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Tcc oficial - Nildo e Arlete 2 - final

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38
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Sociais e Educação
Curso de Licenciatura Plena em Geografia
ARLETE SILVA LEITE
REINILDO CORRÊA PIRES
MODO DE VIDA RIBEIRINHO E A PRODUÇÃO DA FARINHA DE PIRACUI (ACARI), NA COMUNIDADE MENINO DEUS, RIO ANEMA/PRAINHA – PA
SANTARÉM – PA
Abril - 2020
ARLETE SILVA LEITE
REINILDO CORRÊA PIRES
MODO DE VIDA RIBEIRINHO E A PRODUÇÃO DA FARINHA DE PIRACUÍ (ACARI), NA COMUNIDADE DO RIO ANEMA MUNICÍPIO DE PRAINHA – PA
Trabalho apresentado como requisito avaliativo do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura Plena em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Benedito Ely Valente da Cruz.
SANTARÉM – PA
Abril-2020
ARLETE SILVA LEITE
REINILDO CORRÊA PIRES
MODO DE VIDA RIBEIRINHO E A PRODUÇÃO DA FARINHA DE PIRACUÍ (ACARI), NA COMUNIDADE DO RIO ANEMA MUNICÍPIO DE PRAINHA – PA
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para obtenção do grau de licenciatura plena em geografia. Universidade do Estado do Pará.
Data da aprovação: ___/___/_____
Banca Examinadora
_________________________________, orientador
Prof. Dr. Benedito Ely Valente da Cruz 
Universidade do Estado do Pará
_________________________________, avaliador
Prof. Dr. Willame de Oliveira Ribeiro
Universidade do Estado do Pará
________________________________, avaliador
Prof. Dr. Antônio de Pádua de Mesquita dos Santos Brasil
Universidade do Estado do Pará
 SANTARÉM – PA
2020
A Deus por estar sempre presente em nossas vidas e por nos ter dado saúde para que pudéssemos concluir o curso.
AGRADECIMENTOS (Arlete Silva Leite)
Começo por agradecer a Deus por, ao longo deste processo complicado e desgastante, me ter feito ver o caminho, nos momentos em que pensei em desistir.
Não posso deixar de agradecer a Universidade Estadual do Pará - UEPA por ser um espaço que privilegia o conhecimento e onde todas as ideias são bem recebidas.
Deixo também um agradecimento aos meus professores, em especial ao meu orientador professor Dr. Benedito Ely Valente da Cruz, pois sem ele este trabalho de conclusão de curso não teria sido possível.
Aos meus pais, eu devo a vida e todas as oportunidades que nela tive e que espero um dia poder lhes retribuir.
Agradeço ainda aos meus amigos e familiares que ao longo desta etapa me encorajaram e me apoiaram, fazendo com que esta fosse uma das melhores fases da minha vida.
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS (Reinildo Corrêa Pires)
Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a Deus por toda força, ânimo e coragem que me ofereceu para ter alcançado minha meta.
À Universidade Estadual do Pará - UEPA quero deixar uma palavra de gratidão por ter me recebido de braços abertos e com todas as condições que me proporcionaram dias de aprendizagem muito ricos.
Aos professores reconheço um esforço gigante com muita paciência e sabedoria. Foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais a cada semestre.
Também quero agradecer ao meu orientador professor Dr. Benedito Ely Valente da Cruz, por todo incentivo e apoio tão importante, sem sua ajuda e paciência nada disso seria possível. 
É claro que não posso esquecer da minha família e amigos, porque foram eles que me incentivaram e inspiraram através de gestos e palavras a superar todas as dificuldades.
A todas as pessoas que de uma alguma forma me ajudaram a acreditar em mim eu quero deixar um agradecimento eterno, porque sem elas não teria sido possível mais essa conquista.
 
“A geografia estuda tudo a sua volta, desde as coisas simples como um fragmento de rocha, a coisas bem mais complexas, como os diversos ciclos naturais e mudanças no comportamento humano e físico em nosso Planeta.” 
 (Lucaz Antunez)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção da farinha de Acari (piracuí) no contexto do modo de vida comunidade do Menino Deus, do rio Anema Município de Prainha-Pá. Nesta perspectiva será realizado uma pesquisa quali-quantitativa com coleta de dados primário e secundários. No desenvolvimento da pesquisa será utilizada a observação participante, como ferramenta para o levantamento de dados descrito pelos pescadores daquela comunidade com finalidade de entender o processo de produção da fabricação da farinha do acari (piracuí) na Comunidade do rio Anema Município de Prainha-Pá. A coletas de dados será feita por meio de entrevistas (questionário) com as pessoas que ali residem, a fim de nos auxiliarem com suas experiências de vida e vivenciada naquele local. Foram aplicados questionários fechados com 24 produtores de piracuí, sendo que destes produtores 8 eram do sexo feminino, 16 eram do sexo masculino sendo que 6 destes produtores eram jovens entre quinze a dezenove anos e 10 eram na faixa etária de trinta a sessenta anos. Também foi aplicado questionário a 07 atravessadores totalizando um número de 31 questionários aplicados. O resultado da pesquisa será apresentado no capítulo 2 por meio de gráficos feito no software Excel 2010 e tabelas feitas no software Word 2010, a pôs a análise dos dados da pesquisa será feita uma abordagem sobre os problemas.
Palavras chave: Farinha de piracuí, Modo de vida, processo de produção.
 
ABSTRACT
This work aims to analyze the production of flour from Acari (piracuí) in the context of the community of Menino Deus, from the river Anema Municipality of Prainha-Pá. In this perspective, a qualitative and quantitative research will be carried out with primary and secondary data collection. In the development of the research, participant observation will be used as a tool for collecting data described by fishermen in that community in order to understand the production process of the production of acari flour (piracuí) in the community of the river Anema Municipality of Prainha-Pá. Data collection will be done through interviews (questionnaire) with people who live there, in order to help us with their life experiences and lived in that place. Closed questionnaires were applied to 24 producers of piracuí, of which 8 were female, 16 were male and 6 of these producers were young between fifteen and nineteen years old and 10 were in the age group of thirty to sixty years. A questionnaire was also applied to 07 middlemen for a total of 31 questionnaires applied. The results of the research will be presented in Chapter 2 by means of graphics made in Excel 2010 software and tables made in Word 2010 software, and the analysis of the research data will be carried out to address the problems.
Keywords: Piracuí flour, Way of life, production process.
LISTA DE TABELAS 
	TABELA – 1 Tempo que trabalha na venda de piracuí ..........................
	28
	TABELA – 2 Preço pago aos produtores de piracuí................................
	28
	TABELA – 3 Mercado consumidor Externo............................................. 
	29
	TABELA – 4 Forma de armazenamento.................................................. 
	29
	TABELA – 5 Uso da retorragem..............................................................
	29
LISTA DE FIGURAS
	FIGURA 1 – Placa de boas vindas da cidade de Prainha ....................
	19
	FIGURA 2 – Igreja Católica da Comunidade Menino Deus ..................
	20
	FIGURA 3 –. Escola Municipal Idelfonso Osório de Carvalho Pires......
	21
	FIGURA 4 – Processo de captura .........................................................
	31
	FIGURA 5- Processo do corte da cabeça..............................................
