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Medicação pré-anestésica (MP A) Caracterização: É o ato que antecede a anestesia, ou seja, preparação do animal para o sono artificial. Finalidade da medicação pré-anestésica Facilitar a contenção do animal Alguns animais podem chegar muito agitados no hospital veterinário, a utilização de medicamentos para acalmar- lós podem ser benéficos, auxilia a realizar procedimentos como pegar veia ou raspar o pelo. Potencializar fármacos anestésicos Todos anestésicos possuem “pontos fracos”. Exemplo, você irá aplicar um anestésico que é fraco em analgesia, caso você dê um analgésico antes disto à potencializou o anestésico. Possibilita tranquilidade e segurança durante indução, manutenção e recuperação anestésica ( o paciente dorme com mais facilidade, e acaba tendo uma recuperação melhor do anestésico) Minimiza efeitos indesejáveis de outros fármacos Módulos efeitos do sistema neurovegetativo (sistema autônomo) Sempre lembrando que cada grupo de fármacos pré-anestésico possuem ações diferentes. Quais são os grupos de farmacológicos: Alguns pacientes podem utilizar todos ou alguns associados, é analise de custo e beneficio que o anestesista precisa fazer. Tem que saber os efeitos positivos e negativos de cada grupo o Anticolinérgicos o Tranquilizantes o Benzodiazepínicos o Alfa2- agonistas o Opióides o Miorrelaxante de ação central Anticolinérgicos Ação: Competição com acetilcolina pelo receptor colinérgico muscarínico O sistema nervoso é dividido em Central e Periférico. Sendo que a central é composta por Cérebro e Medula Espinhal e o Sistema nervoso Periférico é composto pelos nervos periféricos e gânglios. O Sistema Nervoso Periférico, é dividido em: Sistema Nervoso Parassimpático (“momento calmo”) e Sistema Nervoso Simpático (“Luta e Fuga”). Independente se for Simpático ou Parassimpático, os nervos responsáveis por levar a informação partem da medula espinhal em direção aos gânglios nervosos. Dos gânglios nervosos partem outros nervos que são responsáveis por levar a informação até o órgão alvo. Desta forma: Quando o impulso nervoso passa pelo Nervo Periférico Pré-ganglionar, estimula a liberação de Ach (Acetilcolina) um neurotransmissor colinérgico. Este neurotransmissor será recebido pelos chamados Receptores Nicotínicos. Com isto, o gânglio ativa o Nervo Pós-ganglionar. O Nervo Pós-Ganglionar libera outro neurotransmissor no órgão alvo. o Simpático: Nervo Pós-Ganglionar libera Ach e Noradrenalina que serão recebidos pelos Receptores Adrenérgicos α (α₁α₂) e β (β₁β₂β₃). o Parassimpático: Nervo Pós-Ganglionar libera Ach que será recebido pelos Receptores Muscarínicos (M₁, M₂, M₃, M₄ e M₅) o Então basicamente a ação de um anticolinérgico é ocupar o espaço que deveria ser ocupado pela Acetilcolina Este fármaco impede a ação do Sistema Nervoso Parassimpático efeitos sistêmicos dos anticolinérgicos Efeitos cardiovasculares: taquicardia e aumento do debito cardíaco Efeitos respiratórios: broncodilatação, diminuir secreções, porem aumenta viscosidade. Efeitos gastrintestinais: reduz a motilidade gastrointestinal e redução da secreção gl. Salivares. Indicações: Tratar ou inibir bradiarritmias (bradicardia sinusal ou BAVs) Arritmias que o paciente fica muita bradicardia Reduzir motilidade visceral o Para diminuir motilidade intestinal em casos de intussuscepção o Para diminuir a motilidade uterina em casos de Piometra o Para diminuir motilidade de ureter Inibir efeitos deletérios de fármacos parassimpatomimeticos Ou seja, quando o veterinário precisa utilizar um medicamento que estimule muito o sistema parassimpático , ele necessariamente precisará utilizar outro fármaco que controle esta ação (para não ser exagerada) Contraindicações Taquiarritmias o Quando o paciente já tiver com o batimento muito acelerado Hipomotilidade gastrintestinal (timpanismo e íleo paralitico) o Importante lembrar que o sistema nervoso parassimpático, apesar de ser do “relaxamento’, nas vísceras ele aumenta a motilidade”. o Então, se o animal esta com