Buscar

Texto Final - FD e DH (1) (1) (1)

Prévia do material em texto

1. Explique o quadro síntese acima destacando uma das dimensões dos direitos humanos que você considera mais relevante de acordo com a sua concepção de vida humanitária.
2. Você considera que a história de Rosa Parks tem relação com a história das Dimensões dos Direitos Humanos? Você pode apresentar, brevemente, um exemplo atual de luta pelos direitos humanos que esteja relacionado com algumas das Dimensões dos Direitos Humanos?
Os Direitos Humanos, também conhecidos como Direitos Fundamentais, são direitos garantidos a todo indivíduo, independentemente de sua nacionalidade, etnia, classe social. gênero, religião ou senso político. Esses direitos foram construídos através de diversos contextos que se moldaram à sua época e contexto histórico evoluindo de acordo com a necessidade de cada geração. A primeira geração nos retoma a liberdade individual, concentrada nos direitos civis e políticos do povo. O principal fato histórico dessa época foi a constituição dos EUA no século XVIII e a Revolução Francesa, além da Declaração do Direitos do Homem e do Cidadão. A primeira geração esboça a ideia de igualdade social, vislumbrando a necessidade de fazer-se políticas públicas para promover o bem-estar social, como direito à saúde, trabalho, moradia e educação. Portanto, esta geração volta-se para o coletivo e visa garantir os direitos sociais, econômicos e culturais. Já na terceira geração, também conhecida como geração da solidariedade, foram propostos direitos muito mais amplos, como o direito ao meio ambiente, à paz e ao desenvolvimento. O seu principal cuidado era com os direitos difusos, ou seja, de grupos sociais mais vulneráveis. É com a sua idealização que nasce a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, da qual emana a nossa Constituição Federal de 1988. Diante de uma visão humanitária, a dimensão (geração) mais importante é a fraternidade, uma vez que ela simboliza o amadurecimento do pensamento humano com os ideais de liberdade e igualdade embutidos em seu princípio. Ou seja, forma-se a tríade que define o que é direitos humanos e o que se espera dela como forma de garantir a dignidade da pessoa humana. Esta geração é norteada pelo ideal de fraternidade ou solidariedade. Os direitos dessa nova geração são considerados transindividuais, já que seu exercício está condicionado à existência de um grupo determinado ou não de pessoas. Com a sociedade moderna e sua consequente massificação, os interesses difusos e coletivos passaram a ser discutidos de maneira mais intensa. Um exemplo disso é o meio ambiente, consagrado na Constituição Federal de 1988, que visa a proteção do mesmo em seu artigo 225 e que dispõe que “todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. 
A partir da segunda metade do século passado, a humanidade pôde acompanhar as consequências dos desdobramentos da Revolução Industrial que, por visar apenas a produtividade com foco no crescimento econômico, não se preocupou com o meio ambiente. Passamos a ver a devastação acelerada de biomas em detrimento da ambição em obter lucro. Atualmente, devido aos alertas da comunidade científica sobre a questão do aquecimento global, a questão ambiental ganha a atenção e é assunto de discussão no mundo todo. O Greenpeace, por exemplo, vem por anos lutando e denunciando a degradação ambiental e alertando sobre os impactos disso nas populações. No Brasil, por exemplo, as queimadas na Amazônia e no Pantanal têm chocado o mundo devido à sua magnitude e à inércia do governo brasileiro em solucionar esse problema. As queimadas nesses biomas brasileiros muitas vezes são provocadas por grandes proprietários de terra que desmatam a vegetação nativa para ceder lugar a pastos para o gado e o cultivo de grãos. Enquanto o agronegócio visa o lucro, as consequências são desastrosas para o meio ambiente e para o próprio homem. Além de destruir a vegetação, a fauna nativa também sofre com as queimadas. As populações que habitam essas áreas correm o risco de sofrer de doenças respiratórias e muitas vezes não terão acesso a atendimento médico. Além disso, a própria população que sofre diretamente com os impactos desse problema não se beneficia da expansão agropecuária, pois o agronegócio visa o lucro. Com a pandemia, a população, já afetada economicamente por ela, está vendo os itens básicos da sua alimentação, como arroz e feijão, aumentarem enormemente de preço, enquanto o governo se vangloria pelos recordes de produção de grãos. Só uma consciência coletiva, assim como o boicote dos negros ao transporte público em apoio a Rosa Parks, ou seja, um boicote, nesse caso, à produção alimentícia pelo agronegócio, substituindo-a por produtores familiares e com responsabilidade ambiental com foco na sustentabilidade, poderia levar a uma conscientização da importância da preservação ambiental para benefício da vida humana e da natureza. Outra questão preocupante é a mudança climática provocada pela ação humana. A população vem sofrendo com o aumento da temperatura, que vem batendo recordes. Em Coxim (MS), por exemplo, a temperatura de 44,1ºC foi registrada em 30 de setembro deste ano. No mesmo dia, Cuiabá bateu o recorde de temperatura desde 1910, ano em que a medição da temperatura começou a ser registrada. Diante desse cenário, o governo brasileiro, especialmente o Ministério do Meio Ambiente, mostra-se omisso e, muitas vezes, nega a realidade dos fatos jogando a culpa em ONGS e indígenas através de fake news, como forma de ludibriar a opinião pública e deixar “passar a boiada”, como falou o próprio Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, evidenciando o seu total alinhamento com o agronegócio e descompromisso com o que exige a sua pasta. Inclusive, sob o mandato de Salles, o número de multas pelo IBAMA tem despencado, servidores denunciam a decisão do governo pela nomeação e ocupação de cargos de gestão desse órgão por pessoas sem experiência na área, e também os cortes financeiros que sofreram, o que resultou em menos fiscalizações, atrasos em contratos, quedas nos percentuais de multa e, por fim, um enorme desastre ambiental que ameaça os vários ecossistemas desse bioma e suas populações, principalmente os indígenas.

Continue navegando