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IBET - Seminário II - Módulo II

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Módulo Incidência e Crédito Tributário 
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por 
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
 
Seminário II 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO 
 
 
ALUNA: AYLA LOBO 
 
Questões 
 
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda: 
 
 a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato 
ou procedimento e qual a sua finalidade. 
 
Nos termos do art. 142, do Código Tributário Nacional, o lançamento é o procedimento 
administrativo pelo qual ocorre a subsunção do fato à norma, calculando-se o valor que 
deverá ser pago pelo contribuinte, identificando-o e, caso tenha lastro, aplicando-se a 
penalidade cabível. 
 
Quanto a competência para realizar o r. lançamento, tanto o contribuinte quanto o Fisco a 
possuem. O lançamento por homologação e declaração, são realizadas pelos próprios 
contribuintes, e o lançamento de ofício é competência do Fisco. Conforme descreve Leandro 
Paulse1: 
 
A constituição ou formalização do crédito tributário, ou seja, a representação 
documental de que o crédito existe em determinado montante perante certo 
contribuinte ciente da sua obrigação, pode se dar de várias maneiras, não 
estando de modo algum restrita ao lançamento por parte da autoridade. 
 
No lançamento por declaração, o contribuinte fornece ao Fisco elementos para que apure o 
crédito tributário, no lançamento por declaração, o contribuinte fornece ao Fisco elementos 
para que apure o crédito tributário, no lançamento por homologação, é o contribuinte quem 
apura e paga o tributo, cabendo ao Fisco simplesmente chancelar tal apuração ou questionar 
o lançamento, por fim, o lançamento de ofício, por sua vez, é aquele realizado direta e 
exclusivamente pelo Fisco quando a lei assim o determine ou quando o tributo seja submetido 
por lei a uma das modalidades anteriores (mediante declaração ou por homologação), mas o 
contribuinte não tenha realizado os atos que lhe cabiam. 
 
Contudo, entendo haver um descuido do legislador ao utilizar-se da palavra procedimento, 
tendo em vista que, se assim o fosse, dependeria de etapas para se concretizar, de modo que 
adequa-se melhor à definição tratar o lançamento como um ato administrativo, que se inicia 
 
1 Paulsen, Leandro Curso de direito tributário completo / Leandro Paulsen. – 8.ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
e perfectibiliza com uma única ação, que é o próprio lançamento em si. Nas palavras do 
professor Paulo de Barros Carvalho: 
 
Lançamento é ato jurídico e não procedimento, como expressamente consigna o art. 
142 do Código Tributário Nacional. Consiste, muitas vezes, no resultado de um 
procedimento, mas com ele não se confunde. É preciso dizer que o procedimento 
não é imprescindível para o lançamento, que pode consubstanciar ato isolado, 
independente de qualquer outro. Quando muito, o procedimento antecede e 
prepara a formação do ato, não integrando com seus pressupostos estruturais, que 
somente nele estarão contidos. 
 
Por sua vez, o ato administrativo, como define Meirelles2 “é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato, 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou, impor obrigações 
aos administrados ou a si própria” 
 
Quanto a sua finalidade, destacam-se duas principais, que se resumem no fato de que o 
lançamento é o ato concreto de subsunção do fato à norma, que concretiza o vínculo 
obrigacional entre o sujeito passivo e o sujeito ativo, e consequentemente, tem a finalidade 
de conferir exigibilidade ao crédito tributário. 
 
 b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se 
positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia uma 
espécie da outra? 
 
contribuinte porSim, conforme exposto na questão anterior, o lançamento pode ser efetuado pelo 
e, conformhomologação e por declaração, bem como pelo próprio Fisco, pelo lançamento de ofício 
se as principais características/diferenças de cada um-quadro abaixo, destacam 
 
 Lançamento por 
homologação 
Lançamento por declaração Lançamento de ofício 
Características 
No lançamento por 
homologação o contribuinte 
é quem realiza a apuração e 
o recolhimento do tributo de 
forma autônoma, o que 
ocorre, por exemplo, na 
apuração de ICMS e ISS 
Responsabilidade do 
contribuinte, que precisa 
fornecer os elementos 
suficientes para o 
lançamento ao Fisco, como 
ocorre com a declaração de 
IRPJ/IRPF 
O lançamento de ofício é aquele 
realizado direta e exclusivamente 
pelo Fisco, como é o caso do IPTU. 
Ainda, os dois anteriores, caso não 
sejam realizados pelo contribuinte 
ou o sejam de forma indevida, 
serão resolvidos pelo lançamento 
de ofício. 
 
 c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o 
lançamento por declaração? 
 
