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apostila de gestão escolar

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GESTÃO ESCOLAR 
Aula 1: Estado do conhecimento em supervisão, administração 
e orientação educacional: breve histórico 
Introdução 
Na nossa trajetória escolar, já ouvimos falar de “Diretor”, Supervisor 
e Orientador Educacional. Mas afinal, qual o papel de cada um 
especificamente no cotidiano escolar? Qual a importância do trabalho 
coletivo desses profissionais para se efetivar uma educação de 
qualidade na escola? 
Nesta aula, vamos refletir e discutir estas questões! 
Pedagogos em busca de uma identidade coletiva 
Repensar os novos rumos da escola significa refletir as exigências 
atuais dos profissionais que dela fazem parte. Para entendermos a 
educação contemporânea e as atribuições dos que fazem parte deste 
cenário, é preciso que façamos uma retrospectiva histórica. 
Se começarmos pela origem da palavra pedagogia, veremos que ela 
deriva dos termos, paidós e agogé, que teve seu início na antiga 
Grécia. Estamos falando em pedagogia, pois é a ciência do ensino, 
e a Supervisão, a Administração e a Orientação Educacional são nos 
dias atuais especializações dos profissionais de pedagogia. 
Agora que ficamos sabendo da essência da palavra pedagogia lá nos 
primórdios da Grécia e que o seu objeto de estudo é a educação, 
vamos para o Brasil dos anos 70, com a formação dos pedagogos, 
ou seja, os “especialistas em educação”, promulgada pela Lei 5.692, 
de 11 de agosto de 1971, que fixava as diretrizes e bases para o 
ensino de 1º e 2º graus. 
Com a seguinte redação: 
Art. 33 A formação de administradores, planejadores, orientadores, 
inspetores, supervisores e demais especialistas de educação será 
feita em curso superior de graduação, com duração plena ou curta, 
ou de pós-graduação. 
Neste momento, a grande polêmica do trabalho desses profissionais 
pedagogos era a compartimentação do trabalho, uma vez que o 
termo “especialistas” dividiu o trabalho na escola, pois as 
contribuições das especializações deveriam acrescentar no trabalho 
do cotidiano escolar, como veremos mais adiante, no decorrer de 
nossa conversa. 
Com o advento da promulgação da atual Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação no Brasil Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
percebemos sinalização de mudanças no contexto educacional, de 
modo a ajustar as necessidades sociais presentes e futuras e a 
redação em relação à formação dos profissionais da Pedagogia, 
ficando da seguinte forma: 
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a 
educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia 
ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, 
garantida nesta formação a base comum nacional. 
Neste contexto, promulga-se que o Pedagogo é uma das funções de 
magistério, como ficou estabelecido por meio do artigo 67 da referida 
lei, em seu parágrafo 2º, como veremos a seguir: 
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 
201 da Constituição Federal, são consideradas funções de 
magistério as exercidas por professores e especialistas em educação 
no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em 
estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e 
modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção 
de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento 
pedagógico. 
Em consequência do que sinalizou a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional Nº 9.394/96, a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de 
maio de 2006, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o 
Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, aponta não só mais 
para o trabalho do Pedagogo no Curso de Graduação em Pedagogia, 
mas também para a docência no conjunto das suas habilitações e 
extingue as habilitações nos Cursos de Graduação em Pedagogia, a 
partir deste momento conferindo as “especializações” aos Cursos de 
Pós-Graduação Lato-Sensu. 
Estas questões foram contempladas na Resolução das seguintes 
formas, nos artigos que se seguem: 
Art. 4º 
O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de 
professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil 
e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino 
Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de 
serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos 
conhecimentos pedagógicos. 
Art. 10 
As habilitações em cursos de Pedagogia atualmente existentes 
entrarão em regime de extinção, a partir do período letivo seguinte à 
publicação desta Resolução. 
A mudança dos paradigmas da formação veio junto às mudanças de 
concepções filosóficas da atuação profissional do Pedagogo no 
ambiente escolar, após o seu Curso de Graduação, como podemos 
ver no artigo da Resolução CNE/CP nº 1, que abordamos 
anteriormente, conforme a transcrição, a seguir: 
Art. 3º O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de 
informações e habilidades, composto por pluralidade de 
conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será 
proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em 
princípios de interdisciplinaridade, contextualização, 
democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade 
afetiva e estética. 
Parágrafo único. Para a formação do licenciado em Pedagogia, é 
central: 
I - o conhecimento da escola como organização complexa que tem a 
função de promover a educação para e na cidadania; 
II - a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de 
investigações de interesse da área educacional; 
III - a participação na gestão de processos educativos e na 
organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino. 
Os Pedagogos já formados começam a repensar suas atribuições 
dentro da realidade social vigente, inicialmente cada um dentro da 
sua especificidade, para depois repensar as ações conjuntas, sendo 
os olhares diferenciados, próprios de cada um, o elemento 
multiplicador das ações, na busca de uma educação de qualidade. 
Podemos perceber esta abordagem, pelo seguinte questionamento 
que envolve a Gestão, a Supervisão e a Orientação Educacional: 
...) não é mais possível compreender um administrador como gestor 
das atividades-meio, que mais tem parecido um gestor de 
condomínio à cata de recursos financeiros para dar conta das 
necessidades mínimas da escola e de formas de baratear os custos 
da educação; 
Tampouco imaginar um supervisor especializado em currículo, que 
não esteja profundamente sintonizado com as mudanças no mundo 
de trabalho e com a gestão do trabalho pedagógico, ou um orientador 
especializado em dificuldades de aprendizagem, identidades, 
trabalho, sem que tudo isto esteja organicamente referido à 
totalidade do trabalho pedagógico, expresso no projeto da escola, o 
qual, mais do que documento, expressa síntese possível de relações 
sociais contraditórias, atravessada por diferentes concepções, 
motivações, formações e finalidades, com base nas relações de 
poder que se estabelecem na escola e em suas relações com a 
comunidade. (KUENZER, 2002, p.65) 
Neste momento, vamos expressar as angústias de cada um 
separadamente, para depois tratarmos da proposta de trabalho em 
equipe. 
Então, comecemos pela Supervisão, com a seguinte inquietação: 
SUPERVISOR 
A tradicional concepção de formação do supervisor também foi 
superada em decorrência das mudanças no mundo do trabalho e da 
ampliação da concepção de currículo e de projeto político-
pedagógico, que passou a incorporar os conceitos de poder, de 
multiculturalismo, de saberes populares, baseados em novas formas 
de compreensão das relações entre trabalho, cultura e conhecimento 
que originaram novas formas de compreensão da teoria e das 
práticas pedagógicas, cujo impacto já começa a se deslocar dos 
cursos de pedagogia para os cursos de formação de professores nas 
diferentes áreas do conhecimento. (KUENZER, 2002,p.65) 
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
Continuando a nossa conversa, iremos constatar uma das questões 
referentes à Orientação Educacional, na atualidade. 
A Orientação, hoje, caracteriza-se por um trabalho muito mais 
abrangente, no sentido de sua dimensão pedagógica. Possui caráter 
mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os 
protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de 
educação de qualidade nas escolas. O orientador está comprometido 
com a formação da cidadania dos alunos, considerando, em especial, 
o caráter da formação da subjetividade. Da ênfase anterior à 
orientação individual, reforça-se, hoje, o enfoque coletivo (a 
construção coletiva da escola e da própria sociedade), sem, 
entretanto, perder de vista que esse coletivo é composto por 
pessoas, que devem pensar e agir com base em questões 
contextuais, envolvendo tanto contradições e conflitos, como 
realizações bem-sucedidas. (GRINSPUN, p.31, 2006) 
 
GESTOR 
Assim como se refletiu a atuação dos Supervisores e Orientadores 
Educacionais, também se fez necessário, repensar o papel do Gestor 
no contexto escolar contemporâneo. Esta é uma das formas dessa 
reflexão, entre outras indagações da Gestão: 
(...) não é mais possível compreender um administrador como gestor 
das atividades-meio, que mais tem parecido um gestor de 
condomínio à cata de recursos financeiros para dar conta das 
necessidades mínimas da escola e de formas de baratear os custos 
da educação; tampouco imaginar um supervisor especializado em 
currículo que não esteja profundamente sintonizado com as 
mudanças no mundo de trabalho e com a gestão do trabalho 
pedagógico, ou um orientador especializado em dificuldades de 
aprendizagem, identidades, trabalho, sem que tudo isto esteja 
organicamente referido à totalidade do trabalho pedagógico, 
expresso no projeto da escola, o qual, mais do que documento, 
expressa síntese possível de relações sociais contraditórias, 
atravessada por diferentes concepções, motivações, formações e 
finalidades, a partir das relações de poder que se estabelecem na 
escola e em suas relações com a comunidade. (KUENZER, 2002, 
p.65) 
 
