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FACULDADE FUTURA PSICOLOGIA SOCIOEDUCATIVA VOTUPORANGA – SP http://faculdadefutura.com.br/ 1 1 AFETIVIDADE E AMOROSIDADE COMO CONDIÇÃO ESSENCIAL À EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA Fonte: www.valordoconhecimento.com.br Acredito que nos espaços e tempos das instituições de ensino, desejosas de um novo cotidiano permeado pelos pressupostos das organizações aprendentes, a meta maior seja a vivência da amorosidade, compreendida como estratégia subjetiva que amplia os valores humanos da paz, do amor, da verdade, da ação correta e da não-violência. Será em contextos permeados e atravessados por novas relações afetivas que poderemos avançar e, com isso, construir uma cotidianidade de mansidão e afabilidade, movimentos existenciais profundos que ampliam perspectivas de crescimento pessoal para ensinantes e aprendentes focados em suas vocações e profissionalidades. O desafio de humanizar o humano, sempre presente em nossa evolução histórica, deve ser enfrentado com a coletiva construção de estratégias significativas à sensibilização de "corações e mentes para o outro, respeitando as diferenças e percebendo que nenhum humano possui todas as competências, capacidades e habilidades presentes em nossa espécie: cada um, com sua constituição, colabora para a formação do belo mosaico da vida humana." Somos, todos, sujeitos desejantes de mais e melhor vida e, para mover-se pelo labirinto tão 2 imenso da busca por sentidos e significados ao nosso viver, é vital nos determinarmos com coragem, força, tempo e energia, para que seja possível a alegria da autoria. Em diferentes tempos e espaços de atuação, tenho apostado em ações de formação continuada onde a sensibilização essencial possa nos conduzir a compreensão de nossas diversidades enquanto sujeitos: somos fruto de um tempo, de um conjunto de relações e de uma ideologia e nos cabe, de modo permanente, rever conceitos, refletir criticamente sobre nossas práticas, com o claro intuito de respeitar as diferenças presentes em nossas humanas relações. Nossas habilidades e competências, enquanto sujeitos aprendentes são múltiplas e todos, sem exceção, desde que bem mediados, podem aprender e ensinar. Será com a promoção contínua de processos favorecedores de movimentos de convivência dos contrários que poderemos dar conta da complexa relação existente entre nossa unidade humana e a pluralidade que a caracteriza. Desafio essencial em nosso tempo presente, então, é percebermos que, com a afetividade efetiva e amorosidade como lema, poderemos contribuir de modo pleno para a formação de sujeitos aprendentes conscientes que a aprendizagem é processo vital, que ocorre ao longo de nossas existências e que, assim, sempre podermos conceber novas visões, olhares e projetos para as vivências pluridimensionais presentes na Educação contemporânea. Se os tempos são novos e se as mudanças se apresentam de modo incontestável, nos cabe a adoção de posturas de revisão e ressignificação de práticas, utilizando nossas capacidades de criar e desenvolver o novo para fazer valer nossa humana potencialidade de seguir adiante, com a generosidade do compartilhar sonhos e utopias por um mundo melhor, mais justo e capaz de disponibilizar ao maior número possível de pessoas sua herança cultural e as benesses de nossa civilização. 3 1.1 Qual o papel da afetividade na aprendizagem infantil? Fonte: educacao.estadao.com.br A afetividade é um dos componentes mais importantes na vida das pessoas. E, na área da Educação, não poderia ser diferente. A presença do afeto na relação entre aluno e professor é fundamental. Afinal, é principalmente por meio das interações sociais saudáveis e harmoniosas que se constrói a aprendizagem infantil. Antes de qualquer coisa, vamos lembrar o que significa o termo afetividade. Na psicologia, o termo traduz a capacidade individual de experimentar os fenômenos afetivos, como as emoções, as paixões e os sentimentos. A afetividade consiste na força exercida por esses fenômenos no caráter das pessoas. Por isso, a afetividade tem um papel crucial no processo de aprendizagem porque influencia profundamente o crescimento cognitivo. É neste contexto que os professores devem adotar uma postura de facilitadores que estimulam a aprendizagem. Na sua relação com os estudantes, os sentimentos de ambas as partes não podem ser negligenciados. É devido à afetividade que as pessoas criam laços de amizade bastante positivos no âmbito escolar. E esses laços não se baseiam somente em sentimentos, mas também em atitudes. Portanto, num relacionamento saudável, certas atitudes precisam ser cultivadas para que o relacionamento se aperfeiçoe sempre. 