 
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1995. 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
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Partindo da premissa de que o lançamento é o ato administrativo pelo qual ocorre a 
subsunção do fato à norma, com base no art. 142 do CTN, o lançamento por homologação 
não pode ser considerado um lançamento em sentido estrito, isso porquê, tratando-se de uma 
atividade vinculada e obrigatória do Fisco, a simples obrigação de relatar a ocorrência dos 
fatos geradores e realizar o recolhimentos dos valores devidos pelos próprios contribuintes, 
não pode ser considerado a mesma coisa que a atividade administrativa, por incoerência nas 
regras aplicadas a cada um, ou seja, a prática do lançamento é privativa das autoridades 
administrativas, de modo que os lançamentos por homologação e declaração não constituem 
um lançamento. 
 
Ademais, de qualquer forma, todo e qualquer lançamento feito por intermédio dos 
contribuintes, poderá ser revisado pelo próprio Fisco, para que ocorra a sua confirmação ou 
revisão. 
 
Destacam-se, por fim, as palavras do professor Paulo de Barros Carvalho3 sobre o assunto: 
 
“Por sem dúvida que são atos diversos, porque praticados por sujeitos diferentes, 
debaixo de normas competências também distintas e, desse modo, supondo-se a 
regimes jurídicos que não são exatamente os mesmos, o que legitima a imposição 
de nomes aptos para discerni-los. No fundo, porém, apesar das dessemelhanças, 
ambos os atos são oponentes de normas individuais e concretas no ordenamento do 
direito positivo, e disso não podemos esquecer” 
 
Ou seja, não há como ambos serem considerados equivalentes, por mais que sejam 
semelhantes, tendo em vista que não seguiram as mesmas regras do ordenamento jurídico. 
Deste modo, ocorrendo uma necessidade técnica de distinção, para que ambos possam ser 
conceituados e tratados da forma mais correta possível. 
 
 d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou 
constituído? Quando isso ocorre? 
 
O lançamento tributário possuí ambas as eficácias, declaratória e constitutiva. Isso porque, 
conforme delimitado na questão 1, existem duas finalidades no lançamento: 1) concretiza o 
vínculo obrigacional entre o sujeito passivo e o sujeito ativo, sendo ato declaratório da relação 
jurídico tributária e; 2) confere exigibilidade ao créditotributário, tendo, portanto, eficácia 
constitutiva do direito de cobrança Fisco. Sendo que sua ocorrência se constata com o próprio 
ato do lançamento realizado ou homologado pelo Fisco. Tendo em vista que o lançamento 
realizado pelo contribuinte não se reveste da mesma força obrigacional. 
 
 e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato. 
 
Para definir a diferença entre data do fato e data no fato, destacam-se as palavras de Aurora 
Tomazini: 
 
3 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: fundamentos jurídicos da incidência, São Paulo, Saraiva, 1998, 
p. 214. 
 
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O tempo do fato é o instante em que o enunciado denotativo da hipótese 
normativa ingressa no ordenamento jurídico. É o momento em que o fato é 
constituído juridicamente. Geralmente, no processo de positivação, isso se dá com 
a notificação das partes. O tempo no fato, por sua vez, é o instante a que alude o 
enunciado factual juridicamente constituído. É o momento descrito como aquele 
em que o evento se realizou.4 
 
Ou seja, a diferença entre “erro de fato” e “erro de direito” é que, naquela o problema é 
identificado no momento de reprodução linguística de algum evento, já no segundo, o 
problema é identificado no momento de subsunção do fato à norma. Sendo assim, podemos 
entender que os erros de fato, ocorrem no próprio enunciado, enquanto os erros de direito 
ocorrem no momento de sua aplicação. 
 