	32
	FIGURA6- Descamamento................................................................. 
	33
	FIGURA 7- Após o descamamento........................................................ 
	33
	FIGURA 8- Cozimento............................................................................
	34
	FIGURA 9- Assamento........................................................................... 
	34
	FIGURA 10- Preparo do forno ...............................................................
	34
	FIGURA 11- Inicio da toragem............................................................... 
	35
	FIGURA 12- Processo final da toragem................................................. 
	35
	FIGURA 13- Empacotamento da farinha de piracuí...............................
	37
LISTA DE GRÁFICOS
	
GRÁFICO 1 – Tempo de trabalho com a produção de piracuí............... 
	
23
	GRÁFICO 2 – Com quem você aprendeu a fazer a farinha de piracuí................................................................................................. 
	
24
	GRÁFICO 3 – tempo necessário para se ter uma produção finalizada.............................................................................................. 
	
25
	GRÁFICO 4 – Mão de obra necessária para produção de farinha de piracuí................................................................................................... 
	
25
	GRÁFICO 5 – Quantidade de farinha de piracuí produzida semanalmente...................................................................................... 
	
26
	GRÁFICO 6 – Compradores da farinha de piracuí................................
	27
	GRÁFICO 7 – Higienização dos equipamentos utilizado na produção............................................................................................... 
	
27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADEPARÁ – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará
CAEM – Conselho de Alimentação Escolar Municipal
SIF – Serviço de Inspeção Federal
UFPA – Universidade Federal do Pará 
INTRODUÇÃO...................................................................................................15
1. MODO DE VIDA, FARINHA DE PIRACUÍ E IDENTIDADE TERRITORIAL...................................................................................................17
2 A PRODUÇÃO DA FARINHA DE PIRACUI NA COMUNIDADE MENINO DEUS DO RIO ANEMA: IMPORTÂNCIA, DESAFIOS, AMEAÇAS E POTENCIALIDADES.........................................................................................19
2.1 CARACTERISTICA DA COMUNIDADE MENINO DEUS.............................19
2.2 APRODUÇÃO DA FARINHA DE ACARI-BODÓ NA RIO ANEMA – ORIGEM E IMPORTÂNCIA..........................................................................................21
2.2.1 Análise e discussão de perguntas voltadas para os produtores de farinha de piracuí...................................................................................23
2.2.2 Analise e discursão da visão dos atravessadores em relação a comercialização da farinha de piracuí...........................................................28
2.3 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA FARINHA DE PIRACUÍ:..................30
2.4 MODO DE ARMAZENAMENTO...................................................................36 
 2.4.1 Esfriamento e empacotamento do produto final.................................36
2.4.2 Exportação do piracuí nos centros urbanos........................................37
2.4.3 Processo De Retorragem Do Piracuí.....................................................38
2.4.4 A Utilização Do Piracuí Na Culinária.....................................................39 
3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................40
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................42
REFERENCIAS................................................................................................43
ANEXOS..........................................................................................................44
INTRODUÇÃO 
A produção da farinha de Acari (piracuí) é uma atividade artesanal muito conhecida no oeste do estado do Pará, chegando até a demarcar a identidade territorial de alguns municípios, como é caso de Prainha, conhecida como a terra do Acari. A produção da farinha de acari é uma atividade ancestral legado pelas populações autóctones que habitavam o oeste do Pará. Com o passar do tempo, foi desenvolvido um conjunto de conhecimentos e técnicas que se materializam em saber-fazeres específicos desse território e que tem estreita relação como o modo de vida dos seus habitantes.
O acari-bodó (Hypostomus plecostomus), matéria-prima da farinha de piracuí, em função do rápido processo de decomposição da sua carne, fez com que o consumidor adquirisse o hábito de comprá-lo vivo ou frio (congelado), de acordo com o linguajar local. Essa condição implica em aumentar os custos, diminuindo sua lucratividade e tornando-o secundário na preferência dos pescadores quando comparada as demais espécies amazônicas (BRITO 1988; CASTRO, 1999). Essa foi uma das inquietações que a motivou a pesquisa e nos levou a seguinte indagação: Como a farinha de Acari-bodó (piracuí) se inscreve no modo de vida da comunidade do rio Anema Município de Prainha – PA?
A pesquisa foi desenvolvida no rio Anema, comunidade Menino Deus, Município de Prainha-Pa, por ser um local onde os seus moradores vivem principalmente da pesca do acari-bodó, peixe usado na produção da fabricação da farinha de Acari (piracuí). A comunidade é composta por 52 (cinquenta e duas) famílias e 156 pessoas, que vivem predominantemente da pesca do Acari-bodó, Curimatã, Surubim, Dourada, dentre outros. Além da pesca, a população da comunidade desenvolve também a agricultura, caça e pecuária.
A farinha de piracuí é um produto quem tem um consumo exuberante na região oeste do Pará compondo a renda de milhares de famílias, além de ser, um demarcador cultural e identitário da região. Por isso, sentiu-se necessidade de buscar a compreensão do seu processo de fabricação. Na comunidade Menino Deus a fabricação é feita apenas do acari-bodó sem mistura alguma, o que o diferencia das demais farinha de piracuí do município de Prainha.
Objetivo geral proposto neste trabalho é analisar a produção da farinha de Acari (piracuí) no contexto do modo de vida comunidade do Menino Deus, do rio Anema Município de Prainha-Pá. Como objetivos específicos destacamos: a) Explicar o modo de vida da comunidade Menino Deus do Rio Anema e a origem da produção da farinha de piracuí (Acari-bodó); b) Analisar a produção da farinha de Acari (piracuí) na comunidade Menino Deus do rio Anema: um saber-fazer, uma economia e uma identidade; C) Discutir os desafios, ameaças e potencialidades que norteiam a atividade.
Nesta perspectiva será realizado uma pesquisa quali-quantitativa com coleta de dados primário e secundários. No desenvolvimento da pesquisa será utilizada a observação participante, como ferramenta para o levantamento de dados descrito pelos pescadores daquela comunidade com finalidade de entender o processo de produção da fabricação da farinha do acari (piracuí) na Comunidade do rio Anema Município de Prainha-Pá. A coletas de dados será feita por meio de entrevistas (questionário) com as pessoas que ali residem, a fim de nos auxiliarem com suas experiências de vida e vivenciada naquele local. Foram aplicados questionários fechados com 24 produtores de piracuí, sendo que destes produtores 8 eram do sexo feminino, 16 eram do sexo masculino sendo que 6 destes produtores eram jovens entre quinze a dezenove anos e 10 eram na faixa etária de trinta a sessenta anos. Também foi aplicado questionário a 07 atravessadores totalizando um número de 31 questionários aplicados. O resultado da pesquisa será apresentado no capítulo 2 por meio de gráficos feito no software Excel 2010 e tabelas feitas no software Word 2010, a pôs a análise dos dados da pesquisa será feita uma abordagem sobre os problemas.O trabalho está dividido em cinco partes, sendo a primeira a introdução, onde se encontra as principais ideias que estruturam a pesquisa. Na segunda parte, que corresponde ao capítulo 1, fazemos uma abordagem sobre modo de vida e identidade territorial no contexto da fabricação da farinha de piracuí. No segundo capítulo, a parte empírica da pesquisa, discorremos sobre a produção de farinha de piracuí na Comunidade Menino Deus do rio Anema. A quarta parte corresponde a uma proposta de intervenção. E por fim, as considerações finais do trabalho.
