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1 FACULDADE FUTURA CURRÍCULOS EDUCACIONAIS VOTUPORANGA – SP http://faculdadefutura.com.br/ 2 1 O CURRÍCULO POR PROBLEMA A filosofia pedagógica da proposta curricular de aprendizagem baseada em problemas é o aprendizado centrado no aluno. É baseada, portanto, no estudo de problemas propostos com a finalidade de fazer com que o aluno estude determinados conteúdos de forma reflexiva e tensionada por problemas concretos. O problema identificado é o mediador principal do aprendizado. Estimula-se, assim, a atitude proativa dos alunos em busca do conhecimento. Tomando as definições importantes, relacionadas à organização do curso, prepara-se um elenco de situações que o aluno deverá saber. Esse elenco é analisado, situação por situação, para que se determinem os conhecimentos que o aluno deverá possuir para cada uma delas. O referido elenco constitui os temas de estudo. Cada tema será transformado em um problema a ser discutido em um grupo de apoio, quando se tratar de um tema que diga respeito à esfera cognitiva. A aprendizagem baseada em problemas tem o grupo de apoio como suporte para os estudos, que é composto em geral de um orientador e de 8 a 10 alunos. Dentre os alunos, um será o coordenador e outro será o secretário, havendo rodízio de sessão a sessão, para que todos exerçam essas funções. No grupo, os alunos são apresentados a um problema pré-elaborado pela comissão de elaboração de problemas. Essa organização pode assumir formas mais abertas, mais participativas e menos tutoriais. Em termos da experiência do grupo de apoio, alguns passos são sugeridos: leitura do problema; identificação e esclarecimentos de termos desconhecidos; identificação dos problemas propostos pelo enunciado; formulação de hipóteses explicitativas para os problemas identificados no passo anterior (os alunos se utilizam nesta fase dos conhecimentos de que dispõem sobre o assunto); resumo das hipóteses ou questões formuladas; formulação de objetivos de aprendizado; estudo individual dos assuntos levantados nos objetivos de aprendizado; retorno ao grupo de apoio para discussão do problema frente aos novos conhecimentos adquiridos na fase de estudo anterior (BORDENAVE, J.; PEREIRA, A. 1982). Uma carga horária é prevista para o estudo de cada problema. São várias as formas de avaliação possíveis dentro do currículo baseado em problemas. São previstas avaliações por módulos, avaliação progressiva dos conhecimentos dos alunos. No que se refere à avaliação 3 ao final dos módulos, tem por finalidade avaliar a qualidade do módulo. Um módulo temático deve levar os alunos a atingirem determinados objetivos de conhecimentos. O núcleo central do módulo temático são os problemas desenvolvidos para a abordagem dos temas. Espera-se que um problema deve ensejar uma boa discussão no grupo de apoio de modo que ao fim desta discussão os alunos elejam objetivos de aprendizado adequados ao conhecimento do tema em estudo. Em termos organizacionais, instituem-se comissões, como a comissão de currículo, a comissão de avaliação, as comissões diretoras e a comissão de problemas. Vale questionar se uma aprendizagem por problema pode garantir os níveis de aprofundamento em determinados campos do conhecimento necessários a um processo de qualificação interna a esses campos. Teria a configuração de um problema a capacidade de suscitar o “domínio” necessário nestes termos? Não seria mais pertinente configurar modelos curriculares crítico multirreferenciais onde os inacabamentos pudessem ser reconhecidos e articulados, em vez de tentar-se achar num só modelo uma realização acabada e totalizante? O que nos parece importante, neste dispositivo curricular, é a articulação entre o problema estudado e o processo de problematização dos fenômenos. Neste sentido, os atos de currículo caminhariam através de uma práxis pedagógica, que cultivaria a reflexão ultrapassando a mera atividade intelectual, vinculando-se a uma aprendizagem acionalista, no qual a compreensão e a transformação seriam ética, política e esteticamente recomendadas como perspectivas indissociáveis. Aprender implicando-se numa prática reflexiva é a orientação fundante de uma formação pautada na problematização do conhecimento e da realidade social. 2 O CURRÍCULO POR PROJETOS Como mais um dispositivo que se orienta na perspectiva de integrar os conhecimentos a partir dos desafios que a realidade concreta nos apresenta, o currículo por projeto vem sendo praticado como um modelo curricular inovador e superador da lógica disciplinarfragmentária e abstracionista que a tradição curricular cultivou secularmente. Há, como em todo dispositivo curricular, passos a serem organizados para que esse dispositivo se caracterize como tal. É assim que um currículo por projeto começa com a escolha do tema que constitui o ponto de partida. 