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Direito Administrativo

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Direito Administrativo Aplicado
		Licitação
É um processo administrativo pré-contratual destinado a selecionar uma proposta mais vantajosa para a contratação, observado o princípio da isonomia. Envolve procedimentos. Processo é o meio de atuação do Estado para contratar. Todas manifestações estatais se manifestam por processos, intermediando a Lei. 
Essência da licitação: Em regra, deve haver competição entre aqueles que possam e queiram contratar com a administração, também, sob condição de validade, quando há sem disputa, ou seja, as chamadas contratações diretas, onde é inviável a disputa (não há pretendentes). Deve analisar-se o objeto. 
	Fundamento: Princípio da indisponibilidade do interesse público pela Administração Pública. Isto, pois, a Administração Pública exercerá o poder visando interesses alheios, públicos, exercendo a função administrativa. Também o principio da supremacia do interesse público sobre o particular. 
Obs: Não há autonomia da vontade por parte da administração, sendo a vontade da Administração Pública a Lei. 
	Conceito: 
Processo Administrativo (Procedimento): destinado a selecionar, segundo critérios objetivos predeterminados, a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e o desenvolvimento nacional sustentável, permitindo a mais ampla participação dos interessados sob um regime isonômico, segundo critérios previstos na Lei. 
Obs: Único meio válido de contratação. Há uma exceção. 
Atenção: A Lei pode trazer um tratamento privilegiado sem ferir a isonomia, se estabelecido em objetivos constitucionais (exemplo: privilegiar empresas nacionais). Qualquer outro, sem previsão constitucional, haverá afronta à isonomia. 
	Objetivos:
- Proposta mais vantajosa
- Desenvolvimento nacional
- Atender o princípio constitucional da isonomia 
	Conceitos Legais:
- Lei 8.666/93 – “Art. 3o:  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.
- Lei Federal 13.303/16 – “Art. 31: As licitações realizadas e os contratos celebrados por empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se a assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que se caracterize sobre preço ou superfaturamento, devendo observar os princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação ao instrumento convocatório, da obtenção de competitividade e do julgamento objetivo.” 
Obs: sobre preço: contratação é feita sobre preço superior ao praticado no mercado. Super Faturamento: Execução lesiva do contrato. 
	Matriz Constitucional: 
- Constituição Federal: art. 37, XXI: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
- Constituição Federal: art. 22, XXVII: “Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”. 
Obs: Estados e Municípios podem legislar de modo a suplementar as normas gerais, segundo suas peculiaridades regionais, nunca contrariando as normas gerais editadas pela União (competência suplementar dos Estados e Municípios). Caso não as haja, podem legislar de forma plena para atender suas especifidades. 
Obs: EC 19/98.
- Constituição Federal: art. 173, § 1º, III: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública”. Livre concorrência 
- Constituição Federal: art. 175: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
	Normas Gerais:
Tem como objetivo uniformizar determinado regime jurídico sobre determinada matéria no território nacional visando atender o principio da segurança jurídica. Lembrar do principio do pacto federativo, cada Estado e Município pode legislar de forma suplementar de acordo com as especifidades regionais, nunca afrontando a competição.
	Disciplina Infraconstitucional:
- Lei Federal 8.666/93
- Lei Federal 10.520/2002: regulamenta uma das modalidades de licitação, o PREGÃO (é o mais usado atualmente).
- Lei complementar 123/2006, artigos 1º a 3º e 42 a 49, regulamentando os artigos 170, IX e 179, da CF. 
- Leis que abordam o serviço público: 11.079/2004 e 8.987/95 – regulamentam os serviços públicos. 
- Lei 12.432/2011: Regime Diferenciado de Contratação: regia as licitações para obras e serviços para os eventos esportivos, no primeiro momento. Posteriormente foi ampliada, para esse regime jurídico ser aplicado, por exemplo, aos aeroportos das cidades sedes, aos programas de aceleração de crescimento...
- Lei 12.232/2010: especifica para a contratação de serviços de publicidade por meio de agências pelo Poder Público. 
- Estado de SP (Lei 6.544/89) e Município de SP (13.278/2002)
- Lei 13.303/2016: traz regimes públicos próprio das empresas públicas e sociedades de economia mista para as licitações. 
	Dever de Licitar:
- Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e DF)
- Administração Indireta (Autarquias, Fundações Públicas de Direito Público, Fundações Públicas de Direito Privado, Sociedade de Economia Mista, Empresas Públicas, Consórcios Públicos tanto os públicos quanto os privados).
Obs: Regime Jurídico: para direito público 8.666/93 – direito privado (estabelece um único regime para as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista) 13.303/2016.
- Atenção: LC 101/2000 “Lei de Responsabilidade Fiscal”– artigos 19 e 20, § 2º: elenca o MP, Poder Judiciário, Poder Legislativo, entre outros elencados, como Órgãos que possuem Autonomia administrativa e orçamento constitucional, assim, mesmo sem possuírem personalidade jurídica, licitam em sua função atípica. 
Obs: Órgãos Públicos, frutos da desconcentração, NÃO LICITAM, haja vista não possuírem personalidade jurídica. 
- Fundo Especial: usam dinheiro público e assim deve prestar contas e licitar para contratar. Quem licita é a PJ que administra esse fundo, pois ele não tem PJ. 
	Princípios Básicos da Licitação (art. 37, caput, CF)
- Legalidade: deve a Administração Pública obedecer restritamente a Lei regulamentadora. Durante o processo licitatório, quase não há limites para a discricionariedade, visando à aplicação do princípio da isonomia. 
- Impessoalidade: tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades. Impessoalidade é um instrumento convocatório que mostraque não podem ser usadas medidas que afetem a igualdade, rejeitando preferências e buscando igualdade. 
Atenção: Na lei, existem tratamentos desiguais que são constitucionais e não atentam contra a igualdade, pois assim são para buscarem um objetivo constitucional. Exemplo: tratamento preferencial para empresas nacionais (objetivo constitucional: desenvolvimento nacional).
=> Lei Complementar 123/2006 – artigos 42 a 49 + art. 5º - A: tratamento privilegiado às EPP e Microempresas. Tem fundamento na CF, nos artigos 170, IX e 179. 
=> artigo 3º, § 1º, I: veda especificamente as cláusulas restritivas que frustrem o caráter competitivo da licitação. Gera nulidade da licitação. 
 Desdobramentos: Princípios da moralidade e da Probidade administrativa: 
AP: art. 5º, LXXIII: elevou a moralidade administrativa como fundamento autônomo da ação popular constitucional. Pode decretar-se nulidade do ato licitatório devido à imoralidade administrativa. 
= artigo 37, caput: moralidade. § 4º: traz sanções para os atos praticados. Improbidade não admite foro prerrogativa de função, sendo o processo julgado em 1ª instância. 
Lei que regulamenta a improbidade administrativa 8.429/92: arts. 9/11: qualifica os 3 grupos de improbidade administrativa, de forma exemplificativa. Artigo 9º: Atos que importam no enriquecimento ilícito do agente público; Artigo 10º: atos que causam lesão ao patrimônio público; Artigo 11: atos que atentam contra os princípios da administração, independentemente da existência ou não da lesão ao patrimônio publico. 
=> Dano é inerente: o STJ entende que apura-se depois, mas a licitação é anulada. Assim, a CF, que traz o princípio da licitação, diz que há de licitar. Licitar é o procedimento jurídico destinado a assegurar o melhor atendimento ao interesse público visado aquele contrato. Assim, HÁ DANO SE NÃO HOUVE LICITAÇÃO, pois não houve a busca pela melhor proposta. O Periculum in mora para garantir eventual lesão não é necessário, apenas o fumus boni iuris. 
Atenção: Dano “in re ipsa”: Para o cometimento do dano, basta a violação do dever de licitar, assegurado na Constituição Federal. 
Obs: artigo 12, II, traz as sanções. 
Atenção: Qualquer ato que atente contra os princípios atinge a probidade administrativa. Ou seja, o ato que fere a moralidade, atinge também a probidade administrativa (seu alcance é maior). 