Hipomotilidade e eu inibo o sistema nervoso parassimpático a Hipomotilidade aumenta e piora o quadro. Secreções viscosas (respiratórias, salivares, lacrimais). o Em casos de pneumonia é indicado utilizar um medicamento que possa broncodilatar como um anticolinérgico. o Porem irá aumentar a viscosidade das secreções e isto é péssimo para estes pacientes Fármacos Atropina - Alta biodisponibilidade - 50% de metabolização hepática - Excreção renal - Evitar em animais de grande porte Escopolamina - Alta biodisponibilidade - Na formulação de brometo não atravessa a barreira hematoencefalica - 50% metabolização hepática - Excreção renal - Anticolinérgico de escolha para quadros abdominais em animais de pequeno porte (ação fraca em vísceras fora do abdome) - Anticolinérgico utilizado em grandes animais - Mais especifica para receptores m3 Glicopirrolato - Não disponível no Brasil - Mais seguro - Menos taquicardia Em Grandes animais: Apenas se utiliza Escopolamina como medicação pré-anestésica, nunca se utiliza Atropina para este fim. (só se utiliza atropina para diagnostico de outras afecções). Em pequenos animais: Se a víscera que precisa ser tratada na medicação pré-anestésica, estiver intra-abdominal, utiliza-se Escopolamina. Quando for uma víscera fora do abdome se utiliza Atropina. Exemplo: - Castração de animal bradicárdico à Atropina. o Pois o intuito é diminuir a frequência cardíaca à coração está fora do abdome - Castração de animal com piometra à Escopolamina. o O intuito é diminuir a motilidade uterina que causa muita dor ao animal à Útero está dentro da cavidade abdominal - Animal com cólica renal à Escopolamina. o Rim e ureter se encontram dentro do abdome - Cólica de vesícula biliar à Escopolamina. - Diarreia à Escopolamina - Dilatar pupila à Atropina o Nunca se devem associar os dois medicamentos; apenas no caso de a Escopolamina não funcionar, pode ser administrado Atropina (mais forte, porém com mais efeitos colaterais) Tranquilizantes Características: - Também são conhecidos como neurolepticos - Alta biodisponibilizantes - Rápida absorção por via oral - Metabolização hepática - Excreção urinaria e biliar Mecanismos de ação e efeitos sistêmicos Mecanismo é pouco complicado de entender. Pois ele é um antagonista inespecífico de neurotransmissores, isto significa que ele diminui a ação de todos os neurotransmissores. Ou seja, pode causar diversos efeitos, variando de acordo com o neurotransmissor inibindo. Inibição dos neurotransmissores: Inibidor dopaminérgico Tranquilizarão Antiético Efeito extrapiramidal (tontura) Hipotermia Inibidor serotoninérgico Tranquilizarão Inibidor de receptor h1 Antialérgico Inibidor de receptor alpha1 , adrenérgico Os efeitos indesejáveis dos tranquilizantes estão principalmente associados a este receptor. Hipotensão arterial. Fisiológico: Quando o neurotransmissor se liga ao receptor α1 ADRENÉRGICO o principal efeito a ser desencadeado é VASOCONSTRIÇÃO. Ação do tranquilizante: Caso seja inibido este receptor, ocorrerá VASODILATAÇÃO, que desencadeia a hipotensão. REDUÇÃO DO HEMATÓCRITO Fisiológico: Durante a noite, quando o corpo não precisa consumir tanto oxigênio, o corpo diminui a quantidade de hemácias circulantes. Este efeito faz com que o sangue fique mais líquido (menos viscoso) e assim o coração não precise bombear tanto. Esta bradicardia faz com que o corpo relaxe e o animal consigam dormir. Os receptores adrenérgicos fazem com que no começo do dia, o hematócrito aumente voltando ao normal. Ação do Fármaco: Caso seja inibido o receptor alpha, o animal não conseguirá manter o hematócrito alto. Com isto, ele relaxa mais e consegue dormir melhor. ESPLENOMEGALIA Ação do fármaco: Como este fármaco irá estimular a queda do hematócrito, ou seja, diminuir as hemácias circulantes, Ele faz com que estas hemácias fiquem “guardadas” no baço, provocando o aumento dele. INIBIDOR COLINÉRGICO REDUÇÃO DO LIMIAR CONVULSIVO Fisiológico: A convulsão ocorre quando há uma descarga elétrica em alguma parte do cérebro, ultrapassando o limiar