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2020 2021 202 202 ~ FNJE PROJETOS INTEGRADORES Editora do Brasil e T PROJETOS Maria Cecilia Guedes Condeixa {coordenação) Licenciada e bacharel em Biociências Docente em escolas públicas e privadas Autora de materiais educativos, experiente em formação de professores e consultora em currículo e avaliação Maria Teresinha Figueiredo {coordenação) Licenciada em Biociências Especialista em Educação Ambiental Docente em escolas públicas e privadas Autora de materiais educativos, consultora em currículo e experiente em formação de professores Alpha Simonetti Licenciada e doutora em Linguística e Semiótica Geral Elaboradora e editora de textos educativos Integrante de grupo de teatro infantojuvenil Dulce Satiko Licenciada em Matemática e Pedagogia Especialista em Metodologia da Matemática para Ensino Fundamentai[ Docente em escolas públicas e privadas, autora de materiais educativos e experiente em formação de professores Gabriela Ribeiro Arakaki Licenciada e bacharel em Geografia Docente em escolas públicas Elaboradora de materiais pedagógicos, consultora em Educação Ambiental e experiente em formação de professores Vanci ladeira Maria Licenciada e doutora em Geografia Elaboradora de materiais educativos Experiente em formação de professores e pesquisadora no campo indigenista Componentes curriculares: Arte, Ciências, Geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática 1i'. edição São Paulo, 2018 A Editora V do Brasil Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro. SP. Brasil) Conhecer e transformar: [projetos integradores] 6 e 7 / Alpha Simonetti .... [et ai.]; Maria Cecília Guedes Condeixa, Maria Teresinha Figueiredo (coordenação). - 1. ed. - São Paulo : Editora do Brasil, 2018. Outros autores: Dulce Satiko Onaga, Gabriela Rib eiro Arakaki, Yanci Ladeira Maria. Componentes curriculares: Arte, ciências, geografia, históri;:i, língua portuguesa e matemática. ISBN 978-85-10-06999-1 (aluno) ISBN 978-85-10-07000-3 (professor) 1. Arte (Ensino fundamental) 2. Ciências {Ensino fundamental) 3. Geografia (Ensino fundamental) 4. História (Ensino fundamental} 5. Matemática (Ensino fundamental) 6. Lingua portuguesa (Ensino fundamental) 1. Sirhonetti, A lpha. 11. Onaga, Dulce Satiko Ili. Arakak,, Gabriela Ribeiro. \V. Ladeira Maria, Yanci. V. Condeixa, Maria Cectlia Guedes. VI. Figueiredo, Maria Teresinha. 18-20565 Índices para catálogo sistemático: 1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino fundamental 372.19 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 © Editora do Brasil S.A., 2018 Todos os direitos reservados Direção-geral: Vicente Torta mano Avanso Direção editorial: Felipe Ramos Poletti Gerência editorial: Erika Caldin Supervisão de arte e editoração: Cida Alves Supervisão de revisão: Dora Helena Feres Supervisão de iconografia: Léo Burgos Supervisão de digital: Ethel Shufía Queiroz Supervisão de controle de processos editoriais: Marta Dias Portero Supervisão de direitos autorais: Marilisa Bertolone Mendes Supervisão editorial: Priscilla Cerencio Consultoria pedagógica: Roberto Catelli Edição: Eduardo Passos Auxílio editorial: Felipe Adão Coordenação de revisão: Otacilio Palareti Copidesque: Gisélia Costa, Ricardo Liberal e Sylmara Beletti Revisão: Andréia Andrade e Elaine Silva Pesquisa iconográfica: Amanda Felício Assistência de arte: Carla Dei Matto Design gráfico: Andrea Melo Capa: Andrea Melo CDD-372.19 Imagens de capa: Tiwat K/ Shutterstock.com, nubenamo/ Shutterstock.com e balabolka/Shutterstock.com Ilustrações: Bruna lshihara, Danillo Souza, Fábio Nienow, Hare Lanz, Hélio Senatore, Luiz Eugenio, Osni & Cotrim, Paula Haydee Radi, Paulo José e Vagner Coelho Produção cartográfica: DAE (Departamento de Arte e Editoração), Alessandro Passos da Costa Coordenação dé editoração eletrônica: Abdonildo José de Lima Santos Editoração eletrônica: Armando F. Tomiyoshi Licenciamentos de textos: Renata Garbellini Controle de processos editoriais: Bruna Alves, Carlos Nunes, Jefferson Galdino, Rafael Machado e Stephaníe Paparella 1' edição / 1• impressão, 2019 Impresso na Oceano Indústria Gráfica e Editora Ltda. - CNPJ 67.795.906/0001-10 Rua Osasco, 644 - Cajamar-SP - CEP 07753-040 Editora do Brasil Rua Conselheiro Nébias, 887 São Paulo, SP - CEP 01203-001 Fone: +55 11 3226-0211 www.editoradobrasil.com.br ~Em respeito ao me:o ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores da florestas plantadas, com origem certificada". Caro estudante Este livro foi feito para você, que é antenado em tudo o que está acontecendo em nosso mundo. Quando falamos assim, talvez venha à cabeça notícias sobre problemas. Pois é, realmente há muitos fatos desagradáveis e desafiadores acontecendo. Mas há também um montão de coisas alegres e estimulantes. Há muitas meninas e meninos procurando saídas para os problemas, buscando juntar iniciativas, fazer redes de contato, comunicar suas descobertas. Muitos jovens estão encontrando uma forma de se comunicar. Muitos jovens querem entender o que está acontecendo, buscar respostas. Foi pensando em como você pode fazer parte dessa turma inovadora que propõe soluções e contribui para um mundo mais animador é que escrevemos este livro. Conhecendo melhor os projetos de conhecimento e de ação aqui propostos, você verá qu,e não é difícil manter-se bem informado. Logo encontrará uma forma de compreender e agir: aqui há muitas ideias para você pôr em prática e compartilhar o que aprendeu. Você nunca deve considerar-se !incapaz para as tarefas. Nem achar que já sabe tudo. Comunicando-se com os colegas e professores, trocando ideias e buscando a melhor saída para todos, você verá que pesquisar em grupo é mu'ito mais interessante ... O importante é ser criativo, imaginar soluções, buscar informação para contribuir, ouvir os colegas e apresentar ideias para sua gente. O convite está feito. Vamos ao trabalho! APRESENTAÇÃO Aqui você ficará sabendo qual é o te- ma trabalhado no projeto e a impor- tância dele em nossa vida. ~ Leite: alimento e "'" produto industrializado OIAUO ,t.O PO"iTO e DIRETO AO PONTO Aqui será apresentada a questão norteadora, que vai guiá-lo para chegar ao final do projeto sabendo mais a respeito do assunto do que quando começou. ·- ... -....... ._..., .... ••-----ull'II• JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS Você é informado sobre o tema e a relação com a vida cotidiana, e alguns conhecimentos se- rão destacados, pois serão importantes para a execução } N!-.b!too pncrw,ro-dcs-..óo,_,,Na,,~o-[111•1"" 0Wdo110:"lftc-,in,t4-o:n<:b'i""-"ieofi• O.~ ... ~n-dnw,:,-.x;;o E- -•n.,~5wtr.~ntA111N;os;<Q...ep,_--,o-ooo,~ (YJltOSM! C'!,l'lulNt'IO!; OlloltlilOóe'd't<-,<ul!""~tMW!-WO&~dli!,(ldr:)$ _...,., ""-"""°~Mildull> Nol:rr..l.oas...,..,s.tiewr-do!vxa~nuC:,d> l,m(ldoc-mbooank,,w,o<__,.,;nll,p-,o;,,;~~ Po,cctU~~°'(~•ok~o«-v«.J<'<H-..wn--~,...,. _po_...,....,. __ _ P<..,,.,_ .. ,_,,.._ __ ,,,,._ • --M~:.HG.IS~ -.. ~,~,.~-~ i;«telX!e!Ofl)K\l,Y10/$J~.-Dleli:1tP1aJaL:ldO""'ifNS'll'ilol'iDfQilNl;x),)S .._ ... mo:r«tl>"'•-íiffi @1•:t•·'l·ll-i,:11 •.l1t1e-•-.-_,--,.,<nKe .»gr...oeW'Oce_ w,1_ --~(-~•-°""""""' _ __ _ • -Ot(l\eOtl'I--C-ot>.sM""' 1Dr91po<.,...ag,-.wlll--•lotltol••-.o•o --00-C-•~16'&>~-..... ==•=~~HP~,_..allp•u-~ QUAL É 0 PLANO? Etia.;i,t 1 bplor;inrlo o anuril o • ~.lo,._,-rnerut<Sos<arnpane, ...... dlllll!Ce • 111.~dogad<: IMHC (t<1i:,~ 2 fa:l'r.:fo ,.uontcnr:: .,._,.,.~ .... , lNeU""llrlCe,,...,:u,, •~~2 U tt!n«;Wpr_,,_,>~ .,,_..~J Pl;,dulml.ao:1«no Etap,1 J • Rr~,PM'-~el pi.bl1c~ • o,,.,,a., ,e~-o..cor.._oos adQurodoos • "'-a,e~./lr~produe"""'- Bal.UI\O Jm:,_f -~--.1,).')d-.. ~ do projeto. DE OLHO NO TEMA É o momento de dialogar a respeito do assunto, e você e seus colegas expressarão suas ideias sobre ele. Para iniciar a conversa, será utilizada umafotografia. QUAL É O PLANO? Neste momento serão apresentadas as etapas principais do projeto, do início até a conclusão. r'""l l...: ... J •~oo~:;,1.,c;w,nnum11...,~f,nq~ur"nu'!l'l.,._>l0f~_, ~~~,•.:O!J<<.......,..,Ç~"~~~ • ~pi.-muo,&adotsclk,O!J!J'~4-le,jl<> [,n~~r.;;,•~U~ftl.~;o ~.~ Dwloc"""""' • P<O"<-.o.alo~ ~~~1,,-wu10rklno1,010- ~ou-~!)IJc:4«ic,~ 1.esJo-«tioow,,, peil:)1)1,._00fe;flr' 1Qo»Oc)eml'.;o.r;~1quecsg,.la1. tif-t-C:.ieMa.11:)...,_IC~ ~,;, r~cona,;,....•·1., • .,-,c-•~--•-A.-p~""-'tkr&oo:,se,.,.ccr,ne,s-<omo.,,.1Quo- leto•-MiKodoC'ffl_e_,1' t O"'ICMlff'l' l ~óe..oc;l:s(Offlú,.,.,,.,,,,,._.al>Qi. )l;I l~'ld:>oiSt>,rH~ltl'l!ll!fiH!r.1:uftiOl,.,.,_111,d(-ú<(f>"""""' 2. ~ nes. r9',n6mffÇNts• ,..~--t!mú..t.rir~.,......_ ,....,. _ -- AQOl,,r~ Owl•a~ffl~na~klõaS~oi.? 3..S.(ls.alOe:s&.l~oque--.eo:oM04~.nMPOK~muv.t? VAMOS AGIR Traz atividades práticas, co- mo experimentos, criação de modelos, pesquisas, en- trevistas etc. REFLITA E REGISTRE O destaque Reflita e regis- tre, que orienta a conclusão do procedimento, acompa- nha a seção Vamos agir. l ~ ~~•=~~-•~•~~~iw,~,.. q<M n,hi,tX,a'"M<~• Nr.aló<l.n<l'l<lol __ , .. ,,..,.,.,_a,r.<~A.,.,! .. .. i.....,..o,,:., ... .,,.~ .. ,.,,,..,.,., .... ..... o~,...,,.... .... _-~ - ;Jt<•tÁbr""'-'lo "'~l~ ' l•?-'$:>S o\lnc:ll <:CJe tM>: ...... -:JJC>:lf',lil';~t"SO'J\~ni;,sc;,r,,;;-,s 1)1'11C,P.,._Cr, lt<:a.> ot l.:~ fflQllt",tt <:ut' ltffl n:-~ .. le,J,~, d1(:,,'X)O.oc-..,., c .. ·•c• "'"' lel~i:l&'.>$.41~ //fôleln:)Odn.,_, Nn ct.~• ele ar.e <l~ t;,o,:a • N;onll6"'05 \3~ ..... ;)'. 5t•:.c~ ~IU$ ll'IOMt<'IIM <:e 13:e• N.l c:,;nbl <iD~HF\t- 1 .. C,-.w;;,.!í<:•r,;1d,jl:J;)~l";C.'JI. ~'>':"•~s.>w,,,c,s....,.n açlfi rQese"lU~ rv.> IM'.mo ~..pa,ç~ A,-.,,:1.e m rnl,e<n • dn "-·~--· @:;:::+ti::, 1!!·''1 1. Et<~l-"'I G,npe,s!,OtiQUe-e<efflMQúl.OIO.ftl~Q<ll! YOd efla-õel,le l)el'l!.e ,..,,~cor,w O qu11 'o'O<k etJic> ~ 70QUe n!j,c,Pl'......:!c? Pm-in:U" (onendc, 0c, qo,,, H llo bt,n,:1no19t ,..._ ~ ,._ ~ * w ~~e ... --.-wn 2.ftr.,.,.... <K.trcs~ • •.,~~â-CK<lllhi:ianoc;.,odrg.Mo,•<àr.a....,~epw1 - ~ • sln, par1<fl:'r.-wn~Poo'~otSO"w.-.,ect:,1dOt~ komolooo"'9ckl, '~~elele pettpect. ... H ~et,1«>05f)lofl OtJl!ute)U:. ~::;;:~:w,-:"n':i::-~ ,--~--q.,ee.~ f:;J 4,0epc,<1 ~ 1..11tr~•de..:k' .... f.-:laur,_dn...,,.,.m~•••- .au1M.oi-,109"" po.l;~Untl~Pl"f8"-Jl kls:t8';io @•• m• 1❖1,q,,., 1, Aleestt' pott:)COPf~ -"-a:g..imalot>fHõe-e-~MO$•illll!:l•l'IIC~0.0tJ· x modo j6 ,t pgn,..,,. dil.;W .. qunt1-• ~ n ...:C,.,.,..H olYH dt' a~ o ajl,lla,11,,e~o eeo,,,o,.,.e,.u•1:>11!>c na-..weOia, 1>:Comoos t: eealnos.oe H+r( IM!S flOI llju!atll I f161:ew,, que o nti•t,o ....__ e rr.&is<lo -~H ..... n•jnMS:-•-~ i Povos indígenas - e comunidades tradicionais no Brasil Mu~:,s=~er~plWl~'ll(IB<•s• <:1•"""'10<-,~..-x,e-.,.~c"-'))<-rn :~::. ~<<>foCl,.~l.adorr.p~l::rl:IIN.,.,.,,.,-,.,,.nc,,;n.:,r.,.,,mo,;.,_dle,e,- A:,1,:,,;;oda~.._~,...., e....ce..en ""'w,ss..,l)Ol'J~ndeor~-.Jo t::t< ■-:.0.-~.,e lllc''T~M WlOO DOWMIOS nl)l"'IOCS WM2"..o!,~..,,: A.";"'1:5 ileSWi;irupc,iWOl;il~U.'Mll.-.....:a wcr:;a11o~ .. ..,.,,,(l, • .., ........ --:.n IJe•OOSt!'M?;onlle~que~•araa, 11 ,-""'° ~ "- ~~nt,t..,.._1 01&,-,!,1~ &~,J • ...,_.g<,o,,dct(W9<,.dtv'A""p,;"~.;'$"'410t'!S11,..(,.......,.,::6d!'<l:loC''-1Ci' .. ,. [le<*'II rut.urH"as •c"-cecar~ <t<'l-t<e~p,:.0,-es •e~jc,• 165111'1 c:.,n;-H .-.-:a,;1, .. l< ~ ""e'"'e,,,.1qr.,-....:;&o<1ac.il!!,·1 ~iK..:-r~I0"'0""1 I~) ""l!,5,0 ~M,:Mlter ÇIW~!.el.'SGllelt:>!i!l6!.l~()a••~~~"'..1do:;rA •iR!.~ @l··i·J1:i•i' ·ii lt'I G'-""o.-oe,..,.~~.._, "',g.-..,...o®""""'·'-l ae~-r.c<:Mom ~..-..,.-,1c,,,c;-PQ,XU,..,~~•l(Sf".A._.,._,,,,...,,_,r_ ,:iu,:,ts,..,,.,_t<J<e~ -•• .. ~_,,_..,...,.,~°"",lnlo<lll<b-óoor'l<l• , ,. _ _,..,.OIV~ "'05HUfll r,o,,cOdoC ... o ,._...,.C_.;_ ·-- .,.~·"""-•--<Offl<I--"'..-, ,Ooa5""""""""••e-anc; .. --~ ... -•nc--. ~ -·-~' . ~ .<!Yl_,.,.,....,<Ooftll5clt<IK1rodicic,na:,. ... CroJ_.........,, ~ ( .. ~HC.,..,, .... P'OP\M.VO<f--oiCl-d<S•U<•-M' - · APOIO VAMOS APROFUNDAR São atividades variadas para você checar os princi- pais conceitos estudados por meio de questões que requerem leitura, interpretação e reflexão. PENSANDO JUNTOS Propõe, por meio do diálogo, a reflexão coleti- va sobre determinada questão. ; r,,e,.,~1>.-to>1'QO<•ociu.,130~,;&0e::,.,,~•"""""" .,,~.r.rus.'dntt.J<""~ a eo:,ci.o1.;lo ( IH.::e,,.vms,e,tlevti cc« p,:,,i,.:15,.l'.orr:,,:i,~ !1014'm1'1e·,wl~ ix ... ~ ; +,>.Jo • t..~,...,-,,...,~:.....:~,e,""9C'>'.-.. ~W...nol.;,hr..cm.<cNM<>.,.-1?"'1S Çl'l' 1-~ ...... .,.,,. ..... ~) RC5PC1TÁ'JElPÚ8tlCO U:,,,,t fllert:le~lll.~i...il!.ao.,_co,l',:lt.se- ..-&:>J<L03~-•~Ci ~,MQfdl~• ... •~ÔOpt~ Proch,ta final • ~k>ll,!11,1,el<S~---.lo- OI . to-.J><M-pt.,,,.,..,.lilf'."_ ®'"!'3·1ili'ii N~ «Jpo. ""'' r.,.,., ........ ~ .. -•.s. • <'.ll....-.;10-,s,,,..,_ ·""'~---., . .....- • ~-.clll)IIJefftt:>11'1-:ne "'""'- Ntt,- ,.,,_,tooc:ll', .. li , _ t.ettor.r.ai eui;,,;,i•~ P;,.,a 1"'11, lff)fWle a~Qoóo~ ~!WS~:::~ 11"'1 s.er1m Wl','Hllg,X:95e il ll<""'""" ""~i!l 10 pl<,lt;l«r:I lnK..at.. t-:ltO,IC'J . O QJefol&Çrenaicocomt'.i e l)"C',e'lO,tet1COe r:1..eu o (!Ul voc•sll'IW'!.tl}Y11n> • Ü!oprodulcSf<n&SConOu.:!rll:'1i1eluelcJr,1que, :.lo"°".eadora'!.lopc5SM-1.Dti1r6'>ft~pc,;'.b' • Clll'Ol.lra,;r>-"')er;Oft~o.err .. 11,~em~lca...>S"' . r.p,r.ie.1 re~•~Q-.!Cl.!.10flQtlek/Jfi1Wffl()(IWlc(IIJ&Jf;Jl.-n~l~!.if' NIIQUl!i!;p=' ,, ~aor.,...dopro,f!IO.....,,em<'.Cln-, ....,..,or;;'lo!Qdo rrrx~•~,oMclo,-».,.,.i , ..,~ctl)O'll).l•~l ~C"'1>01(1U~ct ( OOSprc<:utc-sl<MISll!l•~f-'"IOQllr.XIJ ,,,,,..,._..,..,_,_ .. ..,... ..... ~·---•··-··- .. -~---•··" ··--·----........ "' .... --.. ~ ... -L .. 00 __ ., .... -r.,.OO,o«T'.O-•- ........ c... ... ----........ "' ~-......... . ... ____ __.,_ ........ ___ ,.. __ _ _ ........ ...... _ ATITUDE LEGAL Contém dicas para ajudá-lo a convi- ver em coletivida- de, trabalhando suas capacidades para o desenvol- vimento pessoal e o de sua comuni- dade BALANÇO FINAL É o momento de avaliar seu de- sempenho na execução do projeto. Aqui você vai encontrar indicações que auxiliam na busca de conteúdo a respeito do tema que está sendo explorado. ÍCONES l Oralidade Individual Em dupla Em grupo No caderno Imaginação e trabalho ... 08 Leite: aumento e Qual é o plano? ............................. 09 produto industrializado •. 32 Etapa 1 - Explorando o Qual é o plano? ••..••••••••••••.••.•••••.••. 33 assunto .•.....•.••.•••••••...••.••.•.••••••••.•..• 10 Diferentes trabalhos, diferentes Etapa 1 - Explorando o sociedades ................................................. 10 assunto ........................................... 34 Imagens em composição ............................ 12 Investigação experimental dos Etapa 2 - Fazendo acontecer ....... 17 componentes do leite .............................. 34 Proposta investigativa 1 - Mundo A pecuária do gado leiteiro ...................... 36 da mitologia greco-romana .................... 18 Etapa 2 - Fazendo acontecer ...... 39 Proposta investigatíva 2 - Mundo medieval europeu ..................................... 18 Proposta investigativa 1 - Leite, uma Proposta investigativa 3 - Nosso rica mistura ................................................ 39 cotidiano ...................................................... 1.9 Pr,oposta investigativa 2 - Leite: nosso Etapa 3 - Respeitável público ..... 19 próprio alimento ......................................... 41 Balanço final ................................................... ·19 Prnposta investigativa 3 - Produtos lácteos .......................................................... 43 De olho na poluição da água .......................... 20 Etapa 3 - Respeitável público ••... 45 Balanço final .................................................. 45 Qual é o plano? ............................. 21 Etapa 1 - Explorando o No.s.sa.s notícias .............46 assunto .•..•••••...•••••••.••.........•••••.••••• 22 Relações entre o ambiente e o uso Qual é o plano? ............................. 47 da água ....................................................... 22 A origem e o descarte da água usada em casa ......................... 24 Etapa 1 - Explorando o assunto ....••.••........•.•••......•.••.•.••••••.• 48 Estudo da hidrosfera ................................... 25 Pontos de vista em foco ............................ .48 Etapa 2 - Fazendo acontecer ...... 27 Notícias e seus números ........................... 52 Proposta investigativa 1 - Rios e Etapa 2 - Fazendo acontecer ...... 55 seus sedimentos ....................................... 27 Proposta investigativa 2 - Bacia hidrográfica e poluentes ........................ 29 Proposta investigativa 1 - Nossa escola .......................................................... 55 Proposta investigativa 3 - Chuva Proposta investigativa 2 - no campo e na cidade ............................ 30 Nossa comunidade ................................. 56 Etapa 3 - Respeitável público ..... 31 :Etapa 3 - Respeitável público ..... 57 Balanço final .................................................... 31 Ba:lanço final .................................................. 57 Biodiversidade brasileira: pesquisar e conservar ... 58 Qual é o plano? ............................. 59 Etapa 1 - Explorando o assunto ••.••.• · ...•.••.••••.•.•••••••••••••••••••.• 60 Alguns casos de extinção de animais .... 60 Baleias: símbolo do combate à extinção ...................................................... 62 Etapa 2 - Fazendo acontecer ...... 65 Proposta investigativa 1 - Animais brasileiros ameaçados e projetos de conservação ........................................ 66 Proposta investigativa 2 - Árvores e florestas brasileiras ameaçadas e projetos de conservação ........................ 67 Proposta investigativa 3 - Caça ou pesca predatória e tráfico de animais .................................................. 68 Etapa 3 - Respeitável público ..... 69 Balanço final .................................................. 69 Nossos batuques, nossa história ................ 70 Qual é o plano? .............................. 71 Etapa 1- Explorando o assunto ..••.••.•..••••••.•••••..•.•..•.••..•..... 72 Brasil pandeiro .............................................. 72 Um pouco da história do samba ............... 73 Organizando informações .......................... 75 Pandeiros de outros tempos ..................... 76 Música do mundo ......................................... 78 Etapa 2 - Fazendo acontecer ....•. 80 Proposta investigativa 1 - Batuques na História ................................................... 81 Proposta investigativa 2 - Tambores na diversidade cultural ........................... 82 Etapa 3 - Respeitável público .•••• 83 Balanço final .................................................. 83 Resíduos sólidos: s,omando saberes em busca de solução ........... 84 Qual é o plano? ............................. 85 Etapa 1 - Explorando o assunto ........................................... 86 'Interp retando dados numéricos .............. 86 A teonologia e novos materiais: soluções e prob lemas .............................................. 89 Etapa 2 - Fazendo acontecer ...... 92 Proposta investigativa 1 - Pesquisa da produção do lixo doméstico ................. 92 Proposta investigativa 2 - Conhecendo a composiçã,o dos resíduos sólidos brasileiros ................................................... 93 Proposta investigativa 3 - Atitudes sustentáve,is: reúso de materiais e objetos ........................................................ 94 Etapa 3 - Respeitável público ..... 95 Ba:lanço final .................................................. 95 Povos indígenas e ,comunidades tradicionais no Brasil .... 96 Qu.al é o plano? ..••••••••••••••••••••••••••• 97 Etapa 1 - Explorando o assunto ............ ............................... 98 Conhecendo povos indígenas e comunidades tradicionais ...................... 98 Povos e oomunidades em luta por direitos ................................................. 101 Cu;Jtura viva: memória e transform ação .......................................... 104 Danças brasileiras ...................................... 105 Etapa 2 - fazendo acontecer •••. 108 Proposta ir:ivestigativa 1 - Povos indi'genas nas regiões brasileiras ....... 109 Proposta investigativa 2 - Comurnidades remanescentes de quilombo .............................................. 110 Etapa 3 - Respeitável público •••.. 111 Ba'lanço final ................................................... 111 Referências ••..•.••.••..•..••.•••.••••••••.•.. 112 8 1 o ç r b h Realizada há milênios, a arte não somente encanta o espírito humano como possibilita conhecer um pouco da vida de nossos antepassados. É uma maneira de conhecer com o que se ocupavam, o que valorizavam e como percebiam o mundo em que viviam. A arte reflete a História; ou permite perceber melhor esses aspectos porque nos coloca o tempo todo em contato com outras realidades, além de acionar nossa imaginação. O trabalho sempre esteve presente no cotidiano, influenciando o desenvolvimento pessoal e familiar - e a arte, certamente, registra essa presença. Ao longo da história, os sistemas de trabalho e a relação das pessoas com ele mudaram muito. Na atualidade pre- senciamos o surgimento de muitas profissões, que ampliam nossas opções de escolha, conforme o modo que queremos viver e trabalhar. Por isso, a investigação desse tema é interessante e ainda nos aproxima muito do trabalho artístico. Há várias obras de arte que retratam a Antiguidade e a Idade Média. Algumas delas reprodu- zem cenas de trabalho. A imagem abaixo, por exemplo, é uma pintura feita entre 1580 e 1314 a.e. na parede da tumba de um faraó egípcio. Ela mostra trabalhadores no cultivo de trigo, cereal im- portante para a antiga sociedade egípcia. • Você saberia citar alguma produção que retrate o mundo do trabalho? Pode ser uma pintura, escultura, filme ou video game ambientado nesses períodos. • Que trabalhadores você costuma ver em seu cotidiano? Que atividades eles exercem? DIRETO AO PONTO ------~------... Como a Arte e a História nos ajudam a compreender diferen- tes significados do trabalho? JUSTIFICATIVAS • O trabalho sempre esteve presente na vida das pessoas. E a arte guarda memória sobre esse tema. Ao apreciar e criar obras de arte, podemos perceber como alguns aspectos da vida foram um dia completamente diferentes do que são atualmente e, outros, permanecem iguais. Etapa 1 - Explorando o assunto • Diferentes trabalhos, diferentes sociedades • Imagens em composição Etapa 2 - Fazendo acontecer • Proposta investigativa 1- Mundo da mitologia greco-romana • Proposta investigativa 2- Mundo medieval europeu • Proposta investigativa 3 - Nosso cotidiano Etapa 3 - Respeitável público • Organizar resultados da pesquisa. Balanço final • Avaliação individual e coletiva. Avaliação continuada: va- mos conversar sobre isso? ➔ Construção de um castelo em uma vila medieval, século XV. OBJETIVOS • Conhecer, por meio de diferentes obras, for- mas artísticas que expressam realidades sin- gulares e a imaginação humana. • Investigar a importância do trabalho e as dife- rentes organizações da sociedade em outros tempos históricos. • Explorar e criar várias maneiras de construir imagens. 10 EXPLORANDO O ASSUNTO Diferentes trabalhos, diferentes sociedades A prática do trabalho já foi muito diferente do que é hoje. Na Pré-História, as pessoas viviam em grupos nô- mades, que caçavam e coletavam. Isso durou milênios, até que teve início o processo de sedentarização, em que se organizou o que chamamos hoje de agricultura. Isso ocorreu, na Europa, cerca de 10 mil anos atrás.Em culturas da Antiguidade europeia (séc. VIII a.C.- -séc. V d.C.), como a grega e a romana, o trabalho era considerado uma atividade inferior. Os afazeres da po- lítica, da guerra e da religião não eram compreendi- dos como trabalho e eram próprios das elites sociais. Desses três tipos de atividade, as duas primeiras eram exclusivamente masculinas; somente na religião as mu- lheres das elites desempenhavam um papel de impor- tância. O que se considerava trabalho era todo o resto necessário: cultivar o alimento, fazer construções di- versas e cuidar dos afazeres domésticos, por exempllo. Eles eram realizados por prisioneiros de guerra escra- vizados e seus descendentes, que já nasciam escravos. Após a crise que destruiu o Império Romano (séc. 1 a.C.-séc. V d.C.), o sistema baseado no trabalho escra- vo foi gradualmente substituído pelo sistema feudal, na transição entre Antiguidade --i Idade Média (séc. V d.C.-cerca de 1500 d.C.). Nesse período o trabalho do- méstico e agrícola era realizado por servos. Estes não 1' Esculturas de guerreiros romanos, século IV. No auge do Império Romano, exércitos reuniam m·11hares de soldados, que eram remunerados com um ·salário". A origem dessa expressão é o uso do sal como forma de pagamento, produto que tinha alto valor na época, depois substituído por dinheiro. l pertenciam aos senhores, moravam em suas próprias casas e tinham mais liberdade que os escravos da Antiguidade, mas pagavam impostos e não podiam sair de suas terras. O trabalho no campo durante o Período Medieval era muito diferente do realizado hoje, pois de- pendia inteiramente dos ciclos da natureza. No início desse período, a Europa era predominantemen- te rural. Mas, a partir do século XII, as cidades começaram a se multiplicar. Com isso, destacaram-se outros modos de viver e de trabalhar: comércio, art,esanato e prestação de serviços desempenhados por plebeus (não nobres) e vilãos (habitantes das vilas}. Como na Antiguidade, a política e a guerra per- maneciam privilégio da elite social, que naquela época era constituída pela nobreza, e a condição so- cial era definida conforme a ascendência: nobres tinham filhos nobres e plebeus tinham filhos plebeus. Mas há diferenças importantes: se no final da Antiguidade o valor do dinheiro tinha se estabele- cido, no Período Medieval tornou-se secundário. O valor em destaque então era a fidelidade mútua entre nobres e servos, cabendo aos primeiros proteger os que viviam em suas terras e nelas traba- lhavam. Aos nobres também cabia a obrigação com seus suseranos, um nobre com título de nobreza superior, sendo o rei o mais alto de todos. Ao rei, toda a nobreza da Idade Média devia obediência, ao passo que o rei deveria proteger todos. Hoje, as pessoas são livres para escolher profissões, independentemente da sua condição de nas- cimento, embora isso esteja limitado a suas condições de vida e oportunidades de desenvolvimento. 1. Que tipo de trabalho era considerado inferior na AntigU1idade greco-romana? 2. Servos e escravos realizavam a maior parte dos trabalhos para seus senhores. Segundo o texto, quais as diferenças entre servos do período medieval e escravos na Antiguidade? 3. Quais valores fundamentavam as relações entre inobres e servos no Período Medieval? 1. Pesquise os termos escravidão e servidão para ampliar sua compreensão desses conceitos. Consulte livros de História, dicionários e sites confiáveis. 2. Amplie a investigação proposta na atividade 1 pesquisando casos atuais de escravidão e servi- dão. Compare essas formas de trabalho com aquelas da Antiguidade e da Idade Média. Elas são diferentes ou parecidas? 1' Relevo romano mostra uma mulher e sua serva, século IV. o 1' Costureiros trabalham em situação análoga à escravidão. São Paulo (SP). 