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IBET - Módulo II - Seminário IV - IRPF

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
Seminário V
IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME DE FONTE
Aluna: Ayla Lobo
Questões
1. Compor a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda pessoa física.
Na hipótese da referida regra poderemos encontrar o critério material (auferir renda); o critério temporal (exercício financeiro), e o critério espacial que, para o Imposto de Renda da Pessoa Física, será qualquer lugar do mundo, tendo como fundamento o princípio da tributação universal. 
No consequente, por sua vez, encontraremos, o critério pessoal (sujeito ativo e sujeito passivo) e o critério quantitativo (base de cálculo e alíquota). 
O conjunto entre todos os critérios terá como resultado a regra matriz de incidência do imposto de renda pessoa física. 
Tendo como fundamento de cobrança o Decreto nº 9.580, de 22 De novembro De 2018, a RMIT pode ser composta da seguinte maneira:
O critério material da regra-matriz da incidência tributária do Imposto de Renda Pessoa Física, sempre fará referência a um fato, a um comportamento humano que tem como resultado auferir renda, com previsão no art. 1º do referido Decreto:
Art. 1º As pessoas físicas que perceberem renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto sobre a renda, sem distinção de nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão (Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, art. 1º; Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 43 e art. 45; Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, art. 2º; Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, art. 4º; e Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 3º, parágrafo único). 
§ 1º São também contribuintes as pessoas físicas que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse como se lhes pertencessem, de acordo com a legislação em vigor (Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 43 e art. 45). 
§ 2º As pessoas físicas residentes no exterior terão suas rendas e seus proventos de qualquer natureza, inclusive os ganhos de capital, percebidos no País tributados de acordo com as disposições contidas nos Capítulos V e VI do Título I do Livro III. 
Art. 2º O imposto sobre a renda será devido à medida que os rendimentos e os ganhos de capital forem percebidos, observado o disposto no art. 78 (Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 2º).
Com relação ao critério temporal, pode ser destacado o art. 79 do Decreto, onde há expressa previsão de que será apurado ao final do ano calendário a partir da soma do resultado mensal do contribuinte: 
Art. 79. O imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual incidente sobre os rendimentos de pessoas físicas será calculado de acordo com a tabela progressiva anual correspondente à soma das tabelas progressivas mensais vigentes nos meses de cada ano-calendário (Lei nº 11.482, de 2007, art. 1º, parágrafo único).
Conforme leciona GERALDO ATALÍBA[footnoteRef:1]: [1: ATABLIBA, Geraldo. Periodicidade do Imposto de Renda. In: Revista de Direito Tributário nº 63, p.22.] 
A periodicidade do imposto de renda haveria de ser anual. Todo imposto é um ingresso público, relevante para a composição do orçamento, que por expressa disposição constitucional, é anual. As prestações de contas a que se sujeita a administração pública, perante os respectivos tribunais de contas, também são elaboradas anualmente.
Quanto ao critério espacial, conforme descrito acima, a constituição não limitou a incidência de forma expressa, de modo que o legislador pode tributar os rendimentos auferidos pelos contribuintes em qualquer lugar do mundo, respeitando a soberania dos outros países. Conforme dispõe Paulo Ayres Barreto[footnoteRef:2], em sua dissertação de mestrado sobre os "Preços de Transferência": [2: BARRETO, Paulo Ayres. Preços de Transferência - Tese de Mestrado - PUC/SP - 1999 - pág. 105] 
"É de fundamental importância o exame da circunstância de lugar que limita, no espaço, a ocorrência do fato jurídico tributário. O exame do critério espacial não se confunde, como bem observa Paulo de Barros Carvalho, com o âmbito territorial de aplicação das leis. Em relação ao imposto sobre a renda, o exame das circunstâncias de espaço que norteiam a exigência deste imposto é sobremodo fecunda. A nossa Carta Magna não estabelece nenhuma restrição de espaço à instituição deste imposto. Destarte, a identificação do limite espacial passa a ser a própria soberania tributária do Estado brasileiro."
