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Monografia, Influencias da comunidade local sobre o mangal

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
Centro de Ensino à Distância 
 
 
 
 
Tema: Influências da comunidade local sobre o ecossistema do mangal no Bairro de 
Bandar em Metuge (2014 – 2018) 
 
 
 
 
 
Alberto Joaquim Didime Nanduva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pemba, Fevereiro de 2019 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
Centro de Ensino à Distância – CED 
 
 
 
 
Tema: Influências da comunidade local sobre o ecossistema do mangal no Bairro de 
Bandar em Metuge (2014 – 2018) 
 
 
Alberto Joaquim Didime Nanduva No 708140512 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientada por: dr. José Cadre Mitilage 
 
 
 
 
Pemba, Fevereiro de 2019 
 
 
Monografia científica submetida ao Centro de 
Ensino à Distância da Universidade Católica de 
Moçambique, para conclusão do grau de licenciatura 
em ensino de Biologia. 
 
 
 
 
II 
 
ÍNDICE 
 
Declaração ................................................................................................................................. V 
Dedicatória................................................................................................................................ VI 
Agradecimentos .......................................................................................................................VII 
Resumo .................................................................................................................................. VIII 
Lista de siglas e abreviaturas .................................................................................................... IX 
Lista de tabelas .......................................................................................................................... X 
Lista de figuras ......................................................................................................................... XI 
Lista de gráficos.......................................................................................................................XII 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1 
1. Introdução ............................................................................................................................... 1 
1.1 Delimitação do tema ......................................................................................................... 3 
1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 3 
1.2.1 Relevância científica.................................................................................................. 4 
1.2.2 Relevância social ....................................................................................................... 4 
1.3 Problematização................................................................................................................ 4 
1.4 Objectivos ......................................................................................................................... 5 
1.4.1 Objectivo geral........................................................................................................... 5 
1.4.2 Objectivos específicos ............................................................................................... 5 
1.5 Hipóteses........................................................................................................................... 5 
CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 7 
2.1 Descrição do objecto de estudo ........................................................................................ 7 
2.1.1 Generalidades ............................................................................................................ 7 
2.1.2 Localização geográfica do distrito de Metuge ........................................................... 7 
2.1.3 Características biofísicas ........................................................................................... 8 
2.2 Fundamentação teórica ................................................................................................... 14 
 
 
 
III 
 
2.2.1 Impacto ambiental ................................................................................................... 14 
2.2.2 Conceito de ecossistema .......................................................................................... 14 
2.2.3 Caracterização de actividade antropogénica............................................................ 14 
2.2.4 Conceito de ecossistema do mangal ........................................................................ 15 
2.2.5 Características do ecossistema do mangal ............................................................... 16 
2.2.6 Importância do ecossistema do mangal ................................................................... 17 
2.2.7 Degradação do mangal ............................................................................................ 19 
2.2.8 Comunidade local .................................................................................................... 20 
2.2.9 Influências da comunidade local sobre o ecossistema do mangal ........................... 20 
2.2.10 Distribuição do mangal em Moçambique .............................................................. 21 
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO ................................................... 22 
3.1 Métodos de abordagem ................................................................................................... 22 
3.1.1 Método indutivo....................................................................................................... 22 
3.1.2 Metodo hipotetico dedutivo ..................................................................................... 22 
3.2 Universo.......................................................................................................................... 23 
3.3 Amostra........................................................................................................................... 23 
3.4 Métodos de procedimento............................................................................................... 23 
3.4.1 Consulta bibliográfica.............................................................................................. 23 
3.4.2 Método de observação ............................................................................................. 24 
3.5 Técnicas de colecta de dados .......................................................................................... 25 
3.5.1 Entrevista ................................................................................................................. 25 
3.5.2 Inquérito................................................................................................................... 25 
CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ....................................... 27 
4.1 Condições da habitação da comunidade de Bandar........................................................ 28 
4.2 Material de construção mais usado entre os habitantes de Bandar................................. 29 
4.3 Causas da diminuição do mangal de Bandar .................................................................. 30 
4.4 Principais usos do mangal em Bandar ............................................................................ 30 
 
 
 
IV 
 
4.5 Evolução do mangal em Bandar nos últimos 4 anos ...................................................... 31 
4.6 Impactos resultantes do corte do mangal em Bandar ..................................................... 32 
4.7 Situação sobre a gestão dos usos do mangal .................................................................. 33 
4.8 Medidas de preservação do mangal de Bandar............................................................... 33 
4.9 Discussãodos resultados ................................................................................................ 34 
4.9.1 Categoria 1: Situação do ecossistema do mangal a nivel do distrito e de Bandar em 
particular ........................................................................................................................... 34 
4.9.2 Categoria 2: Factores da degradação do mangal em Bandar ................................... 35 
4.9.3 Categoria 3: Consequências da degradação do mangal em Bandar ........................ 35 
4.9.4 Categoria 4: Estratégias de preservação do mangal em Bandar .............................. 35 
CAPITULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................................................................. 37 
5.1. Conclusão ...................................................................................................................... 37 
5.2. Sugestões ....................................................................................................................... 38 
Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 39 
APÊNDICES ............................................................................................................................ 41 
Anexos ...................................................................................................................................... 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V 
 
Declaração 
 
Declaro que esta monografia científica é resultado da minha investigação pessoal sob 
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão 
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. 
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, na sua essência, em nenhuma outra 
instituição para obtenção de qualquer grau académico. 
 
 
 
 
Pemba, Fevereiro de 2019 
_____________________________________________ 
(Alberto Joaquim Didime Nanduva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
Dedicatória 
Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus filhos, que têm me acompanhado 
durante esse tempo todo. Dedico também a todos aqueles que directa ou indirectamente deram 
o seu contributo na realização desta monografia científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII 
 
Agradecimentos 
Agradeço em primeiro lugar a Deus e a todos que estiveram presentes em minha trajectória 
académica. 
Ao meu supervisor, pela orientação e correcção atenciosa para elaboração com sucesso desta 
monografia. 
A todos os docentes do curso de Biologia da Universidade Católica, Centro de Ensino a 
Distância, que ao longo dos anos deram o seu contributo durante a minha formação. 
Aos técnicos do Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE) e ao chefe do bairro de 
Bandar na vila de Metuge pela prontidão em fornecer informações relevantes para a 
concretização desta monografia. 
Vão ainda aos meus colegas do curso de Biologia e amigos que directa ou indirectamente 
contribuíram para a elaboração desta monografia científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIII 
 
Resumo 
O presente trabalho Influencias da comunidade local sobre o ecossistema do mangal no 
bairro de Bandar na vila de Metuge tem como objectivo adoptar medidas estratégicas para 
minimizar os impactos sobre esse ecossistema. O ecossistema do mangal tem desempenhado 
um papel preponderante no desenvolvimento económico, na protecção dos ambientes e da 
biodiversidade natural nas regiões costeiras. Contudo, nos últimos anos, o mangal da zona 
costeira de Bandar, reduziu significativamente por causa do crescente movimento migratório 
a procura de mecanismos de sustento das famílias. A maior parte de residências, estão em 
iminência de erosão costeira por causa de as mesmas serem implantadas em locais 
impróprios. Para o alcance dos objectivos foram colectadas no total 65 pessoas, dos quais 60 
pessoas residentes do bairro e ainda entrevistados 4 técnicos do SDAE e 1 secretário do 
Bairro de Bandar. Segundo a comunidade local e evidências indicam que uma parte de 
residências foi devorada pelas águas do oceano, constituindo assim uma das consequências de 
influência da comunidade local sobre ecossistema do mangal. A costa de Bandar é zona 
habitacional que enfrenta muitos problemas por a maioria das casas estarem implantadas em 
áreas impróprias, designadamente marés, erosão costeira, ausência de drenagens pluvial, entre 
outros problemas ambientais. Porém a causa primária da perda de áreas de mangal nessa zona 
é atribuída à actividade humana como a construção de casas, combustível lenhoso para venda 
e sua subsistência. No entanto, segundo os nossos entrevistados, ainda não foram avançadas 
alternativas com vista a mitigar os problemas de modo a alcançar o desenvolvimento 
sustentável do mangal na área de estudo. 
Palavras-chave: Influencias, comunidade local, ecossistema e mangal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IX 
 
Lista de siglas e abreviaturas 
 
CED – Centro de Ensino à Distância 
EIA – Estudos Impactos Ambientais 
gráf – gráfico 
GD – Governo do Distrito 
ha – hectares 
INE – Instituto Nacional de Estatística 
m – metro 
MICOA – Ministério para Coordenação da Acção Ambiental 
PDM – Perfil Distrital de Metuge 
SDAE – Serviço Distrital de Actividades Económicas 
tab – tabela 
UCM – Universidade Católica de Moçambique 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
X 
 