	Princípios Específicos da Licitação
=> Vinculação ao instrumento convocatório: artigo 41, da Lei 8.666/93 + artigo 54, § 2º: A Administração Pública torna público que precisa contratar com alguém. Fixa as regras da licitação que vincula as partes, sob condição de validade e repercutindo no contrato administrativo. Pode ser realizada por:
	- Edital (serve para todas as modalidades).
	- Convite (única exceção). 
No instrumento já é possível visualizar a minuta do contrato que futuramente será realizado, o que vincula as partes. Dependendo da modificação do instrumento convocatório, gera-se violação deste princípio. É importante para gerar previsibilidade. 
No caso do artigo 54, § 2º, onde há dispensa da licitação e, assim, contratação direta, o que vincula é a proposta da Administração e o aceite do contratante.
=> Julgamento Objetivo: no instrumento convocatório, há o critério de julgamento, que vincula e deve ser objetivo, não havendo margens de subjetividade. Isto poderia elidir o princípio da igualdade. 
Obs: Princípios Correlatos: Princípios inerentes aos básicos. 
- Princípio da competitividade (essência da licitação); 
- Princípio do procedimento formal (art. 4º, paragrafo único da Lei 8.666/93): nenhum dos atos será proferido de forma informal no processo administrativo licitatório, o que violaria a isonomia e a publicidade; 
Atenção: para os administrados, há o princípio da informalidade, pois caso contrário, afastaria o administrado do processo administrativo. 
- Principio do sigilo da proposta: visa proteger a competitividade. A exceção é o leilão, pois os compradores devem saber as propostas; 
- Princípio da Adjudicação compulsória ao vencedor: Adjudicação é a ultima fase, em que a autoridade competente adjudica o objeto da licitação ao vencedor, é o reconhecimento formal de que a pessoa vencedora pode contratar com a Administração Pública. A Administração só pode contratar com quem venceu a licitação, não podendo, obviamente, contratar com quem não participou da licitação. 
	Dinâmica do Processo Licitatório
=> Fase interna: série de atos da licitação que deverão ser, sob condição de validade, praticados em um processo licitatório. Visa permitir ou não a fase de execução do contrato. 
	 	 	 Necessidade da Adm. Púb. 
A - Motivação 						 Autorização da autoridade competente 
	 	 	 Soluções possíveis
B- Formalização	 antes do processo
C – Identificação do objeto		disponibilidade de recursos orçamentários
Obs: Identificação do objeto: o que se pretende, os preços, a técnica que será usada. Deve ser precisa. Caso não seja, nenhuma proposta será idônea. Sabe-se o CUSTO. 
Obs II: Disponibilidade de recursos orçamentários: Nenhuma despesa pública pode ser feita sem autorização legal (art. 167, I e II, § 1º). Deve ser feita por Lei Orçamentária, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei do Plano Plurianual. Além a questão dos valores que serão gastos, mostra a modalidade da licitação que será realizada (identifica-se pelo valor). A verificação errada da modalidade gera nulidade da licitação. 
Projeto Básico: art. 6º, IX - Exigência muito importante para grandes obras ou serviços. Estão todas as informações, o edital na íntegra e seus anexos, com estimativas de valores, planilhas. É importante para a elaboração das propostas pelas contratantes. Infringência implica nulidade e a responsabilização. 
Projeto Executivo: como será executado o projeto básico.
Condições de Habilitação: Quem pode participar da licitação e o que o interessado deverá comprovar.
Edital ou Convite: contém todas as condições de participação. Mostra as sanções aplicadas ao descumpridor. Vem regrado no artigo 40 da Lei 8.666. Tudo deverá estar no Edital. Mostra a minuta do contrato quer será fixado com o vencedor. 
Atenção: A Administração deve agir com aceitabilidade do preço, assim, se o preço for exorbitantemente barato, até 30% mais baixo do que a previsão da Administração Pública, não pode aventurar-se nesse contrato, pois provavelmente ele não será cumprido. 
- Impugnação da licitação tem prazo, porém existe o direito a petição, onde poderá a licitação ser impugnada, pois denunciará ilegalidades. No mais, é da Administração Pública a responsabilidade de controle interno. Ao tomar conhecimento da ilegalidade, deverá notificar o tribunal de contas, porém, continuará responsável solidário, ou seja, não se eximirá do controle interno. Acolhida a impugnação, deve ser refeito o edital e republicado os prazos. 
- Analise e aprovação do Edital pela Assessoria Jurídica da entidade que promove a licitação (artigo 38, parágrafo único). É feito um parecer jurídico, e as conclusões do parecer são observados. Pode o parecer pode ser:
= Parecer facultativo: não vinculam-se às decisões.
= Parecer obrigatório: obrigatoriamente deve ser exigido, mas não vincula a Administração Pública.
= Parecer vinculante: é obrigatoriamente exigido e suas conclusões vincula a Administração Pública. O Parecerista pode ser responsabilizado. 
Na pratica é obrigatório, mas não vincula, tendo forma consultiva, não podendo o Parecerista ser responsabilizado pela responsabilidade que pertence à Adm. 
=> Fase Externa: Quando a Administração torna Pública a sua necessidade de contratar. Exterioriza e publica. 
- artigo 39 da Lei 8.666/93: caso o valor seja vultoso, no processo licitatório haverá uma audiência pública, para posteriormente ser publicado o edital. Isso é uma exceção.
- Começa a fase Externa, em regra, com a publicação do Aviso: conterá a legitimidade de quem licita – quem pretende contratar; o objeto que se pretende contratar; o local ou outro meio de acesso à integra do edital e seus anexos; data para entrega dosdocumentos; número do processo administrativo licitatório. Esse aviso deverá ser publicado no diário oficial da união, ou do município ou do estado. 
Atenção: se a obra municipal for financiada pela União, deve ser publicado no Diário Oficial da União. 
Também será publicado em jornal de grande circulação ou de circulação regional 
Importante: Os prazos previstos em Lei começam a contar partir da última publicação do aviso. Ou da data em que as informações tiverem sido efetivamente disponibilizadas pelo Aviso. Este prazo serve para dar efetividade à publicação (alcançar mais pessoas) e para dar um prazo razoável para os licitantes elaborarem suas propostas de preço. 
	Modalidades da licitação: leva em consideração o objeto que se pretende contratar. 
- art. 22, I a V e §§ 1º a 5º da Lei 8.666/93
=> Concorrência
Se a modalidade deve ser a concorrência e não for a utilizada, é nula a licitação. Porém, caso a modalidade seja o convite ou tomada de preços e for utilizada a concorrência, não há prejuízo e sim melhoria, pois há maior publicação da licitação (permite a mais ampla participação). 
- Deve ser utilizada em razão do valor ou quando a Lei determinar, independentemente do valor. O DL 9.412/2018: mudou a razão dos valores, atualizando-os. 
	Fase específica e prévia de habilitação
A concorrência terá uma fase própria especifica e prévia de habilitação, ou seja, dispensa-se o registro cadastral (prévio cadastramento), pois é mais ampla a concorrência, sendo admitido maior número de licitantes. A habilitação é regida pelos artigos 27 a 31, da Lei 8.666/93, onde estão os requisitos para habilitar-se. 
=> Conexão causal e proporcional entre as exigências e o objeto licitado. Mostra as condições indispensáveis. Os licitantes devem declarar a disponibilidade dos equipamentos e instalações, nunca exigindo a propriedade desses, sendo nula caso o fizer. Deve também demonstrar a existência de uma conexão causal entre as exigências técnicas e econômicas do edital necessárias ao cumprimento da licitação. Claro, não havendo cláusulas restritivas, ou o edital será nulo. 
- Recurso administrativo do artigo 109 possui efeito suspensivo para os que não foram considerados habilitados à participação da licitação. 
- Os que positivaram as condições de habilitação, podem discutir entre eles as condições dos outros, impugnando a habilitação do licitante concorrente.
