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PCC HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - REVISITANDO A HISTÓRIA E PROJETANDO PERSPECTIVAS FUTURAS

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	UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: LETRAS - LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
TÍTULO DO RELATÓRIO: REVISITANDO A HISTÓRIA E PROJETANDO PERSPECTIVAS FUTURAS
DISCENTE: 
MATRÍCULA: 
	
Introdução
Falar de história da educação é falar da própria história, com suas teorias e, consequentemente, do seu papel como ciência, representativa do passado das sociedades. Através dos tempos, o homem buscou formas de educar-se, quer pra sua sobrevivência ou seu aperfeiçoamento cultural. Logo, foi através dos fatos históricos, que se observou o aprimoramento e o desenvolvimento da educação.
Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma breve análise da história da educação, desde a antiguidade, até os dias atuais, destacando os períodos históricos mais importantes para o desenvolvimento de educação no Brasil e no mundo.
Desenvolvimento
Revisitando a história da educação e projetando perspectivas futuras.
Período primitivo
Este período corresponde a pré-história. Anterior a escrita, a educação primitiva teve como objetivo ajustar a criança em seu ambiente físico e social através da aquisição das experiências. O saber, neste período, foi disponível a qualquer pessoa, não existia divisão social. Os chefes de família eram os professores.
As mudanças na educação ocorreram com a revolução neolítica, onde foi fixada uma divisão educativa, paralela à divisão do trabalho (homem/ mulher).
Educação na antiguidade: gregos e romanos
A herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas cidades-estado da Grécia antiga, Esparta e Atenas. Que constituiu-se como o princípio de organização social e educativa que serviu de modelo pra diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militares caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseou-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo de competitividade entre os alunos e nas exigências extrema de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha o logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. Devido a sua grande influência e, por se tratar do berço da filosofia, o ideal do povo ateniense era o “culto”, aos rapazes eram instruídos nas letras e filosofia pelos mestres, na primeira fase eram acompanhados pelo pedagogo (escravo que tinha como função orientar as primeiras letras e a atividade física), por volta dos 18 anos após o rito de passagem adentrava a vida cristã, os mestres eram os filósofos.
Como legado da educação ateniense surgiram os Sofitistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política.
Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar, mais do que ensinar a falar, através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.
Platão, discípulo de Sócrates desenvolveu sua teoria do conhecimento representada na alegoria da caverna, onde o conhecimento seria a possibilidade de salvação. Defende o dualismo, corpo e alma e teria como objetiva a formação do cidadão.
A educação no período romano, possuía caráter prático e formação civil e familiar. O cidadão possuía consciência do direito romano. O pai é figura central, a mulher tinha valorização na família, tendo um papel educativo para a formação do futuro cidadão. Com o fato de a educação romana ter assumido um foco maior para as classes de poder, culminou assim por dizer em sua decadência, onde ela foi gradativamente sendo substituída pela educação moldada nos princípios da igreja cristã.
Educação na idade média: educação cristã
A educação desenvolveu-se subordinada à igreja. Todo conhecimento era a serviço da fé, este deve revelar as verdades de deus a autoridade indiscutível que estavam presente nos textos sagrados. A razão deveria conciliar-se com a fé. Este conhecimento era reservado ao poder eclesiástico. Desenvolveram, nesse momento histórico, diferentes modelos pedagógicos para classes sociais distintas, surgiram os colégios com alunos e professores, os quais serviam a autoridade da igreja, ou outro poder que a representasse.
A função pedagógica era a evangelização, a revelação das verdades divinas e a salvação das almas para a vida eterna.
O quadro filosófico distinguiu-se em dois momentos: a patrística (século II até V), com o objetivo a defesa da fé cristã e a conversão. Seu principal representante era santo agostinho (354-430), que retomou os textos de Platão, considerava o conhecimento como as verdades eternas advindas da iluminação divina, sendo necessário, para tanto, o uso do intelecto, já que o conhecimento era uma experiência pessoa; a escolástica (século IV até XIV): “chama-se escolástica por ser a filosofia ensinada nas escolas. Scholasticus é o professor das artes liberais. Mais tarde é assim conhecido o professor de filosofia e teólogo, oficialmente chamado de Magister” (História da Educação – p. 94).
Educação moderna
O modelo de educação escolar centrado na figura do professor como transmissor do conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionado pela revolução industrial e a consequente urbanização e o aumento demográfico. Além disso, o fortalecimento e expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo acesso à escola enquanto direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de direitos e deveres, capazes de exercê-los perante a sociedade.