Tanto é assim que o próprio decreto que regulamenta ao IRPF dispões acerca da tributação dos ganhos auferidos no exterior: 
Art. 47. São também tributáveis (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 6º,caput,e alínea "c", art. 8º,caput,e alínea "e", e art. 10, § 1º, alíneas "a" e "c"; Lei nº 4.506, de 1964, art. 26; Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 43, § 1º; Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º; e Lei nº 9.430, de 1996, art. 24, § 2º, inciso IV, e art. 70, § 3º, inciso I):
[...]
VII - os rendimentos recebidos no exterior, transferidos ou não para o País, decorrentes de atividade desenvolvida ou de capital situado no exterior;
Com relação ao critério pessoal, com fundamento no Código Tributário Nacional, o qual prescreve que:
Artigo 45 - Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo. 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
E pode ser complementado com o art. 121 do mesmo diploma: 
Artigo 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
[...] II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. (...)
Aplica-se ao critério pessoal o princípio da universalidade (art.153, §2º, I) decorrente do princípio da isonomia. Na verdade, ele não é mais do que uma aplicação desse princípio ao Imposto de Renda. Significa simplesmente que o Imposto de Renda deve incidir e ser cobrado, tanto quanto possível, de todas as pessoas. 
E, por fim, o critério quantitativo representa a base de cálculo e as alíquotas aplicáveis a cada pessoa. 
2. Defina “renda”, “rendimento” e “ganho”. Qual a relação/diferença entre eles? Que são “proventos de qualquer natureza”? Com fulcro nessas definições, identifique a base de cálculo do IRPF e posicione-se, de forma fundamentada: tal como definida na legislação infraconstitucional, a base de cálculo do imposto representa, efetivamente, a “renda”? 
O CTN prevê no caput do art. 43 que a hipótese de incidência do imposto sobre a renda é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda.
Nas palavras de Roque Carrazza[footnoteRef:3], a renda e os proventos, para fins de incidência do imposto significam: “disponibilidade econômica originada do produto do capital ou do trabalho, ou da combinação de ambos, ou da existência de proventos, que se consubstanciem em riqueza nova efetivamente incorporada ao patrimônio global, assim considerado, dentro de um lapso temporal determinado, ainda que esta riqueza provenha de ato ilícito.” [3: CARRAZZA, Roque Antonio. Imposto sobre a renda. São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2005. Pg.36] 
Rendimento, por sua vez, pode ser conceituado como os valores recebidos pelo contribuinte que, somados, formam a sua renda. Neste ponto, podemos utilizar como exemplo os artigos 157 e 158 da CF: 
Art.157 – Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I – o produto da arrecadação do imposto daUnião sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; (Grifos Nossos). 
Art.158 – Pertencem aos Municípios:
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Ou seja, o IRPF deverá ser apurado sobre a soma dos rendimentos, que constitui a própria renda do contribuinte. 
Por fim, o ganho de capital é representado pela diferença positiva entre o valor de revenda de um bem (móvel ou imóvel) e o seu valor de compra.
Sendo assim, é possível concluir que a renda e os rendimentos possuem a mesma conceituação prática para fins de apuração do imposto de renda e, por sua vez, o ganho refere-se ao resultado positivo de uma transação, o que, contudo, também se assemelha aos conceitos anteriores. 
Proventos de qualquer natureza se refere ao fato de que, independente da origem, no caso de aferição de renda pelo sujeito passivo, haverá a incidência do tributo. Neste conceito estão abarcados os demais acréscimos patrimoniais que não se encaixam como produto de capital, trabalho ou da combinação de ambos, como, por exemplo, ganhos em loterias e descobertas de tesouro, mas que também terão como consequência aferição de renda. 