Princípio da Preclusão: tem efeito de preclusão, ou seja, passado para o julgamento da proposta, não pode voltar para a habilitação para discutir sobre ela, a não ser pela autotutela, que deve verificar vícios sanáveis ou que não prejudicaram a finalidade e execução de cada fase da licitação, pois se houve vício que não podem convalidar, é nula a licitação. 
Obs: Na modalidade concorrência a participação é de quaisquerem interessados, sem necessidade de cadastramento exigido, o que é pré-condição de participação (o pré-cadastramento), como por exemplo, na modalidade tomada de preço. Assim, na concorrência, a habilitação é feita em uma fase prévia, sem exigir esse pré-cadastramento. 
	Julgamento das propostas
Critérios: melhor preço, melhor técnica, maior lance ou oferta. Na lei é denominada TIPOS DE LICITAÇÃO, mas na verdade, são critérios de julgamento. Isso não está à disposição da Administração para escolher, sendo determinado pela Lei quando cada critério será usado. A LEI DIZERÁ: SERÁ O CRITÉRIO TAL PARA JULGAMENTO, sem discricionariedade quanto à escolha. 
Obs: atenção a LC 123/2006, artigo 3º e 42/49, que traz um regime diferenciado às EPPs e MEs. No caso de a EPP ou ME não estiver em primeira e sua proposta estiver no máximo 10% mais cara, esta poderá reapresentar sua proposta (regime privilegiado). No mais, pode a EPP ou a ME regularizar sua situação fiscal em até 5 dias após vencer a licitação, o que não é possível às demais, que devem regularizar como requisito de habilitação. 
a) Tipo: menor preço => ordem crescente dos preços propostos. 
b) Tipo: melhor técnica ou melhor técnica e preço: exclusivamente para serviços predominantemente intelectuais, salvo os produtos de informática. A lei traz critérios para não deixar margem de subjetividade ao analisar a melhor técnica.
Melhor técnica: a melhor técnica é auferida por tópicos que a lei determina, sistema de pontuação. Assim, o edital prevê a pontuação mínima para as licitantes prosseguirem ao julgamento. Após a análise da pontuação de técnica, as que se qualificarem para tanto, passam para as propostas de preço. Na proposta de preço, é negociado com os licitantes, de forma sucessiva, dando vantagem para o de melhor técnica negociar primeiro e ofertar o melhor preço, sendo o limite o menor preço apresentado por qualquer licitante qualificado tecnicamente (provavelmente será a de técnica mínima). 
Melhor técnica e preço: predeterminado no edital o peso de cada pontuação na técnica. 
Obs: A licitação não pode fixar preço mínimo, sob pena de nulidade. Podendo apenas fixar preço máximo.
Aqui acaba a competência da comissão de licitação, passando para a autoridade superior (os hierarquicamente superior) que terá o poder de decidir a licitação, que acontecerá na fase de homologação (ato administrativo vinculado). Na ótica de legalidade, é homologado ou não. Caso homologado, há a adjudicação, adjudicando o objeto ao vencedor.
	Convocação para assinatura do contrato: 
=> O vencedor da licitação não pode se negar a assinar o contrato, sob pena de recusa, sendo-lhe aplicadas sanções do artigo 81. Ele também tem o direito de assinar o contrato com a Administração Pública.
Importante: O dever de contratar com a Adm por parte do licitante vencedor somente existirá durante o prazo de validade da proposta, ou seja, de 60 dias.
Obs: caso haja recursa, o segundo colocado será convocado, na forma da lei, que diz que só pode celebrar o contrato nos termos em que foi ofertado pelo vencedor, podendo realizar a atividade pela mesma forma que a primeira a faria. Porém, o segundo não está obrigado a o fazer, e, caso não queira, o terceiro será chamado. 
Anulação da licitação (art. 49, Lei 8.666/93): ato nulo tem um vício insanável: a anulação da licitação, ainda que já assinado e executado o contrato, este será ANULADO! Obedece o devido processo legal e ao contraditório e ampla defesa. Ato ilícito + prova do dano: dever de indenizar. Nesse caso o Estado pode mover ação regressiva contra o servidor público que realizou o ato ilícito. Atenção a boa-fé, que a presunção do ato administrativo é legal. Se o licitante deu causa a nulidade, este não pode ser indenizado por isto. 
Revogação da licitação: apenas pode acontecer antes da assinatura do contrato administrativo, isto, pois é uma ato decorrente de uma competência discricionária, ou seja, se perdeu a conveniência e oportunidade, decorrente de fato superveniente e devidamente fundamentado, onde o interesse público foi modificado. Onde há liberdade para praticar o ato, há margem para revoga-lo. Não é possível revogar um ato vinculado. Se o contrato não servir mais o interesse público, este sofrerá resilição unilateralmente. O Estado deve indenizar tanto no ato ilícito quando no lícito se posterior à fase externa, podendo este ser indenizar caso causar dano. Regime constitucional da responsabilidade civil do Estado. 
Principio da igualde perante os ônus e encargos públicos: se apenas alguns sofrerem dano especial e anormal, suportando dano maior que os outros, onde todos deveriam ser beneficiados (ou suportarem igualmente) de um ato lícito, há um dano injusto e assim, dever de indenizar do Estado. 
Obs: Causa excludente de responsabilidade do Estado: Força maior, ato de terceiro e culpa exclusiva da vítima. 
=> Tomada de Preço
- artigo 22, § 2º, da Lei 8.666/93: é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
- Valores: artigo 23, I, “b” e II, “b”: os parâmetros de valores são menores.- Registro Cadastral artigos 34/36: não há fase preliminar e especifica destinada à habilitação, já iniciada a Tomada de Preço no julgamento das propostas, isto porque permite a participação de quaisquer interessados desde que previamente cadastrados na Administração Pública. Neste cadastro, junta-se todos os documentos para habilitação. Para habilitar-se usa a certidão de registro cadastral e assim, automaticamente, já estar-se-á habilitado. Esse registro é anual e pode ser realizado a qualquer momento. Pode realizar o cadastramento até 3 dias antes do julgamento das propostas. 
=> Convite
Única em que o instrumento convocatório não é o edital, sendo utilizado o convite para convidar no mínimo 3 licitantes do ramo, cadastrados ou não, sendo que este último deverá se manifestar em 24 horas antes do início da licitação. O prazo é de 5 dias úteis entre o convite e o julgamento. A publicidade é feita pela fixação da cópia do convite em local visível na sede da entidade que está realizando a licitação. 
Art. 22, § 3o: Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
=> Na próxima licitação feita pela mesma entidade por convite e do mesmo objeto, a lei obriga a entidade a convidar mais um licitante que não estava na licitação anterior.
=> Fracionamento ilegal da licitação (art. 5º): mesmo objeto cujo preço é determinado para certa modalidade, é fracionado para não usar tomada de preço e usar convite, ou usar tomada de preço em vez de concorrência. Fraciona-se o preço para burlar a modalidade, visando sempre a mais simples. 
=> Parcelamento: Quando a lei estimula o parcelamento é porque o objeto pode ser fracionado e não resultará em perda de economia de escala, para que se estimule a maior participação. Porém, a modalidade da licitação é determinada pela soma de todas as parcelas (Art. 23, § 2 e 5º). 
=> Pregão
Serve para simplificar as contratações (não há prévio cadastro com a Administração Pública), cuja aplicação se dá independentemente do valor da licitação.
Serve para a contratação de bens e serviços comuns.
O critério de contratação sempre será o de menor preço. 
	Procedimento: 
O prazo entre a publicação do ultimo aviso e a data para o julgamento é de 8 dias. 
Tem-se um pregoeiro e seus auxiliares (“Comissão de Licitação”), que recebem dos pretendentes os envelopes de habilitação e das propostas, previamente classificadas pelo menor preço. 
As propostas de valor até 10% maior que o menor valor podem ser apresentadas verbalmente. Caso não existam essas propostas, os próximos 3 pretendentes (fora dos 10%) podem apresentar propostas.
