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1 Ma Eduarda Ferreira AULA 01 – 07/02/2022 PLANO DE ENSINO . Aula estruturada – 1° bimestre • Apresentação da disciplina (história da anestesia) • Avaliação e preparo do paciente submetidos a anestesia • Medicação pré-anestésica (MPA) • Analgesia • Anestésicos gerais intravenosos MATERIAL DE ESTUDO • Conteúdo abordado em sala de aula e durante as aulas praticas • Material disponibilizados no ambiente online • Livros de referência e biblioteca virtual • Periódicos (artigos científicos) • Anestesia em cães e gatos – Fantoni & Cortopassi • Manual de anestesia veterinária – Paddlefort • Anestesia e analgesia veterinária – Lumb & Jones *** MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS DE ANESTESIOLOGIA • Pijama cirúrgico • Gorro/touca • Máscara • Propé/crocs • Estetoscópio • Termômetro (digital) • Caneta • Relógio • Caderneta de anotações • Sapato fechado! • Jaleco A mandrágora era utilizada pelos antigos egípcios e romanos para induzir a inconsciência, por possuir propriedades venenosas. Feiticeiras incas mascavam as folhas de coca e cuspiam nas feridas dos pacientes para diminuição da dor. Esponja sonífera: era utilizada por monges europeus, era preparada com a mistura várias substancias (plantas e álcool), e colocada nas narinas dos pacientes para dormir. Acordavam os pacientes com vinagre no nariz. - Em 1846, ocorre a primeira intervenção cirúrgica no Reino Unido, o dentista William Thomas Green Morton, utilizando éter. - Em 1902, Alfred Seifert criou o termo “anestesiologia”, a Inglaterra e EUA foram os primeiros a declararem anestesiológos. - George H. Dadd, em 1852 foi o primeiro a aplicar a anestesiologia na veterinária, além de conceitos de bem estar animal. - Em 1910, um médico veterinário argentino incluiu em sua obra veterinária o emprego da anestesia, sendo um dos primeiros autores veterinários a reconhecer a importância dessa especialidade num livro; - Em 1920, ocorre a descoberta dos barbitúricos No Brasil - Em 1940, primeiros relatos de anestesiologia foram publicados na revista da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo; - Em 1975, incluída como disciplina pela primeira vez na faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP Botucatu. Antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas situações de urgência, é indispensável conhecer com a devida antecedência, as condições clinicas do paciente, cabendo ao médico veterinário anestesiologista decidir da conveniência ou não da pratica do ato anestésico, de modo soberano e intransferível. É essencial a avaliação com o anestesiologista para que a cirurgia seja bem sucedida. Embora a avaliação seja importante em todos os animais, existirão casos que precisarão de um atendimento mais elaborado, como por exemplo, animais com comorbidades, animais geriátricos ou pacientes críticos. Propósitos da avaliação: Determinar condição clínica e física do paciente: • Revisão de prontuário • Exame físico • Exame complementares • Anestesias prévias • Medicações em uso PROF. DR. GUILHERME BARIZÃO 2 • Comorbidades Objetivos: Estabelecer qualquer condição ou situação anormal que possa afetar a captação, ação, eliminação e segurança, afim de manter a segurança do anestésico e do paciente. Sistemas de maior importância: 1. Nervoso → local onde ocorre a ação do anestésico utilizado, onde ocorre a inconsciência. 2. Cardiopulmonar → ocorre a capitação pulmonar e distribui para os tecidos. 3. Hepático → responsável pela biotransformação de todos os medicamentos que serão utilizados. 4. Renal → responsável pela eliminação dos fármacos. 5. Sanguíneo Avaliação da condição clínica: - Histórico do animal/anamnese (inclui-se avaliação de dor) - Inspeção (comportamento, atitude, desconforto, conformação física, temperamento e estresse) - Palpação, percussão e ausculta - Exames complementares (imagens/laboratoriais) CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO CLÍNICA É feito também uma classificação da condição clinica do animal de acordo com a sua avaliação pré-anestésica, chamada de ASA. ASA DESCRIÇÃO EXEMPLO I Paciente saudável Orquiectomia ou prótese de mama. Cirurgia eletiva. II Paciente com doença sistêmica leve Tumor de pele, fraturas (sem choque), hernias sem complicações III Paciente com doença sistêmica grave febre, desidratação, anemia, caquexia, hipovolemia IV Paciente com doença sistêmica grave descompensada (terapia incorreta) Ameaça constante a vida do animal se não houver tratamento Uremia (aumento de ureia, toxemia (intoxicação de toxinas no sangue), descompensação cardíaca, desidratação grave, febre alta, hérnias graves; V Paciente moribundo, cuja expectativa de vida é de 24 horas com ou sem cirurgia choque e desidratação profunda, tumor maligno terminal ou com infecção, trauma grave; Risco cirúrgico: - Risco → refere-se à incerteza e ao risco potencial de fatalidade ou complicações como resultado da anestesia e cirurgia - Risco cirúrgico → antecedentes, tipo de cirurgia e habilidade do cirurgião - Risco anestésico → capacidade do anestesista, do anestésico e condição do paciente. Seleção do anestésico: Anestésico ideal é o que: • Não depende da biotransformação para produzir a ação e ser eliminado, pois evita estresse nos grandes tecidos. Ex: anestesia inalatória, entra no organismo, faz efeito e sai do organismo. • Permite a indução e mudanças rápidas na profundidade da anestesia, com recuperação rápida • Não deprime a função cardiopulmonar, não irrita os tecidos, barato, estável, não inflamável e explosivo e que não exige equipamento especial para administração. Nenhum anestésico apresenta todas essas qualidades, então a seleção será de acordo com o quadro clinico: • Espécie, raça e idade; • Condição física; • Tempo de cirurgia, tipo de gravidade do procedimento cirúrgico e habilidade do cirurgião; • Familiaridade com a técnica anestésica aplicada; • Equipamento e pessoal disponível. 3 AULA 02 – 14/02/2022 INTRODUÇÃO Conceitos: • MPA: drogas administradas antes da anestesia afim de preparar o paciente para a própria anestesia; • Sedação, analgesia: perda ou ausência de sensibilidade à dor (objetivo da MPA) → permitem uma menor incidência de efeitos colaterais; • Co-indução: analgésico/relaxante/ansiolítico utilizado para auxiliar agente indutor. • Indução: leva o paciente ao plano anestésico, é causada pelos agentes indutores (que induzem o animal à anestesia); • Manutenção: mantém a anestesia durante a cirurgia através de infusão. O fármaco indutor também pode ser o fármaco de manutenção. - Anestésica/analgésica Finalidades gerais: • Sedar; • Reduzir estresse; • Redução da dor; analgesia preventiva; • Inibir o estágio 2 da anestesia (delírio e excitação) → MPA causa menor evidencia desse estagio. • Redução de efeitos indesejáveis de outros fármacos. • Potencializar outros fármacos → o MPA entra em sinergismo com o indutor e diminui a dose do mesmo; • Recuperação suave • Redução de secreções • Prevenir ou reduzir incidência de vômitos • Mais utilizados: acepromazina com morfina É necessário fazer MPA em todos os pacientes? Em cães e gatos, não serão todos que irão precisar de MPA, vai depender do procedimento que o animal vai fazer. Por exemplo, um paciente com a perna quebrada que necessitade um raio-x, se ele estiver calmo não será necessário o uso de MPA. Já em equinos, bovinos e animais selvagens, é essencial realizar uma MPA antes da indução, para manuseá-los facilmente. GRUPOS FÁRMACOS TRANQUILIZANTES Fenotiazínicos: ➔ Acepromazina ➔ Cloropromazina ➔ Levomepromazina ANSIOLÍTICOS Benzodiazepínicos: ➔ Midazolam ➔ Diazepam HIPOANALGÉSICOS HIPOANALGÉSICOS Opioides: ➔ Morfina ➔ Metadona ➔ Meperidina ➔ Tramadol ➔ Buprenorfina ➔ Butorfanol Agonistas de receptores Alfa-2: ➔ Xilazina ➔ Detomidina ➔ Dexmedetomidina RELAXANTES MUSCULARES Éter gliceril guaiacol: ➔ Utilizado apenas em grandes animais ANTICOLINÉRGICOS Atropina: ➔ Não é utilizado com MPA Não é um anestésico e nem um analgésico, somente anticolinérgico. ➔ Anticolinérgico inibe a ação do neurotransmissor acetilcolina (Ach – atua no sistema nervoso parassimpático), → impede que Ach se ligue aos receptores pós- ganglionares muscarínicos e impede a ativação do sistema parassimpático no órgão efetor); Ele atua no SNAP (sistema nervoso autônomo parassimpático), que é mediado pela ação da Ach nos receptores muscarínicos nos neurônios pós- ganglionares; ➔ O sistema parassimpático causa relaxamento e digestão do organismo; Mecanismo de ação: Inibe a resposta dos nervos pós-ganglionares colinérgicos (pois é parassimpatolítico) → encerra os efeitos do tônus parassimpático/vagal (sistema simpático fica mais proeminente) e resulta em: ➔ Efeitos cardiovasculares: O animal fica taquicardíaco, porém o debito cardíaco não sofre mudanças (pois com a 4 taquicardia, há um menor diastólico para o enchimento do coração); ➔ Diminuição da motilidade: Ocorre porque o sistema simpático fica mais importante por causa da inibição do sistema parassimpático. Em ruminantes e equinos → tendencia a causar timpanismo (acumulo de gases). Nos bovinos aumenta as secreções