2010. l!!I 1:6.d 1. Compartilhe a pesquisa realizada com a turma e, juntos, façam o que se pede a) "Vivemos em uma sociedade em que todos nascem livres para fazer suas escolhas". Essa afir- mação confirma sua investigação ou a contradiz? b) Com base na pesquisa e na reflexão em turma, escreva um parágrafo no caderno a respeito das mudanças e permanências no mundo do trabalho, expondo sua opinião. Forme-dupla com um colega e leia seu parágrafo para ele. Ele deverá ajudá-lo a, se for o caso, complementar suas ideias. Faça o mesmo com o parágrafo escrito por ele. A turma deve expor os escritos finais em um mural na sala de aula. 11 1 12 Imagens em composição Trabalho para heróis Para os gregos e os romanos da Antigu idade, os mitos eram fundamentais para as pessoas com- preenderem o mundo ao redor. Os mitos ajudavam a explicar questões diversas, a esclarecer, a dar sentido à experiência _humana. Essas narrativas traziam um sentido em si e ofereciam ensinamentos para tudo que podia ser difícil de entender, como os sentimentos, os conflitos, fenômenos da natu- reza etc. Os mitos eram contados em episódios, como as séries de TV atuais. E se reuniam em uma grande co- leção de histórias orais e escritas, conhecida como mitologia. Entre os vários tipos de mito, um em especial será destacado aqui, aquele que narra o percurso de um herói. Esses personagens ganharam tanta relevância que estão presentes até hoje em filmes, desenhos e jogos. • Você se lembra de algum herói que parece ser de um mito antigo? • Você conhece o grande herói greco-romano chamado Hércules? O personagem Hércules é um exemplo de narrativa de herói mitológico que é constantemente recontada. A lenda mais famosa sobre esse herói são seus 12 trabalhos. Hércules, cheio de culpa por ter atentado contra a vida de parentes, busca perdão com sacerdotes daquele tempo. Então, para pagar por seus erros, e!e é obrigado a cumprir 12 tarefas extremamente difíceis e obtém sucesso na empreitada. Na Antiguidade, os mitos já eram repre- sentados de forma artística em muitos objetos de uso diário ou decorativos. Algumas dessas obras ainda existem. O vaso retratado a seguir é um exemplo. Ele é todo decorado e, em um dos lados, vê-se o detalhe da luta de Hércules contra um monstro lendário, a, até então, in- destrutível hidra de Lerna. 1. Agora que você sabe um pouco mais so- bre mitos, pense em qual era a visão que as pessoas daquele tempo tinham desses heróis e compare com a visão que temos deles hoje. Em sua opinião, como pode- mos trazer o mito de Hércules para a nos- sa realidade? 1' Detalhe de vaso grego que retrata o combate entre Hércules e a hidra, e. 535 a.e. 1 Na mitologia grega, a hidra era uma criatura parecida com uma serpente venenosa com muitas cabeças. Ela foi l morta por Hércules, no segu~do de seus doze trabalhos. Um mosaico de possibilidades A imaginação e a sensibil idade na Antiguidade Clássica levaram à produção de obras de grande beleza. Nas artes visuais, podemos citar vasos, esculturas, edifícios, afrescos (pintura em murais) e mosaicos. Observe mais este exemplo: um grande mosaico em que os 12 trabalhos de Hércules es- tão representados. Como vimos, essas tarefas foram impostas ao grande guerreiro como penitências religiosas depois de um grande conflito familiar. Ele é obrigado a cumprir 12 tarefas extremamente difíceis e obtém sucesso na empreitada. Centro: um dos castigos pelo seu crime foi ser escravo da rainha Ônfale. ~ Os doze trabalhos de Hércules, 5 m x 4 m. Mosaico do século Ili, característico da cultura greco-romana. Museu Arqueológico Nacional da Espanha, Madri. 1. Morte do leão de Nemeia. 2 . Morte da hidra de Lerna. 3. Captura do seivo de Cerínia. 4. Captura do javali de Erimanto. 5. Limpeza dos estábulos do rei Augias. 6. Morte dos pássaros do lago Estinfalo. 7. Captura do touro de Creta. 8. Captura das éguas de Diomedes. 9. Roubo do cinturão da rainha Hipólita. 10. Morte do gigante Gerião. 11. Roubo das maçãs das Hespérides. 12. Captura do cão Cérbero. 1. Os mosaicos são colagens de pequenas peças sólidas, cerâmica ou vidro, geralmente sobre su- perfícies planas.Observe com atenção as cores empregadas e as formas obtidas com a colagem de cada pequena peça. Descreva o que observa. 2. Como o espaço do mosaico é dividido? Quais são as diferenças entre os espaços? 3. Observando cada quadrinho, o que podemos dizer sobre os trabalhos realizados por Hércules? 4. Qual qualidade de Hércules se destaca? 5. Por que os trabalhos desse herói são contados até os dias atuais? Há semelhanças entre ostra- balhos do herói e os trabalhos do dia a dia? 13 14 Registrando os heróis do dia a dia Os heróis das lendas e dos filmes de ação encantam o público com seus feitos. Uns têm força descomunal, outros são rápidos ou têm poderes mágicos etc. Mesmo que poderes mágicos estejam na imaginação, os seres humanos revelam capacidades surpreendentes diante dos desafios no co- tidiano. A partir disso, vamos refletir sobre os trabalhadores que conhecemos. Procedimentos 1. Inicialmente, tenha como roteiro as questões a seguir. Reflita sobre elas e pesquise as informações de modo mais completas possível. a) Quem são os trabalhadores que você pode observar no cotidiano? b} Onde eles trabalham? e) Que tipo de trabalho realizam? d) Faça uma lista de características heroicas que as pessoas utilizam em seu trabalho: esforço, persistência, determinação. coragem, entre outras. 2. Vamos aproveitar a câmera dos celulares para registrar os trabalhadores que estão à nossa volta. a) Durante um passeio pela escola, pelas ruas ou em casa, ti re fotografias dos funcionários que trabalham em diferentes ambientes. Atente-se à necessidade de pedir autorização a eles para fazer isso. b) Escolha bem o enquadramento, a posição mais adequada para a pessoa aparecer na foto, o lugar e em que posição ela pode estar: de frente, de costas, de lado, mostrando só uma parte do corpo ou o corpo todo etc. e) Faça alguns cliques para poder escolher depois qual ficou melhor. Leia o texto a seguir com dicas para tirar boas fotos. Olhar fotográfico Tanto em pintura ou fotografia quanto em cinema ou histórias em quadrinhos, o enqua- dramento revela o olhar de quem produz a imagem. Ele pode ser mais aberto {abrangen- do parte do ambiente, por exemplo) ou mais fechado. como se pegássemos uma lupa para ver detalhes de algo específico (uma pessoa. por exemplo). Outras posições do olhar produzem imagens vistas de cima para baixo ou de baixo para cima. APOIO Enquadramentos e ângulos: <www.primeirofilme.corn.br/site/o-livro/enquadramentos-planos-e-angulos/>. Essa página apresenta imagens dos diferentes tipos de enquadramento. Pinturas do Período Medieval Assim como vimos que na Antiguidade Clássica a arte serviu como forma de expressão humana e registro de uma época, o mesmo ocorreu na Idade Média. Nas próximas imagens, será possível apreender mais características do Período Medieval, isso porque foram selecionados desenhos que, além de seu valor artístico, são documentos históricos. Trabalho no campo No Período Medieval, os servos trabalhavam nas terras dos nobres e tinham muitas obrigações a cumprir. Na pintura de um calendário do século XIV, as 12 cenas revelam o que deveria ser feito em cada mês. 1' Pietro de Crescenzi (c. 1230-c. 1320). Trabalho para os doze meses do ano, calendário publicado em Le Rustican, e. 1460. 1. A pintura está dividida em quadros. Por que essa forma de apresentar as imagens ajuda a per- ceber a passagem do tempo? 2. Ao observar os elementos da pintura, podemos ver características do trabalho durante o perío- do retratado. Tente interpretar o que está sendo mostrado nos quadros. 15 16 As festas Toda a vida dos servos era ligada às terras, que não podiam ser abandonadas. Nas aldeias onde casas e ruas eram construídas, eles encontravam-se e reuniam-se em diferentes momentos do ano para celebrar os marcos religiosos. Ainda que t ivessem muitas obrigações ou trabalho nos campos, participavam das festas e come- morações que, em certas regiões da Europa, ocupavam cerca de um terço dos dias ao longo do ano. Nas obras de arte da época, encontramos também a repre- sentação desses momentos de lazer. Na pintura do holandês Pie- ter Bruegel (cerca de 1530 a 1569), Dança camponesa, vemos várias ações representadas no mesmo espaço. Analise a imagem e des- creva algumas delas. ➔ Pieter Bruegel. Dança camponesa, 1568. Óleo sobre tela. 1. Escolha uma das pessoas que aparecem no quadro. Imagine que você está diante dela e pense em questões como: O que vocês estão conversando? O que estão pensando? Por que estão correndo? Do que estão brincando? Há quanto tempo vocês não se encontram? Escreva suas ideias. 2. Imagine outros elementos a respeito da pessoa escolhida no quadro. Mas desta vez não é para uma entrevista, e sim para retratar um personagem. Por exemplo: descreva aspectos do cotidiano (como foi o dia dela, refeições etc.) e perspectivas (sonhos e planos para o futuro) dela. 3. Troque sua criação com alguns dos colegas. Juntos, criem uma cena em que os per- sonagens imaginados por vocês dialoguem. 4. Depois dessa troca de ideias, cada um deve desenhar os personagens e a cena criada pelo gru- po. Escreva uma legenda para sua ilustração. ta 1. Até este ponto do projeto apreciamos algumas obras de arte e exercitamos a imaginação. Des- se modo, já é possível discutir as questões a seguir. a a)Como as obras de arte o ajudaram a compreender o cotidiano e o trabalho na Idade Média? b) Como os 12 trabalhos de Hércules nos ajudam a perceber que o trabalho humano é mais do que tarefas necessárias para sobreviver? Compondo imagens Materiais e imagens de diferentes lugares podem compor uma única imagem. A colagem é valorizada como expressão artística do século XX, em que pedaços de papel colorido e de revista, dese- nho, pintura, fotografia, tesoura e cola entram no jogo de montagem ou composição. Procedimentos 1. Pesquise e selecione materiais que possam ser recortados para compor sua colagem. Escolha duas imagens de pessoas e duas de paisagens (com fundos variados). 2. Primeiramente, imagine um personagem em um momento de trabalho. Depois, outro em momento de descanso, lazer. 3. Escolha uma base (uma folha em branco ou cartolina) e ex- plore as possibilidades de montagem para compor a imagem. Somente depois de ter encontrado soluções criativas faça as colagens. APOIO Designculture: <https://designculture.corn.br/a-colagem-como-expressao-atemporal>. Nesse endereço. você verá que muitos artistas exploram a colagem para compor imagens. FAZENDO ACONTECícR Orientações gerais 1' Fotomontagem Cinelândio, da artista Mareia Albuquerque, 2017. 1' Fotomontagem Mulheres, da artista Mareia Albuquerque, 2016. • Serão exploradas três épocas. Reúna-se em grupo, conforme a orientação do professor, para se dedicar a uma delas. • Compartilhem as criações realizadas nas atividades da etapa anterior: desenhos, colagens e fotos. • Para as atividades a seguir, aproveitem suas criações em novas formas de composição das imagens. Todas as propostas devem ser exploradas para que a produção final da turma conte com a inves- tigação de todas as épocas. Reuniremos essa produção em um livro de histórias em quadrinhos ou de histórias em quadros grandes. Elas devem contar as ações em série ou em sequência de perso- nagens criadas em cada proposta. As imagens construídas pelos grupos podem usar vários materiais misturados em formas de com- posição: desenho, pintura, fotografia, colagem, fotocolagem etc. Munidos de criatividade, podemos combinar elementos da realidade e da imaginação para viajar no tempo, dando vida a personagens do cotidiano. 17 18 PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 MUNDO DA MITOLOGIA GRECO-ROMANA Meta Aprofundar a pesquisa e a criação de personagem mitológico. Primeira fase 1. Pesquise em livros e na internet mitos da Antiguidade. Eles ser- virão de fonte de informação para a criação de um ou uma personagem. 2. Crie esse personagem desenvolvendo comdetalhes suas características. 3. Elabore uma imagem para expressar sua criação. Segunda fase 1. Compartilhe sua pesquisa com os colegas de grupo para com- plementar as informações e trocar opiniões. 2. Criem um momento em que as personagens se encontram, imaginando cenas do começo, meio e fim desse encontro. 3. Elaborem quadros em série, misturando as formas de composição que fo- rem mais interessantes para expressar a criação coletiva. PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 MUNDO MEDIEVAL EUROPEU Meta Na mitologia greco-latina existiam deusas que inspiravam os artistas e os estudiosos. Eram nove irmãs, as musas. Cada uma era responsável por despertar um tipo de talento nos seres humanos. Aprofundar a pesquisa e a criação de personagem representativa do mundo do trabalho. Primeira fase 1. Pesquise em livros e na internet relações de trabalho no mundo medieval. Esse con- teúdo servirá para a criação de um ou uma personagem. 2. Aprofunde sua personagem, criando aspectos da vida dela, representando suas ações no dia a dia, seus sentimentos e planos para o futuro, por exemplo. 3. Elabore uma imagem fazendo a composição que for mais interessante para expressar sua criação. Segunda fase 1. Compartilhem as pesquisas para complementar as informações e trocar opiniões. ~ 2. Criem uma ação em que todas as personagens estejam envolvidas, imaginando um começo, meio e fim para ela. 3. Elaborem quadros em série para expressar a criação coletiva. PROPOSTA INVESTIGATIVA 3 NOSSO COTIDIANO Primeira fase Meta Pesquisa e criação de imagens do trabalhador no cotidiano. 1. Pesquise em livros, jornais, revistas ou na internet fotogr.afias ou outras imagens em que pessoas estejam no ambiente de trabalho ou em momentos de lazer, na atualidade. 2. Crie a imagem de um ou uma personagem executando sua atividade profissional ou de lazer. 3. Elabore a imagem fazendo a composição que for mais interessante para expressar sua criação. Segunda fase 1. Compartilhem as pesquisas para complementa, as inrormações e trocar opiniões. 2. Criem uma ação do dia a dia em que todas as personagens estejam envolvidas, imaginando um começo, meio e fim. 3. Elaborem quadros em série misturando as formas de composição que forem mais interessantes para expressar a criação coletiva. - -RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Um livro que reúna histórias das três épocas, apresentando os diferentes sig- nificados do trabalho. Para a elaboração do livro, sugerimos que cada grupo: • produza uma trajetória do passado ao tempo presente; • inclua os registros das atividades da Etapa 1. Em uma aula com os professores de Arte e História, toda a turma irá conversar sobre o desen- volvimento do projeto escolhido. Seguem algumas perguntas para nortear a conversa: • No início do projeto, o que vocês pensavam sobre a questão norteadora? • O que aprenderam com o projeto, tendo em vista o que se propuseram a investigar? • Os produtos finais conduziram ao problema e a propostas de solução? É possível elaborar mais propostas? • Que outras investigações poderiam ser realizadas em ocasiões futuras? • A primeira resposta ao problema modificou-se ou foi ampliada? Se sim, em que aspectos? Individualmente Concluir a avaliação feita ao longo do projeto. 1! 20 " e f i De olho na poluição da água A água é um recurso natural necessário tanto para quem mora no campo como para quem vive nas cidades. Muitas cidades. inclusive. foram construídas perto de rios, porque eles lhes garantem abastecimento. além de poderem ser aproveitados para o transporte fluvial. Por sua enorme importância para a vida, a água é considerada um bem comum da humanidade. No entanto, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofre com a falta de acesso à água, seja para beber e para higiene, seja para cultivar alimentos. Em certos lugares. parece que a água não tem fim, mas, em outros. a escassez é predominante e impõe desafios a todos os seres vivos. A conservação da água é uma necessidade cada vez maior diante do cres- cimento das populações. que modificam os ambientes e os poluem. ~ DE OLHO NO TEMA A fotografia abaixo mostra um trecho do Rio Tamanduateí na cidade de Mauá (SP) em 2017. O Rio Tamanduateí nasce no Parque Ecológico Gruta Santa Luzia, em Mauá. percorre 35 quilôme- tros e deságua no Rio Tietê, na cidade de São Paulo (SP). Até o início do século XIX, esse rio era via de transporte fluvial e um dos pontos de lazer dos paulistanos. Atualmente ele tem a maior parte da sua extensão canalizada e suas águas poluídas, inclusive as proximidades de sua nascente. • Em sua opinião, de que modo essa transformação modifica a paisagem e prejudica as pessoas? • Há rios, mar ou represa em seu município? Essas águas são próprias para consumo humano, seja para beber, seja para nadar? • A poluição propicia a falta de água potável. De onde a poluição vem? DIRETO AO PONTO c..Q~--------1 De onde vem e para onde vai a poluição das águas? \ t JUSTIFICATIVAS • Cada vez mais se discute a necessidade de usar bem os recursos hídricos e de preservar os mananciais (fontes de água potável). Pode- mos agir em favor de sua conservação. Para is- so é preciso entender como diversos materiais se deslocam até alcançar as águas superficiais e subterrâneas. Etapa 1 - Explorando o assunto • Relações entre o ambiente e o uso da água • A origem e o descarte da água em casa o Estudo da hidrosfera Etapa 2 - Fazendo acontecer OBJETIVOS • Relacionar bacias hidrográficas e circulação de poluentes. • Investigar a relação entre água da chuva, po- luição e diferentes coberturas do solo, em am- bientes rurais ou urbanos. • Ampliar o conhecimento sobre a infiltração da água a partir da superfície do solo. .J, Crianças indígenas da etnia guarani mbyá brincam na água na aldeia guarani Tenondé Porã, localizada no distrito de Parelheiros, na cidade de São Paulo (SP). • Proposta investigativa 1 - Rios e seus sedimentos • Proposta investigativa 2 - Bacia hidrográfica e poluentes • Proposta investigativa 3 - Chuva no campo e na cidade Etapa 3 - Respeitável público • Organizar e selecionar os conhecimentos adquiridos • Preparar e apresentar os produtos finais Balanço final • Avaliação individual e coletiva. Avaliação continuada: vamos conversar sobre isso? 1 , ETAP~ l> l EXPLORANDO o ASSUNTO 22 Relações entre o ambiente e o uso da água Muitas vezes não perceb~mos que a poucos quilômetros de nossa resi- dência há, por exemplo, uma represa. uma estação de tratamento de água (ETA). entre outros equipamentos urbanos necessários ao fornecimento de água aos moradores do munícipio. Para quem vive nas cidades, o fato de a água vir de torneiras pode pare- cer natural, muitas vezes não há interesse da população em saber a origem dela. Já quem vive no campo algumas vezes não associa o desmatamento das matas ciliares à diminuição dos níveis dos rios e lagos. • Quais usos da água você conhece? • Você sabe se os diferentes usos da água podem modificar a paisagem? Examine a imagem a seguir. Equipamento urbano: aparelhagem destinada à prestação de serviços públicos necessários para o funcionamento de uma cidade. Esquema simplificado de paisagem que destaca oferta e usos da água. Este esquema está j representado com cores-fantasia, e as dimensões dos elementos não seguem a proporção real. /jj - - ---- --- 2 ! m oceano emissário . submarino uas servidas de águas servidas de origem industrial origem industrial ~ 1. De acordo com sua análise da figura da página antenior, responda às perguntas a seguir. a) Localize na imagem a água no mar, nos rios e cana'is, no lago, na várzea do rio (alagamento natu~al) e as possíveis fontes de água potável. b) Onde a população humana está mais concentrada? c)Como é o relevo? Há morros e áreas planas? d) Onde estão as nascentes dos rios? e) Onde há exemplos de paisagem natural e de paisagemmodificada? f)Quais estruturas representam fontes poluidoras? Ou-ais situações representam conservação ou melhoria da qualidade da água? 2. Segundo a legislação brasileira, as indústrias devem tratar as .águas servidas (efluentes indus- triais). A indústria representada no esquema trata a água de acordo com a lei? Explique. 1. O esquema mostra a vegetação nativa e as atividades rurais, as áreas urbanas e industriais que ocupam uma bacia hidrográfica. Identifique esses ambientes na imagem e discuta os pontos a seguir com os colegas. a) O que acontece com a água quando chove no morro, como na área de pasto? E quando cho- ve na cidade? b) Os rejeitas industriais causam um tipo de poluição diferente do provocado pelos esgotos das casas? Esgotos domésticos e efluentes industriais i; i Todas as atividades humanas resultam em algum tipo de resí- i g, duo que, muitas vezes, é descartado. Em nossas moradias, toda a ~ água que usamos e escorre pelos ralos origina o esgoto doméstico. & J As indústrias, por sua vez, também utilizam a água para diver- º sos fins, mas elas produzem os chamados efluentes industriais. '&. Caso não sejam tratados antes do descarte, esses efluentes po- dem poluir os rios, porque transportam substâncias variadas em grande quantidade ou estranhas ao meio (como mercúrio, chum- bo, cobre, sulfatos, nitratos). APOIO Usos da água. <http://conjuntura.ana.gov.br/usoagua>. Nesse endereço ele- trônico, você encontrará um infográfico produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, com os usos da água. '!'Menino busca peças de roupas no Rio l ürag, contaminado por rejeitos da indústria têxtil. Gazipur, Bangladesh. Uma das indústrias que mais contaminam as águas em todo o mundo é a indústria têxtil, tanto por causa do tratamento do couro quanto pelo tingimento dos tecidos. 2 24 A origem e o descarte da , agua em casa A água é fundamental para o funcionamento das moradias, pois serve para hidratar plantas e ani- mais, para a higiene pessoal ou doméstica e para cozinhar. Observe alguns desses usos. Esquema demonstrativo com exemplos de usos da água em uma residência. 1. De onde vem a água da casa retratada na ilustração? 2. Para que serve o hidrômetro? 3. Pense sobre os materiais que saem pelo esgoto doméstico e responda: a) Os materiais que usamos para limpar a louça e a roupa se dissolvem bem na água? b) O que a água de lavagem do quintal carrega consigo? e) De acordo com os seus conhecimentos sobre o assunto, você acha que urina e fezes poluem a natureza? Justifique sua resposta. d) Por que os dejetos humanos poluem as cidades? 4. Para onde vai o esgoto produzido nas casas da rua onde você mora? 5. Qual é a importância de uma estação de tratamento de esgoto? Você sabe se há esse sistema em seu município? Estudo da hidrosfera • Como a água se move na atmosfera e que percurso faz entre as rochas até a superfície terres- tre? Levantem hipóteses antes de prosseguir. A hidrosfera é o conjunto de toda a água do planeta: os oceanos, os rios, as geleiras e as águas subterrâneas. A água cobre 71% da superfície da Terra, sendo a maior parte água salgada. Distribuição de água na Terra Reservatórios Porcentagem d,e água to'tal oceanos geleiras -t- águas subterrâneas-!- águas superficiais 97,3% 2,08% 0,6% (rios, represas. lagos etc.) 0,019% 0,001% atmosfera Fonte: Paulo Augusto Romern e Silva (Org.). Aguo. quem vive sem? 2. ed. Siio Paulo: Nova Página. 2003. v. 1. 136 p. Em seu ciclo, a água passa pela atmosfera e pela litosfera, circulando entre os reservatórios na superfície e nas profundidades da crosta, bem abaixo do solo onde pisamos. transporte do vapor precipitação . l r evaporação Esquema simplificado de ciclo da água. A proporção entre as dimensões das estruturas representadas não é a real. 1 precipitação Nos continentes, a água líquida das chuvas se acumula em locais de depressão do relevo, como vales de rios, baixadas alagadas ou lagos. Esse armazenamento é temporário, pois parte da água novamente evapora-se da superfície, enquanto outra parte infilt ra-se lentamente no solo, constituin- do mais uma reserva temporária de água, que ainda pode atingir regiões mais profundas, formadas por rochas. Certas formações rochosas retêm água e são chamadas aquíferos .. As águas subterrâneas ali- mentam rios, represas, nascentes ou áreas de mananciais. Nas nascentes, a água brota entre rochas ou diretamente do solo. 25 26 Investigando as águas subterrâneas mi ~ Investigue as características dos aquíferos por meio de uma montagem simples. Material: • pedregulhos ou pedriscos; solo comum e solo vegetal (terra escura, rica em matéria orgânica) em quantidades semelhantes para fazer camadas, conforme o desenho da montagem; • recipiente transparente de boca larga ou pequeno aquário; • regador com água; • pequenas plantas no torrão de solo ou grãos de feijão. Procedimentos 1. Em grupo, coloquem no recipiente transparente os pedregu- lhos, depois o solo comum e. por cima, o solo vegetal. 2. Acomodem plantas pequenas (com seu torrão) no solo ve- getal ou semeiem alguns grãos de feijão. Caso vocês optem pelo plantio do feijão, aguardem 15 dias para que os grãos brotem e criem algum enraizamento. 3. Peguem o regador com água e "façam chover" devagar so- bre a montagem. Agora vocês irão observar com mais detalhe como um aquí- 1' Esquema de modelo que reproduz camadas do solo. fero é abastecido em ambiente natural. Comparem a montagem de vocês com o esquema abai- xo, fazendo as correspondências entre as estruturas de um e de outro modelo. l A proporção entre ª@ dimensões das estruturas representadas não é a real. ➔ Esquema simplificado de características e formação de águas subterrâneas. Reflita e registre Neste nível alguns espaços estão preenchidos por ar e outros por água (cor azul). Neste níve l todos / os espaços estão ~reenchidos por agua. 1. Por que podemos dizer que as águas superficiais abastecem os aquíferos? 2. Pense nas raízes dos vegetais e na capacidade que elas têm de abrir caminhos pelo ~olo. Agora, responda: Qual é a participação dos vegetais na manutenção dos aquíferos? 3. Se o solo está poluído, o que acontece com os poluentes depois da chuva? FAZENDO ACONYECER Orientações gerais Neste momento, você e seus colegas deverão se dividir em grupos. Cada grupo escolherá uma das propostas investigativas apresentadas a seguir. Todos os grupos irão voltar à questão norteadora do projeto: De onde vem e para onde vai a poluição das águas? Ao fim da execução de cada proposta, os grupos devem decidir o que irão apresentar à comunida- de escolar: maquetes, experimentos, fotos, notícias, entre outros materiais construídos ou pesquisados. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 RIOS E SEUS SEDIMENTOS Metas • Relacionar fluxo de água do rio ao transporte e à distribuição de sedimentos e outros materiais. • Fazer o levantamento de problemas ambientais de um rio na sua localidade. Primeira fase Vamos inicialmente fazer uma maquete de rio para investigar como o rio interage com um terreno arenoso. Material: • 1 caixa de madeira com formato de uma gaveta. Peçam a um marceneiro que serre um entalhe em forma de V em um dos lados estreitos (veja ilustrações a seguir); • 1 folha de plástico para cobrir a gaveta e haver sobra em todos os lados; • areia para preencher a gaveta pela metade; • 1 régua ou pedaço de madeira da largura da gaveta; • 1 mangueira encaixada na torneira e 1 balde; • banco, tijolos ou outros objetos para susten- tara maquete. Procedimentos 1. Coloquem a gaveta sobre o banco ou outro suporte escolhido. Estendam o plástico sobre toda a extensão da caixa. Prendam as laterais com fita adesiva. 2. Coloquem a areia na gaveta e passem a régua na superfície, garantindo que ela fique bem li- sa. Tomem cuidado para não furar o plástico. ■ e27 28 li 3. Suspendam um dos lados da maquete usando o tijolo ou outros objetos para apoiá-lo. 4. Ajustem a mangueira ao lado mais alto da caixa, no lado oposto ao entalhe em V. A função do recorte em V é dar vazão à água. Deixem a passagem livre e coloquem um balde para coletar a água que escorrer. 5. Abram a torneira lentamente, testando o fluxo de água fora da caixa primeiramente. A água deve escorrer pela caixa em pequena quantidade e lentamente. Quando começar a escorrer, observem atentamente o que acontece com a areia (cerca de 1 minuto). 