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17 MANDADO DE SEGURANÇA

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 12.016/2009 
Por Angelus Maia e Bruna Daronch 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................................................... 4 
1.1 NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................................................... 4 
1.2 PROCEDIMENTO SUMARIZADO ...................................................................................................... 4 
2 LEGITIMIDADE ATIVA............................................................................................................................. 6 
3 LEGITIMIDADE PASSIVA ......................................................................................................................... 8 
4 FALTA DE INTERESSE DE AGIR ................................................................................................................ 9 
5 ATO ADMINISTRATIVO E ATO DE GESTÃO ............................................................................................. 10 
6 OBJETO DE IMPETRAÇÃO ...................................................................................................................... 11 
6.1 ATOS NORMATIVOS ...................................................................................................................... 11 
6.2 ATO INTERNA CORPORIS ............................................................................................................... 11 
6.3 ATO JUDICIAL ................................................................................................................................ 11 
6.4 ATO ADMINISTRATIVO .................................................................................................................. 11 
7 PRAZO DECADENCIAL ........................................................................................................................... 12 
8 PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ........................................................................................................... 14 
9 COMPETÊNCIA ..................................................................................................................................... 15 
10 PROCEDIMENTO ............................................................................................................................... 16 
11 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC) .................................................................................... 20 
12 PEDIDO DE SUSPENSÃO .................................................................................................................... 25 
12.1 CONCEITO ..................................................................................................................................... 26 
12.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .................................................................................................................. 26 
12.3 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO INSTITUTO ................................................................................... 27 
12.3.1 Inconstitucionalidade ............................................................................................................ 27 
12.3.2 Constitucionalidade ............................................................................................................... 27 
12.4 NATUREZA JURÍDICA ..................................................................................................................... 27 
12.5 CONDIÇÕES DO PEDIDO DE SUSPENSÃO ........................................................................................ 28 
12.5.1 Legitimidade .......................................................................................................................... 28 
12.5.2 Provisoriedade da decisão ..................................................................................................... 29 
12.5.3 Pressupostos de mérito ......................................................................................................... 29 
12.5.4 Valores analisados em sede de Pedido de Suspensão de Segurança ........................................ 29 
12.6 EFEITO MULTIPLICADOR ................................................................................................................ 30 
12.7 JUÍZO COMPETENTE ...................................................................................................................... 30 
12.7.1 Decisão de juízo de 1º grau .................................................................................................... 30 
12.8 AGRAVO DE INSTRUMENTO .......................................................................................................... 31 
12.9 AGRAVO INTERNO ........................................................................................................................ 32 
3 
12.10 NOVO PEDIDO DE SUSPENSÃO DE SEGURANÇA .......................................................................... 33 
12.10.1 Nas ações em geral ............................................................................................................ 33 
12.10.2 No mandado de segurança ................................................................................................. 33 
12.11 CONTRADITÓRIO ....................................................................................................................... 33 
12.12 VIGÊNCIA .................................................................................................................................. 33 
12.13 MULTIPLICIDADE DE LIMINARES COM O MESMO OBJETO ........................................................... 34 
12.14 LIMINARES POSTERIORES .......................................................................................................... 34 
13 JURISPRUDÊNCIA SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA ........................................................................ 34 
14 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ...................................................................................... 44 
15 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .................................................................................................................. 44 
 
 
4 
ATUALIZADO EM 02/07/20191 
MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 12.016/20092 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A Lei 12.016/2009 teve a principal função de unificar o sistema do mandado de segurança, isso porque 
as regras que disciplinavam esse remédio constitucional estavam esparsas pela legislação. Nela, o legislador 
tratou do mandado de segurança individual e, pela primeira vez, regulamentou o mandado de segurança 
coletivo. Em síntese, a lei consolida o entendimento da jurisprudência, principalmente das súmulas. 
 
1.1 NATUREZA JURÍDICA 
 
É um instituto híbrido, que circunda diversos ramos do direito. A doutrina classifica o MS como uma 
ação civil com procedimento sumarizado, além de ser um remédio constitucional. A natureza de ação civil não 
se desnatura em hipótese alguma, ainda que seja impetrado no curso de uma ação penal ou eleitoral, por 
exemplo. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O mandado de segurança não é o instrumento processual 
adequado para o controle abstrato de constitucionalidade de leis e atos normativos. STF. 2ª Turma. RMS 
32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
1.2 PROCEDIMENTO SUMARIZADO 
 
Tem relação com o direito líquido e certo. A doutrina e a jurisprudência já debateram bastante sobre o 
tema, destacando que direito é líquido e certo por natureza (redundância). Se é direito, é líquido e certo. Assim, 
há uma grande discussão sobre o que seria direito líquido e certo. 
 
#DEOLHONASÚMULA #STF 
STF - Súmula nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
2
 Vale ressaltar que o Mandado de Segurança no âmbito criminal está na FUC 16 do material de processo penal. 
5 
 
#ATENÇÃO: Aparentemente, a súmula apresenta uma contradição, mas na verdade não. Na verdade, “direito” 
está mal enquadrado, pois o MS é utilizado para fatos líquidos e certos. A análise não é quanto ao direito 
debatido, mas como que se pretende provar aquilo que discute-se, eis que o MS é uma ação que não comporta 
dilação probatória. 
 
 Os fatos devem ser provados de plano, pois o MS é uma ação feita de provas pré-constituídas, 
exclusivamente documental. 
 
 Não se admite prova oral ou pericial de espécie alguma. É uma ação totalmente documental. Só 
é líquido e certo aquilo que pode ser provado de plano, via documentos. 
 
 A discussão não é sobre o direito (isso é mérito), mas a forma com que se pretende provar. 
 
Alguns autores falam que o MS é um típico caso de “concurso de ações”, tendo a via do MS e a via da 
ação comum. Se não for direito líquido e certo, a ação seguirá a via comum. Exemplo: Pessoa impetra MS 
porque ficou reprovado no teste psicotécnico de concurso público, entretanto a lei do cargo não previa tal teste. 
Nesse caso, analisa-se apenas se a lei prevê ou não esse teste; não prevendo, há direito líquido e certo, cabendo 
MS. Porém, se a lei e o edital previam o psicotécnico, e o impetrante ficou reprovado com base em laudo 
técnico, ainda que se fale em mérito da administração, discricionariedade dessa, será necessário discutir provas, 
realizar uma perícia. Assim, não será cabível MS, devendo o candidato optar pela via comum, podendo, 
inclusive, requerer uma tutela antecipada. 
 
Impetração simultânea de MS e ajuizamento de ação comum: o STJ entende que “há litispendência” 
entre MS e ação comum, sendo possível, inclusive, que haja partes diferentes nessas ações. 
 
É possível dilação probatória em MS? Em regra, não, mas há uma exceção prevista no art. 6º, §1º da 
lei do MS, mas é uma dilação probatória meramente documental, nunca com prova pericial ou testemunhal. 
 
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada 
em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da 
autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento 
público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, 
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o 
6 
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à 
segunda via da petição. 
 
A lei permitiu que se impetre MS com documentos que a parte tiver para que haja uma futura 
exibição incidental de documentos, sendo a autoridade coatora ou terceiro que detenha o documento 
intimados por ofício para que o exiba, o que é uma clara dilação probatória, ainda que restrita às provas 
documentais. 
 
2 LEGITIMIDADE ATIVA 
 
A lei substituiu a palavra “alguém” para “pessoa física ou jurídica”. Assim, tanto a pessoa física quanto 
pessoa jurídica podem impetrar MS, mas a discussão é se os entes despersonalizados têm essa legitimidade. A 
doutrina e jurisprudência entendem que sim, sendo a legitimidade do MS a mais ampla possível, bastando, 
inclusive, que seja pessoa, sem exigir a condição de cidadão quando esta for pessoa física, todos em 
legitimidade ordinária. 
 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça. 
 
