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TCC em Inclusão

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
INCLUSÃO E AVALIAÇÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS
ESPECIAIS NA PROPOSTA PEDAGÓGICA MONTESSORIANA
RIO DE JANEIRO
2020
BÁRBARA JEANNE QUELHAS NATAL SILVA
INCLUSÃO E AVALIAÇÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS
ESPECIAIS NA PROPOSTA PEDAGÓGICA MONTESSORIANA
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência da 
disciplina de Trabalho de 
Conclusão de Curso de Pedagogia
Orientador: Débora Rodrigues Barbosa
1. Introdução
 
 Até hoje é questionado o porquê e como fazer para realizar a inclusão de um 
aluno com deficiência e qual seria a contribuição que essa ação traria para o 
educando, esse é um ponto crítico para o qual muitas vezes não é dada a devida 
atenção, muitas escolas recebem estudantes com deficiência e oferecem acesso a 
bons materiais, que são oferecidos visando uma aprendizagem significativa, porém 
nem com todas as ferramentas disponíveis conseguem almejar de fato uma inclusão 
e um aprendizado significativo. 
 Pensar sobre essa questão nos faz perceber que é de suma importância que o 
chamado aluno “especial” esteja integrado à sociedade, iniciando então esse 
processo de inserção social na escola por meio de profissionais preparados e 
dispostos a alcançar grandes avanços e etapas, pois seus avanços não dependem 
apenas de laudos clínicos e de tratamentos medicamentosos, mas também de um 
conjunto de fatores pedagógicos realizados em uma escola que se propõe e se 
agrada por sua inclusão.
O Método Montessori de ensino nos faz refletir sobre o quão prazerosa e 
revolucionária pode ser a inclusão de alunos com deficiência, considerando o 
contexto educacional em que vivemos hoje, rompendo diversos tabus e medos que 
muitos profissionais da área da educação têm diante de tal situação.
Esta pesquisa tem como objetivo principal identificar como é realizada a 
inclusão e avaliação do aluno com necessidades educacionais especiais por meio 
do Método de Ensino Montessori, com o intuito de observar e verificar a contribuição 
do método para a formação desse aluno, e a importância do preparo profissional 
que irá realizar o trabalho, para que a sociedade possa incluir plena e 
completamente o aluno com deficiência.
2. Metodologia 
A história de Maria Montessori é baseada em uma busca incessante por 
conhecer a relação que existia na vida e na educação da criança. Nascida em 
Chiaravalle, em 1870, Itália, foi a primeira mulher, com formação em neuropatologia, 
a concluir a medicina. Por dois anos, seu trabalho em uma clínica psiquiátrica como 
médica assistente era observar e estudar o comportamento de jovens que sofriam 
de retardo mental. Com o tempo e o retrato de todas as suas observações e 
estudos realizados, percebeu que em todas essas crianças a vontade de brincar 
continuava viva e então viu a necessidade de buscar formas e meios para educá-
las. Segundo Röhrs (2010), foi nessa época de estudos e pesquisas que Maria 
Montessori descobriu obras de médicos franceses e espanhóis, interessando-se 
particularmente pelas obras de Jean Itard e Edward Séguin, dos quais sofreu 
grande influência, como eles foram médicos que tiveram sucesso na reeducação de 
crianças com necessidades especiais.
Maria Montessori decidiu se dedicar aos problemas pedagógicos e 
educacionais quando em sua experiência como médica, na clínica onde trabalhava, 
encontrou crianças se distraindo com pedaços de pão no chão por falta de 
brinquedos, constatando que seus maiores problemas eram motores e não mental.
Por meio de muitas observações e experiências a doutora conseguiu que seus 
chamados alunos anormais conseguissem ler e escrever e depois de tanto 
progresso em suas vidas muitos deles conseguiram passar em exames de escolas 
públicas.
Em 1904 ela se encarregou da modernização e educação das crianças em 
San Lorenzo, um bairro pobre de Roma. Sempre muito observadora, Maria 
Montessori percebeu muitas falhas na educação das chamadas crianças normais e 
então propôs mudanças no ensino expondo sua filosofia de educação e aplicando o 
que era usado em crianças anormais. A partir daí, adquiriu a certeza de que os 
métodos usados ​​também em crianças normais sem dúvida e surpreendentemente 
desenvolveram a personalidade de cada um.