6. Desenhem ou fotografem (com um celular) as formas representadas na areia após o movimento da água: ilhas, meandros. canais, leito principal etc. Reflita e registre 1. Que formas de relevo apareceram depois de a água escorrer por um minuto? 2. O que aconteceu com os sedimentos que foram arrastados pela água? 3. Imagine que nessa paisagem, representada pelo modelo, houve despejo de poluentes no topo da serra, por exemplo, rejeitas de mineração. Que caminhos esses contaminantes se- guirão até o destino final no modelo? Segunda fase 1. Pesquise o que é assoreamento de rio e mata ciliar. Formule, por escrito, a relação entre presen- ça ou ausência de mata ciliar e ocorrência ou não de assoreamento nos rios de sua cidade. 2. Pesquise o tipo de poluição identificado nos principais rios de sua cidade. 3. Descubra o que é Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) e se há algum em sua cidade. 4. Investigue se, em conjunto ou não com esse comitê, a prefeitura ou o governo estadual tem al- gum plano para melhorar a situação dos rios que .se encontrem poluídos. ~ bild 5. Estabeleçam relações entre erosão e assoreamento do rio, recordando o que viram na maquete. 6. Façam um levantamento dos principais problemas dos rios da cidade. 7. Proponham soluções no sentido de minimizar os problemas observados. OPOSTA INVESTIGATIVA 2 -BACIA HIDROGRAFICA E POLUENTES Metas • Analisar imagens de bacia hidrográfica, com ou sem ocupação humana. • Criar modelo tridimensional de bacia hidrográfica local, indicando os usos da água. o Investigar a situação ambiental da bacia hidrográfica da sua loca lidade. Primeira fase As ilustrações mostram alguns usos da :1gua de uma bacia hidrográfica. É possí- ,el observar que o principal rio fica mais aoaixo do relevo da bacia. Que força na- :.,ral move a água na bacia hidrográfica? Pesquise os temas propostos nas questões a seguir individualmente e de- :::iois discuta-os em grupo: 1. Quais são os rios e a bacia hidrográfi- ca da região onde você mora? 2. Essa bacia hidrográfica se parece mais com a de qual esquema? 3. Com quais poluentes essa bacia entra em contato? Eles vêm de esgotos do- mésticos ou industriais? 4. Onde os poluentes são lançados? Qual é o destino final deles? Segunda fase Forme um grupo com os colegas para a confecção de uma maquete de bacia hi- drográfica, preferencialmente reproduzin- do uma paisagem de sua região. Material: • argila; Procedimentos o tinta; Vegetação e rios estão vis1veis.O I Existe produção ilgrícola. esquema esta representado com cores- A água das chuvas Bacia h1drográf1ca preservada. j fantasiu e ilS d:mensões dos elementos . reabastece os mananciais. não seguem a proporção reul. •-~ ~ Í Estabelecimento de indústria. que lança ef-uente (res1duo líquido mdustnal). ~--: ,li ~ ; Urbarnzação e lançamento de esgoto (res1duo líquido doméstico) e efluente. 1' Esquema com exemplos de bacias hidrográficas e seus usos. o outros tipos de material à sua escolha. 1. A bacia hidrográfica deve apresentar uma região denominada montante, ou seja, o topo e a ju- sante (o declive rumo ao leito do rio, à foz). 2. Desenhem um croqui dessa área para, com base nele, elaborar a maquete. 3. Representem também na maquete as fontes poluidoras: no perfil topográfico, coloquem objetos se- melhantes a casas ou a indústrias em posição adequada para indicar lançamentos de esgoto domés- tico ou efluentes industriais. No caso de haver zona rural, represente atividades praticadas no campo. 29 30 PROPOSTA INVESTIGATIVA 3 CHUVA NO CAMPO E NA CIDADE Metas • Comparar o escoamento superficial das águas em ambiente urbano ou rural. • Discutir causas de inundações e erosão, no campo ou na cidade. Primeira fase Faça as montagens propostas e observe o que acontece quando "chove" sobre diferentes materiais. Material: • 5 garrafas PET ou de outros tipos, de plástico; • areia; • 5 fundos de garrafa PET ou 5 copos plásticos transparentes; • folhas secas; • terra adubada para plantio; • plástico preto; • mudas de plantas forrageiras (gramíneas); • regador pequeno. • terra vermelha; Procedimentos 1. Peça a um adulto que corte as garrafas no sentido longitudinal. ATENÇÃO! 2. Simule, em cada garrafa, um revestimento de solo: , garrafa 1 - solo com cobertura vegetal (terra e planta); garrafa 2 - solo coberto com serrapilheira (folhas secas); Solicite a um adulto que corte as garrafas para você! ~ garrafa 3 - solo exposto com terra (terra vermelha); garrafa 4 - solo exposto arenoso (areia); e) garrafa 5 - solo impermeabi lizado (areia ou terra coberta com plástico preto). Dica Para imitar o solo com planta, espa- lhe alpiste no solo que está na garrafa e aguarde a germinação. Em poucos dias ele já estará pronto para o experimento. Exemplo de montagem final. com três modelos construídos. 3. Acomode coletores de água na boca das garrafas, amarrados com barbante. 4. Usando o regador pequeno, faça "chover" a mesma quantidade de água nas montagens. 5. Observe: (1) a rapidez do escoamento nas montagens; (2) a quantidade de água que sai ou fica retida nas montagens; (3) a cor da água que escorre. 6. Use novamente as montagens para simular uma vertente mais inclinada, colocando sob elas um apoio com aproximadamente 5 cm de altura. Reflita e registre 1. Como os diferentes tipos de cobertura do solo influenciam a infiltração? 2. Como a diferença da inclinação das garrafas influencia a dinâmica da água? 3. O que você viu ajuda a explicar as enchentes que acontecem quando há chuvas intensas? Segunda fase 1. Pesquise casos de enchentes de rios ou desabamentos de morros na sua região. 2. Pesquise como é a ocupação de morros e várzeas em sua cidade identificando: • No caso dos morros: Há arruamentos e construções seguras? O solo pode sofrer erosão? O lixo é coletado? Há matas preservadas? • No caso das áreas baixas: Os bairros têm sistema de coleta de esgoto? O lixo é coletado? As águas das chuvas são levadas para tratamento? 1. Selecionem alguns desses temas para se aprofundarem e preparem uma exposição. - -RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Exposição dos trabalhos realizados pelos grupos para a comunidade escolar. Durante a apresentação, indiquem possíveis soluções para os problemas locais, que podem ser: rios poluídos por esgoto ou outros materiais; assoreamento dos rios; ausência de matas cil iares. Em uma aula com os professores de Ciências e de Geografia, toda a turma irá conversar sobre o desenvolvimento do projeto escolhido. Seguem algumas perguntas para nortear a conversa: • No início do projeto, o que vocês pensavam sobre a questão norteadora? • O que foi aprendido com o projeto, tendo em vista o que vocês se propuseram a investigar? • Os produtos finais conduziram ao problema e a propostas de soluções? É possível elaborar mais propostas? • Que outras investigações poderiam ser realizadas em ocasiões futuras? • A primeira resposta ao problema modificou-se ou foi ampliada? Se sim, em que aspectos? Individual Concluir a avaliação feita ao longo do projeto. 31 32 L r G • ut li t e • r O leite é o primeiro alimento dos filhotes de mamíferos após o nascimento. Ele é pro- duzido pelas glândulas mamárias das mulheres e de todas as fêmeas desse grupo. É uma mistura de várias substâncias nutritivas que promovem o desenvolvimentodo organ ismo. Entre os seres humanos, é hábito de diferentes culturas alimentar-se de leite de outros animais, mesmo depois de adulto. No Brasil, o costume de beber leite de vaca é muito di- fundido, embora não seja comum entre vários povos indígenas. Por conta desse hábito de consumo, o leite de vaca e os laticínios movimentam grande parte do setor pecuário da economia, sendo o leite produzido em áreas rurais organizadas especialmente para esse fim. O leite é um alimento nutritivo presente na mesa de grande número de pessoas, seja como bebida, seja como ingrediente de outros tipos de alimento. • O leite está presente em vários produtos muito consumidos no dia a dia. Que produtos têm leite como ingrediente? • Antes de chegar à mesa dos consumidores existe um longo processo agroindustrial em que é feita a coleta e o processamento do leite. Como a criação do gado leiteiro pode transformar as paisagens naturais para dar origem às fazendas? lDIRETO AO PONTO 8 O que há por trás da produção e do consumo do leite? JUSTIFICATIVAS • Os componentes nutricionais que formam a mistura "leite" o tornam um alimento nutritivo, sendo o leite materno alimento ideal para os recém-nascidos. Mas muitas vezes falta com- preender por que ele tem esta importância. • O leite de vaca é um dos produtos mais consu- midos no mundo, e de diversas formas. Vários fatores que envolvem sua produção permitem enriquecer nossos conhecimentos por meio da pesquisa e do debate. G AL É o PLANO? Etapa 1 - Explorando o assunto OBJETIVOS • 11nvestigar e conhecer os componentes do lei- te e, desse modo, utilizar esse alimento com o tema para aprofundar os conhecimentos a res- peito de misturas homogêneas e heterogêneas. • Refletir sobre as transformações das paisagens onde se cria o ,gado leiteiro. • Investigação experimental dos componentes do leite • A pecuária do gado leiteiro E_tapa 2 - Fazendo acontecer • Proposta investigativa 1 - Leite, uma rica mistura • Proposta investigativa 2 - Leite: nosso primeiro alimento • Proposta investigativa 3 - Produtos lácteos Etapa 3 - Respeitável público • Organizar e selecionar os conhecimentos adquiridos. • Preparar e apresentar os produtos finais. Balanço final • Avaliação individual e coletiva. Avaliação continuada: va- mos conversar sobre isso? [ Os seres humanos são os únicos mamíferos amamentados quando bebês, e continuam consumindo leite durante outras fases da vrda. T - ""I ,. ET~R~;_ EXPLORANDO O ASSUNTO 34 Investigação experimental dos componentes do leite Para iniciar o estudo do leite como uma mistura, propomos uma investigação experimental. Primeira rodada investigativa Material: • 3 copos transparentes; • 2 copos de leite integral (em embalagem do tipo longa vida); • pedaço de pano fino de algodão (suficiente para cobrir um copo); • 1 colher de plástico; • suco de um limão ou 2 colheres de sopa de vinagre; • pedaço pequeno de papel-manteiga. Procedimentos A preparação a seguir (1) deve ser feita com um ou dois dias de antecedência da ob- servação (2 a 4). 1. Em sua residência, deixe um dos copos de leite integral em repouso fora da gela- deira, coberto com um pano fino, para que azede. O tempo necessário para que o lei- te azede depende da temperatura do dia. 2. Coloque um pouco de leite integral pró- prio para consumo em um copo. 3. Pegue a amostra de leite azedo e colo- que-a em outro copo transparente. Deve-se comparar atentamente as duas amostras de leite. u Esses materiais serão necessários para todos os experimentos. 4. Observe atentamente as duas amostras, comparando uma com a outra. Reflita e registre 1. Descreva como é a aparência do leite integral próprio para consumo usando os órgãos dos sentidos: olfato, visão, tato, paladar. 2. O leite é uma mistura homogênea ou heterogênea? 3. Como é o líquido que se separa do leite quando este azeda? Você já observou essa situa- ção na produção de algum laticínio, como iogurte ou queijo branco? Segunda rodada investigativa Procedimentos 1. Neste momento será feita a observação de gor- dura no leite. Com um dia de antecedência, co- loque uma colher {de chá ou de café) de leite integral em papel-manteiga e deixe secar. No dia seguinte, verifique como ficou o papel-manteiga. 2. O próximo passo é rea lizar o teste da presen- ça de proteínas no leite. • Coloque, aos poucos, suco de limão ou vina- gre em um copo de leite. • Mexam com a colher de plástico e observe o que ocorre. • Coe o leite com o pedaço de pano de algo- dão. Guarde o líquido filtrado. 3. Será que existe água no leite? • Para fazer o teste, o professor irá aquecer um pouco de leite em um recipiente com tampa. • Depois de 5 minutos, a tampa deve ser retira- da para que vocês a observem. Reflita e registre • .i • Deve-se colocar vinagre (ou limão) no copo com leite. Depois, deve-se ] coar esse leite. 1. Com relação ao experimento 1, qual era o aspecto do papel-manteiga após a rea- lização da prática? A marca no papel indica a pres-ença de que elemento? 2. Quanto ao experimento 2, o que foi possível observar? Conversem com o professor e dis- cutam o que se formou como resultado desse experimento. Dica: o leite é um dos alimen- tos mais ricos em proteína. 3. A que conclusão foi possível chegar ao analisar a tampa do redp1iente em que estava o lei- te quente? Terceira rodada investigativa 1. Elabore um texto individual sobre as atividades experimentais anteriores relatando como, por meio dos procedimentos apresentados, a mistura foi separada e a composição do leite pôde ser verificada. 2. Ao analisar as embalagens de leite na sua casa ou mesmo observar imagens de embalagens na internet, é possível ler nos rótulos: "leite homogeneizado" ou "leite pasteurizado". Faça uma pes- quisa e descubra o que é homogeneização e o que é pasteurização. 3. O que mais você gostaria de saber sobre o leite e estaria disposto a pesquisar? 35 36 A pecuária do gado leiteiro Uma das características da produção de leite no Brasil é a diversidade dos sistemas de produção que podem ser encontrados em propriedades pequenas, médias e grandes. Nelas, pode-se criar o gado solto no pasto ou confinado em estábulos. · 1" A criação do gado leiteiro ocorre principalmente em pastagens, em campos abertos. 1' Outra forma de produção bastante difundida é aquela em que o gado fica confinado em estábulos parte do tempo ou em tempo integral, recebendo alimento. • Qual desses tipos de criação de gado afeta mais o ambiente, no que se refere a transformar a paisagem natural? Será possível criar gado alterando pouco o ambiente? • Em sua opinião, é melhor criar o gado solto ou confinado? Leia o texto a seguir sobre a prática pecuária sustentável. Pecuária sustentável é mais lucrativa e presta serviços ambientais A pecuária é vista como um vilão do meio ambiente. Isso se deve ao desma- tamento de florestas nativas para abertura de pastagens, às extensas áreas de plan- tação de grãos como a soja, que servem de alimento para o gado, e também às outras pegadas ecológicas da produção de carne e leite, como a emissão de me- tano produzido pelo processo digestivo do boi, que aumenta a emissão de gases de efeito estufa. Mas o processo pode e deve ser diferente, segundo Leonardo Rezende, produtor rural, pesquisador e sócio do projeto Pecuária Neutra. [ ... ] ''A forma como fizemos pecuária desde o período colonial foi apenas extrati- vista. Só retiramos recursos do meio ambiente e não devolvemos", diz Rezende. Um dos problemas mais comuns é deixar o gado pastar livremente e não permi- Gás metano: neste con- texto, é um gás resul- tante da digestão do gado. Ele é um dos gases que intensifi- cam o efeito estufa, que, por sua vez, ace- lera o processo de aquecimento global. tir que o capim se recupere. "Estamos sugando da terra mais do que deveríamos". [ ... ] "Toda pastagem precisa de um intervalo mínimode descanso, de 30 a 60 dias", afirma o pesquisador. [ ... ] Um sistema de manejo de pastagem saudável, que permita que o capim se regenere e que a proprie- dade não perca sua cobertura vegetal, é uma forma mais sustentável de praticar a pecuária. Urna evolu- ção disso seria a integração pecuária-floresta, ou sistema agroflorestal, que mescla a produção de animais com o plantio de árvores na propriedade[ ... ] [ ... ] A integração entre árvores e pasto melhora o bem-estar animal, já que fornece sombra para o ga- do durante o período de pastagem, e também melhora o microclima. [ ... ] Além disso, ter uma cobertura vegetal com diversas alturas - capim para pastagem, arbustos e árvo- res - imita uma paisagem natural, com bosque, sub-bosque e copa das árvores. [ ... ] Nesse sistema, a ma- téria orgânica do solo é muito mais nutritiva, diminuindo a necessidade de uso de adubos, herbicidas e agrotóxicos na agricultura. [ ... ] Segundo o produtor, o consumidor tem um papel importante na cadeia, que é o de ler rótulos e investigar a origem do que compra. [ ... ] "O consumidor tem que fomentar esse tipo de iniciativa, privi- legiando os produtores sustentáveis e estimular os que ainda não chegaram lá a melhorarem seu produto e prestarem serviços ambientais", diz. Juliana Tiraboschi. Pecuáriasustemável é mais lucrativa e presta serviços ambientais. EstatiM. Disponível em: <https://susremabilidade.esta dao.com.br/noricias/geral,pecuaria-sustentavel-e-mais-lucrativa-e-presta-sen•icos-arnbientais,70002009609>. Acesso em: 30 ago. 2018. 1. Como o capim de pastos esgotados pode se recuperar? 2. Como introduzir uma paisagem natural no pasto? De- senhe, em uma folha à parte, essa paisagem represen- tando como você a imagina. 3. Quando você compra o leite, pode estar colaborando com uma pecuária mais saudável? 4. Anote o que você considera mais importante da dis- cussão feita no texto. · Ler o rótulo dos pro-du-tos na hora da l compra pode dar valiosas 1nformaçóes para adqumr produtos de melhor = :____::_:_e· qualidade nutricional e que causam menos impacto ao ambiente. ~~-.L.. ~ Criação de gado no sistema de integração entre árvores e pasto. 37 38 Você sabe como funciona uma usina de leite? Em muitas fazendas, além de se utilizar o terreno para a atividade de criação de gado, usa-se parte dele para a construção de usinas de beneficiamento do leite. Dessas usinas sai o leite já higienizado e embalado para consumo nas áreas urbanas ou para indústrias de laticínios. Observe estas fotografias. Elas retratam as etapas de produção de uma usina de leite. 1' O leite precisa ficar armazenado em cilindros térmicos e ser mantido a 4 ºC, pois a baixa temperatura diminui a proliferação de bactérias. A geladeira tem função semelhante à desses equipamentos. 1' A pasteurização ocorre em estruturas com tubos e cilindros semelhantes a estes. 1' O leite passa por uma centrífuga, onde ocorre a padronização de sua gordura. 1' Por fim, ocorre o envasamento do leite, que, para seguir padrões de higiene, é feito sem contato humano. 1. Reescreva as legendas que descrevem as etapas de beneficiamento do leite. Explique por que cada uma é importante para sua conservação, isto é, como impedem a proliferação de microrganismos. 1. O que podemos investigar sobre o leite como alimento e produto industrializado? 2. Como podemos responder à questão norteadora do projeto? FAZENDOACO ECER Orientações gerais Nesse momento, vocês devem se dividir em grupos de três ou quatro alunos. Todos os grupos voltam à questão norteadora do projeto: O que há por trás da produção e do consumo do leite? As propostas investigativas a seguir são como peças que se encaixam para ajudar a responder à questão. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 LEITE, UMA RICA MISTURA Meta • Comparação entre tipos de leite disponíveis para consumo. Primeira fase 1. Observe embalagens de vários tipos de leite (integral, semidesnatado e desnatado) e compare as informações nutricionais deles. Pesquise o que é leite in natura. 2. Analise uma embalagem de leite do tipo longa vida e registre suas observações. Verifique se: a) é produzido no mesmo estado em que você vive; e -] Uma embalagem longa vida requer bastante tec~ologia em sua produçao. 39 40 b)a empresa distribuidora é a mesma que a produtora; c)trata-se de uma empresa nacional ou multinacional. Observem duas embalagens de leite longa vida: uma cheia e outra vazia. 1. Comparem o peso relativo delas, colocando uma em cada mão. 2. Peguem a embalagem vazia e verifiquem os materiais que a compõem e qual sua resistência a perfurações (use garfos) e amassamento. 3. Qual é a vantagem desse tipo de embalagem em comparação a garrafas ou sacos plásticos? Há alguma desvantagem? 4 . Atualmente, o leite distribuído em embalagem longa vida domina o mercado. Pesquisem por que isso acontece. 5. Observem na lista de ingredientes se esse tlpo de 'leite tem conservantes em sua composição. 6. Tragam as embalagens e as anotações para a sala de .aula e comparem-nas com aquelas coleta- das por seus colegas. 7. Anotem quais nutrientes os diferentes tipos de leite têm, quais são as características que os dife- renciam quanto aos componentes e verifiquem se existe .alguma expressão que precisa ser pes- quisada, por exemplo, leite UHT. 8. Pesquisem em qual tipo de leite se desenvolve mais bactéri.as: no leite in natura ou no pasteurizado? Explique por quê. Pesquisem também o que é UFC, uma medida relacionada à qualidade do leite. 9 . A produção do leite inclui a ordenha, o transporte e o preparo. Em cada uma dessas etapas, há normas de higiene para evitar a contaminação do produto por microrganismos. Para auxiliá-los na pesquisa, analise o quadro, observando o que diferencia os leites dos tipos A, B e C. Tipos de leite A B c Origem t Há um só rebanho na própria fazenda, 1 com ordenha mecânica.*** Há vários reba- nhos, de fazendas diferentes, com or- denha mecânica. Há vários reba- nhos, em fazendas diferentes, com or- denha manual. Características dos leites tipo A, B, C Transporte até a usina Não há. Belileficiamento .-O ~üe é pasteurizadol e ,envasado no mesmo local da ordenha, fica mantido em refrigeração. Pode ser homogeneizado. Número máximo de bactérias 500 UFC/ml Coletado em latões de o 1eite é -, diferentes locais e leva- pasteurizado. dos até a usina de bene- ficiamento, produto fica Pode tamb~m ser resfriado. homogeneizado Coletado em latões de í diferentes loca is e leva- O leite é do até a usina de benefi- pasteurizado. ciamento, resfriados. 40000 UFC/ml 150000 UFC/ml Porcentagem aproximada r• gordura 3,4%* ~ 3,4%* 3%** . • Valores de gordura que indicam o leite integral variam entre 3 e 4%. A sigla UFC significa "unidade formadora de colônias", e refere- -se à formação de colônias de bactérias. A legislação estabelece um limite máximo desses microrganismos no leite. O controle é •• O leite C pode ser beneficiado e ter a quantidade de gordura alterada. "' Cada rebanho tem uma forma de cuidado e de nutrição que influi na qualidade do leite. A qualidade do leite procedente de um só rebanho é mais facilmente controlada do que a do leite originado de vários rebanhos. L reali.zado pelos órgãos de fiscalização sanitária, que colhem amostras do leite e, após algum tempo, contam as UFCs em cada uma. a) Caso o leite longa vida fosse acrescentado ao quadro da página anterior, quais seriam os da- dos a respeito desse produto? b) Considerando o teor de gordura, qual deve ser o melhor leite para se obter a manteiga? E para obter iogurte ou queijo branco? e) De acordo com os dados apresentados, que cuidados de higiene devem ser garantidos na pro- dução de leite? d} Qual tipo de leite exige mais tecnologia na primeira etapa do processo produtivo? E qual tipo exige menos? e) De acordo com as informações do quadro da página anterior,qual é a relação entre o tipo de leite - A, B ou C - e a localização da criação do gado e a usina de beneficiamento? f) O que pode influir na diferença de preço dos vários tipos de leite? Segunda fase Você e os colegas irão preparar palestras para apresentar aos alunos dos anos anteriores. O conteúdo das palestras será apoiado nas experimentações que vocês fizeram na Etapa 1 deste projeto: a comparação entre os vários tipos de leite de vaca e as transformações decorrentes das novações da embalagem do leite longa vida, mencionando suas vantagens e desvantagens. Para a '":lOntagem dessas palestras, sugerimos o roteiro a seguir. 1. Faça alguns questionamentos ao público e escute as respostas das pessoas. Por exemplo: Vocês acham que todos os tipos de leite são nutritivos, isto é, contêm os mesmos nutrientes? 2. Apresente os resultados dos experimentos e das tabelas de informações produzidas na Etapa 1. Para isso vocês podem utilizar cartazes ou apresentação de slides. 3. Durante a exposição. procurem ouvir todas as perguntas que os colegas fizerem e respondê-las. 4. Para finalizar, organizem um debate e fiquem atentos às novas dúvidas que podem surgir. PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 LEITE: NOSSO PRIMEIRO ALIMENTO Primeira fase Importância do aleitamento Logo depois do parto, o primeiro leite produzido pelas mamas ainda 7ão tem o aspecto comum do leite; é amarelado e aguado. Esse leite, .:hamado de colostro, é de fato especial, com uma composição muito i ca em substâncias que protegem a saúde do recém-nascido e faci li- :::im a produção das primeiras fezes (mecônio). ➔ ..... Leite materno estocado em um banco de leite. [ 0 aleitamento materno é tão importantej que há no Brasil bancos de leite que disponibilizam esse alimento para , mães que não podem amamentar. • 41 42 Composição do leite humano: o alimento ideal O leite humano é considerado o alimento ideal para o recém-nascido (RN). Sabe-se que o leite pro- duzido por mães saudáveis é suficiente para suprir rndas as necessidades nutricionais do RN durante os primeiros seis meses de vida, permitindo que ele permaneça em aleitamento materno exclusivo durante esse importante período de sua vida. O leite humano possui uma composição nutricional balanceada, que inclui todos os nutrientes es- senciais, além de aproximadamente 45 tipos diferentes de fatores bioativos; muitos desses fatores pare- cem contribuir para o crescimento e desenvolvimento do RN, bem como para a maturação de seu uato gastrintestinal. Dentre eles destacam-se fatores antimicrobianos, agentes anti-inflamatórios, enzimas di- gestivas, vários ripas de hormônios e fatores de crescimento. Os inúmeros benefícios do aleitamento materno para o organismo infantil incluem aspectos higiê- nicos, imunológicos, psicossociais e cognitivo, bem como aqueles relativos à prevenção de doenças fu- turas; devem ser consideradas ainda as vantagens econômicas provenientes do menor custo e do efeito anticoncepcional, bem como os benefícios do aleitamento sobre o organismo materno. V. M. L. T. Calil; M. C. Falcão. Composição do leite humano: o alimento ideal. Rev. Med. do Departamento Científico de Medicina da Universidade de Sãa Paulo (USP), São Paulo, jan./dez.; 82(1-4), p. 1-10, 2003. Disponível em: <www.revistas.usp.br/reviscadc/artide/view/62475>. Acesso em: 4 ser. 2018. Para a criança, o aleitamento possibilita maior vínculo afetivo com a mãe. O recém-nascido ama- mentado não precisa nem de água, e isso representa maior comodidade para a mãe, pois não precisa esterilizar água, bem como higienizar mamadeiras e bicos. Apesar de não ser 100% eficaz, o aleita- mento pode ser um contraceptivo natural, sendo esse efeito comumente verificado quando os bebês mamam em intervalos regulares; como resultado, a mãe não ovula. Além disso, a amamentação permite que a mulher retorne mais rapidamente ao seu peso antes da gravidez. As estatísticas também apontam que as lactantes têm menos chance de ter câncer de mama e de útero. Agora, vamos fazer a comparação entre o leite humano e o de vaca. Acompanhe a tabela a seguir. Composição do leite de alguns mamíferos em 100 g* ,_ - ,-- -- --- - Composição Leite humano Leite de vaca Leite de cabra Água 87 g 88 g 88 g ._ - Valor energético 70 kcal 62 kcal 66 kcal - -- - Proteínas 1,0 g 3,3 g 3.4 g -- - -- -i-- -- - Açúcar 6,9 g 4,7 g 4.4 g + - - - Gordura 4.4/100 g 3,3 g 3,9 g - -+ Cálcio 28 a 33 mg 123 mg -- - - --t -- -- --- -- Fósforo 13 a 15 mg 95 mg Fontes: Maressa Caldeira Morzelle. Composição químico do leite. Aula ministrada na Escola Superior de Agricultura da USP. e-Disciplinas, ago. 2016. Disponível em: <httpsJ/edisciphnas.usp.brípluginfile.php/1810879/mod _ _resource/content/1/Aula%202.pdf>; Valdenise Martins Laurinda Tuma Calil e Mário Ocero Falcão. Composição do leite humano: o alimento ideal. Revista de Medicina. São Paulo, 82 (1-4), 1-10, 2003. Disponível em:<w,;w.revistas.usp.br/revistadc/article/víew/62475>; Giovani Nora. Seminário apresentado na disciplina Bioquímica do Tecido Animal. ln: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da UFRGS (2001). Disponível em: <www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/sintese_Jeite.pdf>. Acessos em: out. 2018. 