Lista de tabelas 
Tabela 1 – Principais espécies de mangal na costa moçambicana e sua utilização .................. 18 
Tabela 2 – Causas da diminuição do mangal de Bandar .......................................................... 30 
Tabela 3 – Principais usos do mangal em Bandar .................................................................... 31 
Tabela 4 – Impactos resultantes do corte do mangal em Bandar ............................................. 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XI 
 
Lista de figuras 
Fig. 1 – Solos argilosos e hidromórficos escuro-cinzento de Bandar em Metuge ..................... 9 
Fig. 2 – Área de inundação junto ao mangal de Bandar em Metuge. ....................................... 10 
Fig. 3 – Figura A ilustra as antigas áreas de mangal já devastadas e B corresponde o risco de 
erosão por consequência da devastação do mangal. ................................................................. 11 
Fig. 4: Residências que estão cercadas pelas águas de inundação parecendo ilhota, sendo 
assim, no momento de maré alta ficam cercadas de água. ....................................................... 12 
Fig. 5 – Diferentes usos de algumas espécies do mangal junto da comunidade de Bandar ..... 12 
Fig. 6: Algumas espécies de crustáceos encontrados nos mangais da costa de Bandar. .......... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XII 
 
Lista de gráficos 
Gráfico 1 – Condições da habitação da comunidade de Bandar .............................................. 29 
Gráfico 2 – Material de construção mais usado entre os habitantes de Bandar ....................... 29 
Gráfico 3 – Evolução do mangal nos últimos 4 anos ............................................................... 32 
Gráfico 4 – Medidas de preservação do mangal de Bandar ..................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
1. Introdução 
A presente monografia intitulada “Influencias da comunidade local sobre o ecossistema do 
mangal no bairro de Bandar em Metuge”, será importante para se fazer uma abordagem 
atinente as acções antropogénicas que estão por detrás da degradação do mangal da zona 
costeira de Bandar que deixa a própria área em risco no que concerne a erosão costeira. 
A destruição do mangal tem trazido consequências muito graves tais como: perda da 
biodiversidade das florestas,diminuição da qualidade do ambiente, aumento da erosão e a 
elevação do nível do mar. Contudo, tenta-se arranjar soluções mitigadoras para o 
melhoramento das acções destruidoras que deixam a zona despida de floresta de mangal. 
Esse ecossistema tem uma grande importância para a vida da comunidade daquele ponto na 
medida que vão obtendo a madeira para construção de habitações, barcos de pesca, 
combustível lenhoso e carvão bem como a captura de diversos crustáceos para complementar 
a dieta alimentar. Por outro lado contribui para a estabilização e prevenção da erosão da linha 
costeira. 
Por estas razões, o mangal deveria ser um ecossistema muito protegido e até mesmo 
preservado através de plantio na linha da costa uma vez a área de estudo está devastada 
devido às acções a cima citadas. 
É de salientar que o crescimento da zona residencial de Bandar conhece uma aceleração como 
resultado da procura de espaços para edificação de habitações. Deste modo parte desta 
população de Bandar residiu outrora nos distritos de Ancuabe e Quissanga. 
Trata-se de uma zona habitacional que enfrenta muitos problemas por maioria das casas 
estarem implantadas em áreas impróprias, designadamente marés, erosão costeira, ausência de 
drenagens pluvial, entre outros problemas ambientais. 
Segundo a comunidade local e evidências indicam que uma parte de residências foi devorada 
pelas águas do mar, constituindo assim uma das consequências das influências da comunidade 
local sobre o ecossistema do mangal. 
 
 
 
2 
 
Esta monografia científica é destinada a obtenção do grau académico de licenciatura em 
ensino de Biologia. Ela está estruturada em cinco (5) capítulos. Aos quais se acrescentam as 
conclusões, as referências bibliográficas, apêndices e anexos. 
O primeiro capítulo é a parte introdutória onde é apresentado o tema e engloba a delimitação 
do tema da pesquisa, a sua justificativa, a problematização, hipóteses bem como os objectivos 
a alcançar. 
O segundo capítulo diz respeito a revisão da literatura onde são apresentados alguns conceitos 
e conteúdos que versam sobre o ecossistema do mangal. Todavia, são apresentadas ainda 
neste capítulo as características da área de estudo como a localização geográfica, os aspectos 
climáticos, pedológicos, hidrográficos, florísticos e faunísticos. 
No terceiro capítulo corresponde a metodologia adoptada para a execução desse trabalho que 
tem a ver com as componentes bibliográficas e de campo onde igualmente foram usadas 
técnicas que suscitaram até a fase final do mesmo. 
No quarto capítulo são interpretados e analisados os principais dados colhidos na base de 
ferramentas como entrevista, inquérito e observação, na fase do trabalho de campo. Na 
sequência disso, são produzidos tabelas, gráficos e inseridas imagens fotográficas mais 
relevantes para o estudo. 
As principais conclusões e sugestões são apresentadas no quinto e último capítulo onde, 
igualmente, são ostentados os apêndices e anexos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.1 Delimitação do tema 
A presente pesquisa foi realizada na vila sede do distrito de Metuge, concretamente na zona 
costeira do bairro de Bandar. 
Esta pesquisa fez uma análise comparativa de evolução do revestimento deste ecossistema dos 
últimos quatro (4) anos de forma a compreender as influências da comunidade local sobre o 
ecossistema do mangal em Bandar nesse espaço de tempo entre 2014 a 2018. 
1.2 Justificativa 
A orla marítima de Bandar assume uma importância estratégica em termos ambientais, pelo 
que o aproveitamento das suas potencialidades responde as necessidades da comunidade local 
e desenvolvimento sustentável apoiada numa gestão integrada e coordenada dessa área. 
O mangal tem sido explorado pela comunidade local não tendo em consideração a gestão dos 
seus recursos numa base sustentável. No entanto, a pressão sobre esse ecossistema é 
relativamente alta ao longo do Bairro de Bandar em Metuge, com inúmeros benefícios para a 
população local extraindo lenha, material de construção, madeira, etc. 
O tema foi escolhido com vista a responder estes problemas sobre o mangal de modo a 
sensibilizar os praticantes para minimizar as acções humanas que vêm dizimando e pondo em 
risco a zona contra a erosão costeira e a degradação do ecossistema do mangal na área de 
estudo. 
Outra razão da escolha deste tema recai ao governo local para criar grupos de fiscais 
comunitários com objectivos de velar as actividades sobre esse ecossistema. 
De acordo com Uacane (2014, p. 216),“a acção antropogénica é o maior catalisador da erosão 
na orla marítima, devido sobretudo a destruição do revestimento vegetal natural (mangal) e, 
em particular pela ocupação de dunas para diversos usos sociais‖. 
A partir dessa ideia, pode-se entender que há necessidade de proteger o ecossistema do 
mangal que serve para fixar os solos, impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a 
linha da costa, uma vez que são perdidas importantes fracções ecológicas desempenhadas por 
esse ecossistema. 
 
 
 
4 
 
1.2.1 Relevância científica 
As alterações constante ou seja o uso irracional desse ecossistema cria problemas como a 
degradação dos solos, erosão costeira entre outros problemas que inquietam a comunidade 
científica. Neste contexto, o autor considera que as várias áreas do saber (em particular nas 
ciências biológicas) devem ter em consideração os aspectos relacionados com o meio 
ambiente nas suas abordagens científicas. 
1.2.2 Relevância social 
No âmbito social, este tema tem uma grande relevância dado que a principal causa da 
destruição do ecossistema do mangal é a acção humana como o corte para obtenção de 
combustível lenhoso, a construção de canoas e casas por parte da comunidade local. 
Posteriormente espera-se que a pesquisa traga melhoria no que diz respeito a minimização da 
acção nociva ao mangal de modo a evitar os impactos como a erosão, cheias, inundações e a 
consequente redução dos mariscos. 
1.3 Problematização 
A faixa costeira do bairro de Bandar em Metuge, apresenta vários indicadores de destruição 
ou degradação do ecossistema do mangal. 
Evidências mostram a problemática da erosão costeira e a redução da captura dos mariscos 
como consequência da destruição do mangal na vila de Metuge e concretamente no bairro de 
Bandar. 
Luís (2011, p.48) salienta que ―até a década de 80 grande parte das actuais áreas de cobertura 
do mangal era coberta por densas árvores de mangal contrariamente ao período actual onde 
em alguns locais apenas se observam alguns vestígios da existência desse ecossistema‖. 
Segundo Saket (1994, p.18), ―a pressão sobre o mangal é relativamente alta ao longo da 
costa, com inúmeros benefícios para as populações locais extraindo lenha, material de 
construção, madeira, usando terras para salinas, para agricultura, etc‖. 
Analisando as ideias dá para entender que no distrito de Metuge em este ecossistema sofre 
alta pressão devido o aumento da população nas zonas ao redor do mangal, a necessidade de 
 
 
 