Segundo Moraes (2009), foi em uma sala de um prédio de San Lorenzo que 
teve início uma das maiores e melhores experiências de Maria Montessori, então foi 
inaugurada a primeira escola chamada Casa Dei Bambini. Por se tratar de um bairro 
pobre e local com condições precárias, seu trabalho também se tornou social. O 
nome escolhido e a organização do espaço já tornavam a forma de ensino diferente 
das escolas, onde as crianças seriam ensinadas, sem formação, reprodução, o ato 
de decorar e com liberdade de expressão.
Após o sucesso e resultados maravilhosos, a segunda “Casa dei Bambini” 
também foi inaugurada em San Lorenzo. Outros espaços foram abertos e em pouco 
tempo o método Montessori se espalhou por todo o mundo, e então em 1909, como 
afirma Moraes (2009), a obra de Maria Montessori deixou de ser uma experiência de 
educação para se tornar um movimento. Segundo Costa (2001) “a obra de Maria 
Montessori é, sem dúvida, uma bela e fecunda contribuição para o progresso dos‘ 
Métodos Pedagógicos ”. Foi criticado várias vezes, mas Montessori preferiu deixar 
as críticas de lado e continuou seu trabalho.
Segundo Moraes (2009, p. 42), “Maria reforçou sua posição como líder do 
movimento ao estabelecer que apenas pessoas formadas pessoalmente por ela 
poderiam ser autênticos professores Montessori. O Método Montessori só poderia 
ser ensinado literalmente ou deixado de fora ”. Muitas divergências ocorreram entre 
seus seguidores, mas seu crescimento foi inevitável. Com tantas palestras e 
conferências realizadas em diversos países Maria Montessori se deu a conhecer, 
deixando seu legado e muitos seguidores, sua vida chegou ao fim em 1952.
O ato de educar, para Maria Montessori, foi muito mais do que uma simples 
instrução. O respeito pelo amadurecimento biológico e intelectual, considerando o 
conhecimento da criança e seu desenvolvimento natural e as leis do crescimento do 
corpo e da mente, tornou seu método caracterizado como educação científica. Uma 
educação voltada para a vida, quebrando todos os tabus do método já pré-
estabelecidos e aplicados até hoje. Método onde a educação começa desde o 
nascimento, ao ter contato com o mundo exterior passa a ter relação de influência 
recíproca com o meio ambiente, com responsabilidade não só da escola e da 
família, mas também da sociedade oferecendo sem opressão, ajuda física e 
psíquica quando necessário.
Segundo Röhrs (2010), embora as ações de Montessori sejam de cunho 
científico, foi essa combinação de diferentes pontos de vista que constituíram seu 
trabalho: fazer experimentos, observações científicas, ver na fé, esperança e 
confiança as melhores formas de educar os criança à independência e 
autoconfiança. Um dos pontos principais da educação científica é uma escola em 
que haja o desenvolvimento das manifestações espontâneas e da personalidade da 
criança, aplicando um método científico onde serão aplicadas experiências inéditas 
de resultados ou ideias já adquiridas em pesquisas anteriores, partindo da liberdade 
e gratuitamente manifestações da criança sendo capaz de observar sua verdadeira 
psicologia. Um método científico baseado em experimentos e principalmente 
observações, permitindo ao aluno em um ambiente sem opressão e controle revelar 
todas as habilidades através da liberdade de expressão. Foi em San Lorenzo que a 
fé de Maria Montessori foi reavivada, ela viu que através da educação dos filhos 
poderia transformar a realidade vivida pela humanidade. O método agora conhecido 
como Sistema Montessori foi gradualmente sendo polido até atingir o que agora é 
conhecido. Durante esse tempo causou espanto, revolução na pedagogia daépoca 
e depois se espalhou pelo mundo.
Segundo Moraes (2009), “Ela acreditava que as crianças sabiam mais do que 
ninguém como deveriam ser ensinadas”, foi então, com essa afirmação da autora 
sobre Maria Montessori que esclarece a ideia da mesma, que a educação foi 
fundamental para as crianças menores, fazendo com que seu método se 
desenvolvesse a partir do que as crianças faziam naturalmente.
No século 20, na Itália e em outros países, a educação era realizada em 
escolas locais e as crianças eram meros depósitos de informações e não tinham o 
direito de questionar, experimentar, interagir e ter contato com o meio em que 
viviam. O professor era considerado detentor de todos os conhecimentos e o aluno 
era apenas instruído. Esse pensamento foi corretamente descrito por Moraes (2009) 
quando afirma que “as crianças iam à escola para serem treinadas para a vida 
adulta, quanto mais cedo estivessem prontas para o trabalho, melhor”. Apesar de 
estudar teoria da educação, Maria Montessori não se formou como professora, por 
isso não teve a mesma ideia dos professores da época. E se a educação 
continuasse a ser concebida de acordo com os velhos esquemas de transmissão de 
conhecimento, nada mais teríamos que esperar pelo futuro do mundo. 