De fato, a legislação tem como base de cálculo do imposto sobre a renda, a renda da pessoa física ou jurídica. Contudo, não pode ser analisado o texto infraconstitucional negando vigência ao texto constitucional, ou seja, ao analisar ambos em conjunto, verifica-se que a CF instituiu limites claros quanto ao tipo de renda que pode sofrer a tributação do IR. 
Isso porque, não é a mera entrada de valores aos cofres do contribuinte que geram o dever de contribuir, mas sim a entrada, a renda, que majora o seu patrimônio, conforme dispões Roberto Quiroga[footnoteRef:4]: [4: Roberto Quiroga Mosqueira. In: Tributação no Mercado Financeiro e de Capitais, p. 170. Ed. Dialética, 1999.] 
“a Constituição Federal ao eleger as bases de cálculo dos tributos descreveu critérios e padrões de aferição que oneram o conjunto de direitos patrimoniais.[...] O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza incide sobre o elemento patrimonial que se constitui numa majoração de patrimônio, isto é, incide sobre a riqueza nova, renda e proventos de qualquer natureza são elementos patrimoniais que não existiam antes no conjunto de direitos pré-existentes das pessoas e que não representam uma mera reposição de elementos patrimoniais ou permuta. Acréscimo, incremento ou majoração de elementos patrimoniais (riqueza nova) não se confunde com ingresso, entrada ou reposição de direitos patrimoniais (riqueza velha)”.
Ou seja, a base de cálculo realmente representa a renda, mas não qualquer renda de forma indiscriminada. 
Confronte a afirmação doutrinária de que o “fato gerador” do imposto sobre a renda é “complexivo” com a(s) Regra(s)-Matriz(es) do IRPF e responda: 
(a) como compatibilizar a ideia do “fato gerador complexivo” do imposto sobre a renda com o critério temporal da(s) sua(s) RMIT? e com a(s) base(s) de cálculo? 
Conforme já definido pelo STF no julgamento do Tema 584, o fato gerador complexivo é periódico ou de formação sucessiva, é para o imposto de renda, no regime de declaração, a renda, correspondente a um 'fluxo de riqueza que vem ter às mãos do seu destinatário e que importa num aumento do seu patrimônio, durante um período de tempo determinado.
Sendo assim, não altera o critério temporal do imposto de renda, tendo em vista que a incidência do imposto se dará anualmente, na data fixada no ano calendário, que será a soma do fato gerador complexivo acumulado durante um período determinado, ou seja, todas as rendas auferidas até 31 de dezembro de cada ano deverão ser consideradas para o recolhimento do imposto de renda ao final do período.
(b) em que instante deve ser apurado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? Como definir o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para o IRPF, considerando (i) o imposto anual; (ii) a antecipação na fonte; (iii) o imposto exclusivo na fonte; (iv) o imposto sobre ganho de capital na alienação de bens e direitos.
O imposto de renda será apurado no final do ano calendário da pessoa física que atender a algum dos seguintes requisitos[footnoteRef:5] no final do ano calendário, ou seja, em 31.12 do ano corrente: [5: Fonte: contabilizei.com.br/contabilidade-online/tudo-sobre-imposto-de-renda-irpf/] 
· que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 durante o ano anterior, como salários, honorários, férias, comissões, pró-labore, receita com aluguel de imóveis, pensões, entre outros.
· Todos que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superior a R$ 40.000,00 durante o ano anterior, como por exemplo: alimentação, transporte e uniformes fornecidos pela empresa de forma gratuita, reembolso de viagens em geral, salário-família, entre outros.
· Quem recebeu em qualquer mês, dinheiro por conta de alienação de bens e direitos – em que o IR incida – ou então realizaram operação em bolsas de valores, mercadorias, futuro ou semelhantes;
· Teve no ano anterior bens ou direitos no valor total superior a 300 mil, somando todos os bens;
· Aqueles que passaram à condição de residente no Brasil e se mantiveram o final do ano calendário;
· Todos que venderam imóveis residenciais e obtiveram ganho na operação, mesmo que tenha comprado outro imóvel em um prazo de 180 dias e usaram da regra de isenção do imposto de renda;
· Quem exerce atividade rural e teve receita bruta acima de R$ 142.798,50 ou que pretende compensar prejuízos de anos anteriores.