1. De acordo com o texto, destaque as informações mais importantes sobre aleitamento materno. 2. De acordo com os dados mostrados na tabela acima, você diria que é possível substituir o leite humano pelo leite de vaca? E pelo leite de cabra? Segunda fase Nesta etapa, você.junto com seu grupo, fará uma entrevista. Perguntem a algumas mães que ama- "Tientam quais as vantagens ou as dificuldades que têm para amamentar, e se elas sabem a impor- :ância da amamentação para a saúde dos filhos. Registrem, no caderno, o que mais lhes interessou na entrevista e, se possível, com a auto- ~ização da mãe entrevistada, tirem uma foto dela amamentando. O grupo de trabalho deve se reunir e todos devem trazer as anotações coletadas durante o percurso investigativo vi- ;enciado. Com base nas anoLações de vocês, agora o grupo ira preparar folhetos para conscientizar as grávidas da comunidade sobre a importância do aleitamento materno. Sugerimos o roteiro a seguir. 1. Para elaborar o texto que será inserido no folheto, considerem todos os textos lidos, a comparação entre os diferentes tipos de leite e os registros da entrevista que fizeram (fotografias e textos). 2. Selecionem o material que será utilizado e resu- mam as informações que irão incluir no folheto, que deve ser breve, com poucas informações, porém relevantes. Uma sugestão é organizar o texto em perguntas e respostas e distribuí- -las no folheto intercalando as imagens, que também informam. 3. Com o folheto montado, organizem - com o apoio dos professores - a reprodução e a distribuição deles para as grávidas da comunidade escolar. Vocês podem distribuí-los, por exemplo, na entrada ou saída dos alunos, para mulheres que se interessarem. Durante a distribuição do folheto, aproveitem para conversar com as grávidas, mostrar o conhecimento de vocês sobre o assunto e valorizar o aleitamento materno. PROPOSTA INVESTIGATIVA 3 PRODUTOS LÁCTEOS 1' Mãe amamentando bebê. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), laticínios ou pro- dutos lácteos são aqueles que têm o leite como principal ingrediente. Entre eles, destacam-se o leite pasteurizado ou esterilizado (em UHT), o le ite desnatado, a manteiga, o creme de leite, os queijos, a ricota, o requeijão, o iogurte, os doces {como pudins de leite), as bebidas lácteas e os fermentados. Na sua região há algum tipo de queijo (ou de outro produto lácteo) bastante conhecido cuja pro- dução gera trabalho para várias pessoas? 43 44 Primeira fase 1. No primeiro momento, observe individualmente embalagens de vários produtos lácteos e com- pare as informações nutricionais deles. Depois compartilhe suas observações com o grupo. 1. Providenciem amostras de produtoslácteos, como pequenas porções de manteiga, queijo bran- co, iogurte natural, e alguns pires. Coloquem uma amostra em cada pires e as observem. 2. Feita a observação, pesquisem dados sobre a manteiga e mais um produto observado: ingredien- tes; características; processo de produção. Anotem no caderno suas observações. Agora, vamos fazer a comparação entre os nutrientes de alguns produtos lácteos com o quadro a seguir. Composição nutricional de produtos lácteos de leite de vaca integral Produto Energia Proteína Gordura Cálcio + Leite integral - 200 mi 136 kcal 6,8 g 8,0 g 234 mg .,. t Leite semidesnatado - 200 mi 95 kcal 7,2 g 3,5 g 247 mg Leite desnatado - 200 mi 70 kcal 7,2 g 0,62 g 258 mg -+ Leite condensado - 100 g 333 kcal 8,5 g 10,1 g 290mg ___. Iogurte -100 g ! 79 kcal 5,7 g 3,0 g 200 mg Queijo fresco - 100 g 1 113 kcal 6,1 g 8,0 g 110 mg ~ Queijo cheddar - 100 g 416 kcal 25,4 g 34,9 g 739 mg Fonte: Rosângela Zoccal. Gado de Leite. Revista Balde Branco. Disponível em: <www.baldebranco.com.br/leite-no-copo-no-brasil-e-no-mundo/>. Acesso em 14 ago. 2018. 3. Entenda o que são produtos do tipo "zero lactose". Observe embalagens de leite e de outros produtos lácteos com a expressão "zero lactose" destacada e pesquise: O que é a lactose? Por que há tantos produtos que destacam "zero lactose" na embalagem? Como se consegue o lei- te "zero lactose"? Registre a pesquisa no caderno. Segunda fase Agora você e os colegas irão preparar uma exposição para os pais e para a comunidade considerando as pesquisas feitas, a observação dos produtos lácteos e as embalagens analisadas. Sugerimos o roteiro a seguir. 1. Selecionem as embalagens de produtos lácteos que irão expor. 2. Elaborem sinalização e explicações suplementares sobre cada produto que será exposto, de acordo com as pesquisas que fizeram. Na explicação, procurem destacar os produtos locais e dar informações relacionadas à produção deles: local, tamanho, condição de higiene e de trabalho etc. 3. Criem textos curtos sobre o que foi investigado para apresentá-los em cartazes ou slides durante a exposição. Eles devem ser breves, com poucas informações, porém relevantes. Uma sugestão é organizar o texto em perguntas e respostas e distribuí-las no folheto intercalando imagens, que também informam. ETAPA ~ l RESPEITÁVEL PÚBLICO Agora é hora de divulgar os estudos realizados, tendo como base a síntese do grupo. Troque ideias com os colegas e ouça as sugestões do professor. Produto final Evento de divulgação de conhecimentos. • Palestra sobre os tipos de leite. • Distribuição de folhetos sobre amamentação natural. • Exposição de produtos lácteos. Nesta etapa, verifique se você está: • ouvindo atentamente seu colega; • não está impondo sua vontade; • está sendo paciente com quem é mais lento. Neste momento ocorrerá a avaliação final do projeto. Para tanto, retome o quadro das questões sugeridas para serem investigadas e a primeira resposta ao problema inicial, elaborada de modo coletivo. Discuta com a turma: • O que foi aprendido com esse projeto, tendo em vista o que vocês investigaram? • Os produtos finais conduziram a elucidar a questão norteadora? São possíveis outras respostas? • Que outras investigações poderiam ser realizadas em ocasiões futuras? • A primeira resposta à questão norteadora se modificou ou foi ampliada? Se sim, em que aspectos? A avaliação final do projeto leva em con- sideração todo processo envolvido nas dis- cussões e pesquisas, bem como a qualidade dos produtos finais apresentados pelo grupo. Visto em nossas mesas apenas como produto, o leite envolve tecnologia e o trabalho de muitas pessoas, que se dedicam a produzir alimento e gerar renda. Portanto, conhecer o processo que envolve esse produto, desde suas características químicas até suas implicações socioculturais, é bastante importante. Ganha destaque também a necessidade de reconhecer a importância do gado leiteiro. Ressaltamos que os saberes aqui adquiridos sirvam para defendermos , melhores condições para esses animais. L___ - --- - 45 46 , 1 Hoje estamos constantemente rodeados de informações. Por meio do conteúdo dis- ponibilizado pela mídia - ou seja, meios de comunicação como jornais, revistas, televisão, rádio e internet - é possível aprender a respeito de diversos assuntos, formar opinião e tomar decisões. De maneira geral, o j ornal - ou qualquer outra fonte de notícias - deve trazer informa- ção confiável. Uma forma de destacar essa intenção é usar dados numéricos, e em certos artigos eles estão bastante presentes, reforçando uma sugestão de credibilidade. Por isso é necessário saber interpretá-los. Entretanto, por trás da aparente imparcialidade dos números, existe um autor que pro- duz a matéria. Ele organiza e elabora o texto de acordo com um ponto de vista, e faz isso escolhendo: palavras, dados, imagens, entre outros. Afinal, conseguimos saber o que pensa quem elabora as matérias do jornal? Na fotografia abaixo vemos uma menina lendo jornal. O primeiro jornal de que se tem conheci- mento surgiu no Império Romano, em 59 a.e., e se chamava Acta Diurna (atos diários). Era escri- to em latim e trazia notícias sociais em grandes placas de pedra colocadas em pontos visíveis de Roma. O costume de saber das notícias somente cresceu, permanecendo forte até os dias atuais. o O que você precisa saber para escrever uma notícia? o Como você faria para defender suas ideias em um diálogo? • Você acha que dados numéricos dão mais credibilidade à notícia? Procure observar as primeiras páginas de jornais para responder. DIRETO AO PONTO --- ------- -. Por que há diferentes maneiras de dizer o mesmo fato nas matérias dos jornais? JUSTIFICATIVAS • Todos os dias. chegam até nós notícias sobre o país e sobre o mundo onde vivemos. contadas por autores. os jornalistas. Cada jornalista tem uma compreensão da realidade. É necessário aprender a analisar o envolvimento do jornalis- ta na elaboração da matéria (de jornal. revista etc.), seja para se informar, seja para analisar os dados. seja para refletir a respeito da realidade. O PLANO? Etapa 1 - Explorando o assunto • Pontos de vista em foco • Notícias e seus números Etapa 2 - Fazendo acontecer • Proposta investigativa 1 - Nossa escola • Proposta investigativa 2 - Nossa comunidade Etapa 3 - Respeitável público • Organizar os resultados da pesquisa. Balanço final • Reflexão coletiva com autoavaliação. • Reflexão individual. Avaliação continuada: Vamos conversar sobre isso? Garotos na Itália leem notícia no jornal L' Unitá, 1946, com a manchete "La Repubblica e Certa" (a república é certa, isto é, ocorrerá). OBJETIIJO.S • Comparar diferentes matérias j ornalísticas so- bre um tema. • Observar o envolvimento do autor e identificar a opinião delle em uma matéria. • 1nvestigar a apresentação de dados numéricos e gráficos. • Produzir uma matéria de jornal para mídia im- pressa ou outras. f A notícia refere-se à queda do último rei da Itália, Humberto 11, que fora deposto naquela ocasião, dando início à república. r --.. - - - • 1 , ETA~Ai EXPLORANDO O ASSUNTO ' , - .. ◄ • • . 48 Pontos de vista em foco As notícias trazem os fatos recentes do dia a dia. Já as reportagens podem questionar e buscar explicações, colocando um acontecimento em debate. Para defender ideias, surgem os artigos de opinião. Cada período da história tem assuntos que ganham mais destaque na mídia, havendo temas de interesse regional e outros de interesse mundial. Um dos assuntos de interesse global hoje é a questão da imigração. E, sendo um tema muito debatido, é comum que haja pontos de vista diferen- tes, com dados para apresentar os lados da questão. A migração ou a mudança de pessoas entre países é um acontecimento comum na história da humanidade, mas se tornou um assunto de debate na atualidade. Leia os trechos de duas matérias diferentessobre esse tema. t Agência EFE. • •• * A população imigrante legal e ilegal nos EUA chega a 43,7 milhões Imigrar: entrar e estabe-lecer residência em país estrangeiro. A população imigrante dos Estados Unidos, incluindo residentes legais e em situação irregular, alcançou o número recorde de 43,7 milhões em 2016. Segundo informe apresentado pelo Centro de Estudos de Imigração (CIS), a maior parte desses imigrantes vem do México. Situação irregular: caso em que a pessoa não tem a documentação necessária para de- terminada ação. Aqui se refere à perma- nência em território estrangeiro. Los Angeles, 16 out. (EFE). A análise do centro afirma que um a cada oito residentes dos Estados Unidos é imigrante, "o maior percentual dos últimos 106 anos". Os imigrantes Adan Pozos Lopes (esquerda) e Rafael Ramirez Cortez fotografados e nquanto trabalham com ostras em Maryland, Estados Unidos. Em 1980, um a cada 16 residentes era imigrante [ ... ).Entre 2010 e 2016, chegaram aos Estados Unidos 8,1 milhões de imigrantes [ ... ], segundo a análise, 1,1 milhão desses novos imigrantes vieram do México, o equivalente a um em cada oito dos recém-chegados. Nesse período, os maiores aumentos no número de imigrantes nos Estado Unidos corresponderam à Índia (com 654.202 novos residentes), China (550.022), Re- pública Dominicana (206.134), El Salvador (172.973), Cuba (166.939), Filipinas (164.077), Honduras (128.478), Vietnã (112.218), Venezuela (106.185) e Guatemala (104.883). [ ... ] Com 2 7 ,2 % de imigrantes, a Califórnia é o estado com a maior população estrangeira, seguido de Nova York (23 %), Flórida (20,6 %), Nova Jersey (22,5 %) e Nevada (20 %), conforme relatório produzido com base no censo. Agência EFE. Tradução nossa. <https://bra.sil .elpa1s.com/bras1!/201 7 /01 / 13/ mternaczonal/1484322393 809504 html Imigração nos Estados Unidos: da grande inclusão à grande expulsão? Os EUA sempre mostraram uma capacidade extraordinária de absorção de milhões de imigrantes. Mas o raminho nunca foi liue de obstáculos Navio com migrantes em direção a Nova York, Estados Unidos, em 1906. Rubén G. Rumbaut 15 de janeiro, 2017 Anistia: termo político que se refere a per- dão de algum ato co- metido. liberação de penalidade. Lei de imigração: re- gras que regularizam ou reconhecem a en- trada e a residência de imigrantes em paí- ses estrangeiros. Refugiado: pessoa obri- gada a mudar de país por causa de guerras. perseguição polilica. religiosa e desastres naturais. Embora as manchetes dos jornais possam indicar outra coisa, somente 3% dos mais de 7 bilhões de habitantes do planeta são migrantes mternac1onais, pessoas que ,iwm fora do país onde nasceram. Mesmo assim, são em número cada vez maior aqueles que emigram, especialmente do sul para o norte, e, nesse processo, o mundo passa por uma transformação mevitáwl. Vi,·emos em uma época n a qual a proporção de pessoas ricas (e idosas) é cada vez menor em contraposição a uma presença cada ,·ez maior de pessoas pobres (e jovens); as pressões migratórias crescem sem parar em consequência das desigualdades intr rnac10nais e de conflitos insolúveis; e os países mais desenvokidos se veem diante de uma encruzilhada decisiva em termos demográficos e de trabalho. [ ... ] Uma característica fundamental da história dos Estados Unidos foi a extraordin ária capacidade da chamada nação de imigrantes para abson·er, como uma esponja gigantesca, dezenas de milhões de pessoas de todas as clas- ses, culturas e países. Essa ,irtude admiráwl, porém, sempre conviveu com uma face mais sórdida do processo de construção e formação nacional. Com efeuo, grande parte da história norte-americana pode ser vista como um movimento [ ... ] de inclusão e exclusão e, em casos extremos, de expulsôes e deportaçôes forçadas. [ ... ] Na atualidade, os imigrantes representam mais de 25So das 38 milhões de pessoas que vivem na Califórnia, e mais da quarta parte de todos os imigrantes do país moram nesse estado. Isso se de\T a vários fatores: a lei de imigração de 1965 (que rerngou uma norma racista de 1924 que impunha cotas por país de origem), o reassenta- mento de centenas de milhares de refugiados de Cuba durante a Guerra Fria e de Vietnã, Laos e Camboja após o fim da Guerra do Vietnã, em 1975, e a anistia concedida pela lei de reforma e controle da imigração de cidadãos sem documentos, em 1986. ! ... ]. •• Rubén G . Rumbaut. Imigração nos Estados Unidos: da grande inclusão à grande expulsão? El País, 15 jan. 2017. Disponível em: <https:/ /brasil.elpais.com/brasil/2017 /0 l/ 13/internacional/ 1484322393_809504.hcml>. Acesso em: 23 ser. 2018. 49 50 1. Comparando os títulos e as primeiras linhas abaixo dos títulos, como podemos perceber os di- ferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto? ldentifique o fato central em cada texto e as palavras associadas a esse fato. 2. No segundo artigo, encontre no título as palavras em oposição que ajudam a ver os diferentes pontos de vista em debate sobre o mesmo tema. 3. As matérias apresentam argumentos com os dados numéricos. Os números aparecem associa- dos a quais palavras e ideias no primeiro parágrafo de cada matéria? 4. Releia o último parágrafo de cada matéria. Observe novamente o uso dos dados numéricos, no- tando onde são apresentadas razões históricas e da diversidade de países de origem. Quais são as diferenças entre essas informações? De olho nas imagens Em geral, as notícias e reportagens dos meios de comunicação são acompanhadas de imagens que tra- zem também informações e ajudam a expor um ponto de vista. Há inclusive jornalistas especializados, cha- mados fotojornalistas, que elaboram fotorreportagens, em que fatos são contados por meio da fotografia. Em grupos, vamos fazer um trabalho de observação, em que analisaremos as fotografias nas ma- térias das páginas anteriores e reflitiremos o que elas retratam. 1. Uma das fotografias é colorida, a outra está em preto e branco. Como esse componente da ima- gem está relacionado aos respectivos textos das matérias? 2. Qual era a posição e a distância do fotógrafo no momento que as fotografias foram feitas? 3. O que essas fotografias revelam sobre as pessoas? Como é a expressão delas? Reflito e Registre 1. Reflita sobre a re lação entre as informações contidas nas imagens e as matérias. As fotografias complementam o texto escrito com informações? Registre suas ob- servações no caderno. APOIO Sebastião Salgado: Conheça o trabalho de Sebastião Salgado, fotógrafo bra- sileiro reconhecido globalmente por suas fotos que contam as histórias de diversas populações do Brasil e do mundo. Ele não é um jornalista, mas tem grande capacidade de comunicação por meio de suas imagens. Digite em um site de buscas as palavras "SEBASTIÃO SALGADO" + "ÊXODOS", que e o nome de um de seus livros de fotos, sobre imigrantes e refugiados. ➔ Sebastião Salgado durante lançamento de seu livro de fotos Genesís. Londres, 2013. r;.---'!ll[l J Notícias do campeonato O jornalismo esportivo é prati- f cado e apreciado em todo o mun- t do. Há jornais impressos, revistas, ~ canais de televisão e sites dedi- ~ cados totalmente ao assunto. Uma § multidão procura diariamente in- formações a respeito de seu time. §1 É " .Z L-~lãi Por se tratar de um segmento da área jornalística, há diferenças na forma de comunicação. Além de noticiar, não é raro que os re- pórteres em suas análises das par- tidas se posicionem criticamente em relação à atuação dos jogado- res e do técnico. Os números estão presentes para demonstrar classi- ficação em campeonatos, estimati- vas de rendimento na partida etc. Há também bastante discordância, e uma partida elogiada por um re- pórter pode ser criticada por outro. 1' Cristiano Ronaldo em campo com vários fotojornalistas ao fundo, em partida entre Portugal e Coreia do Norte pela Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. A proposta é fazer uma pesquisa a respeitodo jornalismo esportivo. Procedimento Esse atleta e um dos nomes mais citados de toda a imprensa esportiva mundial. 1. Depois de uma rodada do Campeonato Brasileiro, procurem e guardem notícias de diferentes jornais e revistas sobre os jogos. 2. Observem o que está em destaque: atuação dos times, dos técnicos, das torcidas. Deem atenção às palavras e imagens, fazendo anotações sobre o uso delas e analisando o que é valorizado em cada publicação. 3. Com os dados, façam cartazes, com título e cópia das reportagens - escolham duas ou três. In- diquem nos textos os itens que despertaram a atenção, usando canetas marca-texto e setas. 4. Escrevam comentários sobre essas diferenças. 5. Divulguem os cartazes na escola. Reflita e registre 1. Lendo diferentes trechos de matérias sobre um mesmo tema em debate, pode- mos perceber as escolhas das palavras e dos dados que são destacados pelos autores. Até mesmo nas notícias sobre futebol, podemos encontrar algumas escolhas do autor. Em sua opinião, por que um mesmo acontecimento pode ser lido de formas diferen- tes nos jornais? 51 52 Notícias e seus números Os dados que acompanham as reportagens nem sempre são representados do mesmo modo. Às vezes se escolhe apresentar informações numéricas em fo rma de gráficos. Leia, a seguir, trecho de notícia sobre a imigração baseada em gráficos. Vamos analisar um deles. Imigração em gráficos www.gazetadopovo.eom.br/mundo/ó-graficos-que-explica,m-por-que-os-eua-nao-vtvem-uma-cr)se-de-imigracao-c1jth97z0v,.,o4f3yy9124mvfuz ••• * 6 gráficos que explicam por ,que os EUA não vivem uma crise de imigração Em termos numéricos, não há crise na fronteira dos EUA. A migração ilegal do México acabou e as entradas irregulares de pessoas de El Salvador, Guatemala e Honduras são pequenas para os padrões históricos Apreensão de imigrantes ,fT1§!Xica~óS' 1ij e. dr;· outr~s· pi3-íses·riç1.::f_ron_tei_ra dosi~A:~ O número de mexicanos apreendidos na fronteira sul dos EUA tem diminuído desde 2000. Já o número de imigrantes não mexicanos, especialmente de Honduras, EI Salvador e Guatemala, aumentou. Ano • . Mexicanos - Não mexicanos Nas últimas semanas vimos notí- cias terríveis sobre a "crise" que se ins- talou na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Na realidade, não há crise, pelo menos como foi retratado na imprensa e pela administração [do presidente Donald] Trump. Entradas não documentadas atra- vés da fronteira são, na verdade, as mais baixas de todos os tempos. A en- trada em massa de migrantes do Méxi- co em busca de trabalho no vizinho do None acabou. [ ... ] A migração ilegal do México na verdade começou a declinar por volta de 2000 e despencou depois da gran- de recessão que ocorreu em 2008. Isso não por causa da aplicação de controle de fronteiras dos EUA, mas por causa da transição de fertilidade no México. O número de filhos por mulher diminuiu 68% entre 1960 e 2016. !. .. ] Fonte: Controle de Fronteira dos EUA. Douglas Massey. 6 gráficos que explicam por que os EUA não vivem uma crise de imigração. Gazeta do Povo, 4 jul. 2008. Disponível em: <Viww.gazetadopovo.com.br/mundo/6-graficos-que-explicam-por-que-os-eua-nao-vivem-uma-crise-de -imigracao-cljch97z0wo4f3yy9124mvfuz>. Acesso em: 23 ser. 2018. No gráfico ante rior, os dados são apresentados em barras e liniha. ~ 1. Para analisar o gráfico, considere as grandezas nele relacionadas: milhão de pessoas e ano. De acordo com a reportagem, o predomínio do México como principal fonte de imigrantes para os EUA declinou de modo acentuado. Quais dados numéricos confirmam essa afirmação? Taxa de fecundidade em gráfico Dando continuidade à exploração dos dados a respeito dos imigrantes nos EUA, um fator possível de se considerar é a diminuição de filhos por mulher no México. O número de filhos por mulher dimi- nuiu entre 1960 e 2016, acrescentando outro dado à análise. Especialistas em populações observam que o nascimento de um menor número de filhos em um país leva a uma menor oferta de mão de obra, o que diminuiria o desemprego e aumentaria os salários, desencorajando a emigração. A taxa de fecundidade pode ser representada também no gráfico de linha. Taxa de fecundidade é o número médio de filhos que teria uma mulher até o final de seu período reprodutivo, considerado entre 15 e 49 anos. No gráfico a seguir, os dados de número de filhos estão expressos no eixo vertical. No eixo horizontal está indicado o período: os anos entre 1960 e 2016. ~ r • • • -•~ ~~• "' - "' ••-• ~"' Taxa de fecundidade no Mé.xifo' 7.0 6,5 ••• •• • " " " ª • 6,0 ~ 5,5 1 5,0 & I 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2'º 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 Ano Fonte: Banco Mundiai. Dispon,w l Pm <https://data. worldbur.k.orç;/ír.d icator/ SP.DYN.TFRT.IN>. ,.__ ______________________ __, Acf>Sso em. sei. 2018. 1. Vamos interpretar e analisar alguns elementos na representação do gráfico. a) No México, o número de f ilhos por mulher diminuiu entre 1960 e 2016. Em 1960, a taxa foi de cerca de 6,5 filhos por mulher e, em 2016, de cerca de 2,0 filhos: uma grande redução. Qual foi a porcentagem dessa diminuição? b) Com base nesses dados, o que podemos concluir sobre o tamanho das famílias mexicanas no período de 1960 a 2016? A conclusão vale para a população total? 2. Pesquise o número da população brasileira atualmente. Com essa informação e os dados do trecho acima, calcule se a quantidade de migrantes no mundo se aproxima do número da popu- lação brasileira. 53 54 1. Após a análise dos gráficos e dos números, releia as duas primeiras notícias desta etapa e tro- que ideias com os colegas a respeito da questão a seguir. n Como refletir sobre os dados numéricos apresentados pode ajudar na compreensão e análise das notícias anteriores? Deixe um comentário Muitas vezes, as pessoas são chamadas para se comunicar ou interagir com jornais e revistas im- pressos ou na internet. Elas podem mostrar como estão se sentindo ou emitir sua opinião em forma de comentário. Especificamente nos jornais, costuma haver um espaço para "cartas do leitor", em que são feitos elogios, reclamações, correções e comentários. Observe o exemplo de uma carta do leitor. Procedimento Sumiço dos gatos Pelo que li em reportagem deste jornal semana passada, a prefeitura nega que está exterminando os gatos daqui de Curitiba [PR). Mas a nossa percepção é outra coisa. Esrão sim fazendo isso e à luz do dia. Esrão contrariando a lei que afirma que é preciso tratar dos animais abandonados. Um furgão azul rem sido visto rondando as ruas do meu bairro recolhendo os animais. Já foram abordados por moradores e esses funcionários da prefoirura afirmam que têm autorização da administração para isso. Para onde estão levando os animais não dizem, é um local ignorado. Se fosse para cuidar deles, dariam satisfação quando perguntamos, mas não. Mas isso não ficará assim, espero que a imprensa continue cobrando os responsáveis e nós vamos procurar órgãos de defesa dos animais. Valdirene Baralliora. 1. Com base nas matérias de jornal que lemos sobre imigração e. agora, conhecendo o debate, re- dija um comentário ou carta do leitor para um dos jornais dos quais analisamos alguns trechos. 2. Ao elaborar seu comentário e defender seu ponto de vista, lembre-se de respeitar as ideias dife- rentes das suas. Concluindo esta etapa Nos jornais há muitos textos com características variadas - notícias do dia, reportagens investi- gativas (mais aprofundadas sobre um assunto), entrevistas, comentários, críticas, artigos de opinião, entre outros. Todos eles dependem das escolhas feitas por seus autores. 1. Sendo assim, o que podemos concluir sobre a elaboração das matérias de jornal, considerando a escolha dos enfoques e a seleção de dados? 2. Até o momento, como podemos formular uma resposta à questão norteadora do projeto: Por que há diferentes maneiras de dizero mesmo fato nas matérias dos jornais? FAZEMDO ACONTECER Orientações gerais Agora você terá de pensar quais serão suas escolhas para elaborar a matéria que seu grupo definir. Qual é o tema da matéria? Qual será o ponto de vista? Como preparar uma matéria de jornal? A produção de uma matéria de jornal inclui algumas etapas, descritas a seguir. 1. Na preparação: pesquisem o assunto em várias fontes (pessoas, documentos, dados numéricos e imagens) para aprofundar o tema e definir o posicionamento de vocês e as ideias que defenderão. 2. No desenvolvimento: transformem a pesquisa em texto e imagem (histórica ou foto recente) e elaborem legendas para a imagem. 3. No fechamento: releiam o texto verificando se está transmitindo as ideias da melhor maneira pos- sível; revisem a ortografia e a pontuação; deem um título à matéria e coloquem-na no espaço de divulgação. De maneira geral, a Matemática contribui para analisar os dados e as fontes. Vamos procurar a especificidade numérica para cada sugestão de tema. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 NOSSA ESCOLA Meta Aprofundar o conhecimento sobre um tema escolhido. O objetivo dessa proposta é investigar a história da escola. Os temas devem ser selecionados, por exemplo: história da escola; o caminho da merenda (do produtor até chegar aos alunos); as mudan- ças na quantidade de alunos ao longo do tempo. Será que conhecemos a história de nossa escola? Primeira fase Dividam as tarefas entre os integrantes do grupo e pesquisem as etapas a seguir. 1. Busquem fontes de informação sobre o tema: documentos, imagens, internet etc. 2. Conversem com a equipe de funcionários so- bre o histórico e funcionamento da escola. :. -"' 3. Incluam dados numéricos na reportagem, por f exemplo, data da inauguração, quantidade de J diretores, idades dos alunos. i ➔ Alunos de escola na cidade de Sumaré (SP). Você passa muitas horas na escola. É o momento de se reunir com os colegas e discutir modos de conhecê-la melhor. 56 Segunda fase 1. Transformem as pesquisas em matéria de jornal, com texto escrito e imagens. Qual é a melhor forma de transmitir a pesquisa: reportagem, fotorreportagem, notícia, artigo de opinião? 2. Releiam o texto, revisem-no e analisem se o ponto de vista de vocês está claro. PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 NOSSA COMUNIDADE Meta Desenvolver matéria a respeito do espaço de vivência. A história do bairro pode ser resgatada pelos relatos dos moradores. Nos espaços de lazer da comunidade (praças, parques, parquinhos, campos, pistas de skate}, encontramos amigos e colegas em eventos especiais e no dia a dia. Como são e como eram os espaços de lazer do bairro? Primeira fase Dividam as tarefas entre os integrantes do grupo e utilizem as etapas a seguir. 1. Pesquisem o tema: documentos, imagens que podem ser encontradas em registros, sites etc. 2. Incluam nela dados numéricos, como mudança na quantidade e variedade de espaços de lazer. número de frequentadores, datas de criação dos espaços etc. 3. Conversem sobre essa pesquisa (a história do bairro e dos espaços de lazer) com pessoas do bairro: moradores antigos, idosos. artistas, atletas, comerciantes. Segunda fase e 8, § g i 1. Transformem a pesquisa e a " , d ~ conversa em materia e jor- ~ nal, com texto escrito e ima- ~ ~ gens. Qual é a melhor forma de transmitir a pesquisa: re- portagem, fotorreportagem, notícia, artigo de opinião? 2. Releiam o texto, revisem-no e analisem se o ponto de vista de vocês está claro. 1' Jovens concentrados em praça com pista de skate no Parque Municipal Zilda Natel, São Paulo (SP). # # RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Publicação impressa - um jornal escolar - ou divulgação em outras mídias (si- te ou blog) das matérias produzidas pelos grupos na Etapa 2. • O que é importante comunicar para outras pessoas, independentemente de serem da própria es- cola ou da comunidade? • Qual é o título do jornal? • Encontrem a melhor possibilidade de divulgação do jornal da turma: um site, blog ou jornal im- presso, uma exposição com cartazes ou apresentação de slides. O produto coletivo deve ser preparado e apresentado à comunidade. Coletivo com autoavaliação Neste momento ocorrerá a avaliação final do projeto. Para tanto, retome as questões investigadas e a primeira resposta ao problema inicial elaborada de modo coletivo. Discuta os pontos a seguir coletivamente, com a mediação do professor. • Tendo em vista o que vocês investigaram, o que foi aprendido com esse projeto? • Os produtos finais conduziram a elucidar a questão norteadora? São possíveis outras respostas? • Que outras investigações poderiam ser feitas em outros momentos? • A primeira resposta à questão norteadora se modificou ou foi ampliada? Em que aspectos? A avaliação final do projeto leva em consideração todo o processo envolvido nas discussões e pesquisas, bem como a qualidade dos produtos finais apresentados pelo grupo. Individualmente Visa concluir a avaliação do projeto. r Os meios de se ter acesso à informação 1 mudaram bastante desde o primeiro jornal conhecido, no Império Romano, passando pelos jornais impressos e computadores. Atualmente um colega nos envia um link e, pelo celular. temos acesso a um conteúdo jornalístico naquele exato momento. E justamente essa facilidade de compartilhamento de notícias requer mais conhecimentos para formar nosso L senso crítico e para agir em sociedade. 57 58 1 ---·º ~ Cb o V r o o o r 1 Ir o r 0 rv r Biodiversidade é todo o conjunto de seres vivos que habitam o planeta. As muitas for- mas de vida foram sofrendo mutações desde sua origem, há mais de 3,5 bilhões de anos. Nesse período, os ambientes também foram se modificando. Na combinação desses pro- cessos naturais, algumas espécies foram extintas e outras apareceram. Basta lembrar que o planeta já foi habitado predominantemente por dinossauros muito antes de os seres hu- manos surgirem. Nas últimas décadas, a biodiversidade vem sendo ameaçada. O desmatamento das florestas, a caça, o tráfico de animais, a poluição das águas, do solo e do ar, bem como o aquecimento global, são fatos relacionados a ações humanas nocivas. Tudo isso tem pro- vocado a extinção de espécies e ameaçado muitas outras, em um ritmo bem mais acele- rado do que o observado em toda a história da Terra. Cena do filme Rio, de 2011. O protagonista do filme é a ararinha-azul Blu, que se envolve em aventuras para fugi r de traficantes de animais. • As ararinhas-azuis, como o personagem Blu, foram vítimas de traficantes de animais e de mudanças em seu hábitat. Como resultado, essa espécie está extinta na natureza. Você conhece outro caso como esse? o Projetos para a conseNação de animais têm dado resultado. Como conhecer esses projetos na internet? Como confiar nas informações que encontramos? ' DIRETO AO PONTO ••1-------------, Como a extinção acelerada das espécies vem sendo enfrentada? ------------------------ -·----· . JUSTIFICATIVAS • O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo. No entanto, as ações em prol da con- servação das espécies precisam ser muito mais eficazes. Para conhecer melhor o problema do risco da extinção de espécies e se posicionar sobre ele, bem como entender como atuam os projetos de conservação, é necessário saber pesquisar em livros, revistas e na internet. <f> ALEOP ANO? Etapa 1 - Explorando o assunto • Alguns casos de extinção de animais • Baleias: símbolo do combate à extinção Etapa 2 - Fazendo acontecer : OB.JETIVOS '<I • lnvestig,ar a abrangência da atual extinção de espécies no planeta. • Reconhecer o papel de projetos de conservação na manutenção dos ecossistemas brasileiros. • Conhecer e utilizar procedimentos de pesqui- sa, leitura e produção de textos relacionados a um tema que seja objeto de estudo. • Proposta investigativa 1 - Animais brasileiros ameaçados e projetos de conservação • Proposta investigativa2 - Árvores brasileiras ameaçadas e projetos de conservação • Proposta investigativa 3 - Caça ou pesca predatória e tráfico de animais Etapa 3 - Respeitável público • Organizar e selecionar os conhecimentos adquiridos. • Preparar e apresentar os produtos finais. Balanço final • Avaliação individual e coletiva. Avaliação continuada: va- mos conversar sobre isso? ' 60 1ETAPA EXPLORANDO O ASSUNTO Alguns casos de extinção de animais A extinção de outras espécies como resultado da ação do ser humano não é algo novo. Acom- panhe a seguir dois exemplos, datados dos últimos séculos. Depois, citamos extinções que não tiveram relação com os humanos - foram causadas por mudanças no ambiente. O tigre-da-tasmânia Os tigres-da-tasmânia eram animais carnívoros que viviam em pequenos bandos. Receberam es- se nome porque tinham listras pretas nas costas sobre o pelo castanho, lembrando um tig re, e viviam na ilha da Tasmânia, ao sul da Austrál ia. Como os cangurus, eram marsupiais, mas tinham aparência semelhante à de cães de porte médio. No século XIX, criadores de ovelhas locais iniciaram uma perseguição intensiva a esse animal. Em 1986, passados 50 anos sem que nenhum exemplar tivesse sido encontrado, foi declarado ofi- cialmente extinto. ~ Marsupial: mamífero cujos filho- tes se desenvolvem parcial- mente no útero, parcialmemte na bolsa abdominal da fêmea. O exemplo mais conhecido é o canguru, da Austrália; no Brasil, os principais representantes do grupo são os gambás. Fotografia de Benjamin, o último tigre-da- -tasmânia que exist iu. Viveu no zoológico Hobart, Tasmânia, morreu em 1936. A ave dodô Ave nativa das Ilhas Maurício, localizadas a 800 km da costa da África, o dodô tinha a altura de um ganso e não podia voar. Mansas e curiosas, essas aves eram facilmente caçadas pelos marinheiros que reabasteciam seus navios na ilha. Sobre esses animais, há muitos relatos de marinheiros dos primeiros séculos de ocupação europeia. Em 1638, as amea- ças a eles intensificaram-se, uma vez que os holandeses toma- ram as ilhas e para lá levaram plantas e animais exóticos para aquele ecossistema. A competição por alimento e a intensifica- ção da caça predatória levaram a espécie à extinção em pou- cas décadas. Dodô, ave extinta devido à caça. Gravura de Georg Friedrich Treitschke, 1842. Megafauna da América do Sul A descoberta e a análise de fósseis revelam que no passado existiram espécies de animais e plan- tas com características bem diferentes das encon- tradas atualmente. Isso significa que, por alguma razão, elas entraram em extinção em determinado período. Pesquisando fósseis e rochas, cientistas con- cluíram que, ao longo da história de nosso planeta, houve várias épocas bem frias, a que chamaram de eras do gelo, tendo a última ocorrido de 18 a 12 mil anos atrás. Nesse período, havia muito gelo nos po- los e nas montanhas, mas nem todos os continen- tes eram cobertos de neve. O clima nos trópicos, região onde está o Brasil, era ameno, mais seco e com poucas chuvas. 1' Reconstrução artística de uma macrauquênia. Nosso território era ocupado por extensas sa- vanas, parecidas com o Cerrado atual, onde viviam animais gigantes, alguns semelhantes a animais atuais, como tatus, bichos-preguiça, bem como es- pécies de ursos sul-americanos, hipopótamos sul-a- mericanos e tig res dentes-de-sabre. Esses grandes mamíferos são exemplos da chamada megafauna sul-americana. Essa fauna foi extinta quando o cli- L ma após a última Era do Gelo voltou a esquentar, a Esse animal, pertencente à megafauna, existiu aqui na América, na região da Patagônia, no sul da Argentina. Ele tinha cabeça comprida com uma tromba curta, patas com três dedos e um longo pescoço. similar ao das girafas. Herbívoro, procurava vegetais moles e chegava a pesar uma tonelada. 7 água líquida tornou-se mais abundante e começou a chover mais, facilitando a expansão das flores- tas tropicais, como a Amazônia, e o recuo das savanas. Fósseis de exemplares da megafauna têm sido encontrados em nosso território. E- Esse animal era um predador com cerca de 1,5 a 2.3 metros de comprimento e pesava cerca de 400 kg - era um pouco menor que o leão como o conhecemos atualmente. Esse felino existiu também em terras brasileiras e é famoso por conta dos drns caninos enormes, que mediam cerca de 18 cm de comprimento. Reconstituição artística de um tigre-dentes-de-sabre, tambem conhecido como Smilodon. 61 62 Dinossauros e pterossauros Há cerca de 200 milhões de anos, bem antes de o ser humano surgir na Terra, espécies de dinos- sauros e de pterossauros habitavam o planeta e dominavam as paisagens terrestres. Esses animais tiveram seu fim há cerca de 65 milhões de anos e de forma bastante acelerada. Para explicar esse rápido desaparecimento, a teoria mais aceita é a queda de um grande asteroide onde hoje está o Golfo do México (América do Norte), cujo impacto fez subir muita poeira para a atmosfera. A poeira envolveu o planeta em sombras e reduziu a fotossíntese das plantas. Os grandes herbí- voros não tinham mais o que comer e, consequentemente, os carnívoros também não. Muitas espé- cies de menor porte também não sobreviveram ao impacto catastrófico. 1. Elabore um quadro e complete-o com os dados dos textos apresentados até o momento. Faça três colunas: data aproximada (em que ocorreu a extinção), animal extinto, causa da extinção. Baleias: símbolo do combate à extinção As ba leias são os maiores animais do planeta e foram intensamente caçadas durante muito tempo, pois delas retiravam-se diversas matérias-primas. A gordura (óleo) de baleia, por exemplo, até o século XIX era utilizada como lubrificante de embarcações, argamassa para construção e na iluminação pública. No Brasil, a caça à baleia, desde o século XVII, estendia-se da costa da Bahia até Santa Ca- tarina. As espécies mais numerosas eram a jubarte e a baleia-franca. Ainda no século XVIII, o político e cientista brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva descreveu uma caçada às ba- leias francas. '''' [ ... ] Deve certo merecer também grande atenção, a perniciosa prática de matarem os baleotes de mama, para assim arpoarem as mães com maior facilidade. Têm estas tanto amor aos seus filhinhos, que quase sempre os trazem entre as barbatanas para lhes darem leite; e se, por ventura, lhos matam, não abandonam o lugar, sem deixar igualmente a vida na ponta dos arpões: é seu amor tamanho que, podendo demorar-se no fundo da água por mais de meia hora sem vir a respirar acima e, escapar as- sim, ao perigo que as ameaça, expõem a sua vida para salvarem a dos fllhi- nhos, que não podem estar sem respirar por tanto tempo. Esta ternura das mães facilita sem dúvida a pesca [ ... ]. É fora de toda a dúvida que, matan- do-se os baleotes de mama, vem a diminuir-se a geração futura, pois que as baleias, por uma dessas sábias leis da economia geral da Natureza, só parem de dois em dois anos um único fi.lho(a), morto o qual, perecem com ele to- dos os seus descendentes [ ... ]. Instituto Australis. Texto de José Bonifácio para os Anais da Academia Real das Ciências de Lisboa, 1790. Disponível em: <http:/ /baleiafranc:a.org.br/a-baleia/a-matancaf>. Acesso em: 6 set. 2018. (Atualização na grafia de algumas palavras conforme normas atuais da língua portuguesa.) Arpão: instrumento de pesca com cabo de ponta farpada e afia- da, usado para fisgar e prender peixes grandes ao ser arremessado. Arpoar: usar o arpã_o. Baleote de mama: filho- te de baleia que ainda mama. Pernicioso: prejudicial. Desde 1982, um programa de pesquisa sobre baleias-franca em Santa Catarina tem confirmado o retorno anual de baleias a es- se litoral. No inverno, as baleias migram do j Polo Sul para se acasalarem em águas mais g e quentes e amamentar os filhotes nascidos no j inverno anterior. As baleias, como outros ma- ·i míferos, cuidam dos filhotes. Baleia-franca - reprodução [ ...] Nas primeiras semanas de vida, o fi- lhote passa cerca de 90% do tempo no en- torno imediato da mãe, e apenas no final da temporada de inverno de seu nascimento pas- sam a distanciar-se mais desta, explorando de forma mais independente o ambiente das pro- ximidades; os filhotes de um ano, que retor- nam com a mãe para as áreas de reprodução, desligam-se dela nesta fase, com a mãe apa- rentemente tomando a iniciativa de afastar-se do filhote que então já é funcionalmente in- dependente. [ ... ] Instituto Auscralis. Disponível em: <http: //baleiafranca.org. br/ a-baleia/ cornportamen to/>. Acesso em: 8 set. 2018. 1' Baleia-franca e filhote. 1. O primeiro texto, embora de época, é um texto científico, enquanto o segundo é um texto de divulgação científica, encontrado em revistas, jornais e sites informativos ou jornalísticos. Qual deles você considera mais adequado para a compartilhar informações desse tipo? Por quê? 2. Compare o "amor de mãe" do primeiro texto à "mãe aparentemente tomando a iniciativa de afastar-se do filhote" do segundo texto, considerando: • os contextos históricos em que foram escritos; • trechos em que a concepção "humanizada" da natureza se manifesta; • as coincidências entre eles. 3. Como ocorre a extinção de um animal? Considere os exemplos citados descritos nos textos anteriores e na sua pesquisa inicial para responder. 4. De acordo com os textos analisados até o momento, é possível afirmar que a extinção é ape- nas consequência da atividade humana? 63 64 Orientações para a pesquisa individual na internet Utilize, como fontes de consulta, os sites da seção Apoio (página 66) e pesquise outras espécies ameaça- das de extinção no Brasil, bem como o tráfico de ani- mais silvestres. Procedimento ~---1. Escolha um animal ou uma planta para ser !' pesquisada. Entre em um site de buscas, , digite o nome dele e acrescente a palavra i i ameaça ou extinção. i 2. O buscador da internet lhe apresentará uma lista de endereços: sites, páginas de redes sociais, de enciclopédias on-line colabora- tivas, de instituições de ensino (pesquisas, matérias escolares), ambientais (SOS Mata Atlântica, Projeto Ta mar, por exemplo), de re- vistas de divulgação científica etc. O • ~ Pesquisar com segurança Fazer pesquisas não é somente uma atividade escolar, trata-se de uma prática comum atualmente. Mas saber como pro- curar e separar o conteúdo confiável do não confiável é algo que se aprende. Neste momento, aparecem as dúvidas: 1' Alunos em escola da cidade de Sumaré (SP). 2014. Qual delas é mais confiável? Por qual delas Encontrar páginas confiáveis para sua pesquisa demanda começar? .o exercício de senso crítico. Veja a seguir dicas para verificar se um endereço é confiável. • Selecione páginas cujo endereço tenha a extensão .org (organização não governamenta l), .gov (órgão governamental) ou .edu (universidades). Aqueles com final .com muitas vezes têm finali- dade comercial, por isso, caso os utilize, compare as informações neles obtidas com as de ou- tras fontes. • É preciso checar também dados obtidos em blogs, pois muitas vezes são conteúdos que ex- pressam opiniões pessoais, não necessariamente se atentando à divulgação de informações. Verifique se o autor é um pesquisador, se indica as fontes das informações que publica etc. • As enciclopédias colaborativas são abertas à participação do público em geral, isto é, as pes- soas podem alterar os textos, e nem sempre há indicação de autoria ou de fonte das informa- ções. Por conta disso, não são ideais como fonte única de pesquisa em termos de confiabilidade. 3 . Depois que encontrar uma boa fonte de pesquisa, selecione dela as informações que você con- sidera mais importantes. 4. Estude as informações já organizadas para que possa expor o assunto e as informações essen- ciais aos colegas do grupo. Após as exposições individuais, o grupo irá eleger, com a orientação do professor, qual pesquisa será apresentada à turma. Os critérios de escolha podem ser: relevância do tema; interesse da t_urma; forma de apresentação interessante, entre outros definidos claramente antes da escolha. Depois de todos os grupos apresentarem as pesquisas, debatam em sa la de aula: "Como a ex- tinção acelerada de espécies vem sendo enfrentada?". Reflita e registre 1. Como as orientações ajudaram a usar a internet? 2. O que mais precisamos aprender para fazer uma boa pesquisa? Níveis de ameaça às espécies Existem categorias aceitas internacionalmente que indicam a classificação de conservação de determinada espécie. Elas são nomeadas utilizando-se as iniciais dos respectivos nomes em inglês: EX (extinct); EW (extinct in wildlife); CR (critically endangered); EN (endangared); VU (vulnerable); NT (near thretened); LC (least concem). Veja o exemplo. AMEAÇADO • • • • • extinta extinta na natureza criticam011tc Pm pc>rígo em perigo 1. Você leu algo sobre essas categorias em sua pesquisa? vulnerável 2. Como um projeto de conservação pode ajudar a melhorar esse quadro? FAZENDO ACONTECER Orientações gerais 1. A maior parte do trabalho será realizada em grupos, porém, uma pesquisa individual antecede esse trabalho. Ela consiste em: • buscar informações na internet, em livros ou outros materiais sobre a proposta escolhida pelo grupo. Cada membro do grupo deve pes- quisar um caso diferente para compor a apresentação na etapa final; • caso haja possibilidade de contato com profissionais que atuam na área de conservação, é interessante conversar com eles para coletar informações e materiais. É importante você seguir as orientações sobre como fazer pesquisa em fontes confiáveis. 2. Com suas próprias sínteses, cada grupo deve elaborar um cartaz e uma exposição oral para di- vulgar a investigação. Veja algumas sugestões para o cartaz de vocês. • Incluam fotos de plantas ou animais ameaçados e pequenos textos, formando um painel. • Os cartazes podem ser substituídos por slides digitais. Na preparação de cartazes ou slides, fiquem atentos a: • preparar e organizar o texto, os esquemas, infográficos, as imagens variadas etc., com a ajuda do professor de Língua Portuguesa; • transformar os conteúdos das tabelas, gráficos, quadros etc. em texto em prosa/discursivo ou o inverso. 65 66 APOIO Baleia franca: <www.greenpeace.org.br>; <www.baleiafranca.org.br>. Nesses endereços há bastantes informa- ções sobre as ameaças às baleias-francas, bem como a outros animais e a plantas. Árvores ameaçadas: <http://infograficos.estadao.eom.br/politica/terra-bruta/extra-arvores-em-extincao>. Artigo traz lista de arvores brasileiras ameaçadas. Associação IPÊ: <www.ipe.org.br>. Site apresenta as ações do Instituto de Pesquisas Ecológicas (lpê), que é um grupo conservacionista do interior do Estado de São Paulo que visa à conscientização da comunidade local em suas ações. Instituto Renctas: <www.renctas.org.br/>. O Renctas é uma organização não governamental (ONG) que trabalha pela conservação da biodiversidade. Em seu site podem ser encontradas diversas informações a respeito da biodiversidade e do status de conservação de espécies nacionais. WWF: <www.wwf.org.br>. Grupo conservacionista que atua na conservação da biodiversidade. Divulga em seu site diversas informações sobre biod1vers1dade e conservação de espécies do Brasil e do restante do mundo. Unidades de Conservação: <www.oeco.org.br/noticias/livro-reportagem-de-oeco-apresenta-11-travessias -em-unidades-de-conservacao>. Essa página apresenta um livro e outras publicações cujo tema são as Unida- des de Conservação no país. Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade: <www.icmbio.gov.br/portal/especies-ameacadas -destaque>. Essa página do Ministério do Meio Ambiente traz a lista de mamíferos e invertebrados aquáticos ameaçados. Instituto Pró-Carnívoros: <http://procarnivoros.org.br>. Site do grupo conservacionista Pró-Carnívoros, que visa promover a conservaçãodos mamíferos carn1'voros e de seus hábitats. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 ANIMAIS BRASILEIROS AMEAÇADOS E PROJETOS DE CONSERVAÇÃO Metas • Conhecer os procedimentos de recuperação e conservação. • Relacionar animais ameaçados a seu ecossistema no Brasil. Primeira fase 1. Reúna-se com os colegas e, juntos, escolham quais animais serão pesquisados (mamífe- ~ ros, aves, anf1b ios, cobras, invertebrados etc.) e qual biorna será abordado (Mata Atlântica, ~ Amazônia, Cerrado, Pampa, Caatinga ou mais de um, caso tenham dados suficientes). 2. Realizem pesquisas sobre o tema individualmente para exercitar o hábito de fazer buscas por conteúdo relevante. Um exemplo: com as palavras de busca "mamíferos ameaçados+ Pantanal+ conservação". A\ém de textos e fotos, cada um pode consultar também links de filmes. 3. Quando uma ou mais espécies forem selecionadas para pes- quisa, coletem por escrito os seguintes dados: importância ecológica, hábitat, hábitos (de alimentação, de refúgio) e co- mo participa do ecossistema em que está inserido. ➔ Página inicial do site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É um exemplo de endereço na web com informações confiáveis a respeito de questões ambientais. ,,... _ _..,. ....... _. __ --- --- ,,... _____ ,. __ _ ·---- ---------··-.. t:2--- lllslt•os Parqoos ------_ .. __ .. ___ , .. _ ------------ ----· __ .. ____ ., -----·----------::-__.:::.::--.:.=--- --•-'4 -·- Segunda fase 1. Todos devem trazer as anotações coletadas durante a pesquisa para a elaboração do produto final. 2. Troquem informações e discutam suas opiniões. 3. Elaborem um cartaz em papel ou slides para apresentar ao público, seguindo a orientação geral 2. PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 .. ARVORES E FLORESTAS BRASILEIRAS AMEAÇADAS E PROJETOS DE CONSERVAÇÃO Metas • Conhecer os procedimentos de recuperação e conservação. • Relacionar árvores ameaçadas ao seu ecossistema no Brasil. Primeira fase A questão do desmatamento é hoje o mais grave problema ambiental do Brasil. É essa situação que leva o país a entrar nas estatísticas de países com elevada emissão de gases carbono e outros. Dentre os aspectos desse problema, destacam-se as queimadas e a der- rubada de árvores para dar lugar a áreas de plantio, a criação de gado e a mineração. Além disso, árvo- res de alto valor comercial são retiradas indiscriminadamente das florestas tropicais e, com elas, muito se destrói, porque o corte de uma árvore sempre influencia o que está ao redor. Portanto, a extração de árvores é uma ameaça à floresta como um todo, com uma consequência ainda mais grave: pode 1 levar à perda de espécies que existem somente j em determinadas regiões. j 1. Reúna-se com os colegas de grupo e, jun- J º tos, definam quais árvores, florestas ou ~ biornas serão estudados: Mata Atlântica, Amazônia , Cerrado, Pampa, Caatinga. 2. Realizem pesquisas individuais para exerci- tar o hábito de fazer buscas por conteúdo relevante. Um exemplo: com as palavras de busca "árvores+ extinção+ Caatinga". 3. Quando uma ou mais espécies forem se- lecionadas para pesquisa, coletem por escrito os seguintes dados: importância ecológica, hábitat, demanda por luz e água, enfim, como participa do ecossistema em que está inserida. ➔ Castanheira-do-brasil, também conhecida como castanheira-do-pará, é uma árvore ameaçada de extinção. Amazonas, 2011. 67 68 Segunda fase 1. Todos devem trazer as anotações coletadas durante a pesquisa para a elaboração do produto final. 2. Troquem informações e discutam suas opiniões. 3. Elaborem um cartaz em papel ou slides de computador para apresentar ao público, seguindo a orientação geral 2. PROPOSTA INVESTIGATIVA 3 - "' CAÇA OU PESCA PREDATORIA E TRAFICO OE ANIMAIS Meta Divulgar denúncias de tráfico de animais silvestres ou plantas, caça e pesca predatórias. Primeira fase Contrariando a legislação, ainda ocorre a pesca com redes de malha fina e em épocas de reprodução do pescado (período do defeso); matam-se desnecessariamente filhotes e adultos que nem chegaram a se reproduzir. Da mesma forma, peixes ornamentais e aves da Amazônia e do Pantanal são traficados vivos para a Europa e os Estados Unidos. Essas atividades são denominadas caça e pesca predatórias, sendo o ser humano o responsável direto pela matan- ça de animais, levando-os ao risco de extinção. Os grupos que escolherem essa proposta devem pesquisar aspectos diferentes: a situação do tráfico; a caça ilegal; a pesca predatória. O ideal é que escolham preferencialmente ocorrências em biornas ou ecossistemas que estão estudando (ecossistemas costeiros, Amazônia, Pantanal etc.) ou no Brasil como um todo. 1. Realizem pesquisas individualmente para exercitar o hábito de fazer buscas por conteúdo relevante. Um exemplo: com as palavras de busca "tráfico+ animais+ silvestres". 2. Quando houver definição do aspecto a ser estuda- do, coletem por escrito os seguintes dados: impor- tância ecológica, hábitat, hábitos (de alimentação, de refúgio) e como parti- cipa do ecossistema em que está inserido. ➔ Muitos animais silvestres são capturados para ser vendidos como animais domésticos. Bangcoc, Tailândia, 2018. l:i Segunda fase 1. Todos devem trazer as anotações coletadas durante a pesquisa para a elaboração do produto final. 