(MONTESSORI, [s.d.], p.7)
A liberdade também é considerada um dos principais objetivos do método 
Montessori. Maria Montessori não falava de liberdade social, mas de liberdade no 
sentido biológico: liberdade de se locomover, de escolher entre as alternativas 
possíveis no ambiente. A partir de suas ações e livre escolha dentro de um 
ambiente organizado e preparado para o desenvolvimento integral de cada um, 
seria possível que a criança alcançasse a independência. Fazer suas próprias 
escolhas e assumir responsabilidades, avaliar suas ações e se relacionar com os 
outros, são conquistas pessoais e coletivas que são consideradas liberdade para o 
método Montessori.
Por meio de suas crenças sobre a educação, Maria Montessori criou os pilares 
de seu trabalho: autoeducação e educação cósmica. A prioridade é capacitar a 
criança para a autoeducação, favorecendo o seu potencial criativo, disciplina interna 
e confiança em si mesma, tornando o aluno sujeito à sua própria aprendizagem, de 
forma gradual e tendo a possibilidade de confirmar imediatamente os seus 
resultados. e faça a autocorreção quando necessário, até conseguir sua 
assimilação. Portanto, a Educação Cósmica não deve ser considerada uma 
disciplina, mas deve estar presente em todos os momentos do aprendizado da 
criança. Visa conscientizá-los sobre a relação entre seres vivos e não vivos e a 
interdependência entre eles, possibilitando o conhecimento de quem compõe sua 
vida e sua relação direta.
Despertar na criança o respeito pela natureza, importância e zelo, conhecendo 
suas funções e o lugar de cada um e assim se sentindo inserida no mundo e capaz 
de compreender a sua importância e a dos outros reinos existentes.
Assim, com essas certezas, pode-se entender o pensamento de Maria 
Montessori sobre a Paz Universal, porque ela acreditava que a educação era a 
melhor forma de alcançar a paz. Como Moraes (2009) melhor explica Educação 
Cósmica quando afirma “Educação Cósmica seria o nome que melhor sintetiza a 
intenção de educar um novo Homem para um novo mundo”.
Segundo Moraes (2009) ao longo da vida escolar, a criança que crescer com a 
educação Montessori, estará preparada para a vida, tendo sua própria iniciativa, 
pensando por si mesma e com seus próprios interesses, um adulto com convicções 
e certezas sem necessidade do externo influencia para tomar suas decisões porque 
uma pedagogia realmente alicerçada na ciência modifica os indivíduos e os 
aprimora.
O objetivo geral deste trabalho é analisar como a Proposta Pedagógica 
Montessori contribui para a inclusão e avaliação de alunos com deficiência em sala 
de aula. A análise partiu da observação das práticas pedagógicas observadas em 
sala de aula durante o estágio na instituição de ensino Aldeia Montessori Escola 
Experimental, durante o ano letivo de 2019. Assim como o estudo qualitativo e 
bibliográfico, buscando identificar as contribuições do ensino método. Maria 
Montessori neste processo de inclusão e avaliação de crianças com necessidades 
educacionais especiais. Compreender, dessa forma, como a proposta pedagógica 
Montessori contribui para a inclusão e avaliação de alunos com deficiência em sala 
de aula.
3. Metodologia
A análise partiu da observação das práticas pedagógicas observadas em sala 
de aula durante o estágio na instituição de ensino Aldeia Montessori Escola 
Experimental, durante o ano letivo de 2019. Assim como o estudo qualitativo e 
bibliográfico, buscando identificar as contribuições do método. Maria Montessori 
neste processo de inclusão e avaliação de crianças com necessidades educacionais 
especiais. Compreender, dessa forma, como a proposta pedagógica Montessori 
contribui para a inclusão e avaliação de alunos com deficiência em sala de aula.
4. Revisão Bibliográfica
Os principais autores abordados nesta pesquisa, Beyer, Almeida, Barros e 
Carvalho, esclareceram algumas das muitas dúvidas quanto à inclusão e avaliação 
de alunos com deficiência e a importância de profissionais preparados, dúvidas que 
cercavam e ainda cercam as escolas hoje, esclarecendo também a forma de 
trabalhar em uma escola com Proposta de Ensino Montessori e como principal 
objetivo alcançar a inclusão de alunos com deficiência.