1. MODO DE VIDA, FARINHA DE PIRACUÍ E IDENTIDADE TERRITORIAL
Quando se fala em população ribeirinha, remete-se logo as populações que vivem às margens dos rios, com uma economia fraca advinda da pesca rudimentar, criação de animais para completar a escassa alimentação em um período do ano (principalmente porcos, galinhas e patos) e uma pequena agricultura familiar de subsistência. A comunidade Menino Deus do Rio Anema é um exemplo que pode ser utilizado como referência, haja vista, que a maioria dos moradores são pescadores associados na Colônia dos pescadores Z – 31, e tem grande dependência dos fatores naturais (climáticos, biológicos e hidrológicos) para a sua sobrevivência e reprodução social.
Para Canto (2009) o conceito de modo de vida se aplica a estas realidades 
Genericamente o modo de vida ou gênero de vida é uma categoria de análise utilizada para designar o conjunto de ações desenvolvidas por um determinado grupo humano a fim de assegurar a sua existência. Assim, a análise da condição concreta da vida de um grupo capaz de revelar a essência dos seus fenômenos socioespaciais. Pode-se inferir que a categoria de análise modo de vida, tal qual, gênero de vida, como preferiu La Bache, tem caráter totalizante que mescla a noção de sociedade-natureza para produzir o espaço de vivencia e é uma viabilidade metodológica para estudar a dinâmica espacial das populações ribeirinhas da Amazônia ( CANTO, 2009, p.7)
Na região de ribeirinha de Prainha, na época das grandes enchentes esses povos utilizam o recurso de subir o piso das casas de palafitas com tábuas para que a água não os alcance. Por conta dos aspectos geográficos do país, é na Amazônia que está a maior parte dessa população. Além das populações nativas, somam- se a esta categoria descentes de migrantes do nordeste do país. Por residirem em um ambiente onde a força da natureza se faz presente, os ribeirinhos aprenderam a viver em um meio repleto de limitações imposta pelo rio e pela floresta.
Suas moradias são construídas utilizando-se a madeira como principal alternativa. Construída alguns metros acima do nível do rio para evitar que sejam invadidas pelas águas durante as enchentes, as palafitas ainda possuem a tecnologia do uso de tábuas para subir o piso nos períodos de cheia, outros já usam uma forma bem mais moderna, usando o macaco hidráulico, equipamento esse que possibilita subir toda sua estrutura de uma vez só.
Dessa forma, é possível afirmar que o rio possui um papel fundamental na vida dos ribeirinhos. É através dele que são estabelecidas as ligações entre as localidades com a utilização de embarcações de pequeno, médio e grande porte como o único meio de transporte. O rio é sua rua. É nele também que os ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes proporciona fonte de renda e de sobrevivência: a pesca.
Predomina nessa região uma população que vive em intensa relação com a natureza tendo seu modo de vida fortemente marcado pela sazonalidade do rio e das espécies que neles habitam. Assim, esses ribeirinhos/camponeses seguem um “trajeto” estipulado pelas águas: no período de janeiro a julho esses ribeirinhos mudam seu modo de subsistência com a cheia dos rios. Neste momento, o acari-bodó entra em escassez não tendo mais condições da fabricação do “piracuí”. Durante a cheia os ribeirinhos da comunidade do rio Anema pescam outras espécies de pescados como o camarão e o peixe branco (Curimatã e outros). Parte desse pescado abastece as “geleiras” que comercializam o produto nas cidades da região, sendo Santarém o principal polo consumidor. Já no período de julho a novembro, os pescadores retomam a pesca do Acari-bodó em grande escala e de outras atividades complementares na produção de produtos da agricultura familiar, como na produção de queijo, plantios cheiro verde, melancia e outros. Porém, nesse período a atividade predominante é a fabricação do piracuí. 
As várias comunidades que se posicionam às margens do Rio Amazonas no Município de Prainha foram formadas ao longo do século XX e tem suas origens em diversas atividades econômicas, aqui destacaremos a farinha de piracuí, levando Prainha a ser conhecida como a cidade do acari. Ver Figura 01.
Figura 01: Placa de boas-vindas à cidade Prainha.
Fonte: Leite, 2019.
Produtos e serviços com identidade cultural ou territorial, são objetos de estudos para quem pensa o desenvolvimento territorial sob uma perspectiva endógena, na qual se busca valorizar as potencialidades locais. O conceito de identidade cultural, para Fonte et al. (2006), carrega um sentido de pertencimento a um grupo social que compartilha laços culturais como costumes, valores e crenças. Para os autores, a identidade pode se expressar através de sinais materiais e imateriais, como a língua, a música, a literatura, as artes, os sítios arqueológicos, a arquitetura, a paisagem, a tradição, o folclore, a biodiversidade vegetal e animal, os produtos alimentares típicos.
2. A PRODUÇÃO DA FARINHA DE PIRACUI NA COMUNIDADE MENINO DEUS DO RIO ANEMA: IMPORTÂNCIA, DESAFIOS, AMEAÇAS E POTENCIALIDADES.
2.1 CARACTERISTICA DA COMUNIDADE MENINO DEUS.
A comunidade Menino Deus no rio Anema está localizada às margens direita do rio amazonas, na região ribeirinha do município de Prainha. Fica a uma distância de aproximadamente 15 km da sede do município e o acesso se dar por via fluvial. É uma típica comunidade ribeirinha em que o modo de vida de seus habitantes está intrinsicamente ligado a dinâmica do rio. Diversos saberes acumulados no decorrer do tempo permitem a essas populações viverem socialmente nesses espaços.
A comunidade tem mais de 70 anos, provavelmente os primeiros moradores que deram origem à Comunidade Menino Deus, foi a sra. Madalena Pires, que fez a doação do terreno para ser construída a capela, lugar para colocar a imagem do menino Deus que também era dela. Com o passar dos anos e com achegada de novas famílias houve uma desavença entre alguns membros da comunidade o que levou transferir a comunidade para a outra margem do rio Anema.
Atualmente a comunidade é formada por 52 (cinquenta e duas) famílias, com uma população de 156 pessoas. Em relação às condições socioeconômicas e culturais podemos afirmar que a maioria das famílias é de baixa renda, sobrevivendo de serviços informais como a pesca, a fabricação de farinha de piracuí e a pecuária.
Na comunidade é considerável o número de famílias atendidas por programas sociais como: Bolsa Família e seguro defeso. Faz-se importante também observar o baixo nível de escolaridade das famílias da comunidade, que apresenta um grande número de analfabetos, os quais conseguem, ainda com certa dificuldade, assinarem o próprio nome. A maioria possui apenas o Ensino Fundamental incompleto. A religião praticada pela maioria da comunidade é católica, observando-se também um considerável número de evangélicos.
Figura 02: igreja católica? 
 Fonte: Pires, 2019.
Na comunidade algumas casas possuem energia elétrica que vem de gerador próprio. Possui uma escola polo que atende o ensino infantil e fundamental, com um total de 28 alunos, sendo 13 no período da manhã e 15 pela parte da tarde, referente ao ano 2019.
