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EPS LITERATURA COMPARADA

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LITERATURA COMPARADA
4a aula
Lupa
Exercício: CEL0250_EX_A4_201808339592_V2 17/10/2020
Aluno(a): GILBERTOCHAVES 2020.3 EAD
Disciplina: CEL0250 - LITERATURA COMPARADA 201808339592
Acerca do conceito de intertextualidade, podemos afirmar que:
Esteja presente em todos os textos literários, uma vez que todos eles nascem de um diálogo com outros textos, tanto os
que de sua mesma época, como os da tradição.
Esteja presente em qualquer tipo de texto literário, uma vez que todos eles nascem de um diálogo com a tradição.
Esteja presente em qualquer tipo de texto, ainda que seja um objetivo difícil de alcançar.
Esteja presente apenas em obras literárias de autores consagrados, visto ser um objetivo difícil de alcançar.
Esteja presente em todos os textos literários, uma vez que todos eles nascem de um diálogo com outros textos, mais nos
de sua mesma época, do que nos da tradição.
Respondido em 17/10/2020 15:43:36
A relação entre textos sempre existiu como retomada de um texto mais novo de outro que o antecede, contudo o termo
intertextualidade foi usado pela primeira vez por Julia Kristeva, que, baseando-se nos estudos de Bakhtin sobre o discurso, concluiu:
¿todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto¿. (Fonte: KRISTEVA,
Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974. p.72.)
Sobre intertextualidade, analise os textos 1 e 2.
Texto 1
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
[...]
(Renato Russo, Monte Castelo)
Texto 2
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões)
Assinale a alternativa CORRETA:
O diálogo entre textos conduz indiscutivelmente ao plágio; dessa maneira, a montagem, como paródia de três diferentes
textos, realizada por Renato Russo, não o isenta da responsabilidade de ter usado indevidamente a produção de autores
que o antecederam. 
O trabalho artístico do compositor brasileiro não pode ser considerado arte, porque não apresenta originalidade e
ineditismo; trata-se de uma mera paráfrase de textos anteriores a ele. Inadmissível de acordo com as concepções dos dois
autores: Bakhtin e Kristeva. 
Em Monte Castelo, Renato Russo dialoga com dois textos distintos: o poema de Camões Amor é fogo que arde sem se
ver; e a Bíblia, no Capítulo 13 da 2ª Carta de Paulo aos Coríntios, quando fala do Amor como um bem supremo, além de o
título aludir a uma batalha da Segunda Guerra Mundial, da qual participaram soldados brasileiros. 
Monte Castelo não foi uma montagem de dois textos, pois não houve intencionalidade do poeta em realizar tal façanha. A
semelhança entre os textos é mera coincidência. 
Partindo do conceito de intertextualidade, expresso por Julia Kristeva, pode-se afirmar que Renato Russo não devia ter
lançado mão de partes da Bíblia Sagrada para montar a letra de uma música profana. 
Respondido em 17/10/2020 15:51:19
Explicação:
É nítida a intertextualidade entre a música e o poema de Camões; este, por sua vez, retoma o texto anterior, bíblico: a 3ª estrofe
da canção é absolutamente igual ao 2º quarteto do soneto; ambos retomam a carta de Paulo aos Coríntos. Além disso, Monte
Castelo foi uma batalha travada durante a 2ª Guerra Mundial, com grande número de baixas de soldados brasileiros; no entanto, o
sucesso desse evento ocorreu sob o comando de um general brasileiro.
A contribuição da Teoria Literária para as pesquisas comparatistas é de um enorme significado. Um dos conceitos centrais usados
pela Literatura Comparada, hoje em dia, é o de intertextualidade. A respeito deste conceito, não podemos afirmar que:
Embora os textos literários estejam em constante diálogo, a Literatura Comparada considera a possibilidade da originalidade
de um texto literário, pois nisso estaria a capacidade artística do autor.
Outro teórico que muito contribui para a elaboração do conceito de intertextualidade foi Bakhtin, afirmando que todo
discurso é um campo que se abre ao debate, em que, muitas vozes diferentes se manifestam e se interpenetram.
A contribuição de Bakhtin parte da própria experiência humana, à medida que afirma que não somos resultados dos
conceitos que nós mesmos formulamos sobre nossa identidade, mas de um diálogo que mantemos com os que estão ao
nosso redor.
Intimamente ligada a este processo da intertextualidade está a interferência das ideologias, os discursos hegemônicos de
cada momento histórico.
O teórico russo, Tynianov, contribuiu para a formulação desse conceito, ao afirmar que o estudo isolado de uma obra
literária não fornece elementos suficientes para a compreensão plena de sua construção, pois um mesmo elemento tem
funções diferentes em sistemas diferentes.
Respondido em 17/10/2020 16:01:27
Marque a alternativa INCORRETA com relação ao conceito de dialogismo em Bakhtin:
A linguagem é um produto social e todo discurso é ocupado. Assim, o dialogismo é a relação de sentido entre um enunciado
e outro. 
Dialogismo é o discurso em si e este constitui-se a partir do discurso de outrem.
No dialogismo e na existência do discurso acontece a necessidade de interação entre os indivíduos. 
O dialogismo caracteriza a linguagem como espelho do mundo.
A linguagem é restrita à língua e, portanto, o dialogismo embasa-se apenas em signos.
Respondido em 17/10/2020 15:59:46
Explicação:
A linguagem não é restrita à língua, pois considera o entorno social e os ambientes dos discursos. Assim, o dialogismo é o discurso
vivo, mutável, atravessado pelo discurso alheio.
Mikhail Bakhtin resgata a perspectiva diacrônica do texto literário, relegada pelos primeiros formalistas, anti-historicistas, reatando
com a história. Bakhtin identifica os traços fundamentais da organização do romance, não só interpretando-o como uma construção
polifônica, onde várias vozes se cruzam, num jogo dialógico, mas também considerando essa polifonia romanesca como um
cruzamento de várias ideologias.
Sobre essa contribuição de Bakhtin, seria incorreto afirmar:
O texto literário escuta vozes da história e não mais as representa como uma unidade, mas como jogo de confrontações.
Esse pensamento de Bakthin deu margem à elaboração do conceito de intertextualidade, por Julia Kristèva, cujo
fundamento é que todo texto é absorção e transformação de outro.
A contribuição de Bakhtin nos ajudou a perceber alguns pontos básicos que agiram sobre a atuação comparativista,
minando em suas bases as visões mecanicistas do processo de evolução literária.
A compreensão de Bakhtin do texto literário como um mosaico, construção caleidoscópica e polifônica, estimulou a reflexão
sobre a produção do texto.
O conceito de intertextualidade, cunhado a partir da tese de Bakthin, em nada alterou os conceitos de fontes e influências
do texto literário, uma vez que a dívida do texto influenciado sempre haverá em relação ao texto que o influenciou.
Respondido em 17/10/2020 16:04:16
Estácio: Alunos https://simulado.estacio.br/alunos/?user_cod=2187631&matr_integraca...1 of 1 19/10/2020 10:21

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