Aula 2: Escola e paradigmas de gestão 
 
Caminhos da gestão da escola 
Para iniciarmos este estudo, que tem os paradigmas da gestão 
escolar como foco principal, temos que nos reportar ao conceito 
de escola para podermos entender os paradigmas atuais da 
gestão no cotidiano das escolas. 
A ideia de instituição, presente no significado citado de escola, 
inicialmente não nos remete aos prédios, como temos na 
atualidade, pois se notarmos, se referem inicialmente à reunião 
em praças públicas para praticar filosofia e trocar ideias. 
Percebemos então, uma transmissão não sistemática de 
informações, diferente de nossa atualidade, em que além das 
pessoas envolvidas no processo de aprendizagem, temos também 
um prédio com mobiliários e toda uma infraestrutura de recursos 
humanos, no sentido de facilitar a dinâmica da instituição escolar. 
Podemos perceber que, com o passar dos tempos, tivemos 
mudanças visíveis nesta estrutura, pelo menos nas questões 
relativas aos prédios e mobiliários, como podemos perceber por meio 
das ilustrações a seguir: 
 
Convidamos você a refletir esta evolução, lendo a citação de 
LUCKESI. 
...) Todavia, à medida que a organização da sociedade foi 
adquirindo a forma de divisão de classes – um segmento 
dominante e um segmento dominado – e que a organização 
social foi exigindo formas de ação mais complexas, devido à 
ampliação de sua produção, foi crescendo a acumulação de 
experiências sociais; foi se tornando necessária uma educação 
mais estruturada, institucionalizada. 
Então, a educação espontânea já não era mais suficiente para 
dar conta da transmissão e assimilação das condutas, dos 
comportamentos e dos saberes necessários à sobrevivência da 
comunidade. A vida social, pela complexidade que adquirira, já 
exigia formas de transmissão e assimilação de condutas que a 
pura espontaneidade da convivência já não satisfazia mais. 
(LUCKESI, p.79, 2001) 
Percebemos que as mudanças que ocorreram na dinâmica da 
escola se deram por necessidades de determinados momentos 
sociais. A nossa escola atual já passou por diversas mudanças 
de paradigmas para atender as questões sociais prementes, 
nem sempre para atender aos educandos, mas sim, por 
questões do poder político, onde nem todos tinham acesso à 
escola, pois em certa época só quem detinha o poder que 
frequentava o espaço escolar. Esta instituição não era para 
todos, como se promulga atualmente nos textos legais. 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios: 
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na 
escola; 
O início da história da escola no Brasil não podia ser diferente 
do que já discutimos até então. Se deu com o domínio dos 
colonizadores, por meio dos jesuítas que representavam a 
Igreja Católica – exemplo de poder político da época - e tinham 
o objetivo inicial de “catequizar” os índios que aqui estavam 
quando os colonizadores chegaram. 
Tendo o início da escola pública no período imperial, com Dom 
Pedro, que inclusive institui uma Lei que organizava a 
educação das crianças e instituiu o dia do professor e a questão 
da profissão do professor e os currículos escolares. Isto 
aconteceu em 15 de outubro de 1827 e, desde então outras 
reformas e legislações aconteceram no Brasil, no âmbito 
educacional, que contribuíram para mudanças de paradigmas 
da gestão escolar no país. 
Refletiremos as nossas questões de estudo agora, 
especificamente a trajetória da escola no Brasil, com mais uma 
leitura de uma citação de LUCKESI: 
No Brasil, desde a Colônia até nossos dias, a escola foi 
privilégio do segmento dominante. Na Colônia, eram as novas 
gerações dos proprietários de terra e dos comerciantes que 
podiam ter acesso à educação; Hoje, quem tem acesso à 
escola de melhor qualidade são as gerações descendentes 
daqueles que possuem melhores condições econômicas. O 
povo quer a escola, mas nem por isso tem acesso a ela. E 
quando o tem, quase nunca pode permanecer nela, seja pelas 
condições sociais de vida, seja pelas condições satisfatórias 
em que o ensino se dá, seja pela má qualidade do ensino. 
(LUCKESI, p.79, 2001) 
Como percebemos na citação de LUCKESI, o acesso e permanência 
na escola é uma das grandes dificuldades nas nossas escolas, e 
constitui um dos grandes desafios da gestão de nossas escolas hoje, 
no Brasil, pois além da necessidade de que todos tenham acesso à 
educação, precisamos que a escolaridade dos brasileiros melhore 
com sua permanência nos bancos escolares, como promulgam os 
discursos legais. 
Vejamos: 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios: 
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na 
escola; 
Em nossa fala inicial, tivemos a intenção que você pudesse 
perceber claramente os paradigmas atuais da gestão da nossa 
educação escolar, tanto em nível de gestão governamental 
(macro), quanto em nível de gestão nas escolas (âmbito micro), 
quando afirmamos que as mudanças que ocorrem na dinâmica 
da escola se dão por necessidades de determinados momentos 
sociais. 
AULA 3: Administração/gestão – refletindo os 
conceitos 
 
Diferenças entre administração e gestão 
Administração: Do latim, ad (junto de) e ministrativo (prestação de 
serviço) significa ato de prestar serviço ou ajuda. 
Gestão: Do latim, gestione Ato de gerir; gerência, administração. 
Percebemos que as definições das palavras “administração” e 
“gestão”, têm significados parecidos, porém em nossos estudos 
vamos defini-las dentro de uma abordagem filosófica atual da 
educação, para podermos entender a mudança de termos, que 
inicialmente erade administração escolar e atualmente utilizamos 
gestão escolar. 
Paradigmas da educação 
Como vimos na aula anterior, as mudanças de paradigmas na 
educação aconteceram para suprir as necessidades prementes de 
um certo tempo social e a questão da gestão vem de encontro a um 
paradigma atual da educação, que já vinha sendo questionado há 
bastante tempo. 
Tomamos como exemplo um trecho do “Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova” de 1932: 
Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em 
importância e gravidade ao da educação. Nem mesmo o de caráter 
econômico lhe pode disputar a primazia nos planos de reconstrução 
nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país 
depende de suas condições econômicas, é impossível desenvolver 
as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das 
forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à 
iniciativa, que são os fatores fundamentais do acréscimo de riqueza 
de uma sociedade. No entanto, se depois de 43 anos de regime 
republicano, se der um balanço ao estado atual da educação pública, 
no Brasil, se verificará que, dissociadas sempre as reformas 
econômicas e educacionais, que era indispensável entrelaçar e 
encadear, dirigindo-as no mesmo sentido, todos os nossos esforços, 
sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram 
ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das 
necessidades modernas e das necessidades do país. 
Tudo fragmentário e desarticulado. A situação atual, criada pela 
sucessão periódica de reformas parciais e frequentemente 
arbitrárias, lançadas sem solidez econômica e sem uma visão global 
do problema, em todos os seus aspectos, nos deixa antes a 
impressão desoladora de construções isoladas, algumas já em ruína, 
outras abandonadas em seus alicerces, e as melhores ainda não, em 
termos de serem despojadas de seus andaimes... 
Onde se tem de procurar a causa principal desse estado antes de 
inorganização do que de desorganização do aparelho escolar, é na 
falta, em quase todos os planos e iniciativas, da determinação dos 
fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto 
técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação. Ou, em 
poucas palavras, na falta de espírito filosófico e científico, na 
resolução dos problemas da administração escolar. (...) 
O modelo da administração científica e clássica de Taylor e Fayol 
Começamos a visualizar os pedidos de mudanças nos paradigmas 
de administração, por meio de parte do manifesto de 1932, porém 
não podemos esquecer que a administração de nossas escolas teve 
como modelo a administração científica e clássica de Taylor e Fayol, 
respectivamente. 
A maior crítica a este modelo de administração reside no fato de que 
o primordial era a produtividade, sem muitas das vezes considerar o 
“ser” humano como o centro da organização, ou seja, no nosso caso 
das instituições escolares. 
O modelo da administração científica e clássica de Taylor e Fayol 
Vamos entender agora a transição de administração para gestão no 
contexto educacional. 
Vamos observar a figura para darmos continuidade à abordagem 
desta aula: 
➢ Liderança define e tem a supremacia sobre a estratégia. 
➢ Gestores controlam a estratégia de forma fragmentada e não 
compartilhada. 
➢ Funcionários executam tarefas sem conhecimento de seu 
papel estratégico. 
Este tipo de “administração” não mais se adequa ao contexto 
educacional contemporâneo, e como dissemos inicialmente, a 
troca dos termos de administração para gestão está ligada à 
atitude filosófica, pois como podemos perceber por meio da 
ilustração, hoje o trabalho em grupo é uma necessidade, não só 
da escola, mas de outros setores de nossa sociedade em geral. 
Em contraponto com a proposta da figura anterior, teremos outra 
ilustração que traduz uma proposta de trabalho em equipe, nos 
dando uma visão mais ampla da proposta atual de gestão 
educacional. 
Equipe 
➢ Abertura de novas ideias 
➢ Uma meta clara 
➢ Papéis claros 
➢ Compromisso com a meta 
➢ Decisões por consenso 
➢ Reconhecimento dos esforços de cada membro 
➢ Auto-avaliação periódica 
➢ Suporte da coordenação 
 
Ao finalizarmos este estudo esperamos ter caracterizado a mudança 
de paradigma de administração para gestão no contexto escolar, não 
só como uma mudança de termos, mas sim em uma mudança de 
postura em busca de atender a escola contemporânea em busca da 
efetivação de seu papel, que é ensinar com qualidade e totalidade, 
na certeza de uma sociedade próspera, com a contribuição do 
ambiente escolar. 
 