Com relação ao prazo decadencial de 5 (cinco) anos para pleitear a restituição do imposto sobre a renda, tendo em vista tratar-se de lançamento por homologação, onde a constituição do crédito é feita sem prévio exame da autoridade, o sujeito passivo apura, informa e paga a parcela em dinheiro referente a obrigação tributária, a regra de contagem tem fundamento no art. 150, §4 do CTN.
3. Diferençar os conceitos de aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica. Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda”. Por quê? Analise criticamente os anexos I, II e III.
O Código Tributário Nacional albergou o termo disponibilidade ao estabelecer que o imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
Conforme preceitua Mary Elbe Queiroz, “o vocábulo aquisição [...] na língua jurídica, indica o ato ou fasto em consequência do qual se opera a transferência do domínio ou propriedade de coisa móvel ou imóvel; ou sua posse; ou a transferência de direito.”
Destaca-se que o art. 43 do CTN, sobretudo o seu § 2º, determina que o imposto de renda incidirá sobre a disponibilidade econômica ou jurídica da renda.
A diferença entre a aquisição da disponibilidade jurídica e aquisição de disponibilidade econômica pode ser esclarecida pelos ensinamentos de Hugo de Brito Machado[footnoteRef:6]: [6: MACHADO, Hugo de Brito. Comentários ao Código Tributário Nacional. 2ª ed, Atlas, 2007, p. 448] 
Enquanto a disponibilidade econômica corresponde ao rendimento realizado, a disponibilidade jurídica corresponde ao rendimento (ou provento) adquirido, isto é, ao qual o beneficiário tem título jurídico que lhe permite obter a respectiva realização em dinheiro (p. ex., o juro ou dividendo creditados).
Com relação às verbas indenizatórias, o STJ já decidiu que “[...] Não sãopassíveis de incidência do imposto de renda os valores recebidos a título de juros de mora acrescidos às verbas definidas em ação judicial, por constituírem indenização pelo prejuízo resultante de um atraso culposo no pagamento de determinadas parcelas. [...]” (STJ. Resp 1.670.906/RS)
Complementando com a resposta da questão anterior não é a mera entrada de valores aos cofres do contribuinte que geram o dever de contribuir, mas sim a entrada, a renda, que majora o seu patrimônio e, pensando por esse conceito, a as verbas indenizatórias não podem constituir acréscimo patrimonial, justamente por sua natureza indenizatório, ou seja, está apenas repondo um desgaste patrimonial anterior e não gerando riqueza nova. 
4. O art. 42 da Lei 9.430/96 criou uma nova hipótese de incidência para o imposto de renda? Essa hipótese de incidência baseia-se em uma presunção ou em uma ficção? O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para tanto? (Vide anexo IV).
Dispõe o art. 42 da Lei 9.430/96 que: 
Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de  investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Conforme pode ser extraído do texto do referido artigo, se houver algum tipo numerário recebido na conta do contribuinte sem a comprovação da respectiva origem, ou seja, sem a comprovação do efetivo acréscimo patrimonial ou não, será presumido como renda para fins de tributação do imposto de renda, aproximando-se do conceito de presunção absoluta, explicado pelas palavras de Luciano Amaro[footnoteRef:7]: [7: AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 6. Ed. São Paulo. 2001.] 
“A ficção jurídica não se confunde com a presunção absoluta, embora, praticamente, dela se aproxime. Na presunção absoluta, a consequência do fato conhecido é provável, embora passível de dúvida, mas a lei valoriza a probabilidade e recusa a prova em contrário. Na ficção, não há dúvida sobre o fato real, mas a lei, conscientemente, nega a realidade fática e constrói uma realidade jurídica diversa daquela. Dada a própria natureza da ficção, não cabe sequer cogitar -se de prova em contrário.”