 Figura 03: Escola Municipal Idelfonso Osório de Carvalho Pires 
 Fonte: Pires, 2019. 
Em síntese a fabricação da farinha de piracuí (acari) é a atividade que mais na composição da renda dos moradores e onde os pescadores da comunidade, depositamtodas suas esperanças econômicas e sua tradição cultural. No próximo tópico passaremos a discorrer essa atividade. 
2.2 APRODUÇÃO DA FARINHA DE ACARI-BODÓ NA RIO ANEMA – ORIGEM E IMPORTÂNCIA.
Em razão da farinha de piracuí ter um consumo exuberante em nossa região, sentiu-se necessidade de buscar a compreender o processo de fabricação e higienização na produção da farinha de piracuí. Sendo que também muitos produtores usam diversos tipos de peixes na fabricação da farinha de piracuí, porém na comunidade Menino Deus no rio Anema a fabricação é feita apenas do Acari-bodó sem mistura alguma, o que o diferencia das demais regiões produtoras de piracuí do município de Prainha. Para análise da pesquisa foram aplicados questionários fechados com 24 produtores de piracuí, sendo que destes produtores 8 eram do sexo feminino, 16 eram do sexo masculino sendo que 6 destes produtores eram jovens entre quinze a dezenove anos e 10 eram na faixa etária de trinta a sessenta anos. Também foi aplicado questionário a 07 atravessadores totalizando um número de 31 questionários aplicados. 
Os questionários foram entregues aos entrevistados, explicando a cada um o objetivo esclarecendo dúvidas a respeito de cada questão. Após o recolhimento do questionário foi feito o levantamento dos dados para compreender o processo de fabricação e higienização na produção da farinha de piracuí, bem como a razão pela qual levou os entrevistados a produzirem a farinha de piracuí a penas com o Acari- bodó. 
De acordo com os entrevistados, o piracuí surgiu na comunidade do Anema por conta da necessidade de conservação de alimentos, em meados de 1960 no período da safra da juta. Na época a principal fonte de renda dos moradores da comunidade Menino Deus era o cultivo de junta e os mesmos não tinham muito tempo para a pesca, por tanto, houve a necessidade de conservar o pescado para que eles se alimentassem durante o plantio da juta. O acari era o peixe que tinha em abundância e de fácil captura, (que vive na borda dos lagos, debaixo de uma cobertura vegetal, aquelas que ficam em suas margens), levando os pescadores a darem preferência para essa espécie. A pouca durabilidade após capturado “forçou” os pescadores a busca de solução para esse problema, que foi a produção de farinha de piracuí.
Segundo relato de alguns moradores após a decadência da juta nesta região, que era a principal fonte de renda desta comunidade, os mesmos ficaram sem ter de onde tirar o sustento para sua família, aperfeiçoaram a farinha de piracuí tornando-a principal atividade econômica destes moradores. Vale ressaltar que no início a produção da farinha de piracuí era feita apenas com o acari assado, somente com o passar dos anos que os produtores da farinha de piracuí aprimoraram suas técnicas de produção, passando assim, da forma de assamento para o cozimento, o que proporcionou um aumento significativo da produção uma vez que o acari assado era mais compacto e dificultava o descamamento e evitava a perda da matéria-prima. O cozimento do acari facilitou o descamamento elevando o aproveitando para 95% da matéria prima.
2.2.1 Análise e discussão de perguntas voltadas para os produtores de farinha de piracuí.
Todas as perguntas estavam relacionadas a forma de produção e higienização do processo da fabricação do piracuí e o que diferencia das demais farinha produzida nas diversas comunidade produtora do município de Prainha.
Pergunta 01: há quanto tempo você trabalha com a produção de farinha de piracuí?
Ao analisar a pergunta sobre o tempo de trabalho com a produção de farinha de piracuí. Verificou-se que a grande maioria já trabalha a mais de 10 anos na produção de piracuí, que corresponde a 40%, em quanto que uma parte considerável ou seja 35% dos entrevistados já estão nesta função a mais de 20 anos, com tudo a uma pequena parte que estão nesta profissão há mais ou menos uns 5 anos, isso seria 25% dos entrevistados. Dê acordo com a resposta dos entrevistados podemos percebe que há muito tempo vem sendo praticada esta atividade nesta comunidade, como podemos ver no gráfico abaixo. O que sempre contribuiu com a condição sócio econômica dos moradores. 
Gráfico 01 - Tempo de trabalho com a produção de farinha de piracuí.
Fonte: Pires; Leite (2020).25% 
40% 
35% 
Pergunta 02: com quem você aprendeu a fazer farinha de piracuí? 
No gráfico abaixo temos a análise da pergunta, com quem você aprendeu a fazer a farinha de piracuí. Nela observou-se que 60% responderam que aprenderam com os pais uma vez que cresceram fazendo piracuí. Os 40% restantes responderam que aprenderam a fazer a farinha de piracuí com os vizinhos.
Gráfico 02 - Com quem você aprendeu a fazer farinha de piracuí?
Fonte: Pires; Leite (2020).
Pergunta 03: Quantas horas ou dias são necessárias para se ter uma produção finalizada? 
Quando analisado as perguntas dos entrevistados podemos observar que 45% responderam que leva em média doze horas para que se tenha uma produção finalizada, enquanto que 25% quando perguntados disseram que leva no máximo oito horas para que se tenha uma produção finalizada. já 30% dos entrevistados relataram que o tempo par se concluir uma produção é de aproximadamente dez horas, dependendo do número de pessoas envolvida no processo de produção. Como mostra o gráfico abaixa 
Gráfico 03: Tempo necessário para se ter uma produção finalizada.
Fonte: Pires; Leite (2020).
Pergunta 04: Quantas pessoas são necessárias para o trabalho na produção da farinha do piracuí?
Diante da análise da pergunta sobre quantas pessoa são envolvidos no processo da produção do piracuí observou-se que 25% disseram que seis pessoas são o suficiente para trabalhar em uma produção, enquanto que 49% responderam que são necessários em média umas dez pessoas para desenvolver a atividade da fabricação do piracuí. Já 35% relataram que é importante que a equipe de trabalho seja de no mínimo oito pessoas para que se tenha uma boa produção diária. 
Gráfico 04 – Mão de obra necessárias para a produção da farinha do piracuí.
Fonte: Pires; Leite (2020).
Pergunta 05: quantos quilos de farinha de piracuí você produz semanalmente?
Segundo os entrevistados, 20% produzem entre oitenta a cem quilos de farinha de piracuí por semana, porém 35% responderam que fazem de cinquenta a oitenta e cinco quilos, enquanto que 45% afirmaram que dependendo da quantidade de acari capturado eles conseguem produzir entre noventa a cento e trinta e cinco quilos de farinha de piracuí por semana. Observe o gráfico a seguir 
Gráfico 05 – Quantidade de farinha de piracuí produzida semanalmente.
Fonte: Pires; Leite (2020).
Pergunta 06: quem são as pessoas que compram a sua produção? Qual o preço que eles pagam por quilo grama?
 De acordo com os entrevistados, 65% afirmaram que vendem para atravessadores, pelo motivo que pagam em média entre oito a quinze reais por quilo grama, no entanto, 35% relataram que vendem seu produto para os comércios locais e esses por sua vez pagam entre seis a dez reais por quilogramas. Ressalta-se que o preço da farinha de piracuí varia de acordo com a qualidade da produção. 