 
Beyer (2013) critica o pensamento de muitos em relação à escola inclusiva 
entende que é um discurso confuso quando se afirma ser uma instituição de 
qualidade pedagógica aquela que aceita alunos com características diferentes sem 
qualquer distinção. Defende o direito de acesso irrestrito a todas as crianças de uma 
escola regular e acredita que a identificação das necessidades particulares de cada 
aluno na sua aprendizagem através de um olhar atento e atento e da prática de uma 
pedagogia diferenciada para cada um garantirá o acesso, permanência e resposta 
satisfatória às demandas determinadas na aprendizagem.
A ideia de ter uma escola aberta e inclusiva é desafiadora, afirma BEYER 
(2013), e que uma experiência com bons resultados só será possível se houver 
profissionais preparados e comprometidos em fazer dessa ideia uma 
responsabilidade solidária entre alunos, pais e alunos. a instituição escolar, sendo 
estas as principais disciplinas capazes de realizar qualquer tipo de transformação e 
reforma educacional já descritas em documentos legais.
 
O currículo escolar deve ser o mesmo para todos, pois cada criança tem 
capacidade de aprender, mas deve-se observar atentamente o andamento de cada 
um levando em consideração suas características de aprendizagem, pois se o 
conteúdo proposto ao seu nível não for atingido, mudanças devem ocorrer no 
currículo geral. Beyer (2013) argumenta que:
 “A ideia que transparece é a do currículo menos alterado 
possível, ou seja, a preservação do currículo vigente no 
sistema regular de ensino, porém com suficiente flexibilidade 
para possibilitar adaptações conforme as necessidades dos 
alunos”. (Beyer, 2013, p.71)
 
Beyer (2013) destaca que cada aluno tem uma necessidade, portanto a 
didática em sala de aula só será específica se for considerada. A inclusão deve ser 
alimentada por meio de avaliação contínua, mas muitas vezes não ocorre, pois 
muitos professores que vêm de cursos de formação, apesar de terem vários 
comentários sobre políticas de inclusão em seus estudos, ainda terão medo, pois 
foram preparados para avaliar o que já fizeram. foi visto, não tendo capacidade para 
lidar com a diversidade. Beyer (2013) deixa isso claro quando diz que:
O atendimento de alunos com necessidades especiais nas escolas da rede 
regular de ensino aumenta em desafio devido à falta de formação de professores. A 
maioria dos professores queabandonaram os cursos de formação está mal 
preparada para lidar com tamanha heterogeneidade na escola. (Beyer, 2013, p.73) 
Completando a ideia de Beyer (2013), Almeida (2011) afirma que não temos 
um modelo a seguir quando pensamos no processo de construção da inclusão, mas 
devemos insistir nas mudanças e estas devem ocorrer nos profissionais preparados 
para esses ambientes e esses farão toda a diferença para o aprimoramento interno 
e enfatiza que o principal papel do educador é fazer com que os profissionais da 
educação se comprometam com a mudança e com a realização de mudanças. 
Muitas escolas públicas e privadas esquecem que a inclusão vai muito além do 
espaço físico, não se preocupando com o investimento de quem vai fazer tudo 
acontecer, o corpo docente. Muito além do espaço físico adequado, deve-se pensar 
em dar-lhes vida, efetivamente concretizando a idealização da inclusão, mas muitas 
escolas, ao contrário, pensam apenas no deleite dos pais em ver e visitar ambientes 
preparados, mas com pouca vida. O autor apresenta essa ideia quando diz:
“Muitas escolas ainda investem bastante em espaços: salas, 
laboratórios, piscinas, quiosques, auditórios etc., mas 
esquecem-se de que esses investimentos físicos precisam 
estar combinados com os investimentos do corpo humano, que 
irá dar vida a tudo isso”. (Almeida, 2011, p. 51)
Dessa forma, segundo o autor, existem muitas escolas que possuem 
diferentes espaços, todos eles muito bem preparados, mas neles não são 
praticadas atividades que buscam a excelência e desenvolvem as potencialidades 
do ator principal da escola, o aluno. . Por meio desse pensamento é possível 
perceber que a satisfação e o encanto dos pais em visitar e matricular seu filho na 
escola que se diz inclusiva são as estruturas físicas. Almeida (2011) esclarece esse 
fato ao dizer:
“Isso quer dizer que as estruturas físicas das escolas ainda 
continuam ocupando, na visão de avaliação dos pais, para os 
conceitos de uma escola muito boa, lugar principal, pois, caso 
contrário, dificilmente se atingiria tal satisfação”. (Almeida, 
2011, p. 52)
Almeida (2011) afirma, em relação à avaliação, que existem dois extremos 
apresentados pelos profissionais da educação, uns que aceitam e concordam com a 
aplicação de testes e outros que são totalmente desfavoráveis, mas se fosse feito 
inquérito, a maioria dos profissionais achariam válido com a justificativa que 
consideram de grande importância para o processo educativo. Ele afirma que a 
realização da avaliação é de grande importância para a construção de ambientes 
educacionais inclusivos, mas que o clima escolar deve ser avaliado nos momentos 
que antecedem esse processo avaliativo, visto que para muitos podem ser 
momentos de tensão.