convulsivo. Cada animal possui um limiar, que nada mais do que o quanto cada cérebro aguenta de descarga. Sendo que varia entre as partes do cérebro também. Os receptores alpha mantém estáveis estes limiares. Ação do fármaco Caso seja administrado um fármaco que iniba estes receptores, o limiar convulsivo é reduzido, O que aumenta a chance de convulsão. REDUZ SALIVAÇÃO E SECREÇÕES PRINCIPAIS EFEITOS DESEJÁVEIS DOS TRANQUILIZANTES PRINCIPAIS EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS TRANQUILIZANTES Tranquilização O paciente dorme melhor Antiemético Diminui a probabilidade de o paciente vomitar durante a anestesia ou na recuperação Anti-histamínico Efeito antialérgico diminui a probabilidade de o paciente ter alguma reação alérgica durante a anestesia o Estes efeitos são desejáveis em todos os pacientes, sempre que for possível, deve ser utilizado (quando não houver riscos) Hipotensão arterial A vasodilatação provoca hipotensão arterial A hipotensão ocorre em todos os animais: Quando ocorre hipotensão, a resposta do corpo é aumentar o batimento cardíaco para compensar esta hipotensão. Se o animal for cardiopata, ele não consegue bater o coração corretamente ao ponto de gerar essa resposta. Sendo assim, não é indicado causar queda de pressão arterial em pacientes cardiopatas. Assim como em outros casos de pacientes que não podem ficar hipotensos: o Pacientes em Sepse (tendem naturalmente ficar hipotensos) o Pacientes nefropatas graves (o rim sofre por queda de pressão) o Pacientes hepatopatas (possuem queda do número de albumina e com isto, já possuem problemas de manter a pressão estável, uma vasodilatação pode piorar muito isto). o Filhotes, principalmente neonatos (não possuem musculatura suficiente para bater o coração “forte”, por isso o coração deles bate rápido, caso fiquem hipotensos, não conseguirão compensar isto com aumento da força de contração) o Idosos (possuem dificuldade de realizar vasoconstrição) Em alguns casos, como idosos, pode ser utilizado, porém, em baixas doses. Hipotermia Devido à vasodilatação, se torna mais fácil a troca de calor com o ambiente e o animal perde calor mais fácil. Sendo assim não é indicado utilizar em pacientes que possuem maior risco de hipotermia: Animais muito magros ou com Hipotireoidismo por exemplo. Reduz limiar convulsivo Se o paciente for epiléptico, ele pode começar a convulsionar. Não deve ser administrado a animal com histórico de convulsão ou neuropata (cinomose, hidrocefalia, neo...). Reduz hematócrito Não administrar para Pacientes Anêmicos Risco de diminuir o hematócrito a um ponto que não seja compatível com a vida (choque) Esplenomegalia Devido a queda do hematócrito, o baço fica aumentado. Sendo assim, não indicado administrar a paciente que já estão em estado de Esplenomegalia, por exemplo, um paciente que entrará em cirurgia para uma Esplenectomia (Retirada do baço). Se retirar o baço cheio de um animal com hematócrito baixo, quer dizer que vai haver uma queda brusca da quantidade de hemácias. Seria o mesmo que o uma Hemorragia. Podendo levar o animal a um choque hipovolêmico. Priapismo Quando o animal fica uma ereção por período prolongado. Em espécies menores, este não é um problema relevante, pois expõem põem por um período depois retorna ao normal. Em equídeos que o órgão é grande e pesado, se ficar exposto por muito tempo, acaba rompendo a musculatura que reveste o pênis. Se isto ocorrer, o animal nunca mais irá conseguir guardar o pênis novamente. E o tratamento é uma amputação peniana. Por isso não se deve utilizar em Garanhões (Cavalos machos reprodutores). Fármacos Fenotiazínicos (grupo farmacológico) O critério de escolha são os efeitos mais desejáveis ACEPROMAZINA Melhor tranquilizante Mais hipotensor O mais utilizado, devido a ter efeito tranquilizante por ser mais barata. Como é o mais utilizado, algumas clinicas optam por comprar somente este, sendo assim, acaba sendo utilizado mesmo quando o efeito mais desejado é o controle antiemetico. CLORPROMAZINA Melhor Antiemético LEVOMEPROMAZINA Melhor