5 
 
emprego torna-se maior, e como solução imediata a população derruba as florestas de mangal 
de modo a obter estacas para a venda e dessa forma garantir a sua sobrevivência. 
O mangal produz mais de 95% do alimento que o homem captura no mar. Por essa razão, a 
sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu 
redor como tem se verificado em Bandar. 
A destruição do mangal gera grandes prejuízos, inclusive para economia, directa ou 
indirectamente, uma vez que são perdidas importantes fracções ecológicas desempenhadas 
por esses ecossistemas. 
A pesquisa do problema apresentado, tem como objectivo contribuir na sensibilização aos 
intervenientes do ambiente de Bandar com vista a minimizar os problemas sobre o mangal. 
Mediante a estes pressupostos levanta-se a seguinte questão: 
“Que medidas estratégicas podem ser adoptadas para minimizaro problema”? 
1.4 Objectivos 
1.4.1 Objectivo geral 
 Adoptar medidas estratégicas para minimizar os problemas sobre o ecossistema do 
mangal no bairro de Bandar em Metuge. 
1.4.2 Objectivos específicos 
 Identificar as actividades da comunidade local que influenciam na degradação do 
ecossistema de mangal em Bandar. 
 Explicar os factores de influência da comunidade local sobre o ecossistema do mangal 
no bairro de Bandar; 
 Descrever as leis ambientais para promoção da fiscalização na zona costeira do bairro 
de Bandar no sentido de preservar o meio ambiente. 
1.5 Hipóteses 
 A proibição do abate dos mangais pode ajudar na minimização do problema; 
 
 
 
6 
 
 A interdição de construções junto das áreas do mangal pode contribuir na melhoria do 
problema; 
 A divulgação e aplicação de leis ambientais poderão influenciar positivamente na 
melhoria do problema em causa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 Descrição do objecto de estudo 
2.1.1 Generalidades 
Na década de 1990 altura do conflito armado muitos pescadores vindo sobretudo de vários 
pontos da província afluíram ao distrito de Metuge com as suas famílias a procura de 
segurança. Assim dado que estas famílias e em particular as mulheres não podiam dividir as 
mesmas habitações com os pescadores, houve a necessidade de fazer mais casas precárias. 
O crescimento da zona residencial de Bandar conhece uma aceleração como resultado da 
procura de espaços para edificação de habitações precárias. Deste modo parte desta população 
de Bandar residiu outrora nos distritos de Ancuabe e Quissanga. 
Trata-se de uma zona habitacional que enfrenta muitos problemas por maioria das casas 
estarem implantadas em áreas impróprias, designadamente marés, erosão costeira, ausência de 
drenagens pluvial, entre outros problemas ambientais. 
Segundo a comunidade local e evidências indicam que uma parte de residências foi devorada 
pelas águas do oceano, constituindo assim uma das consequências das influências da 
comunidade local sobre o ecossistema do mangal. 
2.1.2 Localização geográfica do distrito de Metuge 
O distrito de Metuge situa-se a 40 km a Oeste da cidade de Pemba, limitando-se a Norte com 
o distrito de Quissanga, a Sul com o distrito de Mecúfi, a oeste com o distrito de Ancuabe e a 
Este com a cidade de Pemba e o Oceano Índico. (PDM, 2015, p.12) 
O nome do distrito foi mudado de Pemba-Metuge para Metuge em Dezembro de 2013 ao 
mesmo tempo que o distrito de Pemba foi criado, cuja área coincide com o município do 
mesmo nome. 
O distrito está dividido em três postos administrativos nomeadamente Metuge, 
Messanja e Mieze. Observa o mapa no 1 sobre a localização geográfica do distrito de Metuge. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Posto_administrativo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Metuge&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Messanja&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mieze&action=edit&redlink=1
 
 
 
8 
 
Mapa 1: Localização geográfica do distrito de Metuge 
 
Fonte: ArcGis com base nos dados da Cenacarta 2018. 
2.1.3 Características biofísicas 
2.1.3.1 Aspectos climáticos 
O distrito de Metuge é caracterizado por um clima tropical húmido, com uma alta precipitação 
concentrada em 5 – 6 meses que permite definir duas estações: Uma húmida e quente, 
influenciada pelos ventos alísios, estendendo-se de Novembro a Abril. A outra estação é seca 
mais fresca que vai de Maio a Outubro (GD-Metuge, sd). Atendendo a classificação climática 
de Köppen, o distrito pertence a um clima tropical chuvoso de Savana. 
A humidade relativa anual é maior no distrito de Metuge, se comparado com outros distritos 
do interior pelo facto de estar próximo da costa que é influenciado pelas correntes dos ventos 
procedentes do Índico, com valores de 80 – 83 %, e menor no interior que varia de 68 – 69% 
 
 
 
9 
 
(MICOA, 2007). A precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm e a temperatura 
média durante o período de crescimento das culturas excede os 25ºC. MAE (2005, p.13). 
A área de estudo como integrante do distrito apresenta este tipo de clima, visto que Bandar é 
um dos bairros integrante da vila sede do distrito de Metuge. 
2.1.3.2 Aspectos pedológicos 
De acordo com MICOA (2006, pa.44), a parte mineral do solo da área do mangal é formada a 
partir dos produtos de decomposição de rochas associados aos restos de plantas e de animais, 
trazidos de fora do ambiente por ondas e ventos, possuindo elevado índice de sal e de 
coloração cinza escura. 
Entretanto, os solos que se encontram no interior do mangal de Bandar em Metuge, são 
hidromórficos escuro-cinzento muito pesados de difícil lavouram no interior e na costa, 
apresentando-se com argila e mal drenados (Ottesen at all, 1995 citado por GD-Metuge, 
sd). Observa a Fig. 1. 
Fig. 1 – Solos argilosos e hidromórficos escuro-cinzento de Bandar em Metuge 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
2.1.3.3 Aspectos hidrográficos 
Em áreas cobertas por floresta de mangal predominam os pântanos que no inverno se formam 
através das águas da chuva e marés altas, durante o escoamento superficial. ―Os pântanos 
fluviais são as formas mais características de ambientes resultantes de acumulação decorrente 
de acção fluvial‖ Muchangos (1994, p.24). 
 
 
 
10 
 
Essas áreas de mangal são sujeitos a inundações periódicas e apresentam as melhores 
condições de solos e de disponibilidade hídrica onde a maior parte do ecossistema do mangal 
desenvolve suportando a alta salinidade das águas marinhas pela acção das marés. Observe a 
fig. 2. 
Fig. 2 – Área de inundação junto ao mangal de Bandar em Metuge. 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
2.1.3.4 Aspectos florísticos 
O distrito de Metuge apresenta ―seis tipos florestais incluindo outras formações de vegetação 
não florestais nomeadamente áreas agrícolas e zonas de habitação (povoações). A 
classificação dos tipos florestais varia de florestas baixas densas, regularmente densas e 
abertas, assim como matagais, savanas, arbustos e mangal‖. Na área de estudo como 
integrante e por estar próxima da costa predomina a floresta de mangal. (SDAE-Metuge, sd). 
Em 2012 o distrito de Metuge contava com uma área florestal de cerca de 113.328 hectares 
composta por quatro tipos de florestas, nomeadamente miombo, florestas decíduas 
indiferenciadas, florestas sempre verdes de montanha e mosaico de vegetação costeira 
(mangal). 
A ocupação desordenada, o homem destruiu a vegetação que ali existia para erguer a sua 
habitação e outros fins. Contudo Bandar está despido da vegetação, salvo em lugares de difícil 
construção, apareceram alguns arbustos de mangal que também sofrem a pressão 
demográfica. Vide a figura 3. 
 