Havendo uma ME ou EPP, se a proposta for de até 5% maior, ainda estará em paridade com os demais (LC 123). 
Os pregoeiros avaliam então a habilitação do pretendente de menor preço, sendo que os não habilitados poderão recorrer.
Em seguida, a competência passa para a autoridade competente para homologação e adjudicação. 
Uma diferença é que se o vencedor recusar-se a assinar o contrato, o segundo colocado pode ser convocado nas condições de sua proposta. 
				Sistema de Registro de Preços 
Lei 8.666/93 - Artigo 15, II, §§ 1º ao 6º. Caso exija regulamentação, por não ser auto aplicável, será regulamentado por Decreto pelo chefe do poder executivo. Isto para a fiel observância da Lei. No caso específico da União, temos o Decreto 7.892/2013. 
Não se trata de uma nova modalidade.
Consiste em um contrato de natureza normativa, para cadastramento de fornecedores e mercadorias, para contratações sucessivas selecionadas por meio de licitação, nos termos do edital. Visa futuras contratações. 
Obs: Fixa regras para futuras contratações entre a Administração Pública e os fornecedores cadastrados. 
Ao invés de todos licitarem por contratações frequentes, quando se tem uma estimativa de quantidade (não correta) para um ano, proporciona que apenas uma licitação seja feita. Pode aderir qualquer outros de qualquer administração direta ou indireta, mesmo de outros Estados. 
O vencedor não tem o direito de contratar, ele terá o direito de registrar seu preço na ATA DE REGISTRO DE PREÇOS em primeiro lugar. Registrado, os Órgãos participantes, tem a sua disposição esta ata, durante 01 ano. 
Obs: Validade da ata de 01 ano. 
Princípio da Padronização: Administração Pública realizará contratações no sentido de otimizar as compras. 
A Administração Pública tem a garantia de que os preços são os reais praticados no mercado, pois os verifica a cada 03 meses. 
Excepcionalmente pode exigir uma licitação cujo critério de julgamento ou o tipo de licitação seja técnica e preço. Nesse caso a licitação sempre será concorrência.
Pode ser usado a modalidade do pregão, mas ai o critério será menor preço. Neste caso, menor preço, também poder ser usado a concorrência. 
Quando celebrado o contrato, o regime será o de contrato administrativo. 
A lei não impede que seja feita uma nova licitação sobre a mesma mercadoria, desde que seja realizada em igualdade de condições entre o que tem o bem registrado e o novo adjudicatário. É importante ressaltar que o detentor do preço, que registrou seu preço na ata de registro de preços, tem a preferência. 
	Órgão Gerenciador:
Entidade da Administração Pública. Aquele que vai promover a licitação. Ele é responsável por anunciar a promoção de uma licitação para o SRP, convidando e permitindo a quem quiser participar que manifeste interesse. Anunciado, mostrará o objeto que se pretende licitar. 
Fase 1: intenção de registro de preços: cada Órgão Participante estimará o quanto consumirá em 01 ano. Não precisa demonstrar capacidade financeira. 
Os fornecedores podem igualar o preço com o do vencedor, para ficarem na reserva. 
Cada vez que o Órgão participador quiser contratar, ele provoca o Órgão Gerenciador, que estará obrigado a contratar com o vencedor (menor preço registrado na ata), dentro do quantitativo estimado pelo Órgão participador. 
Carona: Órgão não participante. Tem que se dirigir ao Órgão gestor e requerer a utilização da ata de registro. O Órgão gerenciador defere ou não a participação deste carona. 
Se o Órgão gestor deferir o requerimento do carona, a utilização da ata de preço dependerá dos detentores da ata. O detentor do preço da ata possui a obrigação de atender aos Órgãos participantes, mas não o carona, podendo aderir aos postulados dele ou não. Lembrar que se ele não cumprir com disposto para com os Órgãos Participantes, ele sofrerá sanções. 
Obs: Doutrina diz que viola o principio da vinculação ao instrumento convocatório, à prévia habilitação e mostra o executivo inovando de forma primária na ordem jurídica (exorbitação de competência). Porém, como ainda não foi discutido a sua constitucionalidade, está sendo usado atualmente. 
				Contratação Direta
- Autorização Constitucional: artigo 37, XXI, ressalvados os casos...
- Natureza Instrumental da Licitação, que não é um fim em si mesmo, mas um meio para a concretização de outros valores que irão se naturalizar no contrato administrativo. 
A licitação é possível, mas para melhor atender o interesse público visado no caso concreto, a licitação pode ser dispensada.
Hipóteses:
1) Licitação Dispensada: usada quando a Lei cuida da alienação de bens públicos. 
Obs: Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especiais são inalienáveis. Artigo 17 da Lei.
- Regime próprio dos bens da união. 
O inciso I cuida dos bens imóveis. O inciso II dos bens móveis. Rol de interpretação restritiva e taxativo, apenas para esses incisos. 
2) Dispensa de Licitação (art. 24): hipóteses taxativas em que a licitação é viável, mas a lei autoriza a dispensa da licitação por certos motivos taxativos.
Melhor modo para atender o interessepúblico é a não realização de licitação neste caso. Busca atender outros valores constitucionais. 
São grupos de situações e valores que dispensam a licitação, mesmo esta sendo possível e viável. 
- 33 mil para obras e serviços
Isto não significa que não haverá processo licitatório. Terá, mas muito mais enxuto e simples. O fato de dispensa pelo baixo valor não significa dispensa de justificação do motivo pelo qual está sendo realizada a contratação direta. 
Obs: Vê-se a dispensa da licitação na fase interna.
A Administração Pública faz uma proposta e encaminha diretamente para com quem quiser contratar. Havendo aceitação, há vinculação. 
- Licitação deserta: inciso V: ocorre na hipótese em que instaurada a licitação, nenhum licitante apresenta proposta na data fixada. Deve repetir-se a licitação (revogando a antiga e fazendo nova licitação). Caso não possa a repetir, a Lei autoriza a dispensa, porém a contratação direta deve ocorrer nos mesmos termos da licitação em que nenhum interessado apareceu.
- Licitação Fracassada: inciso VII: ocorre na hipótese em que é feita a licitação, são apresentadas as propostas, mas a comissão de licitação identifica que todas as propostas apresentam preços manifestamente superiores ao mercado. 
Diante disso, a comissão autoriza os que apresentaram a proposta manifestamente superior, a oportunidade de refazer as propostas. Refeita as propostas, se os preços deixarem de ser manifestamente superiores, continua a licitação nos termos do edital. Se o vício não for saneado, poderá ocorrer a contratação direta. 
Obs: Esse modelo também dispõe que caso todos os licitantes forem inabilitados, eles podem regularizar suas condições em prazo certo. 
- Fomento Jurídico: o Estado quer incentivar entidades da sociedade civil sem fins lucrativos a cumprir sua finalidade social, pois há interesse público que o Estado deveria prestar. Há dispensa de licitação nesse caso, porém a entidade deve seguir certos requisitos. 
3) Hipóteses de inexigibilidade de licitação: ocorre quando não há possibilidade de disputa, competição. As hipóteses são exemplificativas, pois, de forma motivada, a Administração Pública pode dispensar a licitação. Hipóteses:
3.1- Objeto único, produtor único, fornecedor único. Deve comprovar a exclusividade por certidão. 
3.2 – Trata da contratação de serviços. Há mais de um capaz de prestar o serviço, mas pela natureza do serviço, atendido condições, há discricionariedade para escolher com quem contratará. Isto, pois, a Administração, pode identificar traços e características especiais para escolher o contratado. Deve cumprir-se as seguintes 3 condições cumulativamente:
a) serviço deve ser técnico profissional especializado. Serviço disposto no artigo 13 da Lei. 
b) profissional ou empresa deve ser notoriamente especializada. A lei diz como é que a Administração Pública auferirá que são ou não altamente especializados.
c) Objeto deve ser singular. Não significa que é único, mas sim deve ter características incomuns do serviço. 
Obs: serviços de publicidade e divulgação sempre precisam de licitação. 
