Buscar

trabalho de processo penal av2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO
1. HABEAS CORPUS:
1.1. Noções Gerais: 
Tem origem divergente conforme a doutrina mais muitos citam sua origem em 1915 na Inglaterra no Capítulo XXIX da Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum). Sua tradução significa “tome corpo” , ou seja, tome a pessoa presa e a apresente ao juiz para decisão quanto a legalidade ou mão do cerceamento da sua liberdade.
Tal instituto chegou no Brasil no Código de Processo Criminal do Império no de 1832 e incluso no texto constitucional em 1891 e atualmente também se encontra na CF/88 no artigo 5º, LXVIII.
1.2. Natureza Jurídica:
O habeas corpus localizado no capítulo destinado aos direitos e garantias fundamentais da constituição brasileira, portanto é denominada uma garantia fundamental destinado a tutelar, de maneira eficaz e imediata, a liberdade de locomoção. “Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 5.º, LXVIII, da CF). Apesare de estar no Código de Processo Penal na parte que fala de recursos em geral, o habeas corpus não possui natureza recursal e sim uma ação, pois ele pode ser impetrado a qualquer momento e não tem prazos.
1.3. Interesse de agir:
Como o habeas corpus é uma ação ela está sujeita as condições, ou seja, possibilidade jurídica de pedido quando houver violência ou coação legal ao exercício de locomoção; legitimidade “ad causam”, qualquer pessoa pode impetrar uma ação de habeas corpus, como também pessoa jurídica, porém só não é possível se for ao seu favor. O ministério Público conforme o artigo 654 do Código de Processo Penal: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.” Nos casos dos juízes ele só poderá impetrar caso ele mesmo seja o paciente. O interesse agir ocorre quando há uma resistência diante de uma pretensão de outrem, neste caso o direito de liberdade, pois ela tem uma relação de necessidade e adequação pois se não existir mais a coação ou quando o habeas corpus não for adequado, não corrigirá a violação do direito ora arguido.
1.4. Hipóteses de não cabimento:
· Pena de Multa
Na Sumula n.º 693 do STF, diz “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Fica entendido portanto como o habeas corpus é instrumento que se utiliza quando o indivíduo tem sua liberdade posta em risco não poderá usá-lo portanto a multa não se enquadra nessa disposição.
· Sanções Militares
Vejamos o art. 142, §2º, da CF/88 “§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.” 
De acordo com a súmula 694 da Suprema Corte “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.” Pela área militar possuir regramentos e leis especificas rígidas que devem ser aplicadas pelo Superior hierárquico ou pela autoridade competente.
· Nos casos em que já houve a extinção da pena
O Habeas Corpus não poderá ser utilizado nos casos em que houver a extinção da pena. 
A súmula 695 do Supremo Tribunal Federal dispõe que “Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.”
· Jurisprudências em Teses do STJ
Não é admitido pelo STJ que o habeas corpus seja utilizado para substituir recursos, tampouco à revisão criminal, somente em caos em que, à vista da flagrante ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da liberdade da paciente, seja cogente a concessão, de ofício, da ordem de habeas corpus.
Também é incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público ou graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de locomoção.
Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar, salvo em hipóteses excepcionais, quando demonstrada flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada, sob pena de indevida supressão de instância, nos termos da Súmula 691/STF.
O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo salvaguardar a liberdade de locomoção.
1.5. HC substitutivo de ROC – Art. 105, II, a da CF
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;”
No casos em que paciente impetra habeas corpus perante o Tribunal de Justiça contra ato do juiz de direito, operando-se a denegação da ordem pela Câmara julgadora. Inconformado com o acórdão, poderá o impetrante dele recorrer por meio do recurso ordinário constitucional para o STJ, previsto no art. 105, II, “a”, da Constituição Federal.
Contudo com a jurisprudência surgiu o habeas corpus substitutivo nos casos havendo um recurso próprio, surgiu a possibilidade de impetrar um novo habeas corpus em face da denegação da ordem pela instância inferior. Tal denegação de ordem, fez surgir um ato ilegal, configurando assim um constrangimento ilegal, ensejando um novo habeas corpus em instância superior. Portanto, poderia o réu optar pelo recurso em sentido estrito contra a decisão do juiz ou impetrar novo habeas corpus na instância superior competente em face da decisão que lhe indeferiu o habeas corpus anteriormente ajuizado.
Entretanto, o HC 109.956/PR (DJ 11/9.2012), não admiti mais o habeas corpus substitutivo, evitando assim aumentar a admissibilidade do remédio constitucional. Conforme entendimento majoritário, praticamente pacífico do STJ, e entendimento da 1ª Turma do STF, não cabe habeas corpus substitutivo de recurso.