2. Troquem informações e discutam suas opiniões. 3. Elaborem um cartaz em papel ou slides para ser apresentados ao público, seguindo a orientação geral 2. ~ l RES EITÁVEL PÚBLICO Produto final Exposição de cartazes. • Combinem com os coordenadores e professores um local e uma data para ,a inauguração da exposição de cartazes ou slides, acompanhada de explicação. • Expliquem oralmente como a onda de extinção vem acontecendo e é enfrentada nos casos investigados pelo grupo. • Estejam preparados para mostrar exemplos interessantes e responder às perguntas do público. @ @tfüHâl@i Coletivo com autoavaliação Conversa sobre o desenvolvimento do projeto, de preferência com a presença dos professores de ::i Ciências e de Língua Portuguesa. i cil • Inicialmente, recordem o que pensavam sobre a j questão norteadora do início do projeto. Então, avaliem: • O que foi aprendido com esse projeto, tendo em vista o que se propôs investigar? • Os produtos finais conduziram ao problema e à resposta dele? Outras respostas são possíveis? • Que outras investigações poderiam ser feitas em outros momentos? • Sua primeira resposta à questão norteadora se mo- dificou ou foi ampliada? Se sim, em que aspectos? Individual Conclua a aval iação feita ao longo do projeto. ➔ Criança yanomâmi com macaco-de-cheiro, 2001. 69 70 ' Desde tempos ancestrais, a música acompanha o ser humano nos momentos alegres, tristes ou sagrados. Fazemos música usando a voz e os objetos da natureza. A história dos ritmos e dos instrumentos de percussão é muito antiga. Eles são parte das manifestações culturais dos povos, contam sua trajetória e participam da sua identidade. Ao longo do tempo, as culturas vão se transformando, mas certos elementos perma- necem, tornam-se tradicionais. Uma cultura como a brasileira, que foi constituída por di- ferentes povos, tem na diversidade uma de suas características principais - e as nossas tradições se constituíram dessa soma, dessas misturas. Vamos pesquisar a tradição dos batuques no Brasil, com a ajuda inicial do pandeiro, es- se tambor raso, de usos. tamanhos e sonoridades diversas. Na fotografia abaixo, vemos pessoas que se divertem no Carnaval de Salvador (BA) em 1964. O Carnaval é uma das grandes festas brasileiras. O pandeiro e outros instrumentos de percussão são parte fundamental da música carnavalesca. • As músicas acompanhadas por instrumentos de percussão fazem parte de sua vida ou da de sua comunidade? • Em sua opinião, a percussão e os ritmos são importantes para a cultura brasileira? • O pandeiro viajou pormuitos lugares antes de chegar ao Brasil. Que caminho você imagina que ele percorreu? DIRETO AO PONTO 8----------- Ao investigar a história dos batuques, o que podemos desco- l \... brir sobre nossa própria cultura e nossa história? j ( JUSTIFICATIVAS • A expressão artística de um povo é uma chave para compreender sua história. Assim, conhe- cer a história dos batuques brasileiros é entrar em uma viagem que nos levará à formação de nosso país, rumo às raízes de nossa identidade e diversidade nacional. regional e local. Etapa 1 - Explorando o assunto • Brasil pandeiro • Um pouco da história do samba • Organizando informações • Pandeiros de outros tempos • Música do mundo Etapa 2 - Fazendo acontecer • Projeto investigativo 1 - Batuques na História OBJETIVOS • Descrever elementos multiculturais da forma- ção brasileira. • Analisar e comparar documentos históricos. • Experimentar ritmos. • Apreciar música de várias origens. • Resgatar elementos da história musical da co- munidade ou da família. • Musicalizar narrativas. .J, Johann Moritz Rugendas. Jogo de capoeira, 1835. Gravura, detalhe. :-.., 11 · \ ,· \ • Projeto investigativo 2 - Tambores na diversidade cultural Etapa 3 - Respeitável público • Organizar resultados da pesquisa. Balanço final Avaliação individua l e coletiva. Avaliação continuada: vamos conversar sobre isso? 71 72 ()] EXPLORANDO O ASSUNTO Brasil pandeiro Na África. os tambores soam desde tempos imemoriais. Tambor é qualquer instrumento de per- cussão que tem uma membrana esticada sobre um corpo oco. O pandeiro é um tipo de tambor em que a largura é maior que a profundidade; é um tambor raso ou tambor de aro. Vamos começar nos- sa investigação viajando diretamente para o continente africano, uma das raízes do povo brasileiro. Ao som dos tambores No tempo do Brasil Colonial, uma parcela da população africana foi escravizada e comercializada com outros continentes, como a América. Milhões de africanos foram trazidos ao Brasil durante quatro séculos, razão pela qual as diversas culturas africanas contribuíram - e contribuem - para a formação da nossa identidade cultural. A cul- tura iorubá, compartilhada por vários povos da África Ocidental. é uma das principais fontes do can- domblé brasileiro. Aqui, pessoas de muitos povos, como bantos, malês, hauçás e axântis, preservaram a cultura deles por meio de histórias, danças e batuques. 1' Pessoas tocam atabaque no Carnaval de 1981, em Belo Horizonte. " A importância da história oral para a cul- g, ~ tura africana dentro e fora da África é, hoje, ;,.. iº~ largamente reconhecida. Os contadores de histórias africanos, chamados griôs, man- ~ ~ têm viva a memória de seu povo cantando, ~ contando as histórias e tocando tambores. As narrativas, acompanhadas por ins- Griô: o termo se refere a contadores de his- tórias tradicionais do povo. também pode ser músico ou poeta. trumentos musicais, são passadas de pai para filho. Havia inclusive faml1ias de músicos tradicionais que serviam somente aos reis e reci- tavam narrativas de acontecimentos políticos durante as cerimônias. Os tambores cumpriam também outras funções. como transmitir in- formação a distância, acompanhar gritos de guerra para incentivar o heroísmo, ou ainda como oráculos para adivinhar o futuro. Os atabaques são importantes nos rituais das religiões de matriz africana, como o candomblé. 1. Qual é o papel dos tambores e dos contadores de histórias nas tradições africanas? 2. A função deles aproxima-se de quais recursos da atualidade para a mesma finalidade? Por quê? 3. Você conhece alguma prática da cultura afro-brasileira em que os tambores estão presentes? Qual? 4. Você já teve alguma experiência com batuques? Se sim, conte suas impressões a respeito da sonoridade deles e em que lugares e situações ocorreu o contato. Um pouco da história do samba Podemos afirmar que a relação da sociedade brasileira com os instrumentos de batuque - entre eles, o pandeiro - e com o samba mudou ao longo dos anos? Para investigar esse tema, você precisa buscar informações em diferentes fontes históricas. A imagem abaixo é a reprodução de páginas da revista Carioca, de 1939, nas quais temos a en- trevista com o sambista João da Baiana (1887-1974). Nela, o artista conta como era a repressão ao samba e como isso mudou com o passar do tempo. Leia a seguir um trecho. 1' Revista Carioca, n. 200, p. 35, ago. 1939. Quizila: aversão gratuita; implicância; antipatia. -·-· .,._ ---- -►-,. ··-- .. -~-J __ ...., ___ _ ·--· ·-··-· ---·-,_, __ .,. __ ;~~~ ;;~--g É ;::.:::-,7~ ::::.----..-.. IJ Lourival Coutinho. O samba nasceu na Bahia? Gàrioca, Rio de Janeiro, n. 200, p. 37, ago. 1939. João da Baiana [ ... ] continua: - O que eu não compreendi até hoje é a quizi- la da polícia da época pela calça-larga. No entanto, anos mais tarde, a calça-larga foi vestida por todos os elegantes do Rio ... Lembra-se disso? E como concordássemos: - Pois é. Mas a polícia daquele tempo não que- ria saber de nada e metia todo "calça larga" no xa- drez. A perseguição da polícia não podia impedir, entretanto, que o samba seguisse seu destino ... Eu, por exemplo, fui uma grande vítima: por causa do samba, trancaflaram-me muitas vezes na cadeia e quebraram-me muitos pandeiros. O único delegado que, mais tolerante, me poupava o pandeiro era o velho Dr. Meira Lima. Ele permitia que eu entrasse no xadrez com pandeiro e tudo [ ... ]. Mas, como já disse, os tempos mudam. E, em pouco, o samba foi merecendo a atenção dos políticos da época ... Certa feita, o general Pinheiro Machado quis ouvir-me ba- ter o pandeiro, e, como este, dias antes, tivesse sido quebrado pela polícia, mandou ele o tenente Palmy- ro Pulcherio, seu correligionário, comprar-me um que é este velho "couro" que você aqui vê. Daí por diante o samba começou a gozar da proteçáozinha, velada embora, dos políticos da época [ ... ]. Assim, dentro em pouco, o novo ritmo invadia os lares e os salões da alta sociedade [ ... ]. Quem havia de di- zer que o velho pandeiro, que padeceu as maiores afrontas, viesse a gozar das honrarias que hoje goza. O samba é um ritmo que surgiu no início do século XX. Os músicos da época combinaram ritmos africanos, como o lundu e o samba de roda, com o maxixe e o choro. O maxixe é um ritmo brasileiro para dançar que foi muito popular na época. Ele era derivado de outro estilo, chamado polca, de origem europeia. Como to- das as expressões associadas à cultura negra no Brasil, o samba foi duramente reprimido pelas autoridades. 73 74 1. Que tipo de documento é esse? Qual é seu propósito original? 2. O título da matéria é escrito em tom interrogativo. Por que haveria essa dúvida? 3. Quem são as pessoas representadas na imagem? Como essas pessoas estão vestidas? 4. Por que, em sua opinião, a polícia da época perseguia os sambistas? Esse conflito ainda existe no Brasil? 5. No documento, fala-se que a polícia perseguia quem usava calça larga (roupa que, na época, es- tava relacionada aos sambistas). Existe, hoje, essa relação entre roupa, música e classe social? Certas formas de vestir ainda despertam preconceito? Agora vamos analisar outro documento relacionado ao mesmo personagem: o samba Cabide de mulambo, interpretado pelo entrevistado, João da Baiana. Leia o trecho da letra abaixo. Cabide de mulambo Meu Deus, eu ando com o sapato furado, Tenho a mania de andar engravatado. A minha cama é um pedaço de esteira, E uma lata velha me serve de cadeira. Minha camisa foi encontrada na praia, A gravata foi achada na Ilha da Sapucaia, Meu terno branco parece casca de alho, Foi a deixa de cadáver, num acidente do trabalho. O meu chapéu foi de um pobre surdo e mudo, As botina, foi de um velho, da Revorta de Canudo. Quando eu saio a passeio, as almas ficam falando: Trabalhei tanto na vida, pra você andar gozando. A refeição é que é interessante.Na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante. O Português, meu amigo sem orgulho, Me sacode um caldo grosso, carregado no entulho. "Cabide de Mulambo" (Luiz Bittencourt/Tuyo) © 1949 byTodamérica Edições Ltda. 1. Se considerarmos que o eu lírico é um personagem que representa um indivíduo negro e pobre, como você relaciona a herança da escravidão com a situação econômica descrita na canção? 2. Pela leitura dos documentos, pode-se dizer que o Brasil daquela época havia tomado providên- cias para reverter as distorções e as desigualdades sociais causadas pela escravidão? 1. Em sua opinião, com o tempo, as questões de preconceito mudaram no Brasil? Pense em situa- ções como a aceitação das preferências do outro e a perseguição policial. 2. Ainda existem no Brasil gêneros musicais que são objetos de discórdia e até mesmo de repressão? 3. O que podemos fazer para tornar nosso país mais tolerante e não repetir os erros do passado? Organizando informações Neste momento, iniciaremos um trabalho de organização cronológica de dados históricos. A linha do tempo é uma ferramenta para organizar uma narrativa de forma cronológica. Nela nós incluímos datas de acontecimentos e períodos. Os períodos são mais flexíveis e, dentro deles, pode- mos nomear acontecimentos ou processos em que as datas não são muito exatas. Vejamos o exem- plo a seguir, relacionado a nosso tema. período de invencão do samba primeiro samba gravado: Pelo telefone Os quadros também podem ser usados para organizar fatos associados a datas e períodos relevantes. 1. Consultem o texto Pandeiros de outros tempos (páginas 76 e 77) para preencher o quadro a seguir. Discuta com o grupo as melhores opções. Período ou ano Fatos da História Tambores e música . .......... - .... ..... .. . . " ........ '" ~ . .. " ... ' .... ' .. ............................................. ,,,, ............ ,, ............ , .. , .. , ................................ ,, ... , ........... ,, .... ,,,, ........ .. Pré-História sem documentação escrita da história 711-1492 dominação muçulmana da Península Ibérica .......... , ................... ,, .. ,, ....................................... ,,, .................. , .. ,,,,,,,,,'-''''' ' ' ' ' ' ' '''''' .,. ·'''""''"''':,,, ....... , ............ , ..... , ....... , ........................... , ........................... ,, ...... , .. , .... '' , ........... ,, .. , .. ,, ..... ,,, ..... ,, .. ,,, .. , ... , .. ,, .. ,,,, .. ,,, .... , .. ,,.,, .. ,,, ...... , ... ,, ............... , ........... ,, ...... , .... , .... ,,,, .................................. , ..... ,, .... , ............. ,,,,,,, ... , .. , .... , ........ , gfüª~~~%%\\~\§\\\\\~~~\\\~\~~ \\\\~.:~:~-:_~~-~.-:;.~\\~\~\~~~~~~~~~\~'..':.\~\\~~\~~~~:,:t\\\\\~~':~\~'~~~·::~,\\~~~~\~ 1500 chegada do colonizador português ao Brasil ~lfüã~\~lª~~~ Final do século XIX período da invenção do samba ............ , ...... , ....................................... , ........ , .. , .... , , .... , ......... ,,u, .. ,,, .................... .. .. ,, .. ,,,, .................... ,,, .. , ..... , ..................... , ............. , ............................ , ..................... ,,, .. .. .... ,,,,, .... , ............ ,,,,, ........................... ,,,,,, .... , .... , ................. ,, ......... .............. , .... , .. ................................................................................ , ...... , .................................................................. .. ,, ......................................................................... , ...... , .... , ................................................ , ..................... ,, ................................. , ...... , ........................................................................ ,...... ... .................................... ,, 1916 Primeira Guerra Mundial (1914-1918) primeiro samba gravado: Pelo telefone 75 76 2. Pesquise e amplie o quadro com mais informações relevantes. Crie novos tópicos para a cronologia. • Procure mais informações acerca da história da música e do samba na internet, em livros e em outras fontes. • Pesquise outras imagens relacionadas aos batuques e pandeiros para enriquecer a cronologia. • Encontre exemplos de músicas apreciadas pelos colonizadores europeus quando chegaram ao Brasil e de instrumentos que eram utilizados. • Especifique o ano ou o período do tópico ou fase pesquisada. • Localize o lugar no quadro em que sua pesquisa se encaixa. APOIO Musica Brasilis: <http://musicabrasilis.org.br>. Nesse site, você encontra um histórico da música brasileira com informações inte- ressantes e exemplo de linha do tempo. O que o samba pode te ensinar?, de Pedro Borges. Ceert, 19 jan. 2016. Artigo que trata de como esse gênero musical também engloba muitos conhecimentos a respeito do Brasil e dos brasileiros. Disponível em: <https://ceert.org.br/noticias/historia-<:ultura -arte/9814/o-que-o-samba-pode-te-ensinar>. Pandeiros de outros tempos Os instrumentos de percussão estão entre os mais an- § al' tigos existentes e todos os povos criaram os seus: sejam ~ compridos como os atabaques, sejam leves e versáteis ~ ;_, como os pandeiros. Eles estão em festas e rituais do mun- j do todo. Na cultura de alguns povos indígenas brasileiros, g também foram ou são usados; no entanto, os instrumentos "' mais comuns feitos e tocados pelos indígenas do país são os chocalhos, as flautas e os apitos. ➔ Indígenas da etnia guarani tocando flautas em aldeia Piraquê Açu, em Aracruz (ES), 2014. No Oriente Médio e no norte da África, onde a maior parte dos países é muçulmana, os pandei- ros são muitos comuns e variados; entre eles, há o duff. ~ Os portugueses e espanhóis convi- veram com os muçulmanos durante um largo período, de 711 a 1492, quando dis- putavam territórios com os árabes. Assim, os portugueses que vieram ao Brasil trou- xeram grande influência dessa cultura. Detalhe da imagem na parede do Palácio de Chehel Sotun, na cidade de lsfahan, no Irã, construído no século XVII. Na cultura tradicional portuguesa, o adufe é um tipo de pandeiro tocado em muitas manifestações artísticas regionais ainda hoje. ➔ Vemos um pandeiro nas mãos de um menino, em ilustração de um cardápio do navio a vapor português Gironde, 1887. ~ ---- ~ ' p,'-"•·. C' j·J./4.U..,.q .r22 ~~ ... ,, \ . ~ q n > , O batuque foi marginalizado, mas con- quistou o gosto nacional. Entre os instrumen- tos de batuque, o pandeiro é um dos mais populares. E é no Carnaval que os instrumen- tos de percussão têm seus dias de glória. Pessoas pulando Carnaval, e. 1900 e 1930. 1. Podemos afirmar que o povo português incorporav.a elementos de diferentes culturas? Por quê? 2. Podemos dizer que nas manifestações culturais do povo brasile1iro é possível perceber elemen- tos de diferentes culturas? Por quê? 3. Considerando o que vimos até agora, podemos afirmar que o pandeiro representa a diversida- de cultural brasileira? Justifique sua resposta. · 4. Em sua opinião, a cultura dos diferentes povos que compuseram o Brasil ao longo do tempo chega a se combinar e formar uma nova cultura? Por quê? 77 78 Minha comunidade e as tradições afro-brasileiras Os batuques estão em muitas comunidades brasileiras. É possível que exista, em sua comunida- de ou família, pessoas envolvidas com os batuques por meio da música, das religiões afro-brasileiras, da capoeira ou de outras manifestações. Elas podem contribuir para esse proj eto. 1. Forme um grupo com os colegas e, juntos, pesquisem uma dessas manifestações culturais em sua comunidade. 2. Planejem como encontrar essas pessoas e que pergun- tas podem ser feitas a elas. Veja, a seguir, alguns exem- plos de questões possíveis. • Em qual atividade você (o senhor, a senhora) toca um tambor ou outro instrumento de percussão? • Que tipo de instrumento você toca? • Para que ele é usado? • Conte sua históriacomo percussionista. Música do mundo O direito de cada pessoa praticar a própria religião é uma das liber- dades fundamentais de nosso país. Devemos respeitar a fé de todos os cidadãos para que nossas escolhas também sejam respeitadas. Na musicalidade brasileira, são encontrados diversos ritmos, influenciados por tradições culturais diferentes, como a africana, a europeia e a indígena. Então, para preparar nossa audição, vamos en- tender melhor o que é o ritmo. Coleção de músicas do mundo A proposta é montar uma coleção variada de músicas do mundo, nas quais sejam to- cados pandeiros e outros instrumentos de percussão. Depois, vamos escutar e apreciar coletivamente a sonoridade de diversos batuques. Usando a internet e outros meios pa- ra coletar as músicas, cada um de vocês deve trazer para a sa la de aula um som de percussão do mundo. É possível regis- trar a música no aparelho celular ou tra- zer o CD. • Para buscar os registros sonoros em bibliotecas ou sites, use as palavras- -chave destacadas na página seguinte. 1 A cultura do Japão é 1 bastante diferente da observada em países do continente africano, mas os japoneses também têm uma longa tradição musical com instrumentos de percussão. ➔ Artistas tocam taikos, tradicionais instrumentos de percussão, em Kagoshima, Japão, 2011. Combine com os colegas do grupo como será montada e compartilhada a sua coleção de músi- cas do mundo. As palavras-chave são: íOQUES íRAPICIONAIS AFRICANOS Apreciação musical MÚSICAS INPÍGENAS uACKSONPO 'PANPEIRO APUFE 'PORíUGUÊS 'PANPEIRÃO PO BOI MARANI-JENSE PUFF ARABIAN MUSIC A música chega até nós não apenas quando a tocamos e cantamos mas também ao escutá-la e apreciá-la. Uma vez coletados os sons sugeridos acima, organize com os colegas o momento de apreciar as músicas. Analise os itens a seguir. • Quais são as impressões. sensações, emoções e imagens resultantes das músicas selecionadas? • Observe: Quais são os gestos do percussionista? • Sinta a pulsação básica, fazendo a marcação com os pés. • Diferencie o som da percussão da sonoridade de outros instrumentos. • Faça gestos com mãos, como se fosse o percussionista, tentando entrar no ritmo. 1. Depois da apreciação musical, converse com a turma e compar- tilhe suas impressões e registros. Procurem responder às se- guintes perguntas: a)Quais são as semelhanças e as diferenças entre as músicas do mundo? b)Quais deram vontade de dançar? c)Quais são os estilos musicais que apresentam apenas percus- são e quais associam outros instrumentos à percussão? d)Há semelhanças entre duff, adufe, tambores africanos e o pandeirão maranhense? Quais? Roda de batuques Escutar o outro e o gru- po é atitude que merece atenção. A conversa e a música têm sons e silêncios. per- gunta e resposta. É preci- so muita atenção ao ouvir o outro. A música pode ser extraída de objetos e materiais diferentes dos convencionais. Podemos fa- zer sons rítmicos e musicais com quase tudo. Nesse campo, é preciso experimentar para d·escobrir. Vários sons podem ser feitos batucando o corpo, por exemplo. Se usarmos somente as palmas das mãos, diversos sons surgirão, isso porque cada posição de mão produz um som diferente. E isso 79 80 se intensifica ao modificarmos os movimentos, por exemplo, combinando mão aberta com fechada, batendo em cada lado das mãos etc. Veja alguns exemplos na imagem a seguir. Pratique com os colegas os movimentos de percussão com o corpo. Para começar, é preciso or- ganizar uma roda. Siga os passos descritos a seguir. palma grave palma estrela palma estalada 1l ~,_ ! (( ... ~ l r 1 / palma costas de mão estalo de dedos peito barriga coxa Fernando Barba e Núcleo Educaciona: Barbatuques. Brincadeiras e brincadeirinhas: uma exper,ência de formação de professores pelo Brast/, p. 41. Disponível em: <www.abemeducacaomus,cal.eom.br/rev1sta_musica/ed5/MEB%20Musica%205.pdf>. Acesso em: 19 set. 2018. • Os participantes marcam a pulsação básica com a batida dos pés ou com palmas, de acordo com a orientação do primeiro organizador. • Um a um, cada participante propõe um batuque corporal. • Todos realizam seus batuques, formando uma sequência. • Um a um, cada participante improvisa uma frase musical rítmica da forma que preferir (com outros batuques, com a voz, com batuques e com a voz). Brincando e praticando desse modo, podemos perceber mais uma vez a combinação dos ele- mentos que cada participante fez para compor frases musicais. APOIO Barbatuques: grupo de percussão corporal. Procure conhecer a música do grupo e ver co- mo funcionam os batuques corporais desenvolvidos por ele. Stomp: pesquise na internet e conheça o grupo Stomp, que usa elementos não convencio- nais para deles extrair sons e fazer música. FAZENDO ACONTECER Orientações gerais Frase musical: compo- nente de urna unidade de ritmo ou ritmo com melodia, geralmente é parte de uma composi- ção maior. Antes de começar, todos retomam a pesquisa a respeito dos batuques em outros tempos, solici- tada na Etapa 1. Para desenvolver as propostas, retomem a questão norteadora do projeto: Ao investigar a história dos batuques, o que podemos descobrir sobre nossa própria cultura e nossa história? Após conversar, os grupos irão se organizar e decidir se vão narrar uma história com ritmos e ba- tuque ou se vão construir tambores para mostrar a diversidade cultural. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 BATUQUES NA HISTÓRIA Metas • Elaborar uma narrativa sobre o tema. • Narrar a história utilizando sons e ritmos. Primeira fase 1. Leiam e comparem as pesquisas dos componentes do grupo, feitas na página 75. 2. Imaginem uma história para contar sobre os usos, as transformações e as permanências dos ba- tuques ao longo da história. 3. Esbocem uma linha do tempo para essa história. 4. Dividam as pesquisas para ampliar as informações. Combinem a divisão das tarefas para abran- ger toda a história que vocês vão contar. 1. Cada componente do grupo deve ampliar um momento da linha do tempo. Alguns podem voltar ao passado mais antigo. Outros podem explorar a história do Carnaval do Brasil e de sua comu- nidade, por exemplo. 2. Usem os registros das histórias dos tambores em sua comunidade (solicitados na página 78). Segunda fase Neste momento, é necessário preparar um texto que será falado e ritmado ao som de palmas, do pandeiro ou do tambor. É preciso pensar em aspectos como o tamanho das frases e a força das palavras. De forma colaborativa, o grupo deve escrever um texto sobre um te- ma da história. A sugestão é que essa narração seja musicada e ritmada, ao modo dos griôs. 1. Façam leituras em voz alta para escutar o som do texto, marcan- do uma pulsação básica com os pés. Se for o caso, modifiquem o texto. 2.Façam exercícios de improvisação, fazendo batuques com a narração. 1'Gravura de griô, ou contador de histórias, da África Medieval, 1904. 81 82 3. Considerem o ritmo mais interessante para cada passagem na progressão tempora l, procurando transmitir as emoções e sentimentos que percebem no momento. Convidem observadores externos durante os ensaios. APOIO Tradição dos griôs: procure na internet histórias contadas por griôs. Elas serão úteis como exemplos das práticas a serem feitas. PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 TAMBORES NA DIVERSIDADE CULTURAL Metas • Produzir tambores e explorar a sonoridade deles. • Mostrar a diversidade cultural brasileira por meio dos tambores. Primeira fase Vamos identificar a diversidade cultural e a relação dos povos antigos e atuais com os tambores. 1. Voltando aos estudos da Etapa 1, o grupo deve escolher um dos instrumentos para investigar: europeus, africanos, árabes ou indígenas. A cultura regional também pode ser mais aprofundada nessa fase. 2. Cada grupo deve estabelecer os tambores que pesquisará: sua sonoridade, lugar de origem, em que momento da história se tornou importante no Brasil.1. Cada componente deve ampliar o conhecimento musical, cultural e histórico sobre o instrumento de percussão escolhido. Alguns podem voltar ao passado mais antigo. Outros podem, por exem- plo, explorar o uso desse instrumento no Carnaval do Brasil, no samba atual, no pagode. Contem essa história junto com outros fatos importantes da História do Brasil. 