- O que vinculará é a proposta que a Administração Pública encaminhar para determinada empresa ou profissional. Essa minuta, depois do aceite, é que vinculará. 
3.3 – contratação de qualquer setor artístico, desde que consagrada pela crítica especializada ou pelo público. 
A Lei ainda exige a obediência à realização dos procedimentos especiais. Dentre elas, a autoridade hierarquicamente superior deve ratificar a inexigibilidade em 3 dias. A ratificação torna quem a fez como responsável (litisconsórcio necessário). Também deve haver publicação na imprensa oficial em 5 dias, sob condição de validade. Isto está previsto no artigo 26 da Lei. 
				Contratos Administrativos
- Contrato: Relação jurídica formada por um acordo de vontades em que as partes obrigam-se, reciprocamente, a prestações concebidas como contraposta, de modo que nenhum dos contratantes pode, unilateralmente, alterar ou extinguir o ajuste. 
Obs: contratos sinalagmáticos.
- Contratantes no mesmo plano jurídico. 
=>O âmbito privado é marcado pela liberdade para contratar e para a escolha do conteúdo e do contratante. Autonomia da vontade e disponibilidade dos seus interesses. 
Já na administração pública, surge a possibilidade de contratar com uma personificação do Estado. Atenção na supremacia do interesse público sobre o privado.
- No início, a Administração se sujeitava ao regime jurídico privado, incluindo o Pacta sunt servanda: força obrigatória do contrato. Contrato faz lei entre as partes. Isto até surgir as primeiras necessidades de alteração a fim de assegurar o interesse público. Surgiram, assim, os precedentes.
Com essa evolução, gerou-se, unilateralmente, o poder de estabilizar o contrato gerando alterações. Assim, se houver desequilíbrio da cláusula executiva, perdendo-se a equivalência das obrigações e sendo perdida a comutatividade dos contratos, pode ser reajustado. 
A Administração Pública pode alterar as cláusulas executivas diante de fatos supervenientes e imprevisíveis, diante da supremacia do interesse público sobre o privado. 
Atenção: os contratos administrativos diferenciam-se dos contratos privados pelas cláusulas exorbitantes. 
1 – Contrato		Categoria jurídica
			Teoria Geral do Direito
1.1 – Privado: relação jurídica formada por um acordo de vontades, em que as partes obrigam-se reciprocamente a prestações concebidas como contrapostas, de modo que nenhuma delas pode, unilateralmente, alterar ou extinguir o ajuste.
	- Liberdade 	autonomia da vontade
			Disponibilidade dos interesses 
	 Para	contratos 
			Discutir as cláusulas 
			Escolher o contratante
Obs: Da personificação do Estado, surge a possibilidade de contratar. 
- Evolução temporal que foi modificando o regime privado e foi se formando o regime público para os contratos em que o Estado integrava. Muito se deu ao princípio da Supremacia do interesse público sobre o privado. Surgiu-se a onerosidade excessiva. Teoria da imprevisão. Finalidade de atender ao interesse da coletividade. 
O que diferencia os regimes são as cláusulas exorbitantes: exorbitam o direito privado. Se previstas neste, seriam ilícitas. Na verdade, são determinações legais. 
Importante: O fato de a Administração Pública integrar um dos polos da relação jurídica é suficientemente necessário para que tenhamos um contrato da administração, mas não necessariamente teremos um contrato administrativo. 
2 – Contratos da Administração: gênero
a) Contratos privados da Administração:
Cujo conteúdo é regido pelo direito privado. Utilizará o direito privado como técnica de administração. Exemplos: Compra e venda, permuta, dação em pagamento, etc. Mesmo celebrando contratos regidos pelo direito privado, não significa que a A.P. pode agir como particular. 
Obs: Finalidade continua ser atender ao interesse público. 
Sempre existirá o núcleo irredutível de direito público que precede e acompanha a atuação da Administração Pública quando ela se vale do direito privado. Continua a autotutela, o interesse público, motivação, agente competente, forma prevista em lei (prévio processo licitatório). 
=> A relação jurídica entre a Administração Pública e o contratado estará no plano horizontal. Aqui, não existem as cláusulas exorbitantes. Relação horizontal. Estado pratica atos de gestão. 
- A Lei determina qual regime será usado. 
b) Contratos Administrativos: 
Ajustes que a Administração Pública, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos segundo o regime de direito público.
Obs: No caso de 2 entes públicos contratantes, será contrato administrativo considerado as pessoas contratantes, mas como há 2 entes públicos, não haverá supremacia de um interesse público sobre o outro, mas não deixa de ser regime público. 
- Artigo 54, 62 § 3º, da Lei 8.666/93. 
Investida de poder de império, praticando atos de império. Aqui, o Estado conta com as cláusulas exorbitantes. 
- Artigo 58 da Lei traz as cláusulasexorbitantes. 
· Características:
1. Presença da Administração Pública na relação jurídica.
2. Finalidade => busca do interesse público.
3. Bilateralidade: interesses recíprocos, obrigações recíprocas. 
4. Comutatividade: equivalência entre as obrigações “o preço vale o mesmo que o objeto”. Deve ser mantida durante toda execução do contrato. Não desprezando, claro, a força obrigatória dos contratos, mas com a prevalência da função social do contrato. Implicitamente está nos contratos administrativos a cláusula rebus sic stantibus: enquanto perdurar a mesma situação.
Obs: Todos os poderes em modificação unilateral dados pela Lei só podem alcançar as clausulas executivas, nunca, jamais, a lei conferirá poderes unilaterais de alteração das cláusulas econômicas, a não ser caso haja anuência do contratado (consenso).
	=> Características do Contrato Administrativo
1. Formalismo = Escrito. É vedado contrato verbal com a Administração Pública (art. 60, da Lei). Caso feito verbalmente é nulo. 
Exceção: parágrafo único: compras de pronta entrega e pronto pagamento em regime de adiantamento. Esse valor não pode passar de R$ 8.800 reais. 
Art. 60.  Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único.  É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
Regime de adiantamento: vem estabelecido no artigo 68, da lei 4.320/64. Dispõe que o servidor fica responsável por receber esse adiantamento monetário e, se o caso, pode utiliza-lo para pequenas compras, já que o valor dispensa licitação. Isto para gerar celeridade.
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Termo de contrato é obrigatório quando o contrato for derivado das seguintes modalidades de licitação: concorrência ou tomada de preço. Também é necessário no caso de dispensa de licitação ou licitação dispensada, caso o valor seja igual ao da licitação por concorrência ou tomada de preço. 
Artigo 62: Pode ser substituído por outros documentos, que não o Termo. Isto para diminuir as despesas que seriam gastas com as formalidades do termo de contrato. 
Art. 62.  O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
2. Prazo do Contrato Administrativo
Orçamento: LOA, LDO e PPA. Despesas podem superar um ano graças ao PPA, já que estarão previstas nesse plano. 
Regra: a duração do contrato é ÂNUA, pois toda despesa pública fica adstrita à disponibilidade orçamentária (artigo 57, da Lei 8.666/93). Assim, no ano da Lei Orçamentária Anual (matriz constitucional – artigo 167, I e II e § 1º, da CF). 
Exceções aos relativos:
a) Cujos projetos estejam estabelecidos no PPA, havendo previsão neste.
b) Nos contratos de prestações de serviços continuados, podem ter uma duração de até 60 meses e, excepcionalmente, por decisão da autoridade administrativa hierarquicamente superior, pode haver um prazo suplementar de 12 meses. 
Deve a Administração Pública prorrogar o contrato somente se necessário, sabendo que o contratado não tem direito subjetivo à prorrogação, não tendo ele o direito garantido de prorrogação. Deve a Administração Pública justificar e ter a anuência do hierarquicamente superior. 
=> Por que não pode existir contrato sem prazo ou com durações extremamente longas? Não pode a Administração vincular o orçamento às futuras Administrações e para não criar uma reserva de mercado, o que feriria a isonomia. Isto, desde que não seja contrato de permissão ou concessão de serviço público, porque, nesses casos, o usuário é quem remunerará os gastos, assim, transfere-se o investimento orçamentário, não colocando, a Administração Pública dinheiro. 