anti-histamínico Butirofenonas (IMPORTANTE PARA AREA DE SILVESTRE) Perdeu utilidade em animais domésticos, se utiliza mais em suínos e silvestres. AZAPERONE Melhor tranquilizante para suínos DROPERIDOL Baixa utilidade em veterinária Promoção de neuroleptoanalgesia (associado ao fentanil) D1 D2 α1 5- HT M3 H1 Fenotiazínicos + ++ +++ +++ + + butirofenonas ++ +++ + + + + Benzodiazepínicos CARACTERÍSTICAS Estes medicamentos sãos mais utilizados na medicina humana. Pois, possuem um melhor efeito em primatas. Em outros animais, costumam gerar uma resposta contrária a tranquilizar, os animais ficam agitados e normalmente agressivos (chamado de efeito paradoxal). Por conta disto, os benzodiazepínicos na maior parte das espécies, são utilizados junto aos medicamentos anestésicos (na mesma seringa), pois estes acalmam o paciente sempre. Rápida absorção Alta biodisponibilidade por diversas vias de administração Metabolização hepática Presença de metabólitos ativos o Diazepam o Zolazepam Ausência de metabólitos ativos o Midazolam Eliminação pela urina o Metabólitos inativos MECANISMO DE AÇÃO Estes fármacos são Agonista de receptores Gabaérgicos O GABAA é um neurotransmissor que inibe o corpo (o principal neurônio inibidor do corpo). Os receptores de GABAA são chamados de Receptores Gabaérgicos. Estes receptores podem estar nos centros inibitórios ou excitatórios. Os inibitórios são responsáveis por “controlar os instintos” deixando o animal mais calmo, o excitatório “ativa os instintos”, deixando os animais mais agitados e agressivos. Quando se usa um agonista de GABAA, corre-se o risco de inibir apenas um dos dois, caso seja o centro inibitório, o animal ficará agitado e agressivo, podendo colocar sua própria vida em risco. Se inibir o centro excitatório, causará o efeito desejado de relaxamento. Ação exata do agonias de GABAA: Permite maior entrada de CL- (cloro) para dentro da célula. Deixando ela hiperpolarizada. Ou seja, o valor do potencial de ação sobre muito e isto matem a célula em repouso por mais tempo. Principais efeitos PRINCIPAIS EFEITOS DESEJÁVEIS PRINCIPAIS EFEITOS INDESEJÁVEIS Ansiolítico/ Sedativo (Para deixar o animal mais calmo) Miorrelaxante (Relaxante muscular) Anticonvulsivante Antiemético Mínimas alterações hemodinâmicas (Somente em altas doses, poderá causar hipotensão) Não há restrição quanto a quais pacientes podem usar, todos podem usar, porém, não são todos que precisam usar. Normalmente se utiliza apenas quando é desejado o efeito anticonvulsivante e de relaxamento muscular. Pode ser utilizado para reduzir a dose de outros anestésicos. Efeito paradoxal o Para evitar este efeito (animal agitado/agressivo), utiliza-se junto com um fármaco de indução (anestésico junto na seringa). Depressão respiratória o Dose dependente (este efeito o ocorre somente em altas doses) o Em filhotes aumentam as chances de depressão respiratória (deve tomar uma dose muito menor) Diazepam Presença de metabólitos ativos Melhor anticonvulsivante Mais utilizado O efeito dura mais tempo Maior potencial Hipotensor (abaixa a pressão arterial) Hepatotóxico (Nunca administrar a um paciente hepatopata) Quando usar? o Pacientes que necessita ficar mais tempo sedado o Animais saudáveis o Anestesia injetável MIDAZOLAN Mais potente e seguro que o Diazepam Mais frequente surgir efeito paradoxal Ausência de metabólitos ativos Não é Hepatotóxico Quando usar? o Pacientes de maior risco, por exemplo, se for realizar anestesia inalatória, hepatopatas, nefropatas, cardiopatas... o Manejo rápido, por exemplo, manipular no raio-x ZOLAZEPAM Mais potente Só disponível em associação com tiletamina Antagonista benzodiazepínico Fármaco FLUMAZENIL Não deve ser empregado em animais submetidos ao uso crônico Reversão imediata dos efeitos produzidos pelos BZD o Se houver uma idiossincrasia ou erro do anestesista, é possível converter as ações dos benzodiazepínicos com os antagonistas. o Em silvestres pode ser utilizado para reverter mais rápido o efeito, para soltar o animal na natureza. Administração