Por fins, para fins de argumentação, importa ressaltar que havendo erro na enunciação do 
auto de infração, resta maculado o lançamento por erro de fato, pois tem potencial de causar 
danos ao contribuinte, tendo em vista que receberá informações imprecisas, e que pode ser 
prejudicado por isso, inclusive, obstando o amplo direito de defesa. O erro de direito seria, 
por sua vez, decorrente da escolha equivocada de uma norma para fundamentação do 
lançamento, que seja ineficaz ou não esteja mais válida, por exemplo. 
 
 f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico? 
 
Já para a definição de erro de fato e erro de direito, destacam-se os ensinamentos do 
professor Paulo de Barros Carvalho5: 
 
Assim constitui 'erro de fato', por exemplo, a contingência de o evento ter ocorrido 
no território do Município 'X', mas estar consignado como tendo acontecido no 
Município 'Y' (erro de fato localizado no critério espacial), ou, ainda, quando a base 
de cálculo registrada para efeito do IPTU foi o valor do imóvel vizinho (erro de fato 
verificado no elemento quantitativo). 'Erro de direito', por sua vez, está configurado, 
exemplificativamente, quando a autoridade administrativa, em vez de exigir o ITR do 
proprietário do imóvel rural, entende que o sujeito passivo pode ser o arrendatário, 
ou quando, ao lavrar o lançamento relativo à contribuição social incidente sobre o 
lucro, mal interpreta a lei, elaborando seus cálculos com base no faturamento da 
empresa, ou, ainda, quando a base de cálculo de certo imposto é o valor da 
operação, acrescido do frete, mas o agente, ao lavrar o ato de lançamento, registra 
apenas o valor da operação, por assim entender a previsão legal. A distinção entre 
ambos é sutil, mas incisiva. 
 
Ou seja, havendo erro na enunciação do auto de infração, resta maculado por erro de fato, 
causando danos ao contribuinte que recebe informações imprecisas, e que pode prejudicá-lo, 
 
4 Carvalho, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o construtivismo lógico-semântico – 6ª ed. rev. 
e atual. - São Paulo: Noeses, 2019. Pg. 
5 Carvalho, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método – 7ª ed. rev. – São Paulo: Noeses, 2018. Pag. 
445/446 
 
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inclusive quanto ao seu direito de defesa. O erro de direito seria, por sua vez, decorrente da 
escolha equivocada de uma norma ou a sua incorreta interpretação. 
 
A mudança do critério jurídico, por sua vez, é o reconhecimento de um erro quanto a 
valoração jurídica do próprio fato no lançamento e que precisa ser sanado, é quando ocorre 
alguma divergência quanto a interpretação de determinado fato jurídico no momento de sua 
subsunção, o que ocorre na própria esfera intranormativa, assemelhando-se ao erro de 
direito. 
 
2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se: 
 
 a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de 
infração; 
 
Podem ser extraídas duas normas individuais e concretas do auto de infração, sendo elas a 
constituição do crédito tributário devido pelo contribuinte com o lançamento, bem como a 
fixação de penalidade pelo não recolhimento na forma e prazo devidos. Vê-se que a matéria 
semântica do antecedente dessas regras alude a um evento caracterizado, sempre, pelo 
desatendimento de um dever. 
 
Isso porque, ambos os mandamentos preenchem os critérios determinados pela RMIT. 
 
A constituição do crédito tributário, preenche os critérios do antecedente pela saída de 
mercadorias, como critério material; os Estados e o Distrito Federal como critério espacial; e 
o período 01/01/2014 a 01/12/2014 como critério temporal. Já no seu consequente, podemos 
observar o sujeito ativo (Estado de São Paulo) e o sujeito passivo (Bate o Pé Indústria e 
Calçados Ltda.), no critério pessoal; e o critério quantitativo é definido pela base de cálculo 
(R$ 64.440,48), juntamente com a alíquota de 18%, correspondente a R$ 11.599,29. 
 