Obs: Essa tarifa cobrada deve ser proporcional, por isso, o contrato deve ser longo no tempo suficiente ao concessionário receber os investimentos que fez e os serviços prestados. 
A prorrogação deve ser justificada, pois deve gerar mais benefício do que fazer uma nova licitação. 
3. Caráter Pessoal: “intuito personae”: Isto, pois a Administração só pode contratar com aquele que, durante a licitação, demonstrou ser o melhor ao serviço. Princípio da Adjudicação compulsória ao vencedor. 
=> Possibilidade da subcontratação? Em regra é vedado. Apenas pode acontecer nos artigos 72 e 78, VI, da Lei 8.666/92. 
A lei permite que parte do objeto contratado possa ser objeto de subcontratação, sempre a critério da Administração Pública. Princípio da Proporcionalidade. Na prática, até 30%. A responsabilidade toda dos danos causados continua sendo do vencedor da licitação que fez a subcontratação. 
Se feita a subcontratação sem autorização prevista no edital ou no contrato administrativo, ocorrerá a resilição unilateral por parte da Administração Pública. 
LC 123/2006: Se houver previsão no edital da licitação, a Administração Pública irá impor ao contratado (vencedor da licitação) o dever de subcontratar parte do objeto a uma microempresa ou empresa de pequeno porte. Nesse caso, a Administração Pública pagará diretamente ao subcontratado (EEP ou ME). 
				Cláusulas Exorbitantes
Atribuem prerrogativas unilaterais à Administração Pública, que não existem no regime privado. É o regime legal, na verdade, não cláusulas expressas. Artigo 58, da Lei 8.666:
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Obs: Serviços essenciais devem ser os PÚBLICOS que não podem sofrer paralização, devendo ocupar os recursos do contratado para continuar a prestar os serviços ou apurar danos e rescindir. Intervenção: Poder concedente por intervir na concessionária. Isto está previsto na Lei de concessões e permissões. 
- Nunca pode alterar o objeto do contrato, mas sim o modo de execução ou o acréscimo ou supressão do mesmo objeto nos limites legais. 
Atenção: Cláusula econômica só pode alterar com concordância do contratado, inalterável por ato unilateral da Administração Pública. Já as cláusulas executivas podem ser alteradas unilateralmente. 
=> Artigo 58, I, §§ 1º e 2º, e artigo 65, I, “a” e “b”, §§ 1º e 2º, da Lei 8.666/93: Prerrogativa de alterar unilateralmente o Contrato Administrativo melhor adequação às finalidades de interesse público. 
Diante um fato superveniente. Não pode a Administração Pública alterar as cláusulas econômicas, apenas as cláusulas executivas, mediante prévia notificação.Proteção ao contratado caso a alteração unilateral da cláusula executiva o onere, afetando a cláusula econômica, dando-lhe razão para postular seja redigido o contrato. 
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
§ 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Alínea a: Alteração qualitativa: principio da atualidade. Exemplo: atualização de um serviço devido a nova tecnologia, que atende melhor o interesse público. 
Alínea b: Alteração quantitativa: acréscimo e supressão de até 25%. Acréscimo de 50% no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento. (+ objeto + valor) (- objeto - valor)
Obs: sempre será mantido o mesmo objeto. 
Art. 65.  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
§ 1o  O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2o  Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.  
Entende-se que os limites do § 2º dizem respeito às alterações quantitativas. Também entende, parte da doutrina, que o limite é para ambas as alterações, pois a Lei não distinguiu para qual limite se endereça. 
Pode haver alteração em até 50% por ato unilateral? não pode, já por acordo sim. 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.         
Circunstâncias impeditivas ou retardadoras à execução contratual, pois vão afetar o equilíbrio econômico do contrato. Isto gera risco, Álea (risco do contrato). 
1) Álea econômica ordinária ou empresarial: situação ou fatos previsíveis, evitáveis pelo contratado. Ele deve prever os riscos quando elabora sua proposta para a Administração Pública. Não terá direito à revisão do contrato para alterar a cláusula econômica. Exemplo: inflação. 
Obs: Reajuste: atualização da cláusula econômica por índices oficiais previstos no edital e no contrato administrativo (cláusula essencial). Pode ser feito passado 01 ano do contrato, contados da apresentação da proposta. 
Obs: Revisão: modificação da cláusula econômica para reequilibra-la. 
2) Álea econômica extraordinária: permite a incidência ou não da Teoria da Imprevisão: alteração de condições sociais ou econômicas. Circunstâncias imprevisíveis ou se previsíveis, de consequências incalculáveis, inevitáveis, estranhas à vontade das partes, que onera excessivamente uma das partes (desequilíbrio): revisar a cláusula econômica ou extinguir o contrato sem nenhuma onerosidade. A Administração Pública deve decidir qual fazer mediante critérios de conveniência e oportunidade. 
3) Álea de fato decorrente de fato fortuito ou força maior: art. 343, do CC => desonera as partes, salvo se uma das partes se responsabilizou por isto. Parte da doutrina diz que não há possibilidade de o contrato continuar após revisão. Outra parte da doutrina diz que se houver possibilidade, aplica-se a teoria da imprevisão. 
4) Áleas administrativas decorrentes: imputa a responsabilidade do fator na Administração Pública. Deve recompor (direito do contratado). 
a) Alteração unilateral do contrato administrativo que afete a cláusula econômica. 
b) Fato do príncipe: decorre de ato geral (LEI) do Estado, fora da relação contratual, mas que, reflexamente, afeta a cláusula econômica ou impedirá a execução do contrato por parte do contratado. 
- Se a lei for inconstitucional e causar dano, basta comprova-lo e será indenizado. 
- Principio da igualdade perante o ônus e os encargos públicos: se a lei for constitucional, mas onerar mais uma parte, ela deverá ser indenizada. Gerará extinção ou revisão. Fato do Príncipe clássico ou por excelência: § 5o  Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Obs: se, por exemplo, a lei penal proíbe a entrada de determinado produto para o território nacional e este era o objeto do contrato, será fruto de descaminho se continuar o serviço. Assim, não há solução a não ser a extinção do contrato e reparação de danos ao contratado.
c) Fato da Administração: consiste simplesmente no descumprimento do contrato pela Administração Pública (art. 78, XII a XVI, da Lei). 
						Bens Públicos 
Se distinguem dos bens particulares pela sua finalidade. 
=> Domínio Público: conjunto de bens públicos (todos).
- Domínio privado: consiste no direito à apropriação da propriedade segundo o art. 5º, XXII, da CF, direito de usar, gozar, fruir e dispor da propriedade, com as condicionantes relacionadas à função social da propriedade (art. 5º, XXIII, da CF). 
=> Domínio eminente: poder político que permite ao Estado submeter a sua vontade a todos os bens situados em seu território. Deste domínio eminente, deriva-se a possibilidade de o Estado intervir na propriedade privada visando atender determinada finalidade, como a função social da propriedade. É dele que deriva a desapropriação, limitações administrativas em sentido amplo, servidão administrativa, ocupação temporária, etc.
=> Conceito de Bens Públicos: seu conceito está previsto no CC, no artigo 98: são públicos os bens pertencentes às Pessoas Jurídicas de Direito Público. 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Porém, existem bens privados que obedecerão parcialmente ao regime público, em sua estrutura, quando afetados a propiciar a prestação do serviço público, conforme artigo 99, parágrafo único, do CC. Exemplo: concessionários e permissionários. 
a) Quando à titularidade: artigo 20, da CF enumera os bens da União, dos Estados (art. 26, da CF) e dos Municípios (residual). Segue o critério das competências materiais legislativas, observando o interesse de cada ente. 
Obs: a garantia da propriedade vale para bens imóveis e móveis. 