intravenosa (Efeito rápido, quase imediato) Não funciona bem com pacientes que fazem uso crônico de BZD, pode provocar convulsão Caso clinico Cadela de 4 anos de idade, com piometra, estável clinicamente, apenas apresentando dor abdominal. Irá passar por uma castração para tratamento da piometra, porém, não imediatamente, será operado um período depois. Qual medicação pré-anestésica é indicada neste caso? R: Anticolinérgico Escopolamina e Tranquilizante Acepromazina para efeito tranquilizante. Não é necessário, porém, é possível utilizar Benzodiazepínicos, neste caso Midazolan seria o mais indicado, mas pode ser utilizado Diazepam. α2 AGONISTA CARACTERÍSTICAS Rápida absorção Metabolização hepática Excreção renal MECANISMO DE AÇÃO Fisiologia: o No neurônio pré-sináptico ocorre a liberação de noradrenalina. o Esta noradrenalina, passa pela fenda pré-sináptica e se liga ao receptor adrenérgico no tecido. Efeitos da noradrenalina no corpo: Ativação do Simpático: o Luta e fuga o Animal em alerta o Estado de rigidez muscular o Desvio dos mecanismos de dor – Aumento da dor visceral (menos dor em regiões de pele músculo e osso e mais dor nas vísceras) o Atividade simpática (taquicardia, taquipneia, broncodilatação, aumento da força de contração cardíaca, aumento da pressão arterial, aumento da glicemia...) Quando a noradrenalina fica em excesso na fenda pré-sináptica; o receptor alpha 2 é ativado no neurônio. Esta ativação, faz com que o neurônio interrompa a liberação de noradrenalina. Sendo assim, diminui os efeitos dela no corpo. α₂ Medicação: Como essa classe de medicação é Agonista Alpha 2, ela estimula este canal. Ou seja: Inibe a ação da noradrenalina, estimula o sistema parassimpático. Ações: o Inibe Luta e fuga (sedação – inconsciência) o Animal relaxado o Relaxamento muscular o Analgesia visceral (discreta) o Efeito parassimpatomimético (bradicardia, bradipneia, bronconstrição, diminuição da força de contração, diminuição da pressão arterial...). Estas ações faz com que estes fármacos sejam os mais próximos de um anestésico. Apenas precisariam garantir uma melhor analgesia. Existem grandes vantagens de utilizá-los, porém, existe uma grande discussão se realmente são benéficos, pois, os efeitos parassimpatomimeticos não são desejáveis. PRINCIPAIS EFEITOS PRINCIPAIS EFEITOS DESEJÁVEIS PRINCIPAIS EFEITOS INDESEJÁVEIS Sedação Relaxamento muscular Analgesia Visceral Discreta Diminuição de ADH (hormônio antidiurético) Poliúria o Uma das consequências é o animal formar muita urina; o Para evitar que ele desidrate, é necessário garantir fluidoterapia adequada Hiperglicemia Simula uma diabetes Se o animal for diabético, aumenta muito o efeito O animal pode ficar em cetoacidose Utilizar apenas em animais que utilizam insulina externa (se o animal produz pelo menos um pouco, não é indicado) Aumento e redução da motilidade intestinal Bifásico: Primeiro aumenta, depois diminui por um longo período Atrapalha muito em qualquer doença intestinal o Em corpo estranho e intussuscepção não pode haver hipermotilidade o Em casos de megacólon, não pode haver diminuição (estimula fecaloma) Ação Simpatolítica (Parassimpatomimética) Bradicardia BAVs (bloqueio átrio ventricular) Inotropismo negativo Hipertensão arterial fugaz Hipotensão arterial Depressão respiratória Salivação Êmese Alguns casos pode haver diarreia FÁRMACOS XILAZINA Mais empregado no Brasil (menor custo) Efeito sedativo mais prolongado do que o analgésico Menor seletividade α2/α1 ( ela se liga muito no dois receptores) Maior efeito colateral o Alta variação da pressão arterial sistólica (primeiro aumenta muito depois diminui bruscamente) Relacionado ao maior aumento de risco de pacientes O efeito sedativo, é mais prolongado que o efeito analgésico o O animal pode estar sedado, porém, sem analgesia DETOMIDINA Só empregado em equinos (pode ser usada em bovinos também) o Muito utilizado para procedimentos com o cavalo em pé (endoscopia, odonto...) Mais potente sedativo e analgésico Menor ataxia (chances de cair no tronco é menor) Maior