4 Na descrição realizada por Hernández e Ventura em cada nível de escolaridade, essa escolha adota características diferentes. Os alunos partem das suas experiências anteriores, da informação que têm sobre os projetos já realizados ou em processo de elaboração por outras classes. Essa informação deve se tornar pública nos espaços formativos. Dessa forma, o tema pode pertencer ao currículo oficial, proceder de uma experiência comum, originar-se de um fato da atualidade, surgir de um problema proposto pela professora ou emergir de uma questão que ficou pendente em outro projeto. O professorado e os alunos devem perguntar-se sobre a necessidade, relevância, interesse ou oportunidade de trabalhar um ou outro determinado tema. Todos eles analisam, de diferentes perspectivas, o processo de aprendizagem que será necessário levar adiante para construir conjuntamente o projeto (HERNANDEZ; VENTURA 1998). A atividade do docente: escolhido o tema do projeto e construídas as percepções sensibilizadoras, em termos do que se quer saber, as perguntas que se deve responder, a atividade docente especificará qual o motivo reitor do conhecimento, o fio condutor, o esquema cognocitivo que permitirá que o projeto vá além dos processos informativos ou instrumentais imediatos e possa ser aplicado em outro tema ou problema. Esse fio condutor está em relação com o Projeto Político Pedagógico e o Projeto Institucional Curricular, no sentido da realização de uma primeira previsão dos conteúdos (conceituais e procedimentais) e as atividades, tratando de encontrar algumas fontes de informação que permitam iniciar e desenvolver o projeto. Segundo Hernández e Ventura (1998), a pergunta que o docente tenta responder é: o que pretendo que os diferentes componentes do grupo aprendam com o projeto? Neste sentido, inovações, paradoxos, contraste com outras fontes, cenários educativos e experiências trazidas pelos próprios estudantes são importantes. O compromisso é com o aprendizado ativo e a criação. Oficinas interclasses podem ser intercruzadas com o trabalho individual; um ambiente pedagógico motivador deve ser incentivado para bem como realçar e valorizar a consciência do sentido da aprendizagem grupal; procura-se trabalhar bem com a previsão dos recursos para efetivar a funcionalidade do projeto; trabalha-se para se conceber e instituir uma avaliação processual, ou seja: de início, verificar o 5 que os alunos sabem sobre o tema, quais são suas perguntas, hipóteses e referências de aprendizagem, e, ao longo do projeto, se estão aprendendo, como estão acompanhando o sentido do projeto, para finalmente perceber o que aprenderam em relação às propostas iniciais e se são capazes de estabelecer novas relações. Investir nas fontes de informações, nas tecnologias mediadoras e como acessá-las é também do âmbito da organização de um trabalho pedagógico com projetos. Dizem-nos Hernández e Ventura(1998) que, partindo da perspectiva geral, os projetos geram um alto grau de autoconsciência e de compreensão nos alunos com respeito à sua própria aprendizagem, ainda que, num determinado período ou momento da formação, possam estar desenvolvendo projetos de uma forma menos intensa. Segundo os autores, essa variedade é um elemento de contraste e dinamiza a discussão. O que nos parece importante salientar, no veio dos argumentos das nossas perspectivas curriculares, é que nenhum dispositivo ou modelo curricular deve ser compreendido ou implementado como mais uma nova panaceia educacional. A superação dessa expectativa aplicacionista, junto a uma abertura para avaliar bem a inovação, já seria um grande avanço para a superação dos nossos hábitos reprodutivistas e totalizantes em termos pedagógico-curriculares. 3 CURRÍCULO POR TEMAS GERADORES E POR PROBLEMATIZAÇÃO Longe de qualquer visão populista do pedagógico, a perspectiva curricular dos temas geradores, inspirados no pensamento de Paulo Freire, caminha num claro questionamento: para quê? Assim, educação e política são indissociáveis como projeto e práticas sociais. O currículo, sua concepção e implementação vão refletir, mobilizar e objetivar essa indissociabilidade. Propostos pelos professores, e detectados pelos grupos, os temas geradores não se identificam com a simples transmissão do conhecimento. Entretanto isso não proíbe a narrativa dos professores como produtos de experiências significativas. Vale ressaltar que os temas geradores não se identificam também com as atividades realizadas em torno dos “centros de interesse”, na medida em que, diferentemente destes, procuram ampliar o horizonte da investigação e aprendizagem, explorando os fatores culturais e sociais envolvidos, tanto do ponto de partida quanto no seu desenvolvimento. Há, no trabalho de integração das áreas do conhecimento com os 6 temas geradores, a superação da fragmentação e da justaposição de informações muitas vezes irrelevantes, tão comuns na composição e implementação dos nossos currículos. A crítica às formas opressoras seja de classe, seja de qualquer outra natureza é fundante nesta perspectiva curricular, assim como o incentivo a uma práxis transformadora das iniquidades sociais dentro e fora dos cenários educacionais. É interessante colocar que neste tipo de