Obs: Terras devolutas são classificadas como bens dominicais porque não estão afetadas a nenhum interesse comum ou para permissão ou concessão. São aquelas que tem origem no descobrimento do Brasil. A CF as atribuiu aos Estados. Entretanto, as terras devolutas inseridas no Inciso II do art. 20, CF, possuem uma certa finalidade, logo, possuem regime jurídico diferente dos bens dominicais.=> Classificação quanto à afetação/destinação: artigo 99, do CC:
I - Uso comum do povo
II - Uso especial 
III - Dominicais 
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
-> Uso comum do povo: podem ser utilizados por todos de forma impessoal, sem a necessidade de autorização por parte do Poder Público. Porém, os bens públicos de uso comum do povo, podem ter uma contraprestação. Exemplo: zona azul.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
-> bens de uso especial: são utilizados para exercício de função estatal ou prestação de serviço público. Recaem afetação de interesse público. Exemplo: prédio do fórum, museu. 
-> bens dominicais: por exclusão, os pertencem às PJ de direito Público que, sobre eles, não recai afetação ou destinação. Alguns doutrinadores os chamam de bens privados da Administração Pública, bens do patrimônio disponível dos Estados e bens do patrimônio fiscal. Podem extrair renda para atender imediatamente uma finalidade pública.
 => Afetação/desafetação
Os bens de uso comum do povo: existem casos em que a afetação decorre da natureza do próprio bem. Exemplo: o mar e o art. 225, CF: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
Ruas e praças também são exemplos de bens de uso comum afetados, mas é possível desafetá-los para que passe de uso comum a uso especial/dominical. 
Obs: pode o Poder Público desafetar determinado bem público, podendo, posteriormente, aliená-lo. Para tanto, deve existir um ato estatal formal, devidamente justificado, mostrando a finalidade da desafetação. 
Obs: o bem público não deixa de ser bem público pelo mero desuso. 
- Nos bens especiais, há autorização para desafetar determinado bem especial decorrido de um fato ou ato estatal. Fato que retire dele a afetação, como um terremoto que cause complicações e gere a perda da finalidade do determinado bem especial. Ato estatal que preencha os devidos requisitos legais. 
 => O núcleo do regime jurídico dos bens públicos envolve:
- Inalienabilidade: 
a) bens de uso comum e de uso especial são absolutamente inalienáveis, enquanto perdurar a afetação, destinação. O bem de uso especial pode ser desafetado para virar bens dominicais, e, se o caso, podem ser alienados. 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
b) bens dominicais são alienáveis, conforme artigo 101, do CC e o artigo 17, da lei 8.666/93. Só uma ressalva com relação a União, que possui previsão no Decreto Lei 9.760/46 e Lei 9.636/98. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
- Imprescritibilidade: conforme artigo 102, do CC. Bens públicos não se sujeitam a usucapião, assim, a prescrição aquisitiva não ocorre. Previsão nos artigos 183, § 3º, e art. 191, parágrafo único, da CF. 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
- Impossibilidade de oneração
-> impenhorabilidade dos bens públicos. 
-> Execução forçada em face da Fazenda Pública somente pode ser feita por processo especial de execução (art. 910 e ss, do CPC e artigo 100, da CF). É feita por regime de precatórios após a decisão transitada em julgado em face da Fazenda. As Pessoas Jurídicas de Direito Público seguem esse regime. 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
-> No mais, os bens públicos não podem ser usados como garantia de direito real, ou seja, hipoteca, penhor e anticrese. 
- Somente pode ser penhorado aquilo alienável. 
Obs: Imunidade tributária recíproca relacionada ao regime jurídico dos bens públicos. 
Artigo 150, VI, CF: é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
 => Meios de aquisição dos bens públicos 
1. Contratos: por licitação ou dispensa de licitação nos casos excepcionais (lei 8.666/93)
2. Usucapião: atendida as mesmas hipóteses do CC, pode adquirir por usucapião. É feito por esbulho possessório do Poder Público (desapropriação indireta). Artigos 1.238 a 1.242, do CC.
3. Desapropriação: por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, conforme estabelecido no artigo 5, XXIV, da CF. Necessidade de indenização justa e prévia, salvo alguns casos. Por necessidade ou utilidade pública está previsto no DL 3.365/42. Por interesse social, existem 3 possibilidades: 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
a) Artigo 184, da CF: regulamenta a desapropriação por interesse social de propriedade rural que não cumpra sua função social, sendo o titular privativo a união, a título de reforma agrária. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
b) Artigo 182, § 4º, III: desapropriação por interesse social de propriedade urbana que não cumpra a função social da cidade prevista no plano diretor de cada Município. Competente é o Município. Estatuto da cidade Lei 10.257/2001. 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
c) Lei 4.132/62: define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação. 
Obs: sempre que houver desapropriação por interesse social, haverá motivo de o proprietário não dar a sua propriedade a função social exigida. Assim, é desapropriada compulsoriamente para o ente que desapropriou. Esses bens são incorporados aos bens públicos e o poder público atribui esses bens a quem cumpra a sua função social, a título de domínio ou por cessão ou concessão de uso desses bens, existindo cláusula de reversão, caso não seja cumprido.
- A regra é a justa e previa indenização em dinheiro,ressalvados os casos previstos na CF. Nesses casos, a indenização ocorrerá, mas será por títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20 anos (no caso do 184, da CF), e em títulos da dívida urbana resgatáveis em até 10 anos (182, § 4, III, da CF). 
4. “Causa Mortis”: herança jacente (art. 1.822, do CC). Há herança, mas não há herdeiros ou nenhum deles se habilita em 5 anos da abertura da cessão. Também quando todos os herdeiros renunciam ou quando o bem público é deixado por testamento. Assim, passarão a ser do Município ou DF. 
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
5. Aquisição por força de Lei: 
a) Lei 6.766/79 - parcelamento do solo urbano. As ruas, praças, se incorporam ao patrimônio municipal automaticamente. 
b) Perdimento de bens (art. 91, II, do CP): como efeito da condenação penal. 
Art. 91 - São efeitos da condenação: II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. 
c) Lei Federal 8.429/92: regulamenta o artigo 37, § 4º, da CF, que trata dos atos de improbidade administrativa. Esta lei estabelece nos artigos 6º e 18, o perdimento de bens do agente público que, no exercício da função pública, venha se enriquecer ilicitamente. Esse perdimento é para a PJ que o agente está vinculado. 
d) Confisco: previsto no artigo 243, da CF: perdimento 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
 => Meios de utilização dos bens públicos
1) Uso comum do povo: 
a) pela própria afetação, implica, em regra, no uso universal, impessoal, gratuito ou retribuído (art. 103, do CC): 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
b) segundo a conformidade dos bens, ou seja, conforme sua natureza: essa utilização pode ser normal (ordinária) ou anormal (extraordinária):
- Anormal quando alguém pretende utilizar o bem de uso comum do povo segundo sua conformidade, mas, como não possui uso privativo, ele necessitará de consentimento do poder público para que este tome providencias para o uso dessa pessoa. Exemplo: carga perigosa. 
- Anormal também pode ser no caso de uso com inconformidade da sua natureza, no caso de bloquinho, maratona, seguindo os mesmos trâmites supra. 
2) Uso especial: Poderão ter acesso todos aqueles que queiram se valer daquela atividade realizada neste bem de uso especial (acesso tendo em vista a finalidade). A regulamentação para uso é feita pelo poder público que faz o uso especial (exemplo: escola pública). 
 => Uso privativo dos bens públicos: 
Exclui o direito de qualquer outro utilizar o mesmo bem. Pode alcançar qualquer espécie de bem público.
1) bens de uso comum do povo e bens de uso especial: os instrumentos que permitirão o uso privativo são regidos pelo Direito Público. Isto, pois, caso o interesse público se modifique, a Administração Pública poderá extinguir esse uso privativo. 
a) autorização de uso: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual o Poder Público faculta a alguém usar um bem público episodicamente (transitoriamente). Natureza descontinuada. 