seletividade α2/α1 o Se liga mais no alpha 2 e menos no alpha 1 o Devido a isso ocorre menor oscilação da pressão o Mais indicado para pacientes com problemas cardiovasculares DEXMEDETOMIDINA Maior potência (principalmente analgésica) Maior seletividade α2/α1 o Possui seletividade a um tipo específico de alpha 2 (alpha 2 a à realiza vasoconstrição) o Isto faz ele ocasionar a menor oscilação de pressão o Mais fácil estabilizar a hemodinâmica o Porém, este efeito não é desejado para cardiopatas ou quando o Sistema simpático está ativado (exemplo: hemorragias) Mais seguro Mais caro, por isso atualmente só é utilizado em pequenos. Gráfico da oscilação da pressão arterial de cada anestésico No Brasil apenas se utiliza Xilazina, Detomidina e Dexmedetodina: Ruminantes: Xilazina Equinos: Xilazina ou Detomidina Pequenos: Xilazina Dexmedetodina QUANDO SE UTILIZA α2 - AGONISTA? Em pequenos animais Anestesia injetável para operar o Dexmedetomidina em casos com tutores com maior condição financeira o Xilazina em caso de tutores com menor condição financeira, ou campanhas de castração etc. Utiliza-se dose menor para evitar mortalidade. Porém, isto diminui os efeitos desejáveis (principalmente analgesia). Os pacientes sentem dor Pode ser associado a anestesia local epidural (porém, poucos veterinários sabem fazer) o Em casos de anestesia injetável, associar apenas com opióides fracos. Anestesia Inalatória o Dexmedetomidina: Em pequenos animais, apenas é utilizado em anestesias inalatórias quando o procedimento é muito doloroso. Ele entrará como ajudante de analgesia (exemplo: amputação de pata) Em situações que o animal não suporta a dor apenas com opióides, principalmente em casos de dores crônicas. Em grandes animais pode ser utilizado em anestesias inalatórias Antagonista α2 AGONISTA IOIMBINA Reversor mais empregado no Brasil Melhor efeito sobre a xilazina Excitação e mioclonia Taquicardia ATIPAMAZOLE Melhor efeito sobre os outros α2-agonistas Menos efeitos colaterais Efeito imediato Melhor efeito sobre Dexmedetomidina e Detomidina OPIÓIDES CARACTERÍSTICAS O grupo mais importante de MPA A principal característica é CONTROLAR A DOR (some com ela ou diminui) Quando se utiliza opióides, acaba se utilizando menos anestésicos (o que torna o protocolo mais seguro) Atualmente se utiliza opióides em todas as cirurgias Todo protocolo anestésico, começa escolhendo qual opióide utilizar. Opióides X Opiáceos o Opióide a sintético o Opiáceo a extraído da planta Alcalóides % presente no ópio Principal uso na clinica Morfina (pode ser Opiáceo ou opióide) 10 analgésico Codeína (pode ser Opiáceo ou opióide) 0,5 antitussígeno Tebaina 0,2 - Papaverina 1,0 Relaxante da musculatura lisa arterial Noscapina 6,0 Estimulante do centro respiratório Morfina ( Morfeu) O primeiro opióide a ser estudado Utilizada como ponto de referência: Se disser que um opióide é mais forte ou mais fraco, dura mais ou dura menos, está dizendo em relação à morfina. Ótima ação analgésica, porém, causa muito sono e náusea Auto-defesa contra dor O corpo já produz morfina (morfina endógena – endorfina, encefalinas, endomorfinas) Produzida apenas em quantidade suficiente para controlar a dor de processos fisiológicos (como por exemplo, evitar dor do contato dos ossos se movimentando) Provocam sensação de bem-estar Os opióides sintéticos produzem o mesmo efeito, porém, em quantidades acima do que é necessário para processos fisiológicos. Ou seja, se utiliza de mecanismos fisiológicos, porém, em quantidades maiores. MECANISMO DE AÇÃO Funciona sobre os canais iônicos Possuem receptores específicos que controlam entrada e saída de íons da célula o Para liberação de neurotransmissores, é necessária a entrada de Ca++ na célula. o Se inibir a entrada de Ca++ no neurotransmissor de dor à efeito analgésico o E para este Ca++ entrar na célula, é preciso haver inversão da polarização da membrana. o Se abrir os canais de K+, ocorre hiperpolarização da membrana e fica difícil para o Ca++ entrar Resumindo: o Ação pré-sináptica no aferente