dispositivo curricular o professor não deve descartar o imprevisto, na medida em que a dialogicidade é constitutiva da própria proposta curricular. Sua atitude de pesquisa deve estar aguçada, porquanto a problematização da realidade e dos conhecimentos que dinamizam teoricamente os temas criam constantemente campos de inacabamento e necessidades de novos estudos e pesquisas. É aqui que o planejamento da atividade curricular deve incluir um processo pedagógico multirreferencial, na medida em que são necessárias para esse trabalho múltiplas fontes de informação, vindas de dentro e de fora da instituição formadora. Faz-se necessário, portanto, mobilizar múltiplos cenários de aprendizagem e, na prática, destituir totalmente o ensinar aprender pautado na hipertrofia da memória. Aqui, o heterogêneo potencializa o senso crítico e a capacidade de realizar compreensões em meio a uma realidade humana que nunca foi homogênea, tampouco estável e justa. Um tema pode surgir do coletivo social dos alunos e professores. Um tema gerador não é uma camisa de força. Essa inspiração pedagógico-curricular parte da premissa de que nossa educação não é igualitária e justa, e que se faz necessário trabalharmos em todas as dimensões para a conquista de um ato educativo pautado nas diversas justiças negadas pelo modelo opressivo do capitalismo e das sociedades autoritárias; deverão existir cenários formativos que permitam a errância, a transgressão, a emergência da diferença, sempre problematizados e enraizados na responsabilidade social de uma educação para a dignidade humana; uma educação cidadã, pautada numa moral cidadã, portanto. Ouçamos Sônia Kramer (1989, p. 63), quando acolhe a perspectiva do tema gerador como orientação curricular: Cabe lembrar que uma característica fundamental da proposta é a necessária articulação desses conhecimentos com a prática pedagógica, viabilizada exatamente pelo tema gerador, verdadeiro fio condutor das atividades e, ao mesmo tempo, organizador dos conteúdos. Mas esses conteúdos não 7 se amalgamam, nem se desfiguram ou são disfarçados pelo tema. Ao contrário, eles se tornam significativos e ficam revestidos de seu real valor e de sua função social, na medida em que são sempre contextualizados, sendo adquiridos para alguma finalidade concreta e em função de um objetivo elucidado. Em termos de avaliação, impossível reproduzir, nesta perspectiva, os padrões correntes de avaliação pautados em comparações por escalas numéricas e na compulsiva busca dos erros e acertos para, de forma antinômica, definir e decidir sobre a aprendizagem do outro. Nestes termos, Kramer sugere cinco tipos de estratégias para proceder à avaliação: “análises e discussões periódicas sobre o trabalho pedagógico; observações e registros sistemáticos; arquivos contendo planos e materiais referentes aos temas; relatórios dos alunos; prática da auto avaliação” (KRAMER, 1989, p. 95-96). Como dispositivo da organização e de orientação dos atos de currículo, o tema gerador aparece como uma das perspectivas curriculares das mais significativas, na medida em que epistemológica, política, ética e pedagogicamente não cai numa simplificada proposição modelizada de currículo. 4 O CURRÍCULO POR MÓDULOS DE APRENDIZADOS A preocupação com a fragmentação das formações, bem como com a construção, no âmbito dos currículos, de um itinerário formativo onde o aluno possa construir com considerável autonomia seu percurso de aprendizagens; a edificação de uma flexibilidade quanto à terminalidade desse percurso, levam autores como Michael Young a propor a modularização como uma das alternativas possíveis para se superar os currículos lineares e de itinerário de formação rígido. Acrescenta a esta possibilidade de organização curricular a abordagem por resultados. Como explicita, no início do sexto capítulo do seu livro, o Currículo do Futuro: Neste capítulo quero examinar os laços entre duas estratégias curriculares correlacionadas, a abordagem de resultados... e a modularização como modo de organizar um currículo flexível em pequenos blocos de aprendizado, que podem ser combinados uns com os outros de diversas maneiras (YOUNG, 2000, p. 119). Mesmo analisando a questão curricular da modularização a partir do contexto da escolarização na Inglaterra, o autor nos oferece reflexões fecundas para 8 pensarmos alternativas de construção curricular que favoreça a vivência de aprendizagens relacionais, ou seja, aprendizagens que se articulem com temas transversais de modo a se dinamizar num movimento em espiral, onde temas, proposições, problemáticas, conceitos fundantes da experiência formativa, sejam vivenciados perpassando toda a formação e sendo perpassado pelos conhecimentos específicos dessa mesma formação. Vê-se, no argumento que se desenvolve no texto, que Michael Young (2000) está preocupado, acima de tudo, com o aprendizado no âmago da dinâmica curricular, pois são vários os momentos em que cita a “elevação do desempenho” como uma meta importante na vivência formativa do currículo modularizado. Vejamos a elaboração