A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo hierarquizado e autoritário de educação que caracterizou as instituições escolares até então passou a ser questionado por educadores como a Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos Estados Unidos. Impulsionados pelo desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, e com críticas a pedagogia tradicional e a forma como os conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, esses e outros educadores passaram a reivindicar a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. Desta forma e como mencionado anteriormente, essas propostas resgataram princípios atenienses de educação ao valorizar a experiências anterior do aluno e seus conhecimentos prévios à aprendizagem escolar.
Brasil colônia
A educação no território brasileiro teve início com as práticas feitas pelos indígenas que orientavam e ensinavam para suas crianças as diversas técnicas e atividades necessárias para o bom funcionamento das aldeias como plantar, cozinhar, pescar, guerrear, dentre outros.
Essa situação foi modificada em 1549, quando os padres jesuítas chegam à recém- criada colônia portuguesa e criam a primeira escola brasileira localizada na cidade de salvador.
A atuação dos jesuítas no Brasil foi dividida entre o anúncio da fé católica por meio da catequese dos índios e a atividade educativa, feitas com base nas orientações do Ratio Studiorum, que em 1570 já contava com cinco escolas elementares e três colégios dessa ordem religiosa em diversas cidades como porto seguro, rio de janeiro, ilhéus e outras.
Assim, nos 210 anos em que os jesuítas permaneceram no Brasil eles fizeram toda uma organização do sistema educacional que compreendia desde o ensino mais básico até cursos superiores para formação de sacerdotes nas terras nacionais.
A presença dos religiosos jesuítas no país acabou em 1749 quando os mesmos foram expulsos de Portugal e de suas colônias pelo Marquês de Pombal, administrador de todo o império português,devido às divergências entre os interesses da coroa e dos padres católicos, pois a educação oferecida por eles geravam emancipação e conhecimento que não interessavam para a economia de Portugal a qual desejava uma mão de obra alienada nas colônias, que apenas trabalhasse sem pensar.
Assim, no ano de 1759 o Marquês de Pombal publica um decreto que fecha todas as escolas jesuítas em Portugal e em suas colônias criando, por consequência, uma nova estrutura educacional.
Nesse novo período, a educação no Brasil consistia apenas nas chamadas aulas régias, com aulas de latim, grego e retórica feitas por professores vitalícios e despreparados; sendo que este novo sistema gerou o verdadeiro caos no processo de ensino no território brasileiro.
Para tentar melhorar essa situação, foi criado no ano de 1772 o subsídio literário, que trazia um imposto a ser cobrado sobre a comercialização de diversos produtos – vinho, vinagre, cana verde, aguardente – e a sua arrecadação era utilizada para financiar o ensino primário e médio nas terras portuguesas.
O saldo para a educação brasileira no período de gestão do Marquês de Pombal foi o mais trágico possível, pois ele eliminou o sistema organizado feito pelos jesuítas e fez com que no início do século XIX a educação brasileira fosse praticamente inexistente, com práticas inadequadas e estagnadas sendo oferecidas aos pequenos brasileiros.
Este verdadeiro caos educacional é modificado em 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil. Para atender às necessidades, o Imperador D. João VI criou uma verdadeira estrutura educacional com escolas de medicinas, bibliotecas, imprensa e academias militares.
Escolas profissionalizantes e a LDB
Com o golpe de 1930, alguns nomes de projeção na educação da década anterior ocuparam posições de destaque no cenário educacional. É no governo ditatorial de Getúlio Vargas que, apesar do controle ideológico que havia nas salas de aula, iniciou-se um movimento em direção à criação de um sistema organizado de ensino. Uma das primeiras iniciativas do governo foi a criação do ministério da educação - ocupado primeiramente por Francisco Campos e das secretarias estaduais de educação.
A Constituição de 1934 foi a primeira a incluir em seu texto um capítulo inteiro sobre educação. Fruto da forte centralização nacional que marcou o período Varguista, o sistema educacional seguiam orientações e determinações do Governo Federal. A autonomia dos Estados eram bastantes limitadas e reguladas. Em 1942, foi regulamentada o ensino industrial. No mesmo ano, surgiram as escolas do SENAI, direcionadas, especialmente, às camadas mais pobres da população.