 
 
11 
 
Fig. 3 – Figura A ilustra as antigas áreas de mangal já devastadas e B corresponde o risco de erosão por 
consequência da devastação do mangal. 
 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
 
Como as imagens ilustram, pode-se dizer que o futuro do mangal da zona costeira de Bandar é 
ameaçador se não se efectuar actividades com a participação da comunidade em geral, 
governantes, académicos, órgãos de informação social e outros na reversão do actual cenário. 
Essas, interpretam que a comunidade cortou o mangal que defendia a costa contra a erosão e 
actualmente a água do mar acabou cercando algumas residências, sendo consequência da 
interferência da própria comunidade. Isso pode ser justificado na imagem da figura 4. 
Estas residências são habitadas pela comunidade do bairro de Bandar, em algumas vezes fica 
cheio de água do mar através do aumento do nível médio das águas do mar (maré alta). 
É notório que nos próximos anos essas residências cercadas de água poderão ser devoradas 
pelas águas de inundação se não for feita actividade de intervenção da acção marinha.Vestígios de mangal 
cortado 
Risco de erosão como 
consequência da interferência da 
comunidade local. 
 A B 
 
 
 
12 
 
Fig. 4: Residências que estão cercadas pelas águas de inundação parecendo ilhota, sendo assim, no momento de 
maré alta ficam cercadas de água. 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
De acordo com MICOA (2006, p.33), há cerca de 5 espécies de árvores de mangal na costa 
moçambicana, das quais podem ser encontradas na zona costeira de Bandar, nomeadamente 
Avicennia marina, Sonneratia alba, Hieritiera littoralis, Rhizophora mucronata e Lumnitzera 
racemosa. 
Essas espécies, as suas raízes são usadas como medicamento para diarreias e as estacas para 
construção de casas e barcos, madeira e lenha. Como ilustra a fig. 5. 
Fig. 5 – Diferentes usos de algumas espécies do mangal junto da comunidade de Bandar 
 
 
 
 
13 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
2.1.3.5 Aspectos faunísticos 
A fauna bravia no distrito de Metuge é muito variada. Existem habitats virgens e uma rica 
diversidade de espécies de grandes mamíferos, aves, répteis e crustáceos nas proximidades da 
costa devido a influência do Parque Nacional das Quirimbas principalmente a Norte do 
distrito (SDAE-Metuge, sd). 
No passado, em Metuge e Bandar em particular, possuía uma vegetação exuberante do 
mangal onde as espécies marinhas com maior destaque o camarão multiplicavam-se, e por 
outro lado o mangal defendia a costa contra erosão. (MICOA, 2006, p.43). 
Metuge tem uma densidade populacional elevada, especialmente originada por movimentos 
migratórios sazonais (relacionado com a prática de pesca e agricultura) e permanente 
relacionado com a sua localização próxima da cidade capital, serviços e empregos. De referir 
que no distrito há uma grande procura de espaços para a construção de residências. 
Na costa de Bandar encontra-se muito caranguejo sendo que a maior parte dos pescadores 
residentes naquele ponto, é a fácil actividade para o sustento das suas famílias e a dieta 
alimentar segundo os nossos entrevistados. Observa a figura 6. 
Fig. 6: Algumas espécies de crustáceos encontrados nos mangais da costa de Bandar. 
 
Fonte: Foto/autor/2018. 
 
 
 
14 
 
2.2 Fundamentação teórica 
2.2.1 Impacto ambiental 
De acordo com Serra (2007, p.39), ―impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente, 
para melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, na água, e na saúde das 
pessoas, resultante de actividades humanas‖. 
Desta feita, o ―impacto ambiental não é obviamente, só resultado de uma determinada acção 
humana realizada sobre o ambiente mas sim a relação de mudanças sociais e ecológicas em 
movimento, o conjunto de um processo que não finaliza mas se redirecciona com as acções 
mitigadoras‖ (Serra, 2007, p.40). 
Por exemplo uma alteração de propriedades do meio ambiente, causada por actividades 
humanas que afectam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as actividades sociais, 
económicas e a qualidade dos recursos ambientais, que quando direccionadas às acções 
mitigadoras poderão minimizar os seus impactos para melhor. 
2.2.2 Conceito de ecossistema 
Segundo Serra (2007, p.19), ―ecossistema é um complexo dinâmico das comunidades 
vegetais, animais e de micro organismos e seu ambiente não vivo, que interagem como uma 
unidade funcional‖. 
Canavilhas (2006, p.89), ecossistema é o ―conjunto de comunidades interdependentes cujos 
organismos reciclam matéria enquanto a energia flui através deles‖. 
Analisando a ideia dos autores a cima citados, pode-se concluir que o ecossistema é a 
combinação funcional dos organismos com os factores ambientais, introduzindo assim dois 
tipos de componentes interactivas no ecossistema: a componente abiótica (relacionada com os 
ambientes) e a componente biótica (relacionada com os seres vivos). 
2.2.3 Caracterização de actividade antropogénica 
Para Serra (2007, p.18), ―actividade é qualquer acção de iniciativa pública ou privada, 
relacionada com a utilização ou exploração de componentes ambientais, a aplicação de 
 
 
 
15 
 
tecnologias ou processos produtivos, planos, programas, actos legislativos ou regulamentares, 
que afecta ou pode afectar o ambiente‖. 
Analisando a ideia do autor acima citado, pode-se concluir que as interferências humanas 
podem afectar o ambiente ou a degradação do meio, na medida em que o êxodo rural 
motivado pela procura de melhores condições de vida, provoca um aumento da densidade 
populacional na cidade, pois a pressão que exerce sobre as infra-estruturas de protecção e 
sobre os sistemas de drenagem e a desflorestação a volta da zona é mais elevada. 
Segundo Piliackas, (2007, p.78), ―actividade antropogénica é qualquer acção humana que, de 
alguma forma, interfira nos mecanismos naturais de funcionamento de uma unidade ecológica 
ou ecossistema‖. Portanto, é uma acção que causa algum tipo de impacto no ambiente ou num 
ecossistema interferindo em seu funcionamento natural. 
Além da acção humana directa sobre o meio natural, existe a presença dos chamados 
elementos antropogénicos, como construções e objectos humanos, que actuam como agentes 
de degradação e modificação do meio. 
Em relação a área de estudo a actividade praticada pelo homem vem influenciando 
directamente naquilo que é a alteração do ambiente, visto que todo ser humano necessita de 
um ambiente sadio para a sua estadia. 
2.2.4 Conceito de ecossistema do mangal 
Segundo Lehninger (1977, p.11), ―o ecossistema do mangal é um tipo de formação vegetal 
constituída por plantas litorâneas que se desenvolvem num sistema regulado‖. 
Luís (2011, p.23) analisa a ideia de Kathiresan (2000), lembrando que o mangal é um grupo 
muito diverso de árvores não relacionadas umas com as outras, como as palmeiras, arbustos, 
plantas trepadeiras ou rastejantes de caule delgado e fetos, que partilham a capacidade de 
viverem em solos alagadiços e salinos sujeitos a uma inundação regular. 
Fazendo análise das citações a cima, pode-se verificar que os ecossistemas do mangal são 
plantas altamente especializadas que desenvolveram em adaptações excepcionais em relação 
às condições ambientais únicas e que suportam a elevada salinidade, nas quais podem ser 
encontradas no bairro de Bandar em Metuge. 
 
 
 
16 
 
O mangal é concebido como um ―ecossistema costeiro de transição entre os ambientes 
terrestres e marinhos, característicos de regiões tropicais e subtropicais, podendo ser 
encontrado em áreas intermediárias, geralmente entre terra seca e o mar‖ (Pereira, 2005, 
p.18). 
Segundo Litulo at all (2008, p.36) ―refere-se ao mangal ou floresta de mangal como um 
termo para caracterizar uma variedade de comunidades costeiras da zona tropical e 
subtropical dominada por uma variedade de árvores e arbustos sempre verdes que crescem em 
regiões com água de elevada salinidade‖. 
Tal como abordam os autores, as florestas de mangal encontram-se em áreas relativamente 
protegidas, entre o continente e o mar, onde a energia das ondas do mar é reduzida, um 
exemplo concreto os mangais de Metuge, desenvolvem-se melhor em áreas expostas a um 
abastecimento contínuo em água salgada, principalmente em zonas de inundação (pântanos) 
que se encontram ao longo da costa. 
2.2.5 Características do ecossistema do mangal 
Em relação às características do ecossistema do mangal Pereira (2005, p55) diz que: 
Esse tipo de ecossistema apresenta característica importante por ser uma das poucas espécies 
vegetais que tolera a alta salinidade apresentada pelas águas e solos aluvionares, intervindo no 
prolongamento da costa em relação ao mar, reduzindo a acção das co rrentes marítimas, 
contribuindo para a contenção do avanço da erosão costeira. (p. 55). 
No que se refere a área de estudo os mangais ocorrem em áreas sujeitas à acção de marés, 
havendo neles uma lama negra como substrato. Caracterizam-se como biomas de interface, e 
são compostos pelas misturas de águas de drenagem continentaise oceânicas. 
Canavilhas (2006, p.43), argumenta que o ecossistema dos mangais age como ―construtor da 
terra‖, pois suas folhas ao se decomporem, transformam-se em detritos que criam uma forte 
actividade microbiana, constituindo-se base para cadeia alimentar e fonte de energia para os 
seres aquáticos. 
Para o caso da área de estudo, este ecossistema está entre os mais ameaçados de degradação e 
destruição, devido ao aumento exponencial da população na vila sede do distrito de Metuge 
 
 
 