1.6. Legitimidade Ativa:
É a pessoa que ingressa com a ação de habeas corpus.
Possui legitimidade ativa qualquer pessoa para impetrar um habeas corpus. Não é necessária a capacidade postulatória.  Pode até mesmo ser interposto por analfabeto, bastando apenas que alguém assine para ele. Também pode ser interposto por um terceiro, sem necessidade de procuração, como também por pessoa jurídica.
1.7. Espécies de HC:
· Habeas corpus repressivo ou liberatório:
Ele tem como objetivo afastar a sujeição ilegal à liberdade de locomoção já existente, visando elidir do constrangimento ou coação àquela pessoa que se encontra presa por ilegalidade ou abuso de poder. Quando prestado, expede-se um alvará de soltura e o preso é posto em liberdade.
· Habeas corpus preventivo:
Aqui não há uma ameaça atual e concreta à liberdade de locomoção do paciente, mas sim uma situação de iminência de sofrer uma violência ou coação na sua liberdade ambulatória por ilegalidade ou abuso de poder. Concedido o remédio, expede-se um salvo-conduto e, por meio deste, o paciente recebedor do remédio fica impedido de ser privado de sua liberdade pelo fato que culminou a apreciação do writ pela autoridade prevista para tanto.
1.8. Medida Liminar:
Embora não haver previsão legal de liminar em habeas corpus, a jurisprudência assim como a doutrina são consolidadas no sentido da possibilidade de seu deferimento, mais para isso tem que está presentes os pressupostos atinentes a toda e qualquer cautelar – fumus boni iuris e periculum in mora. Quando concedida a liminar, poderá em razão do julgamento de mérito do habeas corpus, tanto ser mantida como revogada, restabelecendo-se, nesse último caso, a situação anterior ao deferimento.
Perceba-se que, muito embora seja possível o manejo de recurso em sentido estrito contra decisão do juiz que, no mérito, denegar a ordem de habeas corpus perante ele impetrado, e de recurso ordinário constitucional contra o acórdão dos tribunais que decidir de igual modo, as mesmas soluções não podem ser aplicadas quando se trata do indeferimento de liminar requerida no writ. Nem mesmo outro habeas corpus pode ser impetrado contra tal decisão.
1.9. Efeito Extensivo:
Decisãoem favor de um paciente só pode ser estendida a outro se forem idênticas as situações de ambos, no mesmo processo. Decorre da necessidade de isonomia no julgamento de todos aqueles que respondem pelo mesmo fato. Assim, se um dos corréus interpõe recurso, a decisão desse recurso se estende aos demais, salvo se fundada em razões de caráter estritamente pessoal. O art. 580 diz: “Art. 580. No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.” A segunda turma do STF entendeu que é possível aplicar o disposto no art. 580 ao habeas corpus, ou seja, dar efeito extensivo a uma decisão proferida no bojo de habeas corpus impetrado apenas por um dos corréus para impugnar determinada decisão judicial. Ainda destaca que a aplicabilidade do efeito só poderá quando se tratar a impugnação de questões de natureza objetiva.
1.10. Intervenção das partes:
O STJ entende que não existe a possibilidade de intervenção de terceiros em habeas corpus e no respectivo recurso ordinário, por se tratar o HC de meio processual que não possui partes nem litigantes, mas tem como única função resguardar o direito de locomoção. O artigo 268 e seguintes do CPP traz a possibilidade da intervenção do assistente, onde é permitido a participação do ofendido ou seu representante como assistente do MP nas ações penais públicas, que podem ser a condicionada ou incondicionada.
1.11. Recurso contra as decisões de HC
Quando houver decisão que negue ou conceda o habeas corpus em 1ª instância, cabe o Recurso em sentido estrito. Quando concedido habeas corpus, pelo juiz singular deverá ser obrigatorio “recorrer de ofício” ao tribunal para reexame, nos termos do artigo 574, I, CPP.
Se denegado em segunda instância, caberá Recurso ordinário constitucional para:
· STF: Quando a decisão denegatória ou de não conhecimento é proferida, em única instância, pelo STJ, nos termos do art. 102, II, “a”, da CRFB.
· STJ: Quando a decisão denegatória ou de não conhecimento do habeas corpus for proferida em única ou última instância, pelos tribunais de justiça ou tribunais regionais federais, conforme estabelece o art. 105, II, “a”, da CRFB.
1.12. Coisa Julgada:
Na situação que haver risco à liberdade de locomoção do indivíduo, e sendo a coisa julgada produzida a partir de flagrante ilegalidade, verificável de plano, admite-se, excepcionalmente, a utilização do habeas corpus, remédio constitucional célere e eficaz, na perspectiva de assegurar a liberdade de locomoção ao indivíduo.