Foi só após o governo varguista que a educação apareceu na constituição como “um direito de todos”. No fim da década de 1940, as escolas secundárias têm forte expansão e, aos poucos, vão perdendo seu caráter elitista, embora o acesso ainda fosse de todos. Segundo dados do serviço de estatística do ministério da educação e cultura, em 1940, eram 155 mil frequentadores dessa etapa escolar. Dez anos depois, o número subiu para 365 mil. No ensino profissionalizante, também, a quantidade de alunos mais que dobrou. É nessa época, inclusive, que as ideias do pedagogo pernambucano Paulo Freire ganham repercussão nacional, em especial seus métodos de alfabetização e de educação da população carente.
Em 1961, é promulgada a primeira lei de diretrizes e bases da educação (LDB). Histórico, o documento instituiu um núcleo de disciplinas comuns a todos os ramos. Mas foi na segunda versão da LDB, porém, que se torna possível enxergar um sistema de ensino mais parecido com o atual. “Outra questão é que, neste período, cresce a participação das mulheres no ensino público; a divisão entre os sexos ficam quase metade a metade”. Neste documento, de 1971, fica obrigatório a conclusão do primário, fixado em oito anos, e passam a ser utilizados os termos 1º grau e 2º grau - nesta segunda fase escolar, procurou-se imprimir um caráter mais técnico, por preferência dos militares que comandavam o país. Essa ideia prevalece até 1982.
Apesar da construção educacional brasileira ter uma trajetória de quase 500 anos, o país ainda enfrenta problemas na área, e o analfabetismo é um deles. Segundo as pesquisas do IBGE, foram computados 12 milhões de analfabetos, o que representa 7,2% da população adulta - o mesmo pne, inclusive, estabeleceu uma meta de 6,5% até 2015.
	Embora o ensino fundamental esteja praticamente universalizado no Brasil, o acesso à educação para crianças entre 4 e 5 anos, que se tornou obrigatório, é de 90%. O dado é ainda pior nas faixas entre 15 e 17 anos, cuja taxa de escolarização é de 87,2%. “a valorização do magistério e as condições de estrutura das escolas são exemplos que pouco avançamos. Temos escolas ótimas, mas em várias regiões do país há uma precariedade absurda. A valorização do professor é um problema secular no Brasil, o que faz da qualidade do ensino, desde a educação infantil, nossa maior adversidade.
Considerações finais
O processo de alfabetização no Brasil, em sua dimensão histórica, revela-nos que, desde o seu início, na educação jesuíta, o que prevaleceu no sistema educativo foram as profundas desigualdades sociais. O ensino sempre foi privilégio da classe predominante, com alto poder aquisitivo, contrastando com a precariedade do letramento da população de baixa renda, situação que continua sendo um grande desafio para a sociedade brasileira.
Embora a política educacional brasileira tenha passado por várias mudanças e certamente com avanços na legislação, ainda se revela inoperante diante da realidade, e não conseguiu realizar transformações substanciais. Os graves problemas da educação foram ignorados: a falta de vagas nas escolas, os entraves à educação popular (analfabetismo, evasão, repetência), a melhoria na formação do professorado e a preocupação com a heterogeneidade da população.
Nesse sentido, por meio dos dados atuais, consideramos que o índice de analfabetismo continua alto, a sociedade brasileira não vem se revelando capaz de incorporar os adultos à cultura letrada, nem de alfabetizar os membros de cada nova geração, perpetuando assim o alto índice de analfabetismo.
Referências:
Fonte: Breve História da Educação. Disponível em:
<http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/breve-historia-da-educacao >. Acesso em: 1 maio 2020.
Fonte: A Educação característica nos tempos antigos, médio e moderno. Disponível em:
<https://filosofojr.wordpress.com/2012/09/02/a-educacao-caracteristicas-nos-tempos-antigo-medio-e-moderno/>. Acesso em: 2 maio 2020.
Fonte: História da Educação no mundo e no Brasil. Disponível em:
<https://serenna.jusbrasil.com.br/artigos/605451719/historia-da-educacao-no-mundo-e-no-brasil>. Acesso em: 1 maio 2020.
Fonte: A História da Educação na antiguidade. Disponível em:
<https://www.recantodasletras.com.br/ensaios/3920034>. Acesso em: 2 maio 2020.
Fonte: Período Colonial: histórico da Educação no Brasil. Disponível em:
< https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/periodo-colonial-historico-da-educacao-no-brasil/34874>. Acesso em: 3 maio 2020.
Fonte: História da Educação. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/pedagogia/historia-da-educacao/>. Acesso em: 1 maio 2020.

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