Verifica-se, assim, na presunção, a fixação de uma verdade hipotética em relação a certos fatos, tendo em vista que não é provada por meios diretos.
Bom, pela análise alhures, pode-se afirmar que há, de fato, a criação de uma nova hipótese de incidência para o imposto sobre a renda, uma vez que a situação do artigo descreve um novo fato gerador para a incidência do tributo com base em “supostamente aferir renda tributável”.
Contudo, a Constituição Federal é clara quanto a limitação da criação da base de cálculo de tributos por lei complementar, com fundamento no art. 146, III, “a” da Constituição Federal.
Inclusive, o STF afetou ao RE 855649 sob o rito da repercussão geral, para julgamento do assunto, nos termos da seguinte ementa:
IMPOSTO DE RENDA – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ORIGEM DOS RECURSOS NÃO COMPROVADA – OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA – INCIDÊNCIA – ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996 – ARTIGOS 145, § 1º, 146, INCISO III, ALÍNEA “A”, E 153, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da constitucionalidade do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, a autorizar a constituição de créditos tributários do Imposto de Renda tendo por base, exclusivamente, valores de depósitos bancários cuja origem não seja comprovada pelo contribuinte no âmbito de procedimento fiscalizatório”. (RE 855649 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 27/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-188 DIVULG 21-09-2015 PUBLIC 22-09-2015).
Nos termos estudados, entendo pela ilegalidade da cobrança do IR com base em mera suposição da ocorrência do fato gerador, como descrito no artigo estudado, uma vez que a constituição do crédito tributário demanda o embasamento em fatos e provas concretos e dentro dos limites constitucionais. Inclusive, existe a figura da base de cálculo presumida no Direito Tributário brasileiro, mas criada a partir dos preceitos constitucionais. 
5. A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir”? Pode a lei restringir as deduções, da base de cálculo do IRPF (vide art. 4º da Lei 9.250/95)? Há parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites? Quais?
Previsto no texto constitucional, o princípio da progressividade dos tributos auxilia a concretização do princípio da capacidade contributiva e da isonomia, tendo em vista que permite a mitigação do critério quantitativo de cobrança com fundamento nas características do contribuinte individual. 
Mais especificamente, encontra-se no artigo 145, §1º, da CF, que dispõe: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Dito isso, entendo que a atual tabela progressiva do imposto de renda da pessoa física observa, em um primeiro momento, parece não respeitar ao princípio da progressividade, tendo em vista que as alíquotas representam uma aplicação proporcional, e não progressiva. 
Contudo, há a figura da parcela a deduzir, que possui o efeito de abater os rendimentos não tributáveis e aplicar a alíquota de forma progressiva para cada bloco de rendimentos do contribuinte, limitando à aplicação ao percentual de 27,5%, ou seja, mantém os rendimentos não tributáveis ou tributáveis por um alíquota menor, fora do montante geral. 
Inclusive, conforme preceitua Paulo Ayres de Barreto[footnoteRef:8]: “é tradição no direito brasileiro, na definição da alíquota do IRPF, a estipulação da chamada parcela a deduzir. Assim, se conjugarmos alíquota e parcela a deduzir surgem, ao lado da alíquota nominal, as alíquotas efetivas, aplicáveis a cada caso concreto, evidenciando a inequívoca progressividade” [8: BARRETO, Paulo Ayres de. Imposto de Renda e Preços de Transferência. Editora Dialética, 2001. Pág. 95] 
Não pode haver limitação da dedução da base de cálculo do imposto de renda dos tributos não tributáveis ou isentos, tendo em vista que se estaria diante de negativa de vigência dos preceitos legais que os autorizaram a serem excluídos. 