17 
 
que tem havido consequências como as moradias em locais inadequados, principalmente ao 
longo da faixa costeira. 
2.2.6 Importância do ecossistema do mangal 
De acordo com Schepis citado por Luís (2011, p.22),“o mangal desempenha um papel 
fundamental na sustentabilidade do meio ambiente natural e humano, podendo criar condições 
para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna, contribuindo também para a 
manutenção da biodiversidade‖. 
De facto, o ecossistema do mangal contribui para a protecção das áreas costeiras contra a 
erosão e intrusão salina. Como estabilizador e protector da linha costeira contribui para a 
formação dos solos com a deposição e captura de sedimentos aluviais criam-se condições 
ecológicas que permitem o avanço dos solos do continente em direcção ao mar. 
Com relação à pesca, o mangal produz mais de 95% do alimento que o homem captura no 
mar. Por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras 
que vivem em seu contorno, como tem-se verificado em Bandar. 
Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação dos mangais serve para fixar os solos, 
impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a linha de costa. 
A destruição do mangal gera grandes prejuízos, inclusive para economia, directa ou 
indirectamente, uma vez que são perdidas importantes fracções ecológicas desempenhadas 
por esse ecossistema. 
No que concerne a importância do ecossistema do mangal Baia (1998, p13), relata dizendo 
que: 
O mangal constitui um recurso explorado pelas populações que vivem em áreas costeiras‖. Dos 
mangais obtém-se a madeira para a construção de habitações e barcos de pesca, para carvão 
vegetal (combustível lenhoso); capturam-se diversos crustáceos que servem para 
complementar a dieta alimentar. As árvores ainda podem ser usadas para extracção da tanina 
(corante), como plantas medicinais, assim como para a produção de mel (p.13). 
Para o caso de Bandar, a exploração do ecossistema do mangal, envolve diferentes grupos da 
população do distrito, e a actividade articula as necessidades das comunidades de pescadores, 
 
 
 
18 
 
camponeses, lenhadores, comerciantes formais e informais, artesãos e funcionários de 
serviços públicos. 
Em relação a urbanização no bairro é resultado do crescimento demográfico combinado com a 
expansão espacial através da construção em áreas anteriormente ocupadas por florestas 
(incluindo os mangais) entorno do distrito. 
Luís (2011, p.23), analisa a ideia de Kathiresan (2000), onde fundamenta a importância do 
ecossistema do mangal em 2 vertentes sendo económica e ecológica: 
A económica verifica-se na obtenção da madeira para construção de habitações, barcos de 
pesca, para combustível lenhoso e carvão bem como para captura de diversos crustáceos para 
complementar a dieta alimentar das comunidades. Por outro lado a ecológica reside na sua 
contribuição para a estabilização e prevenção da erosão da linha costeira (p.23). 
Hoje em dia, tem crescido a consciência do importante papel que os mangais representam na 
vida social e cultural das comunidades locais e na economia a todos os níveis assim como na 
protecção ambiental em geral. Observa o quadro 1. 
É desta feita que KULIMA (1999, 54), explica que o mangal é considerado um ecossistema 
de importância vital, tanto para a satisfação das necessidades humanas, como para a protecção 
do litoral contra a erosão, ou a conservação das espécies da fauna selvagem de forte valor 
patrimonial e cultural. 
O caso concreto da vila sede do distrito de Metuge, a maior parte das actividades económicas 
provêm dos mangais. Se formos a ver, a maioria dos pescadores utilizam os mangais para 
fazer os seus barcos e habitações, sendo também apanham caranguejo, camarão e outros 
crustáceos nos próprios mangais apesar do abate excessivo que eles fazem correndo o risco da 
erosão costeira que se verifica naquela comunidade. 
Tabela 1 – Principais espécies de mangal na costa moçambicana e sua utilização 
Nome local Espécie Uso Potencial Outras Aplicações 
Nˋthonha Rhizophora 
mucronata 
A infusão da casca usada 
para tingir redes. Estacas 
muito resistentes usadas 
para construção de casas. 
Combustível, extracção 
de raízes usadas como 
medicamento para 
diarreias. 
 
 
 
 
19 
 
Mˋmiko Bruguiera 
Gymnorrhiza 
Estacas para construção de 
casas e para lenha. 
Para vigas, andaimes e 
construção de barcos. 
Khatchatche Ceriips tagal 
 
Estacas usadas para 
construção de casas, lenha, 
madeira para construção de 
barcos. 
Madeira muito 
resistente, barrote para 
construção, estacas e 
espetos, carvão. 
Mˋpedje Avicennia 
marina 
Madeira para construção de 
canoas, folhas para 
forragem. 
 
Mˋpila Sonneratia alba Lenha e construção de 
barcos. 
Barrotes de construção, 
construção de canoas e 
extracção de mel. 
Nˋthili Xilocarpus 
granatum 
A infusão feita a partir do 
fruto toma-se geralmente 
para induzir o aborto 
(aparentemente tóxico em 
doses elevadas), lenha, cura 
de doenças estomacais e 
hérnia. 
Remos e espetos, 
medicinal (a casca 
cura, construção de 
canoas e extracção de 
cólera), combustível 
lenhoso e extracção de 
óleos. 
Fonte: KULIMA (1999, p.18) 
2.2.7 Degradação do mangal 
KULIMA (1999, p.20), sustenta que a região costeira de Moçambique, com cerca de 2/3 do 
total da população concentrada, caracteriza-se pela degradação das florestas de mangal, 
especialmente nas zonas de grande concentração populacional, poluição da costa por 
poluentes como resíduos industriais lançados ao mar sem tratamento prévio, descargas das 
águas negras entre outros. 
No entanto, o uso extensivo das espécies vegetais na área em estudo como combustível 
lenhoso, para a construção de salinas, construção de palhotas, da redução do regime de 
inundações naturais e da abertura de áreas para a produção agrícola e a construção de infra-
estruturas costeiras estão a contribuir para a degradação do mangal. 
Actualmente, a área total degradada dos mangais pareça ser reduzida, no geral ocorrem cortes 
descontrolados de mangais em zonas localizadas próximas dos centros urbanos devido a 
expansão das concentrações populacionais nestas áreas e não só, as pesquisas para a 
exploração de petróleo e gás natural também contribuem para a degradação do Mangal. 
 
 
 
20 
 
2.2.8 Comunidade local 
Segundo Castells (1999, p.24) ―Comunidade são movimentos de construção de identidades, 
como: a) identidade legitimadora: representada pelas instituições dominantes interessadas em 
expandir sua dominação; b) identidade de resistência: representada pelas pessoas em 
condições desvalorizadas e que resistem à dominação; c) identidade de projecto: quando as 
pessoas se mobilizam, criando uma identidade capaz de buscar a transformação social‖. 
Bourdin (2001, p.13), ―Local se trata de um espaço no qual esta em jogo não apenas aspectos 
geográfico territoriais, mas também elementos de ordem cultural, histórica, linguística, 
política, jurídica, de fluxo informacional e económico, etc.‖. 
No entanto Comunidade Local são agrupamentos de famílias e indivíduos vivendo numa 
circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior que visa a salvaguarda de interesses 
comuns, através da protecção áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em 
pousio, florestas sítios de importância cultural, pastagens, fontes de águas e áreas de 
expansão. 
2.2.9 Influências da comunidadelocal sobre o ecossistema do mangal 
Baia (1998, p.15), diz que ―o rápido crescimento da população ao longo da faixa costeira 
constitui uma ameaça contínua sobre a utilização do mangal‖. 
De acordo com Uacane (2014, p.212), ―os principais factores responsáveis pela erosão 
costeira, nomeadamente a dinâmica das águas marinhas sobre os inconsolidados e 
desprotegidos terrenos dunares e o consequente recuo da linha de costa são em parte 
motivados pela destruição do revestimento vegetal natural (mangal ou mesmo vegetação 
herbácea) pela acção antropogénicas‖. 
Assim, a fragilização dos terrenos dunares contíguos ao mar pela frequência humana quer 
para fins de pesca quer para construção de precárias infra-estruturas sociais, ou simplesmente, 
a ocupação do espaço dunar para diversos fins, sem devidas precauções, afiguram-se como 
catalisadores da erosão costeira. 
 