 Já no art. 3º da lei há o único caso de legitimidade extraordinária, substituição processual, no mandado 
de segurança individual: 
 
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá 
impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) 
dias, quando notificado judicialmente. 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 
desta Lei, contado da notificação. 
 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, 
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
Legitimidade extraordinária subsidiária/eventual: De acordo com o art. 3º, o titular do direito 
originário fica inerte e, a partir disso, surge a legitimidade do titular do direito decorrente. 
 
7 
É necessário notificar judicialmente o titular do direito originário para que este se movimente. A partir 
da inércia do titular do direito originário, surge tal legitimidade extraordinária subsidiária/eventual. 
 
#POSIÇÃODADOUTRINA: A doutrina também admite a notificação extrajudicial, até pela demora do trâmite da 
notificação judicial. Entretanto, em prova objetiva marcar como correta quando falar em judicial. 
 
#EXEMPLO 
Contrato de locação. O locador repassa ao locatário o pagamento de todos os tributos, porém, se o Município 
aumentar o IPTU em 100%, o locatário terá legitimidade para impetrar um MS se o locador permanecer inerte 
após notificação judicial com prazo de 30 dias para impetração de MS. Com o transcurso do prazo e inércia do 
locador, surge a legitimidade extraordinária subsidiária do locatário. 
 
*#ATENÇÃO: esse exemplo do contrato de locação será mantido no material apenas a título de compreensão do 
conteúdo, pois na prática, NÃO OCORRE MAIS, em razão da súmula 614 do STJ, que reconheceu a ilegitimidade 
ativa do locatário para discutir a relação jurídico-tributária perante o Fisco. Conforme explicado pelo professor 
Márcio, do Dizer o Direito, não se pode invocar contra o ente público o contrato firmado entre locador e 
locatário, sendo o proprietário do imóvel o sujeito passivo da obrigação tributária. 
 
#DEOLHONAJURIS: Súmula 614-STJ: O LOCATÁRIO NÃO POSSUI LEGITIMIDADE ATIVA para discutir a relação 
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. 
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. 
 
A contagem do prazo para impetração do MS é igual para o legitimado ordinário e extraordinário. 
Porém, do prazo deste é descontado o tempo de 30 dias que o legitimado ordinário tinha para agir e impetrar o 
MS. Assim, o prazo do legitimado extraordinário será de 90 dias. 
 
O legitimado ordinário poderá impetrar após os 30 dias da notificação do extraordinário, em virtude do 
exercício do direito de ação previsto na Constituição, havendo conexão entre os dois MS. 
 
O legitimado extraordinário, sendo urgente, pode impetrar antes do decurso do prazo de 30 dias, pois 
os legitimados são cotitulares do mesmo direito. A doutrina fala, inclusive, que nesse caso o legitimado 
ordinário poderia ingressar como assistente litisconsorcial, porém, o STJ e STF não admitem intervençãode 
terceiro em MS. 
 
#CUIDADO #SELIGANANOVIDADE #NCPC: É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de 
mandado de segurança? NÃO era possível. Não era cabível a intervenção de amicus curiae em mandado de 
8 
segurança. No processo de mandado de segurança não era admitida a intervenção de terceiros nem mesmo no 
caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do amicus curiae, isso poderia comprometer a 
celeridade do mandado de segurança. No entanto, com o Novo CPC: a doutrina defende que, com o novo CPC, 
é possível a intervenção de amicus curiae em processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do 
Fórum Permanente de Processualistas Civis). STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
19/8/2014 (Info 755). 
 
O grande problema reside caso o legitimado extraordinário sucumba no seu MS. Questiona-se se a coisa 
julgada que se formou perante o legitimado extraordinário produz efeitos perante o legitimado ordinário: 
 
1ª corrente (minoritário): não atingiria o ordinário, pelo limite subjetivo da coisa julgada (art. 506 do 
NCPC). 
 
2ª corrente (majoritária): entende que a coisa julgada formada perante o legitimado extraordinário 
atingirá o legitimado ordinário. Raciocínio contrário tornaria inútil o instituto da legitimidade extraordinária. 
 
3 LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
O legislador não diz de quem é a legitimidade passiva. Basicamente, a polêmica é se essa legitimidade é 
da pessoa jurídica ou da autoridade coatora ou, como alguns autores preferem, um litisconsórcio entre as duas. 
Esse tema não é pacífico na jurisprudência, mas há uma tendência que a legitimidade passiva seja da autoridade 
coautora. 
 
O TJ/RJ possui súmula que determina que o MS deva ser impetrada contra a pessoa jurídica, porém a 
primeira situação é o caso clássico. 
 
Na prática, por vezes, o impetrante costuma colocar a pessoa jurídica e a autoridade coatora no polo 
passivo, embora, na verdade, a autoridade seja um “desdobramento” da pessoa jurídica, mesma pessoa, 
embora isso seja uma ficção jurídica. 
 
#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: 
Nessa lógica, o STJ, para evitar maiores problemas, criou a Teoria da Encampação (não relacionada com a do 
direito administrativo), um verdadeiro princípio da instrumentalidade, mas sem previsão legal, tendo como 
requisitos: 
(i) Indicação equivocada da autoridade coatora; 
(ii) Que a autoridade indicada equivocadamente seja hierarquicamente superior à autoridade correta; 
(iii) * Autoridade indicada justifica o ato impugnado praticado por seu subordinado; 
9 
(iv) Não pode gerar deslocamento de competência (requisito negativo). 
 
*#NOVIDADE #SÚMULA #STJ: Súmula 628 - A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança 
quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a 
autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito 
do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na 
Constituição Federal. 
 
Assim, para que seja aplicada a Teoria da Encampação, a autoridade coatora deve ter sido indicada de 
modo equivocado, mas esta é hierarquicamente superior à autoridade correta e quando aquela se manifesta no 
MS acaba justificando o ato do seu subordinado, desde que seja mantida a competência que, de fato, deveria 
ser observada. 
 
 Ademais, a legitimidade passiva do MS é a mais ampla possível. Até mesmo os atos praticados por 
representantes de pessoas jurídicas de direito privado, em cujo capital social nenhuma participação possui o 
poder público, podem ser atacados por MS se no exercício de funções públicas. Assim, em tese, revela-se 
admissível o uso da ação mandamental se o particular atuar sob delegação do poder público. 
 
#ATENÇÃO¹: O simples fato da atividade ser autorizada (ex.: consórcio) não gera MS. 
#ATENÇÃO²: Representantes ou órgãos de partidos políticos podem ser sujeitos passivos em MS. 
 
4 FALTA DE INTERESSE DE AGIR 
 
As hipóteses de falta de interesse de agir estão no art. 5º em que se apontam o não cabimento do MS. 
 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
 
 Representa falta de interesse de agir. 
 
 Nesse caso, o recurso administrativo já pode suspender o efeito da decisão, desde que não 
tenha a necessidade de caução. 
 
 Se houver recurso com efeito suspensivo, mas com caução, ou recurso sem efeito suspensivo, 
cabe MS. 
 
10 
#IMPORTANTE! Pela inafastabilidade da tutela jurisdicional, é possível a impetração do MS nessa hipótese 
desde que se abra mão do recurso administrativo com efeito suspensivo sem caução. O que não pode é optar 
pelos dois ao mesmo tempo. 
 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
 
 A lei trouxe uma hipótese distinta do que diz a Súmula 267 do STF, segundo a qual não cabe MS 
se a decisão desafia recurso. 
 
 Hoje o entendimento seria então que cabe MS mesmo se a decisão aceita recurso, desde que 
este não tenha efeito suspensivo. Porém, a súmula ainda é aplicada na jurisprudência, ou seja, só cabe 
MS se não couber recurso, pois o MS é subsidiário ao sistema recursal. 
 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
 Nesse caso cabe rescisória e não MS, porém a doutrina começou a discutir se seria cabível nos 
procedimentos em que não se admite rescisória como ocorre, por exemplo, no JEC. Nesse caso, entende 
Daniel Assumpção que caberia querela nullitatis. A doutrina majoritária entende, porém, que, por não 
caber rescisória, caberia MS. 
 