Aula 4: Perspectivas da gestão escolar e implicações 
quanto à formação de seus gestores 
Em nossos estudos anteriores, pudemos perceber que mudanças 
foram necessárias no contexto educacional contemporâneo para 
atender às questões prementes em nossa sociedade atual. Diante 
dessas mudanças, vamos refletir sobre a importância do papel da 
gestão neste contexto. 
A implementação de mudanças mais profundas na escola, que 
possibilitem uma melhor adequação às novas demandas sociais, 
proporcionando uma educação de qualidade, requer alteração na 
concepção de gestão das organizações escolares. Aquele modelo de 
gestão que utiliza processos mecânicos de decisão e repetição 
acrítica das velhas soluções terá que ser substituído por um novo 
modelo, mais dinâmico e flexível, que possibilite as adaptações 
necessárias com a rapidez desejável. (VIEIRA, p.14,2002) 
Para que você consiga visualizar as abordagens referentes à 
educação atual, selecionamos algumas questões promulgadas nas 
legislações em relação à educação no Brasil. 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 
1988 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na 
forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 
9.9394/96 
 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII – valorização do profissional da educação escolar; 
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei da 
legislação dos sistemas de ensino; 
IX – garantia de padrão de qualidade; 
X – valorização da experiência extra-escolar. 
XI – vinculação da educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
 
Ser gestor desta escola é um grande desafio! Sua formação deverá 
ser realizada em Curso de Pedagogia e necessariamente 
complementada em curso de Pós Graduação em Gestão Escolar, 
conforme sinalizou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional 9.394/96 e a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 
2006, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de 
Graduação em Pedagogia. 
Concomitante às legislações, foram implementados Programas e 
Projetos Oficiais de formação de gestores das escolas 
públicas, como verificaremos nos quadros que se seguem: 
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORESO Programa Nacional Escola de Gestores foi implementado, em 
caráter experimental, em 2005, sob a coordenação do INEP, tendo 
realizado um projeto-piloto de formação de dirigentes, por meio de 
um curso de 100 horas que atingiu 400 dirigentes de escolas de 10 
estados da federação. Nesse curso utilizou-se o suporte tecnológico 
do e-Proinfo. A re-elaboração do Programa Nacional Escola de 
Gestores da Educação Básica tem como referência, além da 
avaliação do projeto-piloto realizada pelo INEP, estudo realizado 
sobre programas de formação de gestores escolares, que teve como 
objetivo analisar de forma comparativa cinco programas voltados 
para a formação de gestores escolares, indicando suas principais 
características em relação às novas tendências educativas. São eles: 
Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares – 
PROGESTÃO, Programa Nacional Escola de Gestores da Educação 
Básica, Programa de Formação Continuada de Gestores da 
Educação Infantil e Fundamental – PROGED, Centro Interdisciplinar 
de Formação Continuada de Professores – CINPOP, Programa de 
Formação de Gestores da Educação Pública – UDJF. 
As definições das diretrizes do referido curso de formação continuada 
e as ações daí decorrentes, explicitadas nesse documento, resultam 
de trabalho coletivo, que envolveu o diálogo entre o Ministério da 
Educação, as universidades, as entidades e associações da área, 
bem como o CONSED e a UNDIME.Leia agora: Diretrizes Nacionais 
do Curso de Pós Graduação em Gestão Escolar. 
PROGRAMA NACIONAL “ESCOLA DE GESTORES DE 
EDUCAÇÃO BÁSICA” 
 
O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica 
Pública faz parte das ações do Plano de Desenvolvimento da 
Educação (PDE) e surgiu da necessidade de se construir processos 
de gestão escolar compatíveis com a proposta e a concepção da 
qualidade social da educação, baseada nos princípios da moderna 
administração pública e de modelos avançados de gerenciamento de 
instituições públicas de ensino, buscando assim, qualificar os 
gestores das escolas da educação básica pública, a partir do 
oferecimento de cursos de formação a distância. A formação dos 
gestores é feita por uma rede de universidades públicas, parceiras 
do MEC. O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação 
Básica Pública tem como objetivos gerais: 
- Formar, em nível de especialização (lato sensu), gestores 
educacionais efetivos das escolas públicas da educação básica, 
incluídos aqueles de educação de jovens e adultos, de educação 
especial e de educação profissional.- Contribuir com a qualificação 
do gestor escolar na perspectiva da gestão democrática e da 
efetivação do direito à educação escolar com 
qualidade social.- Como resultado dessa iniciativa, o MEC espera a 
melhoria dos índices educacionais das escolas e municípios 
atendidos. 
Para mais informações, leia agora: Escola de Gestores da Educação 
Básica. 
PROGESTÃO 
O Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares - 
PROGESTÃO nasceu como programa pioneiro, no Brasil, de 
educação à 
distância para capacitação de lideranças escolares. Foi desenhado a 
partir de uma demanda específica de um grupo de Secretários de 
Estados da Educação, na década de 90, tendo como meta principal 
o desenvolvimento de uma gestão democrática focado no sucesso 
escolar do aluno. O Programa propõe a discussão entre membros do 
colegiado escolar sobre temas como sucesso e permanência de 
alunos na escola, projeto pedagógico, avaliação institucional, 
gerenciamento financeiro, espaço físico, patrimônio da escola, 
avaliações externas, recursos humanos, entre outros. 
A partir de 2001 este Programa vem sendo implantado no país, por 
adesão das Secretarias de Estado da Educação e foi concebida para 
ser utilizada de forma descentralizada. 
A metodologia do Programa inclui três componentes básicos: a) os 
materiais instrucionais; b) o sistema de apoio à aprendizagem e c) o 
sistema de avaliação.Para mais informações, leia agora: O que é o 
Progestão? 
 
Mas, como capacitá-los para estarem aptos a administrar recursos 
humanos e materiais dentro destas expectativas, que não fizeram 
parte do cotidiano escolar destes gestores anteriormente? 
Diante do contexto das orientações legais da educação brasileira, 
percebemos que o antigo modelo de “administração” não satisfaz as 
concepções vigentes, sendo o modelo de gestão democrática o 
necessário para atender as demandas da escola a caminho da 
educação para todos e de qualidade 
O primeiro envolvido nesta sensibilização deve ser o gestor, para que 
ele possa entender os caminhos e ser um multiplicador dessas 
concepções no cotidiano escolar. 
Percebemos que os programas de formação de gestores ocorreram 
em nível nacional, utilizaram tecnologias diversas para que as 
capacitações fossem efetivadas e se deram na forma de capacitação 
continuada em serviço 
Por isso a necessidade que fossem cursos semipresenciais, na 
modalidade à distância, com tutorial, material impresso e mídias 
diversas. 
O que também propiciou outro tipo de formação a esses gestores, ou 
seja, a utilização de tecnologias de informação e comunicação. 
A incorporação das tecnologias de informação e comunicação – TIC 
- na escola contribui para expandir o acesso à informação atualizada 
e, principalmente, para promover a criação de comunidades 
colaborativas de aprendizagem, que privilegiam a construção do 
conhecimento, a comunicação, a formação continuada, a gestão 
administrativa, pedagógica e de informação. 
 