2. REVISÃO CRIMINAL:
2.1. Noções Gerais:
Tem-se a revisão criminal como uma ação autônoma de impugnação que almeja o reexame da sentença ou decisão condenatória proferida por tribunal e já em trânsito julgado.
A revisão criminal é semelhante com a ação rescisória no Processo Civil, já que a princípio seu objetivo é a desconstituição da coisa julgada material. Toda via a revisão criminal difere-se da ação rescisória, pois pode ser oferecida somente em favor do réu, visando a proteção ao seu estado de liberdade, não sendo possível o manejo dessa ação pro societate. 
2.2. Conceito:
A revisão criminal é uma ação privativa da defesa, conforme previsto no art. 623 do CPP, podendo ser ajuizada a qualquer tempo, visto que não se sujeita a prazo preclusivo.
De acordo com o que fora citado anteriormente, o objetivo desta ação é acometer sentença ou decisão de tribunal que contém algum vício procedimental ou de julgamento. Ela envolve portanto, tanto o judicium rescindens , que ocorre devido a um error improcedendo, quanto o judicium rescinsorium, que se opera quando houver um error in judicando. 
2.3. Natureza Jurídica:
A referida ação tem natureza constitutiva e sui generis, isto é, a primeira porque tem a finalidade de criar, modificar, ou extinguir uma relação jurídica, e sui generis porque se reporta a algo particular, único, reportando-se a um fato singular, e é de competência originária dos tribunais disposta a rever decisões condenatórias com trânsito em julgado.
2.4. Condições da Ação:
a) Legitimidade Ativa e Passiva: Art. 623 do CPP
A legitimidade ad causam ativa está descrita no art. 623 do CPP: “ A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.” 
A doutrina majoritária, por consequência da interpretação extensiva e progressiva do dispositivo legal, entende que com relação a morte do réu, deve-se incluir a figura do companheiro. Todos os indicados atuam em favor do condenado por apreço familiar e por questões de ordem patrimonial. Destaca-se que a referida ação não pode ser oferecida pelo Ministério Público. O parquet participa apenas como fiscal da lei.
Com relação a legitimidade passiva, entende-se que é o Estado quando a decisão prolatada for proferida por juiz de Direito ou Tribunal de Justiça, ou será a União, quando for proferida por Juiz Federal ou Tribunal Regional Federal ou ainda órgão da justiça do Distrito Federal.
b) Interesse de agir;
Somente quando o condenado já houver recorrido aos recursos ordinários e extraordinários que surge para ele a necessidade de revisão da decisão ou sentença para rescindi-la.
Posto que, a revisão criminal não é um recurso e sim uma ação autônoma, o interesse de agir sobrevém para o réu condenado somente após o trânsito em julgado da ação. 
c) Possibilidade jurídica do pedido:
· Sentença condenatória;
Diferentemente dos recursos, em que é utilizado como instrumento para impugnar decisões judiciais não decisivas, a revisão criminal para ser oferecida deve haver uma sentença condenatória, conforme explicita os incisos I e II do art. 621 do CPP, fazendo menção expressa da necessidade de uma sentença penal que considere o réu como culpado.
· Absolutória Imprópria:
Também é cabível a revisão criminal quando houver sentença absolutória imprópria, desde que com trânsito em julgado, visto que possui inegável carga condenatória, já que o acusado é condenado ao cumprimento de medida de segurança, que é considerada sanção penal.
· Mesmo após a morte ou a pena cumprida.
Não há prazo para oferecimento da revisão criminal, por isso pode ser oferecida quando a pena já houver sido cumprida ou até mesmo após a morte do condenado. Nestes casos o interesse da revisão está consubstanciado no reconhecimento do erro do judiciário em sua condenação injusta e também consubstancia-se no interesse de restauração do status dignitatis do condenado.
2.5. Revisão “Pro Societate”.
A revisão criminal só pode ser ajuizada em favor do acusado e não é possível que haja um novo processo para apurar fato que já fora absolvido. GRINOVER em seu livro discorre:” melhor atende aos interesses do bem comum a manutenção de uma sentença injusta, proferida em prol do réu, do que a instabilidade e insegurança a que ficaria submetido o acusado absolvido, se o pronunciamento absolutório pudesse ser objeto de revisão.”
Diante disso, é notório que a revisão pro societate é vedada no ordenamento jurídico brasileiro, vez que o acusado submetido a um processo penal, em que o Ministério Público não obteve êxito em comprovar sua culpabilidade e diante de ampla dilação probatória, torna-se inviável submete-lo a novo processo penal para apurar crime que já fora o acusado absolvido.
2.6. Hipóteses de Cabimento; Art. 621 e 626 do CPP.
O Código de Processo Penal vem, em seu art. 621, trazendo um rol taxativo sobre as hipóteses de cabimento da revisão criminal, quais sejam: “quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.”