 Ainda não há posição pacífica no STJ, ainda que um Ministro já tenha se manifestado em posição 
isolada de que, por não caber rescisória, caberia MS. 
 
5 ATO ADMINISTRATIVO E ATO DE GESTÃO 
 
É preciso distinguir o ato administrativo do ato de gestão, pois contra este não cabe MS, mas quando há 
um ato administrativo propriamente dito, como decisão em uma licitação, caberá MS. 
 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça. 
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
 
11 
6 OBJETO DE IMPETRAÇÃO 
 
6.1 ATOS NORMATIVOS 
 
Os atos normativos concretos produzem efeitos diretos no campo da vida, podendo sua edição gerar 
lesão ao jurisdicionado, podendo ser utilizado o MS. Os atos normativos abstratos não podem ser impugnados 
via MS. 
 
6.2 ATO INTERNA CORPORIS 
 
Considerando o princípio da autonomia e da independência dos Poderes Federativos, o ato interna 
corporis não pode ser apreciado pelo Judiciário. Assim sendo, o MS não pode ataca-lo. 
 
6.3 ATO JUDICIAL 
 
Para conhecimento da impetração, exige-se a cumulação de três requisitos: 
 
 Inexistência de instrumento recursal idôneo; 
 
 Não formação da coisa julgada; 
 
 Teratologia na decisão atacada ou manifestamente ilegal. 
 
#SELIGANASÚMULA #STJ: Súmula 202 STJ – A impetração de mandado de segurança por terceiro, contra ato 
judicial, não se condiciona a interposição de recurso. 
 
6.4 ATO ADMINISTRATIVO 
 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 429 STF: a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede 
o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade. 
 
12 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O mandado de segurança não é a via adequada para aferir critérios utilizados 
pelo TCU e que culminaram por condenar solidariamente a empresaimpetrante à devolução de valores ao 
erário, em razão de superfaturamento de preços constatado em aditamentos contratuais por ela celebrados 
com a Administração Pública. Isso porque para a análise do pedido seria necessária a análise pericial e 
verificação de preços, dados e tabelas, o que é incompatível com o rito do mandado de segurança. STF. 1ª 
Turma. MS 29599/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º/3/2016 (Info 816). 
 
*#ATENÇÃO: Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o fornecimento de leite 
especial necessário à sobrevivência de menor ao fundamento de que o produto serve para lactentes e o 
impetrante perdeu essa qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia. Como se trata 
de direito fundamental da pessoa e dever do Poder Público garantir a saúde e a vida, não há que se falar que o 
pleito se tornou infrutífero pelo simples fato de a solução da demanda ter demorado. A necessidade ou não do 
fornecimento de leite especial para a criança deverá ser apurada em fase de execução. Se ficar realmente 
comprovada a impossibilidade de se acolher o pedido principal, em virtude da longa discussão judicial acerca do 
tema, nada impede que a parte requeira a conversão em perdas e danos. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 26.647-
RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, , julgado em 2/2/2017 (Info 601). 
 
7 PRAZO DECADENCIAL 
 
É de 120 dias contados da ciência do ato impugnado. 
 
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA: 
 
Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois que já havia se 
passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro Relator deveria ter 
extinguido o mandado de segurança sem resolução do mérito pela decadência. Ocorre que o Ministro não se 
atentou para esse fato e concedeu a liminar pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado 
de segurança. O que fez o Colegiado? Extinguiu o MS sem resolução do mérito em virtude da decadência? NÃO. 
A 1ª Turma do STF reconheceu que o MS foi impetrado fora do prazo, no entanto, como foi concedida liminar e 
esta perdurou por mais de 12 anos, os Ministros entenderam que deveria ser apreciado o mérito da ação, em 
nome da segurança jurídica. STF. 2ª Turma. MS 25097/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/3/2017 (Info 
859). 
 
Se no curso de um processo administrativo federal é praticado ato contrário aos interesses da parte, o prazo de 
120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia quando a parte for intimada diretamente, 
na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. O termo inicial para a formalização de mandado de segurança 
13 
pressupõe a ciência do impetrante, nos termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato impugnado 
surgir no âmbito de processo administrativo do qual seja parte. Ex: o Ministro da Justiça negou o pedido de 
anistia política formulado por João; esta decisão foi publicada no Diário Oficial; o prazo para o MS não se iniciou 
nesta data; isso porque, como há um processo administrativo, seria necessária a intimação do interessado, na 
forma do art. 26, § 3º da Lei nº 9.784/99; somente a partir daí se inicia o prazo decadencial do MS. STF. 1ª 
Turma. RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884) 
 
 Nas relações jurídicas de trato sucessivo, ressalvadas as hipóteses em que é negado o próprio direito de 
fundo, o prazo decadencial para impetração se renova cada vez em que se verifica lesão ao patrimônio do 
impetrante. 
 
#SELIGANASÚMULA #VAICAIR #NÃOSABOTESÚMULAS: 
 Súmula 430 STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o 
mandado de segurança. 
 Súmula 632 STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de 
segurança. 
 Súmula 304 STF: Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o 
impetrante, não impede o uso da ação própria. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #PEGADINHADEPROVA: 
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de 
proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão 
de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. 
Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. Ato que SUPRIME 
vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). 
 
• Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a 
mês).STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 
(Info 578). 
 
• O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato único ou prestação de trato sucessivo? Para o STJ, é 
preciso fazer a seguinte distinção: 
 
• Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). 
 
• Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). 
14 
STJ. 2ª Turma. RMS 34.363-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012 (Info 513) 
 
#SELIGANATABELA #VOCÊVAILEMBRARNAPROVA 
ATO QUE SUPRIME VANTAGEM ATO QUE REDUZ VANTAGEM 
Ato único. Prestação de trato sucessivo. 
O prazo para o MS é contado da data em que o 
prejudicado toma ciência do ato. 
O prazo para o MS renova-se mês a mês 
(periodicamente). 
O ato administrativo que suprime vantagem de 
servidor é ato único e de efeitos permanentes, 
iniciando-se o prazo decadencial para MS no dia em 
que ele tem ciência da supressão. 
A redução de vencimentos sofrida por servidores 
denota prestação de trato sucessivo, em que o prazo 
decadencial renova-se mês a mês. 
(...) 2. A Terceira Seção deste Superior Tribunal de 
Justiça firmou entendimento no sentido de que a 
supressão de vantagem pecuniária devida a servidor 
público caracteriza-se como ato comissivo, único e de 
efeitos permanentes, não havendo, pois, que se falar 
em prestações de trato sucessivo. 
(AgRg no Ag 909.400/PA, Rel. Min. Maria Thereza de 
Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 15/04/2010) 
(...) Esta Corte vem definindo que quando houver 
redução, e não supressão do valor de vantagem, fica 
configurada a prestação de trato sucessivo, que se 
renova mês a mês, pois não equivale à negação do 
próprio fundo de direito, não havendo que se falar, 
portanto, em decadência do mandado de segurança. 
(...) 
(AgRg no REsp 1110192/CE, Rel. Min. Celso Limongi 
(Des. Conv. do TJ/SP), Sexta Turma, julgado em 
04/05/2010) 
 
Ato que SUPRIME vantagem Ato que REDUZ vantagem 
Ato que reajusta benefício em 
valor inferior ao devido 
Ato único. Prestação de trato sucessivo. Prestação de trato sucessivo. 
O prazo para o MS é contado da 
data em que o prejudicado toma 
ciência do ato. 
O prazo para o MS renova-se mês a 
mês (periodicamente). 
O prazo para o MS renova-se mês a 
mês (periodicamente). 
 
8 PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
O MP deve ser intimado para, no prazo improrrogável de 10 dias, oferecer opinativo, sob pena de 
nulidade (lei). 
 