salivares, mas diminui a secreções nasal, fazendo com que eles babem (sialorreia) mais do que o normal. Em equinos, pode desenvolver sérios problemas gastrointestinais; e como tem a frequência cardíaca baixa, a atropina é raramente usada; ➔ BARORREFLEXO → São células especializadas do sistema nervoso autônomo para controlar a pressão arterial. No nosso corpo existem barorreceptores, que percebem alterações químicas e físicas. Se caso ocorra hipertensão arterial (aumento da pressão arterial), os barorreceptores enviam sinais desde o bulbo para provocar a lentificação do coração, logo, terá um aumento no debito cardíaco. ➔ Broncodilatação: mais fácil usar um broncodilatador, a atropina não é utilizada para broncodilatar. ➔ Midríase ➔ Diminuição do débito urinário: Com o bloqueio do sistema de relaxamento (parassimpático), sobra o sistema simpático (sistema de urgência/luta ou fuga, ele contrai o musculo do esfíncter de musculo liso e impede que o animal urine, já que urinar não é uma prioridade em uma emergência. ➔ Indicação clínica: Usado em pequenos animais, somente quando há necessidade. Ex: pacientes que usamos fentanil, a atropina pode causa uma bradicardia no paciente. Não usa de maneira preventiva (MPA); ➔ Atropina não é utilizada como MPA. Envolvem a acepromazina, Levomepromazina e cloropromazina. São agente antipsicóticos e neurolépticos, que resultam em sedação de grau leve (sem perda de consciência); ➔ Na clínica podem ser utilizados para diminuir os efeitos de euforia que o animal apresenta. Não é analgésico, mas potencializa o poder de analgésico por sinergismo; Seus efeitos são mais intensos quando são associados com opioides e benzodiazepínicos. ➔ É apresentado em 1% e 2% Mecanismo de ação: No sistema nervoso central, age como antagonista dopaminérgico e serotoninérgico, que são neurotransmissores do sistema simpático, e ocupa o lugar desses neurotransmissores em seus receptores, impedindo seus efeitos. São utilizados para relaxar o animal sem hipnose, são mais utilizados em animais ansiosos e com estimulo dopaminérgicos. ➔ A DOPAMINA é o hormônio da ansiedade e do medo, ao atender um gato ou cachorro, ele pode ter um pico de dopamina por estar em um novo lugar, ou por sentir cheiros diferentes e de outros animais. ➔ A SEROTONINA é o hormônio da felicidade, mas também tem relação com a ansiedade; OBS: Fenotiazínicos proporcionam uma redução do limiar convulsivo, então não podem ser utilizados em pacientes que convulsionam. No sistema cardiovascular, os Fenotiazínicos causam o bloqueio de receptores alfa adrenérgicos. ➔ Os receptores Alfa-1 adrenérgico causa vasoconstrição ➔ O bloqueio desses receptores causa vasodilatação, diminuindo a pressão arterial (hipotensão). A dexmedetomidina (hipoanalgésico) é um agonista alfa-2 adrenérgico, ela faz o contrário dos fenotiazínicos. No sistema respiratório, os fenotiazínicos age como broncodilatadores, então são indicados em animais com dificuldade respiratória devido ao calor. Na temperatura corporal ocorre: ➔ Redução → com o bloqueio dos receptores alfa-adrenérgicos, ocorre a vasodilatação que faz o animal perder mais calor; ➔ Depressão do centro termorregulador → promove a queda de temperatura ➔ Vasodilatação periférica → troca de calor fica mais fácil com o meio externo que está com temperatura mais baixa. 5 Durante a anestesia pode ocorrer alguns fatores que contribuem para a hipotermia: ➔ A entrada do oxigênio gelado nos pulmões; ➔ Abertura da cavidade pode causa queda na temperatura, pois o peritônio é muito irrigado. Cálculo debito cardíaco: DEBITO CARDIACO = FREQUENCIA CARDIACA x RESISTENCIA VASCULAR AULA 03 – 21/02/2022 08:00 e 10:00 Dilatação esplênica: Os fenotiazínicos (como o acepran) causam vasodilatação do baço, fazendo com que ocorra diminuição de hemácias circulantes, pois elas são direcionadas ao baço. Isso pode piorar animais com anemia. TGI: ➔ Efeito antibiótico; ➔ Redução de secreções. Sinais de sedação em pequenos animais: ➔ Tranquilização leve e moderada; ➔ Protusão de 3° pálpebra; ➔ Ptose (queda) palpebral; ➔ Abaixamento da cabeça. Sinais de sedação em grandes animais: ➔ Sinais leves de sedação; ➔ Melhor resposta em animais calmos; ➔ Administrar IM, 45-60 minutos antes da manipulação (local clamo, sem poluição visual/sonora); ➔ Prolapso peniano (evitar utilizar em garanhões, pois pode causar consequências reprodutoras); • Não usar em equinos com cólica, desidratado, vasodilatado. Indicações clinicas: O uso de fenotiazínicos é indicado nos casos de: Dificuldade respiratória devido ao calor: abaixa a temperatura; Hipertérmicos: ajuda na regulação da temperatura. Contra indicações clínicas/cirúrgicas: Os fenotiazínicos é contra indicado em caso de: → Desidratação/hipovolemia (volume de plasma sanguíneo baixo): A acepromazina diminui a pressão arterial ainda mais por causa da vasodilatação. A força hidrostática e o volume de sangue dentro do vaso diminuem, dificultando a distribuição de sangue para a periferia (o animal deve ficar vasoconstrito). → Debilitados/anêmicos: O acepran causa a vasodilatação esplênica, o volume das hemácias diminui na grande circulação. → Hipotérmicos: acepran diminui a temperatura. → Chocados; → Histórico de convulsão/epilepsia: acepran diminui limiar de convulsão; → Vasodilatados (SIRS, SEPSE): A pressão arterial diminui → hipotensão que pode causar choque. → Diminuição de eletrólitos: PA diminui → Esplenectomia: O acepran vasodilata o baço → perda de sangue intensa. Antagonista Os fenotiazínicos não possuem um fármaco reversor, e de acordo com a dose usada, seus efeitos podem durarde 4 a 6 horas; A dopamina não se usa mais para reverter a acepromazina por não ter efeito, considerando que o acepran impede que ela se ligue nos receptores. Midazolam e Diazepam são fármacos que diminuem a ansiedade, pois são miorrelaxantes; ➔ Deprimem o sistema límbico no SNC ➔ Ativam receptores GABAérgicos EX: um animal que fez exercício físico muito intenso chega à clínica com a língua roxa e a temperatura de 42°C (hipertérmico) → nesse caso o acepran é indicado, pois auxiliará na tranquilização do animal e uma queda de temperatura benéfica. Temperatura dos animais: ➔ Cão: 37,5 – 39,2°C ➔ Gato: 37,8 – 39,2°C ➔ Equino: 37,5 – 38,5°C ➔ Bovino: 37,8 – 39,2°C 6 - GABA é o principal receptor inibitório do SNC e é liberado por neurônios chamados Gabaérgicos e se conecta a receptores específicos dos outros neurônios. Esses neurônios receptores passam por uma diminuição na condução neuronal, o que provoca a inibição do SN. Resultando em: relaxamento, concentração e sono. A única diferença entre o Midazolam e o Diazepam é que o Diazepam tem consistência mais oleosa que o Midazolam. Na aplicação IM dói mais. ➔ O fármaco deve ser escolhido de acordo com a via de administração. Vias de administração: ➔ IV → Intravenoso = em equinos utiliza-se Diazepam por ser mais barato; ➔ IM → Intramuscular = não é recomendado usar o Diazepam por ser um fármaco oleoso e causar dor na aplicação. Usa o Midazolam. ➔ Intra-retal = utiliza-se Diazepam ➔ Nasal = utiliza Midazolam Ação: → Ansiolítica e hipnótico (avaliar paciente); → Miorrelaxante; → Anticonvulsivante = aumenta o limiar convulsivo; → Não provocam alterações hemodinâmicas e respiratórias (muito seguro). Normalmente é associado a outros fármacos Anestésicos dissociativos: Ketamina / Cetamina: Aumenta o tônus muscular somático → quando administrada via IV pode causar espasticidade (aumento da rigidez muscular) e convulsão. A ketamina é associada com um miorrelaxante, pois também são anticonvulsivantes. A dissociação de um cão/gato muito bravo não pode ser feita com acepran (causa sedação leve/média), por isso é feito um anestésico dissociativo como a ketamina junto com o Midazolam. Também pode ser feito com xilazina ou dexmedetomidina ao invés da ketamina, mas não é muito recomendada por ter um tempo de ação mais lento, o efeito vasoconstritor é lento. Agentes indutores (para redução da dose): O Midazolam é muito utilizado como co-indutor na anestesia geral, porém, possui uma ação prolongada, fazendo com que o animal fique de 30 a 60 minutos vocalizando na baia (não é recomendado em animais saudáveis em cirurgias eletivas). MIDAZOLAM NÃO FAZ EFEITO SOZINHO, por isso é utilizado em associação. ➔ Exceto em caso de convulsão, é recomendado utilizá-lo pelo efeito imediato (pacientes idosos e calmos). Exceções Em animais muito jovens não é bom utilizar Midazolam e diazepam, exceto em potros e bezerros. Nos potros e nos bezerros o Midazolam age de maneira eficaz sozinho, mas normalmente é associado com o butorfanol. Em animais idosos que possuem a síndrome de disfunção cognitiva, ajuda o paciente a não ficar agitado no pós-operatório. Antagonista FLUMAZENIL: caso o Midazolam deixe o animal muito excitado, o flumazenil pode ser usada para reverter. Ele também é utilizado em pacientes silvestres, pois o Midazolam deprime muito esses animais. ➔ XILAZINA ➔ DETOMIDINA ➔ DEXMEDETOMIDINA ➔ BUTORFANOL ➔ MEDETOMIDINA Estão localizados na membrana pré-sináptica, atuam inibindo a liberação de noradrenalina na fenda sináptica, impedindo que se ligue nos