Por sua vez, os critérios da multa, estão no antecedente pela saída de mercadorias sem o 
recolhimento do imposto, como critério material; os Estados e o Distrito Federal como critério 
espacial; e o lançamento da multa em 02/02/2015 como critério temporal. Já no consequente, 
temos o sujeito ativo (Estado de São Paulo) e o sujeito passivo (Bate o Pé Indústria e Calçados 
Ltda.), no critério pessoal; e o critério quantitativo é definido pela multa de mora (50%) 
juntamente com os juros de mora no valor de R$ 1.275,92. 
 
 b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo 
de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação; 
 
(i) O auto de infração como documento, é o meio pelo qual o Fisco, realizando a 
subsunção do fato à norma, cria a norma individual e concreta para concretização 
de determinadas obrigações em face do contribuinte, tendo em vista o não 
cumprimento de algum mandamento legal no seu tempo e forma devidos; 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
(ii) O ato administrativo de imposição de multa, por sua vez, é uma das normas 
individuais e concretas que compões o auto de infração, visando à cobrança da 
multa pela realização do evento previsto em lei como ilícito tributário; 
(iii) O ato administrativo de lançamento, é a segunda norma individual e concreta a 
compor o auto de infração, é o ato de lançar de ofício aquilo que cabia ao Fisco ou 
aquilo que o contribuinte deveria ter recolhido e não o fez; 
(iv) Por fim, o ato de notificação do sujeito passivo é o momento que que o ato 
administrativo se perfectibiliza, tendo em vista que a constituição definitiva do 
débito se dará apenas com a ciência do devedor, momento em que o lançamento 
se tornará um ato público, caso não tenha sido declarado por ele próprio, inclusive 
parafins de contagem dos prazos prescricional e decadencial. 
 
 c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito 
tributário? E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”? 
 
Nos termos do art. 113,§1, do CTN, “a obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente”. 
 
Por sua vez, o crédito tributário nascerá a partir da atividade do intérprete, ou seja, a 
autoridade administrativa competente, que ao observar a ocorrência do fato gerador realizará 
a subsunção do fato à norma, nos termos do art. 114, do CNT. 
 
A multa tributária terá nascimento a partir da ocorrência de uma ação ou omissão do 
contribuinte com relação a alguma obrigação pré-definida em lei, seja relacionada a obrigação 
principal ou a obrigação acessória. 
 
Por fim, a constituição definitiva do débito, conforme exposto na questão anterior, se dá com 
o ato de notificação do contribuinte, caso não tenha sido declarado por ele próprio, tendo em 
vista que, até o momento da ciência deste acerca do lançamento, não há que se falar em 
obrigação definitiva, pois o ato ainda não era público. 
 
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, 
compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento do 
saldo devedor conforme discriminado abaixo: 
 
 
 
 Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora, 
sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida, encaminha 
para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do aproveitamento indevido dos 
 
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créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício. Esses valores, 
por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além dos juros de mora. 
Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não-
cumulatividade pode ser equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria 
em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e III). 
 
O procedimento utilizado pela Fazenda, no sentido de dispensar o lançamento de ofício, 
encontra respaldo na doutrina e na jurisprudência. Isso porquê, o ato de ciência inequívoca 
do contribuinte é requisito para que o ato administrativo se torne público, o que já ocorre 
antes nos casos de o contribuinte realizar a declaração. Por isso, neste caso, não era 
necessário ocorrer o lançamento de ofício. 
 
Contudo, o aproveitamento dos créditos da não-cumulatividade não pode ser equiparado ao 
pagamento antecipado, tendo em vista que esse instituto estabelece que o crédito a recolher, 
em cada etapa da cadeia, será equivalente à diferença entre o imposto devido sobre as 
operações da empresa XXX e o já cobrado nas etapas anteriores, resultado de um abatimento 
entre as entradas e saídas do estabelecimento. 
 
Sendo assim, não é um pagamento antecipado, mas apenas um encontro de contas para que 
não ocorra a cumulação do montante devido, tendo em vista a vedação constitucional do art. 
153, §3, II. 
 
O crédito, em si, então, é o resultado positivo de todo o período de apuração entre as entradas 
e saídas, e pertence ao próprio contribuinte, conforme expresso no art. 225 do Regulamento 
do IPI. E, por fim, nos termos do art. 256, do mesmo regulamento, “os créditos do imposto 
escriturados pelos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, serão utilizados 
mediante dedução do imposto devido pelas saídas de produtos dos mesmos estabelecimentos” 
 
Sendo assim, a glosa do crédito apurado em determinado período, não necessariamente 
acarretará em um débito, tendo em vista que, em que pese a glosa seja devida e o resultado 
do crédito não tenha sido o declarado, todos os débitos podem ter sido recolhidos, tendo em 
vista que são transações distintas, apuradas apenas ao final do encontro de contas do período. 
 