STF: A ausência de manifestação do MP não é causa de nulidade, desde que haja sido validamente 
intimado a se manifestar. 
15 
 
STJ: Súmula 99 diz que “o Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que 
atuou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte”. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Em regra, é indispensável a intimação do Ministério Público para 
opinar nos processos de mandado de segurança, conforme previsto no art. 12 da Lei nº 12.016/2009. No 
entanto, a oitiva do Ministério Público é desnecessária quando se tratar de controvérsia acerca da qual o 
tribunal já tenha firmado jurisprudência. Assim, não há qualquer vício na ausência de remessa dos autos ao 
Parquet que enseje nulidade processual se já houver posicionamentosólido do Tribunal. Nesses casos, é 
legítima a apreciação de pronto pelo relator. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ 
o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
 
9 COMPETÊNCIA 
 
Será aferida com base na qualidade da autoridade pública ou da delegação titularizada pelo particular. 
Do ponto de vista territorial, será o local onde a autoridade coatora exerce suas funções, competência esta de 
índole absoluta. 
 
Quando houver mais de uma autoridade coatora, serão demandados no foro de qualquer uma delas, na 
escolha do impetrante. 
 
Caso uma das autoridades tenha maior hierarquia com privilegio de foro, este determinara a 
competência. 
 
#SELIGANASÚMULA: 
 Súmula 41 STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar, 
originariamente, mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos Respectivos órgãos (compete ao 
próprio TJ ou TRF). 
 
 Súmula 376 STJ: Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de 
juizado especial. 
 
 Súmula 330 STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de 
segurança contra atos dos tribunais de Justiça dos Estados. 
 
16 
 Súmula 624 STF: Não compete ao supremo tribunal federal conhecer originariamente de mandado de 
segurança contra atos de outros tribunais. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: (...) A competência para julgamento de mandado de segurança é estabelecida 
em razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como coatora. Precedentes do STJ. 3. É 
pacífico o entendimento desta Corte de que compete à Justiça Federal julgar mandado de segurança no qual se 
impugna ato de dirigente de sociedade de economia mista federal, como é o caso da PETROBRÁS. Precedentes: 
AgRg no REsp 921.429/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/4/2010 e AgRg no CC 
106.692/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, DJe 1º/10/2009. 
 
10 PROCEDIMENTO 
 
Processo de conhecimento: É possível a aplicação do 332 do NCPC (improcedência liminar do 
pedido). Quanto à concessão da liminar, nossa jurisprudência tem aceitado, cumulativa e simultaneamente, a 
utilização do agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo e do pedido de suspensão dos efeitos da 
segurança à Presidência do Tribunal competente. 
 
#IMPORTANTE: A autoridade coatora presta informações e a pessoa jurídica contesta. A autoridade coatora 
não precisa de advogado para assinar as informações. 
 
 Quanto o MS impugnar ato que tenha produzido efeitos jurídicos diretos em relação a terceiros, devera 
o impetrante, sob pena de extinção do processo sem exame de mérito, requerer a citação de todos os 
litisconsortes passivos necessários. 
 
Sentença e recurso: A sentença tem a peculiaridade de não admitir a condenação do vencido ao 
pagamento de honorários advocatícios. Outrossim, concedida a segurança, porque vencida a Administração 
Pública, a sentença mandamental encontra-se sujeita ao reexame obrigatório, com exceção das hipóteses dos 
§§3º e 4º do 496 do NCPC, quais sejam: 
 
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de 
valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e 
fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as 
respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 
100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito 
público. 
 
17 
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal 
superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada 
no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula 
administrativa. 
 
 Em relação ao recurso voluntário, a sentença proferida em sede de mandado de segurança desafia 
apelação, em linha de princípio, desprovida de efeito suspensivo. No mais, podem ser utilizados todos os demais 
recursos previstos no NCPC, exceto os embargos infringentes, por expressa vedação legal. 
 
 Caso o MS seja de competência originária de Tribunal: 
 
 Concedida segurança: RE ou RESP; 
 
 Denegada segurança ou extinto sem mérito: ROC. 
 
 Em se tratando de erro grosseiro, o STF não tem aplicado o princípio da fungibilidade recursal às 
hipóteses em que se interpõe RE ou RESP ao invés de ROC. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Não é cabível a interposição de recurso ordinário contra decisão monocrática do 
relator no Tribunal que denegou o MS. O recurso ordinário constitucional, na hipótese do art. 105, II, b, da CF, 
dirige-se contra os mandados de segurança decididos em única instância pelos TRFs ou pelos TJs, quando 
denegatória a decisão. Decisão de "tribunal" não é a monocrática exarada por um dos desembargadores, mas 
sim acórdão de um de seus órgãos fracionários. Logo, se o mandado de segurança foi denegado por um 
Desembargador em decisão monocrática, faz-se necessária, antes da interposição do recurso ordinário, a prévia 
propositura de agravo regimental, sob pena de ofensa ao princípio da colegialidade. STJ. 3ª Turma. AgRg na MC 
19.774-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 2/10/2012. 
 
#DEOLHONATABELA 
ROC a ser julgado pelo STJ ROC a ser julgado pelo STF 
I - Caberá ROC para o STJ se qualquer TRF ou 
TJ denegar (ou seja, julgar contra o autor de): 
·Habeas corpus 
·Mandado de segurança 
I - Caberá ROC para o STF se qualquer Tribunal 
Superior denegar (ou seja, julgar contra o autor de): 
·Habeas corpus 
·Mandado de segurança 
·Mandado de injunção 
·Habeas data 
18 
II - Caberá ROC para o STJ se qualquer juiz 
federal julgar uma causa que envolva: 
·Estado estrangeiro X Município brasileiro 
·Estado estrangeiro X pessoa residente ou domiciliada 
no país 
·Organismo internacional X Município brasileiro 
·Organismo internacional X pessoa residente ou 
domiciliada no país 
 
Exemplos de organismo internacional: ONU, Unesco, 
Cruz Vermelha. 
 
Obs: as causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou 
residente no País são julgadas pelo juiz federal (art. 
109, II, CF). Neste caso, o recurso contra a decisão do 
juiz federal nessas causas é o ROC, interposto 
diretamente no STJ (a questão não passará pelo TRF). 
II - Caberá ROC para o STF em caso de qualquer juiz 
federal julgar crime político. 
 
Os crimes políticos são julgados por juiz federal (art. 
109, IV, CF). Neste caso, o recurso contra a decisão do 
juiz federal é o ROC, interposto diretamente no STF (a 
questão não passará pelo TRF). 
 
 
 
#SELIGANASÚMULA: Súmula 272 STF: Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão 
denegatória de mandado de segurança. 
 
Execução: a sentença mandamental somente produz efeitos pecuniários relativos ao período 
posterior à impetração. 
 
#SELIGANASÚMULA: 
 Súmula 269 STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
 
 Súmula 271 STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a 
período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. 
 
 
STJ POLEMIZANDO: Em mandado de segurança impetrado contra redução do valor de vantagem integrante de 
proventos ou de remuneração de servidor público, os efeitos financeiros da concessão da ordem retroagem à 
data do ato impugnado. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes MaiaFilho, julgado em 16/12/2015 (Info 
578). 
 
Observação: Deve-se ter muito cuidado com este entendimento. Isso porque, apesar de ele ter sido proferido 
pela Corte Especial do STJ, ele é contrário às Súmulas 269 e 271 do STF e ao art. 14, § 4º da Lei do MS: 
19 
 
Súmula 269-STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
 
Súmula 271-STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período 
pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. 
 
Art. 14 (...) § 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de 
mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal 
somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. 
 
Em outras palavras, não seria necessário ajuizar nova ação cobrando estes valores porque eles já 
estariam abarcados pela decisão concessiva do MS. 
 
Segundo decidiu o STJ, a exigência de nova ação contida nas súmulas 269 e 271 não apresenta nenhuma 
utilidade prática e atenta contra os princípios da justiça, da efetividade processual, da celeridade e da razoável 
duração do processo. 
 
Ademais, essa imposição estimula demandas desnecessárias e que movimentam a máquina judiciária, 
de modo a consumir tempo e recursos de forma completamente inútil, e enseja inclusive a fixação de 
honorários sucumbenciais, em ação que já se sabe destinada à procedência. 
 
