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PCC História da Educação - Clara Pires Gastão

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO: Letras - Inglês 
DISCIPLINA: História da Educação 
PROFESSOR TUTOR: Marilia Ferranti Marques Scorzoni 
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: Revisitando a história da educação e 
projetando perspectivas futuras 
 ALUNA AUTORA DA ATIVIDADE: Clara Pires Gastão 
 
 
 
 
Introdução 
Com o objetivo de observar e analisar as experiências passadas para entender como 
chegamos nas práticas educacionais atuais, a História da Educação começou como uma 
disciplina integrada à Filosofia da Educação até mais ou menos os anos 60, quando 
conseguiu se desvencilhar e se tornar uma área de estudo própria. 
Este trabalho, portanto, pretende expor a contribuição dessa área de estudo e seus 
pesquisadores na formação de indivíduos e instituições de conhecimento, identificando 
pontos chaves na história, e assim tentar colocar em evidência algumas perspectivas 
futuras ligadas a ela. 
Da Antiguidade ao século XX 
A Grécia Antiga tinha como princípio a formação integral dos indivíduos como meio de 
preparação para a vida social. Porém, essa transmissão de conhecimento era mais 
informal, se baseando em práticas religiosas e sendo difundida pelas próprias famílias. 
No espaço escolar em si, o foco era a realização de esportes. 
Mais tarde, no entanto, a busca pelo conhecimento e respostas para as perguntas do 
universo levou os gregos ao desenvolvimento da Filosofia e ao ensino das letras e da 
lógica. Sócrates, Platão e Aristóteles são considerados os patronos dessa área e criaram 
teorias e métodos que influenciaram a educação através dos tempos. O primeiro 
desenvolveu a maiêutica, o segundo a “alegoria da caverna” e o terceiro a peripatética. 
Na Era Medieval, a educação era rígida e ensinada a partir dos conceitos e ideais da Igreja 
Católica. Os padres criaram a Patrística, que consistia na elaboração de doutrinas de fé 
com foco no Cristianismo e na defesa do mesmo contra os pagãos e suas heresias. No 
entanto, muitos de seus métodos foram tomados da Filosofia Antiga. Santo Agostinho foi 
o maior nome desse período e uniu a religião à filosofia clássica, dando foco no 
conhecimento, na amizade e na sabedoria. 
No Renascimento, apesar da presença de Deus ainda ser muito vívida no cotidiano, têm-
se o foco na valorização do ser humano e suas questões individuais, o que não era muito 
aceito na época anterior. Nesse período, também ocorre a valorização da infância e 
portanto, elaboram-se teorias focadas no desenvolvimento infantil, dando grande 
importância aos jogos e à educação física. Na História da Educação, essa adição oferece 
a base para a construção da Pedagogia moderna e contemporânea. 
O surgimento dos colégios dos séculos XVI ao XVIII possibilitou uma nova forma de 
ensino e aprendizado, com prédios próprios para as diferentes funções e aulas. Também 
teve a criação do Ratio Studiorum pelo líder da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola, 
que era um método que se baseava nas artes ensinadas nas escolas medievais (Trivium e 
Quadrivium) e era um modelo padrão para qualquer escola que os jesuítas 
estabelecessem. 
Nessa época, Martinho Lutero, precursor da Reforma Protestante, criou um projeto 
educacional que tinha como pilar a educação pública para todos, separada em três ciclos: 
fundamental, médio e superior. Tal base se mantém até os dias de hoje. Ele também 
destacou a importância de ter pessoas qualificadas para ensinar bem as crianças no início 
desses ciclos, centrando assim a figura do professor nesse processo todo. 
Na Modernidade, o professor era imbuído com a responsabilidade de formar cidadãos 
com consciência de seus direitos e capazes de tomar decisões sábias perante os desafios 
da sociedade. Entretanto, sua figura era considerada a dona da verdade e as salas de aulas 
não possuíam trocas entre ele e os alunos. 
Já quase no século XX, estudiosos como John Dewey e Maria Montessori passaram a 
questionar esse modelo, indicando que para uma formação mais humana e completa era 
necessário que os alunos participassem mais ativamente do próprio processo educacional, 
com base em estudos da Psicologia. 
Educação no Brasil 
No Brasil Colônia, Portugal deu liberdade aos jesuítas para que viessem e catequisassem 
os filhos dos colonos e o povo brasileiro, em sua maioria índios. O foco deles, assim como 
na Europa, era transmitir os valores da Igreja Católica e difundir o Cristianismo. 
Eles chegaram aqui no século XVI e tiveram o monopólio da educação até o século XVIII, 
e durante esses quase dois séculos construíram diversas escolas, universidades, igrejas e 
noviciados, tudo de forma gratuita. Além disso, realizaram missões que combinavam 
trabalho e prática religiosa e assimilaram o povo à nova sociedade que se criava no Brasil. 
No entanto, após 1750, os jesuítas foram expulsos de todos os territórios portugueses pelo 