Gráfico 06 - Compradores da farinha de piracuí.
Fonte: Pires; Leite (2020).
Pergunta 07: como você faz a higienização dos equipamentos utilizado na fabricação da farinha de piracuí?
Com base nas respostas dos entrevistados analisamos que 40% fazem a higienização dos equipamentos utilizados somente no final da produção diária, enquanto que 35% afirmaram que higienizam os equipamentos no final de cada etapa desenvolvida, porem, 25% relataram que a higienização dos equipamentos é feita somente quando eles precisam utilizar para uma nova produção.
Gráfico 07-Higienização dos equipamentos utilizados na fabricação.
 Fonte: Pires; Leite (2020).
2.2.2 Análise e discursão da visão dos atravessadores em relação a comercialização da farinha de piracuí.
Como podemos analisar na tabela 01, 20% dos entrevistados responderam que exercem esta profissão a cinco anos, enquanto que 50% relataram que atuam como atravessadorde farinha de piracuí a dez anos, no entanto 30% responderam que realizam esta atividade amas de dez anos, e que esta atividade eles conseguiram sustentar suas famílias e até conseguiram pagar as faculdades de seus filhos. 
Tabela 01 – Tempo que trabalha na venda de piracuí.
	Perguntas
	De 3 a 5 anos (%)
	De 6 a 10 anos (%)
	A mais de 10 anos (%)
	Nº de entrevistados
	Há quanto tempo você trabalha com a compra e venda da farinha de piracuí?
	20%
	50%
	30%
	10
	Total
	100%
	10
Fonte: Pires; Leite (2020).
A tabela nº 02, mostra que quando perguntamos aos atravessadores sobre os valore de compra e venda do piracuí percebemos que 30% compram a farinha de piracuí por um valor de sete reais e vendem a um valor de vinte reais. Enquanto que 70% afirmaram comprar por um preço de oito reais e cinquenta centavos e vedem a um valor de vinte e cinco reais o quilograma, o que varia de acordo com a época do ano como por exemplo na semana santa e no período do defeso o preço sempre tende a aumentar.
Tabela 02 – preço pago aos produtores de piracuí.
	Perguntas 
	Compra de R$ 7,00 e vende de R$ 20,00 (%)
	Compra de R$ 7,00 e vende de R$ 25,00 (%)
	Nº de entrevistados 
	Quanto você paga no quilo do piracuí e por quanto você vende?
	30%
	70%
	 10
	Total
	 100%
	 10
Fonte: Pires; Leite (2020).
A tabela 03 demonstra que quanto a pergunta sobre o seu mercado de exportação analisamos que 30% exporta seu produto para Santarém, enquanto que 20% vendem seu produto para Belém, já 20% disseram vender seu produto para Manaus e 30% exporta para Macapá. Que são os maiores mercados compradores da farinha de piracuí produzida no município de Prainha.
Tabela 03 – Mercado consumidor externo.
	Perguntas 
	Santarém (%)
	Belém (%)
	Manaus (%) 
	Macapá (%) 
	Nº de entrevistados 
	Qual o seu mercado de exportação?
	30%
	20%
	20%
	30%
	10
	Total
	100%
	10
Fonte: Pires; Leite (2020).
A tabela 04 mostra que quando perguntado sobre o processo de armazenagem da farinha de piracuí 40% afirmaram que armazenam em galpão construídos de madeiras com uma boa ventilação para que não haja contaminação de mofos e fungos no produto, e 60% relataram que não fazem o processo de armazenamento, pôs vendem o produto logo após a compra.
	Perguntas 
	Armazena em galpão (%) 
	Não armazena (%) 
	Nº de entrevistados 
	Como você armazena o piracuí que você compra? 
	40%
	60%
	10
	Total
	100%
	10
Tabela 04 – Forma de armazenamento.
Fonte: Pires; Leite (2020).
Na tabela 05: a pergunta está relacionada ao processo de retorragem do piracuí sendo que 20% relataram que fazem o processo de retorragem da farinha de piracuí, enquanto que 80% disseram que não fazem o processo de retorragem do produto. 
 Tabela 05 – Uso de retorragem.
	Perguntas 
	Sim (%) 
	 Não (%)
	Nº de entrevistados 
	Você utiliza o processo de retorragem?
	20%
	80%
	10
	Total
	100%
	10
Fonte: Pires; Leite (2020).
2.3 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA FARINHA DE PIRACUÍ
A produção da farinha de piracuí corresponde a várias etapas, que vai da captura, transporte da matéria-prima, seleção primária do pescado, assamento ou cozimento da matéria-prima, descamamento, torragem e armazenamento do produto final. Essas etapas serão demostradas através do fluxograma a seguir:
Captura 
 e Transporte 
 
 E transporte 
Armazenamento 
Torragem 
 Assamento ou 
Cozimento
Seleção 
Descamamento 
Fonte: Pires; (2020).
Cada etapa da fabricação requer um conjunto de conhecimento e habilidades que são distribuídos no decorrer do tempo-espaço e que são realizados por todos os envolvidos, de forma coletiva e/ou individualizada. Para uma melhor compreensão de todo esse processo, a partir desse momento passaremos a discorrer sobre como cada etapa de fabricação é realizada.
Etapa I: Captura e transporte da matéria prima
A captura do Acari se dar através de uma rede (malhadeira), com malhas entre 45 e 50mm, que são colocadas nos rios e lagos o pescador sabe o local onde deve armar sua rede de pesca para captura do peixe acari-bodó, ou seja ele analisa a localização dos cardumes de acari no lago. Ver figura 04.
Figura 04: Processo de captura, o pescador arma sua rede de pesca.
Fonte: Leite (2019).
Os cardumes de acari na maioria das vezes são localizados em ambientes próximos às anhingas ou mesmo barrancos (vegetação aquática) que fica nas bordas dos lagos, as quais servem de alimento para este pescado, quando sua a alimentação é constituída de lodo concentrado na vegetação. O pescador utiliza seus diversos equipamentos de pescaria, neste processo de captura e transporte da matéria prima como: motor rabeta, canoa e a rede de pesca “malhadeira”. O pescador também sabe que a partir das 17h, esse é o horário propicio para armar sua rede de pesca na captura do peixe.
Sendo que esta rede vai ficar na água durante o período da noite, por saber que esse é o melhor momento para o peixe ser malhado na rede, porém, se a água estiver com o cheiro muito forte (poluída), o pescador tem que fazer a revista (retirada do peixe) da rede no meio da noite, momento este, que a maioria dos pescadores não gostam de fazer, mas se faz necessário, manter o acari vivo para garantir um produto de qualidade. 
Por ser um peixe de fácil apodrecimento da carne, quando morre na rede pode comprometer a qualidade do piracuí, que logo vai ser percebido pelos atravessadores (pessoas que compram produtos dos pequenos produtores por preços baixos e vendem para outros compradores a preços bem mais elevados), podendo até diminuir o preço do produto.
Etapa II: seleção primaria do pescado (acari-bodó).