As novas relações com o saber que as TIC propiciam, principalmente 
com acesso à Internet, potencializam a articulação da escola com 
outros espaços produtores do conhecimento e provocam mudanças 
substanciais em seu interior, apontando para a criação de um espaço 
complexo, aberto e flexível, no qual o ensino, a aprendizagem e a 
gestão participativa se desenvolvem em um processo colaborativo 
com trocas recíprocas, respeito mútuo e liberdade responsável. 
(ALMEIDA, p. 41, 2002) 
Até então falamos em formação continuada dos gestores que já 
estavam atuando na gestão das escolas públicas. Porém, os 
parâmetros da formação inicial para Gestores Escolares, que 
atualmente se dá nos Cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu, pois 
com a Resolução CNE/CP 1/2006, que institui Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, as habilitações 
foram extintas no Curso de Graduação em Pedagogia, que são a 
Orientação Educacional, Supervisão Escolar e a Gestão Escolar, são 
os mesmos. 
Como podemos constatar nos Programas de Formação de Gestores, 
muitos foram oferecidos como Cursos de Pós-Graduação Lato-
Sensu para o grupo de gestores que já eram graduados. E se 
prestarmos atenção nas propostas destes cursos, concluiremos que, 
tanto a formação continuada, quanto a formação inicial de gestores 
escolares, têm a mesma linha filosófica, ou seja, a gestão 
democrática em busca da qualidade no ensino. 
 
 
Aula 05: Políticas e Gestão da Educação Básica no 
Brasil: limites e perspectivas 
 
Gestão da Escola Básica no Brasil 
Vamos iniciar este estudo entendendo como é a organização da 
educação no Brasil, por meio de um primeiro quadro, que se segue: 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 
9.394/96 
TÍTULO V 
Dos Níveis e das Modalidades da Educação e do Ensino 
CAPÍTULO I 
Da Composição dos Níveis Escolares 
 Art. 21. A educação escolar compõe-se de: 
 I – educação básica formada pela educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio. 
 II- educação superior. 
Como o quadro nos mostra, a educação no Brasil está organizada 
em dois níveis de ensino, ou seja, a educação básica e a educação 
superior e nesta aula abordaremos as questões da gestão inerentes 
à educação básica, também visualizamos por meio do quadro 
anterior, que este nível de educação escolar é composto pela 
educação infantil, ensino fundamentale ensino médio. 
Vamos a um próximo quadro que evidencia uma questão comum a 
todas as modalidades de ensino, da educação básica: 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 
9.394/96 
Art. 22. A educação básica tem por finalidade desenvolver o 
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no 
trabalho e em estudos posteriores. 
Percebemos a questão de “assegurar a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania”, como um dos grandes 
desafios da gestão da educação básica, pois assegurar isto no 
ambiente escolar, não seria fácil responder, pela falta do exercício 
efetivo da cidadania no chão da escola em seu cotidiano, isto envolve 
uma jornada árdua e longa, tendo como ponto-chave a gestão na 
promoção deste processo. 
Além de conhecer as orientações legais referentes ao contexto 
educacional, é preciso que compreenda a “cultura da escola”, para 
que práticas relativas ao exercício da cidadania se efetivem na 
escola. 
Vamos aos exemplos deste sistema de avaliação na educação 
básica: 
(...) Compreender a escola e sua cultura antes de mudá-la! Prioriza 
o significado sobre a administração. Vá com calma. Seja paciente. 
Não desaprove prematuramente, aguarde até poder julgar de 
maneira sensata. A tradição é tão importante quanto a mudança 
(Louden, 1991). Melhorias reais significam mais do que mudanças; 
envolvem também a conservação daquilo que é bom. A preservação 
sábia requer uma compreensão profunda. Compreender a cultura 
não é um processo passivo. 
Nias e colegas (1989) defendem que a percepção constitui o cerne 
da questão. Tal percepção é capaz de ser altamente ativa, e deveria 
sê-lo. Isso envolve muita observação, saídas do gabinete, 
caminhadas pela escola ou aquilo a que Peters (1987) chama de 
Liderança Através de Caminhadas sem Compromisso. 
Compreender e escutar de maneira dinâmica são fundamentais para 
um verdadeiro líder imerso na cultura da escola. 
(FULLAN & HARGREAVES, p.106, 2000) 
Neste contexto o exercício da cidadania significa respeito, não só ao 
aluno como um ser individual, mais à escola como um todo, não 
deixando de esquecer que gestão educacional, não se relaciona 
somente ao gestor do espaço escolar, mas também aos gestores que 
estão a nível macro. 
Como estudamos anteriormente, neste caso as orientações também 
têm a necessidade de respeitar as peculiaridades de cada sistema, 
por isso, leis educacionais maiores deliberam e os demais sistemas 
de ensino regulamentam as orientações, conforme as suas 
realidades. 
Vamos a um próximo quadro para entendermos melhor esta questão: 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 
9.394/96 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será 
organizada de acordo com as seguintes regras comuns: 
I – carga horária mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por 
um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo 
reservado aos exames finais, quando houver; (...) 
Inicialmente relacionamos o exercício da cidadania às atitudes 
respeitosas que deve ter a gestão como exemplo, agora vamos além, 
pois a gestão da educação seja na educação básica ou na educação 
superior, também envolve coerência e bom senso, tanto a nível 
macro (MEC, secretarias estaduais e municipais de educação) ou 
micro (gestores e equipes que estão na escola). 
Quando propomos a você visualizar no quadro anterior, a carga 
horária e dias letivos mínimos para a organização da educação 
básica, foi para que você pudesse perceber que, não há a estipulação 
de cronograma de meses e horários para a distribuição desses dias 
e horas mínimas estipuladas na LDB 9.394/96, ficando a organização 
deste cronograma a cargo de cada sistema de ensino, conforme as 
peculiaridades locais. 
Este é um exemplo de coerência e bom senso, pois não é regra que 
as férias escolares têm que ser no mês de janeiro e o recesso no mês 
de julho, competindo a cada sistema de ensino organizar seus 
calendários conforme as necessidades de suas comunidade, bem 
como o número de dias e carga horária, só tendo que atender número 
de dias e horas mínimas estipuladas na LDB. 
Quantos conhecimentos têm que perpassar pela gestão da escola 
básica? Vamos visualizar um outro quadro, com mais uma das 
questões relacionadas à educação básica nas escolas brasileiras: 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 
9.394/96 
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
(...) IV – estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a Educação 
Infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os 
currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação 
básica comum; 
(...) VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento 
escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração 
com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e 
a melhoria da qualidade de ensino (...) 
Quando falamos em currículos e conteúdos mínimos, nos reportamos 
às Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais, em relação a cada 
modalidade de ensino, como os exemplos que se seguem, para 
facilitar a sua compreensão desta questão: 
ENSINO FUNDAMENTAL 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem o primeiro nível de 
concretização curricular. 
São uma referência nacional para o ensino fundamental. Têm como 
função subsidiar a elaboração ou a revisão curricular dos Estados e 
Municípios, dialogando com as propostas e experiências já 
existentes, incentivando a discussão pedagógica interna das escolas 
e a elaboração de projetos educativos (...) 
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 
Sua função é contribuir com as políticas e programas de educação 
infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, 
subsidiando o trabalho educativo de técnicos, professores e demais 
profissionais da educação infantil e apoiando os sistemas de ensino 
estaduais e municipais. 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ENSINO MÉDIO 
 
Estes Parâmetros cumprem o duplo papel de difundir os princípios 
da reforma curricular e orientar o professor, na busca de novas 
abordagens e metodologias. 
Dando continuidade aos nossos estudos, vamos entender o que vem 
a ser o processo nacional de avaliação do rendimento escolar, que 
segundo a LDB Nº 9.394/96, deve ser assegurado pela União no 
ensino fundamental, médio e superior, e como vimos anteriormente 
os currículos mínimos também já foram previstos nesta legislação. 
A gestão deve ter como referencial, que preparar para o exercício 
pleno da cidadania é propiciar ao educando um ensino de qualidade, 
de modo que ele possa assegurar os estudos em condições de 
igualdade com os demais cidadãos, de modo que seus alunos 
aprendam e apliquem esses conteúdos no seu cotidiano de maneira 
segura. 
Agora que você já tem conhecimento das avaliações que são de 
responsabilidade do INEP – Instituto Educacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” – que fazem parte do Saeb 
( Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), é importante 
que você também saiba da Prova Brasil, como mostramos na 
logomarca, que se segue: 
Em 2005, paralelamente à avaliação do Saeb, foi realizada uma outra 
avaliação, essa de natureza quase censitária, o que permitiria a 
divulgação dos resultados por municípios e por escolas, ampliando 
as possibilidades de análise dos resultados da avaliação. Nasce 
assim, a Prova Brasil, que utiliza os mesmos procedimentos 
utilizados pelo Saeb. 
A escola básica, fará parte da formação de nossos alunos por pelo 
menos 09 anos de suas vidas, sem contar os anos da educação 
infantil, temos aí o grande desafio da gestão, pois muitas serão as 
aprendizagens que precisam ser significativas para o exercício pleno 
da cidadania dessas crianças inicialmente, que saemadolescentes 
ou jovens da educação básica. 
Vamos a uma contribuição que contempla esta questão: 
Cabe ressaltar que a gestão escolar é uma dimensão, um enfoque 
de atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o 
objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos 
alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, 
desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as 
quais evidenciam: pensar criativamente; analisar informações e 
proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias 
com clareza, tanto oralmente, como por escrito; empregar a 
aritmética e as estatísticas para resolver problemas; ser capaz de 
tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre muitas 
outras competências necessárias para a prática da cidadania 
responsável. Portanto, o processo de gestão escolar deve estar 
voltado para garantir que os alunos aprendam sobre o seu mundo e 
sobre si mesmos em relação a esse mundo, adquiram 
conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com informações de 
complexidades gradativas e contraditórias da realidade social, 
econômica, política e científica, como condição para o exercício da 
cidadania. (LÜCK, p. 07, 2000). 
 