4 O ideal é que a educação afetiva seja uma preocupação dos educadores porque ela é um aspecto que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. A escola é a continuação do lar. Por isso, não pode se limitar a promover apenas conhecimentos conceituais e teóricos, mas deve desenvolver também a personalidade dos alunos. Voltando ao papel do professor, é ele a maior influência no processo escolar e deve ter o conhecimento de como se dá o desenvolvimento emocional e comportamental da criança em todas as suas manifestações. O assunto é tão sério e importante que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados no Brasil, em 1997, o currículo do ensino fundamental deve visar o desenvolvimento de capacidades “de relações interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas e estéticas para que os estudantes possam dialogar de modo adequado com a comunidade, aprender a respeitar e a ser respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos e a cumprir seus deveres”. Esta é mais uma evidência de que a dimensão afetiva deve estar inserida na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos. 1.2 Educadores atestam a importância do afeto na aprendizagem Para Jean Piaget, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, “nenhum conhecimento, mesmo que puramente através da percepção, não é simples cópia do real ou se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É o produto de uma interação entre o sujeito e o objeto. É a interação provocada pelas atitudes espontâneas do organismo e pelos estímulos externos. E esse conhecimento é, portanto, aprendizagem, fruto de uma relação que nunca tem um sentido só, é o resultado dessa interação. E a afetividade é a energia que move as ações humanas, sem ela não há interesse e não há motivação para a aprendizagem”. Outros teóricos e especialistas em Educação lembram que há fatores que dificultam o relacionamento interpessoal e apontam que a falta de afeto pode causar mágoa, medo, desconfiança, tristeza, ressentimento, decepção, vergonha e raiva. Eles admitem, ainda, que atitudes ríspidas e agressivas de um professor, por exemplo, podem promover no aluno o medo de ser rejeitado e outros sentimentos 5 negativos que resultam num bloqueio emocional e estanca o processo de aprendizagem. Fonte: hospedagemdesites.ws Em resumo, criança que não recebe afeto não aprende. As razões para o ser humano aprender qualquer coisa são profundamente interiores e as crianças aprendem melhor e mais depressa quando se sentem amadas, seguras e quando são tratadas como um ser único. 2 INTERVENÇÕES PSICOSSOCIOEDUCATIVAS Fonte: hospedagemdesites.ws 6 Se a palavra intervenção possui sentidos diversos, sendo algo autoritário ou democrático, sem sombra de dúvida intervir requer posturas de tomada de consciência para com nossas interações sob o objeto de nossas ações. Intervir passa, essencialmente, por optar entre diferentes possibilidades de movimentarmos o nosso agir, o nosso fazer. Deste modo, intervir sempre se vincula a uma açãoque, passa essencialmente por escolher aprender e seguir aprendendo sobre o que é mediar. Nos processos terapêuticos, intervir é ajudar algo ou alguém: · A sair do lugar da queixa; · A buscar “luz nas trevas”; · A perceber possibilidades de cura; · A compreender seus movimentos internos; · A apoiar-se em si mesmo para encontrar alternativas; · A superar traumas e questões ainda não assumidas e resolvidas; · A rever o percurso do vivido, para compreender a própria trajetória; · A assunção da sua autoria de pensamento. Os riscos sempre são muitos e adaptações são vitais. Supervisão, intercâmbios e grupos de estudos são processos de enriquecimento do profissional que intervêm e que media tomadas de decisões, de atitudes, de enfrentamentos das múltiplas dimensões presentes no viver de cada um de nós, aprendentes e ensinantes na magia da vida. Cabe-me, neste pequeno texto, a tarefa de tão somente sistematizar alguns pontos de partida à elaboração de nossas agendas de trabalhos. Por isso, situar minha compreensão sobre esta temática é importante no que se refere aos meus próprios modos de conceber proposições interventivas, onde sejamos arautos da saúde e da busca do bem viver. Mais do que nunca, imersos num sistema global de excessivas informações, carece a cada um de nós fazer opções e, com isso, perceber com profundidade que jamais iremos dar conta dos desafios plurais da realidade complexa que vivemos. 7 Apenas com um corpo teórico ou uma linha de raciocínio única limitam nossas potencialidades pouco apoiam nossos processos criativos. Somos desafiados a compreender a pluralidade e nos envolver em campos referenciais que facilitem aproximações com a diversidade de ideias fomentadoras a aberturas de pensamentos e percepções. Nossos modos de nos situarmos frente à vida podem ganhar novas mobilidades e nossas ações e condutas podem ser ressignificadas com prazer, alegria, criatividade, autoria e imaginação, pois se desejamos fazer novas ciências e ampliarmos nossas consciências, sem estes importantes fatores de nossas vidas e formações pessoais, ficamos limitados. De acordo com Jacob Bronowski “Se a Ciência é uma forma de imaginação, se toda experiência é um tipo de jogo, então a ciência não pode ser árida. Para o autor nem a Arte nem a Ciência são monótonas, toda atividade é criativa e divertida, mas nenhum trabalho criativo na arte ou na ciência existe para o indivíduo se não houver recriação, a incorporação de uma parcela de criação pessoal”. Portanto, a formação de grupos de estudos em intervenção psicossocioeducativa é um modo que possuímos de seguir adiante, elaborando e reelaborando, de modo coletivo, estratégias e movimentos processuais de ampliação de saberes e enfretamentos de nossas “ignorâncias
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