primário Abertura de canais de K+ Fechamento de canais de Ca++ o Hiperpolarização pós-sináptica Abertura dos canais de K+ Local de ação: Funcionam muito bem na medula ou no cérebro, onde possui o circuito de 2 neurônios inibitórios o Um neurônio responde ao GABA (Gabaérgicos) o E outro aos opióides (Opioidérgicos) Basicamente ele estimula os neurônios que inibem a dor Receptores Opioidérgicos Existem receptores Opioidérgicos de vários tipos, sendo que os que estão em maior número são: μ (mu ou mi) à 70% κ (kappa) à 20% Outros tipos à 10% Um bom opióide, é aquele que consegue agir sobre esses receptores que estão em maior número CLASSIFICAÇÃO Agonistas Utilizados como MPA Quando estimulam qualquer receptor opióide Capazes de estimular receptores Opioidérgicos μ (mu ou mi), κ (kappa) Com isto, controla boa parte dos canais iônicos Se for κ agonista, é considerado um opióide fraco Se for μ agonista, a força de ação depende da quantidade de receptores μ que ele é capaz de estimular o Se estimular 10% de μ à fraco o Se estimular 80% de receptores μ à forte Agonistas parciais Não é utilizado Agonistas-Antagonistas Utilizados como MPA Estimula apenas um e inibe o outro receptor Exemplo: o Butorfanol: Antagonista de μ e Agonista de k Possui restrições para ser administrado com outros opióides Exemplo: o Se o paciente foi medicado com Butorfanol a princípio o Porém, depois de exames foi observada a necessidade de se utilizar um opióide mais forte, como Morfina o A ação da Morfina nos canais μ será inibida o Para tentar remanejar esta situação, será necessário aumentar muito a dose de Morfina, o que aumenta muito os efeitos colaterais (animal vomitando, com alteração respiratória...) o Sendo assim, quando houver duvidas se a situação pode ou não agravar à não utilizar o Neste casos, é maus indicado utilizar um agonista fraco. antagonistas Bloqueiam os receptores (não deixa os opióides funcionar) Serve para tratar intoxicações de opióides Tipo de receptor Principais efeitos Agonistas Antagonistas µ (mu ou mi) Analgesia supraespinhal Depressão respiratória Euforia Dependência física Codeina Petidina Tramadol Morfina Buprenorfina Metadona Fentanil Butorfanol Nalbufina Naloxona Κ (kappa) Analgesia espinhal Miose Sedação Disforia Butorfanol Codeina Petidina Morfina Fentanila Nalbufina Buprenorfina Naloxona δ (delta) Analgesia espinhal Depressão respiratória Redução da motilidade gástrica Petidina Morfina Metadona Fentanila Naloxona PRINCIPAIS EFEITOS PRINCIPAIS EFEITOS DESEJÁVEIS PRINCIPAIS EFEITOS INDESEJÁVEIS Analgesia Sedação (principalmente os mais potentes) Potencializa anestésicos Utiliza menos anestésicos à menos efeitos colaterais DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA; Potência e dose dependente o Opióides mais fortes ou doses mais fortes deprimem mais o Opióides mais fracos ou doses mais baixas deprimem menos o Não utilizar opióide forte em anestesias injetáveis, pois sem o suporte de oxigênio o animal morre. o Na anestesia inalatória, podem ser utilizados opióides mais fortes. Excitação, euforia, disforia; Com opióides fortes Principalmente gatos Bradicardia (estímulo vagal) Com opióides fortes Hipotensão (alguns liberam histamina) Ofegante Muda o centro termorregulador; como se o animal tivesse febre. O animal fica ofegante tentando abaixar a temperatura Náusea e Êmese Todos podem causar Quanto mais forte, maiores são as chances. A morfina é a que mais causa Constipação Uso crônico deve ser associado a laxante PRINCIPAIS OPIÓIDES UTILIZADOS Etapas para escolha de opióides: Nível de dor: o DÓI POUCO: Burtorfanol, petidina e Tramadol o DÓI MUITO: Morfina, Metadona e Fentanil o Utilizar opióide fortes em casos que doem menos, causará muito efeito colateral. Período de analgesia: o Após escolher o opióide em relação ao nível de dor, o segundo passo é observar se do grupo selecionado, qual é mais adequado para o período da cirurgia em questão. o Exemplo: Cirurgia que dói muito, então vai usar Morfina ou Metadona ou Fentanil; Cirurgia de 4 horas então vai utilizar