Aula 06: Gestão Democrática da Escola Pública 
 
Os quadros nos mostram que a gestão democrática do ensino 
público está prevista em lei, desde a promulgação da Constituição da 
República de 1988, que é a nossa lei maior e, como consequência, 
também está entre os princípios da educação brasileira na lei de 
diretrizes e bases da educação nacional nº 9.394/96. 
É importante refletir o conceito de democracia para discutirmos o 
significado de gestão democrática, que também não é de fácil 
entendimento, pois muitos de nós ainda não tivemos a oportunidade 
de vivenciar a gestão democrática da escola, e, talvez também 
tivesse a mesma reação da Mafalda ao ler o que é a “gestão 
democrática da escola”, pois só viu o exemplo contrário do 
significado e muitas das vezes com o rótulo de “gestão democrática”, 
quando não se é de fato. 
Democracia: ("demo+kratos") é um regime de governo em que o 
poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos 
(povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos 
— forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema 
presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico. 
Percebemos que a democracia está relacionada à tomada conjunta 
de decisões, pelas pessoas ou por seus representantes eleitos para 
decidirem questões da coletividade. 
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de 
maneira que possibilite a participação, transparência e democracia. 
Visualizamos a gestão democrática também como participação 
coletiva que está ligada à democracia, mais ainda temos que 
entender porque a gestão democrática da escola pública no sistema 
de ensino brasileiro. 
Para tal, recorreremos a dois quadros que serviram de exemplos na 
abordagem da aula 04 – “Perspectivas da gestão escolar e 
implicações quanto à formação de seus gestores” – para 
começarmos a desvendar os caminhos da gestão democrática da 
escola pública no Brasil. 
Quando falamos em recursos financeiros na gestão democrática do 
ensino público, estamos nos reportando às especificidades de cada 
“unidade” escolar, na decisão das suas prioridades e que “a verba é 
da escola”, “não do gestor”, sendo assim, a gestão junto ao grupo 
decidirá quais serão as aplicações feitas com as verbas recebidas, 
seja do governo federal, estadual ou municipal. 
Existem alguns programas de repasse de verbas do governo federal 
às escolas, sendo o PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola – 
um dos mais importantes, vejamos a seguir como se dá este 
Programa: 
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE 
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no repasse 
anual de recursos às escolas públicas do ensino fundamental 
estaduais, municipais e do Distrito Federal e as do ensino especial, 
mantidas por organizações não governamentais (ONGs), desde que 
registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O repasse dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola 
(PDDE) é feito anualmente pelo FNDE às contas bancárias das 
unidades escolares, cabendo a elas utilizar os recursos, de acordo 
com as decisões dos órgãos colegiados da escola. 
Os recursos podem ser utilizados para as seguintes finalidades: 
Aquisição de material permanente; Manutenção, conservação e 
pequenos reparos da unidade escolar; Aquisição de material de 
consumo necessário ao funcionamento da escola; Capacitação e 
aperfeiçoamento de profissionais da educação; Avaliação de 
aprendizagem; Implementação de projeto pedagógico e 
desenvolvimento de atividades educacionais. 
 
O valor transferido a cada escola é determinado com base no número 
de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação 
especial estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do 
atendimento. Tendo em vista a importância assumida pelo PDDE no 
cotidiano das escolas, em razão deste programa se caracterizar pelo 
repasse de dinheiro direto para as escolas públicas de todo o país, 
vamos discutir a seguir o referido programa e o papel do Conselho 
Escolar na gestão do mesmo. 
(BRASIL, pág.66, 2006) 
A participação na gestão democrática da escola pública vai muito 
além do financeiro, pois tudo que é decidido tem como foco principal 
a qualidade do ensino oferecido pelas escolas. 
A preocupação com a qualidade de ensino tem que ser uma 
preocupação que perpasse por toda a educação básica, para que os 
alunos não cheguem despreparados ao final da educação básica. 
Esta questão tem que ser pensada também por toda a gestão do 
ensino público, de forma conjunta e respeitosa. Isso é gestão 
democrática do ensino público. 
Para concluir, destacamos que a Gestão democrática na escola 
pública é primordial para a qualidade do ensino nos dias atuais. É 
papel das instituições escolares se adequar as questões legais de 
todo o processo de aprendizagem e investir na educação 
democrática e transformadora. 
 
Aula 7: Políticas Sociais no Brasil: descentralização em 
um Estado federativo 
Nesta aula, esclareceremos o que é Política Social, sua abrangência 
e importância para a conquista da cidadania plena. Identificaremos 
os projetos e programas da Política Social brasileira, específicos do 
direito à educação. 
Percebemos durante os nossos estudos que “assegurar a formação 
comum indispensável para o exercício da cidadania do educando” 
constitui finalidade da educação básica no Brasil, deliberada na Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96. 
Nesta aula trataremos da questão de políticas sociais. Para 
discutirmos o tema proposto nesta aula, inicialmente estaremos nos 
reportando à questão da cidadania, não só dos educandos, mas de 
toda uma população brasileira. 
Precisamos entender o que é cidadania para podermos estudar fatos 
relativos às políticas sociais. 
 
 
Vamos ao conceito geral de cidadania no quadro a seguir: 
O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado 
então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o 
indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos 
negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, 
todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. 
Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando 
a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o 
conjunto de deveres e direitos de um cidadão. "Cidadania: direito de 
ter direito". 
Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de 
conquistas cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças 
sociais, civis e políticas, no percurso de sua história e, em 
contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas 
conquistas com o objetivo exemplarde ampliar estes direitos na 
sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua 
plenitude, torna-se absolutamente necessário a percepção da 
dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, 
presente e futuro da nação. Este é o caminho longo e cheio de 
incertezas, inferido por José Murilo de Carvalho. Esta é a 
originalidade e especificidade da cidadania brasileira. 
Quando trabalhamos com o conceito de cidadania, no início do nosso 
estudo, nossa intenção foi promover um melhor entendimento de o 
que é política social. 
Quando pensamos em conjunto de ação social em nível nacional por 
meio de planos e programas que garantam aos cidadãos o acesso 
aos seus direitos, estamos conceituando política social. 
A política social no Brasil tem como marco a Constituição da 
República de 1988, como veremos na contribuição, a seguir: 
A Constituição de 1988 espelhará os ideais universalistas acoplados 
a uma ideia ampliada de cidadania, em busca da expansão da 
cobertura de políticas sociais no que diz respeito a bens, serviços, 
garantias de renda e equalização de oportunidades. Ela tentará 
superar um sistema marcado pelo autofinanciamento, excludente e 
não-distributivo, procurando instituir as bases para a organização de 
um sistema universal e garantidor de direitos. O sistema que então 
emerge, em que pesem os inegáveis avanços, compõe-se ainda de 
políticas diferenciadas, organizadas a partir de distintos princípios de 
acesso, financiamento e organização institucional, reflexo tanto de 
suas trajetórias não homogenias como das escolhas realizadas no 
campo político. (Cardoso Jr. e Jaccoud, in) Leia o artigo: Políticas 
Sociais no Brasil: Organização, Abrangência e Tensões da Ação 
Estatal. 
A organização da política social no Brasil, atualmente, se dá por meio 
de uma Agenda Social, que contém o PPA - Plano Plurianual. 
Vejamos o que diz um documento oficial em relação à elaboração da 
Agenda Social e do Plano Plurianual: 
• A Agenda Social foi construída ao longo de 2007, em um processo 
coordenado pela Casa Civil, e que contou com a participação de 
representantes do Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão 
e de órgãos setoriais com iniciativas relacionadas à área social. As 
reuniões e discussões sobre a proposta ocorreram em paralelo aos 
trabalhos de elaboração do PPA 2008-2011. Assim, ao mesmo 
tempo em que os órgãos definiam seus programas e ações para o 
novo PPA, a Casa Civil coordenava reuniões para a seleção do que 
comporia a Agenda Social do governo federal. 
• A partir das discussões, foram selecionados os eixos organizadores 
da agenda, que tem a Câmara de Políticas Sociais da Presidência da 
República como instância decisória, mas cuja coordenação é 
descentralizada: cada eixo está sob responsabilidade de um órgão 
específico. É importante salientar que tal opção contrasta com a que 
prevaleceu no caso do PAC, que é tanto gerenciado quanto 
monitorado pela Casa Civil. 
• Em linhas gerais, os grandes objetivos da Agenda Social são: 
reduzir a desigualdade social; consolidar uma política garantidora de 
direitos; buscar a gestão integrada das políticas, promovendo 
oportunidades; e incentivar a pactuação federativa entre União, 
estados e municípios. (BRASIL, IPEA, p.15, 2008) 
A Agenda Social constitui questões necessárias para a garantia do 
acesso aos direitos básicos dos cidadãos, como falamos 
anteriormente. 
É interessante que você tenha acesso a essa Agenda, bem como 
saber quais são os projetos e programas, principalmente os 
direcionados à educação. 
Educação 
 