Desistência da ação: apresentada a desistência, deve ser ela homologada independentemente 
da existência de consentimento da parte demandada. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido prolatada sentença de mérito? Em regra, SIM. 
Existem julgados do STF e STJ admitindo (STF. RE 669367/RJ, Min. Rosa Weber, julgado em 02/05/2013; STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013. Info 533). O entendimento acima 
parecia consolidado. Ocorre que, em um caso concreto noticiado no Informativo 781, o STF afirmou que não é 
cabível a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses em que se discute a exigibilidade de concurso 
público para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida decisão de 
mérito, objeto de sucessivos recursos. No caso concreto, o pedido de desistência do MS foi formulado após o 
impetrante ter interposto vários recursos sucessivos (embargos de declaração e agravos regimentais), todos eles 
julgados improvidos. Dessa forma, o Ministro Relator entendeu que tudo levaria a crer que o objetivo do 
impetrante ao desistir seria o de evitar o fim da discussão com a constituição de coisa julgada. Com isso, ele 
poderia propor uma ação ordinária em 1ª instância e, assim, perpetuar a controvérsia, ganhando tempo antes 
do desfecho definitivo contrário. Assim, com base nessas peculiaridades, a 2ª Turma do STF indeferiu o pedido 
20 
de desistência. STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF, MS 29129 ED-ED-AgR/DF, MS 29189 ED-ED-AgR/DF, MS 
29128 ED-ED-AgR/DF, MS 29130 ED-ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-AgR/DF, MS 29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 
ED-ED-AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 14/4/2015 (Info 781). 
 
11 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC) 
 
Aplica-se ao MSC, mesmo com a nova lei, o microssistema de processo coletivo, conjugando-se a LACP, 
CDC e demais diplomas. O MSC nada mais é do que a possibilidade de impetrar-se o MS tradicional por meio da 
tutela jurisdicional coletiva. 
 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
 
A novidade está no reconhecimento da legitimação ativa, em mandados de segurança coletiva, aos: 
 
 Partidos políticos com representação no congresso nacional; 
 
 Entidades de classe, sindicatos ou associações, estas últimas, desde que constituídas há pelo 
menos um ano na forma da legislação. A entidade deverá comprovar documentalmente que já está 
constituída há mais de um ano no momento da propositura da ação. 
 
 Também é vedado o MSC contra lei em tese. Na verdade, todos os atos que se excluem do MS individual 
também se excluem do MSC. 
 
 Quanto é impetrado originariamente no STJ, este se revela órgão de jurisdição nacional, não se 
aplicando as limitações constitucionais do “limite da competência territorial do órgão prolator”. 
 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no 
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, 
dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
21 
A lei reduz a legitimação dos partidos políticos expressamente “na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária”. Assim, cria limitação subjetiva, relativa aos integrantes 
do partido político, e objetiva, relativa à finalidade partidária. 
 
Somente os partidos políticos com representação no congresso nacional estão legitimados a propor o 
MSC. 
 
Na legitimação das entidades de classe e sindicatos não em sendo exigida a constituição há pelo menos 
um ano. Esta exigência vale apenas para as associações. 
 
Quanto aos sindicatos, diz o STF que basta a prova da existência jurídica do sindicato, não carecendo de 
outros registros. 
 
Quanto às associações, a norma deixa clara a exigência de constituição ânua, há pelo menos um ano, 
com a finalidade de evitar a lide temerária e a constituição de associações apenas para ajuizar MSC. Exige-se a 
pertinência temática ou nexo de finalidade pela nova lei. 
 
O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social 
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. 
 
A legitimidade conferida às associações não se aplica quando os substituídos processuais são pessoas 
jurídicas de direito público. 
 
Mesmo havendo resistência na doutrina, o STJ vem admitindo legitimidade do MP para impetrar MSC. O 
CESPE, nos moldes do STJ, considera que o MP pode propor MSC. 
 
#SELIGANASÚMULA #VAICAIR #NÃOSABOTESÚMULAS 
Súmula 629 STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor de seus 
associados independe da autorização destes. 
 
Súmula 630 STF: a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão 
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. 
 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja 
titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
 
22 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da 
atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do 
grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
 
Extensão subjetiva da coisa julgada (coisa julgada secundum eventum litis). 
 
Cognição plena e exauriente secundum eventum probationis, ouseja, havendo prova documental 
suficiente incidirá a coisa julgada pro et contra. 
 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da 
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de 
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
 
Não se reconhece a coisa julgada e a ausência de interesse de agir quando propostas ação de cobrança 
sobre a mesma matéria em que já fora ajuizada MSC. Os pedidos são diversos e não falta interesse de agir por 
ser a ação de cobrança vedada através do MS. 
 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante 
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
 
STF diz que nos MSC não se aplica as restrições das Leis 9494/97 e MP 2180/35. 
 
#RESUMO #TUDOJUNTOEMISTURADO #VOCÊPRECISASABER #MEMÓRIADEFINITIVA #LINKSMENTAIS: 
- CONCEITO: O MS é uma ação destinada a proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” 
ou por “habeas data”, sempre que a ilegalidade ou o abuso de poder for praticado por autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuição pública. Atualmente, é regido pela Lei n.º 12.016/09. 
 
- SUJEITO ATIVO: A) Pessoas físicas ou jurídicas (nacionais ou estrangeiras); B) Órgãos públicos 
despersonalizados (dotados de capacidade processual); C) Agentes políticos e; D) Universalidades reconhecidas 
por lei (espólio, condomínio, massa falida). 
 
- SUJEITO PASSIVO: Autoridade coatora que praticou o ato impugnado ou da qual emane a ordem para sua 
prática. Equiparam-se às autoridades, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de 
23 
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de 
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
 
- MS CONTRA ATOS ADMINISTRATIVOS COMPLEXOS: Atos complexos são aqueles que conjugam a vontade de 
dois ou mais órgãos/agentes distintos. Neste caso, deve-se incluir como litisconsórcio passivo necessário todos 
que contribuíram para a prática do ato. 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA: O STF já decidiu que o Presidente da República é parte legítima para figurar como 
autoridade coatora em MS (MS 24575 DF). 
 
- NÃO CABE MS QUANDO SE TRATAR: 
A) De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
B) De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (Súmula 267 - STF); 
C) De decisão judicial transitada em julgado (Súmula 268 - STF); 
D) De ato “interna corporis” do Poder Legislativo; 
E) De “lei em tese” (Súmula 266 - STF). 
 
- DIREITO LÍQUIDO E CERTO: É aquele manifesto em sua existência, comprovado de plano, razão pela qual não 
se admite dilação probatória. Ademais, controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança (Súmula 625 - STF). 
 
- CLASSIFICAÇÕES: 
A) QUANTO AO TEMPO: 
I) PREVENTIVO: busca prevenir ameaça a direito líquido e certo; 
II) REPRESSIVO: busca corrigir a ilegalidade ou o abuso já ocorrido; 
 
B) QUANTO AO INTERESSE: 
I) INDIVIDUAL: tutela direito individual; 
II) COLETIVO: tutela direito de uma coletividade. 
 
- PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO: O prazo é de 120 dias contados a partir da ciência do ato impugnado. Este prazo 
é decadencial, não podendo ser interrompido ou suspenso. 
 
- VEDAÇÃO À LIMINAR: Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a: 
A) Compensação de créditos tributários; 
B) Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; 
C) Reclassificação ou equiparação de servidores públicos; e 
D) Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
24 
 
- DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: A sentença concessiva de segurança está obrigatoriamente sujeita ao duplo 
grau de jurisdição. 
 
- SERVIDOR PÚBLICO: O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença 
concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual 
e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do 
ajuizamento da inicial. As verbas pretéritas devem ser reivindicadas em ação própria de cobrança (Súmulas 269 
e 271 - STF). 
 