Já com relação aos parâmetros constitucionais ou legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites, destacam-se as palavras de Mary Elbe Queiroz[footnoteRef:9]: [9: QUEIROZ, Mary Elbe. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Barueri-SP: Manole, 2003] 
[...] o significado dos vocábulos de renda e proventos de qualquer natureza e a definição que melhor se enquadra nos sígnios constitucionais, para o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer natureza e de que a exação: i)Incide sobre as rendas e proventos de qualquer natureza que constituam acréscimos patrimoniais, riquezas novas, para o beneficiário (os excedentes às despesas e custos necessários para auferir os rendimentos e à manutenção da fonte produtora e da sua família), sobre os quais ele haja adquirido e detenha a respectiva posse ou propriedade e estejam à sua livre disposição, econômica ou juridicamente; ii)Deve ser dimensionada levando em consideração a periodicidade necessária à sua quantificação, por meio da progressividade, a fim de atender à pessoalidade, de modo a aferir a real capacidade contributiva de quem a lei incumbe o ônus do imposto, no sentido de que aquelesque tenham mais contribuam mais; cuja incidência deverá ser de forma igual, universal e genérica para todos; e que a obrigação tributária respeite o mínimo vital necessário à sobrevivência e à dignidade humana e não produza o efeito de exaurir ou resultas no esgotamento da respectiva fonte em prestígio ao não-confisco, à legalidade, à isonomia e à segurança jurídica.
Ou seja, de fato existem parâmetros constitucionais e legais para a fixação dos abatimentos e deduções possíveis e seus respectivos limites, que são os próprios princípios que regem ao direito tributário, bem como, os dispositivos da constituição e do CTN acerva da incidência do imposto sobre a renda.
6. Existe identidade entre o IR fonte e o IR anual ou trata-se de impostos autônomos (isto é, há apenas uma ou mais de uma regra-matriz de incidência tributária)? Seria a retenção na fonte mero objeto de dever instrumental? Justifique a resposta. (Vide anexos V, VI, VII).
Sim, existe identidade entre o IR fonte e o IR anual, uma vez que são originários da mesma regra matriz de incidência e se diferem apenas quanto à responsabilidade pelo recolhimento, sem, contudo, alterar o sujeito passivo. 
Conforme leciona Hugo de Brito Machado[footnoteRef:10]: [10: MACHADO, Hugo de Brito. O contribuinte e o Responsável no Imposto de Renda na Fonte.] 
Em qualquer dessas duas formas de incidência do imposto de renda na fonte, tem-se o desdobramento da relação jurídica tributária que nasce do fato de alguém auferir renda. [...] Não se instaura entre a união e a fonte pagadora da renda uma relação tributária autônoma, independentemente da relação tributária concernente ao imposto de renda. Simplesmente a lei institui um complexo de relações jurídicas formador da obrigação tributária
Com relação a retenção na fonte, defendo a ideia de que se trata de objeto da obrigação principal, pois a natureza dessa modalidade de recolhimento possui todas as características do pagamento normal do tributo, diferindo apenas quanto à forma, nos moldes do Decreto-Lei nº 5.844/1943:
Art 99. A retenção do imposto, de que tratam os arte. 95 e 96, compete à fonte e será feita no ato do crédito ou pagamento do rendimento.
Art. 100. A retenção do imposto, de que tratam os arts. 97 e 98, compete à fonte, quando pagar, creditar; empregar, remeter ou entregar o rendimento.
Art. 103. Se a fonte ou o procurador não tiver efetuado a retenção do imposto, responderá pelo recolhimento dêsde, como se o houvesse retido.
Conforme os destaques, não há dúvidas de que estamos diante do próprio recolhimento do tributo e não de uma mera obrigação acessória, pois há a formação da relação jurídica.
7.	Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um dos casos abaixo arrolados.