Constituído por ações destacadas do Plano de Desenvolvimento da 
Educação (PDE), este eixo da Agenda Social teve suas linhas gerais 
divulgadas em março de 2007.18 Abrange a educação básica – 
inclusive programas destinados a alfabetizar os adultos –, a 
educação profissional técnica e tecnológica, e o ensino superior. 
Entre as inovações trazidas encontra-se a estratégia de 
responsabilização das outras instâncias governa-mentais em torno 
de compromissos com a melhoria da qualidade da educação básica, 
mensurada pelo novo indicador criado pelo MEC, o Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Nova sistemática de 
apoio técnico e financeiro do ministério a estados e municípios, foi 
instituída com a substituição das transferências voluntárias, até então 
realizadas mediante convênios fragmentados, pela proposta de 
elaboração de Planos de Ação Articulada (PAR). Dessa forma, as 
transferências voluntárias passam a obedecer a um plano estratégico 
plurianual orientado em quatro dimensões: gestão; relação com a 
comunidade; projeto pedagógico; e infra-estrutura. O MEC elegeu os 
municípios com piores desempenhos no Ideb em 2005 como 
prioridade neste apoio, tendo também incluído as grandes cidades, 
por concentrarem em suas periferias escolas com insuficientes 
condições de oferta educacional. Das iniciativas do PDE integram a 
Agenda Social: 
• Alfabetização de jovens e adultos, com prioridade para os 
municípios com taxas mais elevadas de analfabetismo; 
• Expansão da formação e capacitação de professores, com a 
implantação do Sistema Universidade Aberta do Brasil e de pólos de 
apoio presencial; 
• Apoio à construção, reforma e aquisição de equipamentos para 
creches e escolas públicas de educação infantil (ProInfância); 
• expansão da educação profissional e tecnológica; 
• Reestruturação e expansão das universidades federais, com 
prioridade para a inte-riorização da rede de escolas federais e a 
garantia de vagas em universidades por meio de bolsas do ProUni; 
• Eletrificação de escolas mediante o Programa Luz para Todos; 
• Implantação de laboratórios de informática em todas as escolas 
públicas; e 
• Apoio à expansão do transporte escolar, com o Programa Caminho 
da Escola. 
Justifica-se o destaque dessas ações como iniciativas da Agenda 
Social pelos impactos que podem gerar sobre a redução de 
desigualdades de oportunidades educacionais, uma vez que 
favorecem segmentos menos privilegiados. A inclusão da formação 
de profes-sores na agenda, por seu turno, deve-se ao papel 
estratégico desempenhado por este profissional e à insuficiência 
verificada na área. 
Do mesmo modo, eleger a implantação de laboratórios de informática 
como iniciativa da agenda é reconhecer que a educação pública deve 
garantir a todos a oportunidade de dominar os instrumentos e 
linguagens essenciais à vida contemporânea. Considerando-se, 
entretanto, o objetivo da transver-salidade proposto pela agenda, não 
basta eleger tais iniciativas se a articulação com os demais eixos não 
for perseguida. 
Maior qualidade da educação é o objetivo principal da Agenda Social 
de Política Pública no Brasil no eixo da educação. Como discutimos 
em aulas anteriores, a qualidade do ensino tem que estar presente 
em qualquer nível de Gestão do Ensino, seja dentro ou fora do chão 
da escola. 
 
Aula 08: Conselhos Municipais de Educação no Brasil 
Nesta aula, iremos recorrer aos quadros para entender as questões 
relacionadas à abordagem deste estudo. Inicialmente, é necessário 
que procuremos entender o que são os Conselhos Municipais de 
Educação, como veremos no primeiro quadro: 
 
Os Conselhos são caracterizados como órgãos consultivos e 
deliberativos do Ministério e das secretarias de educação. Embora, 
entre suas funções importantes, constem as de elaborar normas e 
interpretar a legislação educacional, sua atuação se esgota no 
âmbito da estrutura de gestão do executivo, ou seja, não são dotados 
de natureza legislativa ou judiciária. 
Por meio do quadro anterior, percebemos que, inicialmente, os 
Conselhos Municipais de Educação tinham uma função meramente 
consultiva, porém, ao longo do tempo, outras funções foram 
agregadas a estes Conselhos. 
Tomamos como exemplo para explicitar estas outras funções um 
texto contido no documento “Conselhos Escolares:uma estratégia de 
gestão democrática da escola pública”, publicado no ano de 2004. 
Vamos ao texto? 
ALGUNS CONCEITOS DA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR 
• A função deliberativa é assim entendida quando a lei atribui ao 
conselho competência específica para decidir, em instância final, 
sobre determinadas questões. No caso, compete ao conselho 
deliberar e encaminhar ao Executivo, para que execute a ação por 
meio de ato administrativo. A definição de normas é função 
essencialmente deliberativa. A função recursal, também, tem sempre 
um caráter deliberativo, uma vez que requer do conselho 
competência para deliberar, em grau de recurso, sobre decisões de 
instâncias precedentes. Só faz sentido a competência recursal 
quando vem revestida de poder de mudar, ou confirmar, a decisão 
anterior. 
 • A função consultiva tem um caráter de assessoramento e é 
exercida por meio de pareceres, aprovados pelo colegiado, 
respondendo à consultas do governo ou da sociedade, interpretando 
a legislação ou propondo medidas e normas para o aperfeiçoamento 
do ensino. Cabe ao Executivo aceitar e dar eficácia administrativa, 
ou não, à orientação contida no parecer do conselho. 
• A função fiscal ocorre quando o conselho é revestido de 
competência legal para fiscalizar o cumprimento de normas e a 
legalidade ou legitimidade de ações, aprová-las ou determinar 
providências para sua alteração. Para a eficácia desta função, é 
necessário que o conselho tenha poder deliberativo, acompanhado 
de poder de polícia. Embora mais rara nos conselhos tradicionais de 
educação, esta função é atribuída cada vez mais fortemente aos 
conselhos de gestão de políticas públicas, nas instituições públicas e 
na execução de programas governamentais. 
• A função mobilizadora é a que situa o conselho em uma ação efetiva 
de mediação entre o governo e a sociedade, estimulando e 
desencadeando estratégias de participação e de efetivação do 
compromisso de todos com a promoção dos direitos educacionais da 
cidadania, ou seja: da qualidade da educação. 
(MEC, p.36, 2004) 
Quantas informações já adquirimos a respeito dos Conselhos 
Municipais de Educação. Percebemos que os cidadãos que fazem 
parte destes Conselhos terão que aprofundar seus estudos da 
dinâmica dos Conselhos, principalmente das suas funções 
específicas, que são muitas e que requerem conhecimentos 
educacionais na área de legislação e políticas públicas. 
Não basta ter o Conselho Municipal de Educação no município. É 
preciso que os representantes tenham condições de atuar de 
maneira eficaz nos mesmos. Diante desta necessidade, o governo 
federal criou o Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros 
Municipais de Educação (Pró- Conselho). 
Para que possamos entender este Programa (Pró-Conselho), vamos 
recorrer a mais um quadro nesta aula: 
O programa estimula a criação de novos conselhos municipais de 
educação, o fortalecimento daqueles já existentes e a participação 
da sociedade civil na avaliação, definição e fiscalização das políticas 
educacionais, entre outras ações. O Pró-Conselho tem como 
principal objetivo qualificar gestores e técnicos das secretarias 
municipais de educação e representantes da sociedade civil, para 
que atuem em relação à ação pedagógica escolar; à legislação e aos 
mecanismos de financiamento e ao repasse e controle no uso das 
verbas da educação. Os conselhos municipais de educação exercem 
papel de articuladores e mediadores das demandas educacionais 
junto aos gestores municipais e desempenham funções normativa, 
consultiva, mobilizadora e fiscalizadora. Fonte: Pró-Conselho. 
Tivemos a oportunidade, por meio desta aula, de entender como 
funcionam os Conselhos Municipais de Educação nos municípios e 
qual a importância dos mesmos no processo de gestão democrática 
do ensino público. 
Se precisarmos obter informações a respeito dos Conselhos 
Municipais de Educação nos municípios brasileiros, poderemos fazer 
esta pesquisa por meio do “Sistema de Informações dos Conselhos 
Municipais de Educação” – SICME – que são disponibilizadas pelo 
Ministério da Educação – MEC. 
No SICME, teremos acesso aos dados referentes aos Conselhos 
existentes, como também informações referentes aos municípios que 
ainda precisam implantar os Conselhos. 
Teremos uma visão mais ampla deste sistema de informações, por 
meio de mais um quadro explicativo: 
O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação 
Básica, na perspectiva de construir o perfil dos Conselhos Municipais 
de Educação – CME - no Brasil desenvolveu o Sistema de 
Informações dos Conselhos Municipais de Educação - SICME. 
O SICME é um sistema que fornece subsídios para caracterizar o 
perfil dos Conselhos Municipais de Educação, bem como para 
estudos e pesquisas no campo da gestão democrática e da 
formulação da política de Educação Básica. Também um instrumento 
que permite o aperfeiçoamento dos processos de formação 
continuada para conselheiros municipais de Educação, a partir de 
informações atualizadas sobre a organização e o funcionamento dos 
Conselhos. O sistema possibilita, ainda, o monitoramento do 
Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de 
Educação - Pró-Conselho - quanto ao seu impacto na criação e 
fortalecimento dos CME. 
 