2. Organizem os registros das histórias dos tambores em sua comunidade (solicitados na Etapa 1). Segunda fase Propomos que você faça um tambor para usá-lo em sua apresentação. Produção de tambores Em todos os tambores há membranas que vibram. Por isso, eles são chamados membranofones. Podem variar as dimensões de largura e altura do corpo (em atabaques e outros tambores com cai- xa) ou as dimensões dos aros (para pandeiros). Material: • fita adesiva larga (para a pele do tambor}; • qualquer moldura vazada. por exemplo, aro de bicicleta, aro de bordado, aro de tela de pintura (para o corpo de um tambor de aro. como o pandeiro ou o duff); • baldes, embalagens de plástico, tubos de PVC (para o cor- po de um tambor com ca ixa de ressonância}. Procedimento Basta esticar várias faixas de fita adesiva cruzando de um lado a outro o aro ou a área que formará a membrana (figura 1). Para melhor fixação, passe fita-crepe ao redor do aro (figura 2). Se a fita for bem esticada, é possível obter bom som. Aso- noridade específica do instrumento depende do material de que for feito e de suas dimensões. Você poderá decorar seu tambor de formas diversas. • li É hora de organizar uma roda de histórias e sons. Escrevam um texto para reunir as pesquisas da primeira fase. Esse texto será falado por um narrador ou vários, conforme vocês se organizarem. Fa- çam ritmos de acordo com os momentos do texto, durante os ensaios da narração ritmada. APOIO Tambores com sucata: escreva essa expressão na página de busca. Vários sites fornecem sugestões. • • RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Apresentações para a comunidade. Os grupos se apresentam. contam suas histórias e mostram seus tambores e ritmos. No final, vocês podem combinar as descobertas e aprendizagens, fazendo improvisações musi- cais junto com as narrativas para enriquecê-las com os sons diversificados de tambores e pandeiros. Neste momento, vocês avaliarão sua atuação no projeto. Inicialmente, organizem uma conversa coletiva para debater as seguintes questões: • O que aprendemos com esse estudo? • Conhecemos alguma informação ou fato novo sobre o as- sunto? • O que foi mais interessante no projeto? Reunindo as fichas individuais de participação. procedere- mos à autoavaliação e à avaliação do projeto. Individualmente Concluir a avaliação do projeto. jUma manifestação cultural é parte da riqueza imaterial de uma sociedade. Ela guarda e expressa a trajetória histórica da nação e conta muito de nosso estilo de vida. Mas uma tradição somente sobrevive se for transmitida para as , novas gerações. Por isso, estudar nossa cultura, praticá-la e passá-la adiante é tão importante. 1' Alunos do Grupo Batuque Reciclado durante homenagem ao Dia da Consciência Negra. Araruama (RJ). 2015. 83 84 , , 1 m o r o o Informações sobre resíduos sólidos são divulgadas diariamente nos meios de comu- nicação, geralmente com dados numéricos, gráficos e estatísticos. Para ler e interpretar essas informações adequadamente, é necessário compreender o que significam. É impor- tante analisar corretamente o conteúdo publicado em jornais, livros, revistas etc. e se po- sicionar criticamente. Em todos os lugares, e especialmente nas grandes cidades, é gerada enorme quanti- dade de resíduos e fica cada vez mais difícil dar destino adequado a eles. Os materiais e objetos tecnológicos, muito importantes em nosso cotidiano, geram toneladas de resíduos que precisam receber um fim adequado. Há diversas questões sociais e políticas relacionadas a problemas ambientais como esse e nós, como cidadãos, precisamos estar alertas e participar das discussões para solucioná-los. A fotografia a seguir mostra uma obra de arte feita com resíduos, popularmente chamados de lixo. Ata/anta e Hipomenes foi criada em 2005 pelo artista plástico brasileiro Vik Muniz com o au- xílio dos catadores que trabalhavam em um dos maiores aterros sanitários do mundo, no Jardim Gramacho, município de Duque de Caxias (RJ). Atualmente, o aterro está desativado. • Vik Muniz transformou materiais descartados em arte. Que mensagens essa atitude transmite? • Você acha importante ter informações sobre a quantidade de resíduos sólidos produzidos no füasil? • Por que materiais modernos aumentam a quantidade de resíduos que se acumulam em todo o mundo? 1 DIRETO AO PONTO Como a Matemática e as Ciências Naturais nos ajudam a en- frentar o problema ambiental dos resíduos sólidos? \_ __ --- --------- __________ __.... JUSTIFICATIVAS • Para compreender e avaliar algumas situações que envolvem resíduos sólidos e se posicionar a respeito do assunto, necessitamos de argu- mentos precisos. A Matemática e as Ciências- Naturais nos ajudam a entender esse grave problema ambiental, enquanto nossa cons- ciência ambiental é ampliada. ,,, O PLANO? Etapa 1 - Explorando o assunto • Interpretando dados numéricos OBJETIVOS • Criar e interpretar dados numéricos e informa- ções gráficas de maneira mais precisa. • Construir argumentos com base em informa- ções numéricas e científicas. • Colaborar em ações para a redução da ge- ração de lixo em casa, na escola e na comu- nidade. • A tecnologia e novos materiais: soluções e problemas Etapa 2 - Fazendo acontecer • Proposta investigativa 1 - Pesquisa da produção do lixo doméstico • Proposta investigativa 2 - Conhecendo a composição dos resíduos sólidos brasileiros • Proposta investigativa 3 - Atitudes sustentáveis: reúso de materiais Etapa 3 - Respeitável púbtico • Organização dos resultados da pesquisa Balanço final • Aval iação individual e coletiva. Avaliação continuada: vamos conversar sobre isso? ➔ Catadora de recicláveis trabalha em Chongqing, China. - -- - · ETAPA i) l EXPLORANDO o ASSUNTO 86 Interpretando dados numéricos Nosso cotidiano é ordenado pelos números. A disponibilidade de transporte público, a quantida- de de escolas e de professores, os valores e reajustes de salário, a distribuição de serviços de saúde e destinação dos resíduos sólidos, entre tantas outras decisões tomadas por governos ou institui- ções levam em conta dados numéricos. Os investimentos devem ser feitos com levantamento de in- formações para que não haja desperdício e para que os recursos sejam empregados racionalmente. Portanto, é fundamental que a população saiba interpretar dados numéricos para acompanhar as questões prioritárias de nossa sociedade e opinar a respeito delas. Uma dessas questões é o tema dos resíduos sólidos, produzidos aos bilhões diariamente. Para começar esse estudo de interpreta- ção de dados sobre esse assunto, vamos ler a matéria jornalística a seguir. ,,,. h~J/jomaí,smoespec:ial12:.adounesp wordpress com/2016/02/22/p~ixo-no-brasil-e-onoo-veze.s-rnaicf~escimento-populí>Cional Produção de lixo no Brasil é cinco vezes maior que o crescimento populacional Com o fim das férias escolares, o fluxo de viagens diminui, mas a alta temporada no litoral brasileiro e demais pontos turisticos vai até o fim do verão. Os trabalhos de limpeza <lesses locais começaram junto com o movimento e já nos primeiros 13 <lias da temporada, a empresa SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná), responsável pela limpeza <las praias do estado, já haYia retirado 290 toneladas de resíduos <los 61 km de faixa de areia do litoral. Ou seJa, a cada 1 km de areia, 360 kg de lixo sao coletados por dia. Nas praias de Vila Velha (ES) são recolhidas 1350 toneladas de resíduo por mês, uma média de 45 toneladas por dia du- rante a temporada. [ ... ] [ ... ] de 2003 a 2014 a geração de lixo no Brasilapresentou um aumento de 29%, segundo o levantamento diYulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). A taxa é cinco vezes maior que o crescimento populacional no período [no país], que foi de 6%. [ ... ] () Plano Nacional de Res!duos Sólidos entrou em vigor no final de 2014 par.1 incenuvar a reciclagem do lbw no país, mas até o ano passado, oito em cada dez municipios ainda não possu- íam coleta seletiva e os que tinham poderiam reciclar mais. [ ... ] O destino final do lixo é um dos agravantes da degradação do meio am- biente. Não há como não produzir lixo, mas é possível reduzir a sua produção e reutilizá-lo. A consácntização da po- pulaçao é um fator importante para que as políticas ambientais tenham sucesso. 1Jd8'f{i4at•i Coleta seletiva: processo de coleta de resíduos previamente separados em seu local de ori- gem, para posterior reciclagem. •• Camila Valente, Giovanna Cornelio e Laís Bianquini. Produção de lixo no Brasil é cinco v= maior que o crescimento populacional. foma/ismo Especializado. Disponível em: <https://jornalismoespecializadounesp. wordp ress. com/20 16/02/22/ producao-de-lixo-no-brasil-e-cinco-vezes-maior-q ue-o- crescimen to-populacional>. Acesso em: 22 ser. 2018. De acordo com a legislação brasileira, os municípios são responsáveis pelas ações de sanea- mento básico: oferta de água tratada, coleta e tratamento de esgoto e de resíduos sól idos. Veja, no gráfico abaixo, dados de municípios em que há coleta seletiva no Brasil. 1% 40% 8% 41% Região Norte (14) Centro-Oeste (84) Sudeste (434) Sul (421) ■ Nordeste (102) Total em 2016: 1055 Fonte: Pesquisa Ciclosoft 2016. Cempre. D1spon1vel em. <http://cempre.org .br/ciclosoft/id/8>. Acesso em: set. 2018 1. Ao reler o texto 1, escolha uma informação numérica que chame sua atenção para explicar a situação do lixo no Brasil. 2. Com a ajuda dos colegas, compare o título da matéria do texto 1 com os dados do quarto parágrafo dele. O título está correto após a análise dos dados matemáticos? 3. Vamos analisar o gráfico e os dados do texto 2. Qual é a relação entre os valores do gráfico e os valores da legenda? 4. De acordo com os dados do gráfico do texto 2, em quais regiões a coleta seletiva de resíduos é praticada mais intensamente? Justifique sua resposta. 5. Sabendo-se que no Brasil há 5 570 municípios e analisando os dados do texto 2, é correto afir- mar que a porcentagem dos municípios brasileiros com coleta seletiva ainda é bem pequena? Justifique sua opinião com os dados numéricos. Para onde vão os resíduos? Os resíduos sólidos são um problema de saúde pública. Necessitam ser depositados em locais adequados e tratados com cuidado para evitar a multiplicação de animais transmissores de doenças, como ratos, mosquitos e moscas. É fundamental evitar a contaminação da água dos rios, oceanos e reservas subterrâneas pelo chorume, um líquido escuro e malcheiroso que se forma no lixo. De acordo com o levantamento da Abrelpe, em 2016 apenas 58,4% do montante anual dos resí- duos foram destinados aos aterros sanitários. 87 88 As unidades inadequadas, como ater- ros controlados e lixões, receberam, respectivamente 24,2% e 17,4%, que cor- respondem a mais de 81 mil toneladas de resíduos por dia. Aterro controlado: em linhas gerais, é um lixão coberto por terra e iso- lado da presença humana. o que dá ao local algum tipo de controle, mas não segue normas ambientais brasileiras, como impermeabiliza- ção de camadas do solo. Lixão: local a céu aberto, sem nenhum controle ambiental ou tratamen- to do lixo, com livre acesso. É a pior situação de deposição de lixo. ,L r 1' Lixão da Estrutural, Brasília (DF), 2017. 1' Aterro controlado em Caucaia (CE), 2018. 1. Com base nos dados do texto, elabore um gráfico de setor para apresentar visualmente essas mesmas informações. Se necessário, peça ajuda ao professor. a) Utilize instrumentos de desenho: transferidor, compasso, régua, canetinhas hidrográficas co- loridas ou lápis de cor. Desenhe um círculo e delimite as áreas do setor, desenhando seus ângulos centrais correspondentes. Para isso, estabeleça proporcionalidade direta entre as porcentagens de cada caso e as medidas dos ângulos centrais. 1. Como podemos convencer as pessoas de nosso convívio a reduzir os resíduos sólidos? Propo- nha boas condutas com base em seus conhecimentos até o momento. APOIO Aterros sanitár ios, aterros controlados e lixões: <https://cetesb.sp.gov.br/biogas/2017/08/0Vaterros- sanitarios-aterros-contro lados-e-lixoes-entenda-o-destino-do-lixo-no-parana/>. Página de órgão governamental explica os destinos dos resíduos. Lixo: um grave problema no mundo moderno: <ww.v.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur!_publicacao/140_publicacao 09062009031109.pdf>. Nessa página, você encontrará livrete ilustrado com informações a respeito do tema "Resíduos sólidos·. O que você faz com seu lixo? Vídeo produzido pela ONU e ambientado no Rio de Janeiro. Enfoca a questão do que as pessoas fazem com o lixo que produzem nas praias e opiniões a respeito do descarte desse material. Disponível em: <httpsJ/youtu.be/-fRqAkS83SI>. A tecnologia e novos materiais: soluções e problemas :~ -~ 1.------ Todos os dias, descartamos restos de comida e materiais inorgânicos (plástico, vidro, metal) em sacos plásticos. Mas, ra ramente vemos o processo de decomposição dos resí- duos. A proposta aqui é preparar um modelo para olhar mais de perto o que acontece com esses materiais em contato com o solo, imitando um aterro. Material: • 1 recipiente de vidro ou 1 pequeno aquário; • plástico para cobrir o recipiente; • palito para churrasco; • amostra de solo suficiente para preencher o recipiente; • pequenas amostras de vários materiais com tamanho de 2 cm x 2 cm. Assegure-se usar materiais sintéticos, naturais, papel fino e grosso, pedaços pequenos de alimentos. Além de materiais me- tálicos e algum resíduo de construção. Procedimentos 1. Façam uma montagem semelhante à da imagem a seguir. Coloquem a amostra de solo aos poucos no recipiente e acrescentem as amostras de resíduos, um pouco afastadas umas das outras e próximas à parede de vidro, para que fiquem visíveis e vocês possam acompanhar o processo durante o projeto. 2. Elaborem hipóteses: Que materiais vão se decompor mais rapidamente? Há algum material que não sofrerá nenhuma transformação? Façam esses apontamentos assim que finalizarem a montagem. 3. Umedeçam o solo a cada dois ou três dias (não encharcar). Mantenham a montagem na sombra, para conseNar a terra úmida. 4 . Observem o pote uma ou duas vezes por semana, durante três semanas, e comparem a aparência dos vários materiais. • Registrem suas observações, organizem um quadro como o modelo a se- guir e completem-no comparando a transformação de todos os materiais no período observado. Reflita e registre Modelo de como os materiais devem ficar dentro do vidro. 1. Que materiais se decompõem rapidamente? Quais têm decomposição mais len- ta? Suas suposições foram confirmadas ou não? 2. Como ocorre a transformação das amostras orgânicas? Por que os materiais orgânicos são chamados biodegradáveis? 89 90 Materiais sintéticos \ Descobrir e transformar materiais faz parte do de- senvolvimento da humanidade. Ainda na Pré-História, os humanos começaram a utilizar recursos naturais como madeira, barro, rochas, osso, couro etc. Nossos ances- trais usavam ouro, prata e cobre, que podem ser batidos a frio, para fabricar utensílios e joias. Já a produção de ferro, extraído a quente dos minérios de ferro, represen- tou grande avanço. Mais recentemente deu-se outro salto em relação ao uso dos recursos naturais quando começaram a serem desenvolvidas possibilidades do uso do petróleo. Iniciou-se, então, uma explora- ção sistemática e crescente deste material até os dias atuais. O chiclete é feito basicamente de açúcar, A partir doséculo XX, a indústria petroquímica passou a transfor- mar derivados de petróleo em plásticos. tintas, detergentes, fibras de tecido, espumas (como o isopor), borrachas (para pneu e chi- clete), fertilizantes e defensivos agrícolas, produtos cosméticos, todos conhecidos como materiais sintéticos. A indústria petro- química desenvolve-se com base em muita pesquisa científica e esses materiais têm vantagens: geralmente o custo deles é inferior ao do material natural. são versáteis e podem durar mui- - ~ glucose de milho e goma base. A glucose ajuda a adoçar e a dar maciez. A goma é feita com derivados de petróleo especiais, que amolecem em contato com o ambiente quente da boca. to tempo sem estragar. Mas é exatamente por sua durabilidade que permanecem no ambiente por muitos anos. Tudo isso é agravado ao considerarmos que muitos desses objetos são descartados diariamente, como garrafas de água e canudinhos, por exemplo. Isso significa que o petróleo, que demorou milhões de anos para se formar, em pouquíssimo tempo se torna resíduo sólido. O vidro é outro material sintético - fabricado com material abun- dante nas areias - que permanece no ambiente por tantos anos que ninguém ainda conseguiu determinar essa duração. Os sintéticos, co- mo o vidro e os produtos da petroquímica, embora tenham origem em materiais da natureza, são compostos obtidos por meio de transfor- mações químicas. Material sintético: materiais que não são encontrados na natureza, criados por meio de pesquisa científica e tec- nológica, como plástico, nái- lon, isopor etc. 1. Reflitam a respeito da seguinte situação: Quais seriam os resíduos gerados por seu grupo de amigos em um piquenique na praia? Mas não é tão simples; imaginem essa situação em duas épocas: a)antes de os plásticos se tornarem populares, ou seja, até a década de 1960; b)na atualidade, em que há produtos sintéticos populares e baratos. Uma parte da turma deve fazer uma lista dos resíduos do item a e a outra parte fará uma lista dos resíduos do item b. Descrevam os materiais e objetos em cada caso: em- balagens de comidas e bebidas, copos, talheres. Comparem os resultados dos dois grupos e pensem nas mudanças ocorridas, na quantidade e na variedade de materiais nas duas situações. Os caminhos dos resíduos Observem atentamente a imagem desta página. Verifiquem quais são os destinos pos- síveis para o lixo produzido em uma localidade. ~ r=~=~ CENTRO DE A TRIAGEM 'y1 síduos de hospital ~ ra o in~erador. y mido é levado ~1 ara ·táno. e I Y seco vão lixo ~ r nitárío. ~• o 1. De acordo com os tipos de material, quais são os possíveis destinos dos resíduos sólidos mos- trados na imagem? 2. Como é possível aumentar a vida útil de um aterro e economizar dinheiro do município? 91 92 FAZENDOACO ECER Orientações gerais Reflita a respeito da questão norteadora do projeto e verifique o que já aprendeu até aqui. Como a Matemática e as Ciências Naturais nos ajudam a enfrentar o problema ambiental dos resíduos sólidos? Cada grupo deve escolher uma das propostas investigativas apresentadas. Depois, conversem sobre as orientações dadas, de modo que todos entendam corretamente o que se pede. Ao final, elaborem uma síntese e discutam os resultados. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 - , PESQUISA DA PRODUÇAO DO LIXO DOMESTICO Meta Coletar dados sobre o lixo doméstico da casa de cada um, organizá-los e interpretar as informações obtidas. Primeira -=ase 1. Em casa, fazendo uso de balança, "pese" os sacos bem fe- chados com resíduos sólidos da cozinha e de outros cômodos (exceto os dos banheiros) por três ou mais dias. 2.Anote os valores encontrados na medição. 3.0btenha a média diária da massa do lixo de sua casa. • Por que é importante "pesar" o lixo de sua casa por, pelo me- nos, três dias? ATENÇÃO! Pesar: quando "pesamos• algo, na ver- dade o que fazemos é medir a mi:ls- sa do objeto ou da pessoa. Massa é a quantidade de matéria de um corpo. Peso é a força resultante da atração da gravidade sobre a massa de um corpo. As balanças que utili- zamos normalmente estão reguladas para aferir apenas a massa. Use luvas ou saquinhos plásticos para cobrir as mãos e manter a higiene durante o procedimento. Lave as mãos ao concluir a medição. Segunda fase Após as coletas individuais, organizem os dados para apresentá-los em tabelas. 1. Interpretem os dados coletados com base nas informações e nos questionamentos a seguir. 'l Cada brasileiro produz, em média, pouco mais de um quilograma de resíduos por dia, segun- do a Abrelpe. Quantos alunos do grupo produzem quantidades de resíduos sólidos maiores do que a média do brasileiro? E menores? E igual? "..)' A "média" de cada brasileiro significa que todas as pessoas do país produzem a mesma quan- tidade de lixo? 2. Em seguida: ,., calculem a taxa percentual de colegas que produzem quantidades de lixo maiores, menores ou iguais à média de cada brasileiro; b} organizem uma síntese dos resultados em um quadro como o modelo abaixo. Comparação da produção de lixo doméstico entre a média dos brasileiros e os alunos do 7" ano Porcentagem de alunos que produzem quantidades de lixo iguais à média menores do que a média maiores do que a média ~ ... ,,,,, .... , ...... ,,,,,,,,,,,,,,, .. ,,,,,, .. ,,,, .. ,,,,,,,,, '''"'" .... .......... ._..,,,. ,,,, ..... ,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,, .,,,,,.,, .... ,,,,,,,,,,,,,,,,, , ... ,,...... .. .. , .. ,, .. ,, .. ,, ,,v,,,,,:,,,,,,,,. , .. , .. ,,,,,,,,,, .... ,, .. ,,,, .. ,,,,,,, .... , .... ,,,,,,, ' ' ''" ........ ,,,, .. -'" , .. ,, .... ,,.,:, , . ._. ... , .... , ........ ,, r--<~':.•, .. :~~ \ \ \ \ \ ':. ~ ':.~ ·~:r•,:~. ':. ::, \ \ \ \ ·~.:, \\~-:. ~:..\ ~~\ \ \ \ '.~,:t \\~ \:..\ ':.. ".. ~ \ \ \ '.. \ ~ \ ~~".. _,, .... ,.... ..,,,,,,,,,,,, ........ ,, .... ,, ...... . ' _,,,,,, .. ,,,, ...... .. ,,,,,. 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Os recicláveis represen- tam que porcentagem dos resíduos sólidos? Vamos investigar essa questão. Primeira fase 1. Inicialmente analise a tabela a seguir, sobre a composição dos resíduos sólidos brasileiros. Resíduos descartados no Brasil (1994-2008) Tipos de resíduos Porcentagem matéria orgânica 57,41% plástico 16,49% papel e papelão 13,16% vidro 2,34% material ferroso 1,56% alumínio 0,51% +-- . outros inertes 0,46% outros materiais 8,1% Material ferroso: ferro e ligas metálicas, como o aço, que contêm ferro e outros elementos qu1·micos específicos. Outros inertes: resíduos que não são nem solúveis nem inflamáveis; não so- frem transformação química. Na tabe- la, refere-se ao entulho de construção, pedra e areia. Fonte: lpea. Disponível em: <www.1pea.g0v.br/portal/index. php?option com_content&viev,article&ld-29296>. .__ ____________________ _. Acesso em: set. 2018 2. Represente em dois gráficos, um de coluna e outro de setores, os dados da composição dos re- síduos sólidos brasileiros. 93 94 Segunda fase 1. Comparem a tabela e osgráficos produzidos e discutam: Que representação possibili- ta melhor visualização dos dados sobre o assunto? 2. Comentem os gráficos apontando o que pode ser observado sobre a proporção dos materiais na composição dos resíduos sólidos. Que material aparece em maior proporção? 3. Os materiais que compõem os resíduos sólidos podem ser reduzidos ou reutilizados? 4. Planejem a síntese da proposta em grupo para mostrar a proporção de material que pode ser útil para reciclagem ou outra finalidade, antes de seguir para os aterros. Colabore com os catadores de resíduos recicláveis. Separe os recicláveis dos resíduos orgânicos. O trabalho do catador é um dos mais importantes para a reciclagem de resíduos. APOIO Catadores de sonhos: <http://tvbrasil.ebc.eom.br/carninhos-da-reportagem/2018/02/catadores-de-sonhos>. Esse vídeo aborda o dia a dia de catadores em lixão de Brasllia e o impacto do fechamento desse local na vida de quem dependia dele para sobreviver. PROPOSTA INVESTIGATIVA 3 - -ATITUDES SUSTENTAVEIS: REUSO DE MATERIAIS E OBJETOS Metas • Observar e avaliar a diversidade de materiais empregados em embalagens. • Descobrir e criar propostas de reúso de embalagens. Cerca de 40% dos resíduos domiciliares são embalagens. É possível aumentar a vida útil dos ob- jetos e materiais antes de descartá-los? Vamos investigar essa questão. Primeira fase Traga para a sala de aula a embalagem de um produto que você usa em seu cotidiano. 1. Examine detalhes da embalagem de acordo com o roteiro a seguir. ê! \O produto tem necessidade da embalagem? b)O tipo de embalagem protege o produto ou é exagerada? Indique os excessos, se houver. c' A embalagem pode ser reaproveitada ou reutilizada? Ela poderia ser substituída por outra me- nos poluidora? ::ljA embalagem foi desenvolvida para atrair o consumidor na hora da compra? O produto seria igualmente adquirido caso a embalagem fosse mais simples e menos colorida? -:,l A embalagem traz informações e sugestões sobre seu descarte? A quem são dirigidas essas sugestões? Ao consumidor, ao reciclador ou a ambos? r.)A embalagem será desmanchada facilmente, com o tempo, no aterro? '.:!) Por fim, analise o produto. Ele é essencial ou supérfluo (desnecessário)? Para que é utilizado ou consumido? 2. Conclua suas observações indicando as vantagens e as desvantagens da embalagem observa- da. Organize as informações em um quadro: em uma coluna, escreva as Vantagens e na outra, as Desvantagens. Segunda fase 1. Agora respondam: Vocês ficaram com vontade de reusar materiais antes de descartá-los? Em sua opinião, essa atitude ajudaria o país ou o mundo? Por quê? 2. Discutam: Por que o reúso é diferente da reciclagem dos materiais, embora muita gente confun- da as duas ações? 3. Por fim, discutam uma forma de expor aos colegas da turma as conclusões do grupo: Como é pos- sível economizar embalagens na comercialização de produtos? Vocês podem produzir um cartaz, elaborar material no computador para disponibilizar em b/og ou pensar em maneiras criativas de usar as embalagens que foram examinadas. Podem também fazer ilustrações para acompanhar um texto coletivo que destaque os objetos que lembram sólidos geométricos e identificar o no- me do sólido com o qual ele se parece. ,_ ,_ RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Evento para apresentação dos gráficos e das análises das embalagens. Convidem os amigos e colegas da escola para assistir à apresentação dos trabalhos. Arrumem os materiais para a exposição em uma sala da escola. É interessante fazer um convite especial com agradecimentos para as famílias que ajudaram na quantificação de resíduos e ofertaram materiais. Avaliação coletiva Retomar: • todo o percurso rea lizado no projeto; • as primeiras respostas ao problema inicial elaboradas de modo coletivo. Discutir com toda a turma, na presença dos professores de Matemática e de Ciências, as ques- tões a seguir. • O que foi aprendido com esse projeto, tendo em vista o que se propôs investigar? • Os produtos finais direcionaram-se ao problema e às propostas para a solução dele? Outras pro- postas são possíveis? • Que outras investigações poderiam ser realizadas? Em que momento? • A primeira resposta que você deu à questão norteadora manteve-se ou foi ampliada? Se sim, em que aspectos? Momento individual com autoavaliação Concluir a avaliação feita ao longo do projeto. ➔ Nesta fotografia de 2018, o chileno Christian Olivares demonstra um tipo de plástico desenvolvido por sua equipe que se dissolve em água - e o material dissolvido não contamina o liquido ou o solo. 96 Povos indí • e comun1 n ad tradi • • 1ona1 n s Bra il Muitos povos indígenas já habitavam o Brasil quando os europeus aqui chegaram no século XVI. Os conquistadores portugueses trouxeram africanos escravizados de diferen- tes culturas. Ao longo da história, vieram - e ainda vêm - para nosso país pessoas de origens varia- das: italianos, japoneses, alemães, sírios, bolivianos, nigerianos, venezuelanos etc. Alguns desses grupos se organizaram e ainda se organizam em comunidades. Além dos imigrantes que passaram a compor a sociedade nacional, o Brasil ainda abriga uma grande diversidade de povos indígenas e comunidades tradicionais. Eles têm culturas ricas e cheias de características próprias - religiões, festas, danças, alimentação etc. -, presentes na formação da cultura nacional como um todo. Por isso, lutam para ter garantidos seus direitos básicos para uma existência digna e autônoma. Grupo de samba de roda do Quilombo Patioba, originário do município de Japaratuba (SE). durante apresentação no município de Laranjeiras (SE). Acompanhadas de batuques e vestindo roupas feitas por elas mesmas, as dançarinas mantêm viva a tradição local do samba de roda. • Na imagem, um grupo mostra um pouco da cultura de uma comunidade remanescente de quilombo. Você sabe como surgiram os quilombos? • Quais semelhanças e diferenças podem ser identificadas entre as comunidades indígenas e as quilombolas? • Indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais no Brasil apresentam características culturais próprias. Você saberia citar algumas dessas características? ' OIRE O AOPO TO ----------- Quem são e como vivem os povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil? --------------------------=_, JUSTIFICATIVAS • A sociedade brasileira é caracterizada pela presença de povos indígenas e comunidades tradicionais cuja diversidade, história e mani- festações artísticas devemos respeitar e valori- zar. Investigar os grupos que constituem nosso território é um modo de identificar os elemen- tos formadores de nossa sociedade. ANO? Etapa 1 - Explorando o assunto OBJETIVOS • Investigar o modo de vida e as manifestações artísticas de alguns povos indígenas e comuni- dades tradicionais. • Refletir sobre a importância de se defender o direito à existência de comunidades tradicio- nais e povos indígenas nas diferentes regiões do território brasileiro. • Conhecendo povos indígenas e comunidades tradicionais • Povos e comunidades em luta por direitos • Cultura viva: memória e transformação • Danças brasileiras Etapa 2 - Fazendo acontecer • Proposta investigativa 1 - Povos indígenas nas regiões brasileiras • Proposta investigativa 2 - Comunidades remanescentes de quilombos Etapa 3 - Respeitável público • Organizar resultados da pesquisa. Balanço final • Avaliação individual e coletiva. Avaliação continuada: Vamos conversar sobre isso? ➔ ~i..r..o- M ã e fazendo pintura corporal em menina na Aldeia Moikarakô. Terra Indígena Kayapó, São Félix do Xingu (PA), 2016. j ...... ' ' l) l EXPLORANDO o ASSUNTO 98 · ETAPA Conhecendo povos indígenas e comunidades tradicionais Povos e comunidades tradicionais são definidos, de acordo com a lei (Decreto nQ 6.040, de 7 de fevereiro de 2007), como "grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuemformas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando co- nhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição". Comunidades quilombolas ou comunidades remanescentes de quilombos foram formadas por escravos fugidos ou libertos, que se reuniam em lugares distantes de vilas urbanizadas para viverem em comunidades praticando atividades de subsistência como agricultura, caça, pesca e coleta. Atual- mente, são agrupamentos predominantemente constituídos por população negra rural ou urbana. Ribeirinhos são populações tradicionais residentes nas proximidades de rios que sobrevivem da pesca artesanal, caça, roçado e extrativismo. Comunidades caiçaras foram formadas do encontro entre europeus, negros e indígenas que ha- bitavam o litoral, tendo na pesca artesanal, agricultura, caça e coleta suas principais atividades de subsistência. Povos indígenas são os diferentes povos que já habitavam as terras do continente americano antes da chegada dos colonizadores europeus. Cada povo apresenta tradições culturais e línguas próprias. 