	
	Retenção – Fonte pagadora 
(Pessoa Jurídica)
	Recolhimento – Fonte pagadora
(Pessoa Jurídica)
	Declaração do rendimento na Declaração de Ajuste Anual – DAA, entregue pela pessoa física (empregado ou prestador de serviços) em 30 de abril
	
Resposta
	Caso 1
	Retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção 
	Não houve irregularidade para nenhuma das partes. O efeito será a quitação da obrigação.
	Caso 2
	Retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Há responsabilidade do contribuinte, pois houve recolhimento mas ele deixou de cumprir seu dever instrumental
	Caso 3
	Retém
	Não recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Há responsabilidade da pessoa jurídica, pois descumpriu seu dever de recolher ao tributo, sofrendo a imposição de multa e há possibilidade de condenção por crime à ordem tributária
	Caso 4
	Retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Há responsabilidade de ambas as partes, com as consequências dos casos 2 e 3.
	Caso 5
	Não retém
	Recolhe
	Declara rendimento e retenção
	Há responsabilidade da fonte pagadora à retenção com aplicação de juros e multa. A penalidade é a mesma do não recolhimento. 
	Caso 6
	Não retém
	Recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Há responsabilidade de ambos os sujeitos, com as consequências dos casos 5 e 2
	Caso 7
	Não retém
	Não recolhe 
	Declara rendimento e retenção
	Há irregularidade da fonte pagadora, que não cumpriu sua obrigação, sendo aplicáveis as consequências descritas nos casos 5 e 3
	Caso 8
	Não retém
	Não recolhe
	Não declara rendimento nem retenção
	Há responsabilidade de ambos os sujeitos, sendo a fonte pagadora responsável pelo principal e o contribuinte pela obrigação acessória. 
8.	Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Pressupondo a possibilidade de que venham a ser tributados, como definir a sua base de cálculo? Em outros termos, a base de cálculo do IR recairia sobre o preço da aquisição das ações, o preço do mercado ou sobre o preço em que elas são vendidas? Analise os anexos VIII e IX, expressando sua concordância ou não, de forma justificada.
As Stock Options são uma opção de compra de ações, na qual a empresa incentiva os empregados a comprar ações da própria companhia, por um preço abaixo da média de mercado e por tempo determinado, tendo fundamento no art. 168, § 3º, da Lei nº 6.404/76:
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.
o Fisco possui o entendimento de que os descontos concedidos aos empregados para a aquisição das Stock Options implicam em remuneração decorrente do trabalho, de modo que restaria caracterizada, no momento do exercício de compra, a incidência do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, bem como o seu respectivo fato gerador. 
Ao análisar o tema decidiu a 25ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, que:
“Assim, tenho por plausível a alegação do impetrante no sentido de que o “stock options” possui natureza mercantil. Sendo assim, ao lucro proveniente do exercício de stock options deve ser conferido tratamento jurídico correspondente a ganho de capital e não como rendimento de trabalho remunerado. Por esses fundamentos, tenho como presentes os requisitos para a concessão da liminar. Isso posto, DEFIRO A LIMINAR para determinar à Autoridade Coatora que se abstenha de exigir do Impetrante o imposto de renda sobre supostos rendimentos do trabalho em razão dos ganhos eventualmente experimentados em função do exercício das opções de compra de ações no contexto do Plano de Outorga de Opções de Compra de Ações instituído pela Qualicorp S/A em 3.3.2011”.
Ou seja, em face destes aspectos, pode-se concluir que não deve incidir o IRPF sobre Stock Options, em razão da indisponibilidade econômica no momento da aquisição da opção de compra de ações, não havendo nenhum rendimento tributável.
Contudo, na remota possibilidade de que exista a incidência do IRPF, tal tributação deverá ocorrer sobre o preço a que elas são vendidas, tendo em vista que pela conceituação da base de cálculo defendida no presente seminário, seria a receita que representaria a riqueza nova, o acréscimo patrimonial. 
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