O pescador faz a retirada da rede de pesca e dos peixes capturados, sendo que pode ser malhado diversas espécies de peixes, mas só a acari-bodó lhe interessa para a fabricação do piracuí, sendo que os demais, são utilizados para alimentação do pescador e para a venda e consumo da comunidade local 
Pode-se dizer que a retirada e a separação dos peixes, constantemente são os homens que fazem, porque neste processo podem ser encontrados vários obstáculo: que dificulta a passagem da canoa do pescador ou pescadora, bem como as tapagem formadas pelos barrancos (vegetação soltas nos igarapés), assim como as maré baixa (vazante), e em certa época do ano devido o difícil acesso aos lagos e igarapés os pescadores necessitam transportar o acari em recipiente (bacia, sacas, baldes), do local de captura até a canoa para que possa se chegar ao local de fabricação da farinha de piracuí. Neste local faz se a retirada da cabeça do acari utilizando equipamentos como: facão e um pedaço de madeira com medida de dois metros, sendo que a retirada da cabeça do peixe é feita para facilitar o processo de escarnação do mesmo. “A parte primaria do pescado (acari) utilizada na produção do piracuí, consiste na parte do meio do pescado (ventre e costas) e a parte traseira (rabo), onde está concentrada o maior volume de carne da espécie em questão”. (SANTOS, 2020, p.2).
Vale ressalta que o corte da cabeça do acari é feita nas margens do rio amazonas, lugar no ponto de vista dos pescadores adequado para esse processo, para evitar contaminação causada pelos animais e insetos como: urubus, formigas e moscas que se aproximem do local de fabricação do produto. Ver figura 05. 
Figura 05: Etapa do processo de corte da cabeça.
 Fonte: Leite (2019).
Etapa III: Assamento ou cozimento da matéria-prima.
É feito o processo de lavagem do peixe, o pescador utiliza água corrente do rio e uma “cuia” recipiente natural da Amazônia, qual é usada na higienização na lavagem do acari para retirar o excesso de sangue. Ver figuras 06 e 07.
Figura 06: Descamamento Figura 07: Após o descamamento
Fonte: Pires (2019).
Após este processo o pescado é transportado pelo pescador em sacas, bacias, paneiros e basqueta ao local de cozimento e assamento da matéria prima, onde é colocado em tambor quando o acari é cozido e em uma chapa se o mesmo for assado, com uma pá o acari é retirado do latão ou da chapa é colocadoem uma bacia, então esse processo se repete várias vezes dependendo da quantidade de acari-bodó, para facilitar a descarnação do peixe, por ter uma carapaça forte e cortante é importante que o produtor esteja de luva, assim evitando ferimentos em suas mãos, nesse desenvolvimento são necessários a utilização de madeiras retiradas das árvores secas encontradas a margem dos rios, o tempo de cozimento ou assamento varia de acordo com quantidade de madeira colocada na fabricação do fogo. Ver figuras 08 e 09.
Figura 08: Cozimento Figura 09: Assamento
Fonte: Leite (2019).
Etapa IV: Processamento da torragem no forno.
Com a massa preparada o produtor, organiza o forno (uma chapa com bordas de madeiras construída pelo produtor do piracuí), o mesmo é colocado em uma muralha fabricada de barro e agua onde o fogo e feito para aquecer a chapa e inicia-se o processo de torragem da matéria prima para que amassa não cole no forno faz-se necessário a utilização de óleo, desse modo evita o risco de queimar o piracuí, dando assim uma qualidade no seu produto final. Ver figura 10.
Figura 10: Preparando o forno
 Fonte: Fonte: Leite (2019).
O pescador utiliza nesse momento, alguns equipamentos confeccionados por ele mesmo, seu rodo de madeira ou um remo para o processo de torragem, este processo todo tem uma duração aproximada de duas ou mais horas, dependendo da quantidade de massa. 
Quando inicia esse processo de torragem é chamado de escaldamento da massa, quando está em um certo ponto de torragem do produto tem que ser temperado com sal em uma quantidade adequada para degustação do piracuí, que tenha uma maior durabilidade ao ser armazenado. Ver figura 11.
Figura 11: Início da torragem.
Fonte: Pires (2019).
É importante ressaltar que o piracuí, para ter uma boa qualidade, durante todo esse processo tem que ser temperado no ponto certo, um escaldamento adequado e a torragem final com o produto bem seco e volumoso. Figura 12.
Figura 12: Processo final da torragem
Fonte: Pires (2019).
Sendo que a fabricação do piracuí desde sua origem era feita de acari assado em moquém feito de varas de arvores e que servia de grelha, pelo fato de ser madeira com a temperatura do fogo queimava as mesmas, então havia se a necessidade de todos os dias mudar a grelha, depois de décadas os produtores tiveram a ideia de usar chapa de ferro, que usaria em toda a safra da sua produção e para o ano seguinte desde que fossem lavadas e guardadas após cada uso.
Ressaltando que, o acari cozido tem sua vantagem na hora da separação da carne, pois por estar mais maleável, facilita o desdobramento e manuseio, em detrimento ao acari assado em grelhas, onde a carapaça está mais segura entre si e com uma carne mais firme, com pouca concentração de água (Santos, 2020, p. 3). 
Diante da praticidade para se trabalhar com o acari cozido analisa se que 95% dos produtores de farinha de acari utilizam o cozimento para o preparo da matéria prima, o que possibilita o aumento da produção do piracuí fazendo com que tanto o mercado local e o regional não fiquem em falta do produto, isso faz com que o produtor garanta uma maior rentabilidade o que proporciona uma melhor qualidade de vida a seus familiares.
 
2.4 MODO DE ARMAZENAMENTO
2.4.1 Esfriamento e empacotamento do produto final
É necessário que produtor faça o processo de retirada da maioria dos ossos, dando qualidade em seu produto antes de ser embalado, e para isso utiliza se paneiros para balançar o piracuí onde as espinhas maiores ficam no paneiro e a as pequenas passam juntos com a farinha de piracuí a embalagem só devem ser feita alguns minutos após termino da torragem que é quando o produto já está em temperatura ambiente, no qual são usados pelos produtores sacos de fibra de aproximadamente 50 kg, para o armazenamento do mesmo sendo que não poderão ser utiliza sacas de plástico neste processo de empacotamento, pois a mesma pede causar problemas na armazenagem como o bolor (morfo) que pode comprometer todo o produto da embalagem fazendo assim com que o produtor possa ter perda do produto o que consequentemente afeta a sua economia. Além do cuido com o empacotamento, também é importante que se faça o armazenamento em um local adequado com temperatura ambiente para manter a durabilidade desse alimento, que vai ser comercializado e demora alguns dias ou até mesmo meses para chegar ao seu destino final que é a população consumidora deste produto. Figura 13.
Figura13: Empacotamento da farinha de piracuí.
Fonte: Leite (2019).
2.4.2 Exportação do piracuí nos centros urbanos.
Prainha por ser reconhecida como um dos maiores produtores da farinha de piracuí, tornou se nos últimos anos alvo de pesquisa, devido a sua demanda de exportação ser abrangente dentro do estado do Pará, e também para os estados vizinhos como Amazonas e Amapá, fazendo com que a Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com agencia de defesa agropecuária do estado do Pará (ADEPARÁ) desenvolvessem estudos que possibilitou a criação da Portaria Nº 3250 de 01 de setembro de 2018,”que estabelece o regulamento técnico de produção da farinha de pescado tipo piracuí e das outras providencias”. Seria muito importante o cumprimento dessa regulamentação desse produto, que sem dúvida nenhuma aumentaria consumo a nível nacional e podendo chegar sua comercialização a nível internacional.