Aborda a ideia da avaliação inicial e final como oportunidade de direcionar as 
práticas pedagógicas e nortear as atitudes dos profissionais durante o ano letivo, 
sendo a primeira de aplicar ao aluno uma avaliação no início do ano com conteúdos 
básicos e de o resultado para verificar o trabalho executado anteriormente. Ele 
ressalta que a melhor forma de identificar com qual grupo se trabalhará é: avaliando 
um grupo diverso, criando assim um ambiente educacional biodiverso e 
transdisciplinar que aceite a particularidade de cada um que o fará compor este 
ambiente. Após a avaliação inicial, deve-se realizar a final, pois esta será 
comparada com as feitas no início, podendo-se perceber as melhorias mais ou 
menos significativas.
Da mesma forma, Barros (2005) afirma que a filosofia de Maria Montessori 
também surgiu por meio dessa investigação, uma busca por conhecer a relação que 
existia na vida e na educação da criança, considerando suas experiências, 
examinando a criança de perto, buscando a melhor metodologia para o seu 
desenvolvimento e. aprender, considerando a questão de observar o ser humano 
em sua totalidade, visto que sua vida é uma união de mente e espírito. Barros 
(2005, p. 12) destaca essa questão ao dizer: “Apontar para o fato de observar o ser 
humano em sua totalidade, perceber sua vida e encará-lo com uma união de corpo, 
mente e espírito ”.
Carvalho (2010), também em relação à avaliação, aponta que é uma base 
realizar análises das políticas e práticas pedagógicas adotadas pela instituição 
então é considerada uma prática indispensável, pois o aluno não é rotulado e 
responsabilizado por seus erros e acertos, explicando assim muitos das dificuldades 
que enfrentam. A ideia é clara quando se diz:
“Entendemos que todos somos avaliadores e sujeitos da 
avaliação. Os resultados desse processo contínuo e 
permanente não devem ser utilizados como rótulos que 
estigmatizam e, sim, como “dicas” das situações que precisam 
ser revistas e, certamente, modificadas”. (Carvalho, 2005 p. 
163)
A autora acredita ainda que o desejo do professor deve ser o de contribuir para 
a formação do aluno cidadão, possibilitando sua aprendizagem pela curiosidade, 
interação com o meio e o objeto, consideração esta que pode ser comparada à dita 
por Barros (2005) onde afirma que Maria Montessori criou seu método para permitir 
que as crianças expressem suas ações de acordo com suas necessidades internas.
5. Considerações finais
Por meio da pesquisa realizada, é possível compreender o início de um 
método centenário, e sua forte contribuição ao Método Pedagógico Montessori hoje 
considerado revolucionário por sua forma de educar. No decorrer da obra, podemos 
perceber a grande importância dela para a formação do aluno com necessidades 
especiais para que se torne um cidadão crítico e autônomo. A construção integral e 
concreta da aprendizagem ainda é um grande desafio não só para pais e 
educadores, mas também para a própria criança, pois ela aprende com as 
interações, a construção do conhecimento realizada pelas próprias crianças pode 
ser considerada mais do que uma ferramenta importante para educação infantil e 
que pode proporcionar uma educação agradável, o que muitas vezes não é possível 
devido a fatores sociais e econômicos.
Portanto, prepará-los para situações em que aprendam a resolver problemas, 
faz com que nos preparemos para a vida numa visão generalista, ou seja, podemos 
utilizar as atividades educativas que contribuam para o amadurecimento da criança 
como indivíduo, com condições necessárias para agir e viver. na sociedade, sendo 
capaz de interagir e compreender o seu ambiente.
 
6. Referencial Bibliográfico
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ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emílio a Emília. A trajetória da alfabetização. 1. ed.
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