do próprio autor: “[...] a avaliação ao final de cada módulo significava que ela poderia se relacionar mais diretamente com as experiências de aprendizado dos estudantes e, assim, ser mais conclusiva na elevação do desempenho do que as formas convencionais de avaliação final” (Idem, p. 129). Relacionando a modularização do currículo com a abordagem por resultados, o autor explicita, que tanto a modularizaçãocomo a abordagem por resultados podem afirmar ser perspectivas curriculares centradas no aluno, embora de um ponto de vista um tanto quanto diferente. É assim que a abordagem por resultados começa descrevendo o que o aluno pode esperar alcançar, definindo os critérios de reconhecimento do aprendizado já realizado, ao passo que a modularização se concentra nos estudantes como administradores de seu próprio aprendizado, que precisam de retornos explicitadores a fim de criar a base para melhoria das suas próprias estratégias de aprendizado, como responsáveis pelas decisões e como selecionadores de programas de aprendizado. Para Young (2000), a capacidade de tomar decisões em relação ao aprendizado não pode ser separada do nível de aprendizado alcançado, é ela própria algo que tem de ser aprendido, reconhecido na ideia de “aprender a aprender. ” No mesmo veio de raciocínio, o autor nos fala que a modularização por si só não é capaz de assegurar um bom desempenho. Neste sentido, estratégias pedagógicas pertinentes terão que ser usadas para se chegar a uma “elevação do desempenho”. É aqui que a valorização do professor aparece de forma explícita para Young: Renunciar a algumas de suas práticas tradicionais equivalerá a depositar mais, e não menos, responsabilidade nos professores. A contraposição entre a centralidade do 9 professor e a centralidade do aluno, em especial no contexto de uma abordagem baseada em resultados, que dá tanta atenção à avaliação, pode facilmente distrair a atenção dos desenvolvimentos de uma pedagogia centrada no aluno [...] minha crítica a um currículo centrado no aluno concentrou-se nas limitações das abordagens que dão excessiva ênfase ao papel ativo dos alunos; argumentei que elas desdenham a necessidade de novos papéis para professores... (Idem, p. 130). Esta preocupação do autor vai ao encontro do fato de que uma abordagem de formação predominantemente focada no aprendizado por ensaio e erro não parece ser uma base para elevar os níveis de desempenho ou para preparar os jovens para um mundo do trabalho no geral é provável que cada vez mais empregos exijam conhecimentos e habilidades conceituais que não podem ser aprendidos apenas no trabalho. Outra preocupação do autor é quanto ao conteúdo na organização curricular por módulos. Neste ponto, afirma que a capacidade de “aplicar” o conhecimento é tão importante quanto o próprio conhecimento, e que o conhecimento que fica na fronteira entre as matérias pode, às vezes, ser mais importante do que o próprio conhecimento das matérias. Assim, um currículo organizado por módulos pode oferecer essas possibilidades, permitindo diferentes combinações de conhecimentos disciplinares e de aplicações que podem ser definidas por resultados. Para Young (2000), porém, o desenvolvimento do conhecimento e das habilidades gerais, exige a especificação dos conteúdos, dos contextos e dos processos (por exemplo, experiência industrial e trabalho em equipe) e, portanto, exigiria um currículo que fosse além de um banco modular nacional e além dos resultados de aprendizado que estivesse ligado a módulos individuais. De acordo com Lave e Wengler, “o conceito de conectividade começa reconhecendo que o aprendizado tem uma finalidade e é um processo social que tem lugar explícita ou implicitamente numa comunidade de prática com outros alunos” (1994, p. 56). O que se percebe nesses argumentos é que, para o nosso sociólogo do currículo, a conectividade na organização do currículo por módulos não se refere a um modelo determinado de currículo, mas, sim, à maneira como os objetivos curriculares de uma formação são expressos em todas as suas atividades e à maneira como essas atividades são reunidas para articular e apoiar os objetivos de cada um 10 dos alunos. Ressalta, assim, a interdependência entre todo o currículo de uma escola e os elementos que a compõem: programas disciplinares e profissionalizantes, apoio ao aluno, orientação etc., e como argumenta conclusivamente Young (2000, p. 134), “nas suas relações com desenvolvimentos mais amplos dentro da sociedade. ” 5 INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO A chegada das tecnologias da informação e da comunicação nos cenários educacionais obriga, de alguma forma, o campo do currículo e as práticas curriculares a entrarem no mérito das possíveis mediações estruturantes que essas tecnologias podem implementar, e mesmo, na natureza do contexto cultural e sociopolítico que produzem: a cibercultura. Potencializadoras de novas/outras maneiras de se estruturar o currículo, as chamadas TICs, representam hoje um desafio que vão além do tecnológico quando