 
4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se: 
 
 a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado 
antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? 
Justifique sua resposta. 
 
A homologação é a modalidade de constituição do crédito tributário onde o contribuinte 
realiza o pagamento antecipado do valor devido e à autoridade administrativa cabe a sua 
homologação ou não, com previsão legal no art. 150, do Código Tributário Nacional. 
 
 
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Nesta modalidade, homologa-se tanto o pagamento efetivamente recolhido, quanto a norma 
individual e concreta posta pelo contribuinte, tendo em vista que parte dele toda a análise 
legal e criação da referida norma. 
 
Isso porque, conforme defendido nas questões anteriores, o lançamento por homologação 
pressupõe uma atividade individual do contribuinte, para apenas posteriormente ocorrer a 
revisão pela autoridade administrativa. Destacam-se, neste ponto, os ensinamentos de Carlos 
Cintra6: 
 
Desse modo, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o contribuinte, 
interpretando a legislação tributária de regência, vê-se obrigado a praticar atos 
dirigidos à formalização do crédito tributário, e para tanto ele realiza a subsunção 
do(s) fato(s) ocorrido(s) em determinado período à norma tributária stricto sensu, a 
fim de apurar o eventual valor do tributo devido ao Erário. Trata-se, portanto, de 
confrontação entre a linguagem da facticidade jurídica com a linguagem da regra-
matriz de incidência tributária. 
 
Portanto, por mais que seja uma modalidade de constituição do crédito tributário pelo próprio 
contribuinte, poderá ser integralmente revisado pela autoridade administrativa e, e for o caso, 
retificada. 
 
b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Ainda, é 
possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a possibilidade de 
pagamento de tributos sem lançamento? 
 
Nos termos do §4, do art. 150, do Código Tributário Nacional, a homologação expressa ocorre 
pelo procedimento de fiscalização que revisa e convalida o pagamento e a subsunção do fato 
à norma, anteriormente feitos pelo contribuinte, de modo que se trata de ato administrativo. 
 
No caso de homologação expressa do pagamento do contribuinte, o crédito é extinto nos 
termos do art. 156, VII, do Código Tributário Nacional. Neste caso, nos termos do parágrafo 
único do mesmo artigo, há expressa permissão para que ocorra a revisão dessa homologação, 
desde que constatada alguma das hipóteses do art. 144, do CNT, in verbis: 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa 
nos seguintes casos: 
 I - quando a lei assim o determine; 
 II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma 
da legislação tributária; 
 III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos 
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação 
tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, 
recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
 
6 CINTRA, Carlos César Souza. Artigo: Algumas Particularidades do Lançamento por Homologação, no Contexto 
da Constituição do Crédito Tributário, à Luz do Código TributárioNacional. Publicado por IBET. Edição: 50 Anos 
do Código Tributário Nacional. Pg. 213. 
 
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 IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento 
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
 V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente 
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
 VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro 
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
 VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, 
agiu com dolo, fraude ou simulação; 
 VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do 
lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta 
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato 
ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto 
o direito da Fazenda Pública. 
 
Por fim, a partir das premissas fixadas até aqui, é certo que há recolhimento de tributo sem o 
seu efetivo lançamento, tendo em vista que o chamado lançamento por homologação, 
tecnicamente analisado, refere-se a uma modalidade de constituição do crédito tributário, 
sendo posteriormente efetivado pela atividade administrativa. 
 
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação 
trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos 
Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a 
decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais 
acordos posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os 
princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV). 
 
Foi fixada pelo TST a premissa de que a competência da Justiça do Trabalho para execução das 
contribuições previdenciárias alcança tanto as decisões condenatórias quanto as 
homologatórias, por meio da Súmula º 368, I. 
 
Tendo em vista a alteração do parágrafo único do art. 876, da CLT, pela Lei nº 13.467, de 2017, 
o qual passou a prever que “a Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais 
previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e 
seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que 
proferir e dos acordos que homologar” igualmente há previsão legal para a cobrança. 
 
Sendo assim, apenas as decisões cognitivas de cunho condenatório e a homologatória, 
constituem crédito tributário. 
 