1. Acompanhe as duas canções a seguir e discuta com os colegas as questões propostas. a a)Você conhece nomes de povos indígenas? b)Qual é a origem das comunidades quilombolas? Chegança [ ... ] Sou Pataxó, Sou Xavante e Cariri Ianomâmi, sou Tupi Guarani, sou Carajás Sou Pancaruru Carijó, Tupinajé Potiguar, sou Caeté Fulniô, Tupinambá [ ... ] Mas de repente Me acordei com a surpresa: Uma esquadra portuguesa Veio na praia atracar [ ... ] Chegança. Antonio Nóbrega e Wilson freire. Canto II Muriquinho piquinino, muriquinho piquinino, Parente de quiçamba na cacunda, Purugunta aonde vai, purugunta aonde vai Ô, parente, pro quilombo do Dumbá (2x) Ê, chora, chora, ngongo, ê, devera chora, ngongo, chora, Ê, chora, chora, ngongo, ê, cambada, chora, ngongo, chora. Domínio público. Uma das músicas cantadas pelos descen- dentes de africanos que trabalhavam na mineração no municí- pio de Diamanrina (MG). Imagens de um país diverso Cerca de 25% do território nacional é ocupado por povos indígenas e comunidades tradicionais. Vamos conhecer alguns deles. 1'Povo indígena pankararu realiza o ritual do Toré. Os participantes dançam usando máscara e roupa de palha. Moram na cidade de São Paulo (SP). 1' Procissão de barcos na Festa de São Pedro Pescador, em Ubatuba (SP), celebrada pela comunidade caiçara residente nesse município. 1'Comunidade ribeirinha de Corumbá (MS), no período de cheia do Rio Paraguai. 1'Quebradoras de coco babaçu no município de Sítio Novo do Tocantins (TO). As quebradeiras de babaçu, no norte do país, são exemplo de grupo que vive do que é retirado da natureza. Da amêndoa do babaçu é possível fazer produtos cosméticos e de limpeza. 99 100 1'0s povos ciganos têm cultura própria e muito rica. São Paulo (SP). 1'Celebração do Dia da Abolição da Escravatura (13 de maio) na Comunidade Negra dos Arturos. Contagem (MG). ~ ~ C) 1 a i .!/ ,!! i ~ 11 I ., ·;; ~ ~ ~ o " ,: u 1' Dança conjunta do beija-flor e Yamarikumã da etnia kalapalo. Querência (MT). 1'Professora e crianças indo para a escola no Quilombo do Baú, Araçuaí (MG). 1. As fotografias apresentam povos indígenas e comunidades tradicionais de quais regiões do Brasil? 2 .A cultura das comunidades tradicionais manifesta-se de forma marcante por meio das suas fes- tas e danças. Identifique nas fotos algumas dessas manifestações e descreva que objetos são usados, como é a vestimenta, quem participa. 3 . Muitas comunidades tradicionais e povos indígenas habitavam, originalmente, ecossistemas na- tivos ou áreas rurais. No entanto, com o passar do tempo algumas comunidades migraram para centros urbanos ou estes centros urbanos se expandiram até suas terras. É possível identificar nas imagens as comunidades que vivem em ambiente urbano? Quais? Povos e comunidades em luta por direitos As leis existem para estabelecer deveres, reconhecer e garantir direitos. Povos indígenas e comu- nidades tradicionais estão em luta para fazer valer esses direitos, entre eles, o direito de manifestar livremente suas culturas, bem como o reconhecimento do direito à terra, pois é em seus territórios que eles podem continuar a desenvolver modos de vida próprios. O que os povos indígenas e comunidades tradicionais podem fazer para lutar por direitos? Veja uma notícia sobre esse tema. Campanha pela garantia da permanência dos povos e comunidades tradicionais em seus territórios Com o objetivo de sensibilizar um maior número de pessoas sobre os conflitos vividos pelas co- munidades tradicionais e fortalecer a luta desses povos, o Fórum das Comunidades Tradicionais de Angra, Paraty e Ubatuba [área de Mata Atlântica e litorânea na divisa entre SP e RJ], deu início, no dia 16/05/2014, à campanha "Preservar é Resistir - Em Defesa dos Territórios Tradicionais". As populações tradicionais desenvolvem modos de vida próprios e distintos dos demais. Seu cotidiano é rico em saberes e fazeres, passados de geração a geração, que envolvem pesca artesanal, festas, dança, música, oralidade, artesanato, agricultura de subsistência, técnicas agroflorestais, turismo de base comunitária etc., expressando a relação direta que essas comunidades desenvolvem com o seu TER- RITÓRIO. Trata-se cerra-meio, [afeita] à satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais. Contudo, mesmo possuindo práticas e conhecimentos passados de geração a geração e um impor- tante papel na conservação dos recursos naturais, sendo reconhecidos como verdadeiro patrimônio -" Caiçara puxa rede no cerco, sobre canoa trad icional de tronco de árvore. Paraty (RJ). A pesca artesanal é uma l prática passada de geração a geração. Constitui um bem cultural imaterial. 102 cultural, essas populações vivem graves conflitos territo- riais, que ameaçam constantemente o seu modo de vida - especulação imobiliária, grandes empreendimentos, privatização de territórios tradicionais, turismo desor- denado, autoritarismos e repressão dos órgãos ambientais por manterem práticas tradicionais, precariedade de ser- viços essenciais tais como educação, saúde, lazer, sanea- mento e luz. Embora tenham direitos constitucionalmente garantidos, a pressão dos órgãos ambientais, somada a (in)consequente especulação imobiliária expõem em risco a reprodução social das comunidades tradicionais, colocam em xeque não só a cultura, que garante a diversidade da sociedade brasileira e o patrimônio cultural (material e imaterial) do país, mas a sua própria sobrevivência. [ ... ] desde 2007 o Fórum de Comunidades Tradicionais da região, formado por quilombolas, indígenas, caiçaras, cai- piras e agricultores familiares, vem se consolidando e fortale- cendo a luta pelos direitos dessas populações. [ ... ] Lil•itf4,mi Especulação imobiliária: prática em que grupos do setor imobiliário compram imóveis e terre- nos para vender por preços altos, geralmen- te inviáveis para moradores tradicionais da reg1ão. Grandes empreendimentos: empreendimen- tos comerciais, industria is ou imobiliários com grande impacto no ambiente. Mod,o de vida: diferentes práticas do dia a dia das pessoas, envolvendo o trabalho, a vida fa- miliar. a alimentação, o lazer, o consumo etc. Patrimônio cultural (material e imaterial): al- go que pertence especificamente a um gru- po e que deve ser preservado. O patrimônio material refere-se a coisas palpáveis, corno construções, vestimentas, artesanato etc. O patrimônio imaterial refere-se a saberes do grupo, como a religiosidade, as canções, as tradições orais etc. Privatização de territórios tradicionais: nesse contexto, é o ato de delegar a adrninistraç2io das terras das comunidades tradicionais a gru- pos privados, com interesses econômicos. C ampanha pela garantia dape.rmanência dos povos e comunidades tradicionais em seus territórios. Ocupar é resistir: em defesa dm territórios tradicionais. D isponível em : <www.preservareresistir.org/campanha>. Acesso em: 18 ser. 2018. 1. Dê exemplos de "saberes e fazeres" do cotidiano dessas comunidades que são citados no texto. 2. De acordo com o texto, quais são as ameaças ao modo de vida das comunidades da região? 3. Identifique a estratégia adotada por esses grupos par.a lutar por seus direitos. Está na lei Território, cultura, saúde e educação diferenciadas, respeito pelas tradições e modos de v i- da das comunidades trad icio nais e povos indígenas são direitos previstos em diversos textos de legislações nacio nais e convenções internacionais. Vamos conferir no quadro algumas dessas regulamentações. Proteção da diversidade cultural e das comunidades tradicionais nas leis brasileiras 1988 - Constituição da República Federativa do Brasil (artigos 215 e 216) • Resgata os direitos universais dos brasi,leiros. • Reconhece os direitos específicos territoriais e culturais das co- munidades indígenas e quilombolas. • Protege as manifestações das culturas populares. 1992 - ECO 92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Am- biente e o Desenvolvimento • Assegura a conservação da biodiversidade e seu uso sustentá- vel. • Reconhece a relação estreita entre a preservação de recursos biológicos e a existência de comunidades locais e populações indígenas com estilos de vida tradicionais. 2003 e 20 08 - Leis 10.639/03 e 11.645/08 - Alterações na Lei de Diretrizes e Bases de 1996 • Garantem o estudo da "história da África e dos africanos. a lu- ta dos negros e povos indígenas no Brasil, a cultura negra e in- dígena e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política. pertinentes à história do Brasil". 2007- Decreto nº 6.040/2007 - Política Nacional de Desenvolvi- mento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT) • Promove o desenvolvimento sustentável dos povos e comunida- des t radicionais. • Fortalece a garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambien- tais, econômicos e culturais. Valoriza sua identidade, suas formas de organização e suas instituições. 1. A legislação brasileira garante o território aos indígenas e demais comunidades tradicionais? 2. O evento ECO 92 reconhece os benefícios que os modos de vida dos povos indígenas e comu- nidades tradicionais trazem para o meio ambiente. Argumente qual seria a relação entre a pro- teção do meio ambiente e esses grupos. 3 . Na sua opinião, qual é a importância das leis que defendem os direitos das comunidades tradi- cionais e dos povos indígenas? 1. Imagine que você vai participar de uma conferência sobre direitos humanos e precisará fazer uma apresentação oral sobre o tema. Redija um texto para essa apresentação, expondo sua opinião sobre a necessidade de reconhecimento e respeito aos direitos de povos indígenas e comunidades trad icionais de permanecerem em seus territórios com dignidade. 103 104 Cultura viva: memória e transformação A língua que usamos, as roupas. a alimentação, os objetos, os tipos de casa, os costumes, as reli- giões, entre outros, são manifestações da cultura em que estamos inseridos. Nas comunidades tradi- cionais e de povos indígenas, durante muitos anos foram se estabelecendo traços culturais distintos, e há bastante empenho em manter as tradições. Nesse sentido, a cultura dos antepassados é lem- brada e vivida nas práticas do dia a dia. Por isso, cultura é memória. As manifestações culturais são dinâmicas, recebem novos elementos, reinventam-se e podem se transformar. O encontro entre indígenas, africanos e europeus resultou em uma grande diversidade de cultu- ras. Diante dessa enorme variedade, têm destaque as danças e folguedos regionais do Brasil e eles representam um dos traços mais marcantes das comunidades tradicionais. Na atualidade, estão pre- sentes também nos meios urbanos onde se modificaram, guardando ainda a memória das tradições dos antepassados. Os folguedos são um tipo de festa muito especial porque reúnem narrativa, danças e persona- gens. As pessoas esperam o ano inteiro para brincar no folguedo, em determinada data ou época do ano. Elas ensaiam a coreografia, tocam instrumentos e preparam roupas e adereços para contar uma história. Na congada, chegam os reis do Congo. Nas cheganças e marujadas, os povos vêm do mar. Nas festas do boi, o animal morre e renasce. M e ID f ~ Folguedo: tipo de festa popular de caráter lú- dico que ocorre todos os anos em datas de· terminadas. em diver- sas regiões do Brasil. Festa do Boi durante ;- .,,.,,_,_,,, o Encontro de Culturas Populares ---• em Buenos Aires (PE), ~•10:0~,., ....... .,, 2018. 1. Quais são as festas ou folguedos populares que você já participou, conhece ou ouviu falar? Será que eles têm origem ou relação com as festas reailizad.as pelos povos e comunidades tradicionais? APOIO Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular: <www.cnfcp.gov.br/tesauro/alfabetica.html>. O site dispõe de um dicionário com expressões referentes à cultura popular. Danças brasileiras Veja a seguir imagens de danças de diferentes regiões brasileiras. Fandango caiçara Nas regiões Sul e Sudeste, o fandango é bastante presente no litoral e chama atenção pelos instrumentos fabricados artesanalmente: viola, rabeca, tambor de armação e o adufo ou adufe (tipo de pandeiro ancestral). r Enc_ontR> de TrtlJfções ! · Antonina - PR 1 20. 21. ,t'? de abril i Jongo -g "' e 8 ~ ~ Grupo executa o fandango em Antonina (PR). Dança predominante da Região Sudeste, o jongo, também chamado de caxambu, é produzido com diferentes tipos de percussão: o tambu, o candongueiro e a gazunga, a puíta (cuíca) e a angoia. Os cantadores lançam frases, repetidas pelo coro, que também bate pa lmas na marcação do ritmo, e fazem desafios com passos de dança e canto aos demais da roda. ~ Grupo executa o jongo em Piquete (SP). 106 106 Coco O coco está presente em toda a Região Nordeste. i com muitas variações locais de acordo com os passos J da dança que o acompanha. Recebe outros nomes a } depender da localidade, por exemplo: coco-de-praia, coco-de-roda, coco-de-fila, coco-de-embolada. O coco é uma espécie de batuque de roda e de improvisação de frases entoadas por cantadores, sendo, por essas características, semelhante ao jongo. 1'Grupo Samba de Coco da Mussuca, em Laranjeiras (SE). i Carimbá .ê Siri ri 1 ... : O carimbó é uma dança que apresenta a mistura - de elementos africanos e indígenas, e é típica do es- s ti tado do Pará, na Região Norte. Os casais dançam em roda com vestimentas típicas, coloridas e floridas. O tambor que deu nome ao ritmo e à dança é feito com um tronco de madeira inteiriço escavado por dentro. ~ Dança e canto tradicional do carimbó na comunidade de Caranazal, em Santarém (PA). !:! Dança que mescla brincadeiras indígenas e euro- f peias, lembra o fandango. É acompanhada por viola de -z ii: cocho, ganzá e tamboril. ~ ::; ➔ Grupo de dança se apresenta durante Festival de Cururu e Siriri, em Cuiabá (MT). 1. Como uma criança ou um jovem aprende uma dança ou participa de um folguedo tradicional? 2. Onde podem ser encontrados os grupos de folguedo e dança no país: no meio rural ou no meio urbano? 3.As manifestações culturais continuam as mesmas ao longo do tempo? Vamos dançar ciranda A ciranda é uma dança de origem portuguesa que, q t.1ando chegou ao Brasil, en- controu semelhanças com danças indígenas. Com a chegada dos africanos, foram introduzidos elementos de danças circulares daquele continente. As cirandas fazem sucesso até hoje; para dançá-las, todos - ido- sos, jovens e crianças - formam um círculo, dão as mãos e fazem movimentos simples enquanto a roda gira. Danças circulares são manifestações humanas muitoantigas e de diferentes culturas no mundo. Procedimento 1. Para começar. recorra à sua memória. Pro- vavelmente você deve ter participado de alguma dança de roda quando criança. Se você tiver irmãos, primos pequenos ou mesmo contato com alguma criança. peça que demonstre os tipos de ciranda que execu- ta atualmente. Apesar de ser uma prática pre- dominante entre os pequenos, é bastante executada também entre os adultos. 2. Depois, passe a explorar a ciranda típica do Nordeste, executada principalmente nos estados de Pernambuco e da Paraí- ba. Faça pesquisa sobre o trabalho da Lia de Itamaracá recorrendo aos sites indicados. APOIO .....#- _-_ 1" Gravura de revolucionários franceses dançando ao redor da Árvore da Uberdade, e. 1792. Para conhecer um pouco mais desses ritmos e danças, incluindo a ciranda. faça buscas na internet, acesse textos informativos e vídeos com apresen- tações. Seguem algumas sugestões. Ciranda nordestina: <www.cnfcp.gov.br/tesauro/00001651.htm>. Página do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular que explica um pouco me- lhor essa dança. Fandango: <www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteu do.php?conteudo=453>. Página da Secretaria da Educação do Paraná que apresenta características detalhadas do fandango. Jongo: <http://jongodaserrinha.org/historia-do-jongo-no-brasil/>. Página com informações, áudios e vídeos a respeito do jongo. Lia de Itamaracá: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php? option=com_content&view=article&id=317>. Página da Fundação Joaquim Nabuco que apresenta um pouco da trajetória dessa artista. ➔ Lia de Itamaracá é natural da Ilha de Itamaracá (PE). Canta e compõe desde criança e, no ano 2000, gravou um álbum que a fez famosa, sendo atualmente co nvidada para apresentações em diversas partes do país e do mundo. 107 -------~ l FAZENDO ACONTECER 108 Orientações gerais Para aprofundar os estudos, vamos pesquisar e produzir um livro ou um blog coletivo da turma intitulado: Povos indígenas e comunidades quilombolas nas regiões brasileiras. Cada grupo fará um capítulo ou postagens com os resultados das pesquisas que rea lizarão. Além de textos, utilizem fotografias, desenhos, mapas e gráficos. Não se esqueçam de sempre mencionar as fontes. O livro ficará disponível na biblioteca da escola, já o blog deverá ter seu conteúdo disponível em plataforma na internet. Divulguem essa produção para as demais turmas e a comunidade do entorno. Cada grupo deve escolher a proposta investigativa 1 ou 2 e uma região brasileira. Assim, a turma poderá estudar mais manifestações da diversidade cultural do país. Sugestão de roteiro de pesquisa Nome da comunidade quilombola ou povo indígena. Localização: região, estado e município. Elementos históricos da comunidade: quando se formou e por qual motivo (quilombo) ou quando foi descoberta (indígenas). Características físicas da região e do local, como vegetação, fauna, clima. relevo. hidrografia. Modo de vida, que inclui descrição de práticas como agricultura, pesca, caça, extrativismo e outras formas de subsistência ou fontes de renda. Relação entre o ambiente e as atividades socioeconômicas, como agricultura de subsistên- - eia, pesca artesanal, caça e extrativismo. Descrição de elementos da cultura: música, festas, artesanato, culinária, mitos, rituais - com destaque para danças e folguedos. Desafios enfrentados e as lutas por direitos. PROPOSTA INVESTIGATIVA 1 -POVOS INDIGENAS NAS REGIÕES BRASILEIRAS Meta Conhecer diferentes povos indígenas que vivem nas regiões brasileiras. Primeira fase Em grupo, observem os mapas e respon- dam às questões. Fonte: Atlas geográfico escolm 7. ed. 0·1,w o PArlf /CO Descrição das Iases D Declarada i:::J Homologada D Regularizada - Limites internacionais - Limites estaduais o Capital de país • Cap~al de estado 544 lCWIS km Rio de Janeiro: IBGE. 2016. p. 112. 1· SUOOOll 1. De acordo com o mapa 1, em qual região se encontra a maior parte das terras indígenas? 2. Após comparar o mapa 1 com o mapa 2, responda: As populações indígenas concentram-se na re- gião onde se encontram as maio- res extensões de terras indígenas? 3. Como podemos explicar a grande presença de população indígena onde há menos terras indígenas? OCEANU PAC!F!CO Porcentagem dos habRantes que são indigenas-por municipio > OeO,la S,0 % / .f!!.P_ . \ o De 5,1 a 20,0% b-,_ Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010. ( C □e 20,1 ª 88-1 % '\,~ ::-) · 468 936 km l : 46 800000 Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/app/atlas/:>. .J li(, Acesso em: out. 2018 . .__ __________ ..__..._ ___________ ____ .., Segunda fase 1. Procure informações a respeito de alguma etnia indígena. Utilize o roteiro apresentado anteriormen- te. Lembre-se de que a população estudada deve viver na região brasileira escolhida pelo grupo. 2. Anote as informações para compartilhar com seu grupo. 1. Comparem as informações coletadas individualmente e escolham um dos povos indígenas entre os que foram pesquisados. 2. Verifiquem se é necessário aprofundar a pesquisa de acordo com o roteiro recomendado. 3. Organizem o conteúdo coletado e comecem a discutir possibilidades para apresentá-lo de forma interessante no livro ou blog. APOIO Instituto Socioambiental (ISA): <https://mirim.org/>. Na página estão disponíveis textos e vídeos a respeito de povos indi'genas. Apesar de ser destinado a crianças, o rico conteúdo pode interessar a pessoas de todas as idades. Povos indígenas no Brasil: <https://pib.socioambiental.org/pt>. Página bastante completa, em que se pode te r acesso à descri- ção de características de vários povos indígenas do país. A lista com o nome e a localização dos povos indígenas do Brasil es- tá disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Quadro_Geral_dos_Povos>. Centro de Trabalho lndigenista (CTI): <https://bd.trabalhoindigenista.org.br/>. Biblioteca digital dessa ONG, com acervo de fotos, mapas, cartilhas e textos sobre povos indígenas. Fundação Nacional do Índio (Funai): <www.funai.gov.br/>. O site da Funai traz informações relevantes sobre os indígenas brasi- leiros. Fascículos de povos indígenas do Norte e Nordeste: <http://novacartografiasocial.com.br/fasciculos/povos-indígenas-nordeste/>. Nesse endereço é possível ter acesso às publicações com dados a respeito de diversos povos indígenas. 109 110 PROPOSTA INVESTIGATIVA 2 COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBO Meta Conhecer diferentes povos e comunidades remanescentes de quilombos que vivem nas re- giões brasileiras. Primeira fase Um levantamento do Instituto Socioam- biental mapeou em 2015 as comunidades quilombolas. Mas estima-se que atualmen- te o número total de comunidades rema- nescentes possa ter aumentado. Observe o mapa e, depois, responda às questões. 1. O que explica o maior número de comu- nidades quilombolas em certos estados brasileiros? Quais são eles? J 2. Fora o Pará, que é o quarto colocado na presença de comunidades quilombolas, os outros estados da Região Norte não têm números muito elevados dessas co- munidades. Como explicar esse fato? Número de comunidades remanescentes de quilombos Do Fome,'"'"'"'º SocOomSee<a, <ee ü&Os ,emae=e~; ae §:::'~ •+:- quilombos. Unidades de ConseNaçõo no Brasil. Disponível em: D De 139 ª 500 s <httpsJ/uc.socioambiental.org/territórios-de-ocupação-tradicianal/ 1D De 501 ª 750 535 1070 km territó rios-remanescentes-de-quilombos>. Acesso em: 20 out 2018. .___--~-------"---------' _53_500_000 _ ___, Segunda fase 1. Procure informações a respeito de uma comunidade quilombola. Siga o roteiro apresentado an- teriormente. Lembre-se de que a população estudada deve viver na região brasileira escolhida pelo grupo. 2 .Anote as informações para compartilhar com seu grupo. 1. Comparem as informações coletadas individualmente e escolham uma das comunidades entre as que foram pesquisadas. 2. Verifiquemse é necessário aprofundar a pesquisa de acordo com o roteiro recomendado. 3. Organizem o conteúdo coletado e comecem a discutir maneiras de apresentá-lo de forma inte- ressante no livro ou blog . APOIO Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): <www.incra.gov.br/sites/default/files/1ncra-processosabertos-qui1om bolas-v2.pdf>. No site do Incra está disponível um documento com os processos de comunidades quilombolas, organizados por região, estado e município. Procure as comunidades existentes na região escolhida pelo seu grupo. Fascículos de povos e comunidades tradicionais do Brasil: <http://novacartografiasocial.com.br/fasciculos/povos-e-comunidades -tradicionais-do-brasil/>. Nesse endereço é passivei ter acesso às publicações com dados a respeito de comunidades tra dicionais em território nacional. Cartilha para a defesa dos povos e dos territórios: <https://racismoambiental.netbr/quem-somos/cartilha-para-a-defesa-dos-povos- e-dos-territorios/>. A publicação traz informações e condutas em defesa do direito à terra e das tradições de distintos povos. Observatório Quilombola: <www.koinonia.org.br>. Site dedicado à coleta, organização e análise de informações relativas às co- munidades negras rurais e quilombolas. Quilombolas em busca de seus direitos: <https://theintercept.com/2017/05/12/em-pleno-seculo-xxi-quilombolas-ainda-tem-que- lutar-por-direitos-basicos/>. Reportagem aprofunda a questão e traz dados a respeito da luta desse grupo para ter seus direi- tos reconhecidos. - -RESPEITAVEL PUBLICO Produto final Apresentação do livro ou blog com a síntese das pesquisas. Para o lançamento do livro ou blog, a turma organizará um debate sobre o tema. Pode ser na ho ra do intervalo da saída ou na data de algum evento envolvendo a comunidade escola r. O local pode ser o pátio, a quadra, a biblioteca. a sala de informática ou o auditório da escola. Chamem toda a comunidade escolar para participar! Neste momento será feita uma reflexão coletiva com autoavaliação. Conversando com seus colegas do grupo de traba- lho, elabore uma síntese, lembrando e registrando to- do o percurso da pesquisa vivenciado até o momento. • O que foi aprendido sobre o tema pesquisado? • Foi possível responder à pergunta "quem são e como vivem os povos indígenas e co- munidade tradicionais no Brasil?" • O que é importante comunicar para outras pessoas, sejam da própria escola, sejam da comunidade? A avaliação final do projeto levará em consi- deração todo o processo envolvido nas discus- sões e pesquisas, bem como a qualidade dos produtos finais apresentados pelo grupo. ➔ Crianças da etnia guarani mbya realizam dança tradicional tangara. Aldeia Kalipety, São Paulo (SP). O líder indígena brasileiro A1lton Krenak diz que "no dia em que nãc houver lugar para o índio no mundo, não haverá lugar para ninguém". Essa frase sintetiza os motivos para defender o direito dos indígenas a uma vida digna, mas também reafirma o mesmc dlfeito às comunidades tradicionais. Garantjr que tenham um lugar significa garantir a valorização da natureza, a ligação com a terra. o cuidado com a memória dos ancestrais e de próprio país, as relações humanas de colaboração e afeto, a cultura diversa e rica. Sem esses elementos, sobra bem pouco à humanidade. 111