são transferidas para educação ou produzidas neste cenário social. Incitam problemáticas éticas, políticas, epistemológicas e pedagógico- curriculares. Como com qualquer contexto técnico, é necessário refletir as ambivalências que crivam o seu uso sócio educacional. Até porque, avanço técnico não significa necessariamente avanço social, tampouco educacional. É fato, nesse mesmo contexto, que essas tecnologias apontam para soluções interessantes e potencialidades significativas quando se pensa na democratização da educação e na diversidade de configurações e modos de relação com o conhecimento, numa realidade sócio técnica que nos desafia, vinda principalmente do mundo do trabalho, da produção, da cultura, e mesmo das novas configurações da (in)formação e da comunicação propriamente ditas. Para não dizer, do “oferecimento” aos educadores de possibilidades inovadores e relevantes jeitos de se lidar com o aprendizado, em várias e simultâneas linguagens conectadas, que acabam por ampliar a compreensão da realidade que vivemos, pautada e muito, num mundo digitalizado, veloz e cada vez mais enraizado em um misto de redes virtuais e presenciais. Potencializa-se uma interatividade de ampla conectividade, o que alarga os níveis de contato e, portanto, de possibilidades formativas. Diante de tanta proximidade com a diferença, a aprendizagem com o outro é enriquecida de forma significativa. É aqui que curriculogistas como Santos nos 11 demanda a construção de um currículo em rede: Diante do paradoxo entre a natureza do ciberespaço, rede, e as produções lineares encontradas no mesmo, torna-se urgente discutir outras dimensões de comunicação para que novas ações sejam materializadas, sobretudo no campo do currículo e da educação. Um currículo em rede precisa ser instituído. A rede tem centros instáveis, configurados por compromissos técnicos, estéticos e políticos. Seus elementos circulam e se deslocam de acordo com as necessidades e problematizações dos sujeitos. Dessa forma, tanto professores quanto estudantes pode ser autores e co-autores de mensagens abertas e contextualizadas pela diferença das suas singularidades [...] O que importa nessa complexa rede de relações é a garantia da produção de sentido, da autoria dos sujeitos coletivos. O currículo em rede exige a comunicação interativa onde saber e fazer transcendam as separações burocráticas que compartimentalizam a autoria, quem elabora, quem ministra, quem tira as dúvidas e quem administra o processo da aprendizagem (2005). É necessário pontuar, entretanto, que o trabalho pedagógico curricular com a metáfora da rede não implica apenas no trabalho com os dispositivos digitais. A rede é um potencial humano, hoje diferencialmente realçado pelas TICs. É no trabalho com redes de saberes desenvolvido pela pesquisadora Nilda Alves, que vamos verificar a ideia de que a tessitura do conhecimento em rede aprofunda a discussão inicial das esferas de formação. É assim que a noção de conhecimento em rede introduz um novo referencial, a prática social, na qual o conhecimento praticado é tecido por contatos múltiplos. O conhecimento cotidiano é tecido por meio de táticasde uso do já existente, seguindo o caminho de certa improvisação (ALVES, 1998). Em contexto, múltiplas subjetividades se encontram e sujeitos cotidianos tecem seus conhecimentos a partir das diversas redes que pertencem. Essas inspirações são, em muito, pautadas nas obras de Boaventura de Souza Santos, Henri Lefèbvre e Michel de Certeau. Dessa forma Ramal nos fala: “Rede: eis a metáfora e a inspiração possível de um novo diagrama curricular. 12 A rede que captura, e que ampara, que distribui e abastece, canaliza e entrelaça, transmite e comunica, interliga e acolhe” (RAMAL, 2002, p. 186). Temos, por outro lado, que tomar cuidado com o discurso que enaltece um currículo em rede, afirmando a ausência de hierarquia, é como se o poder não fizesse parte das relações com o saber. Cuidemos dessas simplificações que acabam por ofuscar a concretude das relações que se estabelecem nas práticas curriculares com o conhecimento e a formação. Inspirando-nos em Santos (2005, p. 126), a rede possibilita dialogar num cenário polifônico ampliado. Múltiplas linguagens confluem para uma formação que disponibiliza a pluralidade de forma rápida e em tempo real. Santos (2005, p. 134), quando enfatiza a multivocalidade, nos diz que o hipertexto precisa contemplar uma pluralidade de pontos de vista acerca dos temas abordados. Conclui a autora: “Quanto mais diversidade e referências diferentes mais possibilidades terá o participante da formação de construir seu próprio ponto de vista” (SANTOS 2005, p. 138) A tese de doutorado dessa autora é uma pesquisa-formação que mostra um exemplo prático de uma formação em pesquisa de educadores, usando um currículo hipertextual, a partir da criação de um AVA ambiente virtual de aprendizagem concebido como dispositivo formativo. A formação e, portanto, o currículo seu principal organizador, são preocupações que devem ancorar as disponibilidades e