Os acordos realizados no âmbito da justiça do trabalho, serão homologados pelo juiz 
competente, de modo que se encaixam na possibilidade de constituição de crédito tributário 
exposta alhures. 
 
 
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Não há necessidade de lançamento, tendo em vista que a própria sentença de liquidação dos 
valores terá cunho declaratório da obrigação e será constitutiva da relação jurídica 
obrigacional entre os reclamados e reclamantes e o Fisco. 
 
Quantos aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é certo que não há qualquer óbice 
para a discussão da legalidade e constitucionalidade da cobrança no âmbito da justiça comum, 
sendo que a discussão quanto aos valores poderá ser realizada nos próprios autos do processo 
trabalhista, tendo em vista que esse tem competência para determina-los. 
 
6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda: 
 
a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de 
revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em 
erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a 
alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX). 
 
A partir da análise do contexto geral do seminário, não se identifica diferença entre erro de 
direito e a mudança de critério jurídico para fins de revisão do lançamento tributário, tendo 
em vista que ambos referem-se à revisão dos critérios jurídicos do lançamento. 
 
Quanto a possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de direto, deve ter 
destaque o art. 146, do Código Tributário Nacional, tendo em vista que dispões 
expressamente sobre a possibilidade de aplicação da alteração apenas para fatos 
subsequentes, ou seja, futuros. Por outro lado, a revisão do lançamento fundada em erro de 
fato, nenhum óbice encontra no ordenamento jurídico, tendo em vista tratar-se de mera 
revisão dos critérios da RMIT, e não de sua alteração. 
 
Para melhor elucidar o entendimento firmado, destacam-se os ensinamentos do professor 
Paulo de Barros Carvalho7: 
 
O agente público, ao verificar o valor da operação, base de cálculo do imposto, toma-
o a menor, promovendo a determinação da dívida em quantia inferior à que 
efetivamente é. Tempos depois, antes, naturalmente, que flua o prazo decadencial, 
procede a expedição de ofício, comunicando ao sujeito passivo a alteração havida no 
lançamento originário. Houve erro de fato e, portanto, é regular a iniciativa 
modificadora da Fazenda Pública. Noutro quadro, funcionário competente promove 
o cálculo do tributo devido, mediante aplicação de certa alíquota, digamos, 17%, em 
virtude da classificação que entende correta, para determinado produto 
industrializado, na tabela do IPI. Posteriormente, sem apontar qualquer aspecto 
material novo do bem que analisar, muda de opinião, passando a classificá-lo numa 
posição mais gravosa da tabela, em que a alíquota é de 23%, alegando que este é 
percentual juridicamente mais adequado àquele produto industrializado. A 
alteração não pode prevalecer, fundada que está em mudança de critério jurídico. O 
agente não poderia, segundo o direito, desconhecer a diretriz jurídica apropriada à 
 
7 CARVALHO, Paulo de Barros Curso de direito tributário / Paulo de Barros Carvalho. – 30. ed. – São Paulo: 
Saraiva Educação, 2019. Pg. 462. 
 
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escolha da alíquota. Houve erro de direito e o citado art. 146 só permite aplicar o 
novel critério para fatos jurídicos tributários subsequentes àquele que ensejou a 
tributação. 
 
Por oportuno, com relação aos erros de fato, devem ser respeitadas as disposições dos artigos 
art. 145, III c/c 149, do CTN, que determinam as hipóteses de revisão de ofício. 
 
b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita 
mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da 
sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do 
critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e 
XII) 
 
Conforme a lição de Paulo de Barros indicada na citação da questão anterior, no caso de 
simples alteração da base de cálculo, há possibilidade de revisão do lançamento, tendo em 
vista tratar-se de um erro de fato. 
 
Ademais, a eleição errônea da base de cálculo ou da sistemática de apuração, igualmente 
fazendo referência à citação da questão anterior, por sua vez, remete-sea um erro de direito, 
tendo em vista que houve um problema na subsunção do fato à norma, impossibilitando a 
verificação de todos os critérios da RMIT. 
 
Sendo assim, a primeira poderia ser revista de ofício, visando sanar o vício para convalidar a 
cobrança, enquanto a segunda demandaria novo lançamento.

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