receptores alfa-2. ➔ A noradrenalina é um neurotransmissor que aumenta o tônus simpático, então a sua inibição resulta em uma diminuição do tônus simpático. Antagonista Possuem reversor ANALOXONA, mas quase nunca são utilizados. Pode ocorrer caso o dexmedetomidina causa efeitos adversos ou toxicidade. Ação ➔ Sedação intensa ➔ Analgesia visceral ➔ Miorrelaxante importante 7 Efeitos cardiovasculares: O alfa-2 não são utilizados em cardiopatas devido ao efeito hemodinâmico ruim (alterações em FC, DC, PA, volume sistólico). BAV (bloqueio atrioventricular) É um atraso na condução da corrente elétrica à medida que ela atravessa o sistema de condução atrioventricular. Ocorre durante a anestesia por causa do estimulo parassimpático do alfa-2. É possível até que o paciente entre em dissociação atrioventricular, onde o átrio trabalha em uma frequência e o ventrículo em outra. - Essa imagem de BAV apresenta 3 sequências de PQRST seguidas de uma onda P não conduzida, ou seja, houve uma despolarização atrial, mas não chegou no atrioventricular. - Nessa imagem temos o bloqueio sinoatrial, ocorreu uma disfunção do nó sinusial causadora de pausas e bradicardia. Efeitos no TGI Em pequenos animais causa vômitos. Mas em grandes animais reduz a atividade ruminal, ocasionando acumulo de gás metano no rumem (timpanismo). Mais utilizados em grandes animais: Efeitos cardiovasculares são observados em equinos: EX: uma enucleação ➔ Detomidina com butorfanol IV em infusão continua e vários bloqueios locais (4 pálpebras e retrobulbar) = égua ficou em BAV continuo, 17 bpm – bradicárdica (efeito parassimpático exacerbado) Égua parassimpatizada → foi dado um beliscão nela para deixar o sistema simpático mais proeminente. - Sedação intensa em posição quadrupedal, ptose labial, apoio dos pés em “pinça” por causa de ataxia, cabeça abaixada. 8 - Ruminantes: são muito sensíveis, 10 -15 minutos – IM, sialorreia intensa, rotação do globo ocular. - Se for administrado 1 mg de xilazina, ele morre. Normalmente é utilizado 0,1 a 0,3 mg IM. Em pequenos animais: Efeito clinico dose- dependente. → Mais utilizados em gatos. → XILAZINA e DETOMIDINA não são utilizados em pequenos animais, pois necessita utilizar doses muito altas, causando efeitos colaterais/adversos. Logo não é recomendado utilizar somente afa-2 em pequenos animais. → DEXMETOMIDINA é utilizada normalmente (exceto em cardiopatas), pois consegue atuar no sitio de ação. Ela faz com que o paciente consuma menos oxigênio, logo, permite que o animal aguente mais alterações hemodinâmicas. Os opioides são os agentes de primeira linha no tratamento da dor aguda e realizam a prevenção de diversos estágios da dor; São derivados naturais ou sintéticos do ópio (como a cocaína, heroína, codeína). Seus efeitos dependem de qual receptor opioide tem mais afinidade: Receptores: Mi (µ) → analgesia, sedação, euforia, depressão respiratória. Kappa (K) → analgesia e sedação Sigma (8) Delta (∆) Receptor Mi (µ) • Envolve: Morfina = potente analgésico Metadona Fentanil Resulta em: • Analgesia intensa, realiza verdadeira analgesia. Todo opioide que realmente é analgésico potente, é agonista Mi. • Sedação • Euforia • Depressão respiratória • Não faz alteração hemodinâmica – os opioides são muito seguros, cada um tem efeito adverso, porém é melhor do que o paciente sentir dor. O estimulo relaciona a dor é muito pior que um opioide, ou seja, mesmo que um animal seja cardiopata, deve ser realizado a morfina para evitar que o animal fique com dor. Receptor Kappa (k) • Envolve: - Butorfanol (opioide sedativo) → usado muito em equinos e em eco (ECG) de cães e gatos. É agonista Kappa e antagonista Mi → butorfanol não pode ser utilizado associado com morfina, mas pode ser utilizado para reverter os sinais da morfina e vice-versa. Butorfanol kappa e morfina Mi juntos não causam efeitos. • Resulta em: - Analgesia visceral,mas não somática; Ex: não é recomendado para fraturas, pois é uma dor somática, não visceral. Sedação importante. Não utilizar butorfanol nem meperidina em mastectomia. Curiosidade: ambulâncias nos EUA carregam naloxona (antagonista de opioide) para usá-la como reversor de efeitos de intoxicação por heroína. Receptor Sigma (8) e Delta (∆) Não tem efeitos claros na veterinária. • Sigma = disforia, excitação, efeitos alucinógenos • Delta = efeitos poucos conhecidos. Efeitos desejáveis - Analgesia = dependente da classe do opioide empregado; - Sedação = não se usa metadona e morfina para sedação leve e sim butorfanol - Ansiolise = sofrimento 9 Efeitos colaterais - Bradicardia = é reflexa a vasoconstrição, pois aumenta a pressão arterial. Ex: é administrada morfina no paciente com 120 bpm, e então vão pra 80 bpm → pois essa droga faz a liberação de norepinefrina que faz vasoconstrição → PA aumenta → bradicardia reflexa. - Excitação → um equino sem dor e saudável com morfina fica eufórico, mas em um pós-op de cólica ele não excitará, pois está com dor. ➔ Por isso em equinos são utilizados agonistas Mi – menos comum utilizar em cão e gato ➔ Para diminuir disforia em cão, pode ser utilizado acepromazina (tranquilizante) com morfina, que resultará em sedação. Classificação Receptores Agonistas totais: Ex: morfina, metadona, meperidina, fentanil Mi (µ) e Kappa (k) Agonistas/antagonistas Ex: butorfanol e nalbufina Agonista = Kappa (k) Antagonista = Mi (µ) Agonistas parciais: Ex: Buprenorfina e tramadol Mi (µ) Antagonistas: Ex: naxolone Reverte todos os efeitos das agonistas → Nalbufina é igual o butorfanol, para medicina veterinária. OPIOIDES: AGONISTAS TOTAIS Antagonista dos opioides: naloxona → utilizada como reversor de opioides. É utilizada em neonatos depois da cesárea para reverter esse efeito opioide nos próprios filhotes. ➔ Entretanto, o filhote ainda não tem receptor para isso, então não há efeito algum; ➔ O que pode acontecer é alguma droga usada na cesárea passar um efeito residual, por isso escolher bem os fármacos é essencial. ➔ Apesar de haver um reversor. Somente em casos extremos; Ex: butorfanol em idosas com síndrome de disfunção cognitiva → paciente fica disfórico. MORFINA Para dor moderada – severa. Ex: em pós-operatório de paciente de coluna. • Via de administração: IV, IM, SC – de 2 a 4 horas em bolus. - Pode ser feita em IC (infusão continua), porém não é recomendado usar infusão com morfina, - Peridural → junto com anestésico local pode fazer uma analgesia durar até 24 horas. Paciente tem grande chance de induzir vômito por causa da morfina, então deve-se evitar utilizá-la sempre no mesmo paciente (de maneira horária). Realiza degranulação de mastócitos, que possuem histamina → causam vermelhidão, coceira, vasodilatação. → Em mastocitoma (tumor dos mastócitos); ➔ Não utilizar morfina ➔ Utilizar difenidramina ou corticoide antes da cirurgia para evitar a maior degranulação dos mastócitos causada pela própria manipulação do tumor. ➔ Evitar morfina em animais com mastocitoma ou animais muito brancos → utilizar metadona. METADONA Para dor moderada – severa. É mais potente que a morfina. • IV, IM, SC (6-12 horas → depende do animal, pode chegar até 24 horas) • IC – Infusão continua • Aumento aa RVS → pois causa vasoconstrição • Peridural → analgesia de até 24 horas, porem causa ataxia no pós operatório. - Pode ser usado em paciente com mastocitoma. MEPERIDINA - Não é muito utilizada - Para dor leve e sedação. Ex: utilizar em dor de ouvido, unha encravada, quando não é muito grave. Não é indicada para pré-operatório de uma cirurgia de mastectomia. Vias de administração: ➔ IM – 1 HORA ➔ IV – Não realizar, pois causa degranulação histamínica (animal tem coceira) É uma droga que pode causa vicio em médicos. 10 FENTANIL, REMIFENTANIL, ALFENTANIL, SUFENTANIL. - IV; - IM -> não é recomendado (é preferível realizar morfina, metadona ou butorfanol); São 100x mais potente quando comparado a morfina (precisam de menos mili ou microgramas são necessários para atingir analgesia); Não são utilizadas na clínica (com o paciente na baia, como a morfina ou metadona), mas sim na anestesia ou na UTI (na manutenção do coma); São mais utilizadas como co-indutores (pois causam depressão cardiorrespiratória: - Auxiliam na indução; - Diminuem dose do agente indutor; - Ajudam na analgesia e sedação; Usados principalmente em infusão contínua; Manutenção analgésica em infusão contínua (IC); ➔ Avaliar farmacocinética e farmacodinâmica; Ex: anestesia para mastectomia + ovariohisterectomia, paciente idosa agitada 1. 0,3 ml/kg de metadona (MPA) → apesar de ser opioide, não excitou - Metadona pode agir até 6 horas → causa analgesia residual. 2. Administração de antibiótico preventiva pelo acesso venoso; 3. Co-indução com fentanil em bolus → que a levou a quase sedação; - FC foi de 120 para 80 → não é preocupante, pois ela está pré-oxigenada e logo será incubada. 4. Co-indução foi feita junto com o fentanil, foi usado lidocaína IV + 1 mg/kg de ketamina; - Lidocaína é anestésico local, mas pode ser usado endovenoso para ajudar na anestesia (além disso não deprime o sistema cardiocirculatório); - Ketamina é dissociativo, mas nessa dose tem poder analgésico (deixa analgesia residual também, assim como metadona, dipirona, anti-inflamatório). 