dispositivos tecnológicos e inovações pedagógicas sempre lembrando que a técnica nos meios educacionais está orientada por perspectivas ideológicas, mesmo que implicitamente. Por concluir, nos parece importante vislumbrar a necessidade de não mais cairmos na tentação da excessiva e impositiva modelização, tão cara aos meios educacionais e acadêmicos, sempre movidos pelas práticas da busca de soluções pedagógicas isoladas. A saída educacional é a lembrança fundante de que a educação é uma prática social, comprometida com a dignidade da formação e, deve, por esses princípios, filtrar política e eticamente as proposições, modelos de inovação e avanços técnicos. As tecnologias não são meras ferramentas transparentes; elas não se deixam usar de qualquer modo: são em última análise a materialização da racionalidade de uma certa cultura e de um ‘modelo global de organização do poder’. É possível, contudo, uma reconfiguração, uma reapropriação, se não como estratégia, pelo menos como tática (MARTIN-BARBERO, 1997). 13 Questionamos proposições curriculares que se apresentam como vias únicas. Desconfiamos sempre das vias únicas não-dialógicas, na medida que os cenários educacionais foram e sempre serão plurais, heterogêneos, temporais e, portanto, produzem problemas vários. Michel Serres vem nos dizendo que nós humanos produzimos a diferença. Nestes termos, a perspectiva multirreferencial nos sinaliza para uma orientação curricular capaz de fazer face ao que mais assombra os sistemas educacionais e os atos de currículo: o trabalho pedagógico diferenciado com as diferenças, visando uma educação de condições e oportunidades iguais. A rejeição das vias únicas não significa que algumas vias não deixem de representar escolhas que se apresentam como mais relevantes em determinados momentos históricos, como, por exemplo, a luta inspirada de alguns sistemas de ideias que se orientam por, pelas e para as justiças curriculares. A cibercultura deve ser, portanto, mais um conjunto de referências, com as quais as práticas curriculares devem contar para realizar a sua mais árdua e importante tarefa, a de organizar e implementar a formação do Sercidadão. 6 FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A CIDADANIA Partimos da premissa de que o tempo que, predominantemente, organiza a formação na escola é um tempo de significado autoritário e reduzido a uma certa reprodução cronológica. É um tempo que joga contra a singularidade, a itinerância errância do aprender e a inventividade, por consequência. Não é um tempo que possibilita o processo de autonomização de quem aprende e formase. É um tempo- controle que intensifica a burocratização do aprendizado e facilita a alienação no desejo do outro instituído, ou melhor, do Estadocontrolador. Essa temporalidade dificulta a emergência dos tempos heterogêneos, vividos, negociados, portanto do trabalho democrático e responsabilizado com os tempos humanos e institucionais. Negase de forma policialesca o direito ao tempo para o devaneio, como nos provoca Bachelard. Trivializa-se e rotinariza-se o tempo, fabrica-se o tédio da repetição e planta-se o beijo da morte no tempo que se necessita para nutrir/oxigenar a aprendizagem do exercício da construção de espíritos improgramáveis. É complexificar a temporalidade demonstrando seu caráter irreversível e reiterativo. 14 O que se percebe nesta perspectiva é uma temporalidade marcadamente mais rica, múltipla. Podemos falar de uma politemporalidade onde se vinculam repetição, progresso e degradação. O pensamento complexo afronta a complexidade do tempo; entendemos que não existe apenas o tempo de duas flechas, mas também o tempo que pode ser simultaneamente irreversível e reiterativo (MACEDO, 2002). Os tempos subjetivos costumam estar inscritos de forma rígida no tempo das instituições. É tomando a complexidade dessa temporalidade que Assmann (2000) propõe que o tempo institucional deveria estar sempre a serviço de um clima institucional que estimule a sincronização entre tempos cronológicos e tempos vivenciados. Segundo Assmann, a criação de condições de aprendizagem requer que temporalidade institucional seja colocada em função da produção de tempo vivo, ou seja, a serviço de um tempo que se revele fecundo para a construção do conhecimento e para alentar a sensação do aluno/as e docentes de que eles efetivamente se encontram inscritos num tempo pedagógico. A preocupação do autor vai ao encontro do fato de que a dimensão temporal do processo de aprendizagem não se refere apenas ao tempo cronológico, mas a uma pluralidade de tempos que, literalmente, estão em jogo no cotidiano da vivência curricular. Sabendo-se que a vida não se desprende do tempo, compreendemos que o tempo humano está inscrito na duração. Ele existe mediante o devir e não é redutível a fragmentos separáveis. Para Borba, as pedagogias normativas instituem um tempo que causa impacto, angústia e inquietude nos professores e alunos. No entanto, a transposição pedagógica, e diversas pesquisas comprovam isso, não se dá no mesmo tempo para