A participação de todos os municípios no cadastramento de 
informações no SICME vai contribuir efetivamente para a definição 
de políticas públicas de Educação mais focadas nas necessidades 
locais, tais como a definição de vagas para a formação continuada 
de Conselheiros Municipais de Educação, seja por meio do Curso de 
Extensão a Distância, seja pela realização de Encontros Presenciais 
de Capacitação de Conselheiros, dentre outras. Anualmente, os CME 
devem atualizar os dados informados no SICME, sendo que, nos 
municípios onde ainda não existem Conselhos, a Secretaria 
Municipal de Educação é responsável pelo preenchimento dos dados 
no Sistema. Fonte: SICME. 
Finalizando este estudo, percebemos que os Conselhos Municipais 
de Educação são uma organização democrática, com 
representatividade do Estado e da sociedade civil, que tem como 
função fazer a mediação entre a sociedade e o governo, onde a 
constituição do mesmo respeitará as peculiaridades de cada estado 
ou município, só havendo orientações quanto à sua implantação e 
constituição. Porém, conforme o que prevê uma gestão democrática, 
cada Conselho Municipal de Educação terá singularidade própria. 
 
Aula 9: Gestão da Educação Básica e o Fortalecimento 
dos Conselhos Escolares 
Para iniciarmos a discutir questões relativas à educação básica, é 
necessário relembrarmos como ela está organizada no Brasil, por 
meio do quadro seguinte: 
EDUCAÇÃO BÁSICA 
EDUCAÇÃO INFANTIL - ENSINO FUNDAMENTAL - ENSINO 
MÉDIO 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com 
as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do 
projeto pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. 
O quadro nos esclareceu que a gestão da educação básica prevista 
em lei é a gestão democrática, tendo como princípios a participação 
na construção do projeto pedagógico e nos conselhos escolares. 
O Projeto Político-Pedagógico é uma realidade no cotidiano de 
nossas escolas de educação básica. Porém, o mesmo ainda não se 
pode afirmar quanto à participação efetiva de todos os que, 
teoricamente, devem estar envolvidos na construção do mesmo. Só 
uma Gestão realmente “democrática” para garantir a participação 
destas pessoas no PPP (Projeto Político-Pedagógico). 
Nesta etapa da nossa aula vamos conceituar o que seja Projeto 
Político-Pedagógico, para darmos continuidade ao nosso estudo, 
conforme contribuição que se segue: 
(...) O projeto busca umrumo, uma direção. É uma ação intencional, 
com sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. 
Por isso todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto 
político por estar intimamente articulado ao compromisso 
sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população 
majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do 
cidadão para um tipo de sociedade. 
(...) O Projeto Político-Pedagógico, ao se constituir em processo 
democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma 
organizada do trabalho pedagógico que supere os conflitos, 
buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e 
autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e 
racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da 
escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho 
que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão. 
(VEIGA, p.13, 2001) 
O Projeto Pedagógico e o Projeto Político-Pedagógico fazem parte 
da gestão da educação básica, que são documentos construídos no 
chão das escolas, por meio de gestões que coordenem estes 
processos de construção. 
A gestão da educação básica a nível governamental começa pela 
Constituição Federal de 1988, que prevê a gratuidade da educação 
básica, entre outras questões essenciais, para que seja assegurada 
pelo poder público o acesso, permanência e conclusão, do que se diz 
básico, para o exercício pleno da cidadania. 
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de: 
 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita 
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 
(cinco) anos de idade; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação 
básica, por meio de programas suplementares de material didático 
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
A nossa intenção é que você perceba que o direito à educação básica 
é um direito constitucional. Teoricamente, todos têm que ter 
condições de estudar pelo menos até ao ensino médio. Porém, ainda 
não temos garantida a oferta de ensino a todos, principalmente na 
educação infantil. 
A educação básica é um dos níveis da educação brasileira. Esta 
conta com três modalidades de ensino, como vimos inicialmente, tais 
sendo: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, 
tendo uma organização política, no que tange à responsabilidade, 
dividida entre União, Estados e Municípios, que está prevista na Lei 
de Diretrizes e Bases Nº 9.394/96, conforme demonstraremos nos 
quadros que se seguem, com as questões relacionadas à educação 
básica. 
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas 
de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, 
exercendo sua função redistributiva e supletiva; 
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, 
o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos 
e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica 
comum; 
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; 
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar 
no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os 
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a 
melhoria da qualidade do ensino; 
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: 
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do 
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição 
proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a 
ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma 
dessas esferas do Poder Público; 
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em 
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, 
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios; 
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o 
ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no 
art. 38 desta Lei. 
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: 
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com 
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros 
níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente 
as necessidades de sua área de competência e com recursos acima 
dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à 
manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Percebemos que há uma organização política de responsabilidades 
com cada um dos níveis e modalidades de ensino da educação 
brasileira. Os quadros anteriores procuraram facilitar este 
entendimento em relação à educação básica. Esta organização 
facilita a gestão financeira entre outras. 
Até então discutimos a gestão do ensino básico a nível macro, porém 
cabe neste momento começarmos a discutir os espaços de gestão 
no cotidiano escolar, de modo que os envolvidos no processo de 
ensino e aprendizagem nas escolas exercitem a gestão democrática, 
por meio de participação na busca de uma educação efetiva e de 
qualidade para todos. 
Pensar coletivamente e em nome da coletividade não é uma prática 
fácil, principalmente nas escolas. Contudo, no início desta aula, 
vimos que os Conselhos Escolares estão previstos na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu Artigo 14, bem 
como a gestão democrática, no mesmo artigo. A questão principal é 
a participação efetiva de todos no cotidiano escolar. 
Não se pode pensar em gestão democrática no chão da escola sem 
ter que fortalecer as organizações que dela fazem parte, como, por 
exemplo, os conselhos escolares. 
Precisamos entender o que é um Conselho Escolar para darmos 
prosseguimento à nossa aula, como leremos em mais um quadro: 
O Conselho Escolar (CE) é um colegiado com membros de todos os 
segmentos da comunidade escolar com a função de gerir 
coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 
14, que trata dos princípios da Gestão Democrática no inciso II – 
"participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser 
implementados para se ter uma gestão democrática. Porém, como 
diz Carlos Drummond Andrade: "as leis não bastam. Os lírios não 
nascem das leis" (SEED/MEC, 1998, p. 44). 
O fato de o Conselho Escolar estar previsto em Lei significa um 
fortalecimento inicial deste órgão colegiado, visto que o legitima de 
forma que sua organização seja de participação efetiva dos 
envolvidos no contexto das escolas, tendo cada um desses 
Conselhos características próprias, pois suas ações são referentes a 
cada realidade escolar. 
Antunes (SEED /MEC, 1988) nos aponta alguns parâmetros 
importantes para que se garanta a constituição de um Conselho 
Escolar. Vamos a mais um quadro? 
Natureza do Conselho Escolar: Deve ser deliberativa, consultiva, 
normativa e fiscalizadora. 
Atribuições fundamentais: Elaborar seu regimento interno; elaborar, 
aprovar, acompanhar e avaliar o projeto político-pedagógico; criar e 
garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da 
comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicação 
financeiros da escola; participar de outras instâncias democráticas, 
como conselhos regional, municipal, e estadual da estrutura 
educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políticas 
educacionais. 
Normas de funcionamento: O Conselho Escolar deverá se reunir 
periodicamente, conformea necessidade da escola, para 
encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a 
função do membro do CE não será remunerada; serão válidas as 
deliberações tomadas por metade mais um dos votos dos presentes 
da reunião. 
Podemos concluir que os representantes dos Conselhos Escolares 
são escolhidos por eleição, que deve ser na escola, por votação 
direta, secreta e facultativa, sendo o gestor da unidade escolar 
membro nato do Conselho. 
Agora que já esclarecemos como é o processo de escolha dos 
membros do Conselho Escolar, precisamos saber como são 
compostos estes Conselhos, por meio de mais um quadro 
explicativo: 
Presidência do Conselho Escolar: Qualquer membro efetivo do 
conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em 
pleno gozo de sua capacidade civil. 
Critérios de participação: Participam do Conselho com direito a voz e 
voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos 
estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10 anos terão sempre 
direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por força legal, sejam 
restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacidade civil; 
poderão participar das reuniões do Conselho, com direito a voz e não 
voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas, 
representantes de entidades conveniadas, Grêmio Estudantil, 
membros da comunidade, movimentos populares organizados e 
entidades sindicais. 
Mandato: Um ano, com direito à recondução. 
Como já discutimos anteriormente, a gestão democrática oportuniza 
a participação coletiva e disso não podemos abrir mão. 
O fortalecimento do Conselho Escolar se dá pela participação efetiva 
de todos, ou seja, pela adesão dos envolvidos no contexto escolar. 
Quanto a esta questão, vamos recorrer a uma contribuição de 
Gadotti, para finalizarmos nossa reflexão: 
(...) A participação e a democratização num sistema público de 
ensino são um meio prático de formação para a cidadania. Essa 
formação se adquire na participação do processo de tomada de 
decisões. A criação dos conselhos de escola representa uma parte 
desse processo. Mas eles fracassam quando instituídos como uma 
medida isolada e burocrática. Eles só são eficazes em um conjunto 
de medidas políticas, em um plano estratégico de participação que 
vise à democratização das decisões. 
Esse plano supõe: autonomia dos movimentos sociais e de suas 
organizações em relação à administração pública; abertura de canais 
de participação pela administração; transparência administrativa, isto 
é, democratização das informações. A população precisa, 
efetivamente, apropriar-se das informações para poder participar; 
precisa compreender o funcionamento da administração 
particularmente do orçamento - e as leis que regem a administração 
pública e limitam a ação transformadora. (GADOTTI, p.27, 1998) 
 