O piracuí vendido nas férias é produzido artesanalmente por alguns ribeirinhos, que herdaram de seus pais e avos indígenas o conhecimento da técnica, sem nem um trato higiênico ou cuidado com sua sanidade, sendo, portanto, um produto com alto risco de contaminação, o que o inviabiliza para uma possível comercialização em grande escala, principalmente com o exterior. (ALMEIDA 2009, p 29)
As comunidades que conseguirem se adequar de acordo com padrões exigido, no processo de fabricação da farinha de acari “piracuí” e que obter o selo de aprovação do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F) em seu produto ou cumprir o Regulamento Técnico da ADEPARA para a produção da Farinha de Pescado Tipo Piracuí, vai ser referência nessa produção, assim se destacando das demais comunidades, tendo autorização para a comercialização em supermercados regionais e destinados ao comercio Interestadual.
2.4.3 Processo de Retorragem do Piracuí.
O processo de retorragem é uma etapa mais específica dos compradores de piracuí, que usam essa pratica, para aumentar o período de durabilidade e conservação desse produto que aumenta de três meses podendo chegar até 08 meses a durabilidade desse alimento, acrescentando alguns ingredientes como sal, pimenta do reino e algumas vezes até mesmo óleo de soja.
Essa etapa é feita pelos atravessadores (pessoas que compram produtos dos pequenos produtores por preços baixos e vendem para outros compradores a preços bem mais elevados) numa perspectiva de aumento de preço desse produto. Esse aumento esperado se dar decorrente da época em que os peixes (acari) enterram no período de defeso (fase em que as atividades de caça, coleta e pesca esportiva e comerciais ficam vetadas ou controladas. Este ciclo e estabelecido de acordo com a época em que os animais se reproduzem na natureza).
Pelo fato de que muitas vezes a demanda se torna maior que a procura, muitos comerciantes e mesmo atravessadores do produto, procuram armazenar uma grande quantidade, no sentido de esperar uma melhor época para a venda do produto, o qual é feito nas grandes cidades do oeste do Pará ou conduzido muitas vezes para outros centros urbanos, como Macapá no estado do Amapá ou Manaus no estado do amazonas; lembrando que, as grandes cidades e também as pequenas que mais recebem está produção e em todas as épocas e períodos são: Santarém ( maior volume), Monte Alegre, Porto de Moz, Belém, Almeirim, Santana e outras. (SANTOS, 2020, p, 4) 
Segundo os atravessadores esse preço estipulado por eles, para a venda desse produto pode ou não atingir suas expectativas, varia muito de ano para ano. Dizem que é um processo muito arriscado também,por que se não vender até junho ou julho esse piracuí retorrado, a partir desse momento fica complicado a venda, por conta que os volumes das águas começam a baixar e o Acari começa a aparecer em cardumes, então os produtores voltam a fabricação do piracuí.
2.4.4 A Utilização do Piracuí na Culinária. 
O piracuí sempre foi um produto muito comum na alimentação da população prainhense, porem nas últimas décadas ele vem ganhando reconhecimento tanto no estado do Pará, quanto nos estados vizinhos, podemos ressaltar que nos dias atuais a farinha de piracuí está chegando a cozinha dos restaurantes mais sofisticados da região norte do brasil tendo como preparo vários pratos como: bolinho de piracuí e uma iguaria utilizada não a penas em restaurante mas em botecos e nas casas das famílias paraense sempre acompanhado do famoso molho rose, tortas são pratos à base de farinha de trigo recheada com a farinha de piracuí, creme de leite molho de tomate e queijo mussarela, panquecas são massas fritas com óleo e recheada com a farinha de piracuí e creme de leite , e outros. Sendo que antigamente o piracuí era utilizado e consumido em forma de farofa com ovo a acompanhado de banana ou café, a mojica uma espécie de mingau preparada com farinha de mandioca, água cheiro-verde e piracuí.
O piracuí sempre fez parte da culinária dos amazônidas, inclusive como complemento alimentar, pois além de ser de fácil preparo, leva menos tempo, além de possibilitar o uso de diversos temperos complementares que dão um sabor e gosto muito característicos, permitindo assim, uma degustação do produto. (SANTOS, 2020, p. 5). 
Atualmente no município de Prainha vem sendo discutido a possibilidade de inserir o piracuí como parte da merenda escolar nas escolas da rede municipal, e com isso contribuindo de forma significativa com a economia local, mas diante desta realidade analisasse que se faz necessário uma capacitação que possa orientar os produtores da farinha de piracuí o modo correto de preparo e a higienização. Uma vez que a produção da farinha do acari, é atividade ancestral que é um legado das populações indígenas que habitavam o oeste do Pará e que foi no decorrer no tempo sendo aperfeiçoado um conjunto de conhecimentos e técnicas que se materializam em saber-fazer especifico desse território e que tem estreita relação como o modo de vida dos seus habitantes. 
3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Diante da análise feita dos relatos dos produtores de piracuí observou se que a produção de piracuí na comunidade de Menino Deus no rio Anema, por se tratar de uma produção artesanal, baseada em conhecimento empírico sem fiscalização e controle sanitário, percebe se que há necessidade da criação de projetos que possa viabilizar a melhoria da produção da farinha de piracuí, por maio de curso de capacitações como: manipulação da matéria prima (acari), modo de higienização dos materiais utilizados, entre outros cursos. De acordo com Brasil 2004 a higiene: 
São práticas de higiene que devem ser obedecidas pelos manipuladores desde a escolha e compra dos produtos a serem utilizados no preparo do alimento até a venda para o consumidor. O objetivo das Boas Práticas é evitar a ocorrência de doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados. (BRASIL, 2003, p. 06)
	Portanto podemos ressaltar que as práticas de higiene utilizados pelos produtores de farinha de piracuí da comunidade Menino Deus, precisão ser aprimorados, esse aprimoramento deve se dar através dos cursos de formação que possa orienta-los de forma correta o processo de higienização da produção e conservação do produto final. 
 	Além dos cursos de capacitação deve-se buscar meios para a criação de uma cooperativa para fortalecer a organização dos produtores e que possa beneficiar o pequeno produtor de farinha de piracuí no momento da venda, para que o mesmo não venha ter prejuízo na comercialização do seu produto, tendo em vista que os atravessadores sempre querem compra no menor valor possível. 
 Uma das maiores dificuldades é a regulamentação da cadeia produtiva do piracuí. A intenção da iniciativa é que com o processo de regulamentação, os moradores da cidade de Prainha reconhecida em todo o estado como “a cidade do acari” e maior produtora de piracuí, possa fortalecer a atividade de forma organizada e autorizada. Coma regularização conseguiremos visibilidade na produção e construiremos um novo conceito do piracuí como alimento, o que facilitará a exportação da farinha de piracuí, para os estados vizinho (Amapá, Amazonas) tendo invista que o produto possuirá o selo de qualidade com isso podendo ser aceito pelo CAEM (Conselho de Alimentação Escolar Municipal), para ser utilizado na alimentação escolar dos alunos.