cada aluno. Há o aluno que, uma vez ensinada a matéria, a apreende na hora; há o aluno que a apreende uma semana depois e há o aluno que só depois exclama: Ah! O que o professor queria dizer era isso! (BORBA, 2004). O que Borba quer ressaltar é que o ato complexo de aprender passa pela compreensão da temporalidade e nela a historicidade de cada um. Borba se pauta nas elaborações de Ardoino e Castoriadis na medida em que esses autores entendem que a alteração, finalidade de toda educação, é um processo de mudança que ocorre dentro de uma duração. “A alteração (grifo nosso) é um processo de mudança, de criação no tempo do que ainda não é no processo de hominização formação, estamos sempre num movimento mutante dentro da temporalidade”, conclui Borba (2004, p.51). 15 É assim que o indivíduo, em formação, forma-se com tudo aquilo que sua historicidade/ temporalidadetraz de importante para orientá-lo e referenciá-lo. É assim que entra e convive com os outros numa sala de aula. Por que e para que o currículo faz desses tempos diversos algo de pouca importância? Parece-nos uma questão desveladora em termos socioculturais e políticos, porquanto aponta para uma porção autoritária e alienante do currículo expresso e oculto. É nestes termos que, em nome das errâncias criativas necessárias a uma digna qualificação via os processos formativos, a aula, como ato de currículo, poderia construir uma experiência temporal rica, não carcerária, onde responsabilização e autonomização não se colocassem como coisas incomunicáveis, mas presenças dialógicas necessárias nas construções instituídas e instituintes dos tempos do ensinar aprender. No seio dessa perspectiva é que surgem as propostas dos currículos por ciclo de aprendizagem e formação. Para Lima (2002 p. 9), o ciclo de formação é uma concepção que rompe com os modelos internalizados de aprendizagem: É uma concepção que está ligada a um projeto de educação que valoriza a formação global humana e que está fortemente corroborada, hoje, pela pesquisa em neurociência. [...] Educação por ciclos de formação é uma organização do tempo escolar de forma a se adequar melhor às características biológicas e culturais do desenvolvimento de todos os alunos. Não significa, portanto, ‘dar mais tempo aos fracos’, mas, antes disso, é dar o tempo adequado a todos. A ideia de ciclo confere ao aprender o que ele é: um trabalho com conteúdo assim chamado conhecimento formal, simultaneamente ao desenvolvimento de sistemas expressivos e simbólicos, à formação (aquisição, transformação e reformulação) de formas de atividade humana que levam à construção do conhecimento e à possibilidade de, realmente, se trabalhar em nível da transformação das funções psicológicas superiores, que se dá pela introdução e pelo processo de construção de significação de novos instrumentos culturais (LIMA, 2002 p. 9-10). Tomando o currículo instituído, este, predominantemente, é concebido de forma cronológica, levando em conta os dias do ano. Há uma quantidade de dias a ser cumprida e, nesta quantidade, enquadra-se uma quantidade de conteúdos. É o calendário que organiza temporalmente currículo. No caso dos ciclos de formação, estes levam em conta a característica biológica e cultural dos seres humanos aprenderem no tempo. Esses tempos/períodos são variáveis, como é heterogênea as 16 formas biológicas e culturais dos humanos aprenderem. Em termos operacionais podemos verificar como as várias experiências de formação por ciclos se organizam, onde os tempos de aprendizagem mais longos, flexíveis, articulados e orientados pelas características culturais dos alunos e seus contextos é a experiência mais encontrada. Não deve haver um modelo, mas uma decisão curricular que, pautada em inspirações exitosas com os ciclos (já existem várias no mundo e em municípios brasileiros), permita que a comunidade educativa implicada defina como seus ciclos de formação irão se organizar para gestão do aprendizado em todas as suas expressões. A perspectiva do ciclo de formação é contrária à padronização e à homogeneização de conhecimentos. Nestes termos os professores precisariam atender aos ritmos, estilos e tempos diferentes de aprendizagem e, também, às experiências dos alunos, não como desvios, mas como facetas de uma realidade que merece ser conhecida, considerada e analisada no coletivo, para o estabelecimento de relações com o conhecimento e com a própria escola. Assim, esse processo estruturante de aprendizagem enfatiza a associação entre o conteúdo escolar, a idade de formação e as vivências próprias de cada idade (DALBEN, 2006, p. 75-76). No que concerne à avaliação na experiência da aprendizagem nos ciclos de formação, Perrenoud (2004, p. 24) nos fala da necessidade de propor a cada aluno a itinerância mais fecunda para ele, de modo a otimizar o uso do tempo. A avaliação, portanto, tem um único e grande compromisso: a formação. A avaliação passa a ter, dessa forma, uma perspectiva sistêmica, não isolada, vinculada ao sujeito humano aprendente, sem desprezar suas implicações institucionais. 