5. Indução foi feita com propofol - Se tivesse induzido o animal somente com morfina e propofol, teria sido utilizado 8 mg/kg; - Como foi feita a co-indução antes, a indução foi feita com 2 mg/kg; - De todos os fármacos, o propofol é o que causa mais efeitos adversos, então uma boa co-indução garante um agente indutor com dose menor. 6. Fentanil foi feito em infusão contínua, para que o efeito dele fosse contínuo durante toda a mastectomia, considerando que ele age somente por 30 minutos (no máximo 40) em bolus único. - Fentanil comparado com remifentanil tem um tempo de metabolização muito menor (o que é pior). ALFENTANIL: Parecido com o fentanil, é muito mais potente; ➔ Utilizado em entubação em sequência rápida, pois: ➔ Fentanil demora 3 minutos para chegar na concentração de estabilização no plasma sérico; ➔ Alfentanil em menos de 1 minuto chega nessa concentração; Ex: animal deve ser entubado logo na emergência, (utilizar alfentanil); ➔ IM em gato -> relaxamento (dura 15 minutos); ➔ IV em gato -> acumula na gordura na infusão contínua (efeito residual -> deve utilizar remifentanil para ajudar nesse efeito residual, considerando que ele não promove analgesia residual). AULA 07/03/2022 – 1° AULA 08:00 e 10:00 OPIOIDES: AGONISTAS/ANTAGONISTAS BUTORFANOL / NALBUFINA São antagonistas Kappa e antagonistas Mi; Utilizados para: ➔ Analgesia visceral (dor discreta) ➔ Sedação (exames que não envolvam dor, como eletrocardiograma, ultrassom) ➔ Estabilidade hemodinâmica ➔ 4-6 horas de ação → não usar fentanil junto, pois o butorfanol é antagonista no receptor Mi, e o fentanil age nesse receptor; ➔ Equinos → é muito utilizado em casos de dor visceral no abdômen agudo (cólica) ➔ Potros e bezerros = o butorfanol + benzodiazepínico tem efeitos sedativos muito parecido com alfa-2 (xilazina e dexmedetomidina) e pode substitui-los na MPA. Nunca associa butorfanol com morfina, morfina perde o efeito. 11 OPIOIDES: AGONISTAS PARCIAIS TRAMADOL Para dor leve. Atua na receptação da serotonina, principalmente em cão, e não está relacionado com ação opioide. Nos gatos, diferentes de cães, tem efeito opioide, mas é utilizadono pós-operatório, nunca em cirurgia de dor moderada-severa. - Equinos ?? não tem muita apliquidade. Então se usa butorfanol, morfina e metadona. - Evitar em pacientes epiléticos, pois diminui o limiar convulsivo, ou seja, o animal ira convulsionar mais facilmente. Gera uma boa estabilidade hemodinâmica, mas ainda não é recomendada para ser utilizada como MPA ou analgesia pós-operatória em castração de femeas, pois ela pode sentir dor visceral, resultando em taquicardia ou hipertensão. NALOXONA – reversor dos opioides CONSIDERAÇÕES FINAIS Quem é seu paciente? ➔ Espécie → cada droga é usada de maneira diferente em cada espécie. ➔ Temperamento ➔ Estado geral → Ex: não usar acepram em paciente chocado, hipovolêmico, desidratado, pois afetam o baço, que recruta hemácias, podendo ter sangramentos. ➔ Comorbidades ➔ Idade → Ex: não utilizar butorfanol em animais idosos com síndrome de disfunção cognitiva (causa disforia) ➔ Situação atual → se está ou não com dor e qual procedimento ele irá realizar. Principais receptores Mi e kappa Agonistas totais Morfina, metadona, fentanil e meperidina Agonistas antagonistas Butorfanol Agonistas parciais Tramadol Antagonista Naloxona É a associação de tranquilizante + analgésico opioide = o que resulta numa tranquilização e analgesia interna sem perda de consciência (o animal não fica anestesiado) • Exemplos de tranquilizantes: - Benzodiazepínicos → Midazolam - Fenotiazínicos → acepromazina - Agonista alfa-2: Em grande: xilazina e detomidina Em pequenos: dexmedetomidina • Exemplos de analgésicos opioides: - Fentanil - Tramadol - Morfina - Metadona VANTAGENS: ➔ Redução da dose de cada fármaco ➔ Efeitos colaterais menos pronunciados ➔ Efeitos clínicos mais intensos, devido ao sinergismo das drogas; Ex: acepromazina apresenta efeitos analgésicos com a morfina, sendo que ela não é analgésica sozinha; Nesse caos, antes de usar o acepran, deve ser avaliado se esse fármaco é benéfico para o determinado paciente. ➔ Analgesia ➔ Utilização de antagonistas: todos os fármacos vistos tem antagonistas INDICAÇÕES ➔ Contenção química: - Pra paciente agressivo. Pode usar uma morfina e xilazina, metadona e acepram. Utiliza- se em doses baixas. ➔ Procedimentos poucos invasivos que não necessitem de anestesia geral: Enucleação em cavalo, foi feito uma neuroleptoanalgesia sem precisar de anestesia geral. ➔ Procedimentos ambulatoriais em pacientes dolorosos ➔ Em grandes animais, uma boa neuroleptoanalgesia e anestésico local é possível realizar cirurgia. Não é recomendado o mesmo em cães. 12 ➔ Desbridamento de feridas Ex: unha encravada ➔ Desobstrução uretral ➔ Raio-x de paciente com fratura ➔ Exames físicos específicos Ex: ultrassom no olho ➔ Espinhos ouriço Usar dexmedetomidina + morfina Acepromazina (tranquilizante) + opioides: Deve ser utilizada a dose terapêutica do acepran (0,02 a 0,05 mg/kg) e associá-la com um opioide (morfina, metadona, butorfanol, fentanil, alfentanil). - Lembrando que animal não pode usar acepran se tiver anemia. Considerar características de cada fármaco: • Efeitos esperados: boa sedação; • Efeitos adversos: não utilizar em paciente desidratado, chocado, anêmico ou que vai pra esplenectomia; • Espécie. Opioides e suas contraindicações: • Não pode administrar morfina se o animal não estiver em jejum → substituir por metadona = acepran + metadona; Ex: urgência = animal com corte sangrando, deve ser anestesiado → não deve ser induzido ao vômito para esvaziar estômago e entubar, pois, animal pode fazer bronco aspiração. • Doenças de base (animal com erlichiose/anemia) → não pode realizar opioide ou acepromazina, pois o efeito adverso será muito pior. • Não usar xilazina, detomidina ou dexmedetomidina em cardiopata. Midazolam + opioides: Pode usar essa associação em MPA e como co-indutor IV (intravenoso) junto com fentanil ou propofol → efeitos gabaergicos. Considerar características de cada fármaco: • Pacientes deprimidos; • Idosos: pode usar midazolam sozinho; • Filhotes: midazolam causa problema na metabolização por causa do fígado não totalmente formado; • Jovens hígidos: não dormem somente com midazolam, por isso deve ser feita a associação. Agonista alfa 2 + opioide Dependendo da dose, é o mais pesado de todos = causa maior relaxamento e tranquilização intensa; - Ex: detomidina + butorfanol em equino ou dexmedetomidina + morfina em gato/cão; Os agonistas alfa 2 são dose dependentes. Considerar características de cada fármacos: • Efeitos esperados: sedação; • Efeitos adversos e antagonista: caso ocorra um BAV inesperado no paciente, pode ser feito atropina (antagonista) para reverter os efeitos adversos; • Quem é seu paciente? agonista alfa 2 não é interessante utilizar em pacientes idosos/cardiopatas, pois causa bradicardia. É caracterizada por estado anestésico por interrupção do fluxo de informações para o córtex sensitivo (consciência). Causa o bloqueio dos estímulos sensitivos no tálamo, que a estrutura relacionada aos sentimentos, na área límbica. O anestésico dissociativo mais utilizado é a KETAMINA e TILETAMINA. Essa anestesia causa estimulação de áreas límbicas: os humanos podem ter alucinações. A anestesia dissociativa é marcada por um estado de catalepsia, caso a ketamina não seja utilizada com associação (como a xilazina); - Catalepsia: rigidez muscular, espástico, tônus muscular aumentado. - Assim, a ketamina deve ser utilizada com outro fármaco, caso contrário, a indução é muito intensa. MECANISMO DE AÇÃO O neurotransmissor glutamato deve se ligar ao receptor NMDA para realizar seu efeito excitatório. A ketamina é um antagonista do receptor NMDA, ela leva ao efeito dissociativos, pois interrompe o fluxo de informações para o córtex. A ketamina causa redução do efeito inibitório da GABA (bloqueio de receptor NMDA impede a liberação do neurotransmissor GABA), ocorre estimulo de 13 receptores nicotínicos/ação nicotínica muscular, resultando em catalepsia, rigidez no pós-operatório e hiperatividade límbica. ➔ Os receptores nicotínicos são responsáveis pela contração muscular; ➔ Por isso a ketamina é usada associada com outras drogas, como o midazolam, pois ele é gabaérgico e evita os efeitos excitatórios da ketamina no pós-operatório. ➔ A ketamina é agonista de receptores opiáceos sigma → que são os receptores marcados por disforia/excitação, por isso a ketamina deixa o animal eufórico. A ketamina bloqueia a recaptação de catecolaminas (dopamina, epinefrina, norepinefrina). ➔ A catecolamina faz o efeito, é recaptada e então para de fazer efeito. ➔ Ketamina inibe sua recaptação, fazendo com que ela fique com o efeito no sitio efetor Ketamina é anticolinérgica/antagonista de receptores muscarínicos → impede Ach de se ligar a receptores muscarínicos (receptores paras simpaticomiméticos) = atividade simpática exacerbada (FC aumenta, vasoconstrição). - Por isso a ketamina não é indicada em animais debilitados com o tônus simpático deteriorado → animal vai a óbito. Porque a ketamina gera o efeito dissociativo? (animal dorme): 1. Neurotransmissor glutamato (excitatório) vai até o seu sítio de ligação (com receptor NMDA) no terminal pré-sináptico (para que ele se ligue no terminal pós-sináptico); 2. Assim que o glutamato se liga no sítio, há influxo de cálcio (Ca) e sódio (Na) para dentro da célula e efluxo de potássio (K) para fora; 3. Esse influxo de Ca e Na e efluxo de K causa um potencial de ação que permite transmitir a informação excitatória ao córtex (ocorrea contínua despolarização e repolarização da membrana dos neurônios); 4. Entretanto, a ketamina impede que o glutamato se ligue ao receptor NMDA de maneira não competitiva, pois a ketamina se liga ao NMDA em um sítio bem no meio da fenda pós- sináptica, enquanto o glutamato se liga em um sítio na extremidade do NMDA 5. Quanto a ketamina se liga ao receptor NMDA, ela impede o influxo de Ca e Na e efluxo de K, o que impede o potencial de ação e consequentemente, que a informação chegue ao córtex; 6. Porém, os receptores AMPA (também excitatório) não são antagonizados, e são eles que levam a informação ao sistema límbico (por isso humanos relatam transe/sonho); ASSOCIAÇÕES Relaxantes musculares (BZD) Os Benzodiazepínicos como midazolam e diazepam; Efeitos: • Relaxamento tônico = diminui tremores e espasticidade por estimulação dos receptores nicotínicos; • Diminuem atividade cerebral = pois são gabaergicos (parassimpático, estimulam GABA no SNC) = causam muita salivação; • Atropina (anticolinérgico) não pode ser usada para diminuir a salivação pois resulta em uma saliva mais grossa; • - No caso de bovinos, eles têm muita sialorreia (salivação), mas isso pode ser resolvido ao colocar um colchão embaixo do pescoço para mudar a posição da cabeça e evitar que ele broncoaspire (com acúmulo de saliva nas aritenoides). • Por serem analgésicos somáticos, precisam de complemento de analgesia com alfa-2 e/ou opioides -> que resultam em analgesia visceral • Parassimpaticomiméticos: inibem o aumento da FC, atividade cerebral causada nas áreas límbicas • Efeito anti-inflamatório Efeitos esperados • Doses altas = anestesia dissociativa; - Uma dose alta depende da via e da espécie; - Em cães e gatos: - Pela via IM: doses altas vão de 6 a 15 mg/kg; - Em IV: 2 a 5 mg/kg. - Em equinos: - IV: 2 a 2,2 mg/kg → atua como anestésico e é considerada uma dose alta; - Não é utilizada a via IM em equinos. - Utiliza-se uma dose menor de ketamina por causa da taxa metabólica lenta dos equinos • Ação analgésica somática: caso seja feita uma dose menor que a necessária; 14 • Efeito anti-hiperalgésico: hiperalgesia é a sensibilidade a dor (até estímulo normal é doloroso), então a ketamina tira esse estímulo de dor exacerbado; • Proteção de drive respiratório: a ketamina, ao contrário de outros fármacos (como propofol) que causam depressão respiratória -> logo, é melhor em situações emergenciais (onde não tem os aparelhos adequados para realizar intubação); • Liberação de catecolaminas; • Efeitos anti-inflamatório. Efeitos adversos o Espasticidade tônica; o Tremores; o Estimulação do SNC; + Delírio; o Aumento das secreções; o Salivação; o Nistagmo: movimentos involuntários dos olhos. No caso dos aparecimentos desses efeitos, utiliza-se um benzodiazepínico e/ou agonistas 2-alfa; Em doses analgésicas de ketamina, não é necessário a associação. Agentes dissociativos Dextrocetamina: • É a ketamina dos humanos; • Na veterinária usa ketamina hansênica, enquanto humanos usam ketamina com isômero mais puro (é 30 a 50% mais potente); • Age muito bem em animais silvestres; • Assim, se um dia houver somente a dextrocetamina, deve ser feita metade da dose da ketamina normal. Ketamina agener (10%): • Mais comum e mais utilizado; • Faz o equino cair em 30 segundos. Tiletamina/telazol (20%): • É diferente da ketamina, pois já vem diluída com zolazepan (benzodiazepínico, como diazepam) e é mais concentrada (20%); • Usado em dardo de anestesia quando é necessário manipular um animal grande e selvagem, como uma onça. • Não é de uso rotineiro na clínica (antigamente era muito mais comum). Farmacologia Ketamina Tiletamina Ph solução 3,5 2,8 Período de latência IV: 0,5 min IM: 5 min IV: 0,5 min IM: 2-3 min Duração de ação IV: 10 min IM: 30-40 min IV: 10-15 min IM: 60 min Considerações: KETAMINA x TILETAMINA - Ph de ambos os fármacos são ácidos, então na administração intramuscular causa ardência, logo o animal fica assustado - Latência = tiletamina tem efeito mais rápido, e quanto mais rápido seda, melhor. - Duração = tiletamina dura um pouco mais. Efeitos farmacológicos: No sistema nervoso central: Causa aumento de fluxo sanguíneo cerebral em doses dissociativas/anestésicas, a ketamina aumenta a pressão intracraniana (PIC) e pressão liquórica. Logo a ketamina é contra indicada para pacientes com: ➔ Traumatismo craniano, pois aumenta PIC ➔ Neoplasias no SNC, pois também aumenta a PIC ➔ Pacientes epiléticos, a ketamina diminui o limiar convulsivo, deixando muito mais fácil para que o paciente epilético tenha convulsão. Mas ainda pode ser usada em dose analgésica para manter o paciente sedado sem aumento da PIC → isso é possível pois a ketamina tem efeito dose-dependente. Ex: se tem um paciente com histórico de convulsão e o veterinário não quer usar ketamina nem como analgésico, não tem problema, mas em dose analgésica a ketamina pode ser usada. No sistema cardiovascular: Causa efeitos simpaticomiméticos em pacientes saudáveis: ➔ Aumento de FC, PA e DC, por causa da inibição da recaptação das catecolaminas No sistema respiratório: Manutenção do drive respiratório/oxigenação: ➔ Efeitos depressores dose-dependente, o que diminui a FR, VT e aumenta a PaCO2 Cenários inadequados (pouca infraestrutura): ➔ Como na castração da prefeitura, onde é feita anestesia com ketamina e xilazina IM, animal não é entubado e cirurgia corre bem; 15 ➔ É interessante usar anestesia dissociativa em equinos a campo, pois não há necessidade de monitorar o drive respiratório (animal dorme por até 90 minutos). ➔ Pode ser usada como MPA em animal bravo; ➔ Pode ser usada associada com dexmedetomidina no pós-op de cão agitado = animal tem sono fisiológico com manutenção de drive respiratório. Associada a outros fármacos: • Hipertonia muscular → para evitar, deve ser feito relaxante muscular; • Recuperação/indução violenta se não bem associada → deve ser feito um benzodiazepínico, que é um relaxante muscular e gabaérgico (ajuda na liberação de substâncias inibitórias do SNC); • Convulsão → deve ser feito midazolam, diazepam; Analgesia incompleta -> pois é apenas somática e não visceral. É CONTRA INDICADO EM PACIENTES ACIMA DE ASA III, POIS É EXCRETADO PELOS RINS E METABOLZIADO PELO FIGADO. USO CLÍNICO Contenção química - IM → deve ser feito via IM caso o animal seja agressivo, e em doses maiores; - Selvagens/indóceis: devem ser feito uma anestesia dissociativa em animais selvagens (Ex: onça, macaco, ave), pois somente a neuroleptoanalgesia seria muita fraca. Indução anestésica • IV: doses anestésicas (altas), porém menores do que quando administrada via IM; • Pacientes saudáveis -> não usar em paciente com comorbidades; • Indução menos suave quando comparada ao propofol - Ex: foi feito um projeto de castração, onde todo os animais foram pré-anestesiados com ketamina dexmedetomidina + opioide, um grupo foi induzido com ketamina + diazepam e o outro grupo somente com propofol. Manutenção anestésica • Ketamina pode ser utilizada em infusão contínua (IC) em doses anestésicas (dose alta) ou analgésicas (dose baixa); • Pode ser feita a anestesia em bolus, e depois de 15 minutos, quando o animal começar a acordar, administra-se mais 1/3 ou 1/2 da dose de indicação - Por isso pode ser utilizada em procedimentos ambulatoriais; - Apesar disso, é mais indicado realizar a ketamina em infusão contínua junto com diazepam (pois é mais seguro e tem menos chances de deprimir o paciente, pois em bolus o anestesista pode "errar a mão”).Analgesia • Doses menores: via IV, IM, SC, peridural; • Dor crônica: ketamina pode ser utilizada em analgesia multimodal, o que é interessante para dor crônica; • Analgesia transoperatória em IC (infusão contínua). Co-indução Muito utilizado na rotina; • Doses analgésicas: 1 mg/kg de ketamina para a co- indução, pois faz com que ela: - Reduz agente indutor; - Obtenha efeito simpatomimético → Ex: animal induzido com propofol pode ter queda de FC, vasodilatação → a ketamina tem efeito simpatomimético e reduz efeitos do agente indutor (propofol). Contraindicações • Filhotes; • Idosos; • Animais com comorbidade: nefropata, sepse, cardiopata (causa arritmia), problemas respiratórios; - Desidratado/hipovolêmico/hipotenso: tem menos volume sistólico -> se aumentar FC, diminui tempo de diástole para o coração se preencher -> hipóxia do miocárdio (aumenta o consumo de oxigênio do miocárdio); • Exceção: equinos -> podem estar com cólica, choque endotóxico/sepse, mas não há outra opção além da ketamina, pois (por exemplo): - Propofol: é muito caro e é necessária uma dose absurda; - Tiopental: deixa o animal muito deprimido. 