 
 
21 
 
Em torno das ideias dos diferentes autores acima citados, pode-se verificar que a destruição 
do revestimento vegetal associado ao ecossistema do mangal em Bandar, pode constituir um 
dos aspectos influenciados pela comunidade local. 
2.2.10 Distribuição do mangal em Moçambique 
De acordo com o Schepis (1996, p.125), ―as florestas de mangal cobrem menos de 0,1% da 
superfície terrestre global. Em Moçambique, o mangal ocupa uma vasta linha da costa, a qual 
se estende do Sul a Norte em 2.770 Km2, caracterizado por uma grande diversidade de 
ambientes favoráveis ao desenvolvimento do mangal, tais como estuários, baías, deltas e 
planícies de inundações‖. 
Segundo MICOA (2006, p.64), ―Moçambique possui cerca de 400.000ha de mangal que 
constitui a maior cobertura de mangais na África Oriental. Ao sul do rio Save o mangal ocorre 
extensivamente no estuário Morrumbene, baia de Inhambane, Baía de Maputo e Inhaca. 
Completando a ideia dos autores a cima citados, pode-se referir que as maiores florestas de 
mangal ocorrem no centro do país, principalmente devido as descargas de água doce 
incluindo os deltas do Zambeze, Púnguè, Save e Búzi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO 
3.1 Métodos de abordagem 
3.1.1 Método indutivo 
Indução é um raciocínio mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares 
constatados, conclui-se uma verdade geral ou universal. 
Este método, parte do caso particular para o geral, deixando a generalização como um produto 
posterior da colecta de dados particulares, em número suficiente para cofirmarem a suposta 
realidade. 
Portanto, a partir de dados colhidos e observados no campo sobre a interferência humana 
associada a remoção do ecossistema do mangal da zona de Bandar, sobretudo a erosão 
costeira que se verifica naquela unidade territorial devido a este facto, foram feitas análise dos 
mesmos no sentido de se chegar a certas conclusões gerais. 
3.1.2 Metodo hipotetico dedutivo 
O Método hipotético dedutivo consiste na construção de conjecturas baseada nas hipóteses, 
isto é, caso as hipóteses sejam, verdadeiras as conjecturas também serão. 
Tal método, proposto pelo filósofo austríaco Karl Popper, tem uma abordagem que busca a 
eliminação dos erros de uma hipótese. Faz isso a partir da ideia de testar a falsidade de uma 
proposição, ou seja, a partir de uma hipótese, estabelece-se que situação ou resultado 
experimental nega essa hipótese e tenta-se realizar experimentos para negá-la. Assim, a 
abordagem do método hipotético-dedutivo é a de buscar a verdade eliminando tudo o que é 
falso. 
Para Karl R. Popper (1975) o ―método científico parte de um problema (P1), ao qual 
se oferecesse uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa (TT), passando-
se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro (EE) e, tal como no caso 
da dialética, esse processo se renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas 
(P2)‖. 
 
 
 
23 
 
3.2 Universo 
Lakatos e Marconi (2003, p.224), conceituam universo ou população como o ―conjunto de 
seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum‖. 
Assim, fazem parte do universo 3.943 habitantes do bairro de Bandar. 
3.3 Amostra 
De acordo com Marinho (1980), uma amostra de dados é um ―conjunto de dados colectados 
e/ou seleccionados de uma população estatística por um procedimento definido‖. Para este 
trabalho fizeram parte da amostra 65 pessoas, dos quais 60 pessoas inquiridas e residentes no 
bairro de Bandar, 4 técnicos do SDAE e 1 secretario do bairro. 
3.4 Métodos de procedimento 
A metodologia adoptada para a realização desse trabalho traduz a maneira como essa pesquisa 
foi desenvolvida. Para este trabalho o autor realizou a pesquisa nas componentes 
bibliográficas e de observação. 
3.4.1 Consulta bibliográfica 
Neste método consistiu na busca de informações inerentes ao tema a partir de livros, artigos 
científicos, trabalhos de conclusão de curso nomeadamente monografias, dissertações e teses 
em certos casos, documentos normativos existentes para o país sobre o ecossistema do 
mangal. 
No decorrer desta pesquisa foram feitas consultas de relatórios científicos elaborados sobre 
aspectos que fazem menção na área de estudo, como por exemplo relatórios de EIA sobre 
projectos de actividades económicas realizados no distrito e que nalgum momento foram úteis 
para este estudo, nomeadamente a venda de estacas para construção de casas sendo produto da 
floresta do mangal. 
Entre várias obras consultadas, aquelas que mais serviram para o embasamento teórico deste 
estudo destacam-se: 
Nanni (2005, p.7), no seu artigo “Preservação dos manguezais e seus reflexos” busca 
identificar e analisar a importância do mangal para o equilíbrio ambiental, explorando e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dados
https://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o_(estat%C3%ADstica)
 
 
 
24 
 
privilegiando o entendimento analítico que o assunto proporciona, visto que os mangais são 
essenciais para a manutenção da vida marinha e terrestre, além de abrigar uma avifauna que 
utiliza o mangal como área de alimentação, reprodução, desenvolvimento e refúgio. 
Para o mangal de Bandar, a capacidade de reciclar e reter nutrientes faz do mesmo, um 
ambiente de grande importância para a sobrevivência de milhares de espécies. 
Piliackas (2007, p.132), na sua obra “Breve histórico da acção antrópica sobre os 
ecossistemas costeiros do Brasil, com ênfase nos manguezais do estado de São Paulo” Está 
virado na actividade antropogénica, onde sustenta que além da acção humana directa sobre o 
meio natural, existe a presença dos chamados elementos antropogénicos, como construções e 
objectos humanos, que actuam como agentes de degradação e modificação do meio. 
Neste contexto, para o caso de Bandar, a comunidade local constrói em locais inadequados e 
cortam os poucos vestígios de revestimentos vegetais onde poderá provocar possíveis 
impactos irreversíveis. 
Este trabalho abre caminho para mais um subsídio de metodologia e análise de procedimentos 
de estudo dos factores antropogénicos da degradação do ecossistema do mangal, neste caso 
para o distrito de Metuge e no Bandar em particular. 
A selecção de literatura para este trabalho foi baseada nos conteúdos pesquisados nessas obras 
e sua relação com este tema. Assim como as formas de abordagem dos conteúdos que de certo 
modo motivaram nesta pesquisa. 
3.4.2 Método de observação 
Neste método baseou-se em actividades de recolha de dados através de visitas de campo ao 
longo da faixa costeira para observação das áreas ocupadas pelas florestas do mangal na área 
abrangida pela pesquisa e verificar as acções antropogénicas locais e outras características 
relevantes para o estudo. 
Em seguida, foi feita a recolha de imagens fotográficas de aspectos mais relevantes 
relacionados com a matéria de estudo como testemunhas de transformações da floresta do 
mangal tanto de acções antropogénicas que eventualmente contribuembastante nesse 
processo. 
 
 
 
25 
 
Lakatos e Marconi (1999, p.221), fundamentam dizendo que a ―observação é uma técnica de 
colecta de informações de determinados aspectos da realidade‖. 
No entanto, no decurso de visitas de campo foram privilegiados para observação os seguintes 
aspectos: 
a) Observação do ecossistema do mangal no sentido de caracterizar a actual floresta 
local; 
b) Identificação de possíveis impactos decorrentes da actividade antropogénica como 
forma de sobrevivência da comunidade local; 
c) Observação de obras humanas cuja construção usaram estacas do mangal incluindo 
actividades de venda de recursos do mangal para apurar dados sobre as possíveis 
soluções para o melhoramento; 
 
3.5 Técnicas de colecta de dados 
3.5.1 Entrevista 
No que se refere a técnica de entrevista o autor usou esta técnica para recolher a sensibilidade 
de diversas individualidades em relação as actividades humanas que deixam a faixa costeira 
sem cobertura vegetal. 
Para tal, foram usados guiões de perguntas que se fez aos quatro (4) técnicos de Serviço 
Distrital de Actividades Económicas (SDAE) e a um (1) secretário do bairro de Bandar no 
sentido de perceber o que está por detrás deste problema. 
Durante as entrevistas dirigidas na área de estudo, o autor apoiou-se de um gravador para o 
registo das declarações e anotações directas que foram feitas durante as entrevistas. 
3.5.2 Inquérito 
Quanto ao inquérito recorreu-se a um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e 
sequencialmente dispostas em itens que constituíram o tema da pesquisa, com objectivo de 
suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto que os 
informantes sabem opinar ou informar acerca do ecossistema do mangal. 
 
 
 
26 
 
Para esta técnica, destinou-se apenas aos residentes do bairro num total de 60 pessoas e duma 
forma aleatória. Este inquérito foi realizado durante 4 dias em Bandar junto do pessoal de 
apoio constituído por 4 inquiridores incluindo o autor. 
Com base nos dados do inquérito aplicado na área de estudo, foram representados tabelas e 
gráficos com propósito de analisar os resultados. 
Assim, no decurso do inquérito foram focalizados os seguintes aspectos: 
a) Condições de habitação da comunidade local; 
b) Material de construção mais usado entre as pessoas deste bairro; 
c) Degradação do mangal; 
d) Evolução do mangal local; 
e) Impactos do uso do mangal; 
f) Situação sobre a gestão do uso do mangal; 
g) Exploração do ecossistema do mangal; e 
h) Motivo da dedicação à exploração do ecossistema do mangal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
Para o desenvolvimento do presente capítulo, foram feitos trabalhos de campo onde traçou-se 
técnicas de inquérito, entrevista e o método de observação com objectivo de recolher dados 
referente às influências da comunidade sobre o ecossistema do mangal. 
Essas técnicas foram aplicadas no distrito de Metuge concretamente no bairro de Bandar e no 
Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE), onde o autor achou que eram locais 
que detinham dados que subsidiariam o conhecimento sobre os aspectos em estudo (observa 
os anexos). 
Para a pesquisa do problema, foram cruzados métodos e técnicas de pesquisa entre os quais se 
destacam as técnicas de entrevista e inquérito e o método de observação directa, onde 
inicialmente foram traçados guiões para a efectivação das respectivas técnicas. (observa os 
apêndices). 
No que concerne ao inquérito, referir que estava destinado aos intervenientes da actividade, 
neste caso a comunidade local, durante quatro dias onde visava recolher informações de base 
referentes a remoção da cobertura vegetal do mangal existente, com vista a traçar estratégias 
adequadas para o seu melhoramento em benefício da comunidade. 
Por se tratar duma actividade ilegal, não existem dados estatísticos sobre o número total dos 
praticantes dessa actividade mas o autor inquiriu 60 habitantes. Assim 90% dos inquiridos são 
do sexo masculino, 10% são do sexo feminino e cerca de 70% possuem idade compreendida 
entre 19 a 30 anos, 25% para a faixa etária de 32-39 e os restantes maiores de 40 anos. Tudo 
isso, indica que na sua maioria é a camada jovem que mais pratica actividades devastadoras 
ao ecossistema do mangal. 
Em relação às entrevistas, referir que foram feitas ao técnico do Serviço Distrital de 
Actividades Económicas (SDAE) e ao secretário do bairro de Bandar em número de dois e 
pretendia identificar as actividades antropogénicas que influenciam na degradação do 
ecossistema do mangal e as consequências da sua degradação. 
A observação directa foi feita na área abrangida pela pesquisa, que visava observar o 
ecossistema do mangal no sentido de caracterizar a actual floresta local e observar as 
 