7 FUNDAMENTAÇÃO DA DOCÊNCIA: O CURRÍCULO E OS SUJEITOS DA AÇÃO PEDAGÓGICA O coletivo dos educadores planeja a execução dos seus currículos por área ou por ciclo. Individual e coletivamente, os conteúdos curriculares são revisados. Junto com os administradores das escolas, professores escolhem e planejam prioridades e atividades, reorganizam os conhecimentos, intervindo na construção dos currículos. O avanço dessa prática de trabalho coletivo está se constituindo em uma dinâmica 17 promissora para a reorientação curricular na educação básica. Esse coletivo de profissionais termina produzindo e selecionando conhecimentos, materiais, recursos pedagógicos, de maneira que eles se tornam produtores coletivos do currículo. Os educandos, sujeitos centrais da ação pedagógica, são condicionados pelos conhecimentos que deverão aprender e pelas lógicas e tempos predefinidos em que terão de aprendê-los. Muitos estudantes têm problemas de aprendizagem, e talvez muitos desses problemas resultem das lógicas temporais que norteiam as aprendizagens e dos recortes com os quais são organizados os conhecimentos nos currículos. Tais lógicas e ordenamentos não podem ser considerados intocáveis. Passo importante para o coletivo das escolas: investigar os currículos a partir dos educandos. As novas sensibilidades para com os educandos são importantes para se repensar e reinventar os currículos escolares. Os estudantes estão mudando e obrigando-nos a rever o olhar sobre eles e sobre os conteúdos da docência. 7.1 O currículo e a qualidade do ensino Outra inquietação permeia a análise dos currículos: trata-se da preocupação com o rebaixamento da qualidade da docência e da escola. A reação das escolas, dos docentes e gestores diante dos dados que informam a desigualdade escolar, em geral, é culpar os estudantes, suas famílias, seu meio social, sua condição racial pelas capacidades desiguais de aprender. Podemos, sim, ter outro entendimento sobre isso. Há um argumento que retarda a tentativa de se criar esse novo entendimento: o fato de a desigualdade ser socialmente criada. No entanto, as ciências consideram que toda mente humana é igualmente capaz de aprender. Embora hoje muitas escolas e vários docentes tenham essa preocupação, há muita dificuldade em superar o olhar classificatório dos estudantes e o padrão de normalidade bem-sucedida na gestão dos conteúdos. Ainda são aplicados “remédios” para os malsucedidos, os lentos, os desacelerados, os fracassados. Exemplo disso é o reforço e a recuperação paralela, agrupamentos em turmas de aceleração, dentre outros. Podemos encontrar iniciativas corajosas de coletivos que repensam o currículo em função dessa questão da desigualdade. Assim, há estudos e propostas de revisão 18 da lógica que estrutura os conhecimentos dos tempos de aprendizagem. Novos estudos sobre a mente humana são buscados, como o de Gerome Bruner (2001), para repensar os currículos que organizam conhecimentos. O direito à educação e o currículo como instrumento para viabilizar esse direito nos obrigam a desconstruir crenças cristalizadas e a repensá-las à luz de critérios éticos: Para desconstruir a crença na desigualdade da capacidade de aprender, é preciso confrontá-la com o direito igual de todos à educação, ao conhecimento e à cultura. Os avanços das ciências desconstroem nossos olhares hierárquicos e classificatórios das capacidades e ritmos dos estudantes, além de nos levarem a visões mais respeitosas e igualitárias. Há necessidade, portanto, de entender mais os processos de aprender dos currículos. A questão central continua a ser o que ensinar,como ensinar, como organizar os conhecimentos, tendo como parâmetro os processos de aprendizagem dos educandos em cada tempo humano. À medida que essas questões vindas da visão dos estudantes e suas aprendizagens interrogam nossos currículos, somos levados a rever as lógicas em que estruturamos os conteúdos escolares. 19 8 BIBLIOGRAFIA BÁSICA CORTELLA, Mario Sergio. Educação, convivência e ética: audácia e esperança. São Paulo: Cortez, 2015. FERRAÇO, C.E. Currículos e conhecimentos em redes: as artes de dizer e escrever sobre arte de fazer. In: ALVES, N.; GARCIA, R.L. (Orgs.). O sentido da Escola. Rio de Janeiro: DP & A, p. 121-150, 2000. RESENDE, Viviane de Melo. Análise de discurso crítica. São Paulo: Contexto, 2016. BIBLIOGRAFIA BÁSICA GIROUX, Henry. Teoria crítica e resistência em educação. Petrópolis: Vozes, 1986. GIROUX, Henry. Cruzando as fronteiras do discurso educacional. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 1999. PRETTO, Nelson. Mídia, currículo e o negócio da educação. In: MOREIRA, Antonio Flávio, ALVES, Maria Palmira C. e Garcia, Regina Leite (orgs.) Currículo, cotidiano e tecnologias. Araraquara, SP: Junqueira Marins, 2006. SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 1998. VIDAL, Diana G. No interior da sala de aula: ensaio sobre cultura e práticas escolares. In: Currículo sem fronteiras, v.9, n.1, p.25 -41, Jan/Jun., 2009.
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