16 AULA 14/03/2022 INTRODUÇÃO Década 60 → cetamina nos humanos Década 70 → metomidato – suínos e equinos ➔ Etomidato – cardiopatas. Hemodinamicamente é o mais seguro. No momento da indução não muda nada, sem vasodilatação, sem alteração da pressão, estabilidade cardiopulmonar. ➔ Propofol – sintetizado. Tem seus efeitos adversos, é a escolha mais segura e mais sensata. - Glen 1980 → propofol em coelhos, gatos, porcos e macacos São os calmantes do SNC. CLASSIFICAÇÃO TIOBARBITÚRICOS ➔ Tiamilal ➔ Tiopental = não é tão usado na rotina, é usado mais para eutanásia. ** não faz IM. OXIBARBITÚRICOS ➔ Metohexital ➔ Pentobarbital ➔ Fenobarbital = não é usado como anestésico, mas sim como anticonvulsivo → pois demora muito para fazer efeito e não tem grau de relaxamento necessário. ➔ Barbital PROPRIEDADES - Ácido malônico + ureia; - 40% forma ionizada (ligado a outro componente, não tem o efeito desejado). - 60% forma não ionizada (ativa), tem efeito desejado; - pH: 10 (alcalino) CARACTERISTICAS - Podem causar flebite e necrose tecidual caso sejam administradas fora da veia (Ex: tiopental causa ferida grave na pele). - Tiopental tem ação ultra curta → começa a ter efeito em 15 a 30 segundos; FARMACOCINÉTICA Altamente lipossolúvel para conseguir chegar no sitio efetor. Classificação Agente Latência Duração Longa Fenobarbital 12 min 6-12 horas Curta Pentobarbital 30-60 seg 60-120 min Ultracurta Tiopental 15-30 seg 10-20 min Ultracurta Tiamilal 15-30 seg 10-20 min Ultracurta Meto-hexital 15-30 seg 5-10 min ** revisar permeabilidade sanguínea ➔ Pressão hidrostática Sobre o tiopental: - Alta lipossolubilidade (72-86%) ➔ É uma característica boa ➔ Fácil difusão nos tecidos (chega muito rápido no cérebro e tecidos) - Tem efeito acumulatório (ruim): ➔ Causa retardo na recuperação - Acidose: ➔ Acidose aumenta a forma não ionizadas (forma que causa efeito clinico) → por isso em paciente doente, barbitúricos devem ser feitos em dose MENOR. ➔ Lembrando que acidose pode ser causada por jejum prolongado ou qualquer doença → todas desenvolvem acidose metabólica/respiratória. Grau de ligação proteica no sangue: Quando o barbitúrico é feito na veia, uma grande porção dele se liga as proteínas do sangue (albumina, globulina) ➔ Varia com o agente ➔ Depende do pH arterial; - Quanto menor o pH arterial (+ácido), menor a ligação que o fármaco tem com as esterases plasmáticas ➔ aumento de barbitúrico ativo (não ionizado). ➔ Em caso de hipoalbuminemia, acidose, uremia → devem ser feitas doses menores de barbitúricos, pois aumentam a disponibilidade do barbitúrico no SNC; - Se não diminuir a dose, pode aumentar os efeitos adversos do fármaco. 17 CIRCULAÇÃO Sulfonamidas e AINES → diminuem dose do tiopental, pois essas substancias também se ligam as proteínas plasmáticas (competição por sitio de ligação) = aumentam a disponibilidade do barbitúrico com uma dose menor dele. METABOLISMO E ELIMINAÇÃO O metabolismo dos barbitúricos é basicamente hepático e a eliminação é renal; - Sistema microssomal hepático → dessulfuração e oxidação (faz o fígado trabalhar mais, diferente de hidrólise); ➔ Não utilizar tiopental em animal homeopata (fígado insuficiente impede bom metabolismo) e neonato/filhote (fígado ainda sem todas as enzimas necessárias). - ½ vida de eliminação = demora 5-12 horas (tiopental) →eliminação é muito demorada, por isso esse fármaco é totalmente contraindicado. - Como a eliminação é renal, tomar cuidado com gatos obstruídos. Distribuição do tiopental após injeção intravenosa: A injeção do tiopental no sangue chega nas vísceras ricas em gordura (cérebro, basicamente feito de gordura), com 4 minutos começa a chegar nos músculos. Tem um efeito miorrelaxante. Na gordura 128 minutos após a concentração, o animal fica prostrado e lento por muito tempo. Após realizar a dose, atinge: ➔ Circulação sanguínea ➔ Vísceras ricas (mais perfundidas, como o cérebro) ➔ Musculatura (também é bem perfundido) ➔ No final, ele vai para a gordura, onde ele se deposita (contraindicado para pacientes obesos) FARMACODINÂMICA Ele age potencializando o gaba, que é o principal neurotransmissor inibitório → ocorre ação gabaérgica: ➔ Diminuição da contração muscular ao reduzir condução de íons de K, Na e Ca. Ocorre a redução da ligação e seletividade da Ach (acetilcolina, que é um neurotransmissor que faz a contração muscular); ➔ Facilita ações sinápticas de GABA pela potencialização dos receptores pós-sinápticos (causa abertura dos canais de cloro); ➔ Diminui atividade neuronal através da hiperpolarização dentro da célula (que é causa pela abertura dos canais de cloro) → isso impede a despolarização (potencial de ação) e consequentemente a transmissão da informação. MECANISMO DE AÇÃO Diminui * a ligação e seletividade da acetilcolina na membrana pós sináptica → impede a contração muscular = promove relaxamento muscular. EFEITOS DO EXCESSO DE GABA No SNC: • Depressão irregular (sai da sedação → coma) - Não é tão controlado e seguro como o propofol, o animal pode mudar de plano muito rapidamente; • Excitação e delírio - Ocorre quando é feito sem MPA ou quando é feito de uma forma lenta (para ter menos efeito cardiovascular) - MPA deve ser bem feita para não precisar usar dose alta do tiopental e poder fazer ele rápido (sem fazer depressão cardiovascular); • Potente anticonvulsivante → barbitúricos são muito mais potentes que Midazolam e fenobarbital • Diminuição da pressão intracraniana e centro termorregulador: - Em um animal com traumatismo craniano, o tiopental diminui a pressão. No Sistema Cardiovascular: Efeitos iguais aos do propofol. • Depressão dose dependente = por isso deve ser feita uma boa MPA para evitar doses altas e efeitos adversos. • Vasomotor e miocárdio: 18 - Faz taquicardia reflexa à vasodilatação → ocorre pois o coração tenta compensar o vaso que está maior (mas não adianta, animal fica hipotenso do mesmo jeito); - Assim como ocorre a bradicardia reflexa à vasoconstrição; - Aumento de FC (e queda do DC) de forma compensatória → coração consome mais O2 → maior chance de arritmia. • Diminui força de contração, pressão arterial e PVC (pressão venosa central) = inotropismo negativo • Bloqueio vagal = o nervo vago é parassimpático, então seu bloqueio causa a taquicardia transitória; • Sensibilização ascatecolaminas: - Ex: se o paciente não teve analgesia bem feita e tem excesso de catecolamina por dor → pode resultar em arritmias. • Arritmias agravadas com o uso de xilazina, halotano e adrenalina. Exemplos: Imagem = ritmo sinusal normal Imagem = taquicardia ventricular com 3 VPC - VPC: contração ventricular prematura; - 3 eventos de VPC: taquiarritmia paroxístico. Imagem = fibrilação ventricular (ataque cardíaco paroxístico), muito grave e paciente muito provavelmente morreu; - Acontece em animais em sepse, cardiopata; - Extremamente raro animal entrar em fibrilação ventricular e voltar a normalidade. No Sistema Respiratório: • Depressão dose dependente → diferente de outros fármacos, o animal deve ser entubado; • Depressão centro bulbar; • Diminuição de sensibilidade hipóxia e hipercapnia → sistema não compensa se o animal parar de respirar; - Nós respiramos por causa da concentração de CO2 (Ex: em atividade física, animal respira mais pois houve aumento de PCO2, e não uma diminuição de PO2). • Diminuição Vm e f; • Apneia: hipercapnia (+ concentração de CO2) não tem resposta por causa da depressão do bulbo respiratório (não tem estimulo para voltar a respirar). No TGI: Diminuição da motilidade. Equinos não é recomendado. - Quando induz o equino, usa a ketamina mais o diazepam. - Em caso que tenha somente o tiopental, pode ser usado. No Sistema Urinário: • Hipotensão e vasoconstrição renal = diminui o fluxo sanguíneo → diminui filtração, volume e secreção de ADH. VIDEO INDUÇÃO ANESTESICA E INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM CÃO AULA 21/03/2022 Útero: Depressão fetal Temperatura: Vasodilatação – perde temperatura Baixa produção Olhos: Baixa PIO – pressão intraocular USO CLINICO DOS BARBITURICOS Tiopental ➔ indução anestesia ➔ procedimentos de curta duração (10-15 min) pentobarbital ➔ agente anestésico único ➔ não é usado em grandes animai s ➔ risco de depressão respiratória ➔ retorno da anestesia tempestuoso ➔ procedimentos experimentais em animais de laboratório 19 ➔ não se usa na rotina ➔ a maioria não retorna da anestesia CONTRA-INDICAÇÕES ➔ doenças cardíacas, renais e hepáticas (o paciente não conjuga albumina, hipoalbuminemia, tem uma fração maior no SNC) ➔ gestantes – diminui a chegada de sangue no feto. ETOMIDATO ➔ sintetizado em 1964 ➔ pratica clínica em 1972 ➔ não produz efeito analgésico ➔ potente agente hipnótico EFEITOS ADVERSOS ➔ dor no local da aplicação – dá pra fazer lidocaína junto (anestésico local). ➔ tromboflebite - mesmo na veia causa tromboflebite. ➔ quando induz causa mioclonias, que é uma contração breve, em onda, de um ou grupo de músculos. ➔ náuseas e vômitos = podem ocorrer mesmo em jejum. - O paciente cardiopata, induz com Etomidato e começa tem ânsia de vomito (estresse físico no animal) Farmacocinética Possui uma hemodinâmica