- COMPETÊNCIA: A competência para processar e julgar o MS varia de acordo com a autoridade coatora. 
Autoridade federal, Justiça Federal. Autoridade municipal ou estadual, Justiça Estadual. 
A) PREFEITOS: Atenção! Quando o prefeito for a autoridade coatora, o juízo competente será o de primeira 
instância. O foro privilegiado perante o TJ refere-se apenas às causas de natureza penal. 
B) AUTORIDADES ESTADUAIS: Deve-se observa a Constituição Estadual para se verificar o foro competente. 
C) AUTORIDADES FEDERAIS: Deve-se observar o disposto nos arts. 102, I, d; 105, I, b; 108, I, c; 109, VIII, 
vejamos: 
C.1) STF: MS contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
do TCU, do PGR e do próprio STF; 
C.2) STJ: MS contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou 
do próprio Tribunal; 
C.3) TRF: MS contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
C.4) Juízes federais: MS contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais 
federais; 
 
LEGITIMADOS: 
A) PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus filiados ou à finalidade partidária (questões políticas); 
B) ORGANIZAÇÃO SINDICAL legalmente constituída e atuando na defesa dos interesses de seus membros. No 
RE 198.919 DF, o STF decidiu que a exigência de 1 ano de constituição diz respeito somente às associações, e 
não aos sindicatos; 
C) ENTIDADE DE CLASSE ou ASSOCIAÇÃO legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) 
ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na 
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial (Súmulas 629 e 630 - STF). 
 
DIREITOS PROTEGIDOS: 
25 
A) coletivos, assim entendidos os direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou 
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
B) individuais homogêneos, assim entendidos os direitos decorrentes de origem comum e da atividade ou 
situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
- PECULIARIDADES: 
A) O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa 
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de 
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
B) No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante 
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
 
12 PEDIDO DE SUSPENSÃO 
 
#OLHAGANCHO #PROCURADORIAS #MP 
Trata-se de um instrumento utilizado, exclusivamente, pelos entes de Direito Público. O instituto é tratado pela 
Lei 12.016/09. 
 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e 
para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual 
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e 
da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco)dias, que será levado a 
julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo 
pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou 
extraordinário. 
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a 
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. 
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder 
público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere 
este artigo. 
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, 
a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. 
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente 
do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do 
pedido original. 
 
26 
Ordinariamente, o instituto foi criado para suspender liminares apenas no mandado de segurança (MS). 
Atualmente, a contracautela se estendeu a todas as ações perante o Poder Judiciário. 
 
12.1 CONCEITO 
 
O pedido de suspensão é um mecanismo posto à disposição do Poder Público (PJDP e MP) para 
suspender os efeitos de liminar e de sentença/acórdão (leia-se: não transitados em julgado), nas ações 
movidas em face do Poder Público ou de seus agentes, quando houver manifesto interesse público ou, em 
regra, flagrante ilegitimidade, a fim de evitar grave lesão a determinados bens jurídicos, quais sejam, a ordem, 
saúde, segurança e/ou economia pública. 
 
12.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
Lei 191/36: Único legitimado era o Poder Público (não se englobava, expressamente, o MP). Restringia-
se ao MS, durando até o julgamento do feito, e os valores protegidos eram ordem, saúde e segurança pública. 
 
CPC/39: O diploma mantém as mesmas características acima. 
 
Lei 1533/51: A redação era bastante superficial, excluindo a previsão da proteção de valores. Logo, o 
manejo do instituto era possível em todas as situações em que o Poder Público entendia cabível, desde que 
fundamentado. 
 
Lei 4348/64: O instituto foi mais difundido, pois se retornou os valores, incluindo a proteção da 
economia pública. 
 
Lei 7347/85 (ACP): O diploma mantém os requisitos acima, mas se estende ao procedimento da ACP. 
 
Lei 8437/92: Inclui o Ministério Público como legitimado. Abrange-se para todo e qualquer processo: 
MS, cautelar, antecipação de tutela. Devem-se provar o manifesto interesse público e a flagrante ilegitimidade. 
Amplia-se o contraditório (oitiva da parte + MP), prevendo o agravo interno no prazo de 05 dias. 
 
Lei 12.016/09 (MS): Redação atual acima transcrita. 
 
#DICA: Legislação pertinente: 
27 
Lei n° 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública): no artigo 12, ao tratar da concessão de liminar, o § 1° prevê o pedido 
de suspensão. 
 
Lei n° 8.437/92: ao disciplinar a concessão de medidas cautelares contra o Poder Público, o artigo 4° prevê o 
pedido de suspensão ao Tribunal respectivo. 
 
Lei n° 9.507/97 (Lei do Habeas Data): o artigo 16 prevê a suspensão da decisão concessiva da ordem de habeas 
data. 
 
Lei n° 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança): também prevê o pedido de suspensão em seu artigo 15. 
 
12.3 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO INSTITUTO 
 
12.3.1 Inconstitucionalidade 
 
Configura desequilíbrio injustificado na relação processual (não há instrumento semelhante para o 
particular), afrontando os princípios da efetividade das decisões judiciais, da celeridade e do acesso à justiça. 
 
12.3.2 Constitucionalidade 
 
Prevalece que o instituto é compatível com a CF, principalmente em face do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o particular, obedecendo ao princípio da proporcionalidade. 
 
12.4 NATUREZA JURÍDICA 
 
A suspensão de segurança não é um requerimento administrativo, não merecendo um juízo político. O 
Presidente deve ser provocado pelo Poder Público (princípio do dispositivo), havendo exercício de tutela 
jurisdicional. 
 
Além do mais, o pedido não é considerado recurso, não havendo sequer prazo para o seu manejo, 
tampouco previsão de preparo. 
 
28 
A suspensão de segurança não devolve a matéria de mérito (não há qualquer devolutividade). Analisa-
se, apenas, se a decisão causa lesão aos interesses públicos. 
 
O Presidente do Tribunal não substitui a decisão do Juiz a quo, mas apenas suspende os seus efeitos. Por 
isso, não é considerado um sucedâneo recursal. 
 
A suspensão é um incidente processual, possuindo contornos acessórios com natureza de 
contracautela, suspendendo a eficácia da decisão (retira-se a produção imediata de efeitos). 
 
12.5 CONDIÇÕES DO PEDIDO DE SUSPENSÃO 
 
12.5.1 Legitimidade 
 
Além das pessoas jurídicas de direito público - União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas 
autarquias e fundações-, também o Ministério Público tem legitimidade para apresentar o pedido de suspensão; 
pessoas jurídicas de direito privado que exercem atividades de interesse público (ex: concessionárias, empresas 
públicas, sociedade de econômica mista, Universidade particular). A jurisprudência tem admitido também o 
pedido de suspensão por concessionárias de serviço público, desde que para tutelar interesse público primário. 
 
#CUIDADO: O Poder Público não precisa ser parte. Basta lembrar que no MS o Poder Público é apenas intimado, 
não sendo parte, pois a ação é impetrada em face da autoridade coatora (aquela que, efetivamente, causou 
lesão a direito líquido e certo com abuso de poder e ilegalmente). 
 
