
Requisitos: fumus boni iuris e periculum in mora.
Ainda que não haja o requerimento de liminar, o julgador pode concedê-lo de ofício.
INF/STF 748 Julho.2014
Mandado de segurança em matéria penal O mandado de segurança é regulamentado pela Lei n. 12.016/09 e cabível para a tutela de “direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data (art. 5o, LXIX, CRFB). Trata-se de ação mandamental destinada à obtenção de ordem judicial dirigida à autoridade apontada como coatora (ou violadora do alegado direito), por meio do qual se exige dessa autoridade determinado comportamento, comissivo ou omissivo, suficiente a fazer cessar a ilegalidade. 
A autoridade coatora, que deverá responder como sujeito passivo na ação de mandado de segurança, é exatamente aquela responsável pela prática do ato, ainda que futuro (se iminente), violador do alegado direito individual, com poderes, então, para a sua revisão. Em matéria penal, nem sempre o que estará em disputa é a liberdade do réu. Se o for, o remédio constitucional destinado a proteger o jurisdicionado será o habeas corpus. No complexo das relações processuais que envolvem as partes do processo penal, são atribuídas a elas determinadas faculdades, bem como determinados direitos subjetivos. A violação a essas faculdades e/ou direitos subjetivos é que ensejará a impetração de mandado de segurança. 
Direito líquido e certo é aquele apto a ser exercido imediatamente pelo seu titular, independentemente de instrução probatória. O procedimento será o mesmo aplicável à matéria cível. 
Como toda impetração em que se queira o reconhecimento de direito à acusação veicula interesse também da defesa, é de se exigir a intimação ou citação do réu – quando ele não compuser ainda a relação jurídica processual – na posição de litisconsorte passivo. v. Súmula n. 701 do STF: No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
No âmbito penal, da mesma forma que no âmbito cível, a utilização do mandado de segurança contra decisão judicial é excepcional, somente sendo admitido nos casos de decisão judicial teratológica ou de ato irrecorrível que cause gravame à parte (STJ, AgRg no REsp 964154/MT).
Hipóteses de cabimento do mandado de segurança em matéria penal: decisão de indeferimento de habilitação do assistente (art. 268, CPP); de indeferimento de vista dos autos fora de cartório, em juízo, ou mesmo na Polícia, quando não for o caso de exigência de sigilo das investigações (art. 798, CPP); nos procedimentos de sequestro, arresto ou de restituição de bens apreendidos (arts. 118 e ss do CPP); e, finalmente, em todas as situações em que, por não existir ameaça, nem potencial (caso de infração penal cuja pena cabível seja exclusivamente de multa), à liberdade individual, não seja cabível o habeas corpus, e estiver configurada a prática de ilegalidade pelos agentes públicos, em prejuízo ao regular exercício de direitos subjetivos.
Hipóteses mais frequentes:
a) paragarantir ao advogado o direito de entrevistar o cliente;
b) paraassegurar a juntada de documentos em qualquer fase do processo penal (permissivo do artigo 231 do CPP);
c) contraapreensão indevida de objetos;
d) paraassegurar a terceiro de boa-fé restituição de coisas apreendidas;
e) contradespacho que inadmite assistente de acusação;
f) para assegurar ao advogado vista do inquérito policial ou o direito de acompanhar durante o curso deste o indiciado;
g) no caso de decisão de indeferimento de habilitação do assistente (art. 268, CPP);
h) nos procedimentos de seqüestro, arresto ou de restituição de bens apreendidos (art. 188 e seguinte do CPP)
É cabível MS para conferir efeito suspensivo a recurso que não o tenha?
Ex: juiz concede liberdade provisória a determinado réu. MP ingressa com RESE. 
MP pode impetrar MS para garantir o efeito suspensivo e fazer o réu aguardar o RESE preso?
· SIM: a acusação possui direito líquido e certo de manter o réu segregado (Nucci);
· NÃO: segundo o STJ. É firme o entendimento do STJ de que é incabível mandado de segurança para atribuir efeito suspensivo a RESE de decisão concessiva de liberdade provisória.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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