perfeita, mas a indução dele é ruim. ➔ Deve ser associado com benzodiazepínico para sedar melhor ➔ ultra curta duração – age muito rápido aproximadamente 13 segundos no SNC. ➔ não cumulativo – não acumula na gordura ➔ altamente lipossolúvel ➔ ligação de proteínas plasmáticas 65-75% - hipoanelminemia – deve receber doses menores ➔ hemólise (propilenoglicol) – pode causar anemia hemolítica – alteração na osmolaridade e ruptura das hemácias. ➔ Sua excreção = 87% pela urina e 13% pela bile. ➔ Metabolizado por esterases e hepática – Não depende só do fígado para ser metabolizado, então pode ser usado em hepatopatas. ➔ Causa supressão adrenocortical - Cortical da adrenal produz cortisol, catecolaminas, epinefrina, noradrenalina e dopamina (são os sinalizadores simpáticos do SNC). No pós operatório não libera mais cortisol e catecolaminas, por causa da supressão adrenocortisol. - Em uma dose única, não causa esse efeito. MECANISMO DE AÇÃO Não ecludado por completo ➔ Potencializa os efeitos gaba – prologando o tempo de abertura dos canais de cloro. Aumenta a probabilidade da abertura desses canais. ➔ Potencializa o n° de receptores GABA disponíveis: Deslocando os inibidores endógenos da ligação com este neurotransmissor. No SNC: ➔ Inibe atividades das sinapses espinhais e supre- espinhais pela potencialização do GABA; ➔ Baixo fluxo dg cerebral, PIC e consumo de o2 ➔ Não induz a hipertermia maligna ➔ Pode ser utilizado em neurocirurgias (efeito protetor) ➔ Possui propriedades anticonvulsivantes. Mas não é indicado. No sistema Cardiovascular: Muito usado pelo efeito cardiovascular em pacientes ASA 3 e 4. ➔ Discreto aumento de FC, VS (volume sistólico) e DC. Ou seja, melhora hemodinâmica do paciente. No sistema Respiratório: ➔ Apneia transitória – último passo da depressão respiratória ➔ Não há depressão respiratória. Uso clínico: Curta duração = 10-15 minutos. 20 Indução anestesia geral em pacientes traumatizados, doenças miocárdicas graves, instabilidade cardiovascular, cirrose, lesões intracranianas e cesáreas. Contra indicações: • Cesáreas = exceto quando a gestante está em alguma classificação citada acima. PROPOFOL É um anestésico muito bom. ➔ Liquido hidrófobo em temperatura ambientes ➔ Formulado em solução aquosa 1% 10% oléo de soja, 1,2% de fosfolipídios de ovo purificado, 2,25% de glicerol e lectina de ovo ➔ Não possui conservantes Farmacodinâmica ➔ 98% SE LIGA AS ESTERASES PLASMATICAS Por isso que a dose vai de 0,5 a 12mg – albumina alta, o propofol se liga nas albuminas e a absorção para fazer a anestesia ➔ Biotransformação por conjugação ➔ Depuração e distribuição rápidas ➔ Recuperação rápida ➔ Metabolização hepática e extra-hepática (plasmática e pulmonar) – é conjugado no fígado, não deixa de utilizar se for hepatopata, a não ser que seja transplante de fígado. ➔ Tem excreção renal ➔ Recuperação mais prolongado em gatos, porque tem deficiência em conjugar os fenóis. ➔ Não possui efeito acumulativo ➔ Tem literatura que diz que o paciente pode ter diarreia, que pode ter efeito gastrointestinais ruins, pode se tornar toxico para os felinos por causa da sua dificuldade de metabolização ➔ Efeitos colaterais observados em 15% dos pacientes (pedalagem, espirros e êmese). Mecanismo de ação Semelhante aos barbitúricos e benzodiazepínicos, agem aumentado a correte de cloro e facilitando a ação gabaérgica. ➔ Anestésico de curta duração ➔ Pode ser administrado em uma aplicação única, injeção continua ou doses repetidas → sem despertar tardio ➔ Indução e recuperação satisfatória (sem excitação) ➔ Dor a injeção ➔ Pouco analgésico ➔ Relaxamento muscular moderado No SNC: Baixo PIC, PERFUSÃO e metabolismo cerebral No sistema Cardiovascular: ➔ Baixa PA, FC, DC ➔ Inotropismo negativo ➔ Não é arritmogênico (potencializa os efeitos arritmogênico da adrenalina) No sistema Respiratório: ➔ Faz apneia ➔ Baixo fm e F = expele menos CO2 ➔ Alta PaCO2 No sistema Digestório: Diminui a contração do esfíncter esofágico posterior Outros efeitos: • Atravessa barreira placentária, apesar disso, ele deve ser usado como relaxante e não como anestésico em cesáreas e até em parto normal; Ex: em cesárea Pode ser feito dexmedetomidina e remifentanil, não aumenta a taxa de óbito de neonato. O que aumenta a taxa de óbito é a dor, depressão e rejeição do filhote. • Depressão fetal dose-dependente • Efeitos colaterais mínimos na função hepática e renal EFEITOS ADVERSOS • Dor na aplicação • Hipotermia – inibe a termorregulação central • Pode induzir lesões oxidativa nas hemácias de felinos – administraçõesrepetidas USO CLINICO • Bons resultados para cirurgias de cesarianas em cadelas – mínima depressão fetal • Procedimentos de curta duração – Orquiectomia, limpeza otológica, biopsias, suturas e pequenas lacerações) 21 • Indução anestésica para anestesia inalatória AULA 28/03/2022 DERIVADOS DA FENICICLINA: CETAMINA Também é um anestésico intravenoso/injetável: - Pode ser anestésica dissociativo ou analgésica em doses menores - É a única dose anestésica intravenosa que tem potencial analgésico. ➔ Ph 3,5 → irritante ➔ Cetamina racêmica ➔ Cetamina S(+) - 3x mais potente - 2 - 4x mais potente como analgésico ➔ Rápido início de ação (IM/IV) – lipossolubilidade. No SNC: Aumenta o consumo de oxigênio, fluxo cerebral, PIC ➔ Evitar em animais epilépticos Cardiovascular: ➔ Tem uma estimulação generalizada, pode aumentar a atividade simpática, mas nem sempre é benéfico ➔ Aumento do fluxo coronariano pode ser insuficiente para atender ao aumento da demanda de oxigênio pelo miocárdio Respiratório: ➔ Respiração apneutica = respira fundo e depois 20 segundos sem respirar. Tiletamina + Zolazepan Mecanismo de ação no cardiovascular ➔ Estimulação ➔ Alteração bifásica PA ➔ CHOCADOS/DEBILITADOS = depressão • Ampla administração de segurança • Administração por outras vias – além da IV • Animais domésticos e selvagens • Tipo de anestesia diferente dos demais • Não perda dos reflexos protetores • Olhos abertos • Midríase • Não há relaxamento muscular • Sialorreia – felinos e ruminantes AULA 04/04/2022 Os estágios e planos anestésicos são um conjunto de sinais associados a parâmetros fisiológicos, que tem como objetivo caracterizar a profundidade anestésica. Estes estágios e planos foram desenvolvidos por Guedel em 1937. E são válidos somente para anestesias que promovem hipnose. Alguns fatores determinam se é possível ou não avaliar os estágios e planos anestésicos, como: • A espécie animal = os sinais e parâmetros são diferentes para cada espécie • Os fármacos utilizados = dependendo do fármaco não se consegue avaliar, como em uma anestesia dissociativa, que não é possível avaliar os estágios e planos anestésicos • O estado fisiológico do paciente • O tipo de intervenção cirúrgica = como em cirurgias oftálmicas e de crânio, não se consegue avaliar os estágios e planos. PRINCIPAIS PARAMETROS: ➔ Oculopalpebrais (pálpebra, corneal e pupilar). ➔ Reflexo interdigital e digital * ➔ Reflexo laringotraqueal * • Existe o reflexo dos dois entre os caninos ➔ Reflexo anal – avalia no equino, pega uma gase e dá uma beliscada ➔ Alterações cardiopulmonares Estes reflexos são fisiológicos, de proteção. Os reflexos interdigital, digital, palpebral e laringotraqueal, podem ser perdidos dependendo do estágio e plano anestésico em que o animal se encontrar. Já os outros reflexos, podem estar diminuídos ou aumentados, mas não são perdidos. ESTAGIOS ANESTESICOS ➔ Estagio 1 – alerta a perda de consciência ➔ Estagio 2 – excitação e delírio ➔ Estagio 3 – anestesia cirúrgica 1° plano 2° plano 3° plano 4° plano ➔ Estagio 5 - Choque bulbar e morte 22 ESTÁGIO 1 Início da hipnose com nocicepção ao estimulo Liberação de adrenalina, ocorrendo taquicardia e midríase – o animal fica agitado. Em equinos seda muito bem para não lidar com essas agitações. Possíveis episódios de salivação, micção e defecção Respiração irregular Paciente indócil ou não cooperativo ao procedimento Desorientação Ao final do estágio 1 o animal apresenta-se com progressiva ataxia, perda da habilidade locomotora e assume decúbito lateral ESTÁGIO 2 Delírio e alucinações Reação exacerbada aos estímulos externos Incoordenação e hiperreflexia Hiperalgesia Defecção ESTÁGIO 3 – 1° PLANO Começo de hipnose Reflexos interdigitais e laringotraqueal discretos Reflexos palpebrais e corneal presentes Bulbo ocular discretamente rotacionado Miose com resposta ao estimulo luminoso Início de projeção de 3° pálpebra em pequenos animais Presença de nistagmo em equinos Salivação presente Normopneia, com ritmo toraco abdominal Estabilização hemodinâmica Tônus muscular reduzido ESTÁGIO 3 – 2° PLANO Reflexo laringotraqueal ausente – discreto em felinos Reflexos interdigital ausente Reflexos palpebral ausente ou discreto Reflexo corneal presente Bulbo ocular rotacionado. Equinos e felinos midrializado Miose puntiforme Depressão hemodinâmica discreta Respiração toraco-abdominal, profunda e rítmica Miorrelaxamento Ausência de salivação – exceto em ruminantes ESTÁGIO 3 – 3° PLANO Início de midríase, com reflexo corneal reduzido/ausente Todos os demais reflexos estão ausentes Tendencias a centralização