Os grandes desafios para cumprir a regulamentação da produção do piracuí é a falta de apoio dos técnicos dos órgãos competente dos municípios e estado que não esclarecem para os produtores quais os danos causados pelo não cumprimento exigido pelas normas higiênico, sanitárias e boas práticas no processo de produção do piracuí e de qualquer alimento produzido de forma artesanal, é comum ouvir dos próprios produtores que não tem como montar uma estrutura física por falta de recurso financeiro para se adequar as normas. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos desafios na produção de farinha de piracuí deu para nós desenvolvermos um trabalho de forma participativa, dando oportunidade aos moradores de demostrarem os métodos utilizados por eles, valorizando suas próprias experiências. Com isso pode-se descobrir que cada produtor tem um potencial surpreendente diante dos desafios apresentados, visto que, essa pesquisa despertou um maior interesse nos produtores, deixando os motivados a buscar meios de regulamentar a produção para que eles possam conseguir expandir a sua produção. 
	O trabalho teve como finalidade examinar a produção de farinha de piracuí na comunidade Menino Deus no rio Anema no município de Prainha/Pará, com o intuito de averiguar o modo de higienização da produção da farinha de piracuí. Buscando maneiras que possam de algum modo contribuir para o desenvolvimento e valorização da produção desta comunidade. No que compete na valorização da exportação do produto para o mercado consumidor.
Portanto na análise de dados podemos perceber que a produção de farinha de piracuí na comunidade Menino Deus por se tratar de uma produção artesanal que foi passada de geração em geração, entende-se que é necessária uma inovação que possa garantir a qualidade da produção e continuar sendo referência no município de Prainha. Assim ao termino desta empreitada percebemos que a higienização e a produção da farinha de piracuí depende de cada produtor, para que se tenha uma produção de boa qualidade 
Este trabalho contribuiu de forma significativa para a nossa formação pôs através dele nós conseguimos entender como o corre o processo da produção e higienização e quais os desafios são enfrentados pelos produtores para garantirem a qualidade da farinha de piracuí, que o que diferencia das demais regiões produtoras do município de Prainha. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA (falta colocar nas normas da ABNT)
ADEPARÁ Nº 3250 DE 01 DE SETEMBRO DE 2018. O Diretor Geral da Agencia de Defesa Agropecuária do Estado do Pará – ADEPARÁ, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 22, da Lei Estadual nº 6.482, de 17 de setembro de 2003.
ALMEIDA, J.C. Avaliação Econômica da Produção de concentrado Proteico de Peixe da Amazônia (piracuí), outubro 2009.
ARANTES, MARCELO. Como surgiu o piracuí. Disponível em:<http://artigos.netsaber.com.br/resumoartigosobrecomosurgioopiracuí.> Acessado em 27/01/2020. CANTO, O. Várzeas e Varzeiros da Amazônia. Belém: MPEG, 2007, pág.7
EZPELETA, J.& ROCKWELE, E. Pesquisa Participante. São Paulo: Cortez-autores associados, 1986.
MARTINS, J.B. Observação participante: Uma abordagem metodológica para a psicologia escolar. Seminário Ciências Sociais/humana. 17(3), 266-273, 1996.
PORTAL DO AMAZONAS. Disponível em: <htt//www.portaldoamazonas.com.http//www.totalconsultas.com.br/atendimento>.Acesso em: 17/07/2019.
 SANTOS, P.S. Produção de farinha de peixe (piracuí) na região do Uruará – Camapú no município de Prainha- Pá. Disponível em: https:www;webartigos.com/index.php/artigo.Acessado em 27/01/2020; 
SANTOS, D.C. DOS. Elaboração e avaliação da estabilidade da farinha de pescado tipo “piracui” a partir do acari-bodó. Liposarcus pardalis, CASTELNAU, 1955). Dissertação de mestrado defendida na Faculdade de ciência e tecnologia de alimentos da UFPA no ano de 2008. 
SPRADLEY, J.P. Participant Observation. New York: Holt, Rinehart & Winston, INC, 1980.Geografia agraria, territorio e desenvolvimento / Marcos Aurelio Saquet, Roselí Alves dos org. III. Título. CDD 918.1918.162.
ANEXO – 01
QUESTIONÁRIO DO PRODUTOR: SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Há quanto tempo você trabalha com a produção de farinha de piracuí?
( ) A mais ou menos 5 anos 
( ) A mais de 10 anos 
( ) A mais de20 anos 
2) Com quem você aprendeu a fazer farinha de piracuí? 
( ) Com os pais 
( ) Com os vizinhos 
3) Quantas horas ou dias são necessárias para se ter uma produção finalizada?
( ) 12 horas
( ) 8 horas
( ) 10 horas 
4) Quantas pessoas são necessárias para o trabalho na produção da farinha do piracuí?
( ) 6 pessoas 
( ) 10 pessoas 
( ) 8 pessoas
5) Quantos quilos de farinha de piracuí você produz semanalmente?
( ) entre 80 e 100 quilogramas 
( ) entre 50 e 85 quilogramas
( ) entre 50 e 130 quilogramas 
6) Quem são as pessoas que compram a sua produção? Qual o preço que eles pagam por quilo grama?
( ) atravessadores 
( ) comercio local
7) Como você faz a higienização dos equipamentos utilizado na fabricação da farinha de piracuí?
( ) no final da produção diária 
( ) no final de cada etapa 
( ) somente quando vai produzir 
ANEXO - 02
QUESTIONÁRIO ATRAVESSADOR: SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Há quanto tempo você trabalha com a compra e venda da farinha de piracuí?
( ) de 3 a 5 anos
( ) de 6 a 10 anos 
( ) a mais de10 anos
2) Quanto você paga no quilo do piracuí e por quanto você vende?
( ) entre 6 e 7 reais 
( ) entre 8 reais e cinquenta centavos e 9 reais 
3) Qual o seu mercado de exportação?
( ) Santarém 
( ) Belém 
( ) Manaus 
( ) Macapá 
4) Como você armazena o piracuí que você compra?
( ) em galpão 
( ) não armazena 
5) Você utiliza o processo de retorragem?
( ) sim
( ) não 
TEMPO DE TRABALHO	A mais ou menos 5 anos	A mais de 10 anos	A mais de 20 anos	0.25	0.4	0.35	
COM QUEM APRENDEO FAZER PIRACUÍ	Com os pais 	Com os vizinhos	0.6	0.4	
TEMPO DE PRODUÇÃO 	Oito Horas	Dez Horas	Doze Horas	0.25	0.3	0.45	
NUMEROS DE PESSOAS QUE TRABALHAM 	Seis Pessoas	Dez Pessoas	Oito Pessoas	0.25	0.4	0.35	
QUANTIDADE DE PRODUÇÃO SEMANAL	De 80 a 100 quilos	De 50 a 85 quilos	De 90 a 135 quilos	0.2	0.35	0.45	
COMPRADORES DA FARINHA DE PIRACUÍ	Atravesadores	Comercio Local	0.65	0.35	
DA HIGENIZAÇAO DA PRODUÇÃO 	No final da produção diaria	Ao termino de cada etapa	So quando vai n	ovamente produzir	0.4	0.35	0.25

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