Morfina (pois o período de ação dela é de 4 horas) o Exemplo: Medicação pós-operatória, não é indicado medicações que durem pouco tempo (inviável ficar administrando toda hora para o animal), pode ser administrado Tramadol (dura 8 a 12 horas – comprimido duas vezes ao dia) Dor Fármacos P. hábil Potência Importante Cirurgia que dói pouco butorfanol 2 a 3 h 0,05 Dose teto (não aumenta a potência só porque aumento a dose) ·Sedação Agonista-antagonista Fraco Extremamente seguro à estabilidade respiratória Um pouco mais potente para cavalos com cólica Evitar usar em pacientes que podem evoluir para procedimentos muito dolorosos Petidina 2 h 0,1 Agonista fraco Sedação Libera muita histamina (causa muita alergia, se o animal játiver quadro alérgico, ele piora – asmático e atopia por exemplo) Não pode ser reaplicada por causa do metabólito à Norpetidina Procedimentos com pouca dor, animais que não tenham alergias, gastrite e mastocitomas. tramadol 8 a 12 h 0,2 a 1,0 Ação mista (não é apenas opióide, age também na serotonina – por isso não deve ser utilizado em doses altas com antidepressivos) μ Agonista fraco de longa duração Menos alergênico dos opióides Pode ser utilizado em casos de gastrite, alergia e cirurgias mais demoradas Em alguns gatos pode dar efeito alucinógeno Cirurgia que dói muito Morfina 4 h 1,0 Agonista potente Libera histamina (não pode usar em mastocitomas, alérgicos ou gastrite) Deprime a respiração Mais pró emético dos opióides (causa muito vômito) Utilizada quando há necessidade de cortar a dor rapidamente metadona 8h ? 2,0 Agonista potente Duração maior do que a morfina Ótima sedação Libera menos histamina Menos pró emética Menos previsível quanto a metabolização: o Nunca se sabe o tempo que vai durar o Evita aplicar de horário, exemplo, se der de 8h em 8h horas, corre o risco de intoxicar o animal, pois não se sabe o quanto do fármaco ainda está biodisponível Analgésico resgate: o Se utiliza como resgate ou em dose única na MPA (se outro opióide não foi o suficiente, administra metadona para potencializar) o Só administra quando o animal tem dor à o analgésico não está funcionando Latência maior que a da morfina Fentanil 30 a 40 min 80 a 100 Agonista extremamente potente Deve sempre ser dado lentamente se não causa muita Bradicardia (o animal pode parar) Muita depressão respiratória É mais utilizado para analgesia transoperatória do que pré (faz outro no pré) Infusões contínuas com doses mais baixas são mais indicadas do que reaplicações de doses maiores (evita o efeito pico e vale – animal não sente dor e tem menos efeito colateral) OPIÓIDES ANTAGONISTAS FÁRMACOS NALOXONA Antagonista puro; Utilizado no tratamento de overdose de opióides; Ausência de efeitos deletérios e analgésico também. o Somente em casos de vida e morte, pois além de cortar a intoxicação também corta analgesia e o animal sentirá dor. MIORRELAXANTE DE AÇÃO CENTRAL FÁRMACOS Éter Guiceril Guaiacol / Guaifenesina Mais empregado em equino Menos frequentes em cães, bovinos e suínos (não usa na prática) Utilizado por via oral em alguns tratamentos clínicos (não usa mais) Na anestesia por via intravenosa o Fora da veia, ou concentração errada à risco de óbito o Concentração de 5 a 10 % - Diluído em soro de Glicose 5% Pode ser comercializado em pó Dilui em soro morno em um recipiente e depois retorna para o frasco o Se a concentração passar de 15% Flebite (inflamação irreversível dos vasos) Hemólise (animal pode vir a óbito por anemia aguda ou insuficiência renal) o Se a dose for muito alta Depressão respiratória Metabolização hepática o Tomar cuidado em potros, pois a metabolização é dificultosa Excreção renal Mecanismo de ação o Não totalmente esclarecido o Agonista de receptores de glicina o Atuação sobre as células de Renshaw (responsáveis por reação postural quando o animal cai – movimento de defesa contra queda – o animal cai mais suavemente na anestesia) Efeitos sistêmicos o Relaxamento muscular o Analgesia discreta o Sedação discreta
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