 
 
28 
 
construções feitas de produtos de mangal para apurar dados sobre as possíveis estratégias para 
o melhoramento. 
Portanto, a apresentação dos resultados da pesquisa efectuada, faz uma combinação de dados 
adquiridos nas variadas técnicas e métodos de pesquisa. Assim, apresenta-se os seguintes 
resultados: 
Segundo dados obtidos a partir do inquérito, a maioria dos exploradores do mangal provêem 
de outros pontos do distrito, isto é, em algumas aldeias adjacentes. Estes afluíram a zona de 
Bandar com as suas famílias a procura de melhores condições de vida, o que deixa a zona em 
situação de risco à erosão provocada pela procura de espaços para edificação de habitações 
precárias. 
4.1 Condições da habitação da comunidade de Bandar 
Segundo Baia (2004, p.172), ―a urbanização é resultado do crescimento demográfico 
combinado com a expansão espacial através da construção de casas em áreas anteriormente 
ocupadas por florestas incluindo o mangal‖. 
Entorno da ideia acima citada, pode-se dizer que em relação às condições de habitação da área 
de estudo, a comunidade local, possui na sua maioria habitações de produtos provenientes do 
mangal como por exemplo as estacas. 
Segundo dados obtidos a partir do inquérito indicam que poucos vivem em casa de alvenaria 
sendo assim, dos 60 inquiridos 5% vivem em casas de blocos de cimento, 17% habitam nas 
casas de blocos de adobe, 13% de madeira e zinco e 65% habitam em casas de pau a pique o 
que constitui a minoria. E referir que o regime de propriedade a maioria vive nas casas 
próprias. Observa o gráfico 1. 
Esses dados leva-nos a concluir que a comunidade de Bandar usa na sua maioria estacas de 
mangal para construção de suas casas sendo um dos motivos da sua devastação naquele ponto 
do país. 
 
 
 
29 
 
Gráfico 1 – Condições da habitação da comunidade de Bandar 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
4.2 Material de construção mais usado entre os habitantes de Bandar 
De acordo com MICOA, (1996, p.30), ―o mangal constitui um recurso explorado pelas 
populações que vivem em áreas costeiras, isto é do mangal obtém-se a madeira para a 
construção de habitações e barcos de pesca‖. 
Segundo dados do inquérito, o material de construção mais usado entre os habitantes de 
Bandar são as estacas do mangal. Dos 60 inquiridos, 80% usam estacas do mangal para erguer 
as suas casas, 8% usam o material convencional e 12% pronunciaram que usam outras estacas 
diferentes do mangal. Vide o gráfico 2. 
Gráfico 2 – Material de construção mais usado entre os habitantes de Bandar 
 
 
 
 
30 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
4.3 Causas da diminuição do mangal de Bandar 
De acordo com MICOA (2006, p.38), ―o crescimento da população urbana e a falta de 
oportunidade de emprego no sector industrial contribui bastante para a alta pressão sobre a 
destruição do mangal‖. 
Segundo dados do inquérito o mangal da área de estudo tem diminuído destacando-se a causa 
principal a actividade de corte e comercialização de estacas domangal, o crescimento do 
distrito para áreas ocupadas pelo mangal e sem deixar de lado a pesca. Como a tabela 1 
ilustra. 
Tabela 2 – Causas da diminuição do mangal de Bandar 
Causa da diminuição No de respostas Percentagem 
Corte e comercialização de estacas do mangal 41 68% 
Pesca 7 12% 
Crescimento da vila para áreas ocupadas pelo mangal 9 15% 
Prática da agricultura junto às zonas do mangal 3 5% 
Processos de aquacultura 0 0% 
Produção de sal nas salinas 0 0% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
A partir da tabela 1, há necessidade de concluir que as influências da comunidade local 
através do corte e comercialização de estacas do mangal, o crescimento da vila para áreas 
ocupadas do mangal e a pesca são as principais actividades que diminuem a cobertura vegetal 
de árvores de mangal que se verifica actualmente em Bandar. 
4.4 Principais usos do mangal em Bandar 
De acordo com Schepis citado por Luís (2011, p.22),“o mangal desempenha um papel 
fundamental na sustentabilidade do meio ambiente natural e humano, podendo criar condições 
para o desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna, contribuindo também para a 
manutenção da biodiversidade‖. 
 
 
 
31 
 
Questionados se as famílias faziam o uso do mangal houve a necessidade de indicar as 
principais utilidades que fazem do mesmo, onde na sua maioria referiam-se da venda de 
estacas para o sustento familiar e da construção, sendo as principais utilidades do mangal em 
Bandar. Vide a tabela 2. 
Não obstante, a distância média das comunidades que normalmente utilizam o mangal fica 
próximo das suas casas mais ou menos uma média entre 300 a 400 metros segundo dados do 
inquérito. 
Tabela 3 – Principais usos do mangal em Bandar 
Tipos de uso No de respostas Percentagem 
Venda de estacas 22 37% 
Construção 19 32% 
Captura de caranguejo e pesca 11 18% 
Lenha 5 8% 
Carvão 3 5% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
Em relação à utilidade do mangal, pode-se concluir que na área de estudo predomina a venda 
de estacas e sem deixar de lado a crescente construção de residências na sua maioria como 
referimos no gráfico 1. 
4.5 Evolução do mangal em Bandar nos últimos 4 anos 
Questionados qual teria sido a evolução do mangal local nos últimos 4 anos, cerca de 95% 
disseram que tem diminuído por causa do corte e venda de estacas nesta zona. Em relação a 
acentuação desta actividade é de salientar que segundo os inquiridos já era assim antes de 
2015. Observa o gráf. 3. 
No que concerne a evolução do mangal o gráfico ilustra que tem diminuído isso a partir dos 
anos 90, esta foi na época em que verificou-se um êxodo rural principalmente das aldeias 
circunvizinhas como apontamos nos princípios desse capítulo. 
 
 
 
32 
 
Gráfico 3 – Evolução do mangal nos últimos 4 anos 
3%
95%
2% 0%
70%
7%
20%
3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Tem aumentado/Já era 
assim antes de 2014 
Tem diminuido/A partir 
dos anos 90
Mantem-se estável/A 
partir de 2000
Mais recentemente (a 
partir de 2018)
Evolução do mangal Acentuação da evolução 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
4.6 Impactos resultantes do corte do mangal em Bandar 
Luís (2011, p.32), aponta que a ―destruição do mangal tem trazido consequências muito 
trágicas como a perda da biodiversidade das florestas, diminuição da qualidade do ambiente e 
aumento da erosão‖. 
Segundo os nossos inquiridos, os impactos resultantes face ao corte do mangal a maior parte 
deles referiram-se do aumento da erosão, sendo o actual problema que se verifica na área de 
estudo. 
Quanto à escassez de estacas para a construção, alguns intervenientes referiram-se como um 
dos grandes problemas resultante do abate do mangal como Avicennia marina. No caso dos 
pescadores disseram que um dos problemas que resultam da devastação do mangal é a perda 
da biodiversidade marinha como o caranguejo e alguns crustáceos e ainda outros dizem que o 
mar invade facilmente o litoral tal como a tabela 3 ilustra. 
 