#OUSESABER: Nos termos do art. 15 da Lei nº 12.016/2009 e do art. 4º da Lei nº 8.437/1992, o pedido de 
suspensão de liminar ou de segurança e conferido às pessoas jurídicas de direito público sempre que houver 
lesão a um dos interesses públicos relevante. Assim, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à 
economia públicas, permite-se o ajuizamento de requerimento dirigido ao presidente do respectivo tribunal, a 
fim de que seja suspensa a execução ou o cumprimento da liminar. Objetiva-se, com o pedido de suspensão, 
sobrestar o cumprimento liminar ou da ordem concedida, subtraindo os seus efeitos, com o que se desobriga a 
Fazenda Pública do cumprimento da medida. Atualmente, o pedido de suspensão cabe em todas as hipóteses 
em que se concede tutela provisória contra a Fazenda Pública ou quando a sentença produz efeitos imediatos. 
Não obstante os dispositivos legais tenham conferido tão somente às pessoas jurídicas de direito público e ao 
Ministério Público a legitimidade para manejar o pedido de suspensão, o STJ construiu entendimento de que, 
excepcionalmente, as pessoas jurídicas de direito privado terão legitimidade para formular pedido de 
29 
suspensão de decisão judicial, desde que busquem tutelar o interesse público. Então, por exemplo, uma 
concessionária de serviços públicos poderá se utilizar do pedido em questão. Senão vejamos: "(...) II - As pessoas 
jurídicas de direito privado possuem, excepcionalmente, legitimidade para formular pedido de suspensão de 
decisão ou de sentença nesta Corte Superior apenas quando buscam tutelar bens relacionados, diretamente, ao 
interesse público. Precedentes da Corte Especial. (...)" (STJ – Corte Especial, AgRg na SLS 1956 / ES, Rel. Min. 
Francisco Falcão, julgado em 04/03/2015, DJe 23/03/2015). 
 
12.5.2 Provisoriedade da decisão 
 
Decisões que concedem provimentos de urgência ou sentenças com efeitos imediatos. 
 
A decisão provisória em primeira instância deve ser impugnada por meio de apelação. Já decisão 
provisória proferida em segunda instância deve ser impugnada por meio de RE e REsp. Isso porque a decisão do 
processo principalnão pode transitar em julgado, sob pena de se perder o objeto do pedido de suspensão. 
 
12.5.3 Pressupostos de mérito 
 
Intensidade da gravidade da lesão; risco de irreparabilidade (periculum in mora); mínima de 
plausibilidade jurídica (fumus boni juris). Atenta-se que o Presidente irá fazer um juízo de cognição sumária. 
 
12.5.4 Valores analisados em sede de Pedido de Suspensão de Segurança 
 
(i) Ordem pública: Ordem administrativa em geral que reflete na normal execução do serviço público, 
regular andamento das obras públicas, bem como devido exercício das funções da administração pelas 
autoridades constituídas. 
 
Ex.: (i) instalação de órgão público, (ii) exercício provisório de Analista do Poder Judiciário em órgão de 
representação do Estado em Brasília, (iii) suspensão de concurso público, (iv) suspensão de licitação de obra da 
copa ou construção de BR. 
 
(ii) Saúde pública: comprometem o funcionamento do sistema de saúde, beneficiando individualmente 
alguém em prejuízo da coletividade. 
 
30 
Ex.: (i) determinação para tratamento/intervenção altamente oneroso e não realizado pela 
Administração, (ii) determinação para que se autorize o funcionamento de hospitais/clínicas que não atendem a 
requisitos mínimos, (iii) suspensão de licitação para compra de medicamentos/material de limpeza de hospital. 
 
(iii) Segurança pública: Ameaça ao serviço essencial de segurança, envolvendo o risco à integridade 
física ou patrimonial. 
 
Ex.: (i) reintegração de Policial Civil afastado a bem do serviço público (lavagem de dinheiro), (ii) 
impedimento de remoção de policiais militares para localidades de difícil provimento e de alta periculosidade, 
(iii) impedimento de construção de presídio. 
 
(iv) Economia pública: elevado prejuízo ao Erário e considerável diminuição do seu patrimônio, capaz de 
colocar em risco a “saúde” das finanças públicas e das reservas estatais. 
 
Ex.: (i) decisão que determine o pagamento de elevado valor sem precatório ou (ii) decisão que 
determine pagamento de elevada quantia sem previsão orçamentária, (iii) decisão que determine a correção de 
tabela de SUS a hospitais privados, (iv) decisão que determine o pagamento de remuneração acima do teto 
constitucional (efeito multiplicador). 
 
12.6 EFEITO MULTIPLICADOR 
 
Necessidade de demonstração de proliferação e possibilidade de afetar a economia pública. Em outras 
palavras: a decisão irá abrir um precedente com aumento de ações judiciais com o mesmo pedido e com a 
mesma decisão. Suspende-se a decisão para evitar o efeito multiplicador. 
 
12.7 JUÍZO COMPETENTE 
 
12.7.1 Decisão de juízo de 1º grau 
 
REGRA: Presidente do Tribunal competente para a análise de eventual recurso; 
 
Art. 109, § 3º da CF -> juiz estadual dotado de jurisdição federal (Pres. TRF) 
 
31 
Decisão de juiz estadual que afete a UNIÃO  competência do Pres. do TRF (interesse da UNIÃO, v. Súmula 150 
do STJ); 
 
EXCEÇÃO: Decisão de juízo de 2º grau (relator ou colegiado): STJ (matéria infraconstitucional) ou STF 
(matéria constitucional). 
 
#ATENÇÃO: Se a decisão estiver calcada em argumentos infraconstitucionais e constitucionais, A COMPETÊNCIA 
SERÁ DO STF. 
 
A competência pode ser resumida nos seguintes termos: 
 
 Decisão de juiz de direito estadual: pedido de suspensão ao presidente do Tribunal de Justiça 
(TJ) respectivo; 
 
 Decisão de juiz federal: pedido de suspensão ao presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) 
respectivo; 
 
 Decisão de juiz de direito estadual em exercício de jurisdição federal (CR, art. 109, § 3°): pedido 
de suspensão ao presidente do TRF; 
 
Decisão de órgão fracionário de Tribunal (monocrática ou colegiada): pedido de suspensão ao STJ ou ao 
STF. O pedido de suspensão da concessão de provimento de urgência por decisão monocrática de relator deve 
ser formulado ao STJ ou STF, e não ao presidente do próprio tribunal. 
 
12.8 AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Não é condicionante, tampouco prejudicial à suspensão de segurança. Isso porque eles são medidas 
independentes. 
 
Agravo de instrumento tem por finalidade a anulação ou reforma da decisão com a devolução do 
mérito. Alega-se error in procedendo ou error in judiciando. 
 
Suspensão de segurança se restringe à análise da suspensão de efeitos da decisão, não se atacando o 
mérito da causa. O deferimento da suspensão somente pode acarretar um prejuízo ao agravo de instrumento, 
32 
qual seja: a perda de objeto de efeito suspensivo no AI (afinal, isso já foi obtido na suspensão de segurança, não 
há mais necessidade de análise pelo Tribunal). 
 
12.9 AGRAVO INTERNO 
 
Do indeferimento da suspensão de segurança, cabe agravo interno em 05 dias. Com o julgamento do 
AI, não cabe RE ou REsp. 
 
Há divergência jurisprudência sobre a aplicação do art. 180 e art. 183 do NCPC (prazo em dobro) neste 
prazo do agravo. O STF entendia que não se aplicava, pois seria prazo específico. O STJ começou a entender que 
se aplicava. *Mas, vale salientar que, conforme art. 1.070, houve unificação dos prazos, nos seguintes termos: 
 
Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em 
regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: 
Da decisão do Presidente do Tribunal que conceder ou negar a suspensão cabe algum recurso? SIM. Caberá 
agravo interno para o Plenário ou Corte Especial do Tribunal. Nesse sentido, veja o § 3º do art. 4º da Lei nº 
8.437/92: “§ 3º Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que 
será levado a julgamento na sessão seguinte a sua interposição.” STJ. 2ª Turma. REsp 1.331.730-RS, Rel. Min. 
Herman Benjamin, julgado em 7/5/2013 (Info 523). 
 
Cabe recurso especial da decisão proferida no âmbito do pedido de suspensão? 
 
• Segundo o STJ: NÃO. Não cabe Recurso Especial de decisões proferidas no âmbito do pedido de suspensão. O 
recurso especial se destina a combater argumentos que digam respeito a exame de legalidade, ao passo que o 
pedido de suspensão ostentaria juízo político. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 126.036-RS, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, julgado em 4/12/2012. 
 