Marquês de Pombal, que queria realizar uma reforma baseado em ideias iluministas e tirar 
dos jesuítas seu poder econômico e político. 
Com isso, todos os colégios, universidades, igrejas, dentre outras edificações construídas 
pela Companhia de Jesus foram fechadas ou destruídas, terminando com a educação 
pública gratuita e o método de ensino do Ratio Studiorum que havia sido implementada 
aqui. 
Foi instituída em seu lugar, através da Reforma Pombalina, as aulas régias. Elas foram a 
primeira experiência de ensino laico promovida diretamente pelo Estado na história 
brasileira. Porém, privou muitas pessoas de educação ao separar o ensino em categorias 
de acordo com o nível social de quem procurava aprender. 
No século XIX, Rui Barbosa foi um grande personagem na busca por mudanças na 
educação brasileira. Ele analisou as deficiências nos métodos de ensino aqui praticados, 
além da história das teorias e práticas em locais mais avançados para que pudesse 
comparar. A partir dessa pesquisa apresentou dois pareceres no parlamento, um sobre o 
ensino primário e outro sobre uma reforma no ensino secundário e superior. Eles foram 
publicados em 1882 e 1883. 
No início do século XX, foi fundada por Heitor Lira a Associação Brasileira de Educação 
(ABE), que promovia discussões sobre a situação educacional no país. Por causa dela, 
alguns estados modificaram alguns aspectos de seus sistemas de ensino. 
No entanto, apesar das tentativas realizadas por estudiosos de implementar um modelo de 
ensino mais uniforme a todas as camadas da população, ainda havia (como ainda há hoje 
no século XXI) uma divisão muito grande entre colégios particulares e públicos, sendo 
esse último destinado aos pobres, apesar da ideia de que “a escola pública é para todos”. 
Nos anos 30, Anísio Teixeira trouxe ao Brasil os fundamentos da Escola Nova, 
influenciada pelo americano John Dewey. Essa corrente repercutiu devido ao Manifesto 
dos Pioneiros da Educação. Escrito por 26 educadores, circulou em âmbito nacional e era 
um documento com ideias para renovar e o sistema pedagógico nacional. 
Foi incluída na Constituição de 1934, a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB). Em 1996, ela foi atualizada. Dois pontos importantes são comuns às duas: o 
direito a educação gratuita a partir dos seis anos de idade e o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Ministério (FUNDEF), 
que é o maior fundo nacional destinado a educação e repasse de verba para escolas 
estaduais e municipais de educação básica. 
História da Educação e Pedagogia 
É importante vincular o estudo da História com a prática pedagógica pois a partir dessa 
análise dos processos educacionais através dos tempos, de seus desenvolvimentos e 
tentativas, o profissional da área consegue ter uma ideia própria do que pode funcionar 
no ambiente em que está inserido. 
Foi a partir dessa consciência metodológica e histórica que surgiu diferentes correntes 
pedagógicas, como a crítica, que entende a escola como mais do que apesarum lugar de 
transmissão mecânica do conhecimento e sim um local de troca entre professores e 
alunos. 
Também devido a essa análise, foi possível a criação da Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) pelo Ministério da Educação (Mec). Com o objetivo de formar indivíduos com 
conhecimento e competências necessárias para a vida no século XXI, esse documento 
contém 10 áreas de estudo que devem ser implementados em todas as escolas, sejam elas 
públicas ou privadas. A Base também visa a atualização dos currículos dos professores 
das instituições e incentiva a modernização na forma de ensino. 
Conclusão 
A História da Educação passou por diversos ciclos e atualmente enfrenta alguns desafios 
importantes, como a diferença de qualidade entre o ensino público e privado e a melhor 
forma de adaptar as novas tecnologias ao dia a dia do estudante. No entanto, ao analisá-
la é possível ver quantas melhoras já foram feitas e a partir deles traçar um caminho para 
que elas continuem. 
Como educadores precisamos insistir na troca em sala de aula e ouvir os alunos para que 
entendamos as necessidades deles e conseguir adequá-las as necessidades do mundo 
globalizado. Também é importante que no futuro, programas nacionais de pesquisa e 
incentivo continuem a existir, para que tanto alunos quanto professores estejam 
motivados a mudar e melhorar. 
Bibliografia 
BORTOLOTI, Karen Fernanda. História da Educação. Rio de Janeiro: SESES, 2015. 
DA CUNHA, Célio et al. O Sistema Nacional de Educação. Brasília: Ministério da 
Educação, 2014. 
Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 15 de novembro de 2019. 
Universidade Estácio de Sá. História da Educação: aula 1 a 10. Disponível em: 
<http://estacio.webaula.com.br/ead/disciplinas>. Acesso em: 15 de novembro de 2019. 
 
 
 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
http://estacio.webaula.com.br/ead/disciplinas

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