Vale lembrar que não há prazo para oferecer a revisão criminal, basta somente que tenha havido o trânsito em julgado da decisão penalcondenatória. Acrescenta-se que pode ser oferecida contra qualquer decisão de cunho condenatório, até mesmo as proferidas no Tribunal do Júri.
Sendo a revisão julgada procedente, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Destaca-se ainda que de nenhuma maneira a pena imposta após a revisão pode ser agravada.
2.7. Aspectos Procedimentais:
· Capacidade postulatória:
De acordo com o art. 623 do CPP, o próprio acusado pode propor a revisão criminal, bem como os legitimados previstos no dispositivo legal. No entanto a Constituição Federal garante a ampla defesa, cuja qual abarca a autodefesa e a defesa técnica. Diante disso, visando concilia-las, quando o condenado oferecer a revisão criminal, deve o Tribunal então, nomear advogado para representa-lo na defesa técnica.
· Desnecessidade de se recolher à prisão:
Com esteio na Súmula 393 do STF, entende-se que “Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à prisão”, ou seja, não é necessário que para haver a revisão criminal o condenado esteja preso. 
· Inexistência de prazo decadencial:
Como exposto anteriormente, diferente da ação rescisória que tem prazo de 02(dois) anos, contados após o transito em julgado da decisão, a revisão criminal pode ser proposta a qualquer tempo, mesmo depois de cumprida a pena ou até mesmo da morte do condenado.
· Efeito Suspensivo:
A revisão criminal não impede a execução da sentença penal condenatória, ou seja, embora proposta, o condenado não tem o direito de aguardar o julgamento em liberdade, vez que a revisão não é dotada de efeito suspensivo.
No entanto, é possível que, em situações excepcionalíssimas e que caracterizam ilegalidade, seja utilizado do poder geral de cautela do magistrado, bem como a antecipação dos efeitos da tutela pretendida que são aplicadas no Código Civil e subsidiariamente na esfera do processo penal.
Vale lembra que ficando evidenciado o periculum in mora e o fumos boni iuris, pode o acusado se utilizar do habeas corpus quando não houver necessidade de dilação probatória, pelo menos enquanto a revisão criminal estiver sendo analisada.
· Ônus da prova:
A Constituição Federal expressa que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, assegurando dessa forma o limite da aplicação do in dubio pro reo. 
Havendo a sentença penal condenatória, surge para o Estado o direito de punir, salvo se a decisão for rescindida.
Em regra, cabe ao autor provar os fatos de sua pretensão, ficando a cargo da parte contrária provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos. Em sede de revisão criminal, há uma inversão que recai exclusivamente sob a figura do postulante, sendo o autor responsável por provar ao juízo competente os atos instrutórios a fim de comprovar os fatos arguidos de forma a destruir a veracidade decorrente da sentença penal condenatória transitada em julgado. 
· Non Reformatio In Pejus Direta e Indireta:
O artigo 626 do CPP encontra respaldo no referido princípio, visto que traz em seu texto que se a revisão criminal for julgada procedente, o Tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o acusado, modificar a pena ou anular o processo. Ainda em seu parágrafo único discorre que a situação do acusado não poderá ser agravada de forma alguma.
É vedado ao Tribunal, em análise da revisão, proferir decisão que seja mais desfavorável ao acusado, isto é, a ne reformatio in pejus direta. 
A ne reformatio in pejus indireta, impede o juiz que vier a proferir nova decisão, vez que a condenação anterior fora anulada por força da revisão criminal, ultrapasse o limite máximo da pena anteriormente imposta.
· Recursos:
A revisão criminal é de competência originária dos Tribunais, ou das Turmas Recursais quando referente aos Juizados, por isso não caberá apelação contra as decisões ali proferidas. Não se admitindo também a interposição de embargos infringentes, vez que o CPP restringe o cabimento deste às decisões proferidas em sede de apelação, recurso em sentido estrito e agravo em execução.
No entanto é possível a interposição dos demais recursos, como os embargos de declaração, agravos regimentais, o recurso inominado, embargos de divergência, sem que haja prejuízo aos recursos especiais e extraordinários.
Referências biográficas 
Avena, Norberto,Processo Penal / Norberto Avena. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Método, 2021.
https://www.conjur.com.br/2015-jun-10/stj-18-teses-habeas-corpus-definidas-jurisprudencia Acesso em: 31 maio 2021
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-45/o-remedio-do-momento-habeas-corpus Acesso em: 31 maio 2021
https://www.migalhas.com.br/depeso/309487/ha-possibilidade-do-habeas-corpus-ser-substitutivo-de-recurso Acesso em: 28 de maio de 2021

Continue navegando