• Segundo a 1ª Turma do STF: SIM. A 1ª Turma do STF entendeu que a decisão em sede de suspensão de 
segurança não é estritamente política, possuindo conteúdo jurisdicional. Com base nisso, decidiu que é cabível, 
em tese, recurso especial contra decisões proferidas no âmbito do pedido de suspensão de segurança (RE 
798740 AgR/DF). STF. 1ª Turma. RE 798740 AgR/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Marco 
Aurélio, julgado em 1º/9/2015 (Info 797). 
 
33 
12.10 NOVO PEDIDO DE SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 
 
É plenamente possível. 
 
12.10.1 Nas ações em geral 
 
STJ STF 
Prescindível a interposição de prévio agravo interno. 
Imprescindível o prévio agravo interno. Devem-se 
esgotar as medidas. 
 
12.10.2 No mandado de segurança 
 
A própria lei traz a faculdade de interposição de agravo interno, dando a possibilidade imediata e direta 
de novo pedido de suspensão de segurança perante STJ ou STF. 
 
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo 
pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou 
extraordinário. 
 
12.11 CONTRADITÓRIO 
 
Nas ações em geral: faculdade de ouvir autor e o MP, em 72 horas. 
 
#ATENÇÃO: Em situação de extrema gravidade e urgência, não há necessidade de contraditório (§ 7º). 
 
No mandado de segurança: A lei é silente, mas a doutrina aduz que é imprescindível a observância do 
contraditório. 
 
12.12 VIGÊNCIA 
 
34 
Nas ações em geral: A vigência da decisão suspensiva de liminar proferida pelo Presidente do Tribunal 
em SL vigora até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal.(art. 4, § 9º da L. 8.437/92). 
 
No mandado de segurança: A lei silencia, mas a jurisprudência (Súmula/STF n. 626) disciplina da mesma 
maneira: “A suspensão da liminar em MS, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará 
até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua 
manutenção pelo STF, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da 
impetração”. 
 
12.13 MULTIPLICIDADE DE LIMINARES COM O MESMO OBJETO 
 
Havendo várias liminares idênticas e que atinjam os valores protegidos pelo instituto do pedido de 
suspensão, deve-se interpor um único pedido de suspensão. 
 
12.14 LIMINARES POSTERIORES 
 
Na hipótese do Presidente do Tribunal deferir a suspensão dos efeitos da decisão e, posteriormente, 
idênticas liminares concedidas em outros processos forem deferidas, poderão ser ter seus efeitos suspensos 
nos mesmos termos do pedido já feito: Para tanto, basta a identidade de casos concretos e o respectivo 
aditamento no pedido. 
 
O pedido de suspensão é instituto típico do direito processual público, ou seja, está previsto e destinado 
apenas ao ente público, e não ao litigante comum. O instituto está voltado à proteção do interesse público 
quando ameaçado por um provimento jurisdicional. Não tem por objetivo a reforma de decisão, mas tão 
somente a suspensão de sua eficácia. 
 
13 JURISPRUDÊNCIA SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: 
É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido prolatada sentença de mérito? 
 
Em regra, SIM. 
 
35 
Existem julgados do STF e STJ admitindo (STF. RE 669367/RJ, Min. Rosa Weber, julgado em 02/05/2013; STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013. Info 533). 
 
#ATENÇÃO: O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um caso concreto noticiado neste 
Informativo, o STF afirmou que não é cabível a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses em que 
se discute a exigibilidade de concurso público para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie 
já houver sido proferida decisão de mérito, objeto de sucessivos recursos. No caso concreto, o pedido de 
desistência do MS foi formulado após o impetrante ter interposto vários recursos sucessivos (embargos de 
declaração e agravos regimentais), todos eles julgados improvidos. Dessa forma, o Ministro Relator entendeu 
que tudo levaria a crer que o objetivo do impetrante ao desistir seria o de evitar o fim da discussão com a 
constituição de coisa julgada. Com isso, ele poderia propor uma ação ordinária em 1ª instância e, assim, 
perpetuar a controvérsia, ganhando tempo antes do desfecho definitivo contrário. Assim, com base nessas 
peculiaridades, a 2ª Turma do STF indeferiu o pedido de desistência. TRATA-SE DE UM CASO DE ABUSO DE 
DIREITO! POR ISSO, HOUVE A EXCEÇÃO DA REGRA GERAL. STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF, MS 29129 
ED-ED-AgR/DF, MS 29189 ED-ED-AgR/DF, MS 29128 ED-ED-AgR/DF, MS 29130 ED-ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-
AgR/DF, MS 29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 ED-ED-AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 14/4/2015 - 
Info 781. 
 
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de 
proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão 
de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. 
Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que SUPRIME 
vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • 
Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a 
mês). STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 
(Info 578). 
 
O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato único ou prestação de trato sucessivo? Para o STJ, é 
preciso fazer a seguinte distinção: • Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data em que o 
prejudicado tomou ciência do ato). • Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se 
mês a mês). STJ. 2ª Turma. RMS 34.363-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012 (Info 513). 
 
O art. 219 do CPC 2015 prevê que "na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-
se-ão somente os dias úteis". Este art. 219 do CP 2015 é aplicado para o prazo do mandado de segurança? A 
partir de agora o prazo de 120 dias deverá ser contado em dias úteis?  Regra: NÃO. O art. 219 aplica-se apenas 
aos prazos processuais, ou seja, àqueles prazos para a prática de atos dentro do processo. O prazo de 
36 
impetração do MS, em regra, não é processual, de forma que ele deve ser contado de forma corrida (e não em 
dias úteis).  Exceção: no caso de mandado de segurança contra ato judicial, o prazo máximo para impetração 
será contado em dias úteis. Isso porque, neste caso, ele terá natureza processual, já que corre dentro do 
processo. Assim, por exemplo, se é prolatada uma decisão judicial irrecorrível, a parte prejudicada terá 120 dias 
úteis para impetrar mandado de segurança. A posição majoritária afirma que se trata de prazo decadencial. 
Sendo prazo decadencial, ele não pode ser suspenso ou interrompido. Súmula 430-STF: Pedido de 
reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. Vale ressaltar, no 
entanto, que o STJ afirma que se o marco final do prazo do MS terminar em sábado, domingo ou feriado, deverá 
haver prorrogação para o primeiro dia útil seguinte. Nesse sentido: STJ. 1ª Seção. MS 14.828/DF, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 08/09/2010. 
 
Em regra, o prazo para impetrar o MS inicia-se na data em que o prejudicado toma ciência do ato coator 
praticado. Vale ressaltar, no entanto, que, se a pessoa estiver sendo prejudicada por uma omissão do Poder 
Público, poderá impetrar o MS a qualquer tempo enquanto perdurar a omissão. Persistindo a omissão, o prazo 
renova-se dia a dia. No caso de a Administração Pública ter reajustado a pensão de uma pessoa em valor 
inferior ao que seria devido, como é contado o prazo para que a interessada impetre um MS? O prazo renova-se 
mês a mês. Segundo entende o STJ, esta hipótese consiste em uma conduta omissiva ilegal da Administração, 
que envolve obrigação de trato sucessivo. Logo, o prazo decadencial estabelecido pela Lei do Mandado de 
Segurança se renova de forma continuada mês a mês. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 243.070-CE, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 7/2/2013 (Info 517). Aplica-se a mesma regra que vimos acima para os casos de 
ato da Administração que reduz vantagem. 
 
#ATENÇÃO #TEMAPOLÊMICO 
Em mandado de segurança impetrado contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de 
remuneração de servidor público, os efeitos financeiros da concessão da ordem retroagem à data do ato 
impugnado. STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 
16/12/2015 (Info 578). 
 
#OBSERVAÇÃO: Deve-se ter muito cuidado com este entendimento. Isso porque, apesar de ele ter sido proferido 
pela Corte Especial do STJ, ele é contrário às Súmulas 269 e 271 do STF e ao art. 14, § 4º da Lei do MS: Súmula 269-
STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. Súmula 271-STF: Concessão de mandado de 
segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados 
administrativamente ou pela via judicial própria. Art. 14 (...) § 4º O pagamento de vencimentos e vantagens 
pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração 
direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se 
vencerem a contar

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