 
 
 
 
33 
 
Tabela 4 – Impactos resultantes do corte do mangal em Bandar 
Impacto do corte do mangal No de resposta Percentagem 
Aumenta a erosão na margem do mar 12 20% 
O mar invade facilmente o litoral 6 10% 
Começa a escassear lenha 4 7% 
Começam a escassear as estacas para construção 24 40% 
Começa a escassear produtos marinhos (caranguejo) 14 23% 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
Com base na tabela 3, pode se verificar que o impacto mais notável da degradação do mangal 
é a escassez do material para construção e a crescente erosão registada que é comprovada 
pelas imagens (ver figura 3). Vê-se que a actividade das marés tem provocado a degradação 
das terras pelo mar e a alteração da linha da costa que começou a verificar-se momentos 
depois da destruição e extinção do mangal. 
4.7 Situação sobre a gestão dos usos do mangal 
No que concerne a autorização da exploração, quase 100% dos inquiridos referiram que 
ninguém autoriza para cortar o mangal. A instituição que mais tutela na gestão do mesmo é o 
SDAE segundo dados do inquérito. De acordo com os nossos inquiridos a maioria referiu que 
não sabe se a comunidade local foi ouvida sobre a gestão do mangal. 
4.8 Medidas de preservação do mangal de Bandar 
De acordo com o MICOA (1996, p.26), ―uma das medidas da preservação do mangal é a 
fiscalização dos exploradores do mesmo de modo a não permitir o corte indiscriminado que 
leva a degradação do ecossistema‖. 
Questionados que medidas de preservação do mangal deveriam ser adoptadas quase a maioria 
dos 60 inquiridos referiram-se do aumento e da promoção da fiscalização. Apenas 1 inquirido 
optou que houvesse um corte escalonado. Como o gráfico 4 ilustra. 
 
 
 
34 
 
Gráfico 4 – Medidas de preservação do mangal de Bandar 
53%
14%2%
10%
21%
0%
Medidas de preservação do mangal de Bandar
Aumentar ou promover a 
fiscalização 
Estabelecer regras acertadas
Proibir o corte
Introduzir cobrança de uma 
taxa 
Promover um corte 
escalonado 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do inquérito, 2018. 
4.9 Discussão dos resultados 
As informações presentes nas entrevistas foram agrupadas em quatro categorias. A categoria 
1 aborda da situação actual do ecossistema do mangal a nivel do distrito e de Bandar em 
particular; a Categoria 2 trata dos factores da degradação do mangal em Bandar; a Categoria 
3 tem a ver com as consequências da degradação do mangal em Bandar e a Categoria 4 refere 
das estratégias de preservação do mangal em Bandar. 
4.9.1 Categoria 1: Situação do ecossistema do mangal a nivel do distrito e de Bandar em 
particular 
Nesta categoria, pretende-se conhecer a situação do ecossistema do mangal na área de estudo. 
Desta feita, segundo os nossos entrevistados o ecossistema do mangal na area tende a 
diminuir tudo isso deve-se pelo facto das influencias da comunidade local,onde na sua 
maioria corta o mangal para a venda das suas estacas segundo eles, para suprir as suas 
necessidades. Não obstante, o aumento exponecial da populacao a nivel do distrito tende a 
aumentar. Razao pela qual, invade-se a area coberta pelo mangal. 
 
 
 
35 
 
4.9.2 Categoria 2: Factores da degradação do mangal em Bandar 
Nesta categoria pretendemos saber o porque a floresta de Bandar esta despida de mangal. Os 
nossos entrevistados referiram que o rápido crescimento da população do distrito que se 
verifica na área de estudo pode contribuir bastante para a alta pressão sobre a degradação do 
mangal de Bandar. Na verdade a biodiversidade natural da área de estudo apresenta vestígios 
do revestimento vegetal associada à essa causa. 
4.9.3 Categoria 3: Consequências da degradação do mangal em Bandar 
De acordo com os nossos entrevistados, o mangal desempenha um papel preponderante, não 
só na vida das populações como também evitam os efeitos ecológicos negativos. Isso pode-se 
explicar doutra maneira, dizendo que refere-se da vida da população na medida em que ela 
mesma, vai usar para as suas necessidades quer dizer da vida social e económica. 
Quando se fala que o mangal evita os efeitos negativos, constitui uma verdade porque o 
estado actual da orla marítima de Bandar é ameaçador por consequência da influência da 
comunidade sobre o ecossistema do mangal. Portanto, a remoção do revestimento vegetal 
associado ao ecossistema do mangal tem causado consequências eminentes que deixou a orla 
em risco devido a acção das ondas. 
4.9.4 Categoria 4: Estratégias de preservação do mangal em Bandar 
Nesta última categoria pretendemos igualmente saber o que deve ser feito para reduzir a acção 
humana sobre esse rico ecossistema que fica dizimada pela população sem se importar dos 
subsequentes efeitos. 
Todavia, os nossos entrevistados argumentam dizendo que deve ser feira uma focalização do 
mangal, visto que a comunidade local é a principal utilizadora desse recurso, por isso deve ser 
envolvida em todas as decisões relacionadas com o uso do mangal. A maior parte dos 
exploradores a comunidade local aproveita-se no período da tarde para o corte e transporte já 
que a essa hora a probabilidade de encontrar fiscais na área em estudo é muito reduzida e 
deficiente. 
Como se não bastasse a sensibilização da comunidade local principalmente na área em 
estudo, de forma a despertá-la e a consciencializá-la da importância das florestas, bem como 
 
 
 
36 
 
os graves problemas que advêm da má utilização da floresta e as suas consequências no 
futuro. Para o efeito, os órgãos da comunicação social e locais, televisão e rádio devem 
desempenhar um papel preponderante na difusão de mensagens para a preservação do mangal. 
E ainda a exploração sustentável dos recursos florestais a participação da comunidade local 
e de Moçambique no geral, o envolvimento activo das diversas instituições estatais e privadas 
ligadas ao sector e dos seus respectivos agentes locais, para a contenção da pressão exagerada 
sobre a floresta do mangal, oferecendo-se como alternativas, a defesa, a conservação e um 
controlo mais efectivo dos recursos florestais, para uma exploração florestal mais equilibrada, 
que permita não só a regeneração das áreas degradadas, como também o aumento da flora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
CAPITULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES 
5.1. Conclusão 
Chegado ao fim deste trabalho, pode-se concluir que as influências da comunidade local sobre 
o ecossistema do mangal de Bandar estão associadas à destruição da cobertura vegetal para 
fins de construções precárias sobre a linha da costa resultando na fácil destruição dessas infra-
estruturas pelas águas e constituindo assim um dos problemas ambientais influenciado pela 
acção humana. 
Portanto, é sabido que a degradação do mangal tem trazido efeitos muito graves tais como: a 
perda da biodiversidade natural local, diminuição da qualidade do ambiente e aumento da 
erosão costeira. 
Por conseguinte, mediante estas razões destacam-se dois fenómenos absolutamente 
incompatíveis do ponto de vista ecológico ambiental, nomeadamente, a intensificação 
desenfreada de diversas construções, na sua maioria precárias, junto da costa que definem esta 
unidade territorial litorânea e intensificação da erosão costeira. 
A interferência antropogénica sobre o ecossistema do mangal tem facilitado na aceleração dos 
processos erosivos sobre os terrenos marginais contíguos à linha da costa de Bandar. Os 
motivos que levam aos intervenientes a remover o mangal nocivamente é a falta de emprego e 
sem deixar de lado os rendimentos elevados que esse ecossistema oferece, como referiram os 
nossos entrevistados. 
Os factores que influenciam na degradação do ecossistema do mangal estão ligados a 
ocupação de espaço de mangal, removendo o respectivo revestimento vegetal e ao problema 
aliado no desconhecimento da importância ecológica desse ecossistema. 
Quanto à evolução do mangal nos últimos 3 anos na área de estudo tende a reduzir. 
Entretanto, de acordo com os resultados de inquérito este ecossistema tem diminuído e em 
termos de acentuação o mangal vinha sofrendo da acção humana antes de 2015, sendo que a 
drástica redução se verificou essencialmente entre 2010 a 2012, momento em que muitos 
habitantes daquele ponto afluíram-se em massa a procura de melhores condições de vida. 
 
 
 
 
38 
 
5.2. Sugestões 
 Sugerimos às instituições de direito, que proporcionem momentos de sensibilização as 
comunidades locais no sentido de reverter a situação cada vez galopante sobre devastação das 
áreas do ecossistema do mangal de Bandar. 
Que se façam mais estudos acerca desta temática, com vista a encontrar soluções mais fiáveis 
sobre as possibilidades de uso sustentável das áreas do mangal em Bandar. 
Ainda ao governo local, que crie organizações de fiscais comunitários que possam velar pelo 
supervisionamento do mangal atribuindo multa aos indivíduos que transgridem as leis de 
protecção e conservação do mangal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
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Nhangau. Tese de Licenciatura, UEM. Maputo. 
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10. Luís, A. A. (2011). Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica e Detecção 
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11. MAE (2005). Ministério de Administração Estatal, Disponível na Internet em 
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Moçambique, 1ª Ed., Imprensa Universitária - UEM, Maputo. 
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