de bulbo ocular Respiração abdominotorácica superficial à apneia Ritmo apneustico (inspiração curta e silencio abdominal) Depressão hemodinâmica moderada Diminuição de secreções Miorrelaxamento total ESTÁGIO 3 – 4° PLANO Centralização de bulbo ocular Midríase Paralisia da musculatura abdominal e intercostal Apneia Volume minuto reduzido ou ausente Acidose respiratória acentuada Cianose por hiperventilação Depressão hemodinâmica severa ESTÁGIO 4 Intensa depressão SNC Bulbo centralizado com midríase total e arresponsiva a luz Respiração laringotraqueal – agônica Eminente parada cardíaca Anóxia cerebral após 3-5 minutos com lesões cerebrais irreversíveis Coma seguido de óbito ESTÁGIO 5 Choque bulbar e morte 23 AULA 11/04/2022 É muito importante que o médico veterinário saiba quais são os aparelhos utilizados em uma anestesia, e os circuitos anestésicos, para ser capaz de montar um circuito adequado para cada paciente e então ser capaz de anestesiar qualquer espécie. Além disso é importante reconhecer as estruturas da cavidade oral do paciente e saber prepara-lo para a anestesia, com os instrumentos corretos de intubação. APARELHOS ANESTESICOS O aparelho de anestesia é o equipamento destinado à administração de gases ou anestésicos junto com oxigênio ao paciente, por meio de respiração espontânea controlada, manual ou mecânica. Respiração espontânea: o paciente que determina a frequência e o volume de cada movimento respiratório, ou seja, o paciente respira normalmente com o aparelho. Respiração controlada ou mecânica: o aparelho que controla a frequência e o volume de oxigênio de cada movimento respiratório. Respiração manual: é necessário a presença de uma pessoa, para comprimir o balão de reinalação ou AMBU. Esta é necessária para propiciar um ritmo respiratório ao paciente que esteja com dificuldade respiratória. ACESSÓRIOS Cilindros: Contem os gases diluentes, que serão administrados ao paciente. Os cilindros são codificados pela cor: ➔ Cilindro verde – contem oxigênio ➔ Cilindro azul escuro – contem óxido nitroso ➔ Cilindro amarelo – contem ar comprimido Válvulas redutoras: Reduzem a pressão do gás que sai do cilindro e vai para o aparelho. É necessário reduzir a pressão do gás, pois pode estourar alguma mangueira do aparelho. Chicote: É uma extensão que conduz o gás diluente que sai do cilindro para o aparelho. O chicote tem a mesma cor do cilindro correspondente à ele. Fluxomêtro: Medem e indicam a quantidade do fluxo de oxigênio que está indo para o paciente. O Fluxomêtro mede em litros/minutos. Vaporizador: É o equipamento que transforma o liquido anestésico em seu vapor, e controla a quantidade desse vapor que é administrado ao paciente.Existe 2 tipos de vaporizadores: Vaporizador universal: neste pode ser utilizado qualquer agente anestésico, menos o desofluorano. ➔ não sabe o quanto de o2 está mandando pro animal ➔ Em grandes animais não existe desse modelo 24 Vaporizador calibrado: existe um especifico para cada agente anestésico. ➔ controla o volume %, é a medida que pode estimar o tanto de anestesio inalatório Baraka - Aberto - Semi aberto - Fechado Válvula expiradora e inspiratória Válvula popoff Válvula de descarga é um sistema de liberação de pressão presente no aparelho. Canister O canister é um equipamento que tem função de armazenar o absorvedor (cal sodada). Alguns circuitos anestésicos possuem o canister para que o gás expiratório passe por ele, e a cal sodada absorva o gás carbônico e a umidade, para que esse gás possa ser reinalado. INSTRUMENTOS PARA INTUBAÇÃO LARINGOSCÓPIO Para a visualização da cavidade oral do paciente utiliza- se o laringoscópio. Este é um equipamento utilizado somente em pequenos animais. Em cães, o laringoscópio facilita a visualização da cavidade oral para realizar a intubação endotraqueal. Em gatos, o uso do laringoscópio para intubação é indispensável, pois esses animais podem ter laringoespasmos. O laringoscópio possui várias lâminas de tamanhos diferentes, para poder utilizar o tamanho adequado para cada paciente. Sem a utilização do laringoscópio, pode ocorrer laringoespasmos no paciente, perfuração na traqueia ou intubar no local errado, como no esôfago por exemplo. Como utilizar? Com o laringoscópio, abaixa-se a língua do paciente, e então consegue-se visualizar a epiglote, as aritenoide e as cordas vocais. O laringoscópio deve ser inserido entre as aritenoides. Qual a diferença Intubação ou entubação ? Intubar e intubação estão registrados, p. ex. no novo dicionário Aurelio da língua portuguesa, no sentido usado em medicina: Intubar = introduzir um tubo em (uma cavidade) preferir- se o prefixo in para assuntos mais científicos. SONDAS ENDOTRAQUEAIS/OROTRAQUEAIS A sonda endotraqueal é utilizada para acessar a via aérea e reduzir o risco de uma asfixia do paciente e obstrução da via aérea. A sonda possui diversa numerações (do número 2 ao 30), e cada numeração é de um tamanho diferente, para poder utilizar o tamanho adequado para cada paciente. O ideal é sempre utilizar a maior sonda que couber no paciente, para não precisar inflar muito o cuff, pois se inflar demais, vai comprimir muito a traqueia, causando isquemia e consequentemente necrose da parede traqueal. SERINGAS A seringa é utilizada pra inflar o cuff da sonda endotraqueal. O cuff deve ser inflado corretamente, para impedir que qualquer conteúdo passe para o pulmão (como um vomito), e para vedar a traqueia, ou seja, para que só o anestésico junto com o oxigênio passe para o pulmão. Balão • 0,5 • 1 • 2 • 3 25 MASCARA FACIAL Podem ser utilizadas antes da indução, para uma pré- oxigenação do paciente, quando o paciente está muito debilitado, cianótico. - Também podem ser utilizadas para indução anestésica. - Existem as mascaras especificas para a veterinária, mas no caso de animais muito pequenos ou animais muito grandes, pode-se improvisar as máscaras: ➔ para coelhos e hamsters pode-se improvisar uma mascara cortando uma seringa de 20 mL ou de 5 mL ao meio. ➔ No caso de cães muito grandes, pode-se improvisar com uma garrafa pet cortada ao meio. LANTERNA • Avaliação do reflexo pupilar LIDOCAÍNA Lidocaína gel ou spray (10%) – nunca Utilizada para a intubação em gatos. A lidocaína faz o paciente perder o reflexo laringotraqueal, para que não ocorra o laringoespasmos. A mais utilizada é a lidocaína a 2%, colocando 0,1 mL direto da epiglote. A lidocaína em gel, ou em spray a 10%, não são recomendadas , pois a lidocaína em gel provoca a formação de muco, e a lidocaína em spray provoca intoxicação em gatos. • No equino se usa vaselina. CIRCUITOS ANESTESICOS SISTEMAS RESPIRATÓRIOS AVALVULARES SEM ABSORVEDOR – BARAKA • Utilizados em anestesia pediátrica ou animais de pequeno porte • Constituídos pelos sistemas de Mapleson (A-F) • São derivados do circuito T Ayre Sistema avalvular – não reinalatorio – aberto • Ausência de cal sodada – perda de umidade e calor • Fluxo inspiratório altos (200-300 ml/kg/min), o que gera poluição ambiental • Ideais para animais pequenos (< 5kg) – menor capacidade pulmonar Por não utilizar absorvedor neste circuito, não há reinalação de gases, ou seja, o que o paciente expira, vai tudo para o ambiente, causando uma alta poluição ambiental e alto gasto anestésico. Além disso, a não reinalação de gases, faz com que o paciente mude muito rápido de plano anestésico, e perca mais umidade e calor. CIRCUITO: ➔ Cilindro de oxigênio ➔ Válvula redutora ➔ Chicote ➔ Fluxômetro ➔ Vaporizador ➔ Traqueia inspiratória/expiratória ➔ Balão reservatório Vantagens: • Baixa resistência mecânica a ventilação • Mudanças rápidas de planos anestésicos Desvantagens : • Maior perda de calor e umidade • Poluição ambiental • Consumo de o2 e anestésico – limita em animais pesados 26 SITEMA RESPIRATORIO VALVULAR – COM REINALATORIO PARCIAL OU TOTAL • Presença de válvulas direcionais • Presente de canister e cal sodada – pouca perda de calor e umidade. • Gás expirado é reaproveitado – total ou parcial • Baixo fluxo inspiratório quando comparado ao aberto • Utilizado para pacientes acima de 5 kg AULA PRÁTICA FÓRMULA: O peso é em kg A dose do fármaco é em mg/kg ou mcg/kg A concentração [ ] é em mg/ml ou mcg/ml Logo, o resultado da conta é em ml EXERCICIOS CIRCUITO: ➔ Cilindro de oxigênio ➔ Válvula redutora ➔ Chicote ➔ Fluxômetro ➔ Vaporizador ➔ Válvula inspiratória ➔ Traqueia inspiratória ➔ Pulmão, alvéolos – troca gasosa ➔ Traqueia expiratória ➔ Válvula expiratória ➔ Canister ➔ Balão reservatório ➔ Valvula de alivio – pop-off TOTAL Vantagens: • Melhor conservação do calor e umidade • Menor consumo de o2 e anestésico • Poluição ambiental nula Desvantagens: • Mudança lenta de plano anestésico • Risco de acúmulos de co2 e pressões excessivas PARCIAL Vantagens: • Conservação de calor e umidade razoável • Mudança relativamente rápida de plano anestésico • Poluição ambiental reduzida • Menor risco de hipoxia Desvantagem : Resistência mecânica a ventilação 27 CALCULO FLUIDOTERAPIA EQUIPO MACRO = 20 GOTAS EQUIPO MICRO = 60 GOTAS EXEMPLO CALCULE A TAXA DE FLUIDOTERAPIA PARA CÃO DE 10KG COM 7% DE DESIDRATAÇÃO
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