 
Aula 10: A Pesquisa sobre características de escolas 
eficazes no Brasil: breve revisão dos principais achados 
e alguns problemas em aberto – Eficácia escolar e 
práticas de gestão 
 
Dando início ao último texto desta disciplina, precisaremos definir o 
que é eficácia, uma vez que trataremos de escolas eficazes: 
A eficácia diz respeito à coisa certa a ser feita. A eficácia está 
relacionada ao processo de escolha, de tomada de decisão. 
Enquanto a eficiência está ligada em como as coisas devem ser 
feitas, a eficácia refere-se ao resultado deste processo. Segundo 
Paulo Sandroni, mestre em economia e professor da Escola de 
Economia da Fundação Getúlio Vargas e da Faculdade de Economia 
e Administração da PUC-SP, “Fazer a coisa certa de forma certa é a 
melhor definição de trabalho eficiente e eficaz”. Uma pessoa eficaz é 
aquela que não só faz algo da maneira certa, mas se preocupa com 
os resultados, independente do esforço e tempo que isso pode levar. 
Leia também: Diferença entre eficiência, eficácia e efetividade. 
Percebemos que a eficácia está ligada aos resultados, ou seja, 
antevê-los e saber o que fazer com eles e por meio deles. Isso exige 
planejamento. 
Recorreremos a mais um conceito, por meio de um de nossos 
quadros explicativos. Nesta etapa, temos a necessidade de saber 
sobre planejamento estratégico: 
O planejamento estratégico é um meio de estabelecer e manter um 
sentido de direcionamento quando o futuro torna-se cada vez mais 
difícil de prever. É um processo contínuo por meio do qual a 
organização é mantida em seu curso, fazendo ajustes à medida que 
os contextos interno e externo mudam. O planejamento, é claro, não 
termina quando o plano escrito é produzido – isso é um registro do 
processo conforme sua visão em determinado ponto no tempo -, a 
parte difícil é implementar o plano. No planejamento estratégico, a 
ênfase está no planejamento evolucionário ou contínuo, em que o 
próprio plano é alterado para se adaptar às circunstâncias 
cambiantes. (WEINDLING, p.224, 2006) 
O quadro nos esclareceu que a eficácia da escola depende de 
planejamento e este está ligado às necessidades prementes de cada 
unidade escolar, cabendo à gestão trabalhar para e com os 
resultados. 
Nos últimos anos tem havido uma preocupação muito grande com os 
resultados obtidos pelas Instituições Educacionais, por meio das 
avaliações oficiais tais como Provinha Brasil, Prova Brasil, ENEM e 
ENADE. 
A busca por melhores desempenhos necessita de eficiência e 
eficácia por parte dos gestores educacionais; não só dos que fazem 
parte da gestão nas escolas, mais de todos os níveis de gestão 
escolar. 
No intento de melhor compreender desta questão, temos como 
contribuição a seguinte citação: 
(...) A preocupação com o péssimo desempenho das escolas 
públicas tem sido pauta de governos e pesquisadores, não só do 
Brasil, mas de todo o mundo, desde que se identificou a contradição 
entre massificação do acesso à escola básica e queda da qualidade 
da educação escolar. As saídas para essa situação vêm sendo 
debatidas na perspectiva da didática, da psicologia, da economia e 
da administração. Ainda que partindo de critérios de seleção e de 
metodologias de investigação diferentes, todas essas pesquisas têm 
como objetivo inventariar as características dessas instituições e 
mesmo sugerir, sem pretensão de generalizações, eventuais opções 
de políticas capazes de induzir mudanças no "chão da escola". 
(...) Para tanto, estimulava-se a divulgação e a análise de 
experiências "exitosas" de práticas escolares em apoio às ações 
voltadas ao aumento da produtividade dos sistemas escolares - 
produtividade entendida aqui como a capacidade institucional que as 
escolas teriam de potencializar o atendimento às características e 
necessidades dos setores que passaram a frequentá-la graças às 
medidas de democratização do acesso. Complementarmente, 
defendia-se a criação de mecanismos de prestação de contas, 
responsabilização ou accountability, caso o desempenho da escola 
ficasse abaixo do necessário, esperado ou definido. Cad. 
Pesqui. vol.38 no.135 São Paulo Set./Dec. 2008 - Theresa Adrião; 
Teise Garcia. 
A nossa intenção é que você perceba que a eficácia nas escolas não 
pertencem às unidades das grandes capitais, pois depende das 
tomadas de decisões da gestão. 
Veremos a seguir: as escolas eficazes independem de localização 
geográfica, mas sim de sua gestão, leia agora a notícia: Três escolas 
públicas de Teresina estão entre as melhores do Brasil. 
Como percebemos por meio desta aula, muitos empecilhos existem 
nas escolas, impedindo a efetivação da educação de qualidade, ou 
seja, a conquista da cidadania, quando exercemos os nossos direitos 
à educação de qualidade é um desses direitos, que não pode ser 
negado a nenhum cidadão que busca isso na escola. 
Diante dos exemplos de escolas eficazes no Brasil longínquo, 
acreditamos que os obstáculos são muitos, porém transponíveis, 
tendo a gestão escolar a missão junto à comunidade escolar, superar 
os obstáculos que

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