Obs: Todo ato discricionário movido pelo Poder Público é precário (não gera direito a indenização). 
b) permissão de uso: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual o Poder Público faculta a alguém usar um bem público que terá uma atividade contínua. Exemplo: Banca de Jornal. 
Obs: se houver possibilidade de licitação, no caso de mais de um pretendente, deve ser licitado. 
Atenção: permissão condicionada ou qualificada: consiste na permissão por prazo fixado e que muito se aproxima do contrato, havendo direito subjetivo a indenização no caso de revogação. Mas, pode ter uma cláusula de revogação sem indenização, mostrando que garante apenas um tempo máximo de uso, não um tempo mínimo, pois há precariedade.
c) concessão de uso: sua natureza é contratual, havendo sempre um contrato administrativo. Regime jurídico de direito público e obrigatoriedade de prévia licitação. Concessão de uso de bem público dominical deve ser preferencial perante a locação, pois neste será contrato privado da administração e, assim, a Administração terá suas prerrogativas unilaterais.
d) concessão de direito real sobre uso: DL 271/67: é resolúvel, ou seja, o concessionário deve cumprir o ônus que lhe foi dado, sendo extinto a concessão caso não o cumpra. Artigo 7º prevê os requisitos. 
Art. 7o: É instituída a concessão de uso de terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.
c) concessão de direito especial para fins de moradia: MP 2.220/2001 + art. 183, da CF. Essa MP foi alterada há pouco tempo, pois sua atuação era restrita. Esse prazo foi aumentado, conforme leitura do atual artigo 1º, da MP 2.220/01: 
Art. 1o: Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. Não é usucapião!
Art. 183, da CF: Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Serviços Públicos
Lembrete: Tipos de atividades administrativas: serviços públicos, poder de polícia, intervenção do Estado na ordem econômica e fomento.
Nem tudo o que o Estado faz pode ser concebido como serviço público, pois, caso fosse, nem precisaria de distinção.
-> Seu conceito pressupõe a identificação de um conjunto de regras e princípios que lhe são próprios. 
Não é identificado pelo mero substrato material, ou seja, uma atividade destinada a satisfazer os interesses gerais, da coletividade. É sim identificado pela direta ligação à concepção de Estado levando em conta situações econômicas e situações sociais. Assim, o papel dado para cada Estado é que permite identificar o que é serviço público. 
Historicamente, vem da evolução onde se percebeu que determinados serviços eram vitais à sobrevivência dos cidadãos. Assim, após a identificação desses serviços, concluiu-se que essas atividades só poderiam ser suprimidas pela iniciativa privada, já que são atividades econômicas. Assim, houve a seguinte problemática: o serviço poderia não ser prestado porque poderia não obter lucro e, caso busca-se lucro, não atenderia a todos. 
Assim,o Estado retirou a possibilidade de a iniciativa pública atuar nesses serviços públicos, como a prestação de água, educação. Desta forma, o Estado pegou elas atividades econômicas e as tornou sua obrigação. Nada obstante, é proibido o exercício dessas atividades pela iniciativa privada sem prévia autorização legal.
Destarte, virou um regime jurídico próprio, de direito público, já que a obrigação se tornou do Estado, que possui prerrogativas e sujeições. 
-> São serviços públicos pois a lei determinou. Sempre que a CF diz que compete a determinado ente federativo determinado serviço, já sabemos que se trata de serviço público. Há um rol de serviços públicos estaduais, municipais, federais e do DF.
Elemento formal: lei determinando qual atividade é serviço público e, consequentemente, a determinação da utilização de serviços públicos. 
Atualmente, existem serviços públicos que não são vitais. Também os que não são exclusivos, que podem ser praticados pela iniciativa privada, quando:
a) A titularidade for exclusiva, o particular só pode praticar por delegação contratual ou legal. 
b) Constituição Federal autorizar a iniciativa privada exercer, não se exigindo delegação, em alguns serviços públicos, quais são: saúde, educação, previdência e assistência social. Exemplo: artigo 199, da CF.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Mas atenção, a iniciativa privada pode praticar de forma suplementar, sendo o Estado o obrigado na prestação dos serviços, ou seja, não pode o Estado tentar se eximir da responsabilidade que é dele. 
-> O serviço público não deixa de ser uma intervenção do Estado na ordem econômica, pois, se não fosse, a inciativa privada poderia prestar se quisesse e por quanto desejasse, o que afastaria a acessibilidade do serviço. 
Conceito: serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material, fruivel diretamente pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime jurídico de direito público. 
O fato de o Estado delegar a prestação não exime o regime de direito público.
1 - Atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material.
Obs: material no sentido de ser prestacional, ou seja, propiciar algo ao usuário. Isto diferencia o serviço público das outras atividades administrativas. Essa comodidade material visa satisfazer IMEDIATAMENTE o interesse público.
Substrato material: interesse geral
Substrato formal: regime jurídico público.
Atenção: o que o diferencia do fomento é que o fomento visa atender o interesse público mediato e não é obrigatório.
=> Matriz constitucional do serviço público 
a) Artigo 175, da CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
b) Artigo 21, da CF, X, XI e XII: Compete à União:  X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
Obs: Por razões de segurança, o Estado pode monopolizar para si a atividade. Exemplo: exploração de petróleo 
-> Autorização serve para tornar lícita uma atividade de serviço público prestada em benefício próprio. Assim, o consentimento do Poder Público (poder de polícia) quebra a barreira da ilicitude, já que esta tarefa compete a União, por exemplo, como no artigo acima. Assim, autorização não é um meio de delegação de prestação de serviços públicos à terceiros. 
=> Matriz Infraconstitucional: 
- Lei 8.987/95 
- Lei 9.074/95		União (art. 22, XVII)
- Lei 11.079/2004
- Lei Federal 13.460/2017 (direitos dos usuários) + art. 37, §3º, da CF 
- Lei 10.294/99 - Estado de São Paulo
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
· Princípios: 
- Princípio da obrigatoriedade da prestação: Celso Antônio Bandeira de Mello diz que este princípio se chama dever inescusável de prestar serviços públicos.
- Princípio da Universalidade na prestação ou generalidade: todos que cumprirem os quesitos técnicos podem fruir do serviço, sem distinção.
- Princípio da impessoalidadade: neutralidade, ou seja, o serviço deve ser prestado nas mesmas condições para todos os usuários. Atenção ao princípio da igualdade, que mostra que devemos tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade na medida de suas desigualdades, o que não quebra a isonomia.
- Princípio da Mutabilidade/Adaptabilidade/Atualidade: hipóteses de alteração unilateral pela Administração, desde que propicie melhor satisfação do interesse público. 
Lei 8.987/95, que trata das permissões e concessões regulamenta o artigo 175, da CF e o parágrafo único e inciso IV. Artigo 6º, §2º desta Lei. 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
- Princípio da continuidade ou da prestação continuada do serviço público: derivada do princípio da obrigatoriedade da prestação: Serviços devem ser prestados de forma contínua e regular, visando atender as necessidades coletivas, visando, sempre, o interesse público. Não pode o Estado escolher se prestará ou não, devendo prestar e de forma contínua. 
Lei 8.987/95: artigo 6º mostra quando a paralização do serviço não gera quebra da prestação do serviço continuado.
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - Por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
O inadimplemento do usuário que pode gerar paralização do serviço é o uti singuli. Isto, pois, com o não pagamento do usuário específico, poderá prejudicar a prestação do serviço pelo concessionário para a coletividade. 
Já no usuário uti universi, onde o corte poderia prejudicar a coletividade, não há autorização para a paralização do serviço, pois a sociedade não pode ser punida pelo inadimplemento de, por exemplo, um hospital público. O corte não pode prejudicar terceiros. Essa paralização nunca pode acontecer por inadimplemento. 
Obs: proteção ao consumidor e ao usuário. 
=> Lei 11.445/2007 – artigo 40, V e § 3º.
Art. 40.  Os serviços poderão ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipóteses:
V - inadimplemento do usuário do serviço de abastecimento de água